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Política e Organização Educacional

Mariana Lima Pereira


R.A.: 181060965
As dificuldades para um professor recém-formado

Antonio Novoa estabelece em seu texto três silêncios. O silencio das


universidades, por darem o diploma para o aluno, sem saber se este é apto ou não a dar
aula. O silencio das políticas educativas, por não definirem um bom processo para a
escolha de bons professores. E o silencio pelos próprios professores, ao não auxiliarem
os recém formados.

Esses silêncios influenciam diretamente nos primeiros anos de em professor que


acabou de sair da academia. Pois na universidade, mesmo possuindo estágios, há um
grande vácuo entre o universitário e o ato de ensinar, porque o objetivo dele enquanto
universitário é produzir para a academia, produzir artigos e pesquisas. A docência que
ele deverá exercer é uma preocupação posterior apenas. Pois o primeiro objetivo é se
formar.

Mas eu digo que nisso já há um erro, mesmo que o objetivo principal seja se
formar, o aluno que irá exercer licenciatura já devia estar em contato com a docência,
mas isso não ocorre de forma nenhuma. Arrisco aqui a falar que existe um quarto
silencio, que é uma certa junção dos três primeiros e afasta mais ainda o aluno de uma
boa docência.

Esse quarto silencio seria que não há a quebra do ciclo. Cobramos uma mudança
de mente para aqueles que se formaram e irão ensinar no primeiro grau por exemplo.
Mas nada é cobrado do próprio professor universitário. E é inegável que o professor
forma o aluno. Então ao dizer que um aluno universitário se afastou da docência
enquanto estava na faculdade, podemos dizer que é porque seu próprio professor da
academia assim o fez.

Podemos dar o exemplo da própria UNESP, que no departamento de filosofia


preza mais professores com trabalhos acadêmicos reconhecidos, e famosos nas suas
áreas do que bons pedagogos. Além de desmotivar os alunos em relação a filosofia em
si, que será a matéria que eles irão lecionar, também mostra como exemplo que esses
são os tipos de “professores” que dão certo na área.
Isso cria uma visão deturpada da docência. Também coloca, mesmo que
subjetivamente, uma ligação entre trabalhos acadêmicos e um bom pedagogo. Isso
intensifica o problema em leveis enormes, pois linguagem acadêmica a maioria das
vezes vai ao lado contrário de um bom ensinamento.

Enquanto trabalhos acadêmicos são elitistas e contem termos, ideias e palavras


difíceis e muito nichadas. Ensino deve ser fácil, interessante e acessível a todos que
estão dispostos a aprender.

Vale ressaltar que não espero com essa reflexão “endemonizar” trabalhos
acadêmicos e linguagens eloquentes, mas sim mostrar quais as consequências negativas
de priorizar tais coisas acima de uma boa pedagogia, no local onde o objetivo é
exatamente o de formar bons docentes.

Em suma, não discordo de Antonio Novoa em seus textos e suas reflexões, mas
acho que podemos ir mais a fundo ainda e não colocar a maior parte da pressão no aluno
recém formado, mas também naqueles que o formaram. E que isso se encontra em um
ciclo vicioso maior do que esperamos.

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