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INTRODuÇÃO

“encontramo-nos no momenta de transito em que espaço e tempo se cruzam para


produzir figuras complexas de diferença e identidade, passado e presente, interior e
exterior, inclusão e exclusão.
Esses "entre-lugares" fornecem 0 terreno para a elaboração de estratégias de
subjetivação - singular ou coletiva - que dão início a novas signos de identidade e postos
inovadores de colaboração e contestação, no ato de definir a própria ideia de sociedade.
“As diferenças sociais não são simplesmente dadas a experiencia através de uma
tradição cultural já autenticada; elas são os signos da emergência da comunidade
concebida como projeto – ao meSilla tempo uma visão e uma construção - que leva
alguém para «atem" de si para pader retornar, com um espirito de revisão e
reconstrução, as condições políticas do presente: p.21
O poço da escada p.22
“liminar, situado no meio das designações de identidade, transforma-se no processo de
interação simbólica, 0 tecido de ligação que constro1 a diferença entre superior e
inferior, negro e branco.
a estranhamento lunhomeliness] - que e a condição das inicia~6es extraterritoriais e
interculturais. Estar estranho ao lar [unhomedl nao e estar sem-casa [homeless]; de
modo análogo, não se pode classificar a "estranho" [unhomely] de forma simplista
dentro da divisão familiar da vida social em esferas privada e pública. P. 29-30

Terceiro Espaço que, embora em si irrepresentável, constitui as condiçoes discursivas


da enunciaçao que garantem que 0 significado e os simbolos da cultura nao tenham
unidade ou fixidez primordial e que até os mesmos signos possam ser apropriados,
traduzidos, re-historicizados e lidos de outro modo. P.68
Terceiro Espaço de enunciações que considerei a condição previa para a articulação da
diferença cultural. P.69

Bhabha. capitulo iii o local da cultura

O autor profere uma discussão sobre o sujeito colonizado e o colonizador, levantando


questões acerca de como ocorre a construção do discurso de poder que garante a
dominação e superioridade de um povo sobre outro.
“objetivo geral investigar as percepções dos indígenas acadêmicos Apinajé sobre suas
relações interculturais no curso de Licenciatura em Educação do Campo: habilitação em
Artes e Música (LEdoC) na Universidade Federal do Tocantins (UFT) em
Tocantinópolis. Os objetivos específicos foram averiguar se existe diálogo entre os
sujeitos, como forma de possibilitar a troca de experiências, identificar práticas musicais
contextualizadas na universidade que envolvam a cultura do povo Apinajé e verificar
qual o sentido da experiência musical, vivenciada no curso, para esses alunos”.

O capítulo vai construir a teoria do discurso colonial


Discurso colonial - Fixidez – Alteridade
“A construção do sujeito colonial no discurso, e 0 exercício do poder colonial através do
discurso, exige uma articulação das formas das diferenças - raciais e sexuais. p. 107
“modo de representação da alteridade. p. 7
Raça e representação: narrativa realista e suas condições de existência e
representatividade p.108
“Ao contrário, proponho que, de forma bem preliminar, o estereotipo como modo de
representação complexo, ambivalente e contraditório, ansioso na mesma proporção em
que e afirmativo, exigindo não apenas que ampliemos nossos objetivos críticos e
políticos mas que mudemos o próprio objeto da análise. P. 110
*Discurso colonial como aparato de poder p.111
“E um aparato que se apoia no reconhecimento e repudio de diferenças
raciais/culturais/históricas. Sua função estratégica predominante e a criação de um
espaço para "povos sujeitos" através da produção de conhecimentos em termos dos
quais se exerce vigilância e se estimula uma forma complexa de prazer/desprazer. Ele
busca legitimação para suas estratégias através da produção de conhecimentos do
colonizador e do colonizado que são estereotipados, mas avaliados antiteticamente. P.
111

“0 fechamento e coerência atribuídos ao polo inconsciente do discurso colonial e a


noção não problematizada do sujeito restringem a eficácia tanto do poder como do
saber. Não é possível ver' como 0 poder funciona produtivamente enquanto estímulo e
interdição. Tampouco seria possível, sem a atribuição de ambivalência as relações de
poder/saber, calcular o impacto traumático do retorno do oprimido - aqueles
aterrorizantes estereótipos de selvageria, canibalismo, luxuria e anarquia que são os
indicadores de identificação e alienação, cenas de medo e desejo, nos textos coloniais.
“A força do discurso colonial e poscolonial como intervenção teórica e cultural em
nosso momento contemporâneo representa a necessidade urgente de contestar
singularidades de diferença e de articular "sujeitos" diversos de diferenciação. P.115
O autor propõe a leitura do estereótipo em termo de fetichismo.
“O estereotipo, então, como ponto primário de subjetificação no discurso colonial, tanto
para o colonizador como para o colonizado, e a cena de uma fantasia e defesa
semelhantes - 0 desejo de uma originalidade que e de novo ameaçada pelas diferenças
de raça, cor e cultura”.p.117

“São precisamente essas duas formas de identificação que constituem a estratégia


dominante do poder colonial exercida em relação ao estereotipo que, como uma forma
de crença múltipla e contraditória, reconhece a diferença e simultaneamente a recusa ou
máscara. P. 119
“A construção do discurso colonial e então uma articulação complexa dos tropos do
fetichismo - a metáfora e a metonímia - e as formas de identificação narcisística e
agressiva disponíveis para o imaginário”. P.119

“O discurso racial estereotipado e uma estratégia de quatro termos. H


*Identidade colonial:
“O estereotipo também pode ser visto como aquela forma particular, "fixada", do sujeito
colonial que facilita as relações coloniais e estabelece uma forma discursiva de oposição
racial e cultural em termos da qual e exercido 0 poder colonial. P.121
“A visibilidade do Outro racial/colonial é ao mesmo tempo um ponto de identidade
("Olha, urn negro") e um problema para 0 pretendido fechamento no interior do
discurso. ISla porque 0 reconhecimento da diferença como pontos "imaginários" de
identidade e origem - tais como preto e branco - e perturbado pela representação da
cisão no discurso.

“A descoberta do Livro Inglês estabelece tanto uma medida de mimese como um modo
de autoridade e ordem civil. Se essas cenas, como eu as narrei, sugerem 0 triunfo da
escrita do poder colonialista, deve-se então admitir que a astuta letra da lei inscreve um
texto de autoridade muito mais ambivalente. Isto porque e no intervalo entre 0 edito da
anglicidade e 0 assalto dos negros espa~os indisciplinados da terra, através de um ato de
repetiçao, que 0 texto colonial emerge incertamente”.
&Deslocamento estratégico de valor
-Discurso colonial cultural: P,174
“Ele e um espaço "separado", um espaço de separar;iiomenos que um e duplo - que tem
sido sistematicamente negado tanto par colonialistas como par nacionalistas que
procuram a autoridade na autenticidade das "origens". E precisamente como separação
das origens e das essências que se constrói esse espaço colonial. P.174
Destituidos de sua
presen~a plena, os saberes da autoridade cultural podem ser
articulados com as fafmas de saberes "nativos" au confrontados com aqueles sujeitos
discriminados que eles tem de governar, mas que ja nao podem representar. Isto pode
levar,como no caso dos nativos nas proximidades de Delhi, a questoes de autoridade
que as autoridades - inclusive a Biblia
naG podem responder. P.167

Tradução cultural: terceiro espaço – faz surgir o novo- o híbrido.

Em sua crítica acerca das relações entre culturas ditas “centrais” e “periféricas”, o que se
percebe é uma complexa interação entre estas, diferente do que alega os discursos
hegemônicos, de caráter dicotômicos e essencialistas (p.ex., negro x branco; mulher x homem;
civilizado x bárbaro; moderno x arcaico; homem x animal, etc.), difundidos a partir da década
de 50.

“entre-lugar” e Bhabha o define como “o terreno para a elaboração de estratégias de


subjetivação – singular ou coletiva – que dão inícioa novos signos de identidade e postos
inovadores de colaboração e contestação, no ato de definir a própria ideia de sociedade”
(1998, p. 20).

Nesta interpenetração das culturas, conforme Bhabha, são constituídos sujeitos culturais
híbridos, um tipo de identidade fluída e transitória, característica de uma época marcada pela
mobilidade das populações.

Homi K. Bhabha retoma a descrição do encontro de um missionário cristão europeu tentando


catequisar um povoado indiano, e a partir deste evento demonstra toda uma série de ações e
reações das culturas colonizadas recalcitrantes em receber e incorporar conceitos e dogmas
dos colonizadores, culminando na formação do conceito de hibridização. “com uma civilidade
dissimulada ou com um displicente provérbio popular” (BHABHA, Homi, 1998, p. 175).

“O anúncio do Deus verdadeiro e da redenção cristã é o ponto chave empregado para


favorecer a aceitação da religião protestante pelo indígena” (BONNICI, 1942)

“Portanto, a demolição da religião indígena acontece ao lado da construção da fé cristã


pressupondo a superioridade da religião do europeu e classificando o ‘fiel’ indígena como o
outro religioso enquanto permanece em ‘erro’” (BONNICI, 1942)

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