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conhecimentos gerais e

atualidades
CONHECIMENTOS GERAIS E ATUALIDADES

NOÇÕES GERAIS SOBRE TEMAS DA VIDA


ECONÔMICA, POLÍTICA E CULTURAL DO
PARANÁ, DO BRASIL E DO MUNDO. O
DEBATE SOBRE AS POLÍTICAS PÚBLICAS
PARA O MEIO AMBIENTE, SAÚDE,
EDUCAÇÃO, TRABALHO, SEGURANÇA,
ASSISTÊNCIA SOCIAL E JUVENTUDE.
ÉTICA E CIDADANIA. ASPECTOS
RELEVANTES DAS RELAÇÕES ENTRE OS
ESTADOS E POVOS.

Economia, Política e Cultura do Paraná

Economia

As atividades econômicas do Estado do Paraná são bastante variadas, por causa disso esse consegue se enquadrar entre os
Estados de melhores economias, ou seja, os mais ricos. A economia paranaense está alicerçada na agricultura, pecuária, mineração,
extrativismo vegetal e indústria.

Agricultura

O solo paranaense é fértil, favorecendo a atividade agrícola. O Estado produz uma grande variedade de culturas, se destaca como
importante produtor de trigo, milho, soja, algodão e café.

Pecuária

Na atividade pastoril a criação de bovinos se destaca, contendo um numeroso rebanho, além de ser um grande produtor de suínos,
destaca-se também na produção leiteira, de ovos, de bicho-da-seda, entre outros.

Mineração

O solo paranaense abriga enormes e diversificadas jazidas de minérios, os principais são: ouro, cobre, minerais nobres, além de
outros como a areia, argila, calcário, caulim, dolomita, talco, granitos, mármore, chumbo e ferro.

Extrativismo vegetal

Esse tipo de atividade consiste em retirar da natureza itens vegetais com fins econômicos, com isso, as principais árvores
exploradas são os pinheiros paranaenses (Araucária Angustifólia).

Indústria

Curitiba concentra uma cidade industrial que atua na indústria automobilística, metalmecânica, cimento, cerâmica, montagem
de máquinas, tecidos, frigoríficos, além das agroindústrias que transformam produtos primários, como soja, milho, carne suína e
madeira.
O parque industrial paranaense reúne, aproximadamente, 24 mil empresas, que geram resultados que superam a média nacional
no ramo.

Informações da economia do Paraná

Participação no PIB nacional: 6,2%.


Composição do PIB estadual:

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- agropecuário: 18,4%.
- indústria: 40%.
- prestação de serviços: 41,6%.
- Volume de exportação: 10 bilhões de dólares.

Produtos de exportação

- soja e derivados: 34,2%.


- veículos e peças: 21,4%.
- Madeira: 10%.
- Carne congelada: 8,2%.
- Outros alimentos, como milho, açúcar e café: 8,8%.

Política

A política do Paraná é a direção do território paranaense e a determinação dos poderes que compõem sua estrutura de governo.

Governador: Beto Richa.


Vice-Governador: Flávio Arns.
Senadores: Álvaro Dias e Roberto Requião.
Deputados Federais: 30.
Deputados Estaduais: 54.
Eleitores: 6.663.384 (58% do eleitorado brasileiro).

Poder Executivo

O Palácio Iguaçu, em Curitiba, é a sede do governo. O poder executivo é exercido pelo governador Beto Richa e pelo vice-
governador Flávio Arns, com o auxílio dos secretários do estado. O Palácio Iguaçu, situado no Centro Cívico de Curitiba, é a sede
do governo.
Em seu artigo 87, a constituição estadual estabelece que é competência do Governo:
- representar o Estado nas suas relações jurídicas, políticas e administrativas;
- exercer, com auxílio dos secretários de Estado, a direção superior da administração estadual;
- sancionar, promulgar e fazer publicar as leis e expedir decretos e regulamentos para sua execução;
- vetar projetos de lei, total ou parcial;
- nomear e exonerar os Secretários de Estado;
- decretar e fazer executar a intervenção estadual nos municípios;
- enviar à Assembleia Legislativa o plano plurianual, o projeto de lei de diretrizes orçamentárias e as propostas de orçamentos.

Secretários de Estado

É competência dos secretários de estado do Paraná, além de outras atribuições estabelecidas na constituição estadual e na lei:
- exercer a orientação, coordenação e supervisão dos órgãos e entidades da administração estadual, na área de suas atribuições, e
referendar os atos e decretos assinados pelo Governador;
-expedir instruções para a execução das leis, decretos e regulamentos;
- apresentar ao Governador do Estado e à Assembleia Legislativa relatório anual de sua gestão na Secretaria, o qual deverá ser
obrigatoriamente publicado no Diário Oficial;
- praticar atos pertinentes às atribuições que lhe forem outorgadas ou delegadas pelo Governador do Estado;
- encaminhar à Assembleia Legislativa informações por escrito, quando solicitado pela Mesa, podendo ser responsabilizado, na
forma de lei, em caso de recuso ou não-atendimento no prazo de trinta dias, bem como de fornecimento de informações falsas.

O Paraná possui as seguintes secretarias de estado:

Administração e Previdência
Agricultura e Abastecimento

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Ciência, Tecnologia e Ensino Superior
Comunicação Social
Cultura
Desenvolvimento Urbano
Educação
Fazenda
Indústria Comércio e Assuntos do Mercosul
Justiça e Cidadania
Meio-Ambiente e Recursos Hídricos
Obras Públicas
Planejamento e Coordenação Geral
Saúde
Segurança Pública
Trabalho, Emprego e Promoção Social
Transportes
Turismo

Poder Legislativo

O poder legislativo é exercido pela Assembleia Legislativa, constituída pelos representantes do povo (deputados estaduais)
eleitos em votação direta para o mandato de quatro anos.
A Assembleia Legislativa do Paraná possui 54 deputados estaduais. No Congresso Nacional, a representação paranaense é de
3 senadores e 30 deputados federais.
Cabe à Assembleia Legislativa, com a sanção (aprovação) do governador do estado, dispor sobre todas as matérias de competência
do estado e especificamente sobre:
- tributos, arrecadação e distribuição de rendas;
- planos e propagandas estaduais, regionais e setoriais de desenvolvimento;
- criação, transformação, extinção de cargos, empregos e funções públicas na administração direta, autárquica e fundacional e
fixação da remuneração, observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias;
- Organização judiciária do Ministério Público, da Procuradoria-Geral do Estado, da Defensoria Pública, do Tribunal de Contas,
da Polícia Militar, da Polícia Civil e demais órgãos da administração pública;
- Normas suplementares de direito urbanístico, bem como de planejamento e execução de políticas urbanas.

Tribunal de Contas

O Tribunal de Contas, através de seus Conselheiros, auxilia a Assemelha Legislativa na apreciação das contas prestadas
anualmente pelo governador do estado, no julgamento das contas dos administradores e demais responsáveis (fundações, empresas,
etc.) por dinheiro, bens e valores públicos da administração direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e
mantidas pelo Poder Público estadual, e as contas que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo
ao erário público. É, entretanto, órgão autônomo, possuindo competências próprias, nos termos das Constituições Federal e Estadual.
Sua formação administrativa é composta por sete Conselheiros, sete Auditores (substitutos de Conselheiros), funcionando junto ao
órgão o Ministério Público e Contas (em número de 11 Procuradores).

Poder Judiciário

Seus principais organismos estão instalados no prédio do Tribunal de Justiça, no Centro Cívico.
O poder judiciário é formado apenas por dois tribunais judiciários: o Tribunal de Alçada e o Tribunal de Justiça. Compõem o
poder judiciário os desembargadores e os juízes de direito.

O estado do Paraná é dividido em dez (10) mesorregionais, trinta e nove (39) microrregiões e trezentos e noventa e nove (399)
municípios.

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Nova geografia política do Paraná

O resultado das eleições municipais de 2012 modelou, no Paraná, uma nova geografia política. A correlação de forças entre
os partidos sofreu uma enorme reformulação, principalmente com a vitória do prefeito eleito de Curitiba, Gustavo Fruet, do PDT.
Para os pedetistas, trata-se de um momento histórico. Não só pela oportunidade em gerir o destino de milhares de paranaenses, mas
principalmente porque a sociedade brasileira também vive uma expectativa de mudança.
Segundo o Tribunal Regional Eleitoral - TRE, o número de cidadãos aptos a votar nas últimas eleições no Paraná foi superior a
7,7 milhões. Em Curitiba está concentrado mais de 15% desse universo. A partir de 1º de janeiro de 2013, o PDT terá sob sua gestão
36 municípios que representam cerca de 25% do total de eleitores no Estado.
A pulverização partidária contribui para o aprimoramento do processo democrático à medida que os feudos eleitorais deixam
de existir. Com eles, morre o paternalismo, o clientelismo, as práticas rasteiras de uma política ultrapassada que visava apenas os
interesses mesquinhos. O eleitor deu mostras, principalmente no pleito de Curitiba, que o poder econômico, o uso da máquina pública
e até mesmo o apoio de lideranças personalistas não têm mais o peso de antanho. O que ele exige dos homens públicos é coerência,
ética e preparo a serem exercidos no dia a dia. Votar é, acima de tudo, um dever cívico que exige postura política e consciência social.
A eleição de Gustavo Fruet deu-se a revelia das pesquisas, do marketing eleitoral e das falácias eleitoreiras.

Cultura

A cultura paranaense é muito rica, por ter recebido a contribuição dos portugueses e espanhóis; dos africanos e indígenas; dos
imigrantes italianos, alemães, neerlandeses, poloneses, ucranianos, japoneses, árabes, coreanos, chineses e búlgaros; dos gaúchos,
catarinenses, mineiros, e nordestinos.
O Paraná tem 51 museus. Na capital, o Museu Paranaense, o mais importante de todos os museus do Estado, guarda objetos de
arte antiga e peças indígenas; o Museu David Carneiro tem documentos históricos, artísticos e arqueológicos; o Museu Guido Viaro,
o Museu Oscar Niemeyer, e o Museu Alfredo Andersen contêm telas de pintores famosos e objetos de arte; o Museu da Imagem e
do Som guarda depoimentos de diversas pessoas à vida artística, o Museu Egípcio e Rosacruz contêm centenas de réplicas, além de
uma múmia autêntica chamada Tothmea. Em Paranaguá está o Museu de Arqueologia e Artes Populares, da Universidade Federal
do Paraná, e no município da Lapa, o Museu das Armas. Na cidade de Londrina se encontram o Museu Histórico de Londrina e o
Museu de Arte de Londrina. Em Ponta Grossa encontra-se o Museu dos Campos Gerais, da Universidade Estadual de Ponta Grossa,
o Museu de Arqueologia, com uma grande coleção de réplicas arqueológicas, notadamente egípcias, pré-colombianas e brasileiras, e
o Museu Época, com o maior acervo sobre a história do município. Em Cascavel o Museu de Artes de Cascavel e Museu da Imagem
e do Som de Cascavel.
O maior teatro do Paraná é o Teatro Guaíra de Curitiba, que conta com um auditório principal para 2.173 pessoas e outros dois
secundários para 608 espectadores somados. A capital também tem destaque para a Ópera de Arame, importante obra arquitetônica
com capacidade para 2.100 pessoas, e o Teatro Paiol.
No interior, o maior teatro é o Teatro Municipal de Toledo, com 1.022 assentos. Logo depois estão o moderno Calil Haddad em
Maringá para 800 espectadores e o histórico Cine-Teatro Ópera, em Ponta Grossa, para 933 pessoas divididos em três auditórios.
Uma das mais persistentes lendas da arquitetura paranaense é o lambrequim. Em Curitiba, o Código de Posturas de 1919 normatizava
a construção de casas de madeira e, no parágrafo 7º do Artigo 61: “Sejam as abas dos telhados, exceto as do fundo, guarnecidas
de lambrequins.” O decorativismo era evidente. Sem calhas à disposição, os lambrequins se justificavam, como pingadeiras, nas
arestas por onde as águas das chuvas fluíam, impedindo que a água escorresse pelos beirais. Mas as posturas municipais passaram a
exigir os lambrequins em todas as abas. Com isso, o modismo dos lambrequins tornou-se lei. Décadas depois, os responsáveis pelas
políticas culturais esqueceram os modismos. De desconhecimento em desconhecimento, acreditou-se que os lambrequins eram uma
prova clara e claríssima da influência dos imigrantes. Poderia se cogitar uma influência germânica ou italiana, pois os construtores
alemães eram bastante ativos. Mas como alemães e italianos havia em outras partes do Brasil, onde os lambrequins não eram tão
triviais, a solução foi inventar genealogias que acabaram ligando os lambrequins aos poloneses. Se a maioria dos poloneses que
imigraram para o Brasil se estabeleceram na região de Curitiba, e como só em Curitiba todas as casas de madeira foram decoradas
com lambrequins, o lambrequim só podia estar relacionado aos poloneses ou, pelo menos, esta seria a “origem mais provável”,
sem que outras hipóteses fossem formuladas. E, assim, o modismo que se transformou numa imposição legal inexistente em outras
cidades brasileiras seria divulgado como uma particularidade cultural da arquitetura do Paraná, influenciada por grupos étnicos, como
os imigrantes poloneses ou ucranianos.
O folclore do Paraná é muito rico, cujas manifestações estão nas festas populares, na dança, na mitologia e na culinária, assim
como em todos os estados do Brasil.

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Todos os municípios festejam seus santos padroeiros, além dos festejos principais dos ciclos tradicionais de cada ano. As
principais festas populares tradicionais do Paraná são: a Festa de Nossa Senhora do Rocio, em Paranaguá, com grande procissão; e a
Congada da Lapa (auto popular de origem africana), em homenagem a São Benedito, no município da Lapa.
As principais danças típicas do Paraná são: o curitibano, dança de roda aos pares; o quebra-mana, uma mistura de valsa e
sapateado; o nhô-chico, dança popular do litoral e o fandango, dança típica de Paranaguá.
Entre os mitos e superstições do folclore paranaense merece destaque o porco-preto: ninguém sai de casa em noite escura que
não o encontre - nem pau, nem pedra, nem bala o atingem.
Os principais pratos típicos do Paraná são: o barreado, apreciado em toda a região litorânea e feito à base de carne cozida, por
muito tempo, em panela de barro, até desmanchar-se; o churrasco: como em todo o sul, um dos pratos mais característicos do interior;
e os pratos das comunidades de tradição alemã, polonesa e italiana.
Os principais festivais do Paraná são: o Festival de Teatro de Curitiba; o Festival de Inverno de Antonina; o Festival Internacional
da Música de Londrina; a Mostra Londrina de Cinema; o Festival Internacional de Teatro de Londrina; o Fenata - Festival Nacional
de Teatro Amador, em Ponta Grossa; o FEMUCAM - Festival de Música da Capital da Amizade, em Umuarama; o FUC - Festival
Universitário da Canção, em Ponta Grossa; o Festival de Dança de Cascavel; o Festival de Música de Cascavel; o Festival de Teatro
de Cascavel; o Festival Folclórico e de Etnias do Paraná e o FEMUCIC - Festival de Música Cidade Canção, em Maringá.

Cultura Brasileira

Na cultura brasileira é importante destacar a comemoração do centenário do dramaturgo Nelson Rodrigues. O dramaturgo,
jornalista e escritor deixou um legado que ressurge cada vez mais forte através de suas obras sempre atuais, inexoráveis ao tempo.
Prova disso é que, ao longo do tempo, o Ministério da Cultura, por meio da Fundação Nacional de Artes (Funarte), promoveu ações
para homenagear Nelson Rodrigues. As iniciativas revelaram que o pensamento do escritor está cada dia mais forte.
Com textos que misturavam prosa e poesia, mesmo em reportagens policiais e esportivas, Nelson ganhou a atenção de leitores
e críticos e, sua aproximação com artistas cariocas o fez escrever textos também para o teatro. Sua primeira peça foi A Mulher
Sem Pecado, que aconteceu em 1941. Desde seu primeiro texto até o mais famoso deles, Vestido de Noiva, Rodrigues enfrentou
preconceitos falando daquilo que a sociedade brasileira recomendava não abordar, como o adultério e a boemia. Conquistou o
respeito dos artistas e o aplauso do público, tornando-se, depois de sua morte, o dramaturgo brasileiro mais representado do país.
Logo após Vestido de Noiva veio Álbum de família, Anjo Negro, Senhora dos Afogados e, entre outros grandes sucessos, muitos
deles transformados em filmes e séries de televisão, destacaram-se na obra de Nelson Rodrigues, morto em 1980, as peças Boca
de Ouro, Beijo no Asfalto, Otto Lara Resende ou Bonitinha, mas Ordinária, Os 7 Gatinhos e Toda Nudez Será Castigada. Na cena
rodrigueana, apesar das fortes tintas realistas, os diálogos se alternam para compor um cenário poético que recria o cotidiano. Depois
de um aneurisma na aorta e passar por três cirurgias, Nelson Rodrigues morreu no dia 21 de dezembro de 1980. Foi enterrado com
a bandeira do Fluminense.
Ainda na dramaturgia, o ator, poeta e compositor, Mário Lago que é autor de canções clássicas como “Ai que saudades da
Amélia”, “Aurora” e “Nada Além”. Tem extensa obra em teatro e televisão e é mais uma artista que ganhou merecidas homenagens
por seus 100 anos. O Samba na Gamboa não podia deixar de celebrar Lago e, pra isso, convidou os artistas Chamon e Pedro Amorin.
O rei do Baião Luiz Gonzaga também obteve homenagens na comemoração dos 100 anos de seu nascimento. Vários shows e mostras
marcaram os festejos daquele que seria um dos maiores responsáveis por levar a cultura nordestina ao restante do país.
Luiz Gonzaga do Nascimento nasceu em uma sexta-feira, 13 de dezembro de 1912, em Exu (PE). É apontado pela crítica como
um dos nomes mais importante nome da música popular brasileira de todos os tempos. A importância de Luiz Gonzaga deve-se à
abrangência que sua obra teve - e tem - por todo o território brasileiro. Cantando acompanhado de sua sanfona, zabumba e triângulo,
levou a alegria das festas juninas e dos forrós pé-de-serra, bem como a pobreza, as tristezas e as injustiças de sua árida terra - o
Sertão nordestino - para o resto do país, numa época em que a maioria das pessoas desconhecia o baião, o xote e o xaxado. Admirado
por grandes músicos, como Dorival Caymmi, Gilberto Gil, Raul Seixas, Caetano Veloso, entre outros, o genial instrumentista e
sofisticado inventor de melodia e harmonias ganhou notoriedade com as antológicas canções Baião (1946), Asa Branca (1947), Siridó
(1948), Juazeiro (1948), Qui Nem Jiló (1949) e Baião de Dois (1950).
Luiz Gonzaga morreu em 2 de agosto de 1989, aos 76 anos, vítima de parada cardiorrespiratória, no Hospital Santa Joana, na
capital pernambucana. Seu corpo foi velado em Juazeiro do Norte e, posteriormente, sepultado em seu município natal, Exu. Na
literatura, um dos mais consagrados autores brasileiros, Jorge Amado, também teve seu centenário celebrado. Amado nasceu em
Ilhéus, na Bahia, onde passou grande parte da infância. Publicou 32 livros que venderam mais de 30 milhões de exemplares no Brasil
e foram traduzidos para 29 idiomas. Casou-se com a também escritora Zélia Gattai e morreu em Salvador, aos 89 anos de idade.

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Outro evento de grande importância na cultura brasileira foi a 52ª edição da Feira da Providência, que homenageou o Rio de
Janeiro, pelo seu título de Patrimônio Cultural da Humanidade e eventos que a cidade receberá nos próximos anos, como a Jornada
Mundial da Juventude (JMJ), Copa do Mundo e as Olimpíadas. A Feira Internacional de Arte Moderna e Contemporânea (ArtRio),
também foi outro acontecimento na cultura brasileira. O evento marca a primeira ação no Brasil da galeria Gagosian, considerada
uma das maiores do mundo, que além de seu stand terá uma exposição especial de esculturas gigantes no Armazém. A galeria Kaikai
Kiki, fundada pelo artista Takashi Murakami, também faz sua estreia na ArtRio, assim como a David Zwirner e White Cube.
Ainda abordando os eventos culturais brasileiros, pontuamos que Brasília recebe I Jornada de Literatura Afro-brasileira
Contemporânea. O objetivo da I Jornada de Literatura Afro-brasileira Contemporânea é discutir as manifestações literárias atuais
da população negra do Brasil. O encontro também pretende debater problemas da autoria, perspectivas, linguagens e recepção.
Neste segmento, a Presidente Dilma Rousseff sancionou o projeto de lei que cria o Vale-Cultura no valor de R$ 50 por mês, para
trabalhadores que recebem até cinco salários mínimos. O projeto depende ainda de regulamentação e deve entrar em vigor somente
no próximo semestre.
A cultura brasileira também perde talentos como o escritor alagoano Lêdo Ivo. Morreu aos 88 anos, em Sevilha, na Espanha.
Escritor de obras como Ninho de Cobras, A Noite Misteriosa, As Alianças, Ode ao Crepúsculo, A Ética da Aventura ou Confissões
de um Poeta, Lêdo Ivo era poeta, romancista, contista, cronista, ensaísta, e ocupava desde 1986 a cadeira número 10 da Academia
Brasileira de Letras. Também faleceu o sambista Ismael Cordeiro (Mestre Maé da Cuíca), conhecido pela influência no samba
paranaense, morreu aos 85 anos, no Hospital da Policia Militar, em Curitiba. Maé da Cuíca, fundador da primeira escola de samba de
Curitiba, em 1945, a Escola de Samba Colorado. Um dos maiores sambistas da nossa terra, Maé é uma lenda, personagem central da
história do samba e do Carnaval na capital paranaense.

Economia Brasileira

Novas Estatísticas da Economia Brasileira

A economia brasileira não terá novos estímulos em 2013 para o crescimento mesmo com o avanço de 0,6% do PIB (Produto
Interno Bruto) no 1º trimestre. Os estímulos que já foram tomados continuarão a surtir efeito no ano de 2013. A desoneração da
folha de pagamento, por exemplo, continuará a ser feita em outros setores ao longo do ano, o que irá aumentar a competitividade da
economia brasileira.
O resultado ficou abaixo do esperado pelo mercado, que projetava crescimento entre 0,8% e 1%. Na comparação com primeiro
trimestre do ano passado, o avanço da economia brasileira atinge 1,9%. Em valores correntes, o PIB alcançou R$ 1,11 trilhão. No
ano de 2012, o indicador cresceu 0,9%. Foi o pior resultado do PIB brasileiro desde 2009 (-0,6%). No primeiro trimestre deste ano,
a indústria amargou queda de 0,3%. O resultado do setor industrial foi prejudicado pela queda na produção do segmento extrativa
mineral. O recuo chegou a 2,1%.
As perdas da indústria ocorreram mesmo com uma série de medidas adotadas pelo governo da presidente Dilma Rousseff, que
estimulou o consumo por meio de uma redução de impostos para automóveis, móveis, eletrodomésticos, materiais de construção e
até dos produtos que compõem a cesta básica.
A redução do IPI (Imposto Sobre Produtos Industrializados) foi prorrogada em atendimento à expectativa dos setores produtivos.
Também como forma de alavancar a economia e evitar novas reduções em suas previsões, o governo federal anunciou um plano de
concessões ao setor privado de R$ 133 bilhões para melhorar a infraestrutura do País, começando por rodovias e ferrovias.
Além disso, o Ministério da Fazenda ampliou a margem de endividamento de 17 dos 27 estados do País para que eles possam
ter acesso a novos créditos públicos, em um total de cerca de R$ 42,2 bilhões. Esses recursos deverão ser dirigidos a obras de
infraestrutura, saneamento, transporte urbano e meio ambiente.
Também tiveram péssimos resultados os setores de construção civil e eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana. Todos
despencaram 0,1%. (Fonte: R7).

Brasil: 7ª Maior Potência Econômica

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou recentemente o desempenho da economia brasileira no terceiro
trimestre. O crescimento foi de 0,6% no terceiro trimestre de 2012 na comparação com o anterior, ficando atrás dos países que
compõe o BRICS: China (7,4%), Índia 5,3%, Rússia 2,9% e África do Sul 2,3%. Esse crescimento foi impulsionado pelo setor
agropecuário, deixando a Indústria e o Serviço com resultados muito inferiores, de acordo ao Instituto.
Com a divulgação desse crescimento abaixo do esperado, o período é de reflexão sobre aspectos que também interferem no
desempenho da economia, devendo o governo trabalhar em políticas que retomem o crescimento do Brasil. O primeiro aspecto é a
informação divulgada pela Receita Federal de que a carga tributária correspondeu 35,31% do Produto Interno Bruto (PIB). Para um
mundo globalizado e competitivo, esse índice é um fator de influência direta no relacionamento comercial internacional e que tira
competitividade das empresas nacionais.

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O segundo aspecto na divulgação do desempenho foi a redução na taxa de investimento de 18,7% do PIB, menor do que ao igual
período do ano passado que ficou em 20%. Esse índice aponta a condição da aplicação de capital em meios de produção, onde as
empresas tiveram mais dificuldades para canalizarem recursos para ampliação das suas operações, com reflexos diretos na geração
de renda e postos de trabalho. E o terceiro ponto é quanto à taxa de poupança divulgada de 15,6% sobre o PIB, menor que o trimestre
do ano anterior que foi de 18,8%. A redução representa várias questões e têm como reflexo a mudança do cálculo dos rendimentos,
reduzindo às perspectivas de ganhos nas aplicações, e em outro aspecto a fraca capacidade de acúmulo de capital para a geração
investimentos a custos mais compensadores na contratação dos recursos.
Outras transformações ocorreram na economia brasileira, a China, por exemplo, se tornou no maior fornecedor do Brasil, apesar
das medidas do governo brasileiro para impedir o avanço da entrada de mais produtos chineses no nosso país, fator que ameaça a
indústria nacional, a dependência brasileira aos produtos e insumos chineses permaneceu crescente. Dessa forma, a China como
principal fornecedor atingiu 15,5% de todas as importações realizadas pelo Brasil, ultrapassando os EUA que registraram 14,6% no
mesmo quesito. A China também lidera a venda de máquinas e equipamentos para a indústria brasileira.
Porém, o Brasil também conquistou crescimento em suas exportações para a China. Em 2012, no setor do agronegócio, a China
também se manteve como o principal parceiro comercial com cifra de 388,8 milhões de dólares em exportações e 8% de participação
no total exportado em janeiro de 2012, comparado com o mês de janeiro de 2011, o crescimento foi de 51,6%. Considerando o
agronegócio brasileiro, os principais setores exportadores foram os de carnes, com 1,14 bilhões de dólares; produtos florestais, 702
milhões de dólares; soja, 685 milhões de dólares; sucroalcooleiro, 372 milhões de dólares.

A estabilidade financeira do Brasil

A expansão do sistema bancário brasileiro, surpreendeu frente à instabilidade de solvência da economia grega, à vulnerabilidade
decorrente da dívida soberana europeia e riscos associados à fragilidade econômica global. Apesar da turbulência do mercado
internacional, e que tende a permanecer em algumas economias da Europa e outros países, no Brasil, com forte sistema bancário e
robusto nível de solvência, fato evidenciado pelo teste de estresse aplicado em vários cenários pelo BCB – Banco Central do Brasil,
alicerçado com crescimento da base de capital, principalmente em decorrência da incorporação de lucros e da captação de dívidas
subordinadas.
Houve disponibilidade de recursos no mercado externo e interno que permitiu os bancos financiarem o crescimento da carteira de
crédito e assim aumentar o montante de ativos líquidos, mesmo perante a volatilidade das taxas de câmbio e juros, com elevado índice
de liquidez, mostrando claramente a capacidade de fazer frente a eventuais crises externas. A elevação do nível de renda das famílias
brasileiras; somado ao baixo nível de desemprego; aumento do crédito direcionado; despesas administrativas do setor bancário
estável; expansão de crédito ofertado pelo BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social; pequeno aumento
no lucro líquido do sistema bancário; provocado por resultados não operacionais, demonstra a real situação do equilíbrio financeiro.
Ao analisar o Sistema de Transferência de Reservas (STR) verifica-se que a Liquidez Agregada Disponível continuou acima
das necessidades das instituições financeiras participantes, permitindo tranquilidade nas liquidações. Apesar do aumento do nível de
endividamento das famílias brasileiras, boa parte do que o Brasil produz são consumidos no mercado interno. As áreas que sofrerão
influências serão todas alinhadas à exportação, do qual, a diminuição da atividade econômica e a desaceleração da economia mundial,
podem resultar no médio prazo aumento do nível de desemprego, afetando relativamente o sistema financeiro, com aumento da
inadimplência. Este reflexo é minimizado em virtude de muitas obras do Programa Brasil Maior, de aceleração da economia, além de
vários incentivos fiscais e da necessidade de atendimento de um mercado consumidor em expansão.
Em pleno agravamento da crise internacional, o estoque de operações de crédito no sistema financeiro brasileiro atingiu R$ 2
trilhões, o que representa uma expansão de 10,6% em relação ao semestre anterior e 19% em doze meses, o que representa 49% do
PIB (Produto Interno Bruto). Do ponto de vista macroeconômico, existe a perspectiva de estabilização da inadimplência, provocada
pelas projeções de retomada de crescimento. Entre as instituições financeiras estrangeiras, o destaque foi à transferência de controle
do Dresdner Bank Brasil S.A Banco Múltiplo, do Commerzbank AG (Alemanha) para o banco canadense The Bank of Nova Scotia.
A estabilidade financeira do Brasil, frente a um cenário de incerteza internacional, contribui para atração de investimentos
para o país. Falar sobre a economia não é atravessar um abismo de incertezas, mas sim ter a sensibilidade da mudança. A inovação
tecnológica aliada à interação de comunicação sem limites provoca uma visão diferente de nossa realidade, a Nova Economia pode
ser assim chamada de “Economia Social Incorporativa”, pois, faz parte de uma rede integrada e sociável as populações do mundo.
Esta Nova Economia é a junção da Economia da Inovação + Economia Criativa + Economia Verde (Sustentabilidade) + Redes
Sociais = Economia Social Incorporativa – SEI (Social Economy Incorporative).
Do telefone à nanotecnologia, destaque para o grafeno, composto por átomos de carbono com alta condutividade térmica e
elétrica, flexível e 200 vezes mais resistente que o aço, com possibilidade de combinar outras substâncias químicas, torna-se um
interessante material do futuro, ou será do presente? Este material pode substituir o silício e permitir a segunda revolução tecnológica.

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Ao aliar a tecnologia com a internet, que está sendo testada em várias universidades do mundo que tem um velocidade de até
2.000 vezes mais rápida que a internet atual, somando aos mais de 1 bilhão de pessoas que já fazem parte da rede Facebook (uma,
de centenas de redes sociais); a integração do Linkedin (maior rede de negócios do mundo); as buscas majoritárias do Google (além
de outras centenas de sites de busca); a disponibilidade de colocar vídeos no You Tube (o mais popular do seguimento); a criação
de pelo menos 400 novos aplicativos por dia para os smartphones, com plataformas que contam com mais de 80 mil aplicativos; a
sinergia de interação de redes de contato e o movimento da informação que cria raízes culturais, de uma nova literatura social, no
qual, a linguagem está em construção em um ambiente virtual e ao mesmo tempo integrado.
Esta interação social está derrubando governos, mudando hábitos de consumo, provocando uma avalanche de oportunidades. A
Europa, não poderá recuperar-se com fardo pesado de projetos sociais, somado à instabilidade de credibilidade financeira a não ser
que invista na SEI (Social Economy Incorporative). A Rússia, EUA, Japão, China e Brasil poderão beneficiar-se da atual situação
econômica, ocupando novos espaços políticos e econômicos, porque contam com um dos pilares da SEI, mas mesmo estes precisam
investir em Economia Criativa (aumentar as exportações desta economia); aumentar os investimentos na Economia Verde; dar mais
transparência a gestão pública e interagir com seus pares através do contexto da nova linguagem que está em construção na atualidade.
O mais preocupante, é que as questões ambientais estão esquecidas com a crise econômica, pouco se faz para reverter os abusos
do Homem sobre a natureza. O planeta já passa por fortes consequências dos efeitos climáticos que aumentam de intensidade a cada
ano. A sustentabilidade talvez seja uma das soluções para atual crise econômica. Os polos de empregabilidade do mundo estão nas
bases do SEI, em projetos culturais, turísticos, projetos educacionais, na criação de novas tecnologias, nas ações de sustentabilidade e
nas redes sociais; que estabelecem comportamentos de compra, difusão de conhecimento, entretenimento e redes políticas integradas
aos mesmos interesses coletivos e globais.
Soluções existem, o momento não é de isolamento, mas evidente que uma Nova Economia está em transformação, provocando
mudanças significativas na política econômica mundial, por isso, todos os esforços nesta nova dinâmica de conscientização do
comportamento social integrativo auxilia numa política estratégica global mais justa e igualitária. Como Schumpeter dizia:
“inovações radicais provocam grandes mudanças no mundo, enquanto inovações incrementais preenchem continuamente o processo
de mudança”. Construir frases é fácil, construir ideias exige novos olhares, construir uma nova economia requer integração social,
viva a Humanidade.

Educação Brasileira

Mais Faculdades de Medicina

Ao ministrar uma aula inaugural do curso de medicina do Campus de Garanhuns da Universidade de Pernambuco (UPE),
a presidente Dilma Rousseff anunciou que lançará o “Plano Nacional de Educação Médica”. Segundo a presidente, o objetivo é
aumentar em 4,5 mil o número de médicos formados por ano no Brasil. Ela destacou, ainda, que é objetivo do governo interiorizar
os cursos de medicina e conceder incentivos a quem fizer residência em áreas médicas nas quais houver carência dentro do Sistema
Único de Saúde (SUS).
A presidente declarou que não vai medir esforços para assegurar qualidade na graduação e na residência médica, acrescentando
que existe um grave problema atingindo a todos, que é a insuficiência de médicos. Ela citou que 28% da população brasileira está no
Nordeste e que apenas 17% dos médicos são formados nessa região. Dilma reconhece que há falta de médicos em todo o Brasil, mas
alertou que a carência é mais aguda no interior do País, com foco nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Durante todo o evento,
inclusive durante os 30 minutos da fala da presidente, um grupo com cerca de 50 manifestantes - formado por servidores em greve da
Universidade Federal Rural de Pernambuco - promoveram em local ao lado uma sequência de barulhos, com apitos, gritos e buzinas,
atrapalhando a cerimônia da presidente.
Dilma lembrou que durante a campanha havia o compromisso de melhorar a qualidade do serviço público de educação, saúde e
segurança. A presidente vai buscar formas de melhorar isso. Ao se dirigir diretamente aos alunos, Dilma disse que se atrevia a fazer
um convite aos estudantes para que eles criem laços com a região, façam amigos, namorem, casem e ajudem a transformar essa região
em um polo de excelência. Isso depende de todos. O interior do Brasil precisa de mais médicos e de bons médicos. Acrescentou
também que o governo federal está decidido a mudar a distribuição de profissionais de medicina no País e a oferecer estímulos para
que eles fiquem no interior. Dilma ressaltou que vai investir pesadamente no SUS e nas residências que podem beneficiar áreas
carentes. Os rescém formados não ficarão sem trabalho.

Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) - É uma prova criada em 1998 pelo Ministério da Educação do Brasil que é utilizada
como ferramenta para avaliar a qualidade geral do ensino médio no país. Posteriormente, o exame começou a ser utilizado como
exame de acesso ao ensino superior em universidades públicas brasileiras através do SiSU (Sistema de Seleção Unificada).

Didatismo e Conhecimento 8
conhecimentos gerais e atualidades
Sistema de Seleção Unificada (SiSU) - É uma plataforma online desenvolvida em 2009 pelo Ministério da Educação brasileiro
utilizada pelos estudantes que realizaram o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para se inscreverem nas instituições de ensino
superior que aderirem totalmente ou parcialmente, com certa porcentagem de suas vagas, à nota do Enem como forma de ingresso,
em substituição ao vestibular.

Programa Internacional de Avaliação de Alunos (em inglês: PISA) - É uma rede mundial de avaliação de desempenho escolar,
realizado pela primeira vez em 2000 e repetido a cada três anos. É coordenado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento
Económico (OCDE), com vista a melhorar as políticas e resultados educacionais.

Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) - É uma autarquia federal vinculada ao Ministério
da Educação (MEC). Seu objetivo é promover estudos, pesquisas e avaliações periódicas sobre o sistema educacional brasileiro, com
o objetivo de subsidiar a formulação e implementação de políticas públicas para a área educacional. O INEP realiza levantamentos
estatísticos e avaliações em todos os níveis e modalidades de ensino. Sua atividade mais conhecida é a realização do Exame Nacional
do Ensino Médio (Enem) e a organização das avaliações periódicas do ensino superior brasileiro.

Prouni (Programa Universidade para Todos) - É um projeto do governo federal que tem como objetivo reservar vagas em
instituições privadas de ensino superior para alunos de baixa renda. O projeto é destinado à concessão de bolsas de estudo integrais
e parciais de 50% (meia-bolsa) para cursos de graduação tradicionais (duração de quatro anos) e sequenciais de formação específica
(dois anos).

Plano de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (REUNI) - É um plano que visa integrar todas as universidades
federais a uma hierarquia única de administração, além da ampliação da mobilidade estudantil, com a implantação de regimes
curriculares e sistemas de títulos que possibilitem a construção de itinerários formativos, mediante o aproveitamento de créditos e a
circulação de estudantes entre instituições cursos e programas de educação superior.

Prova Brasil - Criada, em 2005, pelo Ministério da Educação, é uma avaliação complementar ao Sistema Nacional de Avaliação
da Educação Básica (Saeb) e um dos componentes para o cálculo do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Ela é
realizada a cada dois anos e participam todos os estudantes de escolas públicas urbanas do 5° e do 9º ano de turmas com mais de 20
alunos. A avaliação é dividida em duas provas: Língua Portuguesa e Matemática.

Provinha Brasil - É uma avaliação aplicada aos alunos matriculados no 2° ano do ensino fundamental da rede pública. Ela verifica
a qualidade da alfabetização e o letramento dos estudantes. Foi criada pelo Ministério da Educação brasileiro em abril de, e faz parte
do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE). A Provinha Brasil oferece aos professores e gestores escolares um diagnóstico
sobre o processo de alfabetização da turma e de cada aluno de uma escola. A Provinha Brasil é elaborada pelo Inep e distribuída pelo
Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), autarquias vinculadas ao Ministério da Educação, nas secretarias de
educação municipais, estaduais e do Distrito Federal.

Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (FUNDEB) - É um conjunto de fundos contábeis formado por
recursos dos três níveis da administração pública do Brasil para promover o financiamento da educação básica pública Foi criado
em janeiro de 2007 e substitui o FUNDEF, sendo que a principal diferença é atender, além do ensino fundamental, também atender a
educação infantil e o ensino médio, nas modalidades de educação de jovens e adultos.

Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) - É a “nota” do ensino básico no país. Numa escala que vai de 0 a 10, o
MEC (Ministério da Educação) fixou a média seis, como objetivo para o país a ser alcançado até 2021. Criado em 2007, o Ideb serve
tanto como diagnóstico da qualidade do ensino brasileiro, como baliza para as políticas de distribuição de recursos (financeiros,
tecnológicos e pedagógicos) do MEC. Se uma rede municipal, por exemplo, obtiver uma nota muito ruim, ela terá prioridade de
recursos.

Bolsa Família e Educação - Inclusão social - Projetos de assistência social, como o Oportunidades, no México, e o Bolsa Família,
no Brasil são reconhecidos pela UNESCO como meios para combater a marginalização no setor da educação. No Brasil, o Bolsa
Família ajudou a transferir de 1% a 2% da renda nacional bruta para a parcela da população mais pobre do país, formada por 11
milhões de pessoas. Há um limite no que se pode avançar no setor da educação por meio da escola apenas. O maior problema no Brasil
está relacionado à pobreza e à desigualdade de renda. De acordo com a UNESCO, avanços na área da educação exigem intervenções
específicas integradas com uma estratégia mais ampla para a redução da pobreza e a inclusão social. Outra iniciativa brasileira citada
no estudo da UNESCO é o Fome Zero. O relatório aprova os resultados obtidos pelo programa, incluindo a garantia de alimentação
para 37 milhões de crianças nas escolas do país. Já o Brasil Alfabetizado, coordenado pelo Ministério da Educação, é apontado pela
UNESCO como um programa de sucesso, que já ofereceu curso de alfabetização para cerca de oito milhões de brasileiros.

Didatismo e Conhecimento 9
conhecimentos gerais e atualidades
Programa Ciência sem Fronteiras: De acordo com o diretor de Educação da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH-
Nacional), Luiz Edmundo Rosa, uma das maiores mudanças e conquistas no Brasil foi o crescente número de jovens que estão indo
estudar fora do Brasil, com o “Programa Ciência sem Fronteiras”. E o Brasil também se tornou atrativo, em nível mundial, para
estudantes de outros países. “Fato esse dos mais marcantes”, segundo este diretor. No entanto, um grande avanço parcial (porque
ainda não aprovado) é a tramitação do Plano Nacional de Educação (PNE 2020) no Congresso Nacional, com destaque para a
possibilidade de destinação de 10% do PIB para a Educação.

Assim, com os avanços tecnológicos, o mundo está se modernizando cada vez mais, trazendo mudanças significativas e de
grande importância para o cotidiano. “No campo da Educação, o fato da internet e da própria educação estarem andando lado a lado
pode ser muito produtivo, pois com o uso dos computadores a comunicação entre alunos e professores pode se tornar mais fácil e o
acesso à informação, mais ágil. No entanto, no Brasil, há que se avançar muito em termos de garantia de acesso às novas tecnologias,
tanto para professores como para alunos, sem falar da cobertura da banda larga e a produção de conteúdo em língua portuguesa
(nuvem), pois ainda grande parte do conteúdo encontrado é em língua estrangeira (predominantemente inglês)”.
Vale ressaltar também que o Ensino à Distância (EAD) precisa ser rigorosamente avaliado e acompanhado pelos órgãos oficiais
responsáveis pelo sistema educacional brasileiro. Desse modo, as tecnologias mais avançadas faz com que os alunos busquem cursos
fora do país. Apesar do passar dos anos, mais uma vez, o que mais faz pesar para o Brasil é a baixa qualidade do ensino superior e
também do ensino médio, que estão diretamente ligadas. Para que a qualidade do ensino superior no Brasil possa melhorar é preciso,
primeiro, melhorar a qualidade do ensino médio.

Energia Brasileira

Pré-sal

Novas reservas

As estimativas de reservas para o Pré-sal brasileiro indicam potencial de 70 a 100 bilhões de barris de óleo equivalente – boe
(somatório de petróleo e gás natural), mas o caminho para a exploração de toda essa riqueza ainda está em estágio inicial.
A produção do primeiro óleo do Pré-sal foi realizada em setembro de 2008 no campo de Jubarte, que já produzia óleo pesado do
pós-sal no litoral sul do Espírito Santo. Localizado ao norte da Bacia de Campos, na área conhecida como Parque das Baleias, esse
reservatório está a uma profundidade de cerca de 4,5 mil metros.
A produção do Teste de Longa Duração (TLD) do prospecto de Tupi, atual campo de Lula, iniciou-se em 1º de maio de 2008 e
foi somente ao final de 2010 que a Petrobras e seus parceiros comerciais iniciaram a produção em escala comercial nos campos do
Pré-sal. De acordo com a Petrobras, atualmente são extraídos cerca de 117 mil barris por dia de óleo no pré-sal das bacias de Santos
e de Campos, ambas no litoral sudeste do Brasil.
A Petrobras prevê a “fase zero” de exploração do Pré-sal, ao priorizar a coleta geral de informações e mapeamento do pré-sal,
até 2018. Entre 2013 e 2016 está prevista a “fase 1a”, com a meta de atingir 1 milhão de barris por dia. Após 2017, terá início a “fase
1b”, com incremento da produção e aceleração do processo de inovação. A Empresa informa que, a partir deste momento, é projetado
o uso massivo de novas tecnologias especialmente desenhadas para as condições específicas dos reservatórios do Pré-sal.
A Petrobras ressalta ainda que não há nenhum obstáculo tecnológico para a produção nessa nova fronteira exploratória e que os
investimentos em tecnologia diminuem os custos e aumentam a velocidade de exploração e produção no Pré-sal. Segundo a Empresa,
hoje o tempo médio de perfuração de um poço equivale a 66% do tempo médio de perfuração de poços entre 2006 e 2007 no Pré-
sal. Considerando que o afretamento (aluguel) de sondas de perfuração é um dos grandes custos de uma empresa de petróleo, essa
diminuição no tempo de perfuração tem grande impacto positivo na redução de gastos da companhia.
As reservas conhecidas de petróleo da Petrobras atingiram 16 bilhões de boe em 2010. Com isso, a participação do Pré-sal na
produção de petróleo passará dos atuais 2% para 18% em 2015 e para 40,5% em 2020, de acordo com o Plano de Negócios 2011-
2015. Hoje, são utilizadas 15 sondas de perfuração equipadas para trabalhar em lâmina d’água (LDA) acima de 2 mil metros de
profundidade. Em 2020, esse número chegará a 65.  Atualmente, são disponibilizados 287 barcos de apoio. O objetivo da Empresa
é atingir 568 barcos em 2020. 
Aos poucos a extração nos campos do Pré-sal tem aumentado. No campo Lula (antes conhecido como Tupi), na Bacia de Santos,
está em operação um projeto-piloto que utiliza o FPSO denominada Angra dos Reis, com capacidade para produzir diariamente até
100 mil barris de óleo e 4 milhões de m³ de gás. Trata-se da primeira plataforma de produção programada para operar em escala
comercial naquela área. Atualmente, o navio-plataforma ancorado a cerca de 300 km da costa produz em torno de 25 mil barris de
óleo por dia.

Didatismo e Conhecimento 10
conhecimentos gerais e atualidades
As informações coletadas por essas perfurações e em outras dezenas de poços permitiram reduzir significativamente as incertezas
sobre os reservatórios do Pré-sal. Várias dessas reservas recém-descobertas entraram em produção aproveitando plataformas que já
operavam no pós-sal (acima da camada de sal) de campos existentes e foram adaptadas para receber o óleo leve de reservatórios
identificados no Pré-sal. 

Novas tecnologias

As grandes descobertas de petróleo no Brasil nos últimos anos, em especial na camada de Pré-sal, foram determinantes para que
a Petrobras ampliasse ainda mais os seus investimentos em tecnologia de exploração petrolífera, em parceria com universidades,
centros de pesquisa e fornecedores.  A empresa já detém a tecnologia mais avançada do mundo em exploração de águas profundas,
mas a produção do Pré-sal, com profundidades superiores a 5 mil metros em relação ao nível do mar e sob lâminas d’água de mais
de 2 mil metros, exige uma revolução no setor.
A empresa conta hoje com 50 redes temáticas em 80 instituições. São investidos US$ 1,3 bilhão ao ano nessas parcerias. O
Programa de Desenvolvimento Tecnológico de Sistemas de Produção em Águas Profundas da Petrobras (Procap) engloba cinco áreas
de atuação: novo conceito de sistemas de produção; engenharia de poço; logística; reservatório; e sustentabilidade. Outra iniciativa
importante nessa área é a Rede Galileu, uma parceria da Petrobras com 14 universidades brasileiras, que recebeu investimentos de
R$ 117 milhões.  
O Visão Futuro, da Procap, tem o objetivo de dar prioridade ao conteúdo nacional nos projetos. A meta é promover o
desenvolvimento da competência tecnológica e da engenharia brasileiras sempre em bases competitivas. De acordo com a Petrobras,
estimular o conhecimento tecnológico nacional, além de contribuir para o desenvolvimento tecnológico do País, tornará mais fácil
para a empresa no futuro adquirir produtos no mercado interno, com o desenvolvimento de novos produtos e um suporte local
eficiente para manutenção e reposição de peças e equipamentos. 
O carro-chefe do programa é a elaboração de um novo conceito de sistemas de produção inovadores. Estão sendo desenvolvidos,
por exemplo, equipamentos de processamento primário cerca de dez vezes menores que os tradicionais. Usando-se recursos como
força centrífuga ou campo eletrostático, esses equipamentos, na forma de tubos compactos, podem ser instalados no fundo do mar,
em grandes profundidades, o que facilita a operação e economiza espaço nas plataformas.
Também estão em estudo o desenvolvimento de separadores compactos de fluidos (óleo, água e gás) por membranas cerâmicas,
aminas (composto molecular derivado da amônia) e microondas, entre outras alternativas. Essas tecnologias permitem maior
eficiência energética, menores custos, aumento da capacidade de produção e armazenagem da plataforma, além de diminuição do
uso de produtos químicos. 
A Petrobras já opera atualmente algumas plataformas desabitadas, por meio de salas de controle em terra, mas o objetivo é
avançar ainda mais. Uma das possibilidades em estudo é a automação de operações que hoje são realizadas passo a passo, como
colocar um poço de petróleo em teste, fazer a passagem do “pig” (equipamento para desobstrução de dutos), entre outras. Entre os
benefícios previstos estão a redução de custos operacionais com logística e do número de pessoas expostas a ambiente de risco.
Serão testados, também, nos próximos anos, diversos equipamentos para operação remota e automação. Entre eles, robôs
industriais com câmeras tridimensionais acopladas para auxiliar na manutenção de plataformas. 
Já Rede Galileu, criada pelo Cenpes em 2006 e que começou a operar em 2009, tem por objetivo a simulação em computadores de
fenômenos físicos relacionados aos grandes projetos de engenharia da indústria de petróleo e gás, usando os recursos de computação
de alto desempenho e avaliação de resultados em salas de visualização 3D. Os pesquisadores da Galileu simulam em laboratório as
condições extremas que a estatal enfrentará quando começar a explorar o petróleo da camada do pré-sal em escala comercial. 
Os cinco principais laboratórios da rede são da Universidade de São Paulo (USP), Universidades Federais do Rio de Janeiro
(UFRJ) e de Alagoas (Ufal), da Pontifícia Universidade Católica do Rio (PUC-Rio) e do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA).
A Galileu envolverá ainda outras nove instituições, que participam como “subsatélites” da rede de pesquisa.
O Laboratório de Computação Científica e Visualização (LCCV) da Ufal opera um sistema de rede de computadores que
produzem dados de apoio à perfuração de poços em camadas salinas. A LCCV já desenvolveu um programa para a Petrobras com
simulações de situações que podem ocorrer na exploração nos campos de pré-sal. De acordo com o coordenador da entidade, William
Wagner Mattos Lira, um dos principais desafios nesse tipo de exploração é que, ao serem perfuradas, essas rochas salinas podem
provocar o fechamento do poço devido a um fenômeno chamando fluência. O programa desenvolvido pela LCCV pode permitir que a
Petrobras, a partir dos dados desenvolvidos, tome uma decisão rápida que evite prejuízos para  a exploração. “Tomando uma decisão
rápida, com base nas informações das simulações, pode-se evitar, por exemplo, a perda de uma broca de perfuração, um equipamento
de altíssimo custo”, exemplifica o coordenador. (Fonte: Governo do Brasil)

Didatismo e Conhecimento 11
conhecimentos gerais e atualidades
Lei 12.734

A presidente Dilma Rousseff sancionou a Lei 12.734, que traz as novas regras para a partilha dos royalties do petróleo. O texto
está publicado na edição do “Diário Oficial da União”. A lei foi sancionada após mudanças feitas pelo Congresso, com derrubada de
142 vetos presidenciais. A polêmica em torno da lei dos royalties, porém, prossegue. O governo do Estado do Rio de Janeiro divulgou
nota informando que deve entrar com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) contra o texto promulgado.
A lei introduz uma nota de divisão dos royalties (tributos pagos pela exploração do petróleo), onde parcela dos recursos dos
Estados produtores, como Rio de Janeiro, Espírito Santo e São Paulo, além da União, passa a ser dividida entre todos os Estados.

Exploração

O primeiro leilão para exploração de petróleo na camada pré-sal por regime de partilha de produção será no dia 22 de outubro.
O anúncio foi feito pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Já havia sido definido pela presidente
Dilma Rousseff. De acordo com o diretor da ANP, Helder Queiroz, que presidiu a audiência pública em que foram feitos os anúncios,
o leilão será realizado no Rio de Janeiro e não em Brasília, como era previsto. Segundo ele, a mudança vai trazer facilidades logísticas
e economia para a agência.
A audiência pública foi realizada na sede da ANP para receber contribuições à minuta do pré-edital, que será publicada pelo
Ministério de Minas e Energia e colocada em consulta pública para que, então, seja realizada outra audiência pública sobre o contrato
de partilha. O leilão será para a exploração do Campo de Libra, localizado na Bacia de Santos e com reservas de 8 a 12 bilhões de
barris. A Petrobras terá participação de 30% no consórcio e as outras empresas poderão ter no mínimo 10%, o que limita o máximo
de participantes a sete mais a estatal. No pré-edital, será informado o percentual mínimo que a empresa vencedora terá de pagar na
hora de assinar o contrato (bônus de assinatura). Esse não é um leilão como qualquer outro. É uma área singular para a indústria
petrolífera brasileira e internacional.
A audiência foi marcada por questionamentos de manifestantes contrários ao regime de partilha e favoráveis à exploração
exclusiva da Petrobras. A sociedade brasileira consagrou esse regime de participação não exclusiva da Petrobras pela via democrática.
O Congresso aprovou essa lei e introduziu a abertura da indústria há bastante tempo. Representantes dos petroleiros prometeram
realizar mais manifestações contrárias ao regime de exploração do pré-sal. (As informações são da Agência Brasil)

Serviços Básicos

É dever de o Estado garantir que os serviços básicos (água, luz, telefonia, tratamento de esgoto, transporte público, coleta de
lixo, etc.) ofereçam-se à população com boa abrangência, eficiência e qualidade. Em países contaminados por ideologias neoliberais,
estes serviços têm sido concedidos a empresas privadas e reguladas por agências de Estado. Há também outra modalidade em que o
Estado aceita o estabelecimento de PPPs (Parcerias Público-Privadas). O setor de energia elétrica requer atenção dobrada porque é
fator estratégico de desenvolvimento econômico e de integração nacional. Toda precaução é mínima para evitar os riscos de apagão
e racionamento, que já causaram descontentamento no Brasil e provaram que falta planejamento neste setor.
A opção pela construção da usina binacional de Itaipu e o projeto atual de Belo Monte - a despeito dos interesses e riscos
envolvidos neste - decorre da abundância de recursos hídricos no Brasil e do preço mais baixo da energia que vem das turbinas em
barragens. Tomando como ponto de partida a preferência brasileira pelas usinas hidrelétricas por motivos naturais e políticos, o debate
atual concentra-se no barateamento do preço pago pelo consumidor final. O governo federal sob a presidência de Dilma Rousseff dá
passos confidentes em prol da inserção internacional mais competitiva do Brasil. Para este fim, o setor produtivo é fundamental na
consolidação de um projeto de desenvolvimento nacional que perpasse o incentivo à industrialização e ao consumo em geral.
As políticas energéticas - como a que inaugurou a usina hidrelétrica de Estreito entre Maranhão e Tocantins - compõem o
Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que visa à melhoria da competitividade da economia brasileira. Uma das principais
finalidades das políticas públicas mais recentes para o setor energético é manter as taxas satisfatórias de crescimento da renda interna
sem que o setor produtivo se abale por crises vindas de fora do país nem pelos intermediários que encarecem a energia que percorre
longos quilômetros. Dilma Rousseff anunciou que baixará as tarifas de energia elétrica. A previsão é de que as contas residenciais de
eletricidade fiquem 16% mais baratas e as industriais, entre 20 e 28%. Há, no entanto, preocupação maior do governo com a redução
de custos no setor produtivo que com o setor doméstico, que colherá os benefícios por tabela.
A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) recebeu 109 pedidos de renovação das concessões do serviço elétrico, embora
outras 14 empresas não manifestaram interesse em renová-las porque ou temem que o plano de redução tarifária afete seus negócios
ou preferem conhecer os novos contratos participando das licitações vindouras. O governo federal pretende renovar antecipadamente
algumas destas concessões, que vencem entre 2015 e 2017, por mais 30 anos a fim de garantir a realização de sua política de redução
tarifária sem prejudicar os interesses das empresas do setor elétrico.

Didatismo e Conhecimento 12
conhecimentos gerais e atualidades
As empresas que atuam nalguma das instâncias - geração, transmissão e distribuição - do setor elétrico negociam com o governo
federal a renovação de suas concessões. É provável que o governo tenha estabelecido um acordo com estas empresas para que
reduzam as tarifas do consumidor final em troca da garantia de que seus contratos se renovarão por mais algumas décadas. A medida
complementa-se com a redução de tributos nas contas de eletricidade. Os benefícios dos consumidores residenciais, que pouco
sabemos sobre os acordos tácitos entre pessoas e instituições de poder, são equiparáveis aos dos que propõem (e têm-nos aprovados)
projetos colossais como a usina de Belo Monte - que armou polêmica com as comunidades ribeirinhas do rio Xingu - ou aos dos que
renovam concessões energéticas por longo período?

Problemas no setor elétrico

O maior deles atingiu todo o nordeste do Brasil e 77% dos estados do Pará, Tocantins e Maranhão, no norte do país. O problema
foi provocado por um curto-circuito na linha de transmissão entre Colinas (TO) e Imperatriz (MA), que interliga os sistemas Norte/
Nordeste ao Sul/Sudeste. Uma semana após o ocorrido, o governo admitiu que houve falha humana na programação de proteção de
equipamentos. Episódios de menor impacto também revelaram falhas do sistema. Um problema na subestação de Furnas localizada
em Brasília, deixou a maior parte do Distrito Federal no escuro. A subestação responde por 60% da carga de energia da capital. Um
dia antes, uma pane em um transformador de Furnas, dessa vez em Foz do Iguaçu (PR), cortou o abastecimento de municípios do
Rio de Janeiro, Minas e do Paraná.
O mais recente blecaute de grandes proporções deixou cerca de 2 milhões de brasileiros sem energia elétrica. O apagão atingiu
principalmente Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais. Segundo a ONS, a origem da queda de energia foi o desligamento das seis
turbinas da usina hidrelétrica de Itumbiara, na divisa de Goiás e Minas Gerais. O motivo, ainda em investigação, pode ter sido um
raio. Durante todo o período, o governo tratou os episódios como pontuais e descartou possibilidade de racionamento de energia no
país.

Energia mais barata

A presidenta Dilma Rousseff anunciou que o governo iria reduzir tarifas de energia elétrica em 16,2% para os consumidores
residenciais e 28% para as indústrias a partir de 2013. A medida, de acordo com Dilma, busca aumentar a competitividade do país e
é histórica. Para alcançar a redução proposta, o governo apresentou condições para renovação das concessões de empresas de energia
elétrica. Os investimentos em infraestrutura, como hidrelétricas ou linhas de transmissão, no entendimento do governo, são contas já
pagas pelo consumidor. Assim, para renovarem os contratos, as concessionárias teriam de retirar da conta de luz os valores cobrados.
As empresas reagiram e acusaram o governo de fazer bondade com o chapéu alheio. Das prestadoras em atuação no momento,
14 ameaçaram não renovar contratos. Por fim, apenas as companhias Energética de São Paulo (Cesp), Energética de Minas Gerais
(Cemig) e Paranaense de Energia (Copel) recusaram a proposta, o que teve impacto no percentual de redução inicialmente anunciado,
que atingiu 16,7%. Recentemente, a Câmara dos Deputados aprovou a Medida Provisória 579, que trata de concessões de geração,
transmissão e distribuição de energia elétrica com vencimento entre 2015 e 2017. O projeto segue agora para o Senado.

Política Brasileira

Eleição do Presidente do Senado

O Senado Federal confirmou sua disposição em manter o velho histórico de corporativismo e elegeu o alagoano Renan Calheiros,
do PMDB, para presidir a Casa nos próximos dois anos. Ele derrotou com facilidade o novato Pedro Taques (PDT-MT), por 56 votos
a 18. Houve dois votos em branco e dois nulos. Pedro Taques havia recebido o apoio de partidos cujas bancadas lhe garantiriam pelo
menos 26 votos. Porém, como a votação é secreta, houve o previsível índice de traições - PSDB, DEM, PSB, PSOL e PDT anunciaram
apoio a Taques. Três senadores não compareceram à sessão: Luiz Henrique (PMDB-SC), João Ribeiro (PR-TO) e Humberto Costa
(PT-PE).
Para angariar votos, Renan usou da conhecida habilidade em negociar cargos na Mesa Diretora e promessas de arranjos políticos
futuros na Casa. Roberto Requião ganhou a presidência do braço brasileiro do Parlamento do Mercosul e Eduardo Braga virou líder
do governo. Também cobrou a “fatura” pela blindagem que ofereceu ao governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), na naufragada
CPI do Cachoeira.
Em seu discurso ao plenário, antes da votação, o candidato do PMDB à presidência do Senado não fez referência às denúncias
de corrupção que tem enfrentado nos últimos dias. Ao final dos 20 minutos que teve para defender a candidatura, ele limitou-se a
dizer que o Senado aprovou com celeridade a Lei da Ficha Limpa e que a ética é uma obrigação e responsabilidade de todos os
parlamentares. Renan Calheiros assumiu, em seu pronunciamento, o compromisso de defender a liberdade de expressão e prometeu
impedir o prosseguimento de qualquer proposta que signifique tolher esse direito.

Didatismo e Conhecimento 13
conhecimentos gerais e atualidades
Por ser candidato, Taques foi o penúltimo a discursar, antes de Renan. Admitindo a derrota iminente, o senador discursou e
se comparou ao herói da Pátria Tiradentes e ao ex-senador Ulysses Guimarães. Taques também lembrou do abaixo-assinado que
circula há quase uma semana na internet e que já recolheu 300 mil assinaturas contra a eleição de Calheiros. O pedetista alfinetou o
adversário e os senadores que defenderam a eleição de Renan. O senador alagoano volta ao cargo de presidente da Casa depois de
ter sido obrigado a renunciar, em 2007, por denúncias de corrupção que envolvem tráfico de influência e apresentação de notas falsas
para comprovar sua renda.

Banco Central

O cenário da política brasileira apresenta inúmeras mudanças principalmente no que tange a economia. Nesta questão, o Banco
Central alterou as regras de recolhimento de compulsório bancário sobre recursos com o objetivo de aumentar a liquidez do sistema
financeiro, sobretudo nos pequenos e médios bancos. Essa medida tem o potencial de injetar cerca de 30 bilhões de reais no mercado
num momento em que também há preocupação de impulsionar o crescimento econômico.
Tal medida busca otimizar a liquidez e descarta problemas com a saúde do sistema. A autoridade monetária anunciou que vai
reduzir o percentual de compulsório a prazo que tem rendimento pela Selic - em 11% ao ano. Assim, o percentual cairá para 73%
e depois, para 64%. Atualmente, todo o valor depositado é remunerado pela taxa básica de juros. A ideia da medida é estimular as
instituições financeiras a comprar ativos, como carteira de crédito, ou passivos como letras financeiras (título da dívida privados), de
outros bancos, sobretudo médios e pequenos, para usá-los na dedução do compulsório a prazo. Há alguns anos, o BC tem tomado
medidas para estimular as instituições grandes a comprar as carteiras das pequenas e médias instituições.
O estoque total de recursos a prazo no compulsório é de 134 bilhões de reais. Atualmente, uma parcela de 60 bilhões de reais
pode ser utilizada pelos bancos para deduzir esses ativos de outras instituições, mas apenas 31 bilhões de reais eram usados de fato,
de acordo com dados do final de novembro. Estão dando um incentivo adicional para que a outra metade seja aplicada. Isso mostra
que os bancos estavam entendendo ser mais recompensador depositar o compulsório e ganhar a remuneração da Selic do que comprar
carteira de crédito ou títulos privados de outros bancos. Ou seja, existe um potencial de 29 bilhões de reais que podem ser usados
pelos bancos para comprar ativos de outras instituições injetando liquidez no mercado e, no limite, alimentando o consumo por meio
de empréstimos. Segundo o diretor de Política Monetária, o potencial é de cerca de 30 bilhões, mas não significa que todo o valor vai
gerar crédito novo no sistema.
As medidas refletem ainda a preocupação do BC em estimular a economia, num momento que ela registrou estagnação no
terceiro trimestre e as perspectivas são de crescimento menor. O BC já vem reduzindo a taxa de juros, enquanto o governo anunciou
ações para incentivar o consumo. O BC não alterou a alíquota de 20% dos depósitos a prazo que tem de ir ao compulsório bancário,
que é a parcela dos depósitos dos bancos que fica presa na autoridade monetária. Querem otimizar a liquidez do sistema a partir de
uma regra que já existe hoje. Adicionalmente, o BC reduziu o valor do patrimônio de referência dos bancos para a venda da carteira,
de DI ou de Letras Financeiras. O patrimônio caiu de 2,5 bilhões de reais, para 2,2 bilhões de reais. A autoridade monetária também
decidiu incluir as letras financeiras como passivo a ser deduzido do compulsório a prazo num movimento para dar mais liquidez a
esse papel.

Ficha Limpa

Em relação a aprovação do Projeto de Lei Ficha Limpa no Senado, foi considerada um avanço na política brasileira, no sentido
de criar mecanismos para combater a corrupção no país. O projeto de lei, que foi elaborado por cidadãos comuns, entrou na pauta de
votações e recebeu aval do Congresso devido à pressão popular, o que demonstra a rejeição do brasileiro aos políticos desonestos. O
Projeto Ficha Limpa torna mais rigorosos os critérios que impedem políticos condenados pela Justiça de se candidatarem às eleições.
Apesar de ter recebido emendas na Câmara dos Deputados e no Senado que amenizam seu impacto, ele contribui para mudar o
comportamento da classe política.
A medida vai atingir políticos condenados por crimes graves, cuja pena de prisão é superior a dois anos, e aqueles que renunciarem
o mandato visando escapar do processo de cassação. Também se discute se políticos já condenados pela Justiça perderão o direito
de se candidatar ou se a lei só irá valer para os que receberem sentenças a partir da vigência das novas regras. A proposta chegou ao
Congresso por meio do Projeto de Lei de Iniciativa Popular (PLP), que é quando o projeto tem origem na sociedade civil. Existem
cinco tipos de propostas de leis que são apreciadas pelo Poder Legislativo: emenda constitucional projeto de lei complementar, lei
delegada, decreto legislativo e resolução. Cada iniciativa possui ritos próprios dentro das Casas legislativas e depende de um número
mínimo de votos para ser aprovada.
No caso do Projeto Ficha Limpa, trata-se de uma lei complementar. Esse tipo de projeto é feito para complementar ou regular
uma regra já estabelecida pela Constituição Federal de 1988. Para ser aprovado, precisa de votos da maioria absoluta da Câmara dos
Deputados e do Senado. Os projetos de lei complementar e ordinária podem ser apresentados por um deputado ou um senador, por
comissões da Câmara ou do Senado, pelo presidente da República ou pelo Supremo Tribunal Federal (STF), por Tribunais Superiores
e pelo Procurador-Geral da República.

Didatismo e Conhecimento 14
conhecimentos gerais e atualidades
Um caminho mais difícil é ser apresentado pelo cidadão, por meio do Projeto de Lei de Iniciativa Popular. Para isso, é preciso
a assinatura de 1% dos eleitores brasileiros distribuído por, no mínimo, cinco unidades da Federação. Em cada Estado e no Distrito
Federal é necessário o apoio mínimo de 3% do eleitorado. A proposta do Ficha Limpa foi encaminhada à Câmara dos Deputados pelo
Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE). Foram coletadas mais de 1,6 milhão de assinaturas. O Projeto Ficha Limpa
altera a Lei Complementar nº 64 de 1990. Esta lei, atualmente em vigor, estabelece critérios de impedimento para a candidatura de
políticos, de acordo com a Constituição. O objetivo, segundo o texto, é proteger a “probidade administrativa” e a “moralidade no
exercício do mandato”.
O Ficha Limpa proíbe que políticos condenados por órgãos colegiados, isto é, por grupos de juízes, se candidatem às eleições.
Pela lei atual, o político ficaria impedido de se candidatar somente quando todos os recursos estivessem esgotados, o que é chamado
de decisão transitada em julgado. O problema é que o trâmite pode demorar anos, o que acaba beneficiando os réus. Um processo
cível ou criminal começa a ser julgado no Fórum da cidade, onde acontece a decisão de primeira instância, que é a sentença proferida
por um juiz. Se houver recurso, o pedido é analisado por juízes do Tribunal de Justiça dos Estados. Há ainda a possibilidade de apelar
a uma terceira instância, que pode ser tanto o Superior Tribunal de Justiça (STJ) quanto, em se tratando de artigos da Constituição, o
Supremo Tribunal Federal (STF).
De acordo com a Lei Complementar nº 64, somente quando esgotados todos esses recursos o político que responde a processo
poderia ser impedido de se candidatar. Já o Projeto Ficha Limpa torna inelegível o réu que for condenado por um grupo de juízes que
mantiver a condenação de primeira instância, além daqueles que tiverem sido condenados por decisão transitada em julgado. Quanto
ao prazo de inegibilidade, ele varia hoje de acordo com a infração cometida e o cargo ocupado pelo político. Com as alterações do
Ficha Limpa, o prazo é de oito anos após o fim do mandato, incluindo as eleições que ocorrerem durante o restante do mandato do
político condenado, e independe do tipo de crime cometido.
Outra mudança diz respeito aos crimes que tornam o político inelegível, caso condenado. O Ficha Limpa mantém todos os delitos
previstos na lei em vigor (como crimes eleitorais, contra a administração pública e tráfico), e inclui outros, tais como: crimes contra
o patrimônio privado, contra o meio ambiente e saúde, lavagem e ocultação de bens, crimes hediondos e praticados por organização
criminosa. Segundo especialistas, emendas na proposta, feitas pelo Congresso, amenizaram o impacto da redação inicial do Ficha
Limpa. Talvez a alteração mais importante seja aquela referente ao dispositivo de “efeito suspensivo” de recursos. De acordo com
essa emenda, um político condenado em segunda instância por um órgão colegiado pode apelar junto ao STF e conseguir a suspensão
do recurso. Entretanto, essa medida dará mais agilidade ao processo, que terá prioridade na tramitação.
O texto original do Ficha Limpa também foi abrandado na Câmara dos Deputados, no artigo relativo à condenação do político. De
acordo com o projeto apresentado, o político ficaria impedido de concorrer às eleições se fosse condenado na primeira instância. Com
a emenda parlamentar, a inegibilidade é aplicada somente em decisão colegiada ou de última instância. No Senado, foi apresentada
uma emenda que determina que a proibição de candidaturas só vale para sentenças proferidas após a lei ser editada. A mudança na
redação substituiu o tempo verbal: de “sido condenados” para “forem condenados”. Ou seja, somente políticos que forem condenados
depois da Lei Ficha Limpa entrar em vigor serão impedidos de disputar as eleições, de acordo com a interpretação de alguns
especialistas.
Políticos como o deputado Paulo Maluf (PP-SP), que não poderia se candidatar às eleições, segundo o Ficha Limpa, pode fazer
isso graças à emenda feita ao projeto. Na prática, o Projeto Ficha Limpa afeta um quarto dos deputados e senadores que respondem
a inquéritos ou ação penal no STF. Porém, a lei sozinha não basta. As urnas ainda são a melhor forma de barrar os maus políticos.
Entre os crimes que tornam candidatos inelegíveis estão estupro, homicídio, crime contra o meio ambiente e a saúde pública, contra
a economia popular, fé pública, administração pública, patrimônio público, mercado financeiro, tráfico de entorpecentes e crime
eleitoral. A lei também prevê que quem renuncia ao cargo político para evitar cassação fica impedido de se candidatar para as eleições
que se realizarem durante o período remanescente do mandato e nos oito anos subsequentes ao término da legislatura.
O resultado da coleta foi entregue ao Congresso Nacional, marcando a data em que o PL foi protocolado e passou a tramitar
na casa. O texto aprovado na Câmara dos Deputados foi mais flexível do que o proposto pelo MCCE. A ideia inicial era proibir a
candidatura de todos os condenados em primeira instância. Antes da lei, só políticos condenados em ultima instância, o chamado
trânsito em julgado, eram impedidos de disputar.

Mensalão

Outra questão de suma importância refere-se ao Mensalão. Caracterizando o esquema de compra de votos de parlamentares, foi
deflagrado no mandato do governo de Luís Inácio Lula da Silva (PT – Partido dos Trabalhadores). Sempre houve rumores da “venda”
de votos por parte de deputados, mas nada fora comprovado. Até este esquema ser escancarado pelo então deputado federal Roberto
Jefferson (PTB – RJ).
Roberto Jefferson era acusado de envolvimento em processos de licitações fraudulentas, praticadas por funcionários da Empresa
Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), ligados ao PTB, partido do qual ele era presidente. Antes que uma CPI (Comissão
Parlamentar de Inquérito) fosse instalada para apurar o caso dos Correios, o deputado decidiu denunciar o caso Mensalão.

Didatismo e Conhecimento 15
conhecimentos gerais e atualidades
Um núcleo seria responsável pela compra dos votos e também pelo suborno por meio de cargos em empresas públicas. José
Dirceu, Ministro da Casa Civil na época, foi apontado como o chefe do esquema. Delúbio Soares, tesoureiro do PT, era quem
efetuava o pagamento aos “mensaleiros”. Com o dinheiro em mãos, o grupo também teria saldado dívidas do PT e gastos com as
campanhas eleitorais.
Marcos Valério Fernandes de Souza, publicitário e dono das agências que mais detinham contrato de trabalho com órgãos do
governo, seria o operador do Mensalão. Valério arrecadava o dinheiro junto a empresas estatais e privadas e em bancos, através
de empréstimos que nunca foram pagos. Fernanda Karina Somaggio, ex-secretária do publicitário, foi uma das testemunhas que
confirmou o esquema, apelidado de “valerioduto”. Outras figuras de destaque no governo e no PT também foram apontadas como
participantes do mensalão, tais como: José Genoíno (presidente do PT), Sílvio Pereira (Secretário do PT), João Paulo Cunha
(Presidente da Câmara dos Deputados), Ministro das Comunicações, Luiz Gushiken, Ministro dos Transportes, Anderson Adauto, e
até mesmo o Ministro da Fazenda, Antônio Palocci.
Todos os acusados foram afastados do cargo que ocupavam. Embora não houvesse provas concretas do esquema de corrupção,
os envolvidos não conseguiram se defender de forma contundente durante os interrogatórios à CPI dos Correios, instaurada para
investigar o caso. O Brasil tem muitos casos gigantescos de corrupção para dizermos que o chamado mensalão foi o maior caso.
Mas sem dúvida deu o mote para o maior julgamento criminal já realizado no STF (Supremo Tribunal Federal). Sob a liderança do
relator, ministro Joaquim Barbosa, foram condenados 37 entre 25 membros do núcleo político do governo Luiz Inácio Lula da Silva,
empresários e agentes públicos.
O Supremo também chancelou a visão de que o ex-ministro da Casa Civil e deputado cassado José Dirceu foi o chefe do
esquema. Dele participavam membros da cúpula do PT, o empresário Marcos Valério de Souza e dirigentes do Banco Rural, que
lavavam os recursos para que parecessem empréstimos legítimos. Na verdade esse dinheiro servia para bancar o apoio de partidos
aliados de Lula, como o PR e o PTB do denunciante condenado, Roberto Jefferson. Os desvios vinham principalmente da Câmara
dos Deputados e do Banco do Brasil - entidades geridas por petistas que subcontratavam a agência de Valério para trabalhos nunca
realizados. Era a fachada necessária para redistribuir o dinheiro a aliados. O Banco Rural participou com empréstimos fictícios ao
grupo do empresário e ao PT. A estimativa da Procuradoria-Geral da República é de que pelo menos R$ 135 milhões tenham sido
desviados de cofres públicos.
Dirceu foi condenado a quase 11 anos de prisão. Ele continua negando participação no esquema e pede um “julgamento do
julgamento do mensalão”, por ter sido condenado graças a uma tese chamada de “domínio do fato”. Essa teoria defende que um réu
pode ser incriminado mesmo sem provas concretas, contanto que tenha tido participação central nos fatos. Seu denunciante, Jefferson
também foi condenado, mas teve a pena reduzida, beneficiado pela delação: foi condenado a 7 anos e 14 dias em regime semiaberto.
Valério pode pegar até 40 anos de prisão. O ex tesoureiro do PT Delúbio Soares, principal interlocutor do empresário, foi
condenado a pouco mais de 8 anos de prisão. Ex-presidente do PT, José Genoíno recebeu pena de 6 anos de prisão em regime
semiaberto. Todos devem recorrer em liberdade. Fatos como a CPI de Carlinhos Cachoeira também marcaram o cenário da política
brasileira. Carlinhos Cachoeira foi preso pela Polícia Federal durante a Operação Monte Carlo, operação que desarticulou a
organização que explorava máquinas de caça-níquel no Estado de Goiás por 17 anos. Após o trâmite do processo, a 5ª Vara Criminal
do Tribunal de Justiça do Distrito Federal condenou Cachoeira por 5 anos de prisão. A condenação é no regime semiaberto, quando
réu precisa dormir na cadeia.
Enfim, a política brasileira também perdeu o ex-deputado federal José Vicente Goulart Brizola, 61 anos, pai do ministro do
Trabalho e Emprego, Brizola Neto. Filho mais velho do ex-governador do Rio Grande do Sul e do Rio de Janeiro Leonel Brizola,
José Vicente era sobrinho do ex-presidente João Goulart. Brizola faleceu devido a um grave um quadro hemorrágico.

Saúde Brasileira

Na questão da saúde brasileira, também houve muita movimentação. A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), por
exemplo, suspendeu a comercialização de 301 planos de saúde, de um total de 38 operadoras. A medida foi o resultado de uma
avaliação dos serviços prestados pelas operadoras, incluindo prazos máximos para marcação de consultas, exames e cirurgias.
Em dezembro, a ANS lançou, em seu site, uma nova ferramenta, intitulada de Espaço da Qualidade, onde os beneficiários ou
potenciais clientes dos planos podem verificar não só a qualidade do atendimento prestado pelas operadoras, mas todo um conjunto
de informações consolidadas no Índice de Desenvolvimento da Saúde Suplementar (IDSS).
O cenário da saúde também foi muito movimentado por parte dos investimentos na tecnologia da informação (TI). Vários
hospitais de ponta procuraram utilizar investimentos significativos em TI visando uma melhor qualidade e agilidade na prestação
dos serviços aos usuários. Vários especialistas do setor de saúde acreditam que a construção de uma infraestrutura de TI que suporta
o intercâmbio eletrônico de dados do paciente e integração de dados administrativos com informação clínica a partir de registros de
saúde eletrônicos (EHRs) vai reduzir os custos do setor e aumentar a eficiência.

Didatismo e Conhecimento 16
conhecimentos gerais e atualidades
Para criar uma maior eficiência no sistema, esses especialistas recomendam que os contribuintes e prestadores rapidamente
adotem a prática de troca de elegibilidade eletronicamente, reclamações e informações administrativas entre suas respectivas
organizações. Além disso, os autores sugerem que durante os próximos cinco anos provedores usem EHRs para integrar funções
clínicas e administrativas, tais como faturamento, autorização prévia e pagamentos.
Através da implementação de ferramentas de business intelligence para coletar informações úteis a partir de sistemas
administrativos, fornecedores e planos de saúde podem descobrir ineficiências no sistema à medida que procuram melhorar o
seu fluxo de trabalho e reduzir as tarefas administrativas e os custos. Por exemplo, em uma etapa de um serviço clínico pode ser
encomendado via eletrônica para um paciente e automaticamente ser cobrada do contribuinte. Estes também recomendam a criação
de uma força tarefa composta de contribuintes, provedores e fornecedores para “fixar metas vinculativas de cumprimento, monitorar
as taxas de uso e ter ampla autoridade para implementar medidas adicionais para alcançar todo o sistema de poupança de US $ 30
bilhões por ano.”
Assim, a tecnologia também pode ser usada para fornecer provas de que um médico seguiu as práticas e procedimentos corretos
ao atender aos doentes, tornando uma ferramenta útil para se defender contra ações judiciais. Várias fusões também ocorreram no
cenário da saúde brasileira, o Grupo Sabin, do Distrito Federal, anunciou fusão na capital baiana. A empresa pretende investir R$ 5
milhões, que serão aplicados na reestruturação do parque tecnológico, abertura de unidades e novas contratações.
A GE Healthcare fez sua primeira aquisição no Brasil. A XPRO, fabricante mineira de raios-x, passa a integrar o portfólio da
companhia e, com isso, amplia a oferta de produtos GE para clínicas e hospitais de menor porte. Além de aumentar a abrangência pelo
interior do País e regiões de menor acesso, a companhia norte-americana pretende fortalecer a exportação para países emergentes da
América Latina, assim como Arábia Saudita, China, Índia, entre outros. Em relação à questão política na área da saúde, foi Aprovado
projeto que obriga planos a oferecer tratamento domiciliar a doentes de câncer. Os planos de saúde poderão ser obrigados a cobrir
o tratamento quimioterápico domiciliar de uso oral ao doente de câncer e os custos de medicamentos usados pelos pacientes, como
reposição hormonal.
No caso dos planos que incluem internação hospitalar, a proposta obriga a cobertura para o tratamento de quimioterapia
oncológica ambulatorial e domiciliar, procedimentos radioterápicos e hemoterapia, visando a garantir a continuidade da assistência
prestada na internação hospitalar. Atualmente, 40% dos tratamentos oncológicos são de uso oral e feitos em casa. O percentual deve
dobrar em 15 anos.
Outro fato de suma importância, diz respeito a preocupação da saúde com o meio ambiente. Pensando nisso, o Hospital Sírio-
Libanês se dedicou a criar um projeto de compostagem de lixo orgânico gerado pela instituição, que deve custar R$ 100 mil por ano.
A intenção é abolir o crime ambiental por meio da reutilização e reciclagem de resíduos está em primeiro plano na instituição. Essa
decisão pelo projeto de compostagem com foco na questão socialmente sustentável é de responsabilidade e deve ser a de todas as
empresas. Isso não se mede em dinheiro e, sim, no impacto gerado à sociedade, que tem errado por não taxar de forma mais dura
àquele que não está sendo socialmente responsável.
Assim, para mandar os resíduos do hospital para o aterro sanitário, é necessário desembolsar uma boa quantia por ano, mas, com
o plano de compostagem, o valor deve chegar a R$ 350 mil. Para o resíduo compostável virar adubo orgânico, o Sírio-Libanês conta
com uma empresa parceira para ajudar no processo de encaminhamento desse material para a usina de compostagem. O recolhimento
de resíduos da instituição é feito diariamente pela equipe de agentes ambientais, formada por funcionários que voluntariamente se
oferecem para colaborar com o projeto.
Ainda na questão das inovações, vale ressaltar que o Brasil começou a produzir o primeiro medicamento para o câncer. Esse
medicamento é fruto de uma Parceria de Desenvolvimento Produtivo (PDP) que envolve os laboratórios públicos Instituto de
Tecnologia em Fármacos/Farmanguinhos da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o Instituto Vital Brazil da Secretaria de Saúde do
Estado do Rio de Janeiro, além de cinco empresas privadas. Com a iniciativa, estima-se que a economia para o Sistema Único de
Saúde chegue a R$ 337 milhões, em cinco anos. A produção nacional do Mesilato de Imatinibe será suficiente para atender a toda
a demanda do Sistema Único de Saúde – aproximadamente oito mil de pacientes hospitalizados. E depois, a previsão é que sejam
entregues, ao SUS, cerca de quatro milhões de comprimidos do medicamento.
A produção compartilhada por dois laboratórios oficiais é considerada uma forma de garantir que o resultado seja o melhor
possível. Na avaliação dos laboratórios públicos envolvidos, a iniciativa, além de incentivar o desenvolvimento tecnológico nacional,
deverá estimular a concorrência e a consequente diminuição de preços praticados pelo mercado para outros medicamentos. Apesar
das inovações, o problema na gestão do Sistema Único de Saúde (SUS) ainda continua. O descaso é constante, os gestores não
demonstram preocupação para impulsionar mudança alguma e assim, sem dúvida quem mais sofre são os pacientes.

Didatismo e Conhecimento 17
conhecimentos gerais e atualidades
Segurança Brasileira

A violência no Brasil consegue nos surpreender, como em São Paulo onde policiais foram covardemente assassinados, em
movimento organizado pelo Primeiro Comando da Capital. A guerra declarada entre polícia e crime organizado teve início quando
seis criminosos foram mortos durante uma ação de policiais das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota). Após uma denúncia de
truculência policial e investigação da Polícia Civil, pelo menos nove policiais da Rota foram presos pela execução dos criminosos.
Uma testemunha contou que três PMs - um sargento e dois soldados - chutavam o suspeito levado pela viatura até o local. Um
deles chegou a atirar a queima roupa no homem. A mulher ligou para a polícia e contou em tempo real o que, segundo ela, estava
acontecendo.
O bairro de Cidade Tiradentes vivia o seu primeiro toque de recolher. Moradores foram avisados de que os criminosos atacariam
batalhões em represália às mortes no bairro da Penha. Em junho, o bar que funcional no local onde os criminosos foram executados
pegou fogo. Segundo os proprietários, o incêndio não teve ligação com o PCC.

Onda de ataques: São Paulo viveu a primeira grande onda de ataques a policiais e bases da PM. Os primeiros ataques foram
registrados isoladamente, mas com o passar dos dias, ficou evidente de que se tratava de uma ação coordenada. A partir de uma série
de eventos, a Polícia Militar começou a registrar casos sequenciais de mortes e ataques.

Ônibus incendiados: Vários ônibus foram incendiados durante essa guerra aos policiais. Os veículos eram esvaziados e
incendiados como protestos aos policiais. Com a crescente onda de violência, a Secretaria de Segurança Pública continuava tratando
os casos como ações isoladas, descartando o envolvimento do Primeiro Comando da Capital.

Chacinas: Após o início dos ataques contra policiais e a ônibus, a PM começou a registrar um aumento em crimes com
características de execução e as primeiras chacinas começaram a aparecer.

Ações Governamentais

A Polícia Militar iniciou à Operação Saturação para combater o crime organizado em várias regiões da capital, em Guarulhos e
na cidade de Ribeirão Preto. A reunião definiu ações de “asfixiamento financeiro” das organizações criminosas responsáveis pelos
ataques e também a futura transferência das lideranças envolvidas em mortes de policiais para presídios federais. O governador de
São Paulo reconheceu pela primeira vez dificuldades na segurança pública por conta da onda de homicídios vivida em São Paulo
nos últimos meses. O secretário de Segurança Pública, Antônio Ferreira Pinto, pediu exoneração do cargo. Em seu lugar, assumiu o
ex-procurador geral de Justiça do Estado de São Paulo, Fernando Grella.
Também foram divulgados os nomes dos novos comandantes das polícias Civil e Militar de São Paulo. O Comando Geral da
Polícia Militar foi assumido pelo coronel Benedito Roberto Meira, atual chefe da Casa Militar do Governo do Estado. Já a Polícia
Civil passou a ser comandada pelo delegado classe especial Luiz Maurício Souza Blazeck. Já no Rio de Janeiro é autorizada a
internação compulsória como tentativa de conter avanço de usuários e traficantes do CRACK, droga que se tornou endêmica no pais
e atinge todas as classes sociais.
Explodem por todos os estados movimentos em prol de melhorias salariais de policiais militares e se iniciam questionamentos
sobre a possibilidade ou não de reivindicação e greve por parte dos militares. No Distrito Federal mais um ano de total incapacidade
do governo em combater a expansão do número de usuários de crack, com cracolândias cada vez maiores. Tivemos também aumento
massivo de sequestros relâmpago para terror dos brasilienses.
As duas corporações responsáveis pela segurança do DF, Policia Militar e Policia Civil tiveram seus momentos para mostrar a
total insatisfação com o GDF devido à falta de trato com estes profissionais e falta no cumprimento de promessas de campanha. A
policia civil teve este ano a maior greve de sua historia e os policiais militares também de forma inédita tiveram a assembleia dos
10.000 na praça do Relógio onde iniciou-se a operação TARTARUGA. Em comum a total desmotivação dos policiais no DF.
Os policiais militares tiveram a perda de grandes companheiros de farda desde a soldado Márcia assassinada covardemente por
cúmplices de seu próprio companheiro, também tiveram o soldado Romério assassinado em Planaltina, e tantos outros companheiros
assassinados, outros mortos em ação e alguns por questão de saúde. Grandes amigos que farão falta nas ruas e nos quartéis em que
serviam. Para os policiais militares do DF, também tiveram uma tentativa de reinstalação do período do “manda quem pode, obedece
quem tem juízo”, mas hoje tal trato com o combatente não encontra mais respaldo com o policial tendo mais conhecimento e sabendo
o que deve ou não fazer, conhecendo as leis e sabendo de seus direitos.

Didatismo e Conhecimento 18
conhecimentos gerais e atualidades
Sociedade Brasileira

Tragédia em Santa Maria - RS

A boate Kiss, na Rua dos Andradas, em Santa Maria - Rio Grande do Sul, foi palco de uma tragédia. Um incêndio, que teria
começado por volta das 2 horas da madrugada, causou a morte de dezenas de pessoas. Segundo o delegado Sandro Mainer, que
atendeu a tragédia, pelo menos 232 pessoas morreram nessa tragédia e deixou cerca de 150 feridos, 80 em estado grave. O fogo teria
começado na espuma de isolamento acústico, no teto. As chamas se espalharam rapidamente e todo o ambiente encoberto por uma
fumaça preta. O integrante de uma das bandas que se apresentou naquela noite - Gurizada Fandangueira, teria acendido um fogo de
artifício - uma espécie de sinalizador - que teria iniciado o incêndio.
O local possui apenas uma porta de saída e houve tumulto na tentativa de fuga. O número de pessoas que estavam na boate ainda
não foi confirmado. A festa “Agromerados” reunia estudantes da Universidade Federal de Santa Maria, dos cursos de Pedagogia,
Agronomia, Medicina Veterinária, Zootecnia e dois cursos técnicos. Pessoas foram pisoteadas ao tentarem sair pela única porta de
entrada da boate, a princípio bloqueada por seguranças preocupados com o pagamento de cartelas de consumo. Outros se perderam
no estabelecimento enquanto buscavam saídas alternativas, inexistentes no local.
Os primeiros jovens a sair da boate chamaram o Corpo de Bombeiros de Santa Maria que chegaram a pouco tempo. Ainda havia
muitas pessoas dentro da boate, e as que já estavam do lado de fora com vida precisavam ser socorridas. Bombeiros e sobreviventes
quebraram a fachada da boate a marretadas para retirar as pessoas. Os bombeiros levaram as pessoas salvas até a rua. Após abrir
a passagem, os bombeiros rastejaram boate adentro. Do lado direito, em frente e dentro do banheiro, estava o maior número de
pessoas. Pareciam empilhadas com empilhadeira. Devem ter pensado que no banheiro estariam salvas. Constatado que aquelas
pessoas estavam sem vida, procuraram eliminar os focos de incêndio. A maioria das pessoas morreu por asfixia, inalação da fumaça
tóxica. Foram poucas que morreram queimadas. A Força Aérea conseguiu um ventilador grande para ajudar a ventilar. Com o auxílio
de luz, foram encontrados mais corpos pela boate. Os sobreviventes foram levados aos hospitais da cidade, região e capital.
Os corpos das vítimas foram levados encaminhados ao Centro Desportivo Municipal para que as famílias reconhecessem os
corpos. O proprietário da boate Kiss e os integrantes da banda prestaram depoimento à polícia na mesma tarde, em Santa Maria. De
acordo com o chefe de Polícia Civil do estado, delegado Ranolfo Vieira Junior, diversas pessoas foram ouvidas para tentar esclarecer
as causas do fogo. A presidente Dilma Rousseff esteve no Hospital de Caridade de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, onde visitou
feridos do incêndio na boate Kiss. Após passar pelo hospital, a comitiva presidencial se dirigiu ao ginásio do Centro Desportivo
Municipal, onde estava ocorrendo o reconhecimento dos corpos das vítimas da tragédia.
Dilma conversou com alguns familiares que aguardavam para fazer o reconhecimento dos corpos, mas, muito emocionada,
logo deixou o local sem falar com a imprensa. Dilma cancelou três reuniões bilaterais no Chile e embarcou ainda pela manhã para
Santa Maria. Em entrevista antes da viagem, ela disse que mobilizou os ministros para monitorar e que o governo federal fará “tudo
o que for necessário”. Emocionada, a presidente lamentou a tragédia. O governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, decretou
luto oficial de 7 dias no Estado. O governador manifestou o seu pesar pelas mortes provocadas pelo incêndio. O prefeito de Santa
Maria (RS), Cezar Schirmer, decretou luto oficial de 30 dias pelas mortes ocorridas durante incêndio. De acordo com o Secretário de
Relações de Governo e Comunicação, Giovani Manica, é a primeira vez que um luto tão extenso é decretado na cidade. O incêndio
na boate Kiss é considerado a maior tragédia no estado do Rio Grande do Sul.

A Epidemia do Crack

Cerca de cinco vezes mais potente que a cocaína, sendo também relativamente mais barata e acessível que outras drogas, o
crack tem sido cada vez mais utilizado, e não somente por pessoas de baixo poder aquisitivo, e carcerários, como há alguns anos.
Ele está, hoje, presente em todas as classes sociais e em diversas cidades do país. Assustadoramente, cerca de 600.000 pessoas são
dependentes, somente no Brasil. Tal substância faz com que a dopamina, responsável por provocar sensações de prazer, euforia e
excitação, permaneça por mais tempo no organismo. Outra faceta da dopamina é a capacidade de provocar sintomas paranoicos,
quando se encontra em altas concentrações.
Perseguindo esse prazer, o indivíduo tende a utilizar a droga com maior frequência. Com o passar do tempo, o organismo vai
ficando tolerante à substância, fazendo com que seja necessário o uso de quantidades maiores da droga para se obter os mesmos
efeitos. Apesar dos efeitos paranoicos, que podem durar de horas a poucos dias e pode causar problemas irreparáveis, e dos riscos a
que está sujeito; o viciado acredita que o prazer provocado pela droga compensa tudo isso. Em pouco tempo, ele virará seu escravo
e fará de tudo para tê-la sempre em mãos. A relação dessas pessoas com o crime, por tal motivo, é muito maior do que em relação às
outras drogas; e o comportamento violento é um traço típico.

Didatismo e Conhecimento 19
conhecimentos gerais e atualidades
Neurônios vão sendo destruídos, e a memória, concentração e autocontrole são nitidamente prejudicados. Cerca de 30% dos
usuários perdem a vida em um prazo de cinco anos – ou pela droga em si ou em consequência de seu uso (suicídio, envolvimento
em brigas, “prestação de contas” com traficantes, comportamento de risco em busca da droga – como prostituição, etc.). Quanto a
este último exemplo, tal comportamento aumenta os riscos de se contrair AIDS e outras DSTs e, como o sistema imunológico dos
dependentes se encontra cada vez mais debilitado, as consequências são preocupantes. Superar o vício não é fácil e requer, além
de ajuda profissional, muita força de vontade por parte da pessoa, e apoio da família. Há pacientes que ficam internados por muitos
meses, mas conseguem se livrar dessa situação.

Mercado de Crack

O Brasil é o maior mercado de crack do mundo e o segundo de cocaína, aponta o 2º Levantamento Nacional de Álcool e Drogas.
O estudo, divulgado pela Universidade Federal de São Paulo, mostra que esta epidemia corresponde a 20% do consumo global da
cocaína — índice que engloba a droga refinada e os seus subprodutos, como crack, óxi e merla. Só nos últimos anos, um em cada cem
adultos fumou crack, o que representa um milhão de brasileiros acima dos 18 anos. Quando a pesquisa abrange o consumo das duas
drogas, cocaína e crack, o número atinge 2,8 milhões de pessoas em todo o país. O número é considerado “alarmante” no período
pelo coordenador do estudo, o psiquiatra Ronaldo Laranjeira.
Cerca de 6 milhões de pessoas (4% da população adulta) já experimentaram alguma vez na vida a cocaína, seja o pó refinado
ou apenas a droga fumada (como se apresentam o crack e o óxi). Já entre os adolescentes, 442 mil (3% dos que têm entre 14 anos e
18 anos) também já tiveram experiência com algum tipo dessas substâncias. Quanto ao uso da cocaína intranasal (cheirada), que é
a mais comum no mundo, pouco mais de 5 milhões de adultos (4%) admitiram ter experimentado o pó alguma vez na vida, sendo
2,3 milhões de pessoas (2%) nos últimos 12 meses. O uso é menor entre os jovens, sendo menos de 2% nos dois casos: 442 mil
adolescentes em um momento da vida, e 244 mil no último ano.  
Quase 2 milhões de brasileiros, afirmam os dados, já usaram a cocaína fumada (crack, óxi ou merla) uma vez na vida, atingindo
1,8 milhão de adultos (1,4% da população) e150 mil adolescentes (cerca de 1%). No último ano, foram cerca de 1 milhão de adultos
(1%) e 18 mil jovens (0,2%). A pesquisa, que foi feita com 4.607 pessoas de 149 municípios brasileiros, indica também que o primeiro
uso de cocaína ocorreu antes dos 18 anos para quase metade dos usuários (45%), seja para quem ainda consome a droga ou para
quem já consumiu ao menos uma vez na vida. No total, 48% desenvolveram dependência química, sendo que 27% relataram usar a
droga todos os dias ou mais de duas vezes por semana. Conseguir as drogas também foi considerado fácil por 78% dos entrevistados,
sendo que 10% dos usuários afirmaram já ter vendido alguma parte da substância ilegal que tinham em mãos.

Conhecendo o Inimigo

O filósofo chinês e estrategista militar Sun Tzu, famoso pelo livro “A arte da guerra”, já dizia, cinco séculos antes de Cristo, que
é necessário conhecer o inimigo para ganhar uma guerra. Um ano depois de o governo federal lançar o programa “Crack, é possível
vencer”, destinando R$ 4 bilhões até 2014 para combater o avanço da droga no país, o inimigo permanece uma incógnita. Números
exclusivos obtidos apontam que, em 2012, o governo liberou R$ 738,5 milhões para combater o que considera uma epidemia. Desse
montante, R$ 611,2 milhões foram para o Ministério da Saúde, R$ 112,7 milhões para o Ministério da Justiça e R$ 14,6 milhões para
o Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome. O dinheiro, porém, pode estar sendo gasto às cegas. Apesar de admitir
que considera a droga uma “epidemia” no país, o governo reconhece que não sabe o perfil dos usuários nem onde eles estão nem qual
é a melhor forma de tratá-los.

Crescimento de Homicídios

A taxa de homicídios no Brasil cresceu 41% em 20 anos, de acordo com a pesquisa IDS (Indicadores de Desenvolvimento
Sustentável) divulgada nesta segunda-feira pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Entre os Estados, Alagoas
(59,3), Espírito Santo (56,9) e Pernambuco (44,9) atingiram os maiores índices de mortes. As menores taxas foram registradas no
Piauí (12,4), Santa Catarina (13,4) e São Paulo (15,8). Segundo o IBGE, as mortes por homicídios afetam a esperança de vida, que
se reduz devido às mortes prematuras, sobretudo, de homens jovens.

Homicídio é mais frequente na juventude

Em quase todos os países do mundo, assim como no Brasil, as principais causas de mortes entre as pessoas são doenças como as
cardíacas, isquêmicas, acidentes vasculares cerebrais, câncer, diarreias e HIV. Mas, outro fator vem ganhando as primeiras posições
nas últimas décadas: o da violência. Segundo dados da Vigilância de Violências e Acidentes do Sistema Único de Saúde (Viva SUS),
o homicídio tem ficado em terceiro lugar do ranking de causas de mortes dos brasileiros e, estratificando-se pela faixa etária de 1 a
39 anos, este número alcança a primeira posição.

Didatismo e Conhecimento 20
conhecimentos gerais e atualidades
O fator violência é apontado como a principal causa de mortes entre jovens no Brasil. Dados nacionais desenvolvidos pela
Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH), o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), o
Observatório de Favelas e o Laboratório de Análise da Violência (LAV-Uerj) destacam a parte deste número de homicídios que
acontece ainda na adolescência. De acordo com o Índice de Homicídios na Adolescência (IHA), o número de mortes entre jovens
de 12 a 18 anos vem aumentando ao longo do tempo. Para cada mil pessoas nesta faixa etária, 2,98 são assassinadas. O índice nos
últimos anos era de 2,61. Este índice representa cerca de 5% dos casos de homicídio geral. Entre as principais causas de homicídio
está o conflito com a polícia. E o estudo aponta uma expectativa não muito animadora: até 2016 um total de 36.735 adolescentes
poderão ser vítimas de homicídio.

Vítimas de cor

Baseado no DataSUS/Ministério da Saúde e no Mapa da Violência nos últimos anos mostra que morreram no Brasil 49.932
pessoas vítimas de homicídio, um total de 26,2 para cada 100 mil habitantes. Dessas vítimas, 70,6% eram negras. 26.854 jovens
entre 15 e 29 sofreram homicídio, ou seja, 53,5% do total de vítimas nos últimos anos. Destes 74,6% eram negros e 91,3% do sexo
masculino. Estes índices de violência aos jovens negros vêm sendo apontados há muito tempo pela sociedade civil e por organizações
não governamentais, mas pouco tem sido feito para mudar essa realidade.
A nova edição do Mapa da Violência: “A cor dos homicídios no Brasil” desenvolvido pelo Centro Brasileiro de Estudos Latino-
Americanos, Secretaria de Políticas de promoção de Igualdade Racial e a Flacso Brasil mostra que este índice está aumentando ao
passar das décadas. A pesquisa mostra que nos últimos anos, segundo os registros do Sistema de Informações de Mortalidade (SIM),
morreram no país 272.422 cidadãos negros, com uma média de 30.269 assassinatos ao ano.

Bullying

O Bullying se refere a todas as formas de atitudes agressivas, verbais ou físicas, intencionais e repetitivas, que ocorrem sem
motivação evidente e são exercidas por um ou mais indivíduos, causando dor e angústia, com o objetivo de intimidar ou agredir outra
pessoa sem ter a possibilidade ou capacidade de se defender, sendo realizadas dentro de uma relação desigual de forças ou poder. No
Brasil, uma pesquisa realizada nos últimos anos com alunos de escolas públicas e particulares revelou que as humilhações típicas
do bullying são comuns em alunos da 5ª e 6ª séries. As três cidades brasileiras com maior incidência dessa prática são: Brasília, Belo
Horizonte e Curitiba.
Estiveram envolvidos em bullying 17% dos estudantes, como agressores ou vítimas. Os mais atingidos são os meninos. Segundo
o estudo, 12,5% dos estudantes do sexo masculino foram vítimas desse tipo de agressão, número que cai para 7,6% entre as meninas.
A sala de aula é apontada como o local preferencial das agressões, onde acontecem cerca de 50% dos casos.

Bullying pela Internet

O ciberbullying, ou bullying virtual, está ocorrendo com maior frequência no Brasil, segundo a pesquisa. Do universo de alunos
entrevistados, 16,8% disseram que são ou já foram vítimas de ciberbullying, enquanto 17,7% se declararam praticantes. Geralmente,
as agressões são feitas por e-mails e praticadas – assim como nas escolas – com maior frequência pelos alunos do sexo masculino.
Adolescentes na faixa etária entre 11 e 12 anos costumam usar ferramentas ou sites de relacionamento para agredir os colegas.
Crianças de 10 anos invadem e-mails pessoais e se passam pela vítima. Independentemente do ambiente, seja ele virtual ou escolar,
as vítimas não costumam reagir às agressões e podem passar a apresentar sintomas como febre, dor de cabeça, diarreia, entre outros.
Em casos mais graves, o sentimento de rejeição pode evoluir para algum tipo de transtorno ou chegar ao suicídio.

Lei contra Bullying

Entrou em vigor a lei que institui a política de conscientização, prevenção e combate ao bullying em Escolas públicas e
particulares do Distrito Federal. Agora, as Escolas terão de desenvolver ações para impedir humilhações, formar grupos de segurança
escolar com a participação de pais e alunos, além de registrar formalmente os casos ocorridos na instituição. A legislação não prevê
punições aos centros de Ensino ou aos responsáveis pela prática danosa. Na prática, ela embasa a postura de muitas Escolas na busca
pela integridade física e emocional dos alunos, mas também reforça a necessidade de adequação daquelas instituições que ainda não
adotaram medidas eficazes para garantir a paz dos estudantes.
Apesar de não estabelecer sanções, a legislação orienta que casos de provocações podem ser levados à direção da Escola, à
Secretaria de Educação, ao Conselho Tutelar, ao Ministério Público e até à Polícia Civil, se o assédio partir para itens tipificados
como crime ou por atos infracionais dispostos no Estatuto da Criança e do Adolescente.

Didatismo e Conhecimento 21
conhecimentos gerais e atualidades
Mudança na Lei 11.705, a “Lei Seca”

Foram aprovadas alterações na Lei 11.705, conhecida como Lei Seca. A tolerância para a combinação bebida alcoólica e volante
passa a ser zero e as possibilidades de prova de etilismo dos motoristas também foi ampliada. Com o novo texto, não é exigido
evidenciar a quantidade de bebida alcoólica consumida pelo motorista, mas uma capacidade psicomotora alterada em razão da
influência da mesma. Além do bafômetro – que pode ser ignorado com base no dispositivo constitucional que dispensa qualquer
cidadão de produzir provas contra si – haverá outros meios para comprovar tais alterações, como exame clínico, perícia, vídeo ou
testemunhas. O condutor que se recusar a fazer o teste também poderá ser enquadrado criminalmente.
Além de ampliar as provas, o projeto dobra o valor da multa que passará de R$ 957,69 para R$ 1.915,40 para quem for flagrado
dirigindo sobre efeito de bebida alcoólica ou outras substâncias (remédios, por exemplo) e inclui as sanções administrativas. Será
cobrado o dobro disso, R$ 3.830,80, em caso de reincidência em um período de 12 meses. Para regulamentar a lei, o CONTRAN –
Conselho nacional de Trânsito, por meio da  Resolução 432, ainda estabeleceu como infração dirigir sob “qualquer influência” de
bebida alcoólica. A decisão, após uma série de estudos, foi determinar que o motorista terá cometido infração se tiver 0,01 miligrama
de álcool para cada litro de ar expelido dos pulmões na hora de fazer o teste. Mas definiu, na regulamentação, que o limite de
referência será de 0,05 miligrama, por causa dessas diferenças dos aparelhos, em uma espécie de “margem de erro” aceitável.

Tráfico Humano

Há anos, o tráfico de seres humanos é praticado, principalmente, por ser um negócio extremamente lucrativo. Segundo
informações do Escritório das Nações Unidas Contra Drogas e Crime (UNODC), apenas o tráfico internacional de mulheres e
crianças movimenta, anualmente, de US$ 7 bilhões a US$ 9 bilhões, perdendo em lucratividade somente para o tráfico de drogas e o
contrabando de armas. A estimativa é de que, para cada pessoa conduzida ilegalmente de um país para outro, o lucro das organizações
criminosas chegue a US$ 30 mil. 
Ainda segundo levantamento do UNODC, a prática do tráfico de seres humanos cresce em todo o mundo, principalmente nos
países do leste europeu. No entanto, essa questão é evidente tanto nos países mais pobres, onde as vítimas geralmente são aliciadas,
quanto nos mais ricos, para onde estas pessoas são enviadas.
A pessoa traficada pode ter sido forçada ou ainda ter dado seu consentimento. Isso pode acontecer quando o traficante recorre à
ameaça, coação, à fraude, ao engano, ao abuso de autoridade ou à situação de vulnerabilidade da pessoa ou à entrega ou aceitação de
pagamentos ou benefícios. O consentimento da pessoa traficada é chamado de “engano” e não descaracteriza o crime. Sendo assim,
mesmo consentindo em ser traficada a pessoa continua tendo o direito de ser protegida por lei. Uma situação bastante comum é o
aliciamento pela oferta de emprego. Dessa forma, muitas mulheres são traficadas e, geralmente, para fins de exploração sexual.
A exploração também se configura quando a pessoa traficada é submetida a serviços forçados ou à escravidão. Há ainda o
tráfico que tem como fim a remoção e venda de órgãos. O Projeto Trama entende que existe exploração sempre que os direitos
humanos forem violados. Este Projeto teve início com o objetivo de desenvolver ações de enfrentamento do tráfico de pessoas para
fins de exploração sexual. Esta iniciativa ocorreu mediante a formação de um consórcio de quatro entidades não governamentais:
a Organização de Direitos Humanos Projeto Legal; o Instituto Brasileiro de Inovações em Saúde Social - IBISS; CRIOLA (uma
organização de mulheres afro-brasileiras); e a Universidade do Grande Rio - UNIGRANRIO, todas sediadas no estado brasileiro do
Rio de Janeiro e com reconhecida atuação e experiência na defesa, garantia e promoção de direitos humanos.
O destino mais comum de vítimas brasileiras é o Suriname, que registrou 133 casos nos ultimos 6 anos, segundo a Secretaria
Nacional de Justiça. Na sequência estão outros países europeus - Suíça, com 127 registros, Espanha, com 104, e Holanda, 71. Mas o
crime não se resume ao tráfico de mulheres e adolescentes para o exterior. Recentemente, na Bahia, além do caso das cinco crianças
de Monte Santo, investigado na CPI do Tráfico Nacional e Internacional de Pessoas do Senado, uma jovem, de pouco mais de 20
anos, da cidade de Itambé, ficou em cárcere privado, em Salvador.
Convidada a sair do interior da Bahia para trabalhar na capital do estado, a jovem ficou por poucas horas presa. O perfil da jovem,
de baixa renda e com pouca instrução, é o mais comum das vítimas de tráfico, de acordo com a coordenadora da unidade de combate
à prática na Bahia. Para evitar não cair nesse tipo de armadilha, a coordenadora do Núcleo de Enfrentamento ao Tráfico afirma que
as pessoas devem ficar atentas às propostas de mudança de país e ou de emprego com facilidades demais e remuneração acima da
média ou de valores exorbitantes. Orienta que, antes de aceitar qualquer proposta de emprego, é necessário verificar, por exemplo, a
procedência do convite, e checar a existência e o registro das empresas.
Quando a oferta de emprego for fora do país, o ideal é procurar os contatos do consulado do Brasil para o local onde está sendo
oferecida a vaga. Outro cuidado a ser tomado, é não entregar o passaporte para a pessoa responsável pela proposta de emprego e
passar todos os contatos para a família. No Brasil, o mais indicado é procurar, antes de qualquer confirmação de viagem, o núcleo de
enfrentamento ao tráfico, para evitar problemas.
Além das unidades que trabalham com a prevenção e acompanhamento de casos, foi criada a CPI para investigar casos da máfia
do tráfico de pessoas. Até agora, foram realizadas 27 reuniões e quatro diligências. Atualmente, mais de 30 pessoas, entre homens e
mulheres, cumprem pena no Brasil devido ao crime de tráfico de pessoas, segundo o Ministério da Justiça.

Didatismo e Conhecimento 22
conhecimentos gerais e atualidades
Leilão da Virgindade

Catarina Migliorini tem 20 anos e decidiu se inscrever em um concurso há dois anos. O produtor australiano Justin Sisely logo
chamou a menina, então com 18 anos, para fazer um teste em vídeo. Depois, ela foi a escolhida para participar do projeto. O leilão
pela virgindade da brasileira Catarina Migliorini terminou, o lance mais alto foi no valor de US$ 780 mil, o equivalente a mais de
R$ 1,5 milhão. A poucas horas do fim do leilão, seis pessoas disputavam a virgindade da garota no site “Virgins Wanted”. Os lances
foram alternados entre os seis: três americanos, um australiano, um indiano e um japonês. O japonês foi o autor do lance mais alto.
A garota é natural de Itapema, em Santa Catarina, e está na Austrália, para participar de um projeto que prevê o leilão e a gravação
de um documentário sobre a preparação para o momento. Ela e o vencedor vão se conhecer 10 dias após o arremate final. A primeira
vez está prevista para ocorrer durante um voo que partirá da Austrália ou Indonésia para os Estados Unidos. Entre as regras que
devem ser obedecidas pelo ganhador está o uso de camisinha obrigatório. Ele também não poderá beijar, não poderá realizar fantasias
nem fetiches, nem usar nenhum brinquedo. O ato também não será filmado. O ato será realizado em águas internacionais para evitar
problemas com as leis australianas.
Enquanto isso Catarina (cujo nome de batismo é Ingrid) segue em Bali na Indonésia, onde está há quase dois meses, e aproveita
o tempo com diversões simples. Catarina frisa que o leilão da virgindade nada tem a ver com qualquer dificuldade financeira. Pelo
contrário. A catarinense avisa que a família sempre deu tudo o que precisa (e até mais) para viver bem. Antes de ir para a Ásia, se
matriculou em uma faculdade de medicina na Argentina. Tinha tudo para seguir uma carreira conservadora e tradicional.
A guinada na história veio de maneira despretensiosa. Catarina se inscreveu no site achando que não ia levar a nada. Em menos
de um mês já havia sido selecionada, após trocar e-mails com a direção do site, realizar entrevistas por Skype e enviar alguns vídeos.
O destino do dinheiro também pouco preocupa. Catarina garante que não pensou nisso e nem sequer tem alguma expectativa do valor
final. A ideia é usar parte dos recursos para si, mas também dedicar uma quantia para ajudar outras pessoas, principalmente aquelas
que lutam para ter uma casa própria.
O subprocurador-geral da República João Pedro de Saboia Bandeira de Mello Filho quer que o diretor do documentário Virgins
Wanted (Procura-se Virgens, em tradução livre), Justin Siseley, que patrocinou o leilão da virgindade da brasileira e vai produzir
um filme sobre a história, responda pelo crime de tráfico de pessoas. Em entrevista, o subprocurador disse que ficou sabendo que o
australiano Sisely, idealizador do projeto, está vindo para o Brasil com Catarina, e tentará acionar o Ministério Público para que ele
responda pelo crime.
De acordo com o subprocurador, “não há dúvida” de que o leilão se trata de um crime. O subprocurador afirmou que, mesmo
que o ato sexual ainda não tenha acontecido, o crime já ocorreu. Aliciar uma brasileira para se prostituir no exterior é crime, não há
dúvida. A prostituição em si não é crime. Ela faz do corpo dela o que ela quiser. Não há a intenção de cercear a liberdade. O problema
é que um produtor de TV está ganhando dinheiro em cima disso.
A assessoria do Itamaraty confirmou o recebimento da comunicação do subprocurador, mas afirmou que não há indícios de que
o caso se configure em tráfico de pessoas. O Itamaraty ainda destacou que Catarina não teve o passaporte retido por alguém, nem
procurou a assistência do consulado na Austrália. Sobre a possibilidade de o Brasil retirar o visto da jovem para que ela retorne ao
País, o Itamaraty afirmou que isso não cabe ao Ministério das Relações Exteriores. O Itamaraty destacou, no entanto, que, caso receba
qualquer comunicação oficial do Ministério Público, tomará as devidas providências.

Macrorregiões

O Brasil é dividido em 3 macrorregiões econômicas:


- Centro-Sul - Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Mato Grosso
do Sul e Goiás.
- Nordeste - Bahia, Pernambuco, Alagoas, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Piauí e Maranhão.
- Amazônia - Mato Grosso, Tocantins, Pará, Amapá, Rondônia, Amazonas, Acre e Roraima.

Cada macrorregião possui características distintas devido a vários fatores, como história, desenvolvimento, população, economia.
A região Centro-Sul, de todas as macrorregiões, é a mais desenvolvida, não só economicamente, mas também em indicadores sociais
(saúde, educação, renda, mortalidade infantil, analfabetismo entre outros).

Cidades mais populosas

As cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, que lideram, em 2000 e 2010, o ranking dos municípios mais populosos, vêm
apresentando queda na taxa de crescimento, apesar do aumento populacional em números absolutos. Essas duas cidades continuam
sendo áreas de atração, mas não com tanto ímpeto quanto a algumas décadas. Os movimentos migratórios vêm diminuindo ao
longo do tempo e uma das principais causas para isso é a exigência de um nível de escolaridade alto no mercado de trabalho das
grandes metrópoles. Com isso, o imigrante tem dificuldade de se inserir e acaba optando por municípios onde a mão de obra é menos
qualificada.

Didatismo e Conhecimento 23
conhecimentos gerais e atualidades
Percentual de idosos na população segue em crescimento

Nas últimas décadas, o Brasil tem registrado redução significativa na participação da população com idades até 25 anos e
aumento no número de idosos. E a diferença é mais evidente se comparadas às populações de até 4 anos de idade e acima dos 65 anos.
De acordo com o IBGE, o grupo de crianças de 0 a 4 anos do sexo masculino, por exemplo, representava 5,7% da população total em
1991, enquanto o feminino representava 5,5%. Em 2000, estes percentuais caíram para 4,9% e 4,7%, chegando atualmente em 3,7%
e 3,6%. Enquanto isso cresce a participação relativa da população com 65 anos ou mais, que era de 4,8% em 1991, passando a 5,9%
em 2000 e chegando a 7,4% nos dias atuais. A Região Norte, apesar do contínuo envelhecimento, ainda apresenta, segundo o IBGE
uma estrutura bastante jovem. As regiões Sudeste e Sul são as mais envelhecidas do país

Distribuição por sexo

De acordo com o Censo atual, há 96 homens para cada 100 mulheres no Brasil. A diferença ocorre, segundo o IBGE, porque a
taxa de mortalidade, entre homens, é superior. Mas nascem mais homens no país: a cada 205 nascimentos, 105 são de homens. Das
grandes regiões, a única que foge à regra é a Região Norte, onde os homens são maioria. Isso se dá por conta da migração dessa
localidade, onde há atividade de mineração para os homens.

Censo contabiliza mais de 60 mil casais homossexuais

O Brasil tem mais de 60 mil casais homossexuais, segundo dados preliminares do Censo Demográfico 2010. Essa foi a primeira
edição do recenseamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) a contabilizar a população residente com cônjuges
do mesmo sexo.

Os Indicadores Sociais no Brasil

Analisando-se os dados coleados e divulgados pelo IBGE, é possível afirmar-se que houve uma melhora nas condições sociais de
grande parcela da população brasileira. Entre os principais indicadores dessa melhora, destacam-se o índice de distribuição de renda,
o nível de escolaridade e o número de domicílios que dispõem de bens e serviços básicos.
- Distribuição de renda: os dados mostram que a concentração de renda, que já foi extremamente perversa, sofreu uma ligeira
diminuição nos últimos anos, melhorando assim o índice de distribuição, pois os 10% mais ricos do país, que antes concentravam
49,8% de renda, agora concentram 48,2%, enquanto os 10% mais pobres, que antes ficavam com 0,7% da renda, agora ficam com
1,1%.
- Nível de alfabetização: a situação educacional da maioria da população do país ainda é extremamente grave e vergonhosa; no
entanto, houve também aí uma ligeira melhora. O porcentual de habitantes sem instrução ou com menos de 1 ano de instrução – os
analfabetos – diminuiu de 17.1%, em 1993, para 16,2%, em 1995, enquanto o porcentual de habitantes com 11 anos ou mais de
instrução passou de 14,4% para 15,4%, no mesmo período.
- Domicílios com bens e serviços básicos: os dados mostram que nesse item também se verificou uma melhora, já que, em
1995, 91,7% dos domicílios eram servidos por iluminação elétrica (eram 90,3% em 1993); 76,2% eram abastecidos por água (75,4%
antes); e 39,5% dispunham de rede coletora de esgoto (39,1% em 1993). A pesquisa indicou que atualmente 81% dos domicílios têm
televisão, 74,8% têm geladeira, 26,6% têm máquina de lavar roupas e 15,4% têm freezer.

Estrutura Étnica da População Brasileira

Um dos traços mais característicos da estrutura étnica da população brasileira é a enorme variedade de tipos, resultante de uma
intensa mistura de raças. Esse processo vem ocorrendo desde o início da nossa história, portanto há quase 5 séculos. Três grupos
étnicos básicos deram origem à população brasileira: o branco, o negro e o índio. O contato entre esses grupos começou a ocorrer
nos primeiros anos da colonização, quando os brancos (portugueses) aqui se instalaram, aproximaram-se dos indígenas (nativos) e
trouxeram os escravos negros (africanos). A miscigenação ocorreu de forma relativamente rápida já nesse período, dando origem,
então, aos inúmeros tipos de mestiços que atualmente compõem a população brasileira.
Esses dados, entretanto, são muito discutíveis, porque não levam em conta as origens étnicas dos indivíduos, mas apenas a cor
de sua pele. Assim devem ser analisados com cautela, pois a discriminação racial que atinge alguns grupos étnicos faz com que as
respostas dos entrevistados sejam, muitas vezes, diferentes da realidade. É comum que um entrevistado negro ou índio responda ser
mestiço, assim como indivíduos mestiços respondam ser branco. Um fato, no entanto, é inquestionável: a população brasileira torna-
se cada vez mais miscigenada, diminuindo as diferenças mais visíveis entre os três grupos étnicos originais.

Didatismo e Conhecimento 24
conhecimentos gerais e atualidades
(In) Justiça Social no Brasil

Racismo, Preconceito e Intolerância no Brasil Discriminação - Os negros (pretos e pardos) representam 47,3% da população
brasileira. Na camada mais pobre da população, eles são 66%. No topo da pirâmide social, há apenas um negro para cada nove
brancos. Raiz histórica - A discriminação racial vem da época da escravidão. Sua abolição, porém, não foi acompanhada de políticas
para melhorar a condição de vida dos ex-escravos. Como resultado, perpetuou-se a pobreza dos negros. Condições de vida - O
analfabetismo atinge 12,9% dos negros. Em média, eles têm dois anos de estudos a menos que os brancos. Apenas 16% chegam à
faculdade, e só 2% se formam. Na média nacional, a renda dos negros equivale à metade da renda dos brancos. A discriminação fica
patente quando, mesmo com formação idêntica e ocupando cargos equivalentes ao dos brancos, os negros recebem salários menores.
Ações afirmativas - O Brasil hoje discute o uso de cotas e políticas afirmativas para ampliar as oportunidades aos negros. Entre
as medidas, está a reserva de cotas nas universidades. As medidas são polêmicas: não é possível definir com exatidão quem é negro;
além disso, essas medidas podem provocar mais discriminação. A unanimidade entre os especialistas é a necessidade de investimento
maciço para ampliar o acesso à educação, desde o ensino básico.

Sistemas de Cotas

O sistema de cotas, sancionado, será usado desde já na seleção de candidatos. O Ministério da Educação já informou aos
reitores das 59 universidades e instituições federais do país que eles terão que adotar o sistema de cotas imediatamente. Pela lei, as
universidades e instituições federais de todo o país terão que reservar 50% das vagas para alunos que cursaram todo o ensino médio
em escolas públicas, levando em conta o percentual racial de cada estado para preencher as vagas. Desse total, metade será para
alunos com renda familiar mensal de até um salário mínimo e meio por pessoa. A outra metade para negros, pardos e índios, também
obedecendo a proporção dessas populações em cada estado, de acordo com o IBGE. A aplicação da cota será gradual, nos próximos
quatro anos. Agora, a reserva de vagas vai ser de pelo menos 12,5%.

Perdas na Sociedade Brasileira

Hebe Camargo - Hebe Maria Monteiro de Camargo Ravagnani, mais conhecida como Hebe Camargo ou simplesmente Hebe.
Hebe que lutava contra um câncer, morreu em São Paulo aos 83 anos após sofrer uma parada cardíaca de madrugada, enquanto
dormia.
Oscar Niemeyer - Oscar Ribeiro de Almeida Niemeyer Soares Filho foi um arquiteto brasileiro, considerado uma das figuras-
chave no desenvolvimento da arquitetura moderna. Niemeyer foi mais conhecido pelos projetos de edifícios cívicos para Brasília,
uma cidade planejada que se tornou a capital do Brasil em 1960, bem como por sua colaboração no grupo de arquitetos que projetou
a sede das Nações Unidas em Nova Iorque. Oscar Niemeyer faleceu no Rio de Janeiro, em decorrência de uma infecção respiratória
poucos dias antes de completar 105 anos de idade.

Tecnologia Brasileira

Brasil é pioneiro na fabricação de chips nacionais na América do Sul. Um dos objetivos do CI-Brasil é formar especialistas
por meio do Programa Nacional de Formação de Projetistas de Circuitos Integrados. Diversas empresas, centros de pesquisa e
startups integram o setor de Circuito Integrado no País. Algo bem diferente do Brasil dos anos 50. As primeiras instituições a
desenvolverem pesquisas de semicondutores foram o Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), a partir de 1953, e o Instituto de
Física da Universidade de São Paulo (USP), nos anos 60, quando a indústria eletrônica brasileira começou a ser implementada.
Em 1968, a Escola Politécnica da USP inaugurou o primeiro laboratório de microeletrônica do País, o LME, pioneiro no
desenvolvimento de várias tecnologias, entre elas, a criação do primeiro chip 100% nacional em 1971. Em 1974, é a vez de a
Faculdade de Engenharia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) fundar o LED (Laboratório de Eletrônica e Dispositivos),
que desenvolveu equipamentos de microeletrônica, como fornos térmicos. O LED é o atual Centro de Componentes Semicondutores
(CSS), responsável por pesquisa de ponta em técnicas de micro e nano tecnologias, além de cursos de graduação, de pós-graduação
e de extensão na área.
O mercado de microeletrônica expandiu-se nos anos 70, puxado pelo aumento do consumo de bens de consumo duráveis –
geladeiras, fogões, máquinas de lavar roupa etc. Nos anos 80, pouco mais de 20 empresas fabricantes de componentes eletrônicos já
operavam no Brasil. O setor sofreu uma retração com a Lei de Informática, de 1991. O objetivo era fomentar um mercado nacional,
mas o efeito foi contrário. Pela legislação, ganhariam isenção as empresas que cumprissem o chamado Processo Produtivo Básico
(PPB), que fixava um percentual mínimo de nacionalização. Mas essa nacionalização era para os produtos finais, e não para a
produção dos chips.

Didatismo e Conhecimento 25
conhecimentos gerais e atualidades
Sem incentivos, várias empresas fecharam ou saíram do País, que passou a importar chips. Entre 1989 e 1998, a produção nacional
de semicondutores caiu de US$ 200 milhões para US$ 54 milhões, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e
Eletrônica (Abinee). Só em 2001, com a nova Lei de Informática, a produção de chip voltou a ter força. A partir de então, os fabricantes
teriam até 97% de desconto do IPI (Imposto de Produtos Industrializados), desde que investissem 5% do faturamento em pesquisa
de novas tecnologias. Depois desta, outras leis ampliaram a possibilidade de isenções fiscais que aceleraram o desenvolvimento de
inovações tecnológicas dentro do Brasil. O grande marco veio em 2008, com a fundação do Centro de Excelência em Tecnologia
Eletrônica (Ceitec), empresa pública federal responsável por desenvolver chips com tecnologia nacional. O Ceitec é a primeira
fábrica de chips da América Latina.

Chip orgânico

Outra iniciativa que também ganha destaque atualmente na corrida tecnológica brasileira é a pesquisa em eletrônica orgânica,
ou seja, com produtos baseados em carbono em vez dos tradicionais silício ou cobre. O Instituto Nacional de Eletrônica Orgânica
(Ineo), integrado ao Instituto de Física da USP em São Carlos (interior de São Paulo), desenvolve dispositivos eletrônicos a partir de
moléculas orgânicas. Esses componentes são utilizados, por exemplo, em telas luminosas e “displays” de computadores e televisão
com a tecnologia OLEDs (em português, Diodo Orgânico Emissor de Luz). Uma tela com essa tecnologia é composta de moléculas
que emitem luz ao serem atravessadas por uma corrente elétrica. Além de consumir menos energia, a tela exibe imagens com
mais nitidez. Os trabalhos do Ineo estão focados, além de outras tecnologias ligadas à eletrônica orgânica, no desenvolvimento de
dispositivos conservadores de energia, que podem simular, por exemplo, uma espécie de fotossíntese para gerar energia.

Prêmio MERCOSUL

A Reunião Especializada em Ciência e Tecnologia (RECyT) do MERCOSUL anunciou recentemente os finalistas do Prêmio
MERCOSUL de Ciência e Tecnologia, cujo tema era “Inovação tecnológica na saúde”. O Prêmio é apoiado pela Organização das
Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) e é aberto a estudantes e pesquisadores do Brasil e de todos os
países integrantes do MERCOSUL, divididos em quatro categorias que abrangem do ensino médio ao doutorado. Os autores pré-
selecionados são estudantes e pesquisadores da Argentina, Brasil, Bolívia e Peru. A relação completa dos pré-selecionados está no
site do Prêmio. Eles serão convocados a enviar documentação específica. Caso apresentem todos os documentos em regularidade,
serão aclamados como vencedores.

Crimes Cibernéticos

Com o espaço cibernético, todos os tipos de informações passaram a ser acessadas e compartilhadas em tempo real e em alta
velocidade. Por um lado, a rede proporcionou avanços inestimáveis, mas no âmbito criminal, o advento da internet trouxe problemas.
Desvios de dinheiro em sites de bancos, interrupção de serviços, invasão de e-mails, troca e divulgação de material de pornografia
infantil são apenas alguns exemplos de crimes que não precisam mais ser executados na calada da noite. Tudo pode ser feito a
qualquer hora, de qualquer lugar do planeta. Basta um computador conectado à internet.
De 1995 até hoje, quando o acesso à internet passou a comercializado no país, os crimes via rede mudaram de escala e de volume,
porém o dinheiro ainda é o principal atrativo para os criminosos. Um estudo divulgado, no mês passado, pela Norton da Symantec,
aponta que os prejuízos com crimes cibernéticos somaram R$ 15,9 bilhões no Brasil no último ano. Especializada em segurança de
computadores e proteção de dados e software, a empresa ouviu 13 mil adultos, com idade entre 18 e 64 anos, em 24 países, sendo
546 brasileiros entrevistados. De acordo com o estudo, calcula-se que 28,3 milhões de pessoas no Brasil foram vítimas de algum tipo
de crime cibernético.
O montante aferido pela empresa é mais de dez vezes superior ao prejuízo de R$ 1,5 bilhão registrado pela Federação Brasileira
de Bancos (Febraban) com esses crimes, com crescimento de 60% em relação às fraudes em serviços bancários via internet e celular,
em transações de call center, cartões de crédito e de débito registradas. Do total, R$ 900 milhões foram perdidos em golpes pelo
telefone e em pagamentos com cartão de débito e de crédito usados presencialmente. As fraudes na internet e no mobile banking,
ações praticadas por hackers, custaram R$ 300 milhões. Para os golpes com uso de cartões de crédito pela internet, estima-se o
mesmo valor (cerca de R$ 300 milhões). A entidade calcula que as perdas com esses tipos de crimes chegaram a R$ 816 milhões.
A Polícia Federal (PF) está de olho no que acontece na internet. Desde 2003, a PF tem uma unidade que cuida da repressão aos
crimes cibernéticos. Pensando nos grandes eventos que o país vai sediar como a Copa do Mundo e as Olimpíadas, ganhou força este
ano com a criação de um centro de segurança cibernética. De acordo com o delegado responsável, Carlos Eduardo Miguel Sobral,
o desafio da PF é combater ataques que podem levar a um apagão de acesso à rede mundial de computadores no país. O Brasil não
tem histórico de ataques por quadrilhas estrangeiras. Por aqui, os criminosos, em geral, são de classe média alta e têm entre 25 e 35
anos. Porém, não ficamos atrás de ninguém. Estamos alinhados com outros países, como a Inglaterra, o Japão e a Coreia, que detém
a tecnologia nessa área.

Didatismo e Conhecimento 26
conhecimentos gerais e atualidades
Problemas de senhas

De quantas senhas precisamos lembrar por dia? Talvez você comece com as senhas para destravar o celular e para ligar o
computador da empresa. Na internet, usará senhas para acessar e-mail, Facebook, Twitter, sites de comércio online e assinaturas
de sites de notícias. No meio do dia, é hora de lembrar o código do vale-refeição ou do cartão de crédito. Vai sacar dinheiro? Usará
a senha alfabética exigida por alguns caixas eletrônicos. Essa profusão de códigos que somos obrigados a memorizar abre debates
sobre segurança online e já ganhou até nome: “password fatigue” ou “password overload” (fadiga ou sobrecarga de senhas, em
tradução livre).
Uma pesquisa feita com 2,2 mil americanos, apontou que 58% dos entrevistados têm cinco ou mais senhas para lembrar, e 30%
têm dez senhas. Mais de um terço deles declarou que preferiria cumprir uma tarefa doméstica – lavar roupa ou limpar o banheiro
– a criar um novo cadastro de login e senha. Para alguns especialistas, essa sobrecarga se dá porque a internet originalmente não
foi pensada para conter tantos dos nossos dados pessoais. Como hoje uma grande parte da nossa vida está sob esses códigos, quão
seguros eles são - ou deveriam ser?
Joseph Bonneau, que estudou senhas e segurança cibernética na Universidade de Cambridge, diz que muitas das senhas escolhidas
pelas pessoas são extremamente fracas, como ABCDE. Ainda assim, ele não acha que o tema deva ser encarado com paranoia.
“Para Joseph é ter senhas bem seguras para coisas importantes, como o cartão de banco e e-mail. Nesses casos, vale evitar números
associados à sua vida e apostar em combinações aleatórias de letras e números que, como serão usadas com frequência, acabará sendo
memorizadas. Para cadastros menos importantes, senhas simples bastam.
Outra sugestão de Bonneau é usar “password managers” (gerenciadores de senha), programas que, sob uma única senha mestra,
geram códigos para as demais senhas que você precisar. Basta, então, memorizar a senha mestra. A ideia não é unânime entre
os analistas, até porque, caso você esqueça a senha mestra, terá uma grande dor de cabeça. Para se prevenir, evite digitar senhas
importantes em computadores de lan-houses e, no computador pessoal, tome cuidado ao instalar programas e mantenha antivírus e
atualizações em dia.

Transporte Brasileiro

Transporte Rodoviário

Em relação ao transporte rodoviário brasileiro, pode-se dizer que a criação da Lei do Motorista promoveu inúmeras discussões
neste setor. Esta referida Lei que estabelece a obrigatoriedade a todos os condutores de ônibus com mais de dez passageiros e
caminhões acima de 4,5 toneladas de realizar paradas para descanso e obedecer ao tempo de direção está em vigor em todo o Brasil,
segundo determina resolução do Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN). No entanto, como é sabido, não há infraestrutura
rodoviária nem pontos de parada adequados para que os caminhoneiros possam cumprir as regras do tempo de direção e das 11 horas
obrigatórias de descanso a cada período de 24 horas.
Reflexo da insatisfação de algumas categorias dos transportadores, um representante dos autônomos, o Movimento União Brasil
Caminhoneiro (MUBC), que deflagrou a paralisação dos caminhoneiros no final de julho, pediu ao governo que prorrogasse o prazo
de adaptação para 240 dias, solicitação que não foi atendida. O texto da Lei traz direitos e deveres dos motoristas e estabelece duas
figuras jurídicas importantes para o dia a dia dos profissionais: o tempo de direção e a jornada de trabalho. É muito importante que
estes dois conceitos não sejam confundidos.
Tempo de direção é o período em que o motorista passa efetivamente conduzindo o veículo e se aplica tanto para autônomos
quanto para contratados de empresas. Segundo a Lei, o tempo de direção obrigatório para todos os motoristas profissionais não
deve ultrapassar as quatro horas ininterruptas, com intervalos de meia hora para descanso. Jornada de trabalho é o período em que o
empregado está à disposição da empresa, mas não necessariamente à frente do caminhão ou do ônibus. A jornada de trabalho é regida
pelas regras da CLT e pelas convenções coletivas firmadas pelos Sindicatos laborais e patronais. Na base territorial de São Paulo,
por exemplo, a convenção dos motoristas do setor de cargas determina que a jornada de trabalho é de 8 horas diárias. Pela Lei, esta
jornada pode ser acrescida de somente duas horas extras.
Tanto o tempo de direção quanto a jornada de trabalho serão fiscalizados pelas autoridades do Trabalho e de Trânsito, por
meio de dispositivos regulamentados, como o tacógrafo, obrigatório em todos os veículos, ou por meio de uma papeleta, no caso
dos autônomos. A Lei estabelece intervalo mínimo de uma hora refeição e de 11 horas de descanso obrigatório a cada 24 horas
trabalhadas. Além disso, a nova regra determina que o empregado deve ter descanso remunerado de 36 horas após viagens de longa
distância. Não será mais permitida a remuneração dos motoristas por quilometragem, por viagem ou produtividade, se a empreitada
ultrapassar as horas regulamentares da jornada de trabalho do empregado ou do tempo de direção.

Didatismo e Conhecimento 27
conhecimentos gerais e atualidades
Tempo de espera

Um dos grandes adventos da nova Lei é a criação da figura do tempo de espera. Nas operações, é muito comum o motorista ficar
aguardando o caminhão ser carregado ou descarregado, ou ficar parado em uma barreira fiscal para a fiscalização dos documentos da
carga. Pela nova Lei, o tempo de espera, para os motoristas empregados, deve começar a ser contado a partir do término da jornada
de trabalho e será remunerado com uma hora de trabalho mais 30%, sem a incidência de encargos e base de cálculo no pagamento.
Assim como o tempo de espera representa uma novidade trazida com a nova lei, o legislador criou a figura do “tempo de reserva”,
assim entendido como sendo o tempo de repouso dos motoristas que trabalham em dupla, se revezando na direção do caminhão.
Diferentemente do tempo de espera onde os 30% (trinta por cento) sobre a hora normal são indenizados, no “tempo de reserva” a hora
normal é “remunerada” em 30% (trinta por cento).
A figura do tempo de reserva também é aplicável ao transporte de passageiros de longa distância em regime de revezamento, nos
termos do parágrafo 12º, do artigo 235-E. Outra importante inovação trazida pela nova lei é a contida no parágrafo 11, do artigo 235-
E que regula a situação muito comum na região norte do país, onde os veículos de transportes são conduzidos através de embarcações
fluviais. Nesses casos, desde que a embarcação disponha de alojamento para o repouso diário previsto no parágrafo 3º, do artigo
235-C (intervalo de 1 hora para refeição e 11 horas a cada 24 horas), esse tempo não será considerado como jornada de trabalho, a
não ser o tempo restante, que será considerado de espera.

Transporte Ferroviário

O transporte rodoviário caiu de 58% para 52% em 2011 e deve continuar caindo. Dessa forma, crescimento das ferrovias
pode alterar Plano Nacional de Logística e Transporte. O crescimento da participação do modal ferroviário na divisão da matriz
de transportes do País superou as expectativas e pode forçar o governo federal a revisar a meta do Plano Nacional de Logística
e Transporte (PNLT), que previa o modal ocupando 36% do montante em 2025, uma vez que, já foi registrado que as ferrovias
respondem por 30% de toda carga transportada. Contudo, essa revisão deverá elevar a meta do ferroviário para 40%, trazendo
equilíbrio entre as modalidades, inclusive com o rodoviário, que, segundo ele, deve continuar caindo.

Transporte Marítimo

No transporte marítimo, um dos fatores que mais comprometeram foi a chamada “guerra dos portos”, pela qual alguns Estados
concedem uma redução de ICMS a produtos estrangeiros que ingressem no País por seus portos ou fronteiras. Na atual conjuntura,
em que a crise internacional tende a aumentar a pressão competitiva global, a eliminação da guerra dos portos deveria ser uma das
prioridades da agenda de desenvolvimento do País.
Para entender como funciona a guerra dos portos é necessário compreender como é cobrado o ICMS nas transações entre Estados
no Brasil. Normalmente, numa transação interestadual, o vendedor recolhe ao Estado de origem do produto um imposto de 12%
(em alguns casos essa alíquota é de 7%). Já o adquirente do produto, localizado no Estado de destino, é tributado à alíquota interna
de ICMS (usualmente 17% ou 18%), mas tem um crédito de 12%, equivalente ao imposto cobrado no Estado de origem. Assim,
se a alíquota interna for de 18%, o imposto efetivamente arrecadado no Estado de destino corresponderá a 6% do valor do produto
comprado em outro Estado.
O mecanismo típico da guerra dos portos consiste em reduzir o ICMS cobrado de empresas importadoras, as quais vendem
o produto para outros Estados como se o imposto tivesse sido integralmente recolhido. Um exemplo desse tipo de incentivo é a
cobrança de 3% de ICMS sobre um produto importado, que é vendido a outro Estado gerando um crédito de 12%. Dessa forma,
enquanto o produto nacional paga 18% de ICMS, o importado paga apenas 9% (3% no Estado de origem e 6% no Estado de destino).
Ou seja, a guerra dos portos funciona como uma espécie de imposto de importação invertido, pelo qual se tributa o produto nacional,
mas não o importado. Os impactos negativos desse tipo de incentivo são vários.
O primeiro, e mais sério, é o impacto sobre a indústria nacional. Não bastassem os vários problemas que reduzem a competitividade
dos produtos brasileiros - juros altos estrutura tributária irracional, deficiências de infraestrutura, câmbio valorizado, etc. -, a guerra
dos portos vem reduzir ainda mais a capacidade dos produtos nacionais de competir com seus concorrentes importados. Em alguns
casos, o impacto desses incentivos a produtos importados se materializa na transferência imediata da produção do Brasil para o
exterior. Em outros, o impacto se dá via redução da rentabilidade da indústria nacional, reduzindo sua capacidade de investimento e
crescimento.
Sob qualquer ponto de vista, o impacto da guerra dos portos sobre o potencial de desenvolvimento do País é claramente negativo
e seus efeitos, crescentes, pois a cada ano as importações realizadas através dos Estados que concedem incentivos crescem como
proporção das importações totais do País. Uma segunda consequência da guerra dos portos é o uso irracional da já deficitária estrutura
de transportes do País. Se, em função dos incentivos portuários, um produto que normalmente seria importado pelo Estado A passa
a ser importado pelo Estado B e transportado para o Estado A, a malha de transportes entre os Estados A e B fica sobrecarregada,
prejudicando não apenas o concorrente direto do produto importado, mas todas as empresas e os indivíduos que utilizam a malha de
transportes.

Didatismo e Conhecimento 28
conhecimentos gerais e atualidades
Por fim, outra das consequências da guerra dos portos é uma perda de arrecadação do conjunto dos Estados brasileiros. Embora
os Estados que concedem os incentivos tenham algum ganho de arrecadação - na medida em que cobram um ICMS reduzido sobre
importações que normalmente não passariam por seus portos -, esse ganho se dá à custa de uma perda expressiva de arrecadação dos
outros Estados. Se os Estados têm condições de renunciar à sua receita, deveriam fazê-lo com medidas de desoneração que aumentem
a competitividade das empresas - por exemplo, via desoneração dos investimentos e da devolução de créditos dos exportadores -, e
não com medidas que prejudicam a competitividade, como ocorre na guerra dos portos.
Por seus efeitos altamente negativos, a eliminação da prática de guerra portuária entre os Estados sempre foi um dos objetivos das
propostas de reforma tributária que vêm sendo discutidas há muito tempo no País. Nos últimos anos, no entanto, o problema agravou-
se de forma expressiva, seja pela adoção de incentivos portuários por número crescente de Estados, seja pela piora da competitividade
da indústria nacional em decorrência da valorização do real - a qual se refletiu na virtual estagnação da produção industrial do País.
Nesse contexto, foi apresentado um projeto de resolução do Senado (PRS n.º 72) com o único objetivo de eliminar a guerra dos
portos, pela redução a zero da alíquota de ICMS cobrada no Estado de origem nas transações interestaduais com produtos importados.
Tal proposta teve, contudo, tramitação relativamente lenta, tendo sido aprovado um parecer na Comissão de Assuntos Econômicos
limitando a queda da alíquota interestadual a 2% após uma transição de quatro anos. Recentemente, o tema parece ter voltado à pauta
de prioridades do governo, o que é bastante positivo. Na conjuntura atualmente vivida pelo Brasil - agravada pela crise internacional,
que amplia as pressões competitivas em nível mundial - a rápida eliminação da guerra dos portos deveria ser uma prioridade do País,
seja pela aprovação do PRS n.º 72, seja por outro instrumento, caso haja impasses políticos que dificultem essa aprovação.

Desenvolvimento Sustentável , Ecologia e Meio Ambiente

Aquecimento Global

O  aquecimento global  é uma consequência das alterações climáticas ocorridas no planeta. Diversas pesquisas confirmam
o aumento da temperatura média global. Conforme cientistas do Painel Intergovernamental em Mudança do Clima (IPCC), da
Organização das Nações Unidas (ONU), o século XX foi o mais quente dos últimos cinco, com aumento de temperatura média
entre 0,3°C e 0,6°C. Esse aumento pode parecer insignificante, mas é suficiente para modificar todo clima de uma região e afetar
profundamente a biodiversidade, desencadeando vários desastres ambientais.
As causas do aquecimento global são muito pesquisadas. Existe uma parcela da comunidade científica que atribui esse fenômeno
como um processo natural, afirmando que o planeta Terra está numa fase de transição natural, um processo longo e dinâmico, saindo
da era glacial para a interglacial, sendo o aumento da temperatura consequência desse fenômeno.
No entanto, as principais atribuições para o aquecimento global são relacionadas às atividades humanas, que intensificam o
efeito de estufa através do aumento na queima de gases de combustíveis fósseis, como petróleo, carvão mineral e gás natural. A
queima dessas substâncias produz gases como o dióxido de carbono (CO2), o metano (CH4) e óxido nitroso (N2O), que retêm o calor
proveniente das radiações solares, como se funcionassem como o vidro de uma estufa de plantas, esse processo causa o aumento da
temperatura. Outros fatores que contribuem de forma significativa para as alterações climáticas são os desmatamentos e a constante
impermeabilização do solo.
Atualmente os principais emissores dos gases do efeito de estufa são respectivamente: China, Estados Unidos, Rússia, Índia,
Brasil, Japão, Alemanha, Canadá, Reino Unido e Coreia do Sul. Em busca de alternativas para minimizar o aquecimento global,
162 países assinaram o Protocolo de Kyoto em 1997. Conforme o documento, as nações desenvolvidas comprometem-se a reduzir
sua emissão de gases que provocam o efeito de estufa, em pelo menos 5% em relação aos níveis de 1990. Essa meta teve que ser
cumprida entre os anos de 2008 e 2012. Porém, vários países não fizeram nenhum esforço para que a meta fosse atingida, o principal
é os Estados Unidos.

Protocolo de Kyoto

É um acordo ambiental fechado durante a 3ª Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas,
realizada em Kyoto, Japão, em 1997. O documento estabelece metas de redução das emissões de dióxido de carbono (CO2), que
correspondem a cerca de 70% das emissões relacionadas ao aquecimento global, e de outros gases causadores do efeito estufa para
os países industrializados.
O objetivo era reduzir, entre 2008 e 2012, a emissão de poluentes em 5,2% em relação aos níveis de 1990. Para entrar em vigor,
o pacto precisava virar lei em pelo menos 55 países que somem, ao todo, 55% das emissões de CO2. Até agora, 146 nações - entre
elas, o Brasil - já aderiram ao acordo, que, no entanto, não conta com o apoio dos Estados Unidos.

Didatismo e Conhecimento 29
conhecimentos gerais e atualidades
Enfraquecido, Protocolo de Kyoto é estendido até 2020

Quase 200 países concordaram em estender o Protocolo da Kyoto até 2020. A decisão foi tomada durante a COP-18, Cúpula
das Nações Unidas sobre Mudança Climática realizada em Doha, no Catar. Apesar do acordo, Rússia, Japão e Canadá abandonaram
o Protocolo: assim, as nações que obedecerão suas regras são responsáveis por apenas 15% das emissões globais de gases de efeito
estufa. O acordo evita um novo entrave nas negociações realizadas há duas décadas pela ONU. Na oportunidade, não foi possível
impedir o aumento das emissões de gases do efeito estufa.Sem o acordo, a vigência do Protocolo se encerraria no começo de 2013. A
extensão do Protocolo o mantém ativo como único plano que gera obrigações legais com o objetivo de enfrentar o aquecimento global.
Rússia, Belarus e Ucrânia se opõem à decisão de estender o Protocolo para além de 2012. A Rússia quer limites menos rígidos sobre as
licenças de emissões de carbono que não foram utilizadas. Todos os lados dizem que as decisões tomadas em Doha ficaram aquém das
recomendações de cientistas. Estes queriam medidas mais duras para evitar mais ondas de calor, tempestades de areia, enchentes, secas
e aumento do nível dos oceanos.
Conceito de desenvolvimento sustentável: usar os recursos naturais com respeito ao próximo e ao meio ambiente. Preservar
os bens naturais e a dignidade humana. É o desenvolvimento que não esgota os recursos, conciliando crescimento econômico e
preservação da natureza.
Em Salvador, o TEDxPelourinho foi totalmente dedicado ao tema, e reuniu pensadores de diversas áreas e regiões do país para
compartilhar suas experiências e mostrar como estão ajudando a transformar os centros urbanos em locais planejados para serem
ocupados por pessoas. As iniciativas incluem ciclovias, centros revitalizados, instrumentos de participação coletiva e empoderamento
dos cidadãos, mais solidários, inclusivos, saudáveis, verdes e humanas. Em relação a capital gaúcha, foi reconhecida pela IBM
com uma das 31 cidades do mundo merecedoras do prêmio Smarter Cities Challenge Summit. O reconhecimento veio graças ao
projeto Cidade Cognitiva, que tem o objetivo de simular os impactos futuros sobre a vida do município, com as obras e ações
realizadas no presente demandadas pelo orçamento participativo - sistema no qual a tomada de decisões sobre investimentos públicos
é compartilhada entre sociedade e governo.
Quem também fez progressos da área também foi o Rio de Janeiro. A sede das Olimpíadas de 2016 tem investido em um
moderno centro integrado de operações para antecipar e combater situações de calamidade. A tecnologia, desenvolvida em parceria
com a IBM, deve ser aplicada nas demais cidades do país, segundo anunciou o presidente da empresa no Brasil Rodrigo Kede. O
prefeito da cidade, Eduardo Paes, chegou a palestrar em uma Conferência do TED explicando quatro grandes ideias que devem
conduzir o Rio (e todas as cidades) ao futuro, incluindo inovações arrojadas e executáveis de infraestrutura.

Mobilizações populares: Os rapazes do Shoot the Shit da cidade de Porto Alegre, usam bom humor para resolver os problemas
locais. Ao longo do ano, o foi noticiado diversas iniciativas populares que contribuem com as cidades brasileiras. Em Salvador, a
jornalista Débora Didonê e seus companheiros do projeto Canteiros Coletivos mostraram como estão transformando os espaços
públicos da capital baiana utilizando somente pás, mudas e a conscientização dos cidadãos locais.

Megacidades: Prefeitos das maiores cidades do mundo estiveram reunidos na Rio+20. Representantes das maiores metrópoles
do mundo se reuniram para trocar experiências sobre desenvolvimento sustentável e traçar metas para reduzir os impactos dos
grandes centros urbanos no planeta. Prefeitos das 40 maiores cidades do mundo se encontraram em São Paulo para participar da C40
(Large Cities Climate Leadership Group). Um dos destaques foi à assinatura de um protocolo de intenções destinado a viabilizar
suporte financeiro a grandes cidades, no intuito de que elas desenvolvam ações de sustentabilidade. O documento foi assinado pelo
presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick, e pelo prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, presidente da cúpula. Outro
encontro decisivo aconteceu durante a Rio+20, quando os líderes das 59 maiores cidades do mundo se comprometeram a reduzir em
até 248 milhões de toneladas as emissões de gases do efeito estufa até 2020. Na mesma ocasião, os prefeitos firmaram o compromisso
de engajar 100 metrópoles no caminho do desenvolvimento sustentável até 2025.

Balanço dos resultados da RIO+20

A comunidade científica brasileira e internacional se mobilizou intensamente durante a RIO+20 e realizou uma conferência
preparada para fornecer subsídios capazes de influenciar a agenda de implementação do desenvolvimento sustentável. Para os
cientistas, chegou-se a um documento genérico, que não determina metas e prazos e não estabelece uma agenda de transição para uma
economia mais verde ou uma sustentabilidade maior da economia. A maior esperança dos cientistas para que a conferência tivesse
um resultado concreto, era que o texto final reconhecesse, já em sua introdução, o conceito de limites planetários, proposto em 2009
por Johan Rockström, da Universidade de Estocolmo. A expectativa, porém, foi frustrada.

Didatismo e Conhecimento 30
conhecimentos gerais e atualidades
Rockström, do Stockholm Resilience Centre Planetary, participou do workshop por meio de videoconferência, e apresentou
palestra sobre o tema Planetary boundaries are valuable for policy. O fato do avanço do conhecimento científico não estar refletido
no documento, entretanto, não deve ser usado como argumento para desestimular a comunidade científica que trabalha nessa área
ambiental. Dessa forma, a prioridade agora volta a ser a discussão sobre o veto às mudanças no código florestal, uma questão que
ainda está em aberto. O tema da biodiversidade recebeu pouca atenção no documento final da RIO+20, embora seja uma das áreas em
que os limites planetários de segurança já foram extrapolados. Praticamente todas as referências a uma agenda para a biodiversidade
foram cortadas do texto. O documento zero, que foi o ponto de partida para a declaração, tinha seis parágrafos sobre a biodiversidade
nos oceanos, com metas e agenda, por exemplo. No texto final são 19 parágrafos, mas nenhum deles estabelece metas ou agenda.

Arquitetura e urbanismo: Outra vertente que mereceu destaque nas cidades foi a de arquitetura e urbanismo. O Brasil passou
para a quarta posição no ranking mundial de construções sustentáveis, de acordo com o órgão internacional Green Building Council
(Conselho de Construções Verdes), e o número de edificações com selos LEED não parou de crescer. A motivação para o aumento
das construções ecológicas é a Copa do Mundo de Futebol de 2014. Devido à exigência da Fifa de que os locais dos jogos possuam
certificado internacional de construção sustentável, todas as arenas esportivas estão realizando ações que vão desde a transformação
do entulho de demolição em material reaproveitável até o uso racional de água.

Políticas e iniciativas governamentais: Nesse quesito, merece destaque a sanção da Política Nacional de Mobilidade Urbana.
Aprovada pela presidente Dilma Rousseff, a nova lei visa integrar, melhorar e tornar mais acessíveis os diferentes modos de transporte,
visando a mobilidade de pessoas e cargas no país. A nova regulamentação traz, entre suas principais medidas, a exigência que todos
os municípios acima de 20 mil habitantes elaborem seus planos de mobilidade urbana. Mais propostas para cidades sustentáveis
foram apresentadas no Fórum Social Temático (FST), realizado em Porto Alegre. Durante o debate, o Programa Cidades Sustentáveis
lançou uma plataforma com sugestões em níveis internacional, nacional e local para melhorar a qualidade de vida nas cidades e
incluir os centros urbanos na busca de soluções para problemas ambientais globais. Outro destaque foi a adesão de mais de 200
prefeitos eleitos nas últimas eleições municipais ao Programa Cidades Sustentáveis. Com a assinatura da carta de compromisso, eles
se comprometeram a promover o desenvolvimento sustentável nos seus municípios durante a gestão.

Rankings: Foram apresentados alguns rankings que classificaram cidades de todo o mundo. Uma das listas foi feita pelo guia
turístico Frommer’s, que preparou um Top 10 com as Melhores Cidades do Mundo Para Caminhar. Encabeçando a lista estão
Florença (Itália), Paris (Franças), Dubrovnik (Croácia) e Nova York (EUA). Já o ranking feito pela empresa de consultoria Mercer
listou as 10 melhores cidades do mundo para se viver, e foi desenvolvido com base em cinco categorias: estabilidade política,
serviços bancários, escolas, restaurantes e desastres naturais. No topo da lista estão Viena (Áustria), Zurique (Suíça), Genebra
(Suíça), Vancouver (Canadá) e Auckland (Nova Zelândia). Quem também avaliou as cidades de todo o mundo foi revista britânica
The Economist. Segundo a publicação, que elaborou um estudo com 140 cidades ao redor do planeta, Melbourne (Austrália) é a
melhor cidade do mundo para se viver. Por outro lado, o documento também apontou os piores locais para se morar, como Abidjã
(Costa do Marfim), Teerã (Irã) e Lagos (Nigéria). Localizadas, em sua grande maioria na África e Ásia, as piores cidades do mundo
são, em geral, grandes metrópoles violentas, com alta densidade populacional, altos índices de criminalidades, congestionamento,
poluição, baixa educação e cultura.

Ecologia

Conceito de ecologia: a ecologia encarrega-se de estudar a relação entre os seres vivos e o seu ambiente, entendido como a
totalidade dos fatores abióticos (como o clima e a geologia) e os fatores bióticos (organismos que partilham o mesmo habitat). A
ecologia analisa também a distribuição e a abundância dos seres vivos como resultado dessa relação.

Degelo: Um estudo que reuniu os principais especialistas de pesquisa sobre derretimento das calotas polares revelou que o nível
do mar subiu 11 mm desde 1992, por conta do degelo na Groenlândia e na Antártida. Após diversas polêmicas sobre o fenômeno,
pesquisadores de diferentes países usaram imagens feitas por 10 de satélites e amostras no decorrer dos últimos 20 anos para elaborar
um relatório aparentemente conclusivo sobre o tema. A pesquisa mostrou que o degelo é mais intenso na Groenlândia, onde diversas
bordas da ilha se desprenderam definitivamente. Já na Antártida, boa parte da camada de gelo permaneceu praticamente inalterada.
No entanto, a área ocidental do continente tem derretido de maneira acelerada. Os cientistas dizem que o próximo passo é um grande
desafio, conseguir prever a evolução do derretimento para os próximos cem anos.

Didatismo e Conhecimento 31
conhecimentos gerais e atualidades
Diatryma – Pássaro gigante: Um estudo realizado por cientistas americanos indica que o Diatryma, um pássaro gigante pré-
histórico que viveu no período eocênico não era um carnívoro feroz, mas sim um herbívoro muito dócil. Os indícios foram trazidos
à tona após um deslizamento de terra ocorrido em 2009 e desfizeram as crenças de que o animal era um predador, já que as pegadas
encontradas não continham garras, elemento próprio dos carnívoros. Com 2,13 metros de altura e com cabeça e bico gigantes, o
enorme pássaro, que não conseguia voar, vinha sendo retratado como um predador ameaçador tanto em trabalhos científicos quanto
na mídia. Até então o Diatryma (cujo gênero acredita-se ser o Gastornis) era considerado o pássaro que substituiu os dinossauros
como o maior predador, segundo o geólogo George Mustoe.
O estudo também analisou as pegadas de cerca de 55,8 a 48,6 milhões de anos, no período eocênico. Acredita-se que estas sejam
as únicas pegadas deixadas pelo pássaro gigante. As pegadas mostram que os animais não tinham grandes garras, mas sim pequenas
unhas. Isto é um indício contra um animal que captura presas com suas garras. Até então os paleontólogos que estudavam fósseis
do Diatryma tinham concluído que o pássaro gigante era um predador devido ao seu tamanho, cabeça enorme e bico muito grande.
No entanto, sempre se soube que o animal tinha pernas relativamente curtas, o que indicava que ele talvez não tivesse a capacidade
de correr rápido o suficiente para capturar suas presas. Ainda com o estudo, a crença comum de que o Diatryma também era um
carnívoro é muito mais um resultado de associação do que de verdadeiras evidências anatômicas.

Descobertas

Sandy Island: Um sonho comum à maioria dos exploradores e desbravadores ao longo da História tem sido encontrar territórios
desconhecidos, mas na Austrália, uma equipe de cientistas fez exatamente o contrário: eles identificaram uma ilha que não existe.
Conhecida como Sandy Island, a massa de terra é listada por cartógrafos em atlas, mapas e até no Google Maps e no Google Earth,
onde está localizada entre a Austrália e a Nova Caledônia (governada pela França), no sul do Pacífico. Mas, quando o grupo de
cientistas decidiu navegar para chegar até ela, simplesmente não a encontraram. Para o Serviço Hidrográfico da Marinha da Austrália,
responsável pelas cartas náuticas do país, uma das possibilidades é que tenha ocorrido falha humana e que esse tipo de dado deveria
ser tratado “com cautela” ao redor do mundo, já que alguns detalhes são antigos ou simplesmente errados.

Planeta Órfão: Astrônomos baseados no Havaí e no Chile descobriram um planeta “órfão” vagando pelo espaço sem estar ligado
à órbita de um astro, a cem anos-luz de distância da Terra. Os cientistas dizem que pesquisas recentes têm demonstrado que esse
tipo de planeta pode existir com muito mais frequência no cosmos do que se pensava. Eles também são conhecidos como planetas
“interestelares” ou planetas “nômades” e têm sido definidos como objetos de massa planetária que foram expulsos dos seus sistemas
ou nunca estiveram gravitacionalmente ligados a nenhuma estrela. Embora haja cada vez mais interesse dos astrônomos no assunto,
exemplos de planetas “órfãos” são difíceis de serem encontrados, o que torna a recente descoberta mais importante.
O planeta, chamado de CFBDSIR2149-0403, é tema de um artigo que deve ser publicado no periódico científico Astronomia e
Astrofísica. Mas até agora se sabe muito pouco sobre a intrigante descoberta. Além de estimar sua distância da Terra, considerada
muito pequena, os cientistas acreditam que o “órfão” seja relativamente “jovem”, tendo entre 50 e 120 milhões de anos. Estima-se
que ele tenha temperatura de 400ºC e massa entre quatro a sete vezes a de Júpiter.

Robô Curiosity: Os primeiros sedimentos a serem coletados pelo robô Curiosity, da atual missão da Nasa em Marte, fossem apenas
rochas de um material comum como o basalto, mas uma análise recente revelou dados intrigantes. O objeto piramidal, que recebeu
o apelido de “Jake Matijevic”, um engenheiro de uma missão recente da agência espacial americana ao planeta vermelho, apresenta
uma composição ainda inédita na pesquisa sobre Marte. As análises iniciais mostram que o objeto teria elementos de algumas rochas
raras, mas bem conhecidas na Terra. Edward Stolper, um dos chefes da missão no Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech), diz
que essas rochas se formam a partir de formações de magma ricas em água que se resfriaram sob altas pressões.
A rocha é amplamente conhecida na Terra, em ilhas oceânicas como o Havaí e Santa Helena e nos Açores, e também em áreas
rochosas do Rio Grande e por outras. O jipe-robô Curiosity examinou a rocha pela primeira vez três semanas atrás. Na ocasião, não
se acreditava que o sedimento tivesse alto valor científico. Análises de o Curiosity poder examinar in loco os materiais coletados com
seus próprios instrumentos é o principal diferencial desta missão. Até então, equipamentos anteriores enviados pela Nasa à Marte
podiam coletar objetos, mas não analisá-los com esta precisão. Os cientistas identificaram que a rocha é rica em elementos como
sódio e potássio e pobre em magnésio e ferro, o que a colocam em grau de comparação com o feldspato, uma rocha que não contém
minérios.
O robô da Nasa chegou à superfície do planeta vermelho ainda em agosto e, desde então, já andou 500 metros. O objetivo da
missão é determinar se Marte já teve condições de abrigar a vida em algum momento desde sua formação. Nas poucas semanas em
que começou a colher materiais, o Curiosity já identificou uma série de rochas que foram claramente depositadas em água corrente. A
teoria é que o jipe está localizado na nascente de um antigo local de grandes depósitos de sedimentos, conhecido como cone aluvial,
onde uma rede de pequenos rios cruzava a superfície bilhões de anos atrás.

Didatismo e Conhecimento 32
conhecimentos gerais e atualidades
Meio Ambiente

Conceito de meio ambiente: as relações de interdependência entre os elementos que formam o ecossistema são os destaques deste
tópico. Os impactos ambientais provocados pelo homem, as regiões e as espécies mais ameaçadas no globo e as ações promovidas
pelo Estado para proteger a biodiversidade são outros conceitos importantes abordados.

Meteoro Atinge a Rússia

Cerca de mil pessoas ficaram feridas em consequência de um meteoro que atravessou o céu sobre a Rússia, lançando bolas de
fogo na direção da Terra, quebrando janelas e acionando alarmes de carros.
Muitos feridos foram tratados por cortes superficiais e hematomas causados pelos vidros quebrados.
O trânsito pela manhã foi detido subitamente na cidade de Cheliabinsk, nos Urais, enquanto o meteoro queimava parcialmente
em sua queda ao ingressar na camada inferior da atmosfera sobre a cidade, iluminando o céu.
O objeto de peso estimado em 10 toneladas ingressou na atmosfera terrestre a uma velocidade hipersônica de 54 mil quilômetros
por hora, de acordo com a Academia Russa de Ciências.
O meteoro estilhaçou-se quando estava a entre 30 km e 50 km da superfície da Terra. A energia liberada foi de “vários quilotons”,
segundo a academia.
Das pessoas feridas, 43 precisaram ser hospitalizadas. Chelyabinsk é a maior cidade da região a ser afetada, que fica a cerca de
1.500 quilômetros a leste de Moscou. Os sistemas de comunicação móvel ficaram temporariamente fora do ar.
O Ministério da Defesa da Rússia informou que enviou soldados para “locais de impacto”, sem fornecer mais detalhes. Mais de
3 mil imóveis sofreram algum tipo de dano. Escolas foram fechadas e apresentações de teatro canceladas na região após a onda de
choque ter quebrado janelas. As temperaturas locais chegam a -18ºC.
Milhares de janelas partidas, paredes de fábricas caídas, redes móveis danificadas, quase 3000 edifícios afetados, incluindo a
arena de gelo Uralskaya Molniya. As autoridades russas estimam que os prejuízos já contabilizam cerca de 25 milhões de euros.

Lei sobre o clima

Um novo estudo sugere que muitos países estão introduzindo suas próprias leis para combater as mudanças climáticas ou
aumentar sua eficiência energética, apesar das dificuldades nas negociações de um acordo global para reduzir a emissão dos gases
responsáveis pelo efeito estufa.
A pesquisa, realizada pelo Instituto Grantham, da London School of Economics, e pela ONG Globe International, indica que 18
das 33 nações avaliadas fizeram progressos “significativos” nos últimos anos com leis para reduzir o crescimento das emissões de
gases poluentes ou para melhorar a sua eficiência energética.
Além disso, 32 países teriam introduzido alguma legislação relacionada à emissão de poluentes. Os resultados do estudo chegam
em meio à realização da primeira Cúpula Global de Legislação sobre o Clima, que ocorre em Londres neste ano. Representantes de
33 países devem participar.
Os países emergentes são um dos destaques do documento - entre eles o Brasil. O estudo ressalta o compromisso voluntário do
país em cortar suas emissões de gás carbônico e reduzir em 80% o índice de desmatamento da Amazônia até 2020.
Ele também chama a atenção, porém, para algumas iniciativas que vão no caminho contrário desses esforços, como o Plano
Decenal de Expansão da Energia, que prevê a expansão das termelétricas alimentadas por combustíveis fósseis.
Entre outros destaques estão o projeto da China para uma legislação nacional sobre mudanças climáticas e uma lei aprovada no
México pela qual o país se compromete a cortar em 30% suas emissões de gases que causam o efeito estufa.
Segundo o relatório, as novas legislações seriam motivadas por preocupações diferentes em cada país - entre elas questões como
as mudanças climáticas, eficiência e segurança energética e competitividade. Mas todas acabam produzindo resultados semelhantes:
um crescimento econômico um pouco mais sustentável.
Para muitos cientistas e ambientalistas, porém, o ritmo das mudanças ainda é muito lento. Até o Banco Mundial alertou
recentemente que, com esse ritmo de progresso político, as temperaturas do planeta ainda podem subir mais 4 graus Celsius em
relação a seus índices pré-industriais.
Os mais céticos também apontam para a diferença entre as promessas feitas por políticos ou regras estabelecidas por novas
legislações e o que é de fato colocado em prática.
No Protocolo de Kyoto, por exemplo, muitos países se comprometeram a cortar suas emissões de poluentes, mas alguns desses
países, entre eles o Canadá, simplesmente não cumpriram suas metas.
Um recente relatório de um centro de estudos americano também dá mais um “choque de realidade” para os mais otimistas nessa
área, segundo Roger Harrabin, analista da BBC para o tema de meio ambiente. De acordo com o World Resources Institute, dos
Estados Unidos, haveria planos para construir, pelo globo, mais 1.199 termelétricas a carvão nos próximos anos.

Didatismo e Conhecimento 33
conhecimentos gerais e atualidades
Poluição

A qualidade do ar em Pequim foi a pior já registrada, segundo ambientalistas, enquanto o centro de monitoramento da poluição
da cidade advertia os moradores a permanecerem dentro de casa, com a poluição de 30 a 45 vezes acima dos níveis recomendados
de segurança.
A capital chinesa, lar de cerca de 20 milhões de pessoas, está envolvida em uma densa névoa seca desde sexta-feira, reduzindo a
visibilidade e interrompendo o tráfego.
Números divulgados pelo centro de monitoramento mostraram que partículas com menos de 2,5 micrômetros de diâmetro
chegaram a mais de 600 microgramas por metro quadrado em algumas estações de monitoramento em Pequim, e foram de 900 na
noite de sábado.
O nível diário recomendado é de 20, segundo a Organização Mundial da Saúde. Essa poluição foi identificada como a principal
causa da asma e doenças respiratórias.
Essa é realmente a pior poluição já registrada, não apenas de números oficiais, mas também de números de monitoramento da
embaixada norte-americana. Algumas áreas na província (vizinha) de Hebei estão ainda piores do que Pequim, segundo Zhou Rong,
ativista de clima e energia no Greenpeace.
O Centro Municipal de Monitoramento Ambiental de Pequim informou que a forte poluição ficou presa por uma área de baixa
pressão, dificultando a sua dispersão, e as condições provavelmente durariam mais dois dias.
A poluição foi identificada como um dos grandes desafios dos líderes da China, de acordo com o presidente Hu Jintao, o país
precisa reverter a tendência de deterioração ecológica e construir uma bela China.
A China informou que iria começar a divulgar números da poluição hora a hora em suas maiores cidades. Pequim já se
comprometeu com um cronograma para melhorar a qualidade do ar na cidade, e realocou a maior parte de sua indústria pesada, mas
as regiões vizinhas não se comprometeram da mesma maneira.
Para Pequim, a limpeza vai levar uma geração, mas outras regiões ainda não têm nem mesmo metas de reduzir a queima de
carvão. A poluição vem principalmente dessas regiões vizinhas.

Premiação

O banco norte-americano Goldman Sachs, símbolo da má gestão nas finanças, e a companhia anglo-holandesa Shell, acusada de
ter contribuído para reduzir a camada de gelo da Antártida, ganham o “Prêmio da Vergonha” 2013, concedido pelo braço suíço do
Greenpeace.
Estes prêmios são concedidos todos os anos a empresas acusadas de atentar contra os direitos humanos e de cometer delitos
contra o meio ambiente particularmente graves. A entrega feita coincidiu com a realização do Fórum Econômico Mundial na estação
alpina de Davos, na Suíça.
No ano anterior, os prêmios foram concedidos ao banco inglês Barclays e à empresa brasileira Vale S/A.
O Goldman Sachs levou o prêmio do grande júri, que considerou que o banco norte-americano foi o ator central da globalização,
alimentando os lucros de alguns graças a desigualdades fenomenais e ao empobrecimento de amplas camadas da população.
A Shell, por sua vez, recebeu o prêmio do público, concedido por 41,8 mil pessoas que votaram pela internet. A empresa é
acusada de contribuir para a mudança climática com seus projetos petroleiros off-shore na Antártida, um dos últimos paraísos naturais
da Terra.

Lixo eletrônico

Um estudo da Organização Internacional do Trabalho, OIT, destaca que 40 milhões de toneladas de lixo eletrônico são produzidas
todos os anos. O descarte envolve vários tipos de equipamentos, como geladeiras, máquinas de lavar roupa, televisões, celulares e
computadores. Países desenvolvidos enviam 80% do seu lixo eletrônico para ser reciclado em nações em desenvolvimento, como
China, Índia, Gana e Nigéria. Segundo a OIT, muitas vezes, as remessas são ilegais e acabam sendo recicladas por trabalhadores
informais.
Saúde - O estudo Impacto Global do Lixo Eletrônico, publicado em dezembro, destaca a importância do manejo seguro do
material, devido à exposição dos trabalhadores a substâncias tóxicas como chumbo, mercúrio e cianeto.
A OIT cita vários riscos para a saúde, como dificuldades para respirar, asfixia pneumonia, problemas neurológicos, convulsões,
coma e até a morte.
Orientações - Segundo agência, simplesmente banir as remessas de lixo eletrônico enviadas países em desenvolvimento não é
solução, já que a reciclagem desse material promove emprego para milhares de pessoas que vivem na pobreza.
A OIT sugere integrar sistemas informais de reciclagem ao setor formal e melhorar métodos e condições de trabalho. Outro passo
indicado no estudo é a criação de leis e associações ou cooperativas de reciclagem.

Didatismo e Conhecimento 34
conhecimentos gerais e atualidades
Crime ambiental

Uma ação contra o crime ambiental no município de São Francisco de Itabapoana, no norte fluminense, destruiu dezenas de
fornos no entorno da Estação Ecológica Estadual de Guaxindiba. Os fiscais apreenderam ainda 14 pássaros silvestres que estavam
em gaiolas, e que foram devolvidos à natureza. Um dos três presos responderá também pelo crime de manter animais silvestres em
cativeiro.
A ação teve a participação de 40 homens, entre fiscais do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) e policiais do Comando de
Policiamento Ambiental (CPAm). Ao percorrem o entorno da estação ecológica, as equipes encontraram dezenas de fornos de carvão
clandestinos, que foram destruídos com o auxílio de uma retroescavadeira.
O secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc, informa que as operações de combate aos crimes ambientais vão continuar na
região, pois, nesse tipo de atividade existe uma série de irregularidades, como poluição causada pela queima da madeira; trabalho
semelhante à escravidão, inclusive com a presença de menores; corte ilegal de madeira; e ausência de licença ambiental para o
exercício do negócio.
Quem for flagrado produzindo carvão em desacordo com as determinações legais responderá por crime ambiental, com pena de
reclusão de um a dois anos e multa de R$ 500 por metro.
A Estação Ecológica Estadual de Guaxindiba é o maior e último remanescente de Mata Atlântica do norte do estado do Rio,
sendo a cobertura vegetal mais expressiva e importante da região. Antigamente, a região era conhecida como Mata do Carvão, devido
à grande quantidade de fornos de carvão que existiam nas redondezas.
Atualmente, a produção de carvão é autorizada somente com licença do Inea. Os critérios para licenciamento são rigorosos, não
se permitindo qualquer atividade do gênero próximo a áreas de proteção ambiental.

Proteção Ambiental

A Petrobras não poderá mais utilizar o Rio Guaxindiba, que corta a Área de Proteção Ambiental (APA) Guapimirim para realizar
as operações de transporte de equipamentos pesados destinados à construção do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj).
A decisão foi tomada em comum acordo com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), responsável
pela administração da APA Guapimirim.
O estudo inicial indicava tratar-se de uma pequena dragagem, que não ia afetar muito o ecossistema da região, mas depois se viu
que o projeto era muito maior - e realmente os reflexos poderiam trazer maiores implicações para o meio ambiente. Como haviam
licenciado o Porto de São Gonçalo e a estrada ligando o porto ao Comperj, não achavam que os custos ambiental, social e político
não compensariam.
O Rio Guaxindiba, que desemboca na Baía de Guanabara, passa pela APA Guapimirim, que abriga o último grande manguezal
preservado da baía. A decisão de proibir o transporte de equipamentos pesados pelo rio foi tomada recentemente.
Na avaliação do secretário do Ambiente, como a dragagem do leito do Rio Guaxindiba envolveria mais de 100 mil metros
cúbicos de sedimentos retirados, seria necessário um Estudo de Impacto Ambiental e seu respectivo Relatório de Impacto Ambiental
(EIA/Rima) e a realização de audiência pública para um eventual licenciamento, o que poderia atrasar ainda mais essa opção.

Medicina ecológica

Em tempos de aquecimento global e preocupação cada vez maior com a natureza, um movimento na área médica ainda pouco
difundido no Brasil parece ter tudo a ver com o momento. Trata-se da medicina ecológica ou ecomedicina, que parte do princípio
de que a saúde humana só pode ser entendida levando em consideração também o local onde se vive. Segundo esse movimento,
alterações bruscas e rápidas no meio ambiente têm ligação direta com algumas das principais doenças que afetam o ser humano nos
dias de hoje.
A origem da medicina ecológica é incerta, mas os primeiros estudos sobre o impacto do meio ambiente na saúde surgiram em
1965, quando foi fundada a Academia Americana de Medicina Ambiental. Acredita-se que foi nos anos 1990 que o movimento
ganhou força nos EUA e na Europa.
A primeira pessoa a empregar esse termo (ecological medicine) foi a arqueóloga americana Carolyn Raffensperger, que hoje é a
presidente da ONG Science and Environmental Health Network.
A medicina ecológica se baseia no conceito de indivisibilidade, no qual todas as espécies do planeta têm algum grau de
interdependência. Se muitas delas ficam ameaçadas e o meio ambiente muda de forma rápida e intensa, a saúde da biosfera como um
todo é posta em risco. E isso inclui o ser humano, que também faz parte do conjunto.
Tido como inadequado, agressivo e contaminado, o novo ambiente urbano em que boa parte da população vive hoje é considerado
a fonte de inúmeras doenças e males que atualmente assolam a humanidade e crescem vertiginosamente em todo o globo, segundo a
medicina ecológica. Suas causas principais são a poluição e a contaminação de alimentos por resíduos químicos.

Didatismo e Conhecimento 35
conhecimentos gerais e atualidades
A cada ano a indústria química introduz cerca de 2.000 moléculas novas no meio ambiente e não sabemos quais as consequências
disso. São medicamentos, defensivos agrícolas, fungicidas, produtos para plásticos, derivados de petróleo, metais pesados, inúmeras
substâncias tóxicas.
Isso sem falar no estresse gerado pela vida nas cidades que, na avaliação de Botsaris, é um dos principais males causados pelo
ambiente atual. O médico classifica-o de duas formas: o estresse continuado, aquele sentido com frequência por um longo período,
e o estresse cerebral, que é quando a demanda excessiva é exclusiva para o cérebro e não há contrapartida física. De acordo com ele,
ambas estão ligadas ao aumento de problemas psiquiátricos na sociedade, como ansiedade, depressão, insônia e síndrome do pânico.
Todos esses agentes externos fazem com que os seres humanos estejam cada vez menos saudáveis, mesmo com todos os avanços
tecnológicos. Com isso, uma das propostas da medicina ecológica é monitorar e reduzir o uso e a propagação desses químicos como
forma de manter a saúde do planeta e, consequentemente, a do homem. A causa provável da maioria das doenças, cuja incidência
está aumentando, é ambiental: infarto, pressão alta, diabetes, ansiedade, depressão, câncer, doenças neurodegenerativas, infertilidade
e alergias, entre outras.
A alimentação também adquire novo status na medicina ecológica. Ela é um dos pilares da prática e vai muito além de uma
simples orientação para se tornar uma necessidade básica e fundamental.
A medicina ecológica valoriza muito a alimentação e a digestão. Afinal, ela é uma das principais interações entre o organismo e
o meio ambiente. Por isso, preocupa-se muito mais com a qualidade dos alimentos e em ofertar uma alimentação mais rica e farta em
nutrientes essenciais. A proposta é cuidar muito da alimentação mesmo no indivíduo saudável.
Para viver em conformidade com a natureza e, consequentemente, em equilíbrio, o movimento prega, ainda, um retorno a hábitos
antigos. É preciso viver o mais naturalmente possível, evitar os exageros e se proteger dos excessos da tecnologia. Precisamos
também de contato com natureza e estimular menos o cérebro.

Investimento no Pará

Um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) entre instituições públicas e uma comunidade extrativista no Pará vai permitir que metade
do valor obtido com o leilão da maior quantidade de madeira já apreendida pela Polícia Federal seja utilizada para o desenvolvimento
social da população local. O leilão será realizado em nove meses, a contar da homologação do acordo.
Normalmente, os recursos arrecadados com leilões de madeira ilegal apreendida pelo governo federal são destinados ao Programa
Fome Zero, que desta vez receberá metade do que for arrecadado. O restante será destinado ao desenvolvimento sustentável das
comunidades da Reserva Extrativista (Resex) Renascer, localizada no Noroeste do Pará.
O TAC está sendo enviado à Justiça Federal para homologação. O acordo foi assinado pelo procurador da República Luiz
Antônio Miranda Amorim Silva; pela ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello; pelo presidente do
Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Roberto Ricardo Vizentin; e por representantes da Associação
de Comunidades da Resex Renascer.
Serão leiloados 64,5 mil metros cúbicos de madeira – mais de 23 mil toras, volume suficiente para carregar 2,5 mil caminhões,
em um valor total estimado na época de R$ 10 milhões. Segundo coordenadores da operação, a apreensão foi a maior já feita no
Brasil pela Polícia Federal.
A madeira foi apreendida há três anos, como resultado da Operação Arco de Fogo, realizada pela Polícia Federal, ICMBio, Força
Nacional de Segurança e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA). No mesmo ano,
foram iniciadas as negociações para a assinatura do TAC.
A aplicação dos recursos será intermediada pelo ICMBio, que deve investir em atividades como a capacitação dos moradores
da reserva extrativista, pesquisas científicas, estruturas necessárias aos processos produtivos, gestão comunitária autônoma, entre
outras ações. Os investimentos serão planejados em parceria com a comunidade, com prazo estimado de cinco anos para aplicação.
O acordo será fiscalizado pelo MPF/PA.

Desequilíbrios econômicos

Os desequilíbrios econômicos e tributários e o aumento das emissões de gases do efeito estufa são os grandes riscos globais que
o mundo enfrentará na próxima década, um cenário mais pessimista que o revelado no ano passado, segundo relatório divulgado pelo
Fórum Econômico Mundial.
O relatório Riscos Globais, que o Fórum publica às vésperas de sua cúpula anual de Davos, na Suíça, conta com a opinião de
diversos especialistas e líderes políticos, que concordam, em linhas gerais, que as perspectivas econômicas, sociais e econômicas são
levemente mais pessimistas que o ano anterior.
Eles refletem sua preocupação pelo impacto das crises de dívida soberana como a que atinge a zona do euro e pela falta de
perspectivas positivas sobre o aquecimento global. Neste sentido, todos consideram que o risco global cuja materialização é mais
provável nos próximos 10 anos é uma consolidação das “graves diferenças de renda” e que a pior possibilidade é “uma grande falha
sistêmica do sistema financeiro”.

Didatismo e Conhecimento 36
conhecimentos gerais e atualidades
Outros dois riscos aparecem entre os cinco de maior impacto e mais prováveis: os desequilíbrios fiscais crônicos e uma crise de
abastecimento de água por causa da mudança climática.
Estes riscos globais são essencialmente uma advertência sobre a força de nossos sistemas e serviços básicos. A capacidade de
resistência das nações frente aos riscos globais tem que ser uma prioridade para que esses sistemas e serviços continuem funcionando
se ocorrer um evento grave.
Axel P. Lehmann, diretor de riscos da seguradora Zurique Insurance Group, citou como exemplo “o crescente custo de fenômenos
como a supertempestade Sandy”, o que, na sua opinião, é uma evidência das “enormes ameaças” sofridas por países insulares e
litorâneos. A advertência sobre a falta de soluções às emissões de gases do efeito estufa é evidente. É hora de agir.

Tempestades econômica e ambiental

Os especialistas insistem no relatório que os graves riscos socioeconômicos dos últimos cinco anos estão destruindo os esforços
de enfrentar os desafios da mudança climática.
A comunidade internacional se mostra reticente a enfrentar uma ameaça a longo prazo como esta, apesar dos recentes fenômenos
meteorológicos extremos, diz o relatório, que defende “novos enfoques” e “investimentos estratégicos” para evitar as hipóteses mais
desfavoráveis para a economia e o meio ambiente.
Duas tempestades, a ambiental e a econômica, estão em rota de colisão. Se não alocarmos os recursos necessários para diminuir
o crescente risco de fenômenos meteorológicos extremos, a prosperidade mundial das futuras gerações poderá ser ameaçada.
“O documento adverte também para a “complacência” do sistema no campo médico pelos grandes avanços obtidos nas últimas
décadas e cita como um dos maiores riscos a crescente resistência aos antibióticos”, o que poderia levar nossos sistemas de saúde à
beira do colapso.
Em seu conjunto, o relatório descreve 50 riscos globais - que são agrupados em categorias econômicas, ambientais, geopolíticas,
sociais e tecnológicas -, e seus resultados refletem que os mais jovens estão mais preocupados que os mais velhos e que as mulheres
são mais pessimistas sobre o futuro do que os homens.
O relatório destaca igualmente os chamados “fatores X”: novas preocupações que pedem um maior estudo, como o uso não ético
da geoengenharia e das tecnologias que alteram o cérebro.

Redução no consumo de energia

A presidente Dilma Rousseff em pronunciamento em rede nacional de rádio e televisão informou que o Brasil tem energia
suficiente para o presente e para o futuro, sem nenhum risco de racionamento ou qualquer tipo de estrangulamento, no curto, médio
ou no longo prazo. Dilma anunciou que a conta de luz dos brasileiros terá uma redução de 18% para as residências e de até 32% para
as indústrias, agricultura, comércio e serviços.
O corte é maior do que o anunciado anteriormente. Com a redução de tarifas, o Brasil passa a viver uma situação especial no
setor elétrico, ao mesmo tempo baixando o custo da energia e aumentando sua produção elétrica. Foi assinado hoje um decreto e uma
medida provisória com os novos índices de redução das tarifas.
Segundo ela, os consumidores que são atendidos pelas concessionárias que não aderiram à prorrogação dos contratos (Companhia
Energética de São Paulo - Cesp, Companhia Energética de Minas Gerais – Cemig e Companhia Paranaense de Energia - Copel)
também terão a conta de luz reduzida.
A presidenta criticou duramente as previsões sobre a possibilidade de racionamento de energia por causa do baixo nível dos
reservatórios das hidrelétricas. Explicou que praticamente todos os anos as usinas térmicas, movidas a gás natural, óleo diesel, carvão
ou biomassa, são acionadas com menor ou maior exigência para garantir o suprimento de energia do país.

Esporte

O esporte viveu um de seus momentos mais interessantes, por meio de conquistas inéditas, consagração de alguns atletas,
alegrias e tristezas.

Olimpíadas de Londres: As olimpíadas foram disputadas em Londres. A terra da rainha. O Brasil teve sua melhor colocação em
jogos olímpicos, décimo sétimo lugar. Porem, não foi desta vez que o Brasil trouxe o ouro para o futebol. No vôlei masculino, outro
tropeço, com atletas já consagrados, o Brasil viu a Rússia virar o placar para 3 sets a 2 e o time brasileiro ficou com a prata. Porém
tivemos a consagração de grandes atletas, como o velocista Usain Bolt, considerado desde os últimos jogos como o homem mais
veloz do mundo, o jamaicano comprovou isso vencendo todas as provas. Outro atleta já consagrado foi o nadado Michael Felps, na
piscina só o deu, e também marcou o fim de sua trajetória nas piscinas.

Didatismo e Conhecimento 37
conhecimentos gerais e atualidades
Futebol: O futebol, esporte mais popular do mundo, teve seus altos e baixos. Houve a maior tragédia no esporte já conhecido.
Em uma partida de dois times egípcios, uma verdadeira batalha campal foi vista. Torcedores dos dois times se enfrentaram, a polícia
pouco pode fazer. Devido aos problemas políticos vividos pelo país, muito se falou que alguns foram instigados a começar a batalha.
Muitos morreram, e o campeonato egípcio foi cancelado. Outro destaque ocorreu no futebol europeu, que conheceu como o mais
novo campeão, o time inglês Chelsea. Os blues, como são conhecidos em seu país derrotaram na semifinal o time espanhol Barcelona,
time até então considerado imbatível por muitos, devido ao seu principal jogador o argentino Lionel Messi.
Na final, o time enfrentou o time alemão Bayer de Munich, a final foi na Alemanha, no estádio do Bayer, o time inglês, porém,
derrotou os donos da casa, nos pênaltis e se sagrou campeão pela primeira vez da Champions League, a famosa liga dos campeões.
No Brasil, o futebol sempre foi o esporte mais visado, mais comentado e mais querido do povo brasileiro. Recentemente, vimos
jogadores consagrados no mundo desembarcar no Brasil. É o caso de Clains Sedoorf, jogador holandês que atuou no Milan e em
grandes times da Europa, foi contratado pelo time do Botafogo do rio de janeiro. Dessa forma, o clube do Corinthians que já havia
sido campeão da taça libertadores da américa e do mundial de clubes da FIFA, contratou o jogador Alexandre Pato. Mas o foco mais
uma vez esteve um jogador, considerado por muitos o maior craque do Brasil, Neymar, mais uma vez mostrou seu valor, dentro e
fora dos gramados. O seu time, o Santos sem o atacante não soube o que é vitória, mas com o jogador, o time da baixada santista
ganhou todos os jogos.
Mas o destaque, porém, vai para o time do Corinthians. O time da capital paulista foi campeão da taça libertadores da américa
pela primeira vez, após muitos anos de tentativa. O time teve alguns destaques ao longo da competição. Como o goleiro Cássio,
que até o jogo contra o Emelec nas oitavas de final era o terceiro goleiro, ganhou a titularidade, após falhas do até então titular Júlio
César. A primeira consagração do goleiro, porém veio no jogo conta o Vasco da gama, onde em um confronto frente a frente com o
atacante Diego Souza, defendeu uma bola, que para muitos, seria indefensável. Na fase final o Corinthians enfrentou o temido Boca
Junior da Argentina, e o destaque mais uma vez vai para um estreante. Dias antes, antecedente ao jogo na La Bombonera, o time do
Corinthians, conheceu seu novo atacante, Romarinho. Após marcar dois gols contra o principal rival, o palmeiras, Romarinho ganhou
a confiança do técnico e da torcida. E em seu primeiro lance no jogo, marcou o gol de empate. E na grande final, Emerson Sheik,
como é conhecido, marcou dois gols, deixando o time com o título.
Mais tarde em dezembro, o time da capital disputou o mundial de clubes Fifa, buscando seu bi campeonato. E mais uma vez, o
goleiro Cássio foi destaque. Com defesas milagrosas, e um gol solitário de Paolo Guerreiro, o time conquistou o título e o goleiro foi
eleito o melhor jogador da competição. O time carioca também obteve destaque, consagrou campeão brasileiro. Como muitos times
deram foco para outras competições, o time carioca se aproveitou da situação e largou na frente, e com três rodadas de antecedência, o
time se consagrou campeão mais uma vez. No entanto, o palmeiras visto como um time desacreditado por muitos, porém, com novas
contratações, e um técnico campeão no banco conseguiu conquistar a copa do Brasil, porém, no brasileiro, o time não conseguiu
reagir, e foi rebaixado para a Serie B novamente, exatamente dez ano após seu primeiro rebaixamento.

Outros esportes: Em outros esportes, como basquete, vôlei, futsal, por exemplo, o Brasil obteve conquistas significativas. No
futsal passou ser hépta campeão do mundo, e a consagração do jogador Falcão, que mais uma vez mostrou sua genialidade nas
quadras. No vôlei, o Brasil mostrou o quanto está investindo no esporte, campeonatos como a superliga feminina e masculina, foi
bem disputada e acompanhada, pelo público. As seleções, no entanto, tiveram destinos diferentes, enquanto a seleção masculina
sofreu quedas, a feminina conseguiu alta, especialmente nos jogos olímpicos. No basquete, o Brasil começa a criar uma identidade
maior com esse esporte, o NBB atualmente está crescendo e até atletas norte americanos tem vindo para o país para disputar nossa
liga.
No automobilismo vimos situações bem interessantes. Na fórmula 1 Sebastian Vettel se consagrou tri campeão da categoria,
tornando-se o tri campeão mais jovem da história, além da queda de Felipe Massa na Ferrari. Além disso, Rubens Barrichello entrou
para a formula Indy, com a esquive Kave Race, equipe de Tony Canaa, o piloto mostrou desempenho ao se arriscar na stock car Brasil.
Ainda na fórmula 1, o piloto Michael Schumacher, após inúmeros anos, se despediu das pistas em baixa.

Copa no Brasil

A copa no Brasil está se aproximando e com isso muito está sendo feito para que o evento seja realizado da melhor forma possível.
Estádios em reforma, como o Maracanã e Mineirão estão bem adiantados, alguns já mostravam suas novas caras, como a Fonte Nova
na Bahia. E alguns estão em construção, como é o caso do Itaquerão, ou Fielzão. O estado de São Paulo, por pouco não fica fora da
copa, devido a complicações encontradas no seu maior estádio até aquele momento, o Cícero Pompeu de Toledo, conhecido como
Morumbi, estádio do time do São Paulo. Porém, outro time já estava com um projeto de construção de seu estádio. Novamente o
corinthians entra em cena, para mais uma conquista, desta vez o tão aguardado estádio. O local é a zona leste, em Itaquera, e com
aval da FIFA, e com ajuda de construtoras, como a Odebresh, e um pouco de dinheiro do BNDES o corinthians recebeu aval do órgão
máximo do futebol e assim, com alguns lugares extras, o estádio receberá a abertura dos jogos da próxima copa. A princípio era para
o estádio ficar pronto até o final do ano, porém, com uma grande agilidade nas obras, há a possibilidade de o estádio já estar pronto,
para a pré-copa, ou mais conhecida como copa das confederações.

Didatismo e Conhecimento 38
conhecimentos gerais e atualidades
Racismo no esporte

Nos últimos anos um assunto tem tomado conta no mundo esportivo. O racismo tem sido falta de assunto no mundo inteiro,
inclusive nos esportes. Principalmente nos países europeus, o racismo tem sido mostrado de uma forma muito forte. Países como
Rússia, Itália e Alemanha, são os países com maior onde racismo. Jogadores brasileiros, atletas de varias modalidades já sofreram
muito com o racismo. Recentemente, o jogador Balotelli foi o alvo, e após sofrer como racismo, o jogador deixou o gramado, assim
como os dois times, em forma de protesto.
Casos de racismo se tornaram constantes nos esportes. No vôlei, por exemplo, o jogador Wallace também foi alvo em um jogo da
liga nacional, em uma partida disputada em Minas Gerais. Os casos mais conhecidos são os das bananas e sons de macacos imitados
por torcedores, e os alvos sempre foram jogadores brasileiros ou africanos. Na América do sul o caso mais forte, foi em uma partida
valida pela taça libertadores da América, onde o argentino Desábato chamou o atacante Grafite de macaco também, o caso foi parar
na delegacia.

Relações Internacionais

Alguns fatos de destaque na questão das relações internacionais são importantes e devem ser comentados para esclarecimentos
dos leitores.
O Mercado Comum do Sul (Mercosul), bloco de integração econômica da América do Sul formado por Brasil, Argentina,
Paraguai e Uruguai, passou por grandes mudanças ao longo ano. No Rio+20, o presidente paraguaio Fernando Lugo sofreu um
processo de impeachment e foi deposto de seu cargo, dando lugar ao até então vice-presidente, Federico Franco. Lugo chegou a
instaurar um governo paralelo, para fiscalizar a nova gestão paraguaia. Depois da mudança de comando no governo, o país foi
suspenso do bloco porque os países integrantes questionaram se a forma como se deu o processo não feria a democracia paraguaia.
Esta foi a primeira suspensão em muitos anos de história do Mercosul. Com ela, o novo governo paraguaio não pode participar
das reuniões e decisões até as eleições presidenciais de abril de 2013, mas não sofrerá sanções econômicas. Sob o entendimento
de que o processo de impeachment ocorreu sem espaço para a ampla defesa do ex-presidente Fernando Lugo e rompeu a ordem
democrática do país, o Paraguai também foi suspenso da União de Nações Sul-Americanas (Unasul). A Unasul argumenta que a
realização de eleições democráticas e transparentes é condição fundamental para acabar com a suspensão do Paraguai do bloco, e a
posição se mantém até hoje. No final de novembro, a Cúpula dos Chefes de Estado e Governo da Unasul, que ocorreu em Lima, no
Peru, decidiu manter a suspensão do Paraguai. Os líderes concluíram que não houve fato novo que motivasse a revogação da medida.
A suspensão do Paraguai abriu uma brecha para que a Venezuela se tornasse membro-pleno do bloco. O Paraguai era o único
que tinha posição contrária à integração dos venezuelanos. As adaptações para a participação venezuelana vêm sendo feitas desde
então. Recentemente, o Brasil promulgou a adesão do país ao grupo e os chanceleres do Mercosul conseguiram fechar uma série
de negociações para garantir que a Venezuela terá atendido as principais exigências para ser integrada de forma plena ao bloco.
O bloco, com a entrada dos venezuelanos, passa a contar com Produto Interno Bruto (PIB) de US$ 3,32 trilhões, o que equivale a
aproximadamente 82,2% do PIB sul-americano. A população soma 275 milhões de habitantes.
Em meio às reviravoltas, a Bolívia que já era membro associado do Mercosul , também aceitou se integrar ao bloco. O presidente
da Bolívia, Evo Morales, assinou o protocolo de adesão. Esta, no entanto, foi à primeira etapa do processo, que costuma levar anos
por envolver questões técnicas e jurídicas. A adesão do país comandado por Evo Morales foi um dos destaques do documento final
da Cúpula de Estado dos Chefes de Estado do Mercosul.

Relações Comerciais

As trocas entre Brasil e Argentina passaram por alguns momentos de crise também neste ano. O país vizinho suspendeu a
concessão de licenças de importações de cortes de carne suína brasileira. A suspensão terminou com a assinatura de um acordo, entre
os dois países, no início de outubro. Com o consenso, as exportações foram restabelecidas sob a condição de que o Brasil deveria
agilizar o processo de liberação para importações de maçã, pera e marmelo da Argentina. O Mercosul também quer intensificar as
parcerias com a União Europeia e a China, incrementando o comércio do bloco com as duas regiões e ampliando as oportunidades
de exportações. A decisão de ampliar o relacionamento com os dois parceiros foi incluída em quatro itens dos 61 do documento final,
denominado Comunicado Conjunto dos Presidentes dos Estados Partes do Mercosul.
O comunicado foi divulgado após reunião da Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul, no Itamaraty. Os presidentes dos
países do Mercosul ressaltaram a importância das relações entre o bloco e a China, os fluxos recíprocos de investimento para o
desenvolvimento de suas trocas comerciais. Em defesa das ações para o fortalecimento das relações entre o Mercosul e a China, os
presidentes citaram a promoção de uma missão comercial conjunta a Xangai e de reunião de representantes governamentais. A China
está hoje entre os principais parceiros de todos os integrantes do Mercosul.

Didatismo e Conhecimento 39
conhecimentos gerais e atualidades
O documento final foi assinado pelos presidentes Dilma Rousseff, José Pepe Mujica (Uruguai), Evo Morales (Bolívia), Cristina
Kirchner (Argentina), Rafael Correa (Equador), Donald Ramotar (Guiana) e Desi Bouterse (Suriname), além do ministro de Minas
e Energia da Venezuela, Rafael Ramírez, da vice-presidenta do Peru, Marisol Cruz, e dos vice-chanceleres Alfonso Silva (Chile) e
Monica Lanzetta (Colômbia).
Os chefes de Estado também defenderam um acordo de associação entre o Mercosul e a União Europeia, e se comprometeram a
buscar um instrumento abrangente e equilibrado. O acordo, segundo eles, fortalecerá o comércio entre os dois blocos e impulsionará
o crescimento e o emprego nas duas regiões. De acordo com integrantes da União Europeia, há oportunidades de avançar e até definir
um acordo de livre comércio. Porém, os negociadores brasileiros se queixam do excesso de obstáculos imposto pelos europeus a uma
série de produtos brasileiros. Os entraves comerciais são as principais dificuldades para a retomada das negociações entre os dois
blocos.

Área de Livre Comércio das Américas (ALCA)

Todo o noticiário sobre Mercosul, Aliança do Pacífico, Parceria Transpacífica e China tem a ver com um embate ideológico entre
duas concepções de política de desenvolvimento econômico e social. A primeira dessas concepções afirma que o principal obstáculo
ao crescimento e ao desenvolvimento é a ação do Estado na economia. A ação direta do Estado na economia, através de empresas
estatais, como a Petrobrás, ou indireta, através de políticas tributárias e creditícias para estimular empresas consideradas estratégicas,
como a ação de financiamento do BNDES, distorceria as forças de mercado e prejudicaria a alocação eficiente de recursos.
Nesta visão privatista e individualista, uma política de eliminação dos obstáculos ao comércio e à circulação de capitais; de
não discriminação entre empresas nacionais e estrangeiras; de eliminação de reservas de mercado; de mínima regulamentação da
atividade empresarial, inclusive financeira; e de privatização de empresas estatais conduziria a uma eficiente divisão internacional
do trabalho em que todas as sociedades participariam de forma equânime e atingiriam os mais elevados níveis de crescimento e
desenvolvimento.
Esta visão da economia se fundamenta em premissas equivocadas. Primeiro, de que todos os Estados partem de um mesmo
nível de desenvolvimento, de que não há Estados mais e menos desenvolvidos. Segundo, de que as empresas são todas iguais ou
pelo menos muito semelhantes em dimensão de produção, de capacidade financeira e tecnológica e de que não são capazes de influir
sobre os preços. Terceiro, de que há plena liberdade de movimento da mão de obra entre os Estados. Quarto, de que há pleno acesso
à tecnologia que pode ser adquirida livremente no mercado. Quinto, de que todos os Estados, inclusive aqueles mais desenvolvidos,
seguem hoje e teriam seguido passado esse tipo de políticas.
Como é obvio estas premissas não correspondem nem à realidade da economia mundial, que é muito, muito mais complexa,
nem ao desenvolvimento histórico do capitalismo. Historicamente, as nações hoje altamente desenvolvidas utilizaram uma gama
de instrumentos de política econômica que permitiram o fortalecimento de suas empresas, de suas economias e de seus Estados
nacionais. Isto ocorreu mesmo na Inglaterra, que foi a nação líder do desenvolvimento capitalista industrial, com a Lei de Navegação,
que obrigava o transporte em navios ingleses de todo o seu comércio de importação e exportação; com a política de restrição às
exportações de lã em bruto e às importações de tecidos de lã; com as restrições à exportação de máquinas e à imigração de “técnicos”.
Políticas semelhantes utilizaram a França, a Alemanha, os Estados Unidos e o Japão. Países que não o fizeram naquela época, tais
como Portugal e Espanha, não se desenvolveram industrialmente e, portanto, não se desenvolveram. Se assim foi historicamente, a
realidade da economia atual é a de mercados financeiros e industriais oligopolizados em nível global por megaempresas multinacionais,
cujas sedes se encontram nos países altamente desenvolvidos. A lista das maiores empresas do mundo, publicada pela revista Forbes,
apresenta dados sobre essas empresas cujo faturamento é superior ao PIB de muitos países. Das 500 maiores empresas, 400 se
encontram operando na China. Os países altamente desenvolvidos protegem da competição estrangeira setores de sua economia
como a agricultura e outros de alta tecnologia.
Através de seus gigantescos orçamentos de defesa, todos, inclusive a Alemanha e o Japão, que não poderiam legalmente ter
forças armadas, subsidiam as suas empresas e estimulam o desenvolvimento cientifico e tecnológico. Com os programas do tipo
“Buy American” e outros semelhantes, privilegiam as empresas nacionais de seus países; através da legislação e de acordos cada
vez mais restritivos de proteção à propriedade intelectual, dificultam e até impedem a difusão do conhecimento tecnológico. Através
de agressivas políticas de “abertura de mercados” obtém acesso aos recursos naturais (petróleo, minérios etc) e aos mercados dos
países periféricos, em troca de uma falsa reciprocidade, e conseguem garantir para suas megaempresas um tratamento privilegiado
em relação às empresas locais, inclusive no campo jurídico, com os acordos de proteção e promoção de investimentos, pelos quais
obtém a extraterritorialidade. Como é sabido, protegem seus mercados de trabalho através de todo tipo de restrição à imigração,
favorecendo, porém, a de pessoal altamente qualificado, atraindo cientistas e engenheiros, colhendo as melhores “flores” dos jardins
periféricos.

Didatismo e Conhecimento 40
conhecimentos gerais e atualidades
A segunda concepção de desenvolvimento econômico e social afirma que, dada a realidade da economia mundial e de sua
dinâmica, e a realidade das economias subdesenvolvidas, é essencial a ação do Estado para superar os três desafios que tem de
enfrentar os países periféricos, ex-colônias, algumas mais outras menos recentes, mas todas as vítimas da exploração colonial direta ou
indireta. Esses desafios são a redução das disparidades sociais, a eliminação das vulnerabilidades externas e o pleno desenvolvimento
de seu potencial de recursos naturais, de sua mão de obra e de seu capital.
As extremas disparidades sociais, as graves vulnerabilidades externas, o potencial não desenvolvido caracterizam o Brasil, mas
também todas as economias sul-americanas. A superação desses desafios não poderá ocorrer sem a ação do Estado, pela simples
aplicação ingênua dos princípios do neoliberalismo, de liberdade absoluta para as empresas as quais, aliás, levaram o mundo à maior
crise econômica e social de sua História: a crise de 2007. E agora, Estados europeus, pela política de austeridade (naturalmente, não
para os bancos) que ressuscita o neoliberalismo, atacam vigorosamente a legislação social, propagam o desemprego e agravam as
disparidades de renda e de riqueza. Mas isto é tema para outro artigo.
Assim, neste embate entre duas visões, concepções, de política econômica, a aplicação da primeira política, a do neoliberalismo,
levou à ampliação da diferença de renda entre os países da América do Sul e os países altamente desenvolvidos nos últimos vinte anos
até a crise de 2007. Por outro lado, é a aplicação de políticas econômicas semelhantes, que preveem explicitamente a ação do Estado,
que permitiu à China crescer à taxa média de 10% a/a desde 1979 e que farão que a China venha a ultrapassar os EUA até 2020.
Ainda assim, há aqueles que na periferia não querem ver, por interesse ou ideologia, a verdadeira natureza da economia internacional
e a necessidade da ação do Estado para promover o desenvolvimento. Nesta economia internacional real, e não mitológica, é preciso
considerar a ação da maior Potência.
A política econômica externa dos Estados Unidos, a partir do momento em que o país se tornou a principal potência industrial
do mundo no final do século XIX e em especial a partir de 1945, com a vitória na Segunda Guerra Mundial, e confiante na enorme
superioridade de suas empresas, tem tido como principal objetivo liberalizar o comércio internacional de bens e promover a livre
circulação de capitais, de investimento ou financeiro, através de acordos multilaterais como o GATT, mais tarde OMC, e o FMI; de
acordos regionais, como era a proposta da ALCA e de acordos bilaterais, como são os tratados de livre comércio com a Colômbia,
o Chile, o Peru, a América Central e com outros países como a Coréia do Sul. E agora as negociações, altamente reservadas, da
chamada Trans-Pacific Partnership - TPP, a Parceria Transpacífica, iniciativa americana extremamente ambiciosa, que envolve a
Austrália, Brunei, Chile, Malásia, Nova Zelândia, Peru, Singapura, Vietnã, e eventualmente Canadá, México e Japão, e que, nas
palavras de Bernard Gordon, Professor Emérito de Ciência Política, da Universidade de New Hampshire, “adicionaria bilhões
de dólares à economia americana e consolidaria o compromisso político, financeiro e militar dos Estados Unidos no Pacifico por
décadas”. O compromisso, a presença, a influência dos Estados Unidos no Pacifico isto é, na Ásia, no contexto de sua disputa com a
China. A TPP merece um artigo à parte.
Através daqueles acordos bilaterais, procuram os EUA consagrar juridicamente a abertura de mercados e obter o compromisso
dos países de não utilizar políticas de desenvolvimento industrial e de proteção do capital nacional. Não desejam os Estados Unidos
ver o desenvolvimento de economias nacionais, com fortes empresas, capazes de competir com as megaempresas americanas, por
razões óbvias, entre elas a consequente redução das remessas de lucros das regiões periféricas para a economia americana. Os lucros
no exterior são cerca de 20% do total anual dos lucros das empresas americanas!
Nas Américas, a política econômica dos Estados Unidos teve sempre como objetivo a formação de uma área continental
integrada à economia americana e liderada pelos Estados Unidos que, inclusive, contribuísse para o alinhamento político de cada
Estado da região com a política externa americana em seus eventuais embates com outros centros de poder, como a União Europeia,
a Rússia e hoje a China. Assim, já no século XIX, em 1889 , no mesmo ano em que Deodoro da Fonseca proclamou a República, na
Conferência Internacional Americana, em Washington, os Estados Unidos propuseram a criação de uma união aduaneira continental.
Esta proposta, que recebeu acolhida favorável do Brasil, no entusiasmo pan-americano da recém-nascida república, foi rejeitada pela
Argentina e outros países.
Com a I Guerra Mundial, a Grande Depressão, a ascensão do nazismo e a Segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos procuraram
estreitar seus laços econômicos com a América Latina, aproveitando, inclusive, a derrota alemã e o retraimento francês e inglês,
influências históricas tradicionais. Em 1948, na IX Conferência Internacional Americana, em Bogotá, propuseram novamente a
negociação de uma área de livre comércio nas Américas; mais tarde, em 1988, negociaram o acordo de livre comércio com o Canadá,
que seria transformado em Nafta com a inclusão do México, em 1994; e propuseram a negociação de uma Área de Livre Comércio
das Américas, a ALCA, em 1994.
A negociação da ALCA fracassou em parte pela oposição do Brasil e da Argentina, a partir da eleição de Lula, em 2002 e de
Kirchner, em 2003 e, em parte, devido à recusa americana de negociar os temas de agricultura e de defesa comercial, o que permitiu
enviar os temas de propriedade intelectual, compras governamentais e investimentos para a esfera da OMC, o que esvaziou as
negociações. O objetivo estratégico americano, todavia, passou a ser executado, agora com redobrada ênfase, através da negociação
de tratados bilaterais de livre comércio, que concluíram com o Chile, a Colômbia, o Peru, a América Central e República Dominicana,
só não conseguindo o mesmo com o Equador e a Venezuela devido à eleição de Rafael Correa e de Hugo Chávez e à resistência do
Mercosul às investidas feitas junto ao Uruguai.

Didatismo e Conhecimento 41
conhecimentos gerais e atualidades
Assim, a estratégia americana tem tido como resultado, senão como objetivo expresso, impedir a integração da América do Sul
e desintegrar o Mercosul através da negociação de acordos bilaterais, incorporando Estado por Estado na área econômica americana,
sem barreiras às exportações e capitais americanos e com a consolidação legal de políticas econômicas internas, em cada país, nas
áreas de propriedade intelectual, compras governamentais, defesa comercial, investimentos, em geral com dispositivos chamados
de OMC – Plus, mais favoráveis aos Estados Unidos do que aqueles que conseguiram incluir na OMC, que, sob o manto de ilusória
reciprocidade, beneficiam as megaempresas americanas, em especial neste momento de crise e de início da competição sino-
americana na América Latina.
Na execução deste objetivo, de alinhar econômica, e por consequência politicamente, toda a América Latina sob a sua bandeira
contam com o auxílio dos grupos internos de interesse em cada país que, tendo apoiado a ALCA no passado, agora apoiam a negociação
de acordos bilaterais ou a aproximação com associações de países, tais como a Aliança do Pacífico, que reúne países sul-americanos e
mais o México, que celebraram acordos de livre comércio com os EUA. Hoje, o embate político, econômico e ideológico na América
do Sul se trava entre os Estados Unidos da América, a maior potência econômica, política, militar, tecnológica, cultural e de mídia
do mundo; a crescente presença chinesa, com suas investidas para garantir acesso a recursos naturais, ao suprimento de alimentos e
de suas exportações de manufaturas e que, para isto, procuram seduzir os países da América do Sul e em especial do Mercosul com
propostas de acordos de livre comércio; e as políticas dos países do Mercosul, Argentina, Brasil, Venezuela, Uruguai e Paraguai que
ainda entretém aspirações de desenvolvimento soberano, pretendem atingir níveis de desenvolvimento social elevado e que sabem
que, para alcançar estes objetivos, a ação do Estado, e da coletividade organizada, é essencial, é indispensável.

Globalização

Podemos dizer que é um processo econômico e social que estabelece uma integração entre os países e as pessoas do mundo todo.
Através deste processo, as pessoas, os governos e as empresas trocam ideias, realizam transações financeiras e comerciais e espalham
aspectos culturais pelos quatro cantos do planeta. O conceito de Aldeia Global se encaixa neste contexto, pois está relacionado com
a criação de uma rede de conexões, que deixam as distâncias cada vez mais curtas, facilitando as relações culturais e econômicas de
forma rápida e eficiente. O que a globalização apresenta para uma sociedade não são somente produtos, mas sim ideias quanto ao
mercado, à democracia, à educação, à família, à sexualidade, ao trabalho, lazer, etc.

Esferas da Globalização Econômica

Globalização Comercial: A globalização comercial consiste na integração dos mercados nacionais por meio da diminuição das
barreiras comerciais e, consequentemente, do aumento do comércio internacional. Se o crescimento do comércio mundial der-se a
uma taxa de crescimento média anual mais elevada do que a do PIB mundial podemos afirmar que há globalização comercial: maior
internacionalização da produção via comércio de bens e serviços e maior grau de abertura das economias

Globalização Financeira: Modificou o papel do Estado na medida em que alterou radicalmente a ação governamental, que agora
é dirigida quase exclusivamente para tornar possível às economias nacionais desenvolverem e sustentarem condições estruturais de
competitividade em escala global. Faz-se através da intercomunicação dos mercados de capitais acelerando a velocidade na alocação
do capital (smart money). Se por um lado, a mobilidade dos fluxos financeiros através das fronteiras nacionais pode ser vista como
uma forma eficiente de destinar recursos internacionais e para países emergentes, por outro, a possibilidade de usar os capitais de
curto prazo para ataques especulativos contra moedas são considerados como uma nova forma de ameaça à estabilidade econômica
dos países.

Globalização Produtiva: Fenômeno mundial associado a uma revolução nos métodos de produção que resultou numa mudança
significativa nas vantagens comparativas das nações. As fases de produção de uma determinada mercadoria podem ser realizadas
em qualquer país, pois se busca aquele que oferecer maiores vantagens econômicas. Isto tem levado a uma acirrada competição entre
países - em particular aqueles em desenvolvimento - por investimentos externos.
Multinacionais – são empresas que mantêm filiais em vários países do mundo, comandadas a partir de uma sede situada no país
de origem.
Transnacionais – são empresas cujas filiais não seguem as diretrizes da matriz, pois possuem interesses próprios e às vezes
conflitantes com os do país no qual se originaram.

Didatismo e Conhecimento 42
conhecimentos gerais e atualidades
Globalização Tecnológica: A revolução tecnológica levou à chamada economia digital e à ideia de que o saber é o principal
recurso de uma nação – teríamos entrado na chamada ―era da informação‖. O surgimento da Internet leva a uma mudança radical na
produção e na comercialização de bens e serviços, tendo efeitos tanto sobre a relação de uma empresa com seus fornecedores quanto
com seus consumidores. As empresas transnacionais se aproveitam desse contexto e se fortalecem, planejando suas ações com o
objetivo de vender para o mercado global. A globalização tecnológica não atinge toda a superfície terrestre, embora altere a dinâmica
econômica e social da maior parte dos países. Se a produção de chips e de computadores, o controle dos serviços e equipamentos
de telecomunicações e a fabricação de remédios estão nas mãos de algumas poucas grandes empresas multinacionais, também o
consumo desses produtos e serviços encontra-se concentrado nos países desenvolvidos.

Efeitos da Globalização na atualidade

É evidente que muitos acontecimentos em relação à globalização dos países ocorreram, um dos destaques pelo mundo foi às
eleições. Entre esses países, alguns que fizeram parte da Primavera Árabe, a qual havia trazido grandes expectativas de que aquelas
nações do Oriente Médio e do norte da África enfim abraçariam a democracia. Entretanto, os regimes resultantes desse movimento
e os ditadores que insistem em resistir demonstram que somente o desejo por liberdade não foi ainda suficiente para alterar o status
quo milenar desses países.
Na Líbia, foram realizadas as primeiras eleições legislativas. Porém, o país, ao lado do Egito, foi o palco de um dos acontecimentos
mais falados - Os tumultos começaram em há alguns meses. No Egito, onde uma multidão protestou na embaixada norte-americana
no Cairo. No mesmo dia, na Líbia, um ataque ao consulado norte-americano resultou na morte do embaixador, John Christopher
Stevens, e de mais três funcionários. Para se instalar na região, parece que a democracia vai precisar de mais estações do que apenas
uma primavera.
A União Europeia, que ganhou o Prêmio Nobel da Paz, não teve seus líderes-presidente da França eleito – e não encontrou
solução para a crise econômica que persiste na região. Já nos Estados Unidos, as eleições também não trouxeram mudança. Foi
reeleito o atual presidente Barack Obama.
Na Rússia, Vladimir Putin foi questionado ao ganhar um terceiro mandato como presidente depois de passar os últimos quatro
anos no cargo de primeiro-ministro. O Japão, que continua sofrendo as consequências do terremoto do ano passado e enfrenta
dificuldades para sair da recessão, acaba de eleger como primeiro-ministro Shinzo Abe. A China também escolheu seus novos líderes,
em um processo que, ao contrário da habitual frieza, trouxe um ingrediente quente: a corrupção. Casos envolvendo altos membros do
Partido Comunista foram explorados politicamente por seu novo secretário-geral.
Já na América Latina o Brasil, que deu provas de maturidade no julgamento do mensalão, é uma das exceções, continuou sem
conseguir dar grandes demonstrações de evolução institucional. Chávez se reelegeu na Venezuela, mas o clima neste final de ano é
de incerteza, porque uma recaída em sua doença o obrigou a ser submetido à nova cirurgia e, caso ele não consiga se recuperar, na
data marcada para sua posse, novas eleições terão que ser convocadas. Os governos de Equador e Argentina passaram o ano sob a
acusação de cercearem a liberdade de imprensa.

Os efeitos da Globalização em relação à economia dos países.

O cenário era favorável, e os Estados Unidos da América mantinham-se em recuperação com a melhora de um grande conjunto de
indicadores. Um programa de recompra de títulos inundou a economia americana com centenas de milhares de dólares favorecendo
a atividade econômica. Já na Europa, o assunto era a Grécia, a pergunta é como um país com uma área menor que a do estado de
São Paulo pode causar tanto transtorno e desconforto? A resposta é “Globalização”. A esta altura do campeonato, já considerando
os problemas “importados” do ano anterior, a Grécia era o centro das atenções com incansáveis rodadas de negociação, tentando
convencer seus credores que seria melhor receber 50% do que lhes era devido que receber absolutamente nada caso o país quebrasse.
Na China não havia uma tendência definida no começo do ano e os indicadores econômicos alternavam entre aceleração e
desaceleração econômica. Atualmente, apesar de a China ser considerada economia emergente, é tratada como economia de não
mercado. Com isso, ao abrir um processo de investigação, os países não precisam considerar os preços dos produtos chineses.
Quando a China é alvo de denúncia, o governo ou o setor produtivo tem que indicar um terceiro país que seja parâmetro para o
produto, a fim de o governo definir se existe uma fraude nos preços. Mas no decorrer do ano a crise amenizou-se e a china apresentou
uma melhora no seu conjunto de indicadores e finalmente acelerou.
No Brasil a expectativa era tão positiva no começo do ano que registramos uma das sequências mais extensas de entrada
de recursos de investidores estrangeiros na bolsa brasileira nos últimos anos. Um fato sobre isso é a parceria entre o Brasil e a
União Europeia (UE) para a internacionalização de pequenas e médias empresas brasileiras já beneficiou, em cinco anos, direta
e indiretamente, 2,5 mil empreendimentos de 21 setores, como o de tecnologia da informação, petróleo e gás, o agronegócio e o
coureiro-calçadista.

Didatismo e Conhecimento 43
conhecimentos gerais e atualidades
Cultura Internacional

Cultura é um conceito de várias acepções, sendo a mais corrente a definição genérica formulada por Edward B. Tylor, segundo
a qual cultura é “aquele todo complexo que inclui o conhecimento, as crenças, a arte, a moral, a lei, os costumes e todos os outros
hábitos e capacidades adquiridos pelo homem como membro da sociedade”. Em Roma, na língua latina, seu antepassado etimológico
tinha o sentido de “agricultura” (significado que a palavra mantém ainda hoje em determinados contextos), como empregado por
Varrão, por exemplo. Cultura é também associada, comumente, a altas formas de manifestação artística e/ou técnica da humanidade,
como a música erudita europeia (o termo alemão “Kultur” – cultura – se aproxima mais desta definição). Definições de cultura
foram realizadas por Ralph Linton, Leslie White, Clifford Geertz, Franz Boas, Malinowski e outros cientistas sociais. Em um estudo
aprofundado, Alfred Kroeber e Clyde Kluckhohn encontraram pelo menos 167 definições diferentes para o termo cultura.
Por ter sido fortemente associada ao conceito de civilização no século XVIII, a cultura muitas vezes se confunde com noções
de: desenvolvimento, educação, bons costumes, etiqueta e comportamentos de elite. Essa confusão entre cultura e civilização foi
comum, sobretudo, na França e na Inglaterra dos séculos XVIII e XIX, onde cultura se referia a um ideal de elite. Ela possibilitou
o surgimento da dicotomia (e, eventualmente, hierarquização) entre “cultura erudita” e “cultura popular”, melhor representada nos
textos de Matthew Arnold, ainda fortemente presente no imaginário das sociedades ocidentais.

Cultura Norte Americana

O Estados Unidos é uma nação multicultural, lar de uma grande variedade de grupos étnicos, tradições e valores. Além das já
pequenas populações nativas americanas e nativas do Havaí, quase todos os estadunidenses ou os seus antepassados emigraram
nos últimos cinco séculos. A cultura em comum pela maioria dos americanos é a cultura ocidental em grande parte derivada das
tradições de imigrantes europeus, com influências de muitas outras fontes, tais como as tradições trazidas pelos escravos da África. A
imigração mais recente da Ásia e especialmente da América Latina adicionou uma mistura cultural que tem sido descrita tanto como
homogeneizada quanto heterogênea, já que os imigrantes e seus descendentes mantêm especificidades culturais.
De acordo com a análise de dimensões culturais de Geert Hofstede, os Estados Unidos têm maior pontuação de individualismo
do que qualquer país estudado. Apesar da cultura dominante de que os Estados Unidos sejam uma sociedade sem classes, estudiosos
identificam diferenças significativas entre as classes sociais do país, que afetam a socialização, linguagem e valores. A classe média
e profissional estadunidense iniciou muitas tendências sociais contemporâneas como o feminismo moderno, o ambientalismo e o
multiculturalismo. A autoimagem dos estadunidenses, dos pontos de vista social e de expectativas culturais, é relacionada com as
suas profissões em um grau de proximidade incomum. Embora os americanos tendam a valorizar muito a realização socioeconômica,
ser parte da classe média ou normal é geralmente visto como um atributo positivo. Embora o sonho americano, ou a percepção de
que os americanos gozam de uma elevada mobilidade social, desempenhe um papel fundamental na atração de imigrantes, alguns
analistas acreditam que os Estados Unidos têm menos mobilidade social que a Europa Ocidental e o Canadá.
As mulheres na sua maioria trabalham fora de casa e recebem a maioria dos diplomas de bacharel. Em 2007, 58% dos
estadunidenses com 18 anos ou mais eram casados, 6% eram viúvos, 10% eram divorciados e 25% nunca haviam sido casados. O
casamento entre pessoas do mesmo sexo é um tema controverso no país. Alguns estados permitem uniões civis, em vez do casamento.
Desde 2003, vários estados têm permitido o casamento entre homossexuais, como resultado de ação judicial ou legislativa, enquanto
os eleitores em mais de uma dezena de Estados proibiram a prática através de referendos.

Cultura da Índia

A cultura da Índia tem sido formada por sua longa história milenar, geografia única, demografia diversa, absorção de costumes,
tradições e ideias de regiões vizinhas. Também, a preservação de heranças antigas, formadas durante a civilização do Vale do Indo e
evoluídas durante a civilização védica, a ascensão e a queda do budismo, a era de ouro, as conquistas muçulmanas e a colonização
europeia, uma das suas culturas eram os tecidos coloridos e cheios de vida.
Música: A música da Índia, essencialmente improvisada, de caráter descritivo e emotivo, baseia-se em quadros rígidos, complexos
e constantes, que constituem o único elemento transmissível. Deriva de vários sistemas pertencentes a grupos étnicos e linguísticos
distintos (munda, Dravidianos, Arianos e outros). A música indiana, não tendo notação gráfica, consiste em um sistema de ragas que
são memorizadas pelos executantes e que servem de base para as improvisações. As ragas são uma espécie de modos com 5, 6 ou 7
notas sobre as quais é criada toda a música. Cada raga está associada a uma estação do ano ou a um momento do dia. Após a invasão
muçulmana, passou a ser elaborada segundo dois sistemas principais: o sistema do norte (hindustani) e o do sul (Karnático). Essa
música é caracterizada pela existência de um grande número de modos. O modo não é simplesmente uma gama, mas comporta também
indicações de intervalos exatos, ornamentados, estilo de ataque das notas para formar uma entidade e apresenta uma expressão e um
estilo definidos: o raga (“estado de alma”).

Didatismo e Conhecimento 44
conhecimentos gerais e atualidades
A oitava é dividida em 22 intervalos, permitindo uma consonância exata entre as notas. A rítmica, muito evoluída, possibilita
arabescos de uma extrema sutileza. O principal instrumento de cordas é a tambura (tampura); os principais instrumentos de sopro são
as flautas e uma espécie de oboé. Entre os tambores, os mais importantes são o mridangam e o tabla. O tala é o gongo indiano. Entre
os mais importantes musicistas indianos estão Ali Akbar Khan e Ravi Shankar (nascido em 1920 e que já se apresentou no Brasil).
Apesar da Índia ter uma sociedade pungente e moderna, com grandes aglomerados urbanos, universidades - muita milenares - um
parque industrial fortíssimo produzindo desde agulhas a motores, aviões, etc, não perdeu suas características culturais, apesar de estar
sofrendo um choque cultural. A dança indiana inclui elementos descritivos, onde são narradas aventuras de deuses e heróis míticos.

Cinema: A Índia tem uma grande indústria cinematográfica. É, em termos numéricos, a maior produtora do mundo. O número de
filmes feitos na Índia é superior ao de qualquer outro país. Essa é uma paixão dos indianos. Os cinemas vivem lotados e eles amam
seus astros e, diferentemente de outros lugares, tudo tem a cara da Índia, sem invasões culturais, preservando a identidade deste
país. Esta diversidade, além de arquiteturas diferentes, é o que faz da Índia esse “Caldeirão Cultural”. Atualmente o cinema indiano,
conhecido por Bollywood, é uma das maiores indústrias do mundo da sétima arte. O filme Quem quer ser um milionário?, vencedor
de oito oscars, é um filme britânico, mas filmado na Índia e elenco indiano.

Religiosidade: É o país mais místico do mundo, com cheiro de incenso, cheio de guirlandas e santos vagando pelas ruas,
convivendo lado a lado com uma população progressista, moderna. Nos dias atuais, muito da influência cultural ocidental tem
permeado esta cultura. As filosofias religiosas indianas - porque seus povos desenvolveram vários sistemas filosóficos que sempre
estão associados à religião - são englobadas em cinco grupos principais: jainismo, sankhya e ioga, bramanismo, budismo, tantra.
Quase tudo na Índia é espiritualidade; o grande propósito da cultura indiana é conhecer Deus, seja em seus aspectos pessoal ou
impessoal.

Cultura Europeia

A cultura europeia pode ser melhor descrita como uma série de culturas sobrepostas, e que envolve questões de Ocidente
contra Oriente e Cristianismo contra Islão. Existem várias linhas de ruptura culturais através do continente e movimentos culturais
inovadores discordam uns dos outros. Assim, uma “cultura comum europeia” ou “valores comuns europeus”, é algo cuja definição é
mais complexa do que parece.

Religião: O Cristianismo tem sido a característica dominante na formação da cultura europeia pelo menos nos últimos 1700 anos.
O pensamento filosófico moderno têm sido muito influenciado por filósofos cristãos tais como São Tomás de Aquino e Erasmo. As
religiões mais populares na Europa são:
- Cristianismo Catolicismo Romano: países ou áreas com populações católicas significativas incluem Portugal, Espanha, França,
Luxemburgo, Bélgica, sul dos Países Baixos, República da Irlanda, Escócia, Irlanda do Norte, sul da Alemanha, Suíça, Itália, Malta,
Áustria, Hungria, Eslovénia, Croácia, as partes croatas da Bósnia e Herzegovina, Eslováquia, República Checa, Polónia, oeste da
Ucrânia, Roménia, partes da Rússia, a região Latgale da Letónia e Lituânia. Existem também grandes minorias católicas na Inglaterra
e Gales.
- Igreja Ortodoxa: países com populações ortodoxas significativas são Albânia, Arménia, Bielorrússia, Bósnia e Herzegovina,
Bulgária, Chipre, Estónia, Finlândia (Carélia), Geórgia, Grécia, Letónia, Lituânia, República da Macedónia, Moldávia, Montenegro,
Romênia, Rússia, Sérvia, Ucrânia.
- Protestantismo: países com populações protestantes significativas são Noruega, Islândia, Suécia, Finlândia, Estónia, Letónia,
o Reino Unido, Dinamarca, Alemanha, os Países Baixos e Suíça. Existem minorias significativas em França, República Checa,
Hungria, e pequenas minorias na maioria dos países europeus.
- Islão: países com populações muçulmanas significativas são Albânia, Bósnia e Herzegovina, Bulgária, República da Macedónia,
Montenegro, Sérvia (especialmente em Kosovo), várias repúblicas da Rússia, Crimeia na Ucrânia, Cazaquistão, Turquia, Azerbaijão
e Geórgia. Estatísticas recentes indicam que cerca de 3,5% da população da UE identifica-se a si própria como muçulmana, com
muitos imigrantes muçulmanos na Alemanha, Reino Unido, Benelux, Suécia e França.

Outras religiões minoritárias também existem na Europa, algumas trazidas por imigrantes:
- Judaísmo, principalmente na França, Reino Unido e Rússia.
- Hinduísmo, principalmente entre imigrantes indianos no Reino Unido.
- Budismo, disseminado fracamente por toda a Europa, é a religião dominante na Calmúquia, Rússia.
- Reconstrucionismo pagão autóctone europeu, tradições e crenças, em muitos países.
- Movimento Rastafári, comunidades em GB, França, Espanha, Portugal, Itália e outros lugares.

Didatismo e Conhecimento 45
conhecimentos gerais e atualidades
- Sikhismo e Jainismo, ambas principalmente entre imigrantes indianos no Reino Unido.
- Vudu, principalmente entre imigrantes negros de origem caribenha e da África Ocidental, no Reino Unido e França.
- Religiões tradicionais africanas (incluindo Muti), principalmente no Reino Unido e França.
Milhões de europeus não professam qualquer religião ou são ateus ou agnósticos. As maiores populações não-confessionais (em
percentual) estão na Suécia, República Checa e França, embora a maior parte dos ex-países comunistas tenham populações não-
confessionais significativas. Frequentar uma igreja é uma atividade minoritária na maioria dos países ocidentais– por exemplo, a
Igreja da Inglaterra atrai cerca de um milhão de devotos aos domingos, o que corresponde a cerca de 2% da população da Inglaterra.

Filosofia: A filosofia europeia é a corrente predominante global da filosofia, central para o questionamento filosófico nas Américas
e em boa parte do restante do mundo. Suas origens são judias e helénicas: o pensamento cristão tem exercido grande influência em
vários campos da filosofia europeia (e vice-versa), às vezes como forma de reação; as escolas gregas de filosofia da Antiguidade
clássica forneceram as bases do discurso filosófico que estende-se aos dias de hoje. Talvez os mais importantes períodos filosóficos
únicos desde a era clássica foram a Era da Razão e o Iluminismo. Discute-se muito sobre sua importância e mesmo sua duração.
O que é incontestável é que os princípios da razão e do discurso racional devem muito a René Descartes, John Locke e outros que
desenvolveram trabalhos nesta época.

Cultura Africana

A cultura da África reflete a sua antiga história e é tão diversificada como foi o seu ambiente natural ao longo dos milénios. África
é o território terrestre habitado há mais tempo, e supõe-se que foi neste continente que a espécie humana surgiu; os mais antigos
fósseis de hominídeos encontrados na África (Tanzânia e Quênia) têm cerca de cinco milhões de anos. O Egito foi provavelmente o
primeiro estado a constituir-se na África, há cerca de 5.000 anos, mas muitos outros reinos ou cidades-estados se foram sucedendo
neste continente, ao longo dos séculos (por exemplo, Axum, o Grande Zimbabwe). Para além disso, a África foi, desde a antiguidade,
procurada por povos em outros continentes, que buscavam as suas riquezas.
O continente africano cobre uma área de 30.221.532 de quilômetros quadrados, um quinto da área terrestre da Terra, e possui
mais de 50 países. Suas características geográficas são diversas e variam de tropical úmido ou floresta tropical, com chuvas de
250 a 380 centímetros a desertos. O monte Kilimanjaro (5.895 metros de altitude) permanece coberto de neve durante todo o ano
enquanto o Saara é o maior e mais quente deserto da Terra. A África possui uma vegetação diversa, variando de savana, arbustos
de deserto e uma variedade de vegetação crescente nas montanhas bem como nas florestas tropicais e tropófitas. Como a natureza,
os atuais 922.011.000 habitantes da África evoluíram um ambiente cultural cheio de contrastes e que possui várias dimensões. As
pessoas através do continente possuem diferenças marcantes sob qualquer comparação: falam um vasto número de diferentes línguas,
praticam diferentes religiões, vivem em uma variedade de tipos de habitações e se envolvem em um amplo leque de atividades
econômicas.

Tribos e grupos étnicos: A África é o lar de inumeráveis tribos ou grupos étnicos, alguns dos quais representando populações
muito grandes, consistindo de milhões de pessoas; outras são grupos menores, de poucos milhares. Alguns países possuem mais de 70
diferentes grupos étnicos. Todas estas tribos e grupos possuem culturas que são diferentes, mas representam o mosaico da diversidade
cultural africana. Uma pequena amostra destes grupos étnicos inclui os Afar, Éwés, Amhara, Árabes, Ashantis, Bacongos, Bambaras,
Bembas, Berberes, Bobos, Bubis, Bosquímanos, Chewas, Dogons, Fangs, Fons, Fulas, Hútus, Ibos, Iorubás, Kykuyus, Masais,
Mandingos, Pigmeus, Samburus, Senufos, Tuaregues, Tútsis, Wolofes e Zulus.

Economia Internacional

BRICS

O termo BRIC foi criado pelo economista Jim O’Nill, em 2001, para referir-se aos cinco países que apresentarão maiores taxas
de crescimento econômico até 2050. BRICS são as inicias de Brasil, Rússia, Índia, China e mais recentemente África do Sul, países
em desenvolvimento, que, conforme projeções serão maiores economicamente que o G6 (Estados Unidos, Japão, Alemanha, Reino
Unido, França e Itália). O BRICS não é um bloco econômico, e sim uma associação comercial, onde os países integrantes apresentam
situações econômicas e índices de desenvolvimento parecidos, cuja união visa à cooperação para alavancar suas economias em escala
global.
Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul apresentam vários fatores em comum, entre eles podem ser citados: grande extensão
territorial; estabilidade econômica recente; Produto Interno Bruto (PIB) em ascensão; disponibilidade de mão de obra; mercado
consumidor em alta; grande disponibilidade de recursos naturais; aumento nas taxas de Índice de Desenvolvimento Humano (IDH);
valorização nos mercados de capitais; investimentos de empresas nos diversos setores da economia. 

Didatismo e Conhecimento 46
conhecimentos gerais e atualidades
Brics: potências emergentes podem virar bloco econômico importante

Distantes, diferentes, mas que juntos se transformam em um gigante. Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul representam
25% do território mundial e quase metade da população do planeta. Com poderes combinados podem virar um bloco econômico
importante. O Brasil e a Rússia, por exemplo, são países de grande potencial de commodities, que exportam commodities. Em
contrapartida, a China e a Índia que são de mão de obra para transformar essas commodities em produtos manufaturados. Então, é
uma combinação feliz. Cresce a importância desses países na balança comercial entre si e no futuro próximo.
A China aparece como a segunda economia do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. O Produto Interno Bruto, que é soma das
riquezas produzidas nos cinco países, passa dos US$ 13 trilhões. É quase 20% de tudo que se é produzido no mundo. Em conjunto,
fica mais fácil quebrar barreiras econômicas de países com países da Europa e Estados Unidos, por exemplo. Mas os economistas
dizem que o grupo tem ainda outros desafios, como aumentar a sua força política e aumentar o comércio entre os países. Os cinco
países têm interesses conflitantes, mas poderiam usar a reunião na Índia, pelo menos, para começar a acertar as arestas.

Pacto contra Tuberculose

A BRICS, que tem um extenso histórico de problemas com doenças infecciosas, fecharam um acordo para trabalhar conjuntamente
no combate de uma epidemia de tuberculose resistente a medicamentos. O pacto é a mais recente indicação de que o mundo começa
a despertar para a ameaça da tuberculose resistente a medicamentos, uma doença que vem matando centenas de milhares de pessoas
por ano e que ameaça tornar-se praticamente incurável, em alguns casos, com os tratamentos existentes hoje. O acordo foi fechado
num momento em que a Organização Mundial da Saúde e outros especialistas em temas de saúde global vêm reconhecendo que a
extensão do problema está indo muito além do que eles haviam previsto.

Brasil superará apenas África do Sul entre os BRICS em 2013

O Brasil terá um crescimento maior apenas que o da África do Sul entre os BRICS em 2013. Segundo previsões do relatório World
Economic Outlook (Panorama Econômico Mundial, em tradução livre) do Fundo Monetário Internacional (FMI), o País crescerá 3,5%.
O resultado é suficiente para superar a economia sul-africana (2,8%), mas representa menos da metade da previsão de crescimento da
China (8,2%). O número também fica abaixo dos desempenhos esperados para Rússia (3,7%) e Índia (5,9%).

A crise do Euro

A indisciplina fiscal e o descontrole das contas públicas em países da zona do euro, em particular na Grécia, arrastaram o bloco
para uma crise financeira sem precedentes. Após a revelação de que os gregos maquiavam seu nível de endividamento, títulos
soberanos de diversos países da zona do euro foram rebaixados pelas agências de risco, e a moeda comum caiu ao nível mais baixo
em quatro anos. Para tirar a Grécia do buraco, União Europeia e FMI impõe um duro e impopular plano de austeridade, a que
condicionam o socorro financeiro. A crise da dívida na zona do euro está longe de acabar, embora medidas pensadas para tratar as
causas do problema estejam começando a surtir efeito, embora a crise já se arraste por três anos.

A situação econômica nos EUA.

O Tesouro dos Estados Unidos começou a desenvolver uma série de medidas que deve adiar em cerca de dois meses o dia em que
o governo irá superar sua autoridade legal de empréstimo como definido pelo Congresso. Sem qualquer ação, o Tesouro afirma que o
governo vai alcançar o teto da dívida de US$ 16,4 trilhões. O governo está enfrentando um momento decisivo sobre o teto da dívida
porque a questão se tornou um entrave nas negociações para evitar os US$ 600 bilhões em aumentos tributários e cortes de gastos que
entrarão em vigor. Uma falha em elevar o teto da dívida pode fazer com que o governo dê default em sua dívida.
Para reduzir o gasto do governo, o Tesouro irá suspender a emissão de títulos do Estado e de governos locais, conhecidos como
“slugs”. Os slugs são títulos especiais de juros baixos do Tesouro oferecidos aos governos estatal e local para investir temporariamente
lucros de vendas de títulos municipais. Eles foram suspensos várias vezes nos últimos 20 anos para evitar atingir o teto da dívida.
Os investimentos em um fundo de pensão de empregados do governo também serão suspensos, junto com outras medidas, embora o
Tesouro não tenha apresentado datas para o início dessas outras medidas.

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A crise na Espanha

Recentemente, o rei da Espanha pediu unidade para tirar o país de um dos momentos mais difíceis de sua história, marcado por
uma profunda crise econômica, em alusão à Catalunha, onde cresce o fervor separatista. Segundo o rei, Não é exagero afirmar que
a Espanha vive um dos momentos mais difíceis da história, pois, depois de sofrer momentos complicados em meio a críticas por
uma controversa caça de elefantes em Botsuana e acusações de corrupção contra seu genro, Iñaki Urdangarin. Em crise desde que
explodiu a bolha imobiliária em 2008, a Espanha está novamente mergulhada na recessão e tem um desemprego de 25%, que deixou
mais de um milhão de famílias sem trabalho e dezenas de milhares expulsas de seus lares por causa de dívidas com bancos. Isto,
somado às políticas de austeridade, está gerando um desapego com as instituições e com a política.
Por isso, em um momento em que cresce o fervor separatista na Catalunha (nordeste), Juan Carlos I pediu para exercer uma
política que, longe de provocar o confronto e com respeito à diversidade, integra o comum para somar forças, não para dividi-las.
Diante da negativa do governo espanhol a renegociar um sistema fiscal que considera um peso para sua região em tempos de crise, o
presidente catalão, o nacionalista Artur Mas, anunciou sua intenção de convocar um referendo de autodeterminação. A tensão cresce
desde então entre Madri e Barcelona, que denuncia tentativas do governo espanhol por limitar sua autonomia em questões como a
educação de sua língua, veicular nas escolas públicas após ter sido excluída da esfera pública durante a ditadura franquista (1939-
1975).

Rejeição no Governo Francês.

Desde que assumiu o país, François Hollande apresenta o menor índice de aprovação até o momento para o seu governo socialista
que luta para combater o desemprego. Em recente pesquisa da OpinionWay, feita para o jornal Le Figaro, revelou que 36 por cento
dos entrevistados estavam satisfeitos com Hollande, contra 64 por cento que disseram que estavam descontentes com o seu trabalho
desde a eleição. A aprovação de Hollande vem caindo firmemente, na medida em que a população fica cada vez mais preocupada
com a piora da economia. O desemprego e a política fiscal são as duas maiores queixas, segundo a pesquisa, e 47 por cento dos
entrevistados disseram acreditar que a situação na França piorou nos últimos seis meses.
A fim de cumprir as metas do déficit público, o governo de Hollande espera cortar 30 bilhões de euros do orçamento, mirando
principalmente empresas e ricos com o aumento de impostos. Mas o país, que tem um dos mais altos encargos trabalhistas do mundo
para financiar o seu estado de bem-estar social, precisa simultaneamente aumentar a sua competitividade. Segundo o conselho da
organização multilateral países pobres que têm empréstimos do Fundo Monetário Internacional (FMI) podem continuar a não pagar
juros, já que as economias dessas nações ainda estão se recuperando da crise econômica mundial. O programa de empréstimos com
juros zerados do FMI para países de baixa renda deixaria de vigorar breve, porém a decisão do Conselho Executivo de manter as taxas
de juros zeradas é uma evidência do contínuo apoio do Fundo para países de baixa renda desde o salto da crise econômica mundial
em 2009.

Greve na Grécia

Os funcionários públicos gregos foram convocados para uma greve e os demais trabalhadores do país deverão cruzar os braços
por três horas contra a nova reforma tributária do governo e as últimas medidas de austeridade. A confederação de sindicatos de
funcionários ADEDY convocou uma greve de 24 horas, enquanto o sindicato de trabalhadores do setor privado GSEE organizou
uma paralisação entre 8h e 11h (de Brasília). Atualmente, a GSEE luta contra as políticas destrutivas da ‘troika’ postas em prática
pelo governo. Segundo a GSEE o novo ataque fiscal aos trabalhadores, aposentados e cidadãos comuns; a redução de direitos
fundamentais; a privatização depredadora da propriedade pública; o desemprego e as demissões não podem nem devem continuar. É
preciso haver uma mudança de política para que a sociedade e o país possam sobreviver.

O Abismo Fiscal

A nova lei fiscal, que será votada no Parlamento, aumenta a pressão impositiva sobre as rendas médias e os autônomos. O Banco
Central americano vai usar uma ferramenta clássica de política econômica para fazer essa injeção de recursos: a compra de títulos
públicos (pedaços da dívida estatal, vendidos pelo Tesouro dos EUA) em mãos de investidores e bancos. Ao fazer essa operação, ele
coloca dinheiro no bolso desses investidores e bancos, que pode ser direcionado tanto para outros investimentos (como ações) ou
para a concessão de crédito, o que pode estimular a atividade econômica. Em tese, com mais dinheiro circulando, os empréstimos
para empresas e consumidores ficam mais baratos, o que anima os investimentos no setor produtivo e o aumento do consumo. Assim.
o congresso americano está no meio de uma séria discussão sobre o problema do “abismo fiscal”. O resultado mais provável dessas
discussões será um corte de gastos públicos, mais ou menos drástico. Se o Estado gastar menos, vai tirar um estímulo importante à
enfraquecida economia dos EUA.

Didatismo e Conhecimento 48
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A crise econômica na Alemanha

A Alemanha está resistindo à crise econômica da Europa relativamente bem em comparação a seus vizinhos do sul. No entanto, a
prosperidade parece estar deixando para trás uma grande parcela da população do país, como concluiu um estudo recente, segundo o
qual a pobreza urbana está crescendo a um ritmo alarmante no país. Apesar do forte desempenho econômico da Alemanha e da baixa
taxa de desemprego registrada no país, o percentual de pessoas que vivem abaixo da linha da pobreza continuou avançando de forma
constante no ano passado, com a pobreza nas áreas urbanas puxando essa tendência.
Apesar de a taxa nacional de pobreza da Alemanha ter avançado ligeiramente, para 15,1%, patamar acima dos 14,5% registrados
no ano anterior, o crescimento desse percentual nas grandes cidades foi bem superior. Os resultados se basearam em dados de 15
das cidades mais populosas da Alemanha, onde vivem cerca de 14 milhões de pessoas. O estudo definiu a pobreza de acordo com
o padrão cientificamente aceito. Ou seja: 60% da renda líquida média da população, mensurada de acordo com as necessidades de
um indivíduo ou de uma família – quantia totaliza 848 euros por mês para uma única pessoa. Menos beneficiários da rede de bem-
estar social igual a mais pobreza. Os autores do estudo usaram dados do “micro censo”, realizado pelo Departamento Federal de
Estatísticas da Alemanha, e os compararam com o número de pessoas que recebem seguro-desemprego de longo prazo. Isso foi feito
para incluir aqueles que vivem na pobreza e que não solicitam benefícios sociais por vergonha ou por outros motivos.

Consequências da crise no Reino Unido

Embora os efeitos da crise financeira no Reino Unido tenham diminuído a recessão não terminou para os animais de estimação. De
acordo com a organização de caridade RSPCA, 40 mil animais foram abandonados. Neste ano, mais de cem animais são abandonados
por dia. A empresa, que responde a 25 mil ligações por semana, também está tendo mais dificuldade para encontrar um novo lar aos
bichinhos. Os custos da organização subiram de 111 milhões de libras (R$ 363 milhões) para 120 milhões de libras (R$ 393 milhões).
Dessa forma, a recessão pode ter acabado, mas são tempos sombrios para vítimas silenciosas, como os animais. Eles nunca
precisaram tanto de ajuda. Assim, prevenir os maus tratos e ajudar os animais necessitados é prioridade absoluta da RSPCA, mas
o número de animais abusados e abandonados está em constante crescimento. Enquanto o número de animais carentes sobe, os
gastos da organização, cujo orçamento depende totalmente de doações, já ultrapassaram as previsões. A RSPCA prevê que mais
6.000 cachorros e gatos sejam abandonados até o término do ano, com um custo de cerca de 5 milhões de libras (R$ 16 milhões).
Atualmente, a entidade já conseguiu encontrar um novo lar para 12 mil cachorros e 29 mil gatos. A média de permanência para
cachorros na RSPCA é de 59 dias.

Troca de governo no Egito

O presidente egípcio, Mohamed Mursi, anunciou um novo governo para enfrentar a grave crise econômica, um dia antes de
retomar as negociações com o FMI para conseguir um empréstimo crucial para o país, mas que pode acarretar reformas drásticas.
Dez novos ministros, quase um terço do governo, que continuará sendo liderado pelo primeiro-ministro Hicham Qandil, prestaram
juramento perante o chefe de Estado. Al-Mursi Al-Sayed Hegazy, especialista em finanças islâmicas ligado à Irmandade Muçulmana,
organização à qual Mursi pertence, substituirá o ministro das Finanças, Momtaz al-Said, homem-chave nas negociações com o Fundo
Monetário Internacional (FMI) para conseguir um empréstimo de 4,8 bilhões de dólares.
Said foi muito criticado pelos líderes da Irmandade Muçulmana, que reprovam sua proximidade dos ex-dirigentes militares que
estiveram no poder por quase um ano e meio após a queda, de Hosni Mubarak. O ministério do Interior ficará nas mãos do general
Mohamed Ibrahim, que era um dos adjuntos do até agora ministro da pasta, Ahmed Gamaledin. Dessa forma, a substituição de
Gamaledin é consequência de sua falta de rigidez nas manifestações contra o referendo sobre uma nova Constituição, durante as quais
vários locais da Irmandade Muçulmana foram atacados.
Um total de oito ministérios técnicos, quase todos relacionados à economia, também mudaram de líder: Transportes, Eletricidade,
Desenvolvimento Regional, Aviação Civil, Meio Ambiente, Fornecimento, Comunicações e Relações Parlamentares. Mursi anunciou
esta reformulação do governo, depois de adotar a nova Constituição, e explicou que queria um governo mais preparado para enfrentar
a crise econômica vivida pelo país. Assim, há dois anos, a economia egípcia tem um déficit que aumenta combinado com a queda da
moeda nacional, a libra egípcia, a diminuição do turismo e o afundamento dos investimentos estrangeiros.
Ao mesmo tempo, o Banco Central viu suas reservas caírem de 36 bilhões para 15 bilhões de dólares, nível que a instituição
classificou, na semana passada, de crítico. Desde então, autoridades aplicam medidas para limitar a saída de divisas do país. O novo
ministro das Finanças terá que retomar as negociações com o FMI para conseguir empréstimo, que já foi pré-acordado, mas suspenso
devido às tensões políticas no Egito. O empréstimo do FMI é considerado decisivo para recuperar a confiança na economia egípcia,
conseguir novos apoios internacionais e ajudar o país a sanear suas contas. No entanto, o governo demonstrou ser cauteloso diante
da perspectiva de que o FMI imponha reformas drásticas e impopulares em troca do empréstimo, em particular um possível corte dos
caros subsídios do Estado aos combustíveis e aos alimentos básicos.

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G-20

Desde 1999, os países que possuem as maiores economias do mundo reúnem-se em grupo chamado G-20, nascido durante uma
reunião do G-8 (que reunia as sete maiores economias mais a Rússia), ele é composto pelos ministros das finanças e presidentes de
bancos centrais de 19 países, além de um representante da União Europeia. Integrantes do FMI e do Banco Mundial participaram dos
encontros como convidados para legitimar as ações do grupo.
O G-20 é um fórum de cooperação e de consulta sobre assuntos relacionados ao sistema financeiro internacional. O grupo realiza
estudos e discute políticas relacionadas à promoção da estabilidade financeira internacional, abordando questões que extrapolam os
poderes de qualquer organização. Os países-membros são: Argentina, África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Austrália, Brasil,
Canadá, China, Coréia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, México, Reino Unido, Rússia e Turquia.
O G-20 nasceu depois das sucessivas crises financeiras ocorridas na década de 1990. Seu objetivo é aproximar os países e
melhorar a negociação internacional, tendo em vista o crescimento econômico e sua influencia no cenário mundial. Juntos os países-
membros do G-20 somam 90% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial, 80% do comercio global (incluindo o comercio intra-UE)
e dois terços da população do planeta. A “liderança” do grupo é rotativa entre os membros. O “líder” anual fica responsável por
coordenar o grupo e organizar seus encontros anuais.

Objetivos do G-20

- Eliminar restrições no movimento de capital internacional.


- Evitar a desregulação financeira.
- Garantir direitos de propriedade intelectual e outros direitos de propriedade privada.
- Criar um clima de negócios que favoreça investimentos estrangeiros diretos.
- Estreitar o comércio global (pela OMC e por acordos bilaterais de comércio).
- Incrementar políticas econômicas internacionais.
- Combater abusos no sistema financeiro.
- Administrar crises internacionais.
- Combater a falta de transparência fiscal.

Com a retomada do crescimento econômico desequilibrado entre os países depois da crise financeira internacional, iniciada em
2008, o consenso foi traçar estratégias diferentes para cada caso ara reduzir os déficits públicos e tornar o sistema bancário mais
seguro.
As principais preocupações atuais em relação à economia global são as dependências de países como China e Alemanha das
exportações e o endividamento de nações como os Estados Unidos. Junto com as dívidas da Grécia, também estão no foco as finanças
públicas prejudicadas da Grã-Bretanha, Alemanha, Espanha, Itália e outros países europeus menores. O objetivo mais imediato do
G-20 é mostrar progresso em sua promessa de reequilibrar à economia global.

Encontro de Cúpula

Seul - O encontro dos líderes das 20 principais economias do mundo, o G20, que aconteceu em Seul, na Coreia do Sul, tentará
dar um norte mais claro às finanças dos países, envoltos em questões complexas como a injeção de dinheiro na economia dos Estados
Unidos, o temor com a insolvência da Irlanda ou a propagada guerra cambial.
A reunião de cúpula do G-20 em Seul teve como tema a guerra cambial que afeta o comércio internacional, em razão da
desvalorização do dólar, com a consequente valorização das moedas de outros países, o que torna os produtos desses países mais
caros no mercado global e, portanto, menos competitivos.
No final do encontro, os líderes do grupo emitiram uma declaração, comprometendo-se a evitar desvalorizações competitivas de
moedas e a fortalecer a cooperação internacional, visando reduzir os desequilíbrios globais. Analistas avaliaram o comunicado do
G20 apenas como uma declaração de intenções, sem indicação de medidas concretas.

Cannes - Líderes das maiores economias globais estabelem em Cannes regras que garantem estabilidade dos maiores bancos do
mundo. Mudança no sistema monetário internacional reforça posição de países emergentes como Brasil e China. A reunião avançou
no que diz respeito à regulação de mercados financeiros – mas não conseguiu indicar uma saída para o fim da crise da dívida que
atinge a zona do euro e preocupa o mundo. O encontro do G20 também foi marcado pela crise política na Grécia, desencadeada após
o anúncio e posterior suspensão de um referendo para aprovação popular do pacote europeu de resgate ao país.

Didatismo e Conhecimento 50
conhecimentos gerais e atualidades
Ao final do encontro de dois dias, os líderes mundiais concordaram que os 29 maiores bancos globais precisam ser reestruturados,
para garantir que, em caso de dificuldades, não dependam dos recursos dos contribuintes para ser resgatados. A lista com os nomes
das instituições financeiras de “importância sistêmica”, cuja falência poderia colocar em risco a economia global, foi fechada durante
a cúpula. De acordo com a chanceler federal alemã, Angela Merkel, estes bancos precisam manter altas suas reservas de capital, para
ficarem mais preparados contra eventuais riscos. Também os chamados shadow banks (bancos paralelos), como os fundos de capital
de risco, devem receber maior controle a partir de um plano que será desenvolvido até meados do ano que vem.
Além disso, os chefes de Estado e de governo do G20 concordaram que cada país precisa cumprir sua parte para fortalecer o
crescimento global e aumentar os postos de trabalho. A Alemanha lembrou mais uma vez a promessa feita na cúpula em Toronto
há dois anos: os países do G20 precisam reduzir seus déficits orçamentários até meados de 2013 e estabilizar suas dívidas até 2016.
Os líderes do G20 aumentaram a pressão sobre os europeus para que reforcem as medidas com o intuito de impedir que a Itália
siga o mesmo caminho que a Grécia, afundada em dívidas. Sob pressão dos Estados Unidos e dos emergentes, a Itália aceitou a
condição de ter seu programa de reforma e de austeridade sob monitoramento internacional. Uma maior participação do Fundo
Monetário Internacional (FMI) na economia italiana deve levar mais segurança aos mercados, facilitando financiamentos.
Bildunterschrift: As maiores economias globais acertaram ainda tentar limitar os efeitos da crise aumentando as reservas do
FMI, segundo o presidente da UE, Herman Van Rompuy. A medida terá como objetivo restabelecer a confiança e reduzir os riscos
de contágio da crise da dívida europeia. Ainda não se definiu exatamente, no entanto, como este reforço será feito. Ele deverá contar
com contribuição voluntária de países – o Brasil já declarou estar disposto a contribuir com o FMI.
Países emergentes como China, Índia e Brasil saem reforçados da cúpula. O G20 quer, a médio prazo, adotar um sistema
monetário multipolar – que reflita o peso destes Estados, tendo uma base mais ampla e estável e reduzindo a dependência do dólar.
Vemos que existe um contínuo desenvolvimento do sistema monetário internacional, no qual futuramente um número maior de
moedas terá mais influência. Com isso, a China teria a obrigação de flexibilizar sua política monetária. Atualmente, a moeda norte-
americana perfaz cerca de 9,6 trilhões de dólares das reservas mundiais – cerca de dois terços do total. O euro vem em seguida,
correspondendo a um quarto dessas reservas.
A presidente Dilma Rousseff acredita que a reunião de cúpula do G20, na França, foi um “sucesso relativo”, devido à falta de
detalhamento sobre como a Europa será ajudada a resolver seus problemas fiscais. “Não é sucesso absoluto, mas é relativo porque
os países da zona do euro deram um passo à frente sobre a forma de enfrentar a crise”. Não acredita que uma reunião resolva os
problemas do mundo.
Ela deixou claro que as dificuldades da Europa dominaram não só o encontro de cúpula como as reuniões bilaterais ocorridas
paralelamente. Conforme a presidente, todas as lideranças estavam preocupadas sobre os desdobramentos dos problemas no bloco.
Os europeus precisavam de mais tempo para concretizar suas próprias medidas. Para a presidente, entretanto, houve avanços na
cúpula do G20 e o grupo mantém seu papel no enfrentamento de crises.
Sobre FMI -  Dilma defendeu que qualquer ajuda financeira à zona do euro seja feita por meio do Fundo Monetária Internacional,
e acrescentou que o Brasil se dispôs no encontro do G20 a participar da capitalização do Fundo. O Brasil tem um mecanismo, que é o
mecanismo que rege as relações internacionais, via Fundo Monetário. Dilma disse ainda que os países que compõem os Brics - Brasil,
Rússia, Índia, China e África do Sul - concordaram durante a cúpula do G20 que uma eventual ajuda à zona do euro, que enfrenta
uma aguda crise de dívida, deve ser feita por meio do FMI.
A presidente voltou a defender uma reforma na governança do organismo multilateral de crédito que, na avaliação dela, deve
refletir a mudança de correlação de forças no cenário global. Na entrevista, argumentou que uma ampliação do FMI contribuirá
também para a redução do risco sistêmico na economia global.
Na avaliação de Dilma, os países da zona do euro “deram um passo à frente” no enfrentamento da atual crise econômica e o
encontro também resultou em um consenso “entre muitos países do G20” de que a retomada da estabilidade econômica passa pela
recuperação do crescimento da economia. O Brasil se coloca favoravelmente à criação de uma taxa financeira global, proposta
defendida já há algum tempo por algumas lideranças europeias, como França e Alemanha. Não é contra se todos os países adotarem
uma taxa. Se houver uma taxa financeira global, o Brasil adota também.

Encontro Ministerial

Brasil testa seu protagonismo em encontro do G20, apresenta propostas polêmicas em meio ao acirramento das divergências entre
ricos e emergentes. A comitiva brasileira desembarcou em Paris para o primeiro encontro do G20 – grupo das 20 maiores economias
do mundo, formada pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, pelo secretário de Assuntos Internacionais, Carlos Cozendley, e por
outros dois assessores, a equipe chegou ao fórum com propostas que contrariam o interesse dos países desenvolvidos, entre eles, a
França, anfitriã do encontro. A pauta da reunião estava basicamente formada por três temas centrais: a alta do preço das commodities,
a regulação do sistema financeiro mundial e a chamada guerra cambial. Em pelo menos dois deles – commodities e câmbio -, o Brasil
pôde ter voz significativa nos debates.

Didatismo e Conhecimento 51
conhecimentos gerais e atualidades
O Brasil foi um dos protagonistas do encontro e um dos principais interessados na discussão fundamental, que é a desordem
cambial mundial. O desenvolvimento do Brasil, no fundo, depende de alguma coordenação internacional com relação ao câmbio. Ao
mesmo tempo em que critica a postura de países como a China – que mantêm sua moeda subvalorizada para favorecer as exportações,
o país também critica a “exclusividade” do dólar como moeda de reserva global. Já no debate sobre as commodities, o Brasil chegou a
Paris com uma proposta discutida e alinhada com a Argentina – algo que nunca tinha acontecido de forma oficial. Os dois países – que
são grandes exportadores dos produtos básicos – são contrários à proposta defendida pela França de controlar estoques no mercado
internacional e, com isso, segurar a forte valorização nos preços.
O principal tema em pauta foi a crise econômica internacional e seus efeitos sobre os países ricos e em desenvolvimento. A
reunião ministerial do G20 ocorreu no momento em que houve rumores sobre o risco de liquidez dos bancos europeus. O presidente
da França, Nicolas Sarkozy, e a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, defenderam a necessidade urgente de recapitalização do
setor bancário.

G-07

O grupo dos sete países mais ricos do mundo, o G-7, formado por Estados Unidos, Canadá, Alemanha, França, Reino Unido,
Itália e Japão, se reuniu para uma nova rodada de discussões. Desta vez, a pauta principal foi a situação da economia global e o
crescente endividamento das comunidades do euro. A ideia do encontro era pôr a economia global no caminho da recuperação. No
entanto, o evento foi encerrado sem acordo sobre o conteúdo das reformas do sistema financeiro mundial, embora os países-membros
tenham deixado claro que não há divergência sobre a prevenção de futuras crises.
A reforma do sistema financeiro foi um dos temas mais conflituosos da reunião, que também teve a presença dos presidentes dos
bancos centrais dos países-membros assim como dos chefes do FMI (Fundo Monetário Internacional), Dominique Strauss-Kahn; e
do Banco Mundial, Robert Zoellick. Estados Unidos, França e Reino Unido mostraram disposição para empreender uma reforma
normativa em nível mundial do setor financeiro, mas o Canadá foi reticente. Os setes líderes concordaram que os bancos devem
contribuir de alguma forma com os custos desta recuperação.
Os desequilíbrios globais também entraram na pauta, e a China foi o principal alvo. A maioria dos países do G7 considera que a
moeda chinesa está abaixo de seu valor real para favorecer as exportações do gigante asiático. A crise econômica da Grécia considerada
grave, foi apontada como uma prioridade. Durante o evento, as bolsas mundiais caíram ao nível mais baixo em três meses, e o euro
atingiu seu menor valor desde maio de 2011. Diante do quadro, países da Zona do Euro, como Grécia, Espanha e Portugal, ficaram
sob pressão para provar que deixarão as contas públicas sob controle. O medo é que as crises destes países “contaminem” os outros.
A unanimidade ficou por conta do cancelamento da dívida externa do Haiti com as instituições internacionais para ajudar o país a se
reconstruir após o terremoto que assolou a capital Porto Príncipe.
Segundo o FMI, a dívida total do Haiti chegava a US$ 1,3 bilhão, e o maior credor era o Banco Interamericano de Desenvolvimento
(BID), com um total de US$ 447 milhões. O maior país credor do Haiti era a Venezuela, mas o governo anunciou o perdão da
dívida, em grande parte derivada da compra de combustível. O G7 controla taxas comerciais internacionais e outros mercados
através de comunicados divulgados após as reuniões, que acontecem várias vezes ao ano. Em encontro do grupo em Istambul, foi
discutida a criação de um Grupo dos Quatro, que teria EUA, Europa, Japão e China. Este grupo substituiria o G7, embora claramente
enfraquecido, não deixaria de existir, mas teria uma nova função, ainda em discussão. Ao final do encontro em Iqaluit, no Canadá,
os organizadores anunciaram que não iriam emitir um comunicado como é praxe ao término das discussões do grupo. Para analistas,
este já seria um sinal de desgaste do G7, que vem sendo substituído como principal fórum de discussão da economia pelo G20, que
inclui China, Brasil e outros países em desenvolvimento.
Os ministros de finanças e os presidentes dos bancos centrais da União Europeia e dos países do G7 (Alemanha, Canadá, Estados
Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido) se reuniram em Marselha. O comunicado final da reunião foi cheio de obviedades e sem
nenhuma sugestão concreta, o que acentuou as inquietações sobre a crise nos países desenvolvidos. A queda generalizada das bolsas
mundiais responde, em boa parte, às frustrações geradas pelo encontro. O G7 limita-se a declarar que vai trabalhar em conjunto com
os outros países do G20 e com o FMI para “reforçar” o crescimento da economia mundial.
De imediato, as atenções estão focadas nos países mais frágeis da zona euro e no impasse que paralisa o governo alemão.
Decidida pelos governantes da União Europeia, o aumento de 440 bilhões para 780 bilhões de euros da capacidade de empréstimo
do FEEF, tem de ser votado pelo Parlamento alemão. Como a maior economia dos países da moeda única, a Alemanha deverá prover
211 bilhões de euros de garantia de crédito para o FEEF.
A Corte Constitucional Federal, o mais alto tribunal do país, sediado em Karlsruhe, rejeitou três arguições de inconstitucionalidade
do empréstimo ao FEEF. Mas determinou também que os pacotes de ajuda do FEEF aos países da zona euro devem ser aprovados,
caso por caso, pelo Parlamento alemão. No final das contas, tal dispositivo tira parte da vantagem do FEEF para gerir a crise do euro.
Paralelamente, prosseguem as discussões mais discretas sobre a criação de um Eurobond, um título público da zona euro, bancado
pelos 17 países que possuem a moeda única.

Didatismo e Conhecimento 52
conhecimentos gerais e atualidades
Obviamente, o Eurobond aumentaria um pouco os custos dos empréstimos da Alemanha, mas diminuiria os juros dos empréstimos
da Grécia, da Irlanda, da Espanha e da Itália. No médio prazo, o euro se tornaria uma moeda mais estável, com ganhos para todos
os países que utilizam a moeda única. Efetivamente, a Alemanha também seria bastante favorecida com a criação do Eurobond,
porquanto o país realiza regularmente a maior parte de seu superavit comercial  no interior da zona euro. No entanto, antes mesmo
de ser oficialmente cogitado pela União Europeia, o Eurobond já parece confirmar os temores dos que se opõem à sua criação. A
eventual instauração do novo título da zona euro já está tendo um efeito negativo, na medida em que a Grécia e a Itália, esperando
obter empréstimos mais baratos no quadro do Eurobond, reduzem as medidas de austeridade orçamentária determinadas pelos
acordos do FEEF. 

G-04

O G4 é uma aliança entre Alemanha, Brasil, Índia e Japão com a proposta de apoiar as propostas uns dos outros para ingressar
em lugares permanentes no Conselho de Segurança das Nações Unidas. Diferentemente de outras alianças similares como o G7 e o
G8, onde o denominador comum é a economia ou motivos políticos a longo termo, o objetivo é apenas buscar um lugar permanente
no Conselho. A ONU possui atualmente cinco membros permanentes com poder de veto no Conselho de Segurança: China, Estados
Unidos, França, Reino Unido e Rússia.
Enquanto quase todas as nações concordam com o princípio que a ONU precisa de uma reforma que inclui expansão, poucos
países desejam negociar quando a reorganização deve acontecer. Também há descontentamento entre os membros permanentes atuais
quanto à inclusão de nações controversas ou países não apoiados por eles. Por exemplo, a República Popular da China é contra a
entrada do Japão e a Alemanha não recebe apoio dos EUA.
A França e o Reino Unido anunciaram que apoiam as reivindicações do G4, principalmente o ingresso da Alemanha e do Brasil.
Uma questão importante são os países vizinhos (com chances menores de ingressar) aos que propõem a entrada que frequentemente
são contra os esforços do G4: o Pasquitão é contra a entrada da Índia; a Coréia do Sul e a China são contra o Japão; a Argentina e
o México são contra o Brasil e a Itália é contra a Alemanha; formando um grupo que ficou conhecido como Coffee Club, contra a
expansão do Conselho por aqueles que a propõem.
Em 4 de agosto de 2005 foi anunciado que a China e os EUA entraram em acordo para bloquear a proposta do G4. O Japão
deixou, formalmente, o Grupo dos Quatro (G4) em 6 de janeiro de 2006, depois de ter criticado a nova proposta apresentada por
Brasil, Alemanha e Índia para reformar o Conselho de Segurança da ONU. O país considera que a mesma tem escassas possibilidades
de obter os apoios necessários. Essas críticas complicaram o ambiente no grupo que, até então, tinha uma causa comum. Porém o
Japão parece ter voltado atrás na sua decisão, pois em julho de 2007 ele se reuniu com o grupo em Nova Iorque para discutir a reforma
do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
O G4 (Brasil, Alemanha, Japão e Índia) defende a reforma do conselho de tal forma que reflita o mundo atual. O formato em
vigor é do período após a 2ª Guerra Mundial. Os ministros Antônio Patriota (Brasil), Guido Westerwelle (Alemanha), Koichiro
Gemba (Japão) e Ranjan Mathai (Índia) reuniram-se, em Nova York, para discutir a ampliação do Conselho de Segurança. Após o
encontro dos chanceleres, foi divulgado um comunicado com cinco parágrafos, no qual os quatro governos reiteram a necessidade de
retomar o debate sobre a reforma do órgão.
Os ministros expressaram a visão sobre o forte apoio para uma expansão em ambas as categorias, que deve ser refletida no
processo de negociação entre os Estados-membros e solicitam a elaboração de um documento conciso como base para futuras
negociações. Nas discussões sobre a ampliação do Conselho de Segurança há várias propostas. Uma delas sugere a ampliação de 15
para 25 vagas no total, abrindo espaço para um país em cada continente. Nas Américas, o Brasil e a Argentina pleiteiam uma vaga
no órgão. Na África, não há consenso.
Ao longo da declaração conjunta, os ministros reiteram que é fundamental rever o formato atual do Conselho de Segurança. É
necessário promover a reforma a fim de melhor refletir as realidades geopolíticas de hoje. Os países do G4 reafirmaram compromissos
como aspirantes a novos membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, bem como seu apoio às respectivas candidaturas.
Também reafirmam sua visão da importância de a África ser representada. No discurso de abertura da 67ª Assembleia Geral das
Nações Unidas, a presidenta Dilma Rousseff reiterou seu apelo para que a comunidade internacional retome o debate sobre a reforma
do Conselho de Segurança. Segundo ela, da forma como está, as decisões têm sido tomadas à revelia do órgão, o que não é positivo
nem colabora para a multipolaridade.

Energia Internacional

Em relação a questão da energia internacional fatos relacionados a energia sustentável tiveram grande repercussão. Segundo a
ONU o Ano Internacional da Energia Sustentável para Todos - que visa incentivar e impulsionar a conscientização para as questões
energéticas, incluindo os serviços modernos de energia para todos, o acesso à disponibilidade e eficiência energética, a sustentabilidade
e o uso das fontes de energia para a realização das metas do Desenvolvimento do Milênio, do Desenvolvimento Sustentável e a
promoção de todas estas ações a nível local, nacional, regional e internacional.

Didatismo e Conhecimento 53
conhecimentos gerais e atualidades
Expandir o acesso de energia limpa a preços acessíveis é fundamental para a realização dos Objetivos de Desenvolvimento
do Milênio e do Desenvolvimento Sustentável. As formas de se produzir, consumir e distribuir energia influencia diretamente na
erradicação da pobreza, além de responder eficazmente às mudanças climáticas, melhorando as condições e a qualidade de vida para
a maioria da população mundial. Serviços de energia limpa, eficiente, confiável e acessível são indispensáveis para a prosperidade
global.
Diante dessas modificações, que ocorreram no cenário da energia nos últimos anos e a demanda pelo desenvolvimento sustentável,
esta gerando constantemente fatos novos sobre o assunto e induzindo diversos países a investirem na sustentabilidade. Recentemente
o EUA anunciou que investirá em asfalto solar, O Departamento de Transportes dos EUA anunciou que pretende substituir o asfalto
comum das rodovias do país por painéis solares, para reduzir o uso do petróleo e, ainda, produzir energia limpa.
Os raios de Sol que fazem ferver o asfalto das estradas podem ter melhor serventia para os motoristas. O Departamento de
Transportes dos EUA resolveu investir na criação de painéis solares para substituir a pavimentação das rodovias do país. Além de
diminuir o consumo de petróleo, os painéis (de 4m2) concebidos, são feitos de material reciclado (vidro, plástico e borracha) e células
solares que captam a luz do Sol e a transformam em energia. O desenvolvimento de energia renovável na China, que é considerada
uma das grandes potências econômicas da atualidade, pois, país já detém o terceiro maior Produto Interno Bruto (PIB), atrás somente
do Japão e dos Estados Unidos.
Visando diversificar sua matriz energética e reduzir a dependência de fontes de origem fóssil, sobretudo do carvão e do petróleo,
que é um dos grandes produtos de importação, a China tem desenvolvido tecnologia para a obtenção de energia renovável, com
destaque para a energia solar e eólica (ventos). O país já é o líder mundial na fabricação de células fotovoltaicas, que são utilizadas
para a obtenção de energia solar. A China também é a maior produtora de turbinas eólicas, ultrapassando os Estados Unidos, Japão e
Austrália, que foram os pioneiros no desenvolvimento dessas tecnologias.
Dessa forma, a China retomou a construção de uma usina nuclear de quarta geração, suspensa após a catástrofe da central nuclear
japonesa de Fukushima, que será a maior instalação nuclear do mundo. A construção da usina nuclear da Baía Shidao, em Rongcheng,
uma cidade da província de Shandong (leste), já foi retomada, e é o maior projeto nuclear da China. Esta usina, que será esfriada
por um gás a temperatura elevada, será “o primeiro projeto comercializado com sucesso no mundo de tecnologia nuclear de quarta
geração”, indica o relatório.

O fim da energia nuclear no Japão

O governo japonês anunciou um marco histórico em sua estratégia energética e ambiental garantindo que até 2030 o país não terá
mais usinas nucleares. A estratégia do governo japonês envolve a desativação das usinas quase duas décadas depois do que deveria
ter sido feita. Também esclarece para os empresários que as energias renováveis são o futuro.

Energia limpa

Um estudo da Universidade Stanford, nos Estados Unidos, afirma que as fontes de vento disponíveis no planeta são muito
maiores do que as necessárias para suprir a demanda por energia de um modo limpo e econômico no mundo até 2030. A maior parte
do potencial eólico necessário está sobre os oceanos, afirmam os cientistas. Para determinar o potencial máximo de vento do planeta,
eles criaram um modelo atmosférico em 3D, levando em conta o uso de turbinas de vento para extração da energia do ar circulante.
Os pesquisadores dizem que há um limite para a quantidade de energia que pode ser extraída da atmosfera. Eles calcularam qual
seria o potencial eólico a 100 metros acima do nível do solo, altura média do eixo das turbinas de vento. Pelo estudo, publicado no
periódico “Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America”, os ventos do planeta podem produzir
mais de 250 terawatts se forem instaladas turbinas em toda a superfície do globo a 100 metros do solo.
O número equivale a mais de 16 vezes a energia consumida pela população do planeta. Já a 10 quilômetros acima do nível
do chão, altura em que os ventos adquirem velocidade muito maior, a produção energética pode chegar a 380 terawatts. Se for
considerada apenas a superfície do planeta que é coberta por rochas e solo (sem levar em conta mares, rios e oceanos), e se forem
instaladas turbinas também no litoral, a produção chegaria a 80 terawatts, segundo os pesquisadores.

EUA e Energia Eólica

O presidente americano Barack Obama informou querer eliminar os créditos dos impostos da indústria eólica e colocar em risco
37 mil postos de trabalho. Obama abordou um tema, em que a energia nacional está criando novos empregos em estados como os
do Colorado e Iowa. A indústria eólica aporta 5.000 empregos. O conflito em torno da energia eólica é o exemplo mais recente sobre
como os temas locais alcançam projeção nacional.

Didatismo e Conhecimento 54
conhecimentos gerais e atualidades
Emissão de Carbonos

Os Estados Unidos estabeleceram as primeiras normas nacionais sobre emissões das centrais elétricas, como o objetivo de reduzir
a queima de carbono, considerado um dos grandes culpados pelas mudanças climáticas. Depois de mais de um ano de deliberações,
o governo do presidente Barack Obama decidiu que as regras se aplicam somente às futuras instalações e abriu caminho para mais
usinas de carvão, caso elas sejam modernizadas. A geração de eletricidade é responsável por 41% das emissões de carbono na maior
economia do mundo, que os cientistas culpam pelo aumento da temperatura global e pelas mudanças climáticas.

Impactos: Essa decisão visa melhorar as vidas dos filhos e dos filhos de nossos filhos e para incentivar a liderança global dos
Estados Unidos em energia limpa. O impacto potencial das transformações climáticas, afeta tudo, do turismo à agricultura, e deixará
um rastro ambiental e econômico extraordinário se não forem controladas. O gás natural gera um pouco menos que isso, mas as
usinas de carvão padrão emitem quase o dobro por hora. As energias renováveis como a solar e a eólica, juntamente com a nuclear,
geram muito menos.

Debates: A administração de Obama se comprometeu a reduzir as emissões de carbono dos Estados Unidos, mas seus esforços
enfrentam a forte oposição da indústria e do Partido Republicano, cujos muitos membros questionam se existe realmente uma
transformação no clima como afirmam os especialistas. As propostas dos aliados de Obama para estabelecer um sistema nacional
para frear a emissão de carbono não tiveram sucesso no Congresso. As negociações lideradas pela ONU para um novo acordo
mundial sobre o clima também não progrediram muito, com a China - que superou os Estados Unidos como o maior emissor de gás
carbônico - exigindo um maior comprometimento americano.

Política Internacional

Hugo Chávez

Reeleição

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, venceu as eleições presidenciais no país. Chávez superou o opositor Henrique Capriles
Radonski após uma disputada campanha e garantiu novo mandato, o seu quarto consecutivo, até 2019, no qual prometeu “radicalizar”
o programa socialista que vem implantando há 14 anos no país, dono das maiores reservas mundiais de petróleo.
O atual presidente teve 54,42% dos votos (7.444.082), contra 44,97% (6.151.544) do oponente, com mais de 90% dos votos
apurados, segundo Tibisay Lucena, presidente do conselho eleitoral. O comparecimento às urnas foi de 80,94%. Após  quase 14
anos no comando do país caribenho com as maiores reservas petrolíferas do planeta, durante os quais conquistou uma sólida
popularidade graças a uma política assistencialista e um inegável carisma, o militar aposentado de 58 anos enfrentou o maior desafio
eleitoral de sua carreira política.
Mas o investimento de bilhões de dólares da renda petrolífera em programas sociais, que vão desde a entrega de casas gratuitas a
caros tratamentos de saúde em Cuba, foi de encontro desta vez com um rival que prometia corrigir as “falhas” da revolução e atacar
problemas graves como a insegurança e o desemprego. Nestas eleições, a juventude foi um dos polos de disputa dos candidatos. O
número de eleitores que votaram pela primeira vez chegou a um milhão. Após reconhecer a derrota nas eleições, Capriles se dirigiu
ao país em uma entrevista coletiva.

Doença

Há um ano e meio, Hugo Chávez descobriu que estava com câncer na região pélvica e desde então está em tratamento. Atualmente
o estado de saúde do presidente da Venezuela apresentou uma ligeira melhora. Chávez recupera-se de uma cirurgia realizada em
Cuba. A saúde dele está “claramente melhorando”. Chávez não é visto ou ouvido em público desde que passou pelo procedimento
cirúrgico. A natureza do câncer não foi revelada.
O fato de todos os boletins médicos serem divulgados por membros do partido de Chávez e não pela equipe médica aumentou as
especulações e rumores, na Venezuela e no mundo, sobre o estado de saúde delicado do presidente, conhecido como El Comandante.
A oposição vem pedindo clareza sobre quem está, na prática, no comando do país, já que Chávez não apareceu na cerimônia de posse
que marcaria o início de seu quarto mandato presidencial.
A Suprema Corte da Venezuela determinou que ele poderá ser empossado em uma data posterior à oficial. No entanto, a oposição
alega que, na ausência de Chávez, Cabello deveria assumir o cargo e novas eleições deveriam ser convocadas em até 30 dias.

Didatismo e Conhecimento 55
conhecimentos gerais e atualidades
Morte

Hugo Chávez morreu dia 05 de Março de 2013 em Caracas.


Com 58 anos, o mandatário lutava contra um câncer desde junho de 2011 e, após passar por uma cirurgia contra a doença em
dezembro do ano passado, em Cuba, depois da vitória nas urnas.
Devido às complicações no quadro clínico, Chávez não conseguiu tomar posse do seu novo mandato, em 10 de janeiro. Em 18
de Fevereiro, o presidente surpreendeu a todos com o anúncio de que estava voltando à Venezuela e seguiu diretamente para um
hospital militar, na capital, onde faleceu.

Barack Obama – Estados Unidos

Barack Obama também foi reeleito nos Estados Unidos da América com grande entusiasmo da população norte-americana. O
atual presidente e candidato democrata à reeleição, Barack Obama, derrotou o ex-governador do Massachusetts e rival republicano,
Mitt Romney, sagrando-se vitorioso no disputado pleito que ocorreu recentemente. Obama conseguiu 332 votos de um total de
538, contra 206 do rival. Eram necessários 270 votos para garantir a vitória. Obama, que ganhou mais quatro anos para continuar
implantando seu programa de mudanças, teve dificuldades para iniciar seu discurso. Apesar da reeleição, Obama deve continuar
enfrentando problemas para aprovar suas medidas no Congresso, que manteve sua divisão: Câmara controlada pelos republicanos,
e Senado, pelos democratas. Isso dificulta o trabalho do presidente – ele precisa usar sua base nas casas para que elas proponham e
aprovem as leis e reformas de seu interesse. No entanto, Obama busca um Estado melhor e já luta contra o “abismo fiscal”.
O presidente dos EUA promulgou nestes primeiros dias do ano a lei sobre o compromisso orçamentário que afasta, em curto prazo,
as ameaças do chamado “abismo fiscal” nos Estados Unidos. Obama, também assinou digitalmente a lei que ratifica o aumento dos
impostos para as residências com renda superior a US$ 450 mil por ano e que adia em dois meses a questão dos cortes orçamentários.

Abismo Fiscal

A crise do “abismo fiscal” tinha sido evitada, porém, no último momento com a aprovação a lei por 257 votos a favor e 167
contrários na Câmara de Representantes, nos mesmos termos do que havia acontecido no Senado 24 horas antes. O acordo de última
hora permite que os Estados Unidos escapem de uma rígida austeridade, que teria significado aumentos de impostos para quase
todos os contribuintes e cortes consideráveis nos gastos do governo federal, em particular na área de defesa. Mas este é um alívio em
curto prazo para a maior economia mundial, já que a lei adia apenas em dois meses os cortes orçamentários automáticos de US$ 109
bilhões, o que permite prever novos confrontos entre o governo democrata e a Câmara de Representantes, de maioria republicana.
O chamado “abismo fiscal” consiste em um aumento automático de impostos e um corte do gasto público, que serão realizados
caso não seja modificada a legislação atual. Esse “abismo” é resultado da aprovação pelo Congresso, em 2011, da ampliação do
déficit fiscal do país em US$ 2,1 trilhões. À época, o endividamento chegara ao limite de US$ 14,3 trilhões, e o país corria o risco
de dar “calote” caso o limite da dívida não fosse elevado. Mas, em troca, a medida exigia chegar a um acordo para cortar US$ 1,2
trilhão em dez anos. Sem isso, o tal “sequestro automático” de gastos que vão impactar programas sociais e de defesa seria ativado.

Furacão Sandy

Outro acontecimento marcante foi o Furacão Sandy. O furacão Sandy foi um ciclone tropical que afetou Jamaica, Cuba, Bahamas,
Haiti, República Dominicana, e alguns estados da costa leste dos Estados Unidos, entre eles Nova Iorque e Nova Jersey. O ciclone
extratropical que se formou semana passada e deixou 71 mortos no Caribe já atingiu outros países como México, Jamaica, Haiti e
Cuba, causando pelo menos 160 mortes. Nos países da América Central atingidos pela tempestade, há vários casos de plantações e
casas danificadas. O país que mais sofreu com o furacão foi o Haiti, com 54 mortes e pelo menos 200 mil desabrigados. Por ser alvo
constante de desastres naturais, o país ainda sofre por não ter estrutura para abrigar e ajudar sua população. A situação ainda piora
pela escassez de alimentos e presença de doenças como cólera que afetam áreas alagadas do país mais pobre da América. Nos EUA,
prejuízos da supertempestade já estão estimados em US$ 50 bilhões (R$ 101,5 bilhões), como afirma a Eqecat, empresa dedicada a
fazer estimativas de danos.
Os efeitos causados pelo Sandy foram considerados ainda maiores dos que os danos do furacão Irene, que também passou pelo
país. Acredita-se que 8 milhões de pessoas tenham ficado sem energia na Costa Leste do país e que o total de mortos seja de 72,
com 6.800 pessoas em abrigos de emergência da prefeitura. Além disso, metrôs da cidade de Nova Iorque sofreram com inundações,
aeroportos tiveram vários voos cancelados, hospitais foram evacuados e 50 casas do bairro de Queens foram destruídas por incêndios
causados pelo fenômeno. O tempo frio nessa região também contribuiu para aumentar os efeitos da tempestade, chegando até a levar
neve para a Virgínia Ocidental.

Didatismo e Conhecimento 56
conhecimentos gerais e atualidades
Xi Jinping – China

Logo depois que o furacão devastou as Américas, a China ganha novo representante no poder. Xi Jinping é eleito novo líder do
Partido Comunista e vai assumir Presidência da China. O sucessor de Hu Jintao à frente do Partido Comunista, Xi Jinping é vice-
presidente do Estado chinês e é uma figura pouco conhecida pelo grande público. Ficará à frente de um partido com 82 milhões de
membros. O novo presidente herda uma China em plena mudança, que pretende manter sua posição de segunda economia mundial,
atrás dos Estados Unidos, e que forma parte dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, ou seja, país
essencial na busca de acordos em questões como as da Síria, Irã ou Coreia do Norte. Os desafios do novo líder vão desde conter a
crise de credibilidade pela qual passam as autoridades chinesas, devido aos casos de corrupção, a enfrentar a crise econômica sem
enfraquecer o país.

Segurança Internacional

Após 30 anos da última tentativa oficial de acordo de paz, o governo da Colômbia e as Forças Armadas Revolucionárias da
Colômbia (Farc) retomaram negociações para o fim do conflito civil. O conflito ocorre desde o surgimento das Farc em 1964 e pode
acabar em breve, se as negociações seguirem o cronograma previsto. Um novo encontro para discutir a questão territorial aconteceu
em Bogotá, com avanços em relação ao debate sobre a reforma agrária.

Primeira fase - Representantes dos dois lados se encontraram em Oslo, na Noruega, para tratar do assunto. No centro da discussão:
a questão agrária no país, distribuição mais equitativa das propriedades e garantia de direitos políticos para os guerrilheiros. A
negociação em Oslo foi à quarta tentativa oficial de pacificação em quase meio século de conflito. No encontro, debateu-se o
desenvolvimento agrário do país. Na ocasião, indicou-se que o Exército de Libertação Nacional (ELN) também deveria integrar o
processo de paz (as negociações com o grupo estão em fase inicial).

Mediação - Autoridades da Noruega, de Cuba, da Venezuela e do Chile fazem a mediação das negociações. A partir da primeira
reunião, o governo colombiano e as Farc concordaram instalar uma mesa pública de negociações em Havana, Cuba, para manter o
diálogo.

Segunda fase - Na segunda reunião em Havana, a FARC apresentou cessar-fogo unilateral de dois meses para facilitar negociações.
Presidente colombiano critica posição das FARC em negociações. Durante a mesa, as Farc exigiram garantias do governo sobre as
medidas de reforma agrária. Contudo, logo após o término da segunda fase de negociações, o governo colocou em dúvida o cessar
fogo do grupo guerrilheiro.
As negociações em busca da paz na Colômbia levarão mais tempo do que o planejado inicialmente, conforme admitiu o presidente
colombiano, Juan Manuel Santos, no começo de dezembro. Ele acredita que o acordo de paz só será concluído em novembro de
2013. Já as Farc não abrem mão da criação de um plano de reforma agrária no país. Os negociadores dos dois grupos marcaram uma
próxima etapa de reuniões em busca de um acordo de paz na região. Ocorrerá em Havana, em Cuba, ocorrerão reuniões da terceira
etapa das negociações.

Violência no mundo

Uma jovem ativista paquistanesa de 15 anos foi atingida a tiro na cabeça e no pescoço num ataque dos talibãs contra o autocarro
escolar em que seguia passado no noroeste do Paquistão. O ataque foi uma resposta ao envolvimento de Malala em campanhas pelo
direito das raparigas a ir à escola. Malala Yousafzai se tornou um símbolo internacional dos direitos das mulheres, recebeu o apoio de
250 mil pessoas que, através de um abaixo assinado, reclamam para esta jovem paquistanesa o prémio Nobel da Paz.
Malala Yousafzai foi tratada por uma equipa médica composta por especialistas em neurocirurgia, traumatologia, entre outras
especialidades, que tem uma grande experiência em casos semelhantes adquirido pela ajuda a soldados feridos no Iraque e no
Afeganistão. Malala foi atingida a tiro na cabeça e no pescoço num ataque dos talibãs contra o autocarro escolar em que seguia a 9
de outubro passado no noroeste do Paquistão. O ataque foi uma resposta ao envolvimento de Malala em campanhas pelo direito das
raparigas a ir à escola.

Ataque na Síria

A Síria foi mergulhada em uma guerra civil após a repressão do regime a uma onda de contestação popular, que se militarizou.
Os combates entre soldados regulares e desertores, apoiados por civis que pegaram em armas e também jihadistas do exterior, não
tiveram trégua desde então. O Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) acredita que a guerra civil na Síria deixou mais de
46 mil mortos, mas seu registro não inclui as milhares de pessoas desaparecidas nas prisões do governo, nem a maioria das mortes
entre os “shabbihas”, milicianos de Bashar al-Assad, e os combatentes estrangeiros.

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Além disso, nem os rebeldes nem o Exército revelam o número exato de mortes em suas fileiras para evitar um golpe no moral,
porém, acredita-se que o número de mortes pode ultrapassar 100.000. Enquanto o derramamento de sangue prossegue, o chefe do
Hezbollah libanês, Hassan Nasrallah, grande aliado do regime de Damasco, considerou que a Síria está ameaçada. No terreno, onde
novos ataques aéreos causaram mais mortes pelo país, os rebeldes intensificaram os ataques contra a Forças Aérea e suas aeronaves.
Centenas de combatentes da Frente Al-Nusra (jihadista) e das brigadas islamitas de Ahrar al-Sham enfrentaram as tropas do regime
nas proximidades da base aérea de Taftanaz, norte da província de Idleb.
Também foram registrados combates no perímetro do aeroporto de Aleppo, onde os rebeldes atacaram durante a noite a 80ª
brigada do Exército sírio. Em Istambul, cerca de 30 caminhões transportando 850 toneladas de farinha partiram em direção à Síria,
onde várias regiões são afetadas por uma grave crise alimentar e humanitária.

Ataque Americano

Importante comandante do Taliban, seu vice e outras oito pessoas no noroeste do Paquistão, foram morta por um avião não
tripulado norte-americano. Maulvi Nazir Wazir, também conhecido como mulá Nazir, foi morto quando mísseis atingiram sua casa
de barro no Waziristão Sul, perto da fronteira afegã. Este já havia sobrevivido a pelo menos um ataque anterior com um avião não
tripulado, e também, já foi ferido em um ataque a bomba supostamente lançado por adversários do Taliban.
Seus principais comandantes e seu vice, Ratta Khan, também morreram no ataque em Angoor Adda, perto da capital provincial
de Wana. Nazir tinha expulsado militantes estrangeiros de sua área, favorecido o ataque às forças norte-americanas no Afeganistão e
tinha assinado pactos de não agressão com o exército paquistanês. Isso o colocou em conflito com outros comandantes do Taliban no
Paquistão, mas lhe rendeu uma reputação de “bom” Taliban entre alguns militares paquistaneses.
O sucessor de Nazir foi anunciado diante de milhares de pessoas reunidas para o seu funeral. As pessoas estarão observando de
perto para ver se Salahud Din Ayubi continuará as políticas de Nazir. O Exército tem uma grande base em Wana, onde Nazir e seus
homens estavam localizados. Nazir presidia uma paz instável entre os militantes e o Exército ali, mas a trégua foi ameaçada pela
aliança do Exército com os Estados Unidos e pelos ataques com aviões não tripulados, disse recentemente um oficial.
Um fato de muito destaque nos EUA em relação à violência foi o Massacre numa escola americana na pequena cidade de
Newtown. Esta foi a pior matança ocorrida em uma escola nos Estados Unidos, superando em número de vítimas a chacina de
Columbine, que aconteceu em 1999. Para o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, as matanças estão se repetindo nas
escolas norte-americanas e são necessárias ações para evitar que massacres ocorram no futuro. Após esse massacre, é reaberto o
debate sobre mais controle na venda de armas. Barack Obama pode adotar medidas para tornar mais rigorosas as avaliações dos
interessados em comprar armas, restringir a importação de certos modelos e ampliar a supervisão sobre o comércio.

Oriente Médio

O Oriente Médio ganhou as atenções do mundo diante de novos confrontos entre palestinos e israelenses. A troca de artilharia
aérea entre o Hamas e o exército de Israel deixou mais de uma centena de mortos, incluindo civis e crianças. O conflito é mais um
episódio de uma história secular entre os dois povos, que envolve desavenças religiosas e disputas de terra. Em meio à intensificação
dos confrontos, Israel ameaçou iniciar uma invasão por terra, o que não foi bem recebido pelo governo britânico. Diante do impasse,
o presidente egípcio Mouhamed Mursi assumiu a liderança do processo de negociação da paz e cessar-fogo.
O Brasil foi o palco do Fórum Social Mundial Palestina Livre e reuniu cidadãos e ativistas de 36 países em Porto Alegre (RS).
Durante 4 dias, a cidade gaúcha foi palco de ações para a afirmação, defesa, soberania e independência do povo palestino frente à
política capitaneada pelo governo de Israel. Um dos pontos altos do Fórum foi a Marcha Pelo Estado Palestino, que aconteceu no
exato momento em que presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, discursava na Assembleia Geral da ONU,
pedindo a aprovação do reconhecimento da Palestina como um Estado observador não membro das Nações Unidas. Cerca de 8 mil
pessoas se concentraram no Largo Glênio Peres e marcharam até a Usina do Gasômetro em Porto Alegre pedindo o fim da ocupação
israelense nas terras árabes.

Sociedade Internacional

Renúncia do Papa Bento XVI

Papa Bento XVI, com quase 86 anos, deixará o comando da Igreja Católica. Para muitos, a surpresa já começava no fato de um
papa poder renunciar. Mas não só aqueles que desconhecem a burocracia católica se surpreenderam com a notícia, também a própria
Igreja não esperava que tal decisão pudesse voltar a se repetir quase 600 anos após ser tomada pela última vez. Segundo o Vaticano,
o Papa Bento XVI decidiu renunciar ao pontificado em 17 de dezembro do ano passado, após receber um novo relatório sobre o
escândalo do vazamento de documentos oficiais do Vaticano, conhecido como “Vatileaks”, que apontava uma “forte resistência” na
Cúria romana em relação às medidas de transparência exigidas por ele.

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A revelação foi feita por um artigo da revista italiana “Panorama”. Segundo a revista do grupo Mondadori, propriedade da
família Berlusconi, em 17 de dezembro de 2012 Bento XVI recebeu os três cardeais que nomeou para investigar o vazamento de seus
documentos pessoais e do Vaticano, que acabaram publicados em um livro de Gianluigi Luzzi e que levaram à prisão do mordomo
do papa, Paolo Gabriele. Os membros dessa comissão são os cardeais espanhol Julián Herranz, de 82 anos; o italiano Salvatore De
Giorgi, de 82 anos, e o eslovaco Jozef Tomko, de 88 anos, que interrogaram cerca de trinta pessoas do Vaticano sobre o caso. Os
três apresentaram um amplo relatório com documentação, entrevistas e interrogatórios, que revelaram, de acordo com a revista, uma
grande “resistência na Cúria à mudança e muitos obstáculos às ações pedidas pelo papa para promover a transparência”.
Segundo a publicação, o papa ficou “muito impressionado” com os relatórios e só teve forças para contar sobre o conteúdo ao seu
irmão, Georg. Outro motivo que levou o Papa a renunciar foi seu problema de saúde. O Vaticano revelou que o Papa usa um marca-
passo, um aparelho para controlar o ritmo do coração, que teve a bateria trocada há três meses, numa pequena cirurgia. Ninguém fora
do círculo do Papa sabia que ele dependia do aparelho há 10 anos. Bento XVI tem um longo histórico de problemas de saúde. Ele já
sofreu dois derrames – um em 1991, quando ainda era cardeal. E outro já como papa, em 2005. Em julho de 2009, quebrou o punho
direito numa queda. O papa também teria problemas na próstata, segundo declaração de um integrante de uma equipe médica a uma
agência de notícias.
A idade avançada tende a acentuar certos problemas de saúde e a provocar outros, típicos do envelhecimento - o que parece ser
o caso do papa Bento XVI, pelo menos no que se refere à mobilidade. Desde o ano passado, ele começou a usar bengala em público.
A causa seria o desgaste nas articulações do joelho e do quadril. Mais recentemente, o papa também recorreu a uma plataforma, para
se deslocar em cerimônias. O Papa também feriu a cabeça em viagem ao México.
O último compromisso do Papa vai ser no dia 27 de fevereiro. Será uma audiência pública para se despedir dos fiéis na Praça
São Pedro. Depois, o Papa vai para a residência de verão. Ele deve ficar por lá durante um mês, até o fim da reforma no apartamento
onde vai morar, que fica em uma ala separada no Vaticano, na clausura de um convento de freiras. No dia 28 de fevereiro, o anel do
pescador usado por Bento XVI será destruído. O símbolo do poder vai ser esmagado, e com o ouro fundido será fabricado o anel
do sucessor. É mais um momento crucial para a Igreja Católica: novo Papa, novos caminhos, novas ideias, novas diretrizes. Para os
críticos, a igreja precisa se modernizar, abrir mão da oposição às mudanças. Para os conservadores, a igreja é o que é. E o futuro a
Deus pertence.

O novo Papa:

O novo papa da Igreja Católica é o argentino Jorge Mario Bergoglio, 76 anos. Francisco, como ele escolheu ser chamado,
apareceu no balcão central da Basílica de São Pedro e, falando em italiano, se dirigiu aos fiéis reunidos na Praça São Pedro. Vestido
inteiramente de branco, ele apareceu cerca de 1h20 depois da fumaça branca que anunciou sua escolha.
“Irmãs e irmãos, boa noite. O caminho da Igreja da Roma é o caminho de fraternidade e do amor”, foram as primeiras palavras
de Bergoglio como papa. “Vocês sabem que o dever do Conclave é dar um bispo à Roma, e parece que meu irmãos cardeais foram
buscar no fim do mundo”, disse na sequência, em referência a seu país.
O anúncio do nome do novo papa foi feito pelo cardeal protodiácono francês Jean-Louis Tauran às 20h14 (16h14). Do balcão da
basílica, ele proferiu a tradicional frase Habemus Papam, anunciando na sequência o novo líder da Igreja Católica.
Francisco, alcunha que homenageia São Francisco de Assis - o santo dos pobres - e nunca tinha sido usada, é o primeiro papa
sul-americano. Após suas primeiras palavras, ele pediu uma oração em nome do Papa Emérito Bento XVI e conduziu o “Pai Nosso”,
reproduzido em coro pela multidão de fiéis.
Ele também pediu que os fiéis “sigam um caminho de fraternidade, de amor” e de “evangelização” e pediu à multidão um minuto
de silêncio: “Rezem por mim e deem-me a vossa bênção”. Em seguida, proferiu a bênção Urbi et Orbi (da cidade para o mundo),
encerrando, assim, o protocolo oficial do Conclave papal.
Jorge Bergoglio tem origem jesuíta e ficou conhecido por ter sido responsável pela redação do documento sobre o segredo de
Aparecida na América Latina. Figura controvertida no cenário argentino, ele se destaca por sua forte personalidade e pelo afrontamento
declarado à atual força política do país, o Kirchnerismo.

Jorge Mario Bergoglio, o primeiro Papa jesuíta e representante das Américas

Bergoglio foi nomeado cardeal em 2001 por João Paulo II e atualmente era o arcebispo da capital argentina. O novo papa não
estava entre os principais cotados por especialistas, nem por casas de apostas.
Após quatro votações inconclusivas em pouco menos de 24 horas, a fumaça branca apareceu às 19h05 (15h05, de Brasília) desta
quarta-feira ao fim do quinto escrutínio, para a alegria e emoção da multidão reunida.
Entre a fumaça e o anúncio do nome do eleito, o público celebrou e entoou coros de “viva, o Papa”. A multidão também reagiu
intensamente quando uma banda executou o hino italiano dentro das dependências da praça.

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Primavera Árabe

A expressão  Primavera árabe  faz referência a uma série de protestos que ainda ocorrem no chamado “mundo árabe”,
compreendendo basicamente os países que compartilham a língua árabe e a religião islâmica, apesar de etnicamente diversos.
As causas já estavam de certo modo presentes, e o descontentamento em vários países era já latente, pela comum falta de
emprego e oportunidades para as gerações mais jovens, além da repressão política e a concentração de poder e riqueza na mão
de poucos. Assim, já ocorria mobilização por parte de vários grupos, mostrando que este não era um fenômeno novo na região, e,
contrário à visão que predominava na mídia ocidental, os envolvidos nos protestos não tinham qualquer influência fundamentalista
religiosa, nem haviam absorvido as ideias antiocidental promovidas por grupos terroristas como a Al Qaeda.
Entende-se, porém, que o episódio catalisador de toda a recente onda de protestos seja a autoimolação do vendedor de rua
tunisiano Mohamed Bouazizi, que ateou fogo ao próprio corpo há alguns anos em protesto contra humilhações causadas pelas
autoridades locais que confiscaram os bens que usava para trabalhar. Seu funeral reuniu mais de 5000 pessoas e logo causaram a
queda do ditador tunisiano Ben Ali.
Logo após iniciam-se protestos em países vizinhos, em especial o Egito, onde, multidões se reúnem na praça Tahrir (palavra
árabe que significa “liberdade”), no Cairo, e em várias outras praças nas restantes cidades egípcias, acampando em protesto contra
outro dirigente há décadas no poder: Hosni Mubarak. Assim como seu colega tunisiano, o egípcio mantinha o poder atrás de um
regime forte, apoiado diretamente pelos militares locais, que se concentravam em reprimir a população. Após meses de protestos e
completa paralisação do país, Mubarak renuncia em favor de um governo de transição, apoiado pelos mesmos militares.
O movimento toma corpo na Líbia, onde Muamar Gadafi exercia o poder com mão de ferro desde 1969. Determinado a não abrir
mão do poder ou ao menos fazer concessões em seu corrupto e opressivo regime, Gadafi reprime com violências as manifestações,
matando milhares de civis, dando origem a uma guerra civil. Isto causa a reprovação internacional ao seu regime, drenando toda
a sua credibilidade, o que causa a intervenção da OTAN. Com o apoio desta, os rebeldes líbios passam a conquistar o território e
irão capturar e/ou matar a maioria dos chefes do regime deposto, inclusive Gadafi e três de seus filhos. No Iêmen, o presidente Ali
Abdullah Saleh, no poder há quase 30 anos, após meses de fortes protestos, incluindo um atentado que o levou a deixar o país para
tratamento temporariamente, cedeu concordando em entregar o cargo a seu vice, Abdu-Rabbo Mansur al-Hadi.
Na Síria, assim como na Líbia, os protestos estão sendo reprimidos violentamente, pelo presidente do país, Bashar Al-Assad. Isso
causou o desligamento da Síria da Liga Árabe, pois os países daquela organização reprovam a violência utilizada pelo governo, além
das manifestações veementes de ONU, União Europeia e Estados Unidos para que o presidente sírio deixe o cargo. Até o momento,
Assad, este mesmo filho e sucessor de outro ditador sírio, Hafez, ainda se sustenta no poder, porém, sua situação vai ficando delicada,
ante a continuação dos protestos. Além destes países, Bahrein, Iraque, Argélia, Marrocos,  Jordânia, Kuwait e  Líbano  enfrentam
protestos de dimensões importantes, sendo que muitos destes governos já efetuaram mudanças em suas agendas pressionadas pelos
protestos populares.

Massacre na Escola Sandy Hook, nos EUA

O massacre na escola Sandy Hook, em Newtown, Connecticut, que matou 26 pessoas – 20 crianças com idades entre 6 e 7 anos
e seis adultos. Adam Lanza, de 20 anos, entrou armado na escola, disparou contra alunos, professores e funcionários, e cometeu
suicídio. Antes, ele havia matado sua mãe, Nancy Lanza, em casa. Ela é a primeira vítima morta pelo atirador. Seu corpo foi
descoberto após o massacre, quando a polícia foi até a casa do suspeito.
Por volta de 9h20 no horário local, o atirador invade a escola primária Sandy Hook. Ele  dispara contra uma porta de vidro
para entrar no local e, em seguida, inicia o massacre. De acordo com o porta-voz da polícia de Connecticut, o autor do ataque não
foi autorizado a entrar pelos funcionários. Adam encontra a diretora da escola, Dawn Hocksprung, e a psicóloga Mary Scherlach,
que foram para o corredor após ouvirem os disparos. As duas são mortas. Em seguida, Lanza passa pela sala da professora Kaitlin
Roig, que havia escondido seus alunos no banheiro e fechado a porta. Ele passa reto e acaba entrando na sala da professora Lauren
Rousseau. Lauren, outra professora e todos os alunos são mortos.
O atirador segue para outra sala, da professora Victoria Soto. Relatos da polícia apontam que Victoria escondeu seus alunos no
armário da sala. Ela tenta distrair o atirador, mas seis estudantes tentam fugir, e Lanza atira em todos eles e na professora. Outros sete
alunos são encontrados vivos dentro do armário pela polícia, de acordo com a imprensa local. As armas usadas pelo assassino foram
uma Glock 10 mm, Sig Sauer 9 mm, e um fuzil Bushmaster- usado em quase todas as mortes. Uma quarta arma foi encontrada no
carro que ele dirigiu até a escola. Segundo a polícia, foram encontradas centenas de balas no local do crime.
Às 9h40 no horário local, a polícia recebe a primeira chamada de emergência para a ocorrência, segundo autoridades locais. Mais
tarde, o governador do estado Dan Malloy informa que a primeira ligação de emergência foi feita por alguém ferido e que sobreviveu
ao tiroteio. Enquanto Adam atira na segunda sala, ele ouve chegada da polícia e das equipes de emergência e comete suicídio,
segundo a imprensa americana. Agentes do FBI, a polícia federal americana, equipes da SWAT e polícia local chegam à escola. Pouco
tempo depois, um grande número de pais de alunos se concentra no local em busca de seus filhos.

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Três vítimas chegam a ser socorridas com vida. Elas são levadas para o Hospital Danbury, a cerca de 16 quilômetros dali, mas
duas morrem, ambas crianças, momentos depois. A escola é esvaziada pela polícia, e professores pedem para que crianças fechem
os olhos para não verem os colegas mortos. A polícia confirma a morte de 26 pessoas na escola primária e de uma mulher, apontada
como mãe do suspeito, que foi encontrada morta em casa. A tragédia foi o segundo massacre escolar nos Estados Unidos até então.

Tecnologia Internacional

Em relação a tecnologia no mundo, destaca-se que o Chile explora a fraqueza do Vale do Silício original: o terrível sistema de
imigração dos Estados Unidos. As restrições de imigração dos EUA tornam difícil para muitos estrangeiros fundar uma empresa ou
trabalhar no país. O Chile, no entanto, abriu suas portas para aqueles que procuram inovar em tecnologia. O governo do Chile tem
um programa, intitulado “Startup”, que dá as boas-vindas a empresários estrangeiros e os ajuda a estabelecer uma empresa com
facilidade. O programa espera conseguir ajudar a fundar 1 mil novas empresas. O Kwelia, um software para ajudar os investidores do
ramo imobiliário a tomar melhores decisões, o Chef Surf, serviço de ofertas de emprego para chefs, e o Kedzoh, um aplicativo para
treinamento em empresas são alguns dos exemplos de startups mencionados pela Economist.
O consultor de comunicação da Colômbia destaca a decisão do Google de ter escolhido o país para abrigar um de seus centros
de processamento de dados. A companhia americana afirmou que escolheu o Chile por causa de sua infraestrutura confiável e da mão
de obra qualificada. O principal calcanhar de aquiles do Chile neste campo, de acordo com a The Economist, é que as startups não
nascem nas universidades nem há investidores locais suficientes para apoiá-los. Além disso, assim como em outros países da América
Latina, os oligopólios empresariais e a burocracia extremamente conservadora retardam a inovação, acrescentou a revista.

Inovações

O inventor britânico Peter Dearman está chamando a atenção da indústria com seus motores movidos a ar líquido resfriado. A
invenção, que vem sendo desenvolvida há 40 anos pelo inglês, usa ar resfriado a 190ºC negativos e já movimenta o carro dele. A
invenção usa ar resfriado a 190ºC negativos e já movimenta o carro de Dearman. O primeiro protótipo foi um motor de cortador de
grama modificado. Décadas depois deste invento, muitas indústrias vêm se interessando pelo motor de Deaman. Principalmente,
depois que uma usina elétrica também descobriu novo uso para ar líquido congelado. O equipamento consegue armazenar a energia
produzida durante a noite por usinas eólicas. Um dos grandes dilemas das fontes renováveis - como a eólica ou a solar - é justamente
o que fazer com a energia gerada em momentos de baixa demanda, como a noite, por exemplo.

Tecnologia e saúde

Trata-se de um robô médico, guiado por um cirurgião experiente e criado para alcançar pontos do corpo que os médicos só
conseguiriam ver durante um procedimento cirúrgico invasivo. Por enquanto, o equipamento é apenas um protótipo e não foi usado
em pacientes reais - apenas em laboratório. Mas seus criadores britânicos dizem que, quando o aparelho estiver pronto e aprovado,
será uma arma da medicina para encontrar e remover tumores. A “cobra mecânica” é uma entre várias tecnologias de combate ao
câncer que estão sendo apresentadas nesta semana na Conferência de Engenharia Oncológica da Universidade de Leeds, na Grã-
Bretanha. A maioria dos equipamentos exibidos ainda está em fase inicial de desenvolvimento, mas essa pesquisas e inovações são
extremamente importantes no combate ao câncer.

Orifícios ou incisões

O câncer causa 13% das mortes anuais registradas no mundo, aponta a Organização Mundial da Saúde. Ainda que alguns
tratamentos usem técnicas não invasivas, os médicos muitas vezes necessitam adotar procedimentos cirúrgicos de risco. Os “robôs-
cobra”, por sua vez, são tão minimamente invasivos quanto possível dentro da tecnologia atual. Eles usam orifícios do corpo ou
incisões locais como pontos de entrada. O aparelho permite que o cirurgião observe e “sinta” o corpo do paciente, usando câmeras
e dispositivos ultrassensíveis. Com isso, pode complementar um sistema de cirurgia robótica em uso há uma década: o sistema Da
Vinci, desenvolvido nos EUA, que é um robô com quatro braços equipados com pinças. Ainda que o equipamento não realize a
cirurgia de forma autônoma, ele permite que os médicos realizem cirurgias complexas de forma menos invasiva e mais precisa. O
Da Vinci é controlado por um cirurgião, através de pedais e alavancas. Apesar do alto custo do sistema Da Vinci, ele já é adotado por
diversos hospitais no mundo.

Didatismo e Conhecimento 61
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Guardiões Eletrônicos

As autoridades de fronteira dos Estados Unidos têm testado um “exército” de guardiães eletrônicos no combate aos imigrantes
ilegais e traficantes de drogas, que aproveitam o cair da noite para tentar entrar nos EUA. O campo de testes da chamada “cerca
virtual” tem sido o estado do Arizona. São radares, câmeras e sensores infravermelhos disfarçados de rochas, capazes de avisar
movimentos suspeitos a uma sala de controle. Patrulhas, então, são acionadas e vão a campo com as coordenadas, as imagens e
informações sobre se o alvo está, ou não, armado.
Fontes do governo dos EUA disseram que com a “cerca virtual” tentam detectar entre 70% e 80% das incursões na fronteira,
empregando um número menor de efetivo e patrulhas. O projeto chamado SBInet foi aprovado pelo governo do presidente George
W. Bush, com a intenções de incorporar a tecnologia de vigilância ao longo dos 3.185 km de fronteira entre os dois países. Neste
novo projeto, o departamento de segurança nacional um concurso convidando empresas privadas a apresentar suas propostas para a
construção de seis novas torres com radares e câmeras que deverão ser instaladas em diferentes pontos da fronteira até 2020. Estas
torres, de acordo com o especificado, terão a capacidade de detectar uma pessoa em um raio de oito quilômetros.

Rochas que espiam

De acordo com o departamento de auditoria do governo dos EUA, adquiriu 7.500 sensores, que foram instalados ao longo da
fronteira com o México. Eles são usados para estabelecer perímetros de detecção de movimentos e são dos mesmo tipo dos usados
no Afeganistão. Conhecidos como sensores terrestres autônomos (da sigla em inglês UGS), estes dispositivos são usados desde a
década de 70, mas nos dias de hoje podem ter o tamanho de um grão de arroz e, ficar operativo durante décadas, já que se recarrega
com energia solar.
Além de adquirir UGS de última geração, o projeto da SBInet ergueu torres de vigilância de 12 a 36 metros, equipadas com
radares infravermelhos e sensores ópticos. São radares que podem detectar atividade e ativar as câmeras. Muitas das tecnologias
como o UGS não sabem o que se move por ali. Pode ser um animal, ou uma pessoa. Graças a estes dispositivos podemos liberar as
patrulhas da tarefa de ver os monitores das câmeras e se ocupar de outras ameaças. Os EUA usa nove aviões não tripulados para vigiar
a fronteira com o México. Ao trabalho dos sensores, juntaram-se recentemente os aviões não tripulados, capazes de localizar pessoas
e veículos desde uma altura de 6 mil metros.
Estes equipamentos dispõem de um radar, sete câmeras de vídeo, sensores infravermelhos e um poderoso zoom, nove deles já
patrulham os céus de Arizona, Flórida, Texas e Dakota do Norte. Em média, cada avião é atingido por um raio uma vez por ano.
Feitos de metal, os aviões escapam, mas as aeronaves mais modernas estão sendo feitas de fibra de carbono, que podem sofrer danos
se atingidas por um raio. Mas cientistas em Cardiff encontraram uma forma de manter os níveis de segurança nas novas aeronaves.

Transporte Internacional

Há pouco mais de 200 anos atrás, D. João VI decretou a abertura dos portos as nações amigas de Portugal dando o primeiro
passo que marcaria o início do tímido desenvolvimento econômico no país. Os meios de transporte internacional, sejam eles aéreos
ou aquaviários, são hoje parte integrante e importante de um dos fatores que mais influenciam o crescimento do Brasil: a exportação.
Atualmente, o país é conhecido por ser um dos maiores exportadores de produtos agrícolas e recebe milhões de turistas todos os
anos. Entretanto, o rápido crescimento do setor de transportes desencadeou problemas que estão atrapalhando o desenvolvimento
econômico nacional.
Nos últimos anos o ritmo de aumento na demanda no setor aéreo não foi seguido pelo investimento na infraestrutura dos
aeroportos. Desde então a mídia passou a expor a real situação dos aeroportos do país: péssimas condições de trabalho, equipamentos
obsoletos ou sem condições de uso, desordem no agendamento de voos (resultando em atrasos e cancelamentos), filas enormes devido
à falta de estrutura de atendimento, entre outros problemas. Preocupada em modernizar aeroportos e melhorar serviços, e temendo o
impacto que a falta de infraestrutura aérea teria na imagem do país com a chegada da Copa do Mundo de Futebol, a presidente Dilma
decidiu leiloar os principais aeroportos do Brasil, visando à reforma dos mesmos pela iniciativa privada. O governo planeja alavancar
investimentos nos 31 terminais geridos pelo Daesp (Departamento Aeroviário do Estado de São Paulo).
Os esforços que visam à melhoria nos investimentos do setor de transportes não param no setor aéreo. Dilma planeja incentivar
investimentos de empresas privadas nos portos, promovendo planos para ampliar e modernizar a capacidade do setor, e estimular
criação de portos privados eliminando através de novas políticas facilitadoras, como a eliminação da exigência de carga própria do
operador para justificar o empreendimento. O Governo pretende relicitar 55 terminais público arrendados à iniciativa privada antes
de 1993, quando entrou em vigência a Lei dos Portos.

Didatismo e Conhecimento 62
conhecimentos gerais e atualidades
Transporte e Segurança

Mais milhões de pessoas viajam de avião constantemente, em cerca de 38 milhões de voos, de acordo com uma análise da
Ascend, uma consultora que estuda a indústria da aviação. Destes milhões de voos, registrou-se apenas 25 acidentes mortais, o que
dá uma distribuição de um acidente por cada 1,52 milhões de voos. No total, as mortes por avião tem sido poucas. A maioria dos
acidentes envolve pequenas transportadoras locais, operadores locais que provavelmente não são conhecidos fora das comunidades
que servem. As regiões mais seguras a este nível são a Austrália, os Estados Unidos e a Europa Ocidental, seguindo-se a América
Latina e os países da antiga União Soviética.

Ética e cidadania.

A ética pode ser definida sob seu aspecto etimológico, isto é, observando a origem da palavra, ou sob o aspecto real, definindo-a.
A palavra “ética” vem do grego “ethos”, que significa “costume”, “uso” ou “forma de conduzir-se”.
A ética não consiste em um conjunto de ordens e proibições. Ela indica caminhos para a procura e a prática de uma boa
maneira de ser e de agir, de acordo com o bem e contrária ao mal. Se a teoria reflete sobre a prática, ela também a inspira, indicando
possibilidades diferentes de ação. Dependendo do conceito teórico de bem, mal, justo, injusto, felicidade, amor, honestidade e outros,
o caminho a ser tomado por uma pessoa pode ser diferente do caminho de outra que tenha ideias diversas ou antagônicas sobre
aqueles valores.
A ética se fundamenta na natureza e na condição humana e nos direitos naturais dos seres humanos pelo simples fato de serem
humanos, independentemente de idade, cor, etnia, gênero, capacidade física ou mental, nacionalidade, orientação sexual, estado civil,
religião, posição filosófica ou política, postura, comportamento e até se está vivo ou morto.
Já a cidadania significa o conjunto de direitos e deveres pelo qual o cidadão, o indivíduo está sujeito no seu relacionamento com
a sociedade em que vive. O termo cidadania vem do latim, civitas que quer dizer “cidade”.
Ética profissional é o conjunto de normas éticas que formam a consciência do profissional e representam imperativos de sua
conduta. Ter ética profissional é o indivíduo cumprir com todas as atividades de sua profissão, seguindo os princípios determinados
pela sociedade e pelo seu grupo de trabalho.
Ser cidadão é respeitar e participar das decisões da sociedade para melhorar suas vidas e a de outras pessoas. Ser cidadão é
nunca se esquecer das pessoas que mais necessitam. A cidadania deve ser divulgada através de instituições de ensino e meios de
comunicação para o bem estar e desenvolvimento da nação.
A cidadania consiste desde o gesto de não jogar papel na rua, não pichar os muros, respeitar os sinais e placas, respeitar os mais
velhos (assim como todas às outras pessoas), não destruir telefones públicos, saber dizer obrigado, desculpe, por favor e bom dia
quando necessário... até saber lidar com o abandono e a exclusão das pessoas necessitadas, o direito das crianças carentes e outros
grandes problemas que enfrentamos em nosso país.
“A revolta é o último dos direitos a que deve um povo livre para garantir os interesses coletivos: mas é também o mais imperioso
dos deveres impostos aos cidadãos.” Juarez Távora - Militar e político brasileiro.
Consciência ecológica é uma expressão, exaustivamente utilizada na bibliografia especializada, de anos recentes, sem uma
preocupação da maioria dos autores de precisarem a que, exatamente, estão se referindo. A noção focalizada se contextualiza,
historicamente, no período pós Segunda Guerra Mundial, quando setores da sociedade ocidental industrializada passam a expressar
reação aos impactos destrutivos produzidos pelo desenvolvimento tecnocientífica e urbano industrial sobre o ambiente natural e
construído. Representa o despertar de uma compreensão e sensibilidade novas da degradação do meio ambiente e das consequências
desse processo para a qualidade da vida humana e para o futuro da espécie como um todo. Expressa a compreensão de que a presente
crise ecológica articula fenômenos naturais e sociais e, mais que isso, privilegia as razões político-sociais da crise relativamente aos
motivos biológicos e/ou técnicos. Isto porque entende que a degradação ambiental é, na verdade, consequência de um modelo, de
organização político-social e de desenvolvimento econômico, que estabelece prioridades e define o que a sociedade deve produzir,
como deve produzir e como será distribuído o produto social. Isto implica no estabelecimento de um determinado padrão tecnológico
e de uso dos recursos naturais, associados a uma forma específica de organização do trabalho e de apropriação das riquezas
socialmente produzidas. Comporta, portanto, interesses divergentes entre os vários grupos sociais, dentre os quais aqueles em posição
hegemônica decidem os rumos sociais e os impõe ao restante da sociedade. Assim, os impactos ecológicos e os desequilíbrios sobre
os ciclos biogeoquímicos são decorrentes de decisões políticas e econômicas previamente tomadas. A solução para tais problemas,
por conseguinte, exige mudanças nas estruturas de poder e de produção e não medidas superficiais e paliativas sobre seus efeitos.
Essa consciência ecológica, que se manifesta, principalmente, como compreensão intelectual de uma realidade, desencadeia
e materializa ações e sentimentos que atingem, em última instância, as relações sociais e as relações dos homens com a natureza
abrangente. Isso quer dizer que a consciência ecológica não se esgota enquanto ideia ou teoria, dada sua capacidade de elaborar
comportamentos e inspirar valores e sentimentos relacionados com o tema. Significa, também, uma nova forma de ver e compreender

Didatismo e Conhecimento 63
conhecimentos gerais e atualidades
as relações entre os homens e destes com seu ambiente, de constatar a indivisibilidade entre sociedade e natureza e de perceber a
indispensabilidade desta para a vida humana. Aponta, ainda, para a busca de um novo relacionamento com os ecossistemas naturais
que ultrapasse a perspectiva individualista, antropocêntrica e utilitária que, historicamente, tem caracterizado a cultura e civilização
modernas ocidentais.(Leis, 1992; Unger, 1992; Mansholt, 1973; Boff, 1995; Morin, 1975).
Para Morin, um dos autores que mais avança no esforço de definir o fenômeno:
“(...) a consciência ecológica é historicamente uma maneira radicalmente nova de apresentar os problemas de insalubridade,
nocividade e de poluição, até então julgados excêntricos, com relação aos ‘verdadeiros’ temas políticos; esta tendência se torna
um projeto político global , já que ela critica e rejeita, tanto os fundamentos do humanismo ocidental, quanto os princípios do
crescimento e do desenvolvimento que propulsam a civilização tecnocrática.» (Morin, 1975)
Sinaliza-se, assim, algumas referências preliminares que indicam o significado aqui atribuído à expressão consciência ecológica.
A participação e o exercício da cidadania, com empenho e responsabilidade, são fundamentais na construção de uma nova
sociedade, mais justa e em harmonia com o ambiente. Para isto, é urgente descobrir novas formas de organizar as relações entre
sociedade e natureza, e também um novo estilo de vida que respeite todas as criaturas que, segundo São Francisco de Assis, são
nossas irmãs. Queremos contribuir para melhorar a qualidade de vida através da construção de um ambiente saudável, que possa ser
desfrutado por nossa geração e também pelas futuras. Vivemos hoje sob a hegemonia de um modelo de desenvolvimento baseado
em relações econômicas que privilegiam o mercado, que usa a natureza e os seres humanos como recursos e fonte de renda. Contra
este modelo injusto e excludente afirmamos que todos os seres, animados ou inanimados, possuem um valor existencial intrínseco
que transcende valores utilitários.
Por isso, a todos deve ser garantida a vida, a preservação e a continuidade. Já chega deste antropocentrismo exacerbado. O ser
humano tem a missão de administrar responsavelmente o ambiente natural, não dominá-lo e destruí-lo com sua sede insaciável de
possuir e de consumir. Apesar de o quadro ecológico ser extremamente inquietante, existem, graças a Deus, cada vez mais pessoas e
entidades que têm a consciência de que uma mudança é necessária, e possível.

ANOTAÇÕES

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