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AGestalt
AGestalt
A GESTALT
Pela Gestalt, o objeto não é percebido em suas partes para depois ser organizado
mentalmente, mas se apresenta primeiro em sua totalidade e somente depois o indivíduo se
atentará para as partes. O Todo é mais que a soma das Partes e cada elemento depende da
estrutura a que pertence. Para a Gestalt, um objeto nunca aparece que percepção tal como
existe em si. Ele é elaborado segundo as leis da boa forma: o sujeito estrutura
organicamente coisas apenas justapostas ou leva à perfeição formas apenas esboçadas.
O todo se constitui como sendo mais que a soma das partes. A Fenomenologia
propõe a superação da dicotomia consciência/objeto, afirmando que toda consciência é
intencional, o que significa que não há pura consciência, separada do mundo, mas todas
consciência tende ao mundo. A consciência se dá na relação, pois toda consciência é
sempre consciência de algo, de alguma coisa. Da mesma forma, não há objeto em si,
independente da consciência que o percebe. Portanto, a primeira oposição que a
Fenomenologia faz ao Positivismo é que não há fatos com a objetividade pretendida., pois
não percebemos o mundo como um dado bruto, desprovido de significados; o m undo que
percebo é "um mundo para mim". Daí a importância dada ao sentido, à rede de
significações que envolvem os objetos percebidos. A consciência vive imediatamente como
doadora de sentido.
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Para Gestalt, nada há no sistema nervoso que prove a hipótese da constância das
vias nervosas (segundo a qual o impulso nervoso tem que percorrer os mesmos elementos
estruturais, as mesmas vias nervosas, como é concebido pela teoria conexista de E. L .
Thorndike). O sistema nervoso funciona como um todo, não existindo zonas especializadas
no cérebro. Todo o córtex cerebral, com exceção dos centros sensoriais e dos centros
motores, possui a mesma capacidade potencial de participar m qualquer hábito aprendido,
como qualquer outra área cortical. O córtex cerebral atual sempre como um todo.
1) Proximidade: partes que estão juntas no tempo e no espaço parecem formar uma
unidade e tendem a ser percebidas juntas. Em condições iguais, os estímulos mais próximos
terão maior tendência de serem percebidos como grupo pelo indivíduo. Nem todos os
estímulos agrupados por proximidade têm de ser do mesmo tipo sensorial. Se, por exemplo,
ouvirmos simultaneamente um som alto e virmos uma luz brilhante, tendemos a percebê-
los como reunidos., como parte de um mesmo acontecimento.
pessoa sentir que por mais que se dedique aos outros, eles sempre a
decepcionam.
Ou seja, tendo como figura o não-amor, ela verá as expressões de apreço e carinho
como sendo fundo, pois é a figura (o não-amor) que se destaca em sua percepção
das coisas. E mesmo em situações onde não tenha certeza dos sentimentos do outro,
tenderá a complementar e continuar suas relações tendo como parâmetro a
configuração "ninguém me ama". Essa pessoa então levaria sua figura à perfeição,
ou seja, tenderia a complementar, continuar e configurar os estímulos que lhe são
próximos como sendo "não-amor". O mesmo acontece com relação a nossas
crenças, por exemplo, religiosas. Os cristãos, budistas, judeus e muçulmanos
dificilmente se entendem por percebem o mundo a partir da organização de
relações, ou Gestalt, de suas próprias crenças. Sendo assim cada religião configura o
mundo de uma forma, realiza com o mundo uma dada Gestalt que pode parecer
irracional, errada, absurda a outras religiões. Por exemplo, os egípcios enterravam
seus mortos junto a tesouros, comidas, vestes, além de escolherem soldados para
morrerem a fim de protegerem o Faraó na "outra vida". Os cristãos enterram seus
mortos em caixas de madeira. Os budistas tibetanos oferecem seus mortos aos
abutres. Cada prática dessas corresponde a uma configuração de relações com o
mundo, configurações essas que proporcionam um entendimento da realidade e dos
fatos da realidade.
O Insight
Em 1917, o termo Insight foi incorporado ao Gestaltismo por Köhler. Surge a partir
do seu trabalho com relação a como macacos resolvem determinados problemas. Ele
considerou a resolução de problemas como sendo uma reestruturação do campo perceptivo.
Os macacos estabeleciam, por exemplo, uma nova relação entre as varas e a fruta. Uma
fruta distante, inalcançável se se tentasse atingi-la com apenas uma vara, poderia ser
alcançada caso se unissem duas varas. Mas a solução desse problema não era para Kohler
apenas uma questão de ensaio e erro e sim de uma nova percepção de relações, o
estabelecimento de uma nova Gestalt, uma nova totalidade de relações significativas.
O isomorfismo psicofísico cumpre assim a função de expulsar a subjetividade que havia inicialmente
introduzido através da descrição e compreensão da experiência imediata.
Nessa tese se consuma o rompimento da Psicologia da forma com as ciências morais ou do espírito
e, em que pesem as muitas verbalizações em contrário, se revela a índole positivista da Gestalt."
Tendo tido forte influência da Psicanálise, Perls contudo rompe com o movimento
psicanalítico por considerar sua técnica e sua teoria por demais obscuras. Perls dizia que a
Psicanálise não levava em consideração o indivíduo em sua totalidade, em sua relação
recíproca com o ambiente circundante.
Ênfase no "Aqui-Agora"
Preocupação com a percepção presente e imediata que o indivíduo tem de seu meio.
Ao contrário do que postula a Psicanálise, Perls acredita que nada é realmente
reprimido, sendo que as Gestalts, as configurações relevantes, estão sempre
emergindo no momento presente. Todos os nossos traumas e dificuldades estão
presentes agora, neste instante, e se transparecem a partir de uma infinidade de
configurações de ação que estabelecimento com o universo que nos rodeia.
Uma relação causal (causa efeito) não existe entre elementos que formam uma
totalidade. Em uma Gestalt, todo elemento causa e é causado por outros. Assim, em
uma visão da personalidade pela Gestalt, a ênfase está em se ampliar
constantemente a consciência da maneira como a pessoa se comporta e não na
análise dos porquês do comportamento. O comportamento de uma pessoa só pode
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ser entendido como parte de uma totalidade e não como causa dessa totalidade.
Sendo assim, a análise do comportamento de determinado indivíduo tem que se dar
tendo consciência do conjunto de relações que esse indivíduo estabelece com os
outros indivíduos. Um comportamento ao ser analisado de forma isolada não
permite que se veja a totalidade em que ele está inserido e que lhe dá sentido.
Conscientização
Em termos de sonhos, Perls ressalta que eles são importantes não tanto no sentido
de realização de desejos inconscientes reprimidos, mas por serem mensagens existenciais
do indivíduo para ele mesmo. Tudo no sonho diz respeito à pessoa como um todo
(inclusive a paisagem e os mínimos detalhes percebidos). Em vez de se interpretar o sonho,
Perls sugere que o mesmo seja encenado como parte da realidade presente. Tudo no sonho
é parte do sonhador e representa uma gestalt, uma configuração do momento atual do
sonhador.
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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
HILLIX, A . W. - Sistemas e Teorias em Psicologia
Editora Cultrix, 9ª edição, São Paulo, 1993.