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Behaviorism o
Behaviorism o
Behaviorismo
Pouco antes ele havia feito uma descoberta acidental que estava destinada a mudar
os rumos de sua carreira científica e exercer efeito profundo e duradouro sobre o
desenvolvimento da ciência psicológica.
Pavlov tinha aperfeiçoado uma aparelho que permitia recolher e medir a quantidade
de saliva segregada por um cão sob diferentes condições de alimentação. A descoberta de
Pavlov consistiu no fato de Ter notado a ocorrência persistente de um fluxo salivar
antecipatório. Isto é, os estímulos associados previamente à alimentação do animal (por
exemplo, a aproximação do assistente ou a vista de um prato de comida) chegava a
"Dada (...) uma situação , o Psicólogo deve estabelecer o que o indivíduo fará diante dela. E
vice-versa: vendo que o indivíduo faz uma coisa, é preciso ser capaz de indicar que situação ou o quê
produziu esse ato."
James Mill (1773 - 1836): sustentava que a associação podia explicar as mais
complexas experiências mentais. A idéia de tudo, por exemplo, continha presumivelmente
todas as idéias menores e é, simplesmente, a soma dessas.
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John Stuart Mill (1806 - 1873): as idéias perdem a sua identidade original quando se
fundem a idéias mais complexas. Aceitava a noção de conjugação de idéias na associação,
mas acreditava que as combinações muito rápidas tinham como resultado a perda de
algumas partes.
Thorndike defendia:
A Lei do Efeito
Nas suas pesquisas com animais, Thorndike ficara impressionado com a
aprendizagem gradual da resposta correta e a eliminação gradual da incorreta. Esse tipo de
aprendizagem acabou por ser chamada de "tentativa e erro".
A partir daí Thorndike propunha que poderia ocorrer uma "irradiação do efeito".
Segundo parecia, as conexões estímulo -resposta não- recompensadas mais próximas da
conexão recompensada também adquirem fortalecimento decorrente do reforço. Para
Thorndike :
"Todo e qualquer ato que, em uma dada situação, produz satisfação, associa-se a essa
situação, de modo que, quando a situação se reproduz, a probabilidade de uma
repetição do ato é maior do que antes. Inversamente, todo e qualquer ato que em uma
determinada situação produz desagrado, dissocia-se da situação, de modo que, quando
a situação reaparece, a probabilidade de repetição da situação é menor do que
antes."(1905)
Nas suas pesquisas com animais e caixas quebra-cabeça, ele ficou impressionado
com a aprendizagem gradual da resposta correta e a eliminação da incorreta. Thorndike
reconheceu o papel primordial do êxito acidental na fixação de respostas. Ele postulou que
o papel da punição e do descontentamento não era comparável, em seu papel negativo, à
ação positiva da recompensa. O castigo serve para que o organismo associe à situação
sensações desagradáveis e não dissocia diretamente a resposta da situação.
***
Em sua contestação ao estudo dos estados interiores (sendo que Skinner privilegiava
o estudo das contingências ambientais), ele irá dizer que "a objeção aos estados interiores
não é a de que eles não existem, mas a de que não são relevantes para uma análise
funcional. Não é possível dar conta do comportamento de nenhum sistema enquanto
permanecemos inteiramente dentro dele; finalmente será preciso buscar forças que
operam sobre o organismo agindo de fora. (...) Tem sido especialmente tentador
atribuir o comportamento de um organismo vivo ao comportamento de um agente
interior. Até o movimento de uma pedra que rola já foi atribuída a uma 'vis viva'. Não
há nada errado em uma explicação interior, como tal, mas os eventos que se localizam
no interior de um sistema tendem a ser difíceis de se observar." (Skinner, 1953)
universo cultural, a escola não é vista tanto como realização e sim como espaço de
obrigação, de controle, de falta de prazer e de liberdade. Aprendemos a seguir as normas
impostas porque as conseqüências disso são menos aversivas do que nos arriscarmos a
pensar livremente. Em termo de estudo, somos reforçados a sermos reprodutores do
"pensar" alheio e não inventores.
A seguinte história, contada por Helen Buckley, ilustra bem tal situação:
“Uma vez, um garotinho foi para uma Escola. Ele era bem pequenininho. E a Escola era bem grande.
Mas o garotinho viu que podia ir para sua sala caminhando diretamente da porta lá de fora. Ele ficou feliz e a
escola não parecia tão grande assim!
Numa manhã , quando o garotinho estava há pouco na escola, a professora disse:
- Hoje nós vamos fazer um desenho!
- Que bom! - pensou o garotinho.
Ele gostava de desenhar. Ele podia fazer todas as coisas: leões e tigres, galinhas e vacas, trens e
barcos... E pegou sua caixa de lápis e começou a desenhar.
Mas a professora disse:
- Esperem! Não é hora de começar!
Ele, então, esperou até que todos estivessem prontos.
- Agora - disse a professora - nós vamos desenhar flores!
- Bom! - pensou o garotinho. Ele gostava de desenhar flores e começou a fazer bonitas flores com
lápis rosa, laranja e azul. Mas a professora disse:
- Esperem! Eu mostrarei como se faz!
Então ela desenhou uma flor que era vermelha, com a aste verde.
- Assim! - disse a professora - Agora vocês podem começar!
O garotinho olhou a flor da professora e então olhou a sua. Ele gostava mais da sua flor do que a da
professora, mas ele não revelou isso. Ele apenas guardou o seu papel e fez uma flor como a da professora: era
vermelha, com a aste verde.
Outro dia, quando o garotinho abria a porta lá de fora, a professora disse:
- Hoje nós vamos trabalhar com argila!
- Bom! - pensou o garotinho. Ele poderia fazer todo o tipo de coisas com argila: cobras, bonecos,
elefantes, ratos, carros, caminhões... e começou a puxar e amassar a bola de argila. Mas a professora disse:
- Esperem! Não é hora de começar! Agora nós vamos fazer uma travessa!
- Bom! - pensou o garotinho. Ele gostava de fazer travessas. E começou a fazer algumas, de
diferentes tamanhos e formas. Mas a professora disse:
- Esperem que eu lhes mostrarei como fazer uma travessa funda!... Pronto! Agora podem começar!
O garotinho olhou para a travessa da professora, depois olhou para as suas. Ele gostava mais das suas
do que as da professora. Mas ele não revelou isso. Ele apenas amassou sua argila numa grande bola e fez uma
travessa como a da professora... que era uma travessa grande e funda.
E logo o garotinho aprendeu a esperar e a observar e a fazer coisas como a professora. Ele logo mais
não fazia as coisas por si mesmo. Então aconteceu que o garotinho e sua família mudaram para outro lugar,
numa outra casa, numa outra cidade, e o garotinho teve que ir para outra escola. Essa escola era ainda maior
que a primeira. Ele tinha que subir alguns degraus e seguir por um corredor comprido para chegar à sua sala.
E justamente no primeiro dia que ele estava lá, a professora disse:
- Hoje nós vamos fazer desenhos!
- Bom! - pensou o garotinho, e esperou a professora dizer-lhe o que fazer. Mas ela não disse nada...
apenas andou pela sala. Quando aproximou-se do garotinho, ela perguntou:
- Você não quer desenhar?
- Sim - disse o garotinho - Mas o que vamos fazer?
- Eu não sei até que você o faça. - disse a professora.
- Como eu farei? - perguntou o garotinho.
- Do jeito que você quiser! - disse a professora.
- E de que cor? - perguntou ele.
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- De qualquer cor. - disse a professora. - Se todos fizessem o mesmo desenho e usassem as mesmas
cores, como eu poderia saber quem fez o quê e qual era qual?
- Eu não sei... - disse o garotinho.
E começou a fazer uma flor vermelha, com a aste verde...
***
. reforço secundário: não estímulos que, por terem sido associados a um reforçador
primário, adquirem capacidade de condicionar. Tais reforçadores geralmente são sociais
(ex: dinheiro). Um diploma é um reforçador secundário por se ligar à necessidade de se ter
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. reforço de intervalo: Está relacionado ao tempo entre os reforços. Pode ser fixo
ou variável.
Na maioria das vezes, o condicionamento operante ocorre sem que a pessoa tenha
consciência direta do fato. Um mesmo reforço pode também Ter significados diferentes,
dependendo do conjunto complexo de condicionamentos que o indivíduo teve em sua vida.
Por exemplo, um indivíduo pode entender um aumento salarial como sendo uma
gratificação, um suborno, uma ilusão...
Quanto à definição de punição Skinner diz que Punição "é o efeito da retirada de
um reforçador positivo ou da apresentação de um negativo. Um exemplo do primeiro,
seria tirar o doce de uma criança; um exemplo do último, castigá-la. Não usamos
nenhum termo novo na colocação dessas questões, e assim nada precisa ser definido.
Ademais, até o ponto em que somos capazes de dar uma definição científica a um termo
leigo, essas duas possibilidades parecem constituir o campo da punição". (Skinner, 1953)
.
A punição em si é um ato que não ensina como o indivíduo deve agir e quais seriam
os comportamentos desejáveis.
1) se se deseja conseguir dos alunos uma certa disciplina em sala de aula, o ponto de
partida é se estabelecer que comportamentos deseja-se instalar.
Comportamento Social
As maiores influências no comportamento social humano são o condicionamento
operante, a imitação, a modelação, a linguagem.
Skinner irá dizer que no estudo dos processos bio-sociais, tem-se omitido um elo de
grande importância entre o comportamento biológico e o social: o comportamento operante
do indivíduo. Se considerarmos, por exemplo, a prática de apagar incêndios podemos dizer
que, há milhares de anos, alguém, acidentalmente jogou água no fogo ameaçador e
observou que ele se apagava. Como essa conseqüência foi reforçadora, o comportamento
foi repetido em ocasiões similares.
Por exemplo, se por um acidente ocasional determinado macaco quebre uma espécie
de noz que nunca tivesse quebrado antes e que a semente resulte reforçadora, em outra
ocasião o macaco tenderá a quebrar aquela espécie de noz da mesma maneira. Imitando seu
comportamento, os outros macacos ficarão sob controle das mesmas contingências, a
despeito de sua raridade.
A modelação é uma forma de mostrar aos outros o que fazer. Nessa modelação,
principalmente em ambientes humanas, o comportamento vocal desempenha importante
papel. Um modo de dizer à pessoa o que fazer é dar-lhe um conselho, sob a forma quer de
uma injunção, possivelmente com alusão à conseqüência ("vire a chave que o carro
ligará"), quer como uma descrição de uma contingência de reforçamento ("O carro ligará
melhor se você virar a chave lentamente"). Relações modelizantes de condutas sociais
também são descritos em provérbios como "Deus ajuda a quem cedo madruga"; "Água
mole em pedra dura tanto bate até que fura."
Para Skinner "cultura pode ser definida de modo mais útil como as
contingências de reforçamento mantidas pelo grupo as quais são transmitidas quando
de novo modelam a união dos membros na modelagem de outros. Se o grupo é
confinado a uma parte do mundo em particular, algumas contingências características
podem ser físicas, mas a maioria será de natureza social. (...) No entanto, a
sobrevivência de uma cultura é mais do que um produto de contingências de
reforçamento. Ela ocorre quando as práticas contribuem para a sobrevivência do
grupo praticante e sobrevive com o grupo. (...) Assim como se levou muito tempo para
descobrir que 'o organismo é servo do gene', levou-se também muito tempo para
descobrir que o indivíduo é servo da cultura."
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Reforço social é aquele que requer a presença de outras pessoas. A resposta "um
copo d'água por favor"não tem efeito em um ambiente mecânico, mas em um ambiente
verbal apropriado, pode levar ao reforço primário. No campo do comportamento social,
segundo Skinner, dá-se importância especial ao reforço com atenção, aprovação, afeição e
submissão. O reforço social varia de momento a momento, dependendo da condição do
agente reforçador, sendo que respostas diferentes podem conseguir o mesmo efeito,
dependendo da ocasião.
Para Skinner, nenhum comportamento é livre... vontade, livre arbítrio, liberdade são
todas ficções explanatórias.
Aprendizagem no Behaviorismo
Bases gerais behavioristas:
3) Estímulos neutros: nenhum estímulo é realmente neutro, uma vez que eleja uma
resposta por parte do organismo. Todavia, um estímulo que não preencha os
critérios comportamentais associados a cada uma das outras classes, é incluído
na categoria de neutro.
Skinner e a educação
"Eu freqüentemente questiono estudantes de faculdade sobre sua motivação: 'Quando você vai
para casa à noite , não é verdade que estuda basicamente para evitar as conseqüências de não fazê-lo?'.
Eles raramente dizem que não"(B. F. Skinner)
Skinner, em termos de educação, critica as escolas de sua época, pelo uso excessivo
de estímulos aversivos (estudar torna-se uma resposta de esquiva de humilhações, notas
baixas, críticas) e pela pouca programação do conteúdo ensinado. Skinner propôs a
instrução programada individualizada como o sistema ideal de ensino. Utilizar "o controle
punitivo é admitir que fracassamos no problema central da educação. Resposta
corretas e sinais de progresso são os tipos de reforçadores mais apropriados à
instrução como preparação, mas outros reforçadores devem acontecer se existir
qualquer intenção de ensinar. (Skinner, 1989)
Skinner diz que os "estudantes quase sempre começam com conhecimento por
descrição. Eles são ensinados sobre o que pode ser feito e sobre o que acontecerá
quando algo for feito. Se o que aprendem é vantajoso, eventualmente adquirarão
conhecimento por compreensão quando seu comportamento tem conseqüências
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reforçadoras. Mas isso usualmente acontece muito mais tarde. As escolas preparam os
estudantes para um mundo excessivamente remoto. (...) O comportamento que tem
sua origem atribuída ao conhecimento por compreensão (produto de contingências
imediatas de reforçamento) é muito mais efetivamente executado do que o
conhecimento por descrição. (Skinner, 1989)
A instrução programada
Entre as tecnologias de ensino que surgiram no empenho de se aplicar os princípios
do condicionamento em sala de aula, citam-se a instrução programada, o curso
programado e a aula programada. A primeira tem sido relativamente pouco empregada no
Brasil. Pouco material programado tem sido produzido para atender às várias necessidades
das diferentes disciplinas.
- cada aluno segue o seu próprio ritmo de aprender e quando vai mais adiantado
que a classe, pode receber outras tarefas a realizar
- qualquer aluno, forçado a deixar a escola por algum período de tempo, pode
retornar e recomeçar de onde parou.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
SKINNER, B. F. - Ciência e Comportamento Humano
Martins Fontes Editora, 4ª edição, São Paulo, 1978.