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Livro Unico
Livro Unico
e políticas
setoriais
contemporâneas
Políticas setoriais
e políticas setoriais
contemporâneas
Presidente
Rodrigo Galindo
Conselho Acadêmico
Alberto S. Santana
Ana Lucia Jankovic Barduchi
Camila Cardoso Rotella
Danielly Nunes Andrade Noé
Grasiele Aparecida Lourenço
Isabel Cristina Chagas Barbin
Lidiane Cristina Vivaldini Olo
Thatiane Cristina dos Santos de Carvalho Ribeiro
Revisora Técnica
Maria Ângela Santini
Editoração
Adilson Braga Fontes
André Augusto de Andrade Ramos
Leticia Bento Pieroni
Lidiane Cristina Vivaldini Olo
ISBN 978-85-522-0316-2
CDD 352.081
2018
Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Avenida Paris, 675 – Parque Residencial João Piza
CEP: 86041-100 — Londrina — PR
e-mail: editora.educacional@kroton.com.br
Homepage: http://www.kroton.com.br/
Sumário
Unidade 1 | Redemocratização da sociedade brasileira e a conquista de
direitos______________________________________________________________ 7
Redemocratização da
sociedade brasileira e a
conquista de direitos
Maria Lucimar Pereira
Objetivos de aprendizagem
A primeira unidade do livro Políticas Setoriais e Políticas Setoriais
Contemporâneas tem como objetivo de aprendizagem apontar para
os alunos os acontecimentos anteriores à aprovação da Constituição
Federal de 1988, bem como os cenários político, econômico e social.
Discutiremos nesta mesma unidade sobre os avanços contidos neste
documento legal, que possibilitou as condições para a construção
do processo de proteção social no país no campo legal.
Atividades de aprendizagem
1. A década de 1980 ficou conhecida no Brasil e nos países latinos como
a “década perdida”, especialmente no âmbito da economia. Qual foi o
principal fator que provocou esta situação?
a) A dificuldade de escolha na profissão por parte dos estudantes.
b) A violência cometida por parte do regime militar.
c) A queda da produção industrial.
d) A cassação dos políticos corruptos.
e) A queda do regime nazista em países europeus.
Atividades de aprendizagem
1. O Governo autoritário que se instalou a partir de 1964 no Brasil não
admitia qualquer expressão de mobilização popular. Diante disso, assinale
a opção INCORRETA:
a) A única forma de expressão era o teatro, o cinema e a música. Estas
formas não sofreram forma de repressão alguma.
b) A preocupação do governo era manter o controle social por meio dos
mecanismos repressores e de coerção.
c) Toda e qualquer participação era proibida, inclusive a eleição para
diretorias dos sindicatos.
d) Estimulava o exercício de uma política assistencialista como forma de
manipular os trabalhadores.
e) O silêncio atribuído à classe operária foi alimentado com a aceitação de
suas principais lideranças.
Fique ligado
• A década de 1980 ficou conhecida como a “Década Perdida”,
tanto no Brasil como nos países latino-americanos, devido à queda da
produção industrial, que provocou a estagnação de grande parte da
indústria e consequentemente levou ao desemprego até então nunca
visto na história brasileira.
• Em 1985 finaliza oficialmente o regime da ditadura militar, que
perdurou no Brasil de 1964 a 1985. Iniciam neste período as condições
Objetivos de aprendizagem
Nesta unidade, você poderá realizar uma aproximação introdutória
acerca de algumas políticas sociais setoriais em seu contexto legal
e suas propostas de efetivação na esfera da política pública. Vamos
apreender brevemente o contexto das políticas sociais setoriais de
trabalho, educação, habitação, saúde, álcool e drogas.
NÍVEIS DE
ENSINO
ENSINO
SUPERIOR
ENSINO EDUCAÇÃO
FUNDAMENTAL BÁSICA
ENSINO
MÉDIO
Fique ligado
Convém assinalar que todos devemos monitorar os
desdobramentos desses documentos (LDB, CF, PNE etc.) e exercer
“pressão social” para que principalmente as metas vislumbradas sejam
de fato materializadas. Para acompanhar os movimentos do PNE,
acesse: <http://pne.mec.gov.br/>. Acesso em: 20 ago. 2017.
Atividades de aprendizagem
1. Por que alguns autores afirmam que há uma dependência entre
educação e políticas setoriais?
Atividades de aprendizagem
1. O que se faz necessário para afirmar que um ser humano possui saúde
ou que é saudável?
Atividades de aprendizagem
1. Quais são as limitações apontadas pelo Ministério da Saúde no que tange
à política de saúde integral destinada ao consumidor de álcool e outras
drogas?
Objetivos de aprendizagem
Nesta unidade, você poderá realizar uma aproximação
introdutória acerca de algumas políticas sociais setoriais em seu
contexto legal e suas propostas de efetivação na esfera da política
pública. Aprenderemos o contexto das políticas sociais setoriais de
família, criança e adolescente, idoso, pessoa com deficiência.
Atividades de aprendizagem
1. De acordo com Alvarez (2008, p. 17), a família e seus diversos modelos
estão em constante transformação e dinamicidade, “sofrendo influências
internas que lhe sucedem como: nascimento, casamento, morte de seus
membros e por fatores externos: sociais, econômicos, culturais, entre
outros”. Considerando tal afirmação, você acredita que as classes mais
pobres têm mais dificuldade em lidar com seus problemas, inclusive
econômicos?
Esse órgão, de acordo com o artigo 136 do ECA, tem por atribuições:
Atividades de aprendizagem
1. Para o enfrentamento dos diversos tipos de violência enfrentados pelas
crianças e adolescentes, há que se destacar o papel dos conselheiros
tutelares como instância formal de atendimento à violação ou ameaça de
violação de direitos. Relate a função desses conselheiros.
100 U3 - Políticas setoriais: família, criança e adolescente, idoso, pessoa com deficiência
Federal nº 1.948, de 1996: regulamenta a Lei nº 8.842, de 4 de 1994,
que dispõe sobre a Política Nacional do Idoso, e dá outras providências;
4) Portaria nº 2.528, de 2006 (Ministério da Saúde): aprova a Política
Nacional de Saúde da Pessoa Idosa; 5) Decreto nº 5.934, de 2006:
estabelece mecanismos e critérios a serem adotados na aplicação do
disposto no art. 40 da Lei nº 10.741, 2003 (Estatuto do Idoso); exercício
do direito no sistema de transporte coletivo interestadual, nos modais
rodoviário, ferroviário e aquaviário e, 6) Resolução nº 303, de 2008
(CONTRAN): dispõe sobre as vagas de estacionamento de veículos
destinadas exclusivamente às pessoas idosas.
U3 - Políticas setoriais: família, criança e adolescente, idoso, pessoa com deficiência 101
Atividades de aprendizagem
1. Em sua opinião, qual é o fator predominante para o aumento da
população idosa em nosso país?
2. A pessoa idosa tem a seu dispor, alguns dispositivos legais que ancoram
a sua proteção e direitos. Assinale a opção que apresenta alguns desses
dispositivos:
102 U3 - Políticas setoriais: família, criança e adolescente, idoso, pessoa com deficiência
Seção 4
Política setorial da pessoa com deficiência
Introdução à seção
U3 - Políticas setoriais: família, criança e adolescente, idoso, pessoa com deficiência 103
A história da humanidade comprova que em todos os momentos as
pessoas com deficiência foram alvos de comportamentos de diversas
reações, ora acolhedoras/integradoras, ora excludentes/contraditórias.
Esses comportamentos mudaram de acordo com os avanços sociais,
culturais, científicos e tecnológicos que acometiam a sociedade. No
Quadro 3.2 pode-se verificar importantes acontecimentos referindo-se
às pessoas com deficiência.
104 U3 - Políticas setoriais: família, criança e adolescente, idoso, pessoa com deficiência
Antiga até os primórdios do século XIX as pessoas com deficiências
foram alvo de discriminação. A humanidade não sabia lidar com o
diferente, recorrendo muitas vezes aos mitos para explicar e justificar a
deficiência física ou mental, esse rótulo evidenciava-se principalmente
quando a deficiência tinha origem antes do nascimento, atribuídas
a castigos divinos e/ou possessão diabólica. Após a dominação do
capitalismo na maior parte do mundo, verifica-se que a busca de
explicações científicas significou uma iniciativa em superar os mitos e
preconceitos. Com o surgimento e avanço da ciência (século XX), as
causas genéticas das deficiências ou deformações foram descobertas,
mas o preconceito não foi totalmente superado e, infelizmente perdura
até os dias atuais.
No âmbito educacional, o Brasil, foi o precursor na legitimação da
inclusão. No artigo 208 da CF/88 é previsto o atendimento educacional
especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede
regular de ensino, sendo considerados educandos com necessidades
educacionais especiais aqueles que apresentarem no processo de
aprendizagem dificuldades acentuadas ou limitações para acompanhar
as atividades curriculares; condições de comunicação e sinalização
diferenciadas dos demais alunos (BRASIL, 1988).
Além disso, foram estabelecidas diretrizes para tratar a educação
especial como modalidade da educação e ainda dispõe como princípio
educacional a criação de programas de atendimento especializado
para os portadores de deficiência física, mental, sensorial, bem como
de integração social do adolescente portador de deficiência. No artigo
58 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB/96), a educação
especial é definida, como uma modalidade de educação escolar,
oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos
com necessidades especiais (BRASIL, 1996). Nos parágrafos do artigo
58 observam-se orientações importantes:
U3 - Políticas setoriais: família, criança e adolescente, idoso, pessoa com deficiência 105
[...] § 1º - Haverá, quando necessário, serviços de
apoio especificado, na escola regular para atender às
peculiaridades da clientela especial.
§ 2º - O atendimento educacional será feito em classes,
escolas ou serviços especializados, sempre que, em função
das condições específicas dos alunos, não for possível sua
integração nas classes comuns de ensino regular.
§ 3º- A oferta de educação especial, dever constitucional
do Estado, tem início na faixa etária de zero a seis anos,
educação infantil (BRASIL, 1996, p. 54).
U3 - Políticas setoriais: família, criança e adolescente, idoso, pessoa com deficiência 107
Atividades de aprendizagem
1. Considerando o papel do Estado no tocante à inclusão escolar, descreva
o que a LDB contempla como imprescindível para que os alunos sejam
incluídos dignamente.
Fique ligado
Você estudou nesta unidade:
Quatro políticas sociais setoriais em nosso país:
• Família.
• Criança e adolescente.
• Idoso.
• Pessoa com deficiência.
108 U3 - Políticas setoriais: família, criança e adolescente, idoso, pessoa com deficiência
da concretização da cidadania na ordem burguesa. Mas, sem deixar de
acumular esforços para patamares mais dignos de sobrevivência.
U3 - Políticas setoriais: família, criança e adolescente, idoso, pessoa com deficiência 109
a) 0 a 12 anos.
b) 12 a 18 anos.
c) 18 a 29 anos.
d) 0 a 10 anos.
e) 0 a 10 anos.
110 U3 - Políticas setoriais: família, criança e adolescente, idoso, pessoa com deficiência
5. As estimativas atuais indicam que existam no Brasil cerca de 24 milhões
de pessoas com deficiências, cada vez mais essas pessoas adentram o
mercado de trabalho. Para receber esses trabalhadores, as empresas
precisam realizar algumas adaptações. Assinale a alternativa que contemple
algumas das adaptações físicas que a empresa deve adotar.
a) Sinais sonoros e instruções em Braille para deficientes visuais.
b) Instalações de rampas, banheiros adaptados para cadeiras de rodas, de
sinais sonoros e instruções em Braille para deficientes visuais.
c) Instalações de rampas.
d) Instalações de rampas, sinais sonoros e instruções em Braille para
deficientes visuais.
e) Instalações de rampas, de banheiros adaptados para cadeiras de rodas, de
sinais sonoros e instruções em Braille para deficientes visuais.
U3 - Políticas setoriais: família, criança e adolescente, idoso, pessoa com deficiência 111
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112 U3 - Políticas setoriais: família, criança e adolescente, idoso, pessoa com deficiência
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U3 - Políticas setoriais: família, criança e adolescente, idoso, pessoa com deficiência 113
114 U3 - Políticas setoriais: família, criança e adolescente, idoso, pessoa com deficiência
Unidade 4
Objetivos de aprendizagem
A quarta unidade do livro Políticas Setoriais e Políticas Setoriais
Contemporâneas tem como objetivo de aprendizagem apontar para
os alunos os direitos dos grupos minoritários, tais como as pessoas
lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros –
LGBTTT –, as populações indígenas e quilombolas, bem como
o processo de reconhecimento e promoção destes direitos
fundamentais desta população historicamente excluída no Brasil.
U4 - Políticas setoriais: mulher, LGBT, comunidades tradicionais (quilombolas, indígenas, ribeirinhos); gênero, migrantes 115
das Nações Unidas quanto à proteção dos direitos humanos de pessoas lésbica,
gay, bissexual, travesti, transexual e transgênero – LGBTTT.
116 U4 - Políticas setoriais: mulher, LGBT, comunidades tradicionais (quilombolas, indígenas, ribeirinhos); gênero, migrantes
Introdução à unidade
As políticas públicas de atenção a grupos minoritários da sociedade
brasileira são muito recentes e trazem histórias de lutas e muita
mobilização social. As ações aos grupos de minorias, que foram
discriminados ao longo da história por ser fruto de uma sociedade com
bases injustas, desigual e com amplos privilégios para outros setores,
são registradas a partir da Constituição Federal de 1988, tendo como
bases os princípios da igualdade e da dignidade da pessoa humana.
Para acessar os direitos sociais e a construção da idealizada
sociedade – preconizada na Constituição Federal de 1988 – livre, justa
e solidária, especialmente para a população excluída historicamente, é
necessária a construção das condições do Estado democrático, o qual
também preconiza a nossa Carta Magna.
Falar de políticas setoriais para a população lésbica, gay, bissexual,
travesti, transexual e transgênero – LGBTTT – e comunidades
tradicionais (quilombolas e indígenas), é falar de políticas para grupos
minoritários em nossa sociedade, e utilizar o termo ‘minorias’ é
considerar quanto a etnia, a religião, a cultura, o gênero, a orientação
sexual, a condição sexual, a condição social, entre outras, requerem
do Estado o reconhecimento de situações que os expõem ao abuso, à
exclusão ou à discriminação.
A terminologia ‘minorias’ é utilizada de forma genérica para
referenciar grupos sociais particulares que são entendidos como uma
parte menor da sociedade com destaque às características específicas,
o que geralmente estão associadas a situações sociais mais vulneráveis.
Esses grupos, na sua maioria, são marginalizados e excluídos
dentro de uma sociedade, geralmente devido a situações econômicas,
culturais, físicas, religiosas, orientação sexual ou outras. O caso
mundialmente conhecido de perseguição a minorias ocorreu no
século XX, na Alemanha, quando milhões de judeus foram perseguidos
e mortos pelo comando de Adolf Hitler. A justificativa era a superioridade
da raça ariana. Além dos judeus, os nazistas também perseguiram
outras minorias como os ciganos e os comunistas.
É importante ressaltar que não são todos os grupos de minorias
que sofrem preconceitos. As minorias que pertencem a grupos da elite
U4 - Políticas setoriais: mulher, LGBT, comunidades tradicionais (quilombolas, indígenas, ribeirinhos); gênero, migrantes 117
organizada ou dos mais ricos arrumam formas de articulações políticas
para conseguir o que desejam através do poder econômico e das
relações que possuem.
A Constituição Federal de 1988, em acordo com a Convenção
Internacional sobre a Eliminação de Todas as Forma de Discriminação
Racial, de 1969, admitiu as múltiplas formas de organização social e
cultural de diferentes segmentos da sociedade brasileira. Exemplo
disso foi o reconhecimento dos direitos aos povos indígenas e das
comunidades quilombolas. Por serem grupos com quantidade menor
de pessoas e, consequentemente, com menor representação política,
cabe ao poder público garantir e assegurar o acesso aos seus direitos
fundamentais.
A operacionalização desses direitos pela via do acesso a políticas
públicas manifesta a consideração e respeito por parte do Estado da
diversidade sociocultural que convive na sociedade brasileira.
Portanto, faz-se necessário, nesta unidade, aprofundarmos o
conteúdo referente aos grupos sociais formado por pessoas lésbicas,
gays, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros e comunidades
tradicionais (quilombolas e indígenas), bem como os seus direitos, o
processo de conquista e a forma para acessar as políticas sociais.
118 U4 - Políticas setoriais: mulher, LGBT, comunidades tradicionais (quilombolas, indígenas, ribeirinhos); gênero, migrantes
Seção 1
Políticas públicas para o público lésbica, gay,
bissexual, travesti, transexual e transgênero –
LGBTTT
Introdução à seção
U4 - Políticas setoriais: mulher, LGBT, comunidades tradicionais (quilombolas, indígenas, ribeirinhos); gênero, migrantes 119
de várias formas, por outro lado, é possível ver a continuidade e
crescimento de situações discriminatórias e de violências a que está
exposta diariamente a população lésbica, gay, bissexual, travesti,
transexual e transgênero – LGBTTT. Fazer parte deste grupo ainda
é estar em situação de insegurança e correr o risco de ser vítima de
diversas formas de violência.
Uma das formas mais cruéis de violência é a homofobia. Esta
violência possui várias expressões que extrapolam as tipificadas no
código penal. Não é apenas a não aceitação da relação entre pessoas
do mesmo sexo, mas a manifestação de sentimentos que chegam a
ódio em relação aos outros, além de desqualificá-los como inferiores e
anormais devido às suas diferenças, excluindo os homossexuais de sua
condição humana, de sua dignidade e personalidade.
As diferentes formas de violações dos direitos humanos pertinentes
à orientação sexual de que são vítimas especialmente o público lésbica,
gay, bissexual, travesti, transexual e transgênero – LGBTTT – formam
um modelo ou padrão que envolve uma variedade de abusos e
discriminações que geralmente avançam para outras formas apuradas
de violência, incluindo outros fatores como idade, religião, raça, cor,
situação socioeconômica e outros.
Romper com crescimento da violência requer a implantação e
implementação de políticas públicas que passem pela informação à
população, a criminalização da violência e a estruturação de serviços
para atendimento às vítimas.
A sexualidade deve ser entendida como um direito que emana da
própria condição do homem que tem como pilar outro direito humano
que é a liberdade, ou seja, a liberdade de “[...] se orientar sexualmente
da maneira que quiser, sem ingerência por parte do Estado. O direito à
igualdade não pode ser condicionado à orientação sexual do indivíduo”
(MATTOS, 2017, p. 11).
A população lésbica, gay, bissexual, travesti, transexual e transgênero
– LGBTTT – ainda não foi contemplada com uma legislação própria
que a proteja e criminalize a prática da homofobia, como já ocorre
em caso de racismo, apesar dos acontecimentos de violência e de
discriminação a que está exposta. Além destas situações, ainda sofrem,
na maioria dos casos, com a falta de apoio e até abandono das famílias.
Os temas que envolvem a questão lésbica, gay, bissexual, travesti,
transexual e transgênero – LGBTTT – tem sido publicizada com
120 U4 - Políticas setoriais: mulher, LGBT, comunidades tradicionais (quilombolas, indígenas, ribeirinhos); gênero, migrantes
frequência nos meios de comunicação, em programas, noticiários e
até novelas, além de ser assunto em bares, confraternizações, espaço
de trabalho e familiares. Mesmo com o assunto em pauta, ainda é
comum o desconhecimento de informações elementares e o debate
avança para a área do senso comum, religioso e da moral.
Apesar de ainda persistirem os casos de violência e de discriminação,
há de se considerar que houve avanços importantes. A justiça vem,
ainda de forma lenta, garantindo direitos aos homossexuais, entretanto,
o caminho é longo e há grandes desafios para que esta população
tenha acesso aos mesmos direitos que todo cidadão tem. Apesar de já
ser garantido por lei, a questão, agora, é o acesso a políticas públicas.
U4 - Políticas setoriais: mulher, LGBT, comunidades tradicionais (quilombolas, indígenas, ribeirinhos); gênero, migrantes 121
pessoas lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros
– LGBTTT –, e de outro lado, há reações tão mobilizadoras quanto,
para o não reconhecimento.
A luta do movimento da população lésbica, gay, bissexual, travesti,
transexual e transgênero – LGBTTT – por direitos ou por usufruto dos
direitos não é nada radical ou complexo. A reivindicação se baseia em
dois princípios elementares que amparam o regime internacional de
direitos humanos, a igualdade e a não discriminação. A reclamação
por leis que protejam esta população é por que já existem atitudes
homofóbicas em todos os ambientes: no trabalho, na escola, nos
serviços de saúde, nas ruas e na própria família.
Situações de violência associadas à falta de proteção jurídica
expõem as pessoas lésbicas, gays, bissexuais travestis, transexuais e
transgêneros – LGBTTT – de todas as partes do mundo a transgressões
de seus direitos humanos.
Questão para reflexão
Os papéis masculino e feminino estão culturalmente definidos na
nossa sociedade. Para quem é bom e para quem é ruim? Por que é
bom romper essa cultura? Por que é ruim manter esta cultura? Quais
são os grandes desafios para romper a cultura dos papéis definidos
socialmente?
Para contribuir na reflexão sugerimos o artigo: A desigualdade imposta
pelos papéis de homem e mulher: uma possibilidade de construção
da igualdade de gênero, que trata do fragmento da dissertação de
mestrado de Carla da Silva. Disponível em: <http://www.unifia.edu.
br/projetorevista/artigos/direito/20121/desigualdade_imposta.pdf>.
Acesso em: 16 set. 2017.
122 U4 - Políticas setoriais: mulher, LGBT, comunidades tradicionais (quilombolas, indígenas, ribeirinhos); gênero, migrantes
deliberou a primeira resolução sobre direitos humanos, orientação
sexual e identidade de gênero. Nela demonstrou preocupação com
a “violência e a discriminação contra indivíduos em razão de sua
orientação sexual e identidade de gênero” (ONU, 2013, p. 7). Além
disso, alertou para a urgente necessidade de providenciar medidas para
o enfrentamento dessas violações. Esta resolução abriu precedente
para a elaboração do primeiro relatório das nações unidas sobre esta
temática.
O relatório que foi elaborado pelo alto comissariado da ONU
denunciou diversas formas de violências, discriminações e até
assassinatos às pessoas em razão da sua orientação sexual e identidade
de gênero. Além de denunciar, o documento também orientou os
países membros a criar estratégias de proteção dos direitos humanos
as pessoas lésbicas, gays, bissexuais travestis, transexuais e transgêneros
– LGBTTT – conforme preconiza a Declaração Universal dos Direitos
Humanos (ONU, 2013, p. 10):
U4 - Políticas setoriais: mulher, LGBT, comunidades tradicionais (quilombolas, indígenas, ribeirinhos); gênero, migrantes 123
1. Proteger indivíduos de violência homofóbica e transfobia:
• Geralmente a violência determinada pelo ódio contra pessoas
lésbicas, gays, bissexuais travestis, transexuais e transgêneros – LGBTTT
– é comum ser cometida por pessoas sem ligação com instituições
públicas. Entretanto, cabe às instituições dos poderes públicos
investigar e punir todas as violações à vida, à liberdade e à segurança
pessoal, como garante:
• Declaração Universal dos Direitos Humanos, artigo 3:
“Todos têm direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal” (ONU,
2013, p. 14).
• Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Político, artigos 6º e 9º,
respectivamente:
* “O direito à vida é inerente à pessoa humana. Este direito deverá
ser protegido pela lei. Ninguém poderá ser arbitrariamente privado de
sua vida” (ONU, 2013, p. 14).
“Toda pessoa tem direito à liberdade e à segurança pessoal” (ONU,
2013, p. 14).
• Convenção relativa ao Estatuto dos Refugiados, artigo 33:
* “Nenhum dos Estados contratantes expulsará ou repelirá (refouler)
um refugiado, seja de que maneira for, para as fronteiras dos territórios
onde a sua vida ou a sua liberdade sejam ameaçadas em virtude de
sua raça, religião, nacionalidade, filiação a um certo grupo social ou
opiniões políticas” (ONU, 2013, p. 15).
124 U4 - Políticas setoriais: mulher, LGBT, comunidades tradicionais (quilombolas, indígenas, ribeirinhos); gênero, migrantes
sobretudo, submeter uma pessoa, sem seu livre consentimento, a
experiências médicas ou científicas” (ONU, 2013, p. 23).
3. Descriminalizar a homossexualidade:
• Onde se criminaliza a homossexualidade abre precedentes para
um leque de outras violações que são independentes, mas inter-
relacionadas. A permissividade da violência também autoriza a pena
de morte, o que viola o direito individual de se viver em lugar livre
de discriminação e viola o direito à vida, conforme consta em várias
normativas internacionais:
• Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos, artigo:
U4 - Políticas setoriais: mulher, LGBT, comunidades tradicionais (quilombolas, indígenas, ribeirinhos); gênero, migrantes 125
discriminação e garantir a todas as pessoas proteção igual
e eficaz contra qualquer discriminação por motivo de raça,
cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de outra
natureza, de origem nacional ou social, de propriedade,
de nascimento ou de qualquer outra situação (ONU, 2013,
p. 31).
126 U4 - Políticas setoriais: mulher, LGBT, comunidades tradicionais (quilombolas, indígenas, ribeirinhos); gênero, migrantes
7: Todas as pessoas são iguais perante a lei e têm direito,
sem qualquer distinção, a igual proteção da lei. Todos têm
direito a igual proteção contra qualquer discriminação que
viole a presente Declaração e contra qualquer incitamento
a tal discriminação (ONU, 2013, p. 40).
U4 - Políticas setoriais: mulher, LGBT, comunidades tradicionais (quilombolas, indígenas, ribeirinhos); gênero, migrantes 127
outra natureza, em relação à criança, aos seus pais ou
representantes legais, ou da sua origem nacional, étnica ou
social, situação econômica, incapacidade, nascimento ou
de qualquer outra condição (ONU, 2013, p. 41).
128 U4 - Políticas setoriais: mulher, LGBT, comunidades tradicionais (quilombolas, indígenas, ribeirinhos); gênero, migrantes
Os poderes públicos do Brasil e do mundo de uma forma geral têm
responsabilidade em garantir os direitos humanos a todos. Essa garantia
é independentemente do sexo, orientação sexual ou identidade de
gênero. A população ainda tem o direito de acessar seus direitos de
forma livre da discriminação.
O Brasil, enquanto Estado de Direito Democrático, deve criar
condições para garantir o exercício dos direitos e ainda implantar
e implementar políticas públicas na perspectiva da prevenção à
violência e violação de direitos e também estruturas para investigar e
responsabilizar os cometedores de violências.
Atividades de aprendizagem
1. O direito internacional obriga os países a protegerem seu povo contra:
a) A tortura.
b) O exílio.
c) A mudança de nacionalidade.
d) A se reunirem sem autorização.
e) O direito internacional não tem governabilidade nos países.
U4 - Políticas setoriais: mulher, LGBT, comunidades tradicionais (quilombolas, indígenas, ribeirinhos); gênero, migrantes 129
Assinale a alternativa que apresenta as recomendações da ONU:
a) I, II, III e V.
b) II, IV e V.
c) III, IV e V.
d) I, III e V.
e)I, IV e V.
130 U4 - Políticas setoriais: mulher, LGBT, comunidades tradicionais (quilombolas, indígenas, ribeirinhos); gênero, migrantes
Seção 2
Comunidades tradicionais e as políticas públicas
Introdução à seção
U4 - Políticas setoriais: mulher, LGBT, comunidades tradicionais (quilombolas, indígenas, ribeirinhos); gênero, migrantes 131
baseiam no uso dos recursos naturais renováveis[...]. Seus
padrões de consumo, baixa densidade populacional e
limitado desenvolvimento tecnológico fazem com que sua
interferência no meio ambiente seja pequena.
132 U4 - Políticas setoriais: mulher, LGBT, comunidades tradicionais (quilombolas, indígenas, ribeirinhos); gênero, migrantes
do Desenvolvimento Social e Combate à Fome e secretariada pelo
Ministério do Meio Ambiente, posteriormente reeditada em 2006.
A intenção desta comissão era construir uma política nacional
específica para estas populações com os apoios das políticas públicas
pertinentes ao desenvolvimento sustentável das comunidades
tradicionais nos âmbitos federal, estadual e municipal.
A política nacional foi elaborada com ampla participação de toda
sociedade e promulgada em 7 de fevereiro de 2007 pelo Decreto nº
6.040. A partir deste foi implantado e implementado o Plano Prioritário
de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais
nos anos de 2008 e 2010, envolvendo várias pastas governamentais
com o compromisso de desenvolver programas que minimizassem as
desigualdades entre esses povos e os demais cidadãos brasileiros.
Esses documentos legais foram embasados na lei maior, a
Constituição Federal de 1988, que por sua vez seguiu também as
Convenções Internacionais da qual o Brasil é signatário. Por isso criou
uma série de decretos, resoluções, portarias e instruções normativas
que orientam os direitos dos povos e comunidade tradicionais.
O art. 215 da Constituição afirma que o poder público deve proteger
as manifestações culturais indígenas e afro-brasileiras e demais
manifestações que expressem o processo de civilização brasileira:
U4 - Políticas setoriais: mulher, LGBT, comunidades tradicionais (quilombolas, indígenas, ribeirinhos); gênero, migrantes 133
à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da
sociedade brasileira, nos quais se incluem:
I - As formas de expressão;
II - Os modos de criar, fazer e viver;
III - As criações científicas, artísticas e tecnológicas;
IV - As obras, objetos, documentos, edificações e demais
espaços destinados às manifestações artístico-culturais;
V - Os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico,
paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico,
ecológico e científico.
§ 1º O Poder Público, com a colaboração da comunidade,
promoverá e protegerá o patrimônio cultural brasileiro,
por meio de inventários, registros, vigilância, tombamento
e desapropriação, e de outras formas de acautelamento e
preservação. [...]
§ 4º Os danos e ameaças ao patrimônio cultural serão
punidos, na forma da lei.
§ 5º Ficam tombados todos os documentos e os sítios
detentores de reminiscências históricas dos antigos
quilombos (BRASIL, 2015, p. 239).
134 U4 - Políticas setoriais: mulher, LGBT, comunidades tradicionais (quilombolas, indígenas, ribeirinhos); gênero, migrantes
Expressões Culturais foi colocada como prioridade na 33ª Conferência
da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a
Cultura – UNESCO – em Paris no ano de 2005, mas começou a vigorar
em 2007, sendo que 141 países foram signatários e o Brasil é um deles.
Os países que votaram contra esta convenção foram os EUA e Israel
e os que se abstiveram foram Austrália, Honduras, Nicarágua e Libéria
(KAUARK, 2014). Foi o primeiro documento a destacar cultura num
patamar jurídico.
Este evento teve momento de muita euforia e emoção, pois
além deste documento constam vários instrumentos jurídicos para
fundamentar a área da cultura, expressa ainda o processo de construção
de duas décadas de discussão entre organizações de defesa dos
direitos dessa população tanto nacional como internacional.
U4 - Políticas setoriais: mulher, LGBT, comunidades tradicionais (quilombolas, indígenas, ribeirinhos); gênero, migrantes 135
comum a toda humanidade e a partir dela a possibilidade de propiciar
o diálogo e a criatividade para a contribuição no desenvolvimento da
democracia, a manutenção da paz e a operacionalização do acesso aos
direitos humanos de todos os povos como preconiza a Declaração dos
Direitos Humanos e outros mecanismos mundialmente reconhecidos.
Ao longo deste documento, reafirma, além da importância do
diálogo entre as diferentes culturas como forma mais apropriada para
a construção da paz, da tolerância e do respeito, que a diversidade
também exige dos países signatários o compromisso da proteção às
diferenças nas identidades culturais.
Outro ponto extremamente importante do referido documento foi
a obrigação dos Estados em adequarem recursos e serviços públicos
e implantarem organizações de apoio na área de cultura nas distintas
expressões culturais e, ainda, possibilitar o acesso do seu povo a essas
áreas.
Para além da proteção destes povos em seus territórios, o Estado
deve ter responsabilidades com a formação em geral da sociedade, ou
seja, com o conhecimento, reconhecimento e respeito da diversidade
e a implantação de ações de políticas públicas desde a infância e
juventude até a população adulta para a divulgação das normativas e
para o incentivo ao respeito as diversidades (HAAS, 2009).
136 U4 - Políticas setoriais: mulher, LGBT, comunidades tradicionais (quilombolas, indígenas, ribeirinhos); gênero, migrantes
quilombo era: “toda habitação de negros fugidos que passem de cinco,
em parte despovoada, ainda que não tenham ranchos levantados nem
se achem pilões neles”.
Outras definições acerca dos quilombos apareceram ao longo da
história, entretanto sempre foram de acordo com os interesses próprios
dos sistemas da época.
Durante todo o período da escravidão existiram os quilombos em
todas as regiões do Brasil, ou seja, onde havia a prática da escravidão
contra o negro também havia quilombo. Atualmente há comunidades
quilombolas em 24 estados brasileiros, sendo que a maior concentração
está nos estados de Pernambuco, Bahia, Maranhão Pará e Minas Gerais.
Acre e Rondônia são os únicos estados que não há cerificações de
quilombos (BRASIL, 2013).
Leite (2000) também destaca que as formações dos quilombos
necessariamente representam a oposição ao regime escravista, mas
não significam que todos foram organizados a partir da fuga dos
escravos. O autor cita outros motivos para a organização que deu
origem a outros quilombos:
• Fazendeiros que abandonaram os escravos principalmente em
momentos de crises econômicas.
• Fazendeiros que deixaram terras como heranças para seus
escravos ou um dos escravos era filho ‘bastardo’ do fazendeiro.
• Terras ocupadas por comunidades negras que anteriormente
haviam sido doadas a santos.
• Terras que foram ocupadas de formas pacíficas depois que seus
senhores a abandonaram em momentos de crise econômica.
• Escravos alforriados que compraram suas terras.
• Entre outras.
U4 - Políticas setoriais: mulher, LGBT, comunidades tradicionais (quilombolas, indígenas, ribeirinhos); gênero, migrantes 137
casas de prostitutas’ ou há desordem ‘grande confusão’, também se
usa a expressão como se fosse uma relação social ‘uma união’ ou um
sistema econômico ‘local de fronteira, com climas comuns na maioria
dos casos’.
138 U4 - Políticas setoriais: mulher, LGBT, comunidades tradicionais (quilombolas, indígenas, ribeirinhos); gênero, migrantes
exposta esta população. Atualmente, 80% das famílias quilombolas
estão no Cadastro Único do Governo Federal, deste montante, 79,78%
estão incluídas no Programa Bolsa Família, o que significa 64 mil
famílias, 24,21% são de não analfabetos, 82,2% estão envolvidos na
agricultura, no extrativismo ou pesca artesanal, o que significa que não
estão conseguindo sobrevier, pois, 74,73% das famílias encontram-se
em extrema pobreza.
U4 - Políticas setoriais: mulher, LGBT, comunidades tradicionais (quilombolas, indígenas, ribeirinhos); gênero, migrantes 139
para “Identificação, Reconhecimento, Delimitação, Demarcação e
Titulação das terras ocupadas por remanescentes das comunidades
de quilombos”.
Vale destacar que a questão sobre quilombolas já esteve na pauta
de debates e presente nas legislações do final do século XIX, entretanto,
com conotação bem diferente em relação à última Constituição
Federal. Naquela época os quilombos eram proibidos e refugiar-
se neles era considerado crime. Do final do século XIX até o final da
década de 1980 não se falou mais nesta população em termos legais,
ou seja, nenhum outro documento legal em quase 100 anos constou
com alguma referência sobre este assunto.
A questão quilombola volta no cenário com a promulgação da
Carta Magna de 1988, operando em uma inversão de valores quando
comparada com aquele momento, quando no art. 68 das Disposições
Constitucionais Transitórias atende a direitos dos povos quilombolas na
perspectiva de sobrevivência destas comunidades, as quais foi dado o
caráter de ‘remanescentes’.
Em 2003 foi regulamentado o art. 68 das Disposições Constitucionais
por meio do Decreto nº 4.887, que reafirma o direito às terras ocupadas
pela população remanente de quilombolas, bem como identifica,
reconhece, delimita, demarca e titula essas terras.
O referido decreto, além da regularização da pose da terra
aos povos quilombolas, também orienta para a criação do plano
de desenvolvimento sustentável para estas comunidades. A
responsabilidade do plano é de diversos ministérios governamentais que
têm como responsabilidade a “a garantia da reprodução física, social,
econômica e cultural” dessas comunidades, conforme determina o
seu art. 2º, § 2º (BRASIL, 2013).
Passaram-se 100 anos entre a abolição dos escravos e o
reconhecimento dos direitos dos povos dos quilombos.
Depois de tanto tempo para o reconhecimento do direito, a
construção da identidade étnica e do direito à terra para estes povos
em nível nacional pela Constituição Federal, ainda são muito poucas
as comunidades que conquistaram estes direitos. Conforme o
Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – INCRA –, em
2006 foram identificadas 3.554 comunidades quilombolas no Brasil,
destas, em torno de 100 possuem o registro da propriedade das terras
(RODRIGUES, 2010).
140 U4 - Políticas setoriais: mulher, LGBT, comunidades tradicionais (quilombolas, indígenas, ribeirinhos); gênero, migrantes
Os povos dos quilombos se mobilizam ainda por operacionalização
dos direitos registrados nos documentos jurídicos, como a igualdade e
equidade dos direitos, pela regularização da posse de suas terras, pelo
acesso às políticas sociais como cidadãos de direitos sociais.
U4 - Políticas setoriais: mulher, LGBT, comunidades tradicionais (quilombolas, indígenas, ribeirinhos); gênero, migrantes 141
• Participação social, direitos e cidadania.
142 U4 - Políticas setoriais: mulher, LGBT, comunidades tradicionais (quilombolas, indígenas, ribeirinhos); gênero, migrantes
• Programa Brasil Local – Economia Solidária.
• Outros.
U4 - Políticas setoriais: mulher, LGBT, comunidades tradicionais (quilombolas, indígenas, ribeirinhos); gênero, migrantes 143
se encontra esta população.
A população indígena ocupava as terras brasileiras e fazia parte da
economia política desde o período colonial. Eram úteis por diversos
motivos, desde o cuidado com as fronteiras contra a invasão de tropas
inimigas, até mesmo como reserva de mão de obra. Já sabemos
através da história que suas terras e suas culturas foram invadidas e
desorganizadas.
Silva (2006) destaca que são públicas as informações sobre a
resistência dos índios contra o povoamento no interior do Brasil em
meados do século XVII, bem como, também, é de conhecimento
as atrocidades cometidas contra este povo em nome do processo
civilizatório e religioso.
144 U4 - Políticas setoriais: mulher, LGBT, comunidades tradicionais (quilombolas, indígenas, ribeirinhos); gênero, migrantes
pessoas.
Oliveira (2010) relata que o Instituto Socioambiental afirma que
há no Brasil 240 povos indígenas remanescentes, totalizando uma
população considerada em 600 mil pessoas. Sendo que 480 mil estão
nas terras indígenas e nas áreas urbanas próximas. Doze povos têm
população entre cinco e 40 pessoas, ou seja, estão correndo sério
riscos de desaparecimento.
No Brasil, conforme Silva (2006), há 169.872.856 indígenas
identificados pelo IBGE. Esta população está distribuída em todo país:
• 29% na região norte.
• 23% na região nordeste.
• 22% na região sudeste.
• 11,5% na região sul.
• 14% na região centro-oeste.
U4 - Políticas setoriais: mulher, LGBT, comunidades tradicionais (quilombolas, indígenas, ribeirinhos); gênero, migrantes 145
Direitos sociais da população indígena
A Constituição Federal de 1988 reconheceu os povos indígenas
como cidadãos de direitos e avançou na ampliação e garantia dos seus
direitos e alinhou-se à Convenção 169, da Organização Internacional
do Trabalho (OIT), à Declaração Universal dos Direitos do Homem e
do Cidadão e da Organização das Nações Unidas (ONU), mecanismos
jurídicos internacionais que referenciam o campo da proteção para
população indígena.
A Constituição Federal é a maior lei do país e vale destacar,
conforme citação de Curi (2010) o que ela orienta em relação aos
Direitos Indígenas:
146 U4 - Políticas setoriais: mulher, LGBT, comunidades tradicionais (quilombolas, indígenas, ribeirinhos); gênero, migrantes
língua portuguesa, assegurados às comunidades indígenas
também a utilização de suas línguas maternas e processos
próprios de aprendizagem.
Art. 215. O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos
direitos culturais e acesso às fontes da cultura nacional,
e apoiará e incentivará a valorização e a difusão das
manifestações culturais (CURI, 2010, p. 5).
U4 - Políticas setoriais: mulher, LGBT, comunidades tradicionais (quilombolas, indígenas, ribeirinhos); gênero, migrantes 147
a recuperação das memórias históricas e a reafirmação das identidades
étnicas dos povos indígenas, utilizando e valorizando a sua língua e
ciências.
Também está prevista pelas políticas sociais a profissionalização
desta população em áreas diversas, especialmente na saúde, bem
como na formação de professores e intelectuais indígenas pelas
universidades públicas e privadas, inclusive com a publicação de
artigos e livros, o que vem possibilitando a transmissão do pensamento
ameríndio, ou seja, a transmissão de pensamento dos povos indígenas
originários da América.
Estes são os sinais de avanços nas políticas na perspectiva da
autonomia e independência das comunidades e da população.
Além da educação, também se faz necessárias outras políticas
sociais no território da população indígena, como nas áreas da saúde
e da assistência social.
No que refere à saúde, é elementar que se tenha uma Unidade Básica
de Saúde – UBS –, que esteja equipada e com profissionais qualificados
para o atendimento humanizado para aquela população específica,
como prevê a Política Nacional de Atenção Básica – Portaria GM.MS.
nº 648, de 28 de março de 2006 (BRASIL, 2006). Esta normativa regula
o programa da estratégia de Saúde da Família e Agentes Comunitário
de Saúde.
Atividades de aprendizagem
1. Os povos das comunidades tradicionais estabelecem formas específicas
de se viver e de se relacionar no território em que estão inseridos, respeitando
o meio ambiente e o princípio da sustentabilidade, preocupando-se com a
sobrevivência dos grupos presentes e com as gerações que estão por vir.
Quais são as comunidades conhecidas como tradicionais?
a) Solidária, pescadores, agricultores e apicultores.
b) Ribeirinhos, italianos, ciganos e agropecuaristas.
c) Indígenas, alemães, lenhadores e extrativistas.
d) Quilombolas, pescadores, ribeirinhos e extrativistas.
e) Orgânicos, ribeirinhos, piscicultores e granjeiros.
148 U4 - Políticas setoriais: mulher, LGBT, comunidades tradicionais (quilombolas, indígenas, ribeirinhos); gênero, migrantes
Paris no ano de 2005, mas começou a vigorar em 2007. 141 países foram
signatários nesta Convenção e o Brasil foi um deles.
Apenas dois países não assinaram este importante documento, quais foram
esses países?
a) Japão e Alemanha.
b) Coreia do Sul e Estados Unidos.
c) Estados Unidos e Israel.
d) Rússia e Egito.
e) Síria e Nigéria.
Fique ligado
• As políticas públicas de atenção a grupos minoritários da
sociedade brasileira são muito recentes e trazem histórias de lutas e
muita mobilização social.
• Ao longo da história da humanidade identificamos que as minorias
foram sendo eliminadas, presas ou discriminadas, afrontando o
princípio da dignidade essencial a todo ser humano.
• A Constituição Federal de 1988, em acordo com a Convenção
Internacional sobre a Eliminação de Todas as Forma de Discriminação
Racial, admitiu as múltiplas formas de organização social e cultural de
diferentes segmentos da sociedade brasileira.
• Várias são as formas de violências e violação de direitos a que está
exposta a população LGBTTT por motivos relacionados à orientação
sexual e identidade de gênero no nosso país e em muitos outros.
• Uma das formas mais cruéis de violência é a homofobia.
• Romper com crescimento da violência requer a implantação e
implementação de políticas públicas que passem pela informação à
população, a criminalização da violência e a estruturação de serviços
para atendimento às vítimas.
• No que se refere à defesa de direitos LGBTTT, que de fato estão
concretizados, podemos indicar a Constituição Federal de 1988 que
iniciou esta construção, quando, em seu art. 5º, garante que todos são
iguais perante a lei.
• Em 2011, o Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas
deliberou a primeira resolução sobre direitos humanos, orientação
U4 - Políticas setoriais: mulher, LGBT, comunidades tradicionais (quilombolas, indígenas, ribeirinhos); gênero, migrantes 149
sexual e identidade de gênero. Nela demonstrou preocupação com
a “violência e a discriminação contra indivíduos em razão de sua
orientação sexual e identidade de gênero”.
• Todos os países membros da ONU têm responsabilidades legais e
precisam atentar-se para a proteção dos direitos humanos de pessoas
LGBTTT, são elas:
• Proteger indivíduos de violência homofóbica e transfobia.
• Prevenir Tortura e tratamento cruel, desumano e degradante de
pessoas LGBTTT.
• Descriminalizar a homossexualidade.
• Proibir discriminação baseada em orientação sexual e identidade
de gênero.
• Respeitar as liberdades de expressão, de associação e de reunião
pacífica.
• A população ainda tem o direito de acessar seus direitos de forma
livre da discriminação.
• O Brasil, enquanto Estado de Direito Democrático, deve criar
condições de garantir o exercício dos direitos e ainda implantar
e implementar políticas públicas na perspectiva da prevenção à
violência e violação de direitos e também estruturas para investigar e
responsabilizar os cometedores de violências.
• A preocupação com as comunidades e com os povos tradicionais
surgiu com o processo das discussões ambientais, especificamente
quando se debatia sobre as áreas protegias pelo Instituto Brasileiro do
Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA.
• Esses grupos estabelecem formas específicas de se viver e de se
relacionar no território em que estão inseridos, respeitando o meio
ambiente e o princípio da sustentabilidade, preocupando-se com a
sobrevivência dos grupos presentes e com as gerações que estão por
vir.
• O art. 215 da Constituição decide que o poder público deve
proteger as manifestações culturais indígenas e afro-brasileiras e demais
manifestações que expressem o processo de civilização brasileira.
• A consideração da existência e do reconhecimento das diferentes
150 U4 - Políticas setoriais: mulher, LGBT, comunidades tradicionais (quilombolas, indígenas, ribeirinhos); gênero, migrantes
formas de culturas dos povos tradicionais e dos direitos particulares
desses grupos é de responsabilidade do Estado.
• Durante todo o período da escravidão existiram os quilombos em
todas as regiões do Brasil, ou seja, onde havia a prática da escravidão
contra o negro também havia quilombo.
• O art. 68 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias
expressa importante avanço nas conquistas dos direitos quilombolas
quando afirma que “Aos remanescentes das comunidades dos
quilombos que estejam ocupando suas terras é reconhecida a
propriedade definitiva, devendo o Estado emitir-lhes os títulos
respectivos” (BRASIL, 2015, p. 205).
• A Política de Promoção da Igualdade Racial, especificamente
no que refere à população quilombola, promoveu o Programa Brasil
Quilombola com a proposta de primeiramente identificar as demandas
destes povos.
• A história dos índios do Brasil se confunde com a história do Brasil,
pois é datada do mesmo período da sua colonização.
• A população indígena ocupava as terras brasileiras e fazia parte da
economia política deste o período colonial.
• O que se percebe em grande parte dos municípios onde há terras
indígenas é que uma grande parte desta população está vivendo em
situação de carência material e em pobreza extrema, além de outras
violências e violações de direitos.
• A demora do poder legislativo e do judiciário é percebida pelo
Estatuto dos Povos Indígenas que se encontra paralisado desde 1994.
• Em relação às políticas sociais, a educação escolar indígena
foi reconhecida como direito na Constituição Federal de 1988 e
reafirmada em 1996 na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional,
assim, desde o ensino fundamental, que deve estar nas aldeias, até o
ensino superior, deve ser ofertado o ensino bilíngue, na língua materna
e também em português.
U4 - Políticas setoriais: mulher, LGBT, comunidades tradicionais (quilombolas, indígenas, ribeirinhos); gênero, migrantes 151
Para concluir o estudo da unidade
Ainda se constitui em grande desafio a construção, de forma
democrática, de políticas afirmativas para a população lésbica,
gay, bissexual travesti, transexual e transgênero – LGBTTT. Além de
construção, também é necessária a implantação e implementação
dessas políticas a partir de planejamentos específicos com a
participação da sociedade, especialmente do público LGBTTT.
Em quase trinta anos, o cenário mudou de forma expressiva, partindo
do regime autoritário para o processo democrático e a aprovação da
Constituição Federal de 1988, que proporcionou grandes avanços na
área social. Entretanto, ainda há muito que reconhecer e aplicar os
direitos de forma universal para todos os cidadãos brasileiros, no caso
da população lésbica, gay, bissexual travesti, transexual e transgênero
– LGBTTT.
A mesma Constituição também projetou a proteção à diversidade
cultural brasileira, reconhecendo que a nossa sociedade é multicultural
e pluralista e orientando que o patrimônio histórico cultural precisa ser
eternizado. Assim, as populações indígenas, os quilombolas e outras
comunidades tradicionais tiveram na Carta Magna o apoio que nenhum
outro documento jurídico proporcionou anteriormente na história
brasileira. Vale destacar que além de movimentos sociais do Brasil,
também houve pressão internacional para as regulamentações nesta
área, além de mecanismos jurídicos como convenções internacionais
direcionadas para a proteção dos direitos destas populações.
Vale ressaltar que os assuntos não se esgotam aqui, que são
necessárias outras pesquisas sobre eles, inclusive aproveitando as
indicações aqui deixadas ou em outras fontes de sua preferência.
Atividades de aprendizagem
1. Qual foi o documento que em 1969 admitiu as múltiplas formas de
organização social e cultural de diferentes segmentos da sociedade
brasileira, inclusive contribuiu para a elaboração da Constituição Federal de
1988?
Assinale a alternativa correta:
a) Convenção Internacional dos Direitos dos Homens, Mulheres, Crianças,
Adolescentes e Idosos.
152 U4 - Políticas setoriais: mulher, LGBT, comunidades tradicionais (quilombolas, indígenas, ribeirinhos); gênero, migrantes
b) Declaração Mundial dos Direitos do Homem.
c) Declaração dos Direitos Indígenas Brasileiros.
d) Convenção Internacional sobre a Eliminação de Todas as Forma de
Discriminação Racial.
e) Convenção Nacional entre os Estados do Centro-Oeste Brasileiro sobre
Populações Tradicionais.
a) Política de Habitação.
b) Política de Assistência Social.
U4 - Políticas setoriais: mulher, LGBT, comunidades tradicionais (quilombolas, indígenas, ribeirinhos); gênero, migrantes 153
c) Política de Segurança.
d) Política de Previdência Social.
e) Política de Desenvolvimento.
154 U4 - Políticas setoriais: mulher, LGBT, comunidades tradicionais (quilombolas, indígenas, ribeirinhos); gênero, migrantes
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156 U4 - Políticas setoriais: mulher, LGBT, comunidades tradicionais (quilombolas, indígenas, ribeirinhos); gênero, migrantes
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