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ESTOMATOLOGIA

CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS E DIAGNÓSTICO

CÂNCER BUCAL

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Com Evelyn França

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Evelyn França
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CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS

O carcinoma espinocelular (CEC) pode se manifestar de muitas formas em boca. As lesões podem
ocorrer tanto em lábio quanto no interior da cavidade bucal. Dentro da boca, os sítios mais acometidos
são língua e assoalho bucal, mas as lesões podem aparecer em qualquer localização.

A manifestação clínica mais conhecida é a úlcera indolor, de bordas endurecidas e elevadas que não
cicatriza após duas semanas de acompanhamento. Contudo, algumas vezes os carcinomas espino
celulares em estágio inicial se assemelham ou são precedidos por desordens potencialmente malignas,
como a leucoplasia ou eritroplasia, ou ainda aparecem como massas proliferativas (nódulos) que
lembram o granuloma piogênico. Dessa forma, o CEC pode se manifestar como lesões brancas,
erosivas, ulcerada sou proliferativas. Para qualquer dessas manifestações, as etapas de afastar as
possíveis variações da normalidade, lesões provocadas por fatores irritativos ou lesões que se
assemelham a situação em questão não podem ser esquecidas. Em outras palavras, o clínico deve estar
atento e seguir o processo de avaliação recomendado no curso, sem pular etapas na busca de atalhos,
pois estes podem levar a erros de diagnóstico. Abaixo, você encontrará exemplos das diferentes
manifestações deste tumor. Ao final deste material, você encontrará um painel de imagens clínicas para
auxiliar na fixação das características destas lesões.

LESÕES ULCERADAS

O aspecto clássico da lesão – úlcera indolor, de base


endurecida, bordas elevadas/roladas, com áreade necrose
central é o observado em muitos, mas não em todos os
casos. Ao identifcar uma lesão ulcerada,outras hipóteses
devem ser descartadas. Se houver um dente fraturado,
grampo de prótese, história de traumarecente, recomenda-se
controle/remoção destes fatores irritativos e
acompanhamento clínico por 10-14 dias para ver se há
regressão ou remissão completa da lesão,o que confirma a
hipótese de úlcera traumática. Outras possibilidades como
Figura 1. Úlceras de centro necrótico e bordas elevadas
herpes secundário, ulceração afosarecorrente, micoses e endurecidas em borda de língua são um aspecto
profundas, síflis, sialometaplasia necrosante devem ser bastante característico do CEC

descartadas.
Fonte: Chi et al., 2015

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LESÕES BRANCAS

Frente a identificação de uma lesão branca sem outra causa


definida, a suspeita clínica será de leucoplasia. Contudo,em
alguns casos, um carcinoma em estágio inicial será
descoberto no momento em que se faz a biópsia e o exame
histopatológico.

Essa probabilidade será maior para lesões com diagnóstico


clínico de leucoplasia não homogênea. Quando houver a
associação de uma área ulcerada ou de aspecto
nodular/proliferativo, a chance de tratar-se de CEC é maior.
Fonte: Neville et al., 2009.

Figura 2. Placa branca com áreas mais delgadas e áreas mais espessas. As hipóteses a serem consideradassão leucoplasia e
carcinoma espinocelular. Embora toda lesão com diagnóstico clínico de leucoplasiapossa ser um CEC, a presença de área ulcerada
(seta) torna essa possibilidade mais provável

LESÕES EROSIVAS/VERMELHAS

Embora incomum, o CEC pode se manifestar como uma


lesão vermelha. Nestes casos, o diagnóstico clínico será
eritroplasia. Quando outras prováveis causas de lesões
vermelhas forem descartadas (trauma, infecção por Candida,
doenças autoimunes, por exemplo), o diagnóstico clínico será
eritroplasia .Ao encontrarmos uma lesão deste tipo, devemos
estar cientes de que, após a biópsia, o exame histopatológico
indicará tratar se de displasia epitelial ou carcinoma
espinocelular. Entretanto,é importante enfatizar que a maioria
dos carcinomas não surge de uma leucoplasia ou de uma
Fonte: Neville et al., 2009.
eritroplasia pré-existente.

Figura 3. Lesão vermelha/erosiva em assoalho bucal de um paciente desdentado.

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LESÕES PROLIFERATIVAS/NODULARES

Embora menos comuns, devem ser lembradas .A superfície


dos CEC que se manifestam dessa forma apresenta
ulceração e as lesões tem consistência endurecida. Às vezes
este aspecto é descrito como lesão ulcero-vegetante.

Este tipo de apresentação é mais comum na região de


retrocomissura, ventre de língua e assoalho bucal.
Importante descartar que algum fator irritativo seja o
causador da lesão.
Fonte: Neville et al., 2009.

Figura 4. Nódulo com centro ulcerado/necrótico localizado em borda de língua

DIAGNÓSTICO E PROGNÓSTICO

O diagnóstico definitivo de câncer bucal é determinado pela biópsia seguida do exame anatomopatológico.
Quando houver suspeita de tratar-se de lesão maligna, está indicada a realização de biópsia parcial.

A biópsia pode ser realizada pelo cirurgião-dentista clínico geral, desde que este se sinta apto para
exercer a técnica de coleta e principalmente a interpretação do resultado. Quando o cirurgião dentista não
se sentir seguro, o paciente deve ser encaminhado para atendimento em algum serviço de Estomatologia.
Assim como outras neoplasias, os carcinomas bucais são classificados para definir o grau de
disseminação das lesões (estadiamento clínico). Com base nessa classificação, a equipe médica vai
definir se o tratamento vai envolver cirurgia, quimioterapia, radioterapia ou uma combinação entre estes.

O sistema usado na maioria dos centros é a classificação TNM – tumor-nodo-metástase, onde cada letra
representa um critério. T indica o tamanho do tumor, N a presença ou ausência de lesões metastáticas nos
linfonodos e M refere-se a metástases distantes.

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Cada critério tem graus que indicam tumor mais ou menos disseminado, e a partir da soma dos graus
obtidos nos três critérios, o estágio do tumor é definido. Entretanto, as evidências demonstram que,
embora útil, esse sistema é insuficiente para determinar o prognóstico de pacientes com carcinoma
espinocelular. Abaixo, apresentamos o detalhamento dessa classificação a título de ilustração.

TNM - CLASSIFICAÇÃO CLÍNICA

A classificação é aplicável somente para carcinomas da mucosa (o vermelhão) dos lábios e da cavidade
oral, incluindo os das glândulas salivares menores. Deve haver confirmação histológica da doença.

Os procedimentos para avaliação das categorias T, N e M são os seguintes:


Categorias T - Exame físico e diagnóstico por imagem Categorias N - Exame físico e diagnóstico
por imagem Categorias M - Exame físico e diagnóstico por imagem.

TNM - CLASSIFICAÇÃO CLÍNICA

T Tumor Primário
TX O tumor primário não pode ser avaliado
T0 Não há evidência de tumor primário
Tis Carcinoma in situ
T1 Tumor com 2 cm ou menos em sua maior dimensão
T2 Tumor com mais de 2 cm e até 4 cm em sua maior dimensão
T3 Tumor com mais de 4 cm em sua maior dimensão

T4a (Lábio) Tumor que invade estruturas adjacentes: cortical óssea, nervo alveolar inferior, assoalho da
boca, ou pele da face (queixo ou nariz)

T4a (Cavidade oral) Tumor que invade estruturas adjacentes: cortical óssea, músculos
profundos/extrínsecos da língua (genioglosso, hioglosso, palatoglosso e estiloglosso), seios maxilares ou
pele da face

T4b (Lábio e cavidade oral): Tumor que invade o espaço mastigador, lâminas pterigóides ou base do
crânio ou envolve artéria carótida interna

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N - LINFONODOS REGIONAIS

N Linfonodos Regionais

NX Os linfonodos regionais não podem ser avaliados

N0 Ausência de metástase em linfonodos regionais

N1 Metástase em um único linfonodo homolateral1, com 3cm ou menos em sua maior dimensão

N2 Metástase em um único linfonodo homolateral, com mais de 3 cm e até 6 cm em sua maior


dimensão, ou em linfonodos homolaterais múltiplos, nenhum deles com mais de 6cm em sua maior
dimensão; ou em linfonodos bilaterais ou contra laterais, nenhum deles com mais de 6 cm em sua maior
dimensão

N2a Metástase em um único linfonodo homolateral, com mais de 3 cm e até 6 cm em sua maior
dimensão

N2b Metástase em linfonodos homolaterais múltiplos, nenhum deles com mais de 6 cm em sua maior
dimensão

N2c Metástase em linfonodos bilaterais ou contralaterais2, nenhum deles com mais de 6 cm em sua
maior dimensão

N3 Metástase em linfonodo com mais de 6 cm em sua maior dimensão.

M - Metástase à Distância

MX A presença de metástase à distância não pode ser avaliada


M0 Ausência de metástase à distância 1. do mesmo lado do tumor.
M1 Metástase à distância 2. do lado oposto ao do tumor.

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Considera-se como tumores localizados aqueles que estão confinados a região onde o tumor surgiu.
Quando há atraso no diagnóstico, o tumor tem tempo para crescer e se infitrar nos tecidos vizinhos. Ao
atingir a rede linfática, as células neoplásicas podem utilizar esses vasos e se disseminar para os
linfonodos da região submandibular, submentual ou cervical superficial (pescoço), fenômeno chamado
de disseminação regional. Na medida em que mais linfonodos são envolvidos, piora o prognóstico,
sendo este ainda pior quando algum órgão à distância é envolvido, caracterizando a metástase à
distância.

A Tabela 1 ilustra como a combinação dos diferentes critérios (TNM) interferem na taxa de sobrevida e
como os tumores de lábio costumam ter um comportamento menos agressivo do que os tumores que
aparecem dentro da boca.

Tabela 1. Relação entre estadiamento clínico (TNM) e taxa de sobrevida

ESTÁGIO CLASSIFICAÇÃO TNM CAVIDADE LÁBIO


BUCAL
ESTÁGIO I T1 N0 M0
68% 83%
ESTÁGIO II T2 N0 M0 53% 73%

ESTÁGIO III T3 N0 M0 ou T1, T2 ou T3 N1 M0 41% 62%

ESTÁGIO IV

ESTÁGIO IV A T4a N0 ou N1 M0 ou T1, t2, T3 ou T4 N2 M0

ESTÁGIO IV B Qualquer T N3 M0 ou T4b, qualquer N M0 27% 47%

ESTÁGIO IV C Qualquer lesão M1

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De forma simplificada, quanto mais localizado estiver o tumor, maior as chances de sobrevida.Na
Figura 6, são apresentadas estatísticas norte-americanas a respeito deste tema. Observa-se que
apenas 30% dos casos são diagnosticados em estágio localizado e que quanto mais o tumor se
espalha, menor a taxa de sobrevida.

Figura 6. Percentual de casos diagnosticados nos diferentes estágios e sobrevivência relativa em 5


anos de acompanhamento para cada estágio (National Cancer Institute –Suveillance, Epidemiology
andEnd Results Program – SEER). Disponível em: https://seer.cancer.gov

Em função disso, tem-se buscado identificar quais são os indivíduos suscetíveis, formas de aumentar
o diagnóstico precoce e de reduzir o atraso no encaminhamento dos pacientes com câncer para o
tratamento adequado. A sobrevida do paciente com câncer bucal varia conforme a localização
topográfca do tumor primário. As recidivas ocorrem principalmente após dois ou três anos, sendo os
cinco primeiros anos o período de maior risco.

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PREVENÇÃO
As estratégias de prevenção devem ter suporte em políticas públicas e traçar, de forma clara,ações de
longo tempo. Essa característica permite ações em educação que levam à mudança de conceito se
hábitos, que não se modificam em campanhas curtas e datas pontuais. A prevenção deve ter ações de
educação da população iniciando já no programa de saúde do escolar, ou mesmo antes, passando pelos
grupos dentro das unidades de saúde até às ações de comunicação em massa, sempre de forma a
alcançar continuamente a população.

Da mesma forma que a população, os profissionais da equipe de saúde bucal devem estar em programas
de educação continuada (cursos na própria rede, atualizações teóricas e práticas em serviços de saúde
externos e universidades), sempre reforçando a importância da multidisciplinariedade. Não existe
nenhuma forma comprovada de prevenir o câncer bucal. Entretanto, é possível reduzir o risco se algumas
medidas forem adotadas (Quadro 1).

Quadro 1. Medidas para reduzir o risco para o câncer bucal.


Fonte: Mayo Clinic. Disponível em: www.mayoclinic.org

Se você não consome, nem comece. Se você consome tabaco,


Não se expor ao tabaco. pare. Ao usar tabaco, você expõe as células da sua boa a
diversas substâncias causadoras do câncer (carcinógenos)

O consumo crônico e excessivo de álcool pode irritar as células da


Não consumir bebidas alcoólicas ou
mucosa bucal, tornando-as vulneráveis ao câncer bucal. Se optar
consumi-las com moderação. por beber, limitese a poucas doses eventualmente.

Opte por uma dieta rica em frutas e vegetais. As vitaminas e


Adotar uma dieta rica em frutas e vegetais. antioxidantes encontrados nestes alimentos reduzem o risco de
câncer de boca.

Prefira se manter a sombra, evitando exposição à radiação UV.


Evitar exposição solar excessiva e, Usar chapéu de aba larga é uma alternativa interessante para
quando o fazer,utilizar protetor solar. proteger a boca e todo o seu rosto. Inclua a aplicação de protetor
solar labial no seu esquema de proteçãosolar habitual.

Visitar o dentista regularmente e solicitar Como parte do exame de rotina, solicite ao seu dentista que
examine toda asua boca para identifcar qualquer lesão que esteja
que ele avalie toda a sua boca.
presente nas mucosas.

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Identificar o câncer precocemente é a melhor estratégia para que os tratamentos necessários sejam
menos mutilantes e para aumentar a taxa de sobrevida destes pacientes.

Para que haja aumento no número de casos diagnosticados em estágios iniciais, é preciso dedicação e
atenção dos profissionais de saúde. Muitas vezes as lesões são assintomáticas nos estágios iniciais,
dificultando o diagnóstico. Uma forma de enfrentar esse problema é realizando o exame de toda a boca
a cada consulta. Ao contrário do que pode parecer, esse procedimento é rápido, sendo necessários,
para a sua execução,aproximadamente 90s da consulta de um profissional bem treinado.

Alguns sinais e sintomas podem indicar presença de um carcinoma espinocelular em boca:

úlceras que não cicatrizam;


desconforto ou dor persistente na boca;
manchas/placas brancas, vermelhas ou que intercalam as duas cores;
dificuldade (disfagia) ou dor (odinofagia) para engolir;
dificuldade para falar (dislalia) ou mudança na voz;
nódulos endurecidos e fixos na região submandibular ou do pescoço;
perda de peso;
mal hálito (halitose).

OUTROS TUMORES MALIGNOS


Em torno de 5% dos tumores malignos corresponde a lesões diferentes do CEC. Dentre
estes,destacam-se os tumores malignos de glândulas salivares e o melanoma, com características
clínicas,tratamentos e prognóstico diferentes. Um mesmo tipo de tumor, pode apresentar maior ou
menor agressividade, na dependência do seu estágio no momento do diagnóstico e de características
próprias,como a maior ou menor diferenciação (especialização) das células, aspecto que também
interfere no comportamento da doença. Abaixo, serão sumarizadas as características clínicas dessas
lesões.

Tumores malignos de glândulas salivares


Dentre estes, destacam-se o carcinoma mucoepidermóide e o carcinoma adenoide cístico.

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CARCINOMA MUCOEPIDERMÓIDE:
Apresentação clínica:

aumento de volume;
assintomático;
coloração igual a mucosa adjacente ou azulada;
paralisia do nervo facial (se o tumor for localizado na
glândula parótida).

Idade: ampla faixa etária (2ª a 7ª década).


Localizações preferenciais: glândula parótida e palato.
Tratamento: Excisão cirúrgica com margem de segurança.
Prognóstico: em geral muito bom, sendo observada taxa de Fonte: Neville et al., 2009.
mortalidade de 10% em 5 anos.

Figura 7. Aumento de volume no palato com áreas azuladas, as quais indicam presença de áreas cisticas no interior do tumor, o
qual tem limites pouco nítidos nas porções lateral e posterior

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CARCINOMA ADENÓIDE CÍSTICO:


Apresentação clínica:

aumento de volume de crescimento lento;


dor;
paralisia do nervo facial (se o tumor forlocalizado na
glândula parótida);
mucosa íntegra ou ulcerada (se o tumor for localizado
dentro da boca).
Faixa etária: adultos (>30 anos).

Localizações preferenciais: palato, glândula parótida e


glândula submandibular.

Tratamento: Excisão cirúrgica com margem de


segurança,associada ou não a radioterapia complementar

Prognóstico: Esse tumor é agressivo, mostrando


tendência a recidiva local e metástase, as quais podem
surgirtardiamente. Quanto maior o tempo de
acompanhamento após o tratamento, menor a taxa de
sobrevida, sendo estavariável de 25% a 70%. Fonte: Neville et al., 2009.

Figura 8. Aumento de volume em rebordo alveolar, associado a dor e recoberto por mucosa íntegra

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MELANOMA
Apresentação clínica:

manchas (estágios iniciais) ou nódulos (estágiomais


avançado);
coloração marrom ou preta, com áreas de maior e menor
intensidade;• bordas irregulares;
áreas ulceradas podem estar presentes).
Idade: adultos (5ª década de vida).

Localizações preferenciais: palato e gengiva.

Tratamento: Excisão cirúrgica com ampla margem de


segurança. Possibilidade de associação com
radioterapia,quimioterapia e imunoterapia.
Fonte: de Andrade et al., 2012
Prognóstico: Reservado. A maioria dos estudos mos trauma
baixa taxa de sobrevida, a qual oscila em torno de 20%

Figura 9. Mancha de coloração heterogênea e bordas irregulares localizada no palato, aspecto típico do melanoma.

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Tabela 2. Sinais e sintomas que podem sinalizar um tumor maligno em estágio inicial.

Tumor maligno Principalmente em Usualmente Aumento de volume Palato


de glândula adultos ausente assintomático Lábio superior
salivar Causa desconhecida

Aumento de volume da Osso mandibular


Principalmente em Usualmente mucosa bucal com ou sem
Linfoma
adultos ausente ulceração Tecidos moles da
NonHodgkin
Causa desconhecida maxila
• Imagem radiográfica, e
lesão intra-óssea

Principalmente em Usualmente Aumento de volume Palato


Melanoma adultos ausente pigmentado comou sem Gengiva
Causa desconhecida ulceração

• Lesão pigmentada
precursora

Fonte: van der Waal, 2011

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CEC – APRESENTAÇÕES CLÍNICAS (LESÕES ULCERADAS)


Úlceras crônicas, não associadas a fatores traumáticos, de bordas elevadas e
endurecidas que não cicatrizam após 14 dias de acompanhamento. Esta é a descrição
típica do carcinoma espinocelular. Apesar de haver um canino próximo a lesão ulcerada
em B, o formato e o tamanho de lesão não sãocompatíveis com a hipótese de úlcera
traumática crônica.

Fonte: A, C e D - Neville et al (2009), B –Medscape, E e F – Chi et al (2015).

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CEC – APRESENTAÇÕES CLÍNICAS (LESÕES VERMELHAS/EROSIVAS)

Lesões vermelhas não são uma apresentação frequente do CEC, mas eventualmente
podem servistas. Em A, observa-se uma lesão em assoalho bucal de um paciente
desdentado. Em B, uma placa vermelha e em C uma área vermelha de limites pouco
definidos em pilar amigdaliano.

Fonte: A – Neville et al., 2009; B e C – Chi et al., 2015

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CEC – APRESENTAÇÕES CLÍNICAS (LESÕES VERMELHAS/EROSIVAS)

Embora não seja o seu aspecto mais comum, o CEC pode se apresentar como um
nódulo. Em A, observa-se uma lesão com superfície avermelhada em estágio inicial, a
qual pode ser confundida com uma papila foliácea (papila lingual localizada nesta
região). Outras vezes esses nódulos tem centroulcerado ou superfície ceratótica.

Fonte: A e B – Neville et al., 2009; e C – Chi et al., 2015.A

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CEC – NOS DIFERENTES SÍTIOS BUCAIS (LESÕES EM ASSOALHO BUCAL)

Diferentes apresentações do carcinoma espinocelular na região do assoalho bucal, ora


aparecendo como nódulo associado a placa branca (A), ora como nódulo com ulceração
central (B) ou com úlcera central e áreas esbranquiçadas (C).

Fonte: A e B – van der Waal, 2011; e C – Chi et al., 2015.

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CEC – NOS DIFERENTES SÍTIOS BUCAIS (LESÕES EM ASSOALHO BUCAL)

As lesões em lábio costumam ter comportamento menos agressivo do que as lesões


que aparecem no interior da boca, mostrando crescimento mais lento, menos
metástase e menor taxa de mortalidade. As lesões iniciam como áreas endurecidas,
erosivas, de crosta ou de úlcera. Quando opaciente demora muito tempo para procurar
atendimento, a lesão pode crescer levando a uma maior destruição de tecido.

Fonte: A, C e D – Neville et al., 2009; B – Regezi; Sciubba; Jordan, 2013.

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CEC – NOS DIFERENTES SÍTIOS BUCAIS (LESÕES EM ASSOALHO BUCAL)

Quando envolve essas localizações, as lesões se assemelham às lesões de natureza


inamatória nos estágios iniciais. A lesão indicada em A simula um granuloma
piogênico, mas a mistura de áreas vermelhas e brancas é o sinal que indica a
possibilidade de tratar-se de leucoeritroplasia ou carcinoma espinocelular. Na medida
em que a lesão cresce, vai produzindo expansão do rebordo com presença de áreas
vermelhas, áreas brancas e úlceras.

O exame radiográfico das lesões apresentadas em B, C e Demostraria áreas de


destruição óssea, como resultado do crescimento infiltrativo do tumor.

Fonte: A, B e C (Neville et al, 2009), D – Chi et al (2015)

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CARCINOMA ESPINOCELULAR – ESTÁGIO INICIAL (T1)

Se todas as lesões fossem surpreendidas neste estágio, a taxa de sobrevida para o


câncer seria muito mais alta. No estágio classificado como T1, as lesões têm menos do
que 2 cm de diâmetro.

As lesões podem se apresentar como úlceras (A, F), placas, erosões ou


pápulas/nódulos (B, C) e às vezes tem placas brancas associadas (B, C, D e E).

Fonte: A e B – van der Waal, 2011; C, D, E e F – Deschler et al., 2014.

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CARCINOMA ESPINOCELULAR – ESTÁGIO INICIAL (T1)

Imagens representativas de carcinomas espinocelulares em estágios T2 (A e B) e T3


(C e D). Infelizmente, uma parcela signifcativa dos casos é diagnosticada em estágio
avançados como esse, momento em que o tratamento necessário leva a mutilação do
paciente e o prognóstico já é reservado, pois o temp otranscorrido desde quando a
lesão surgiu já permitiu disseminação da lesão (metástase).

Fonte: Deschler et al., 2014.

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CARCINOMA ESPINOCELULAR – ESTÁGIO INICIAL (T1)

Imagens representativas de carcinomas espinocelulares em estágios T2 (A e B) e T3


(C e D). Infelizmente, uma parcela signifcativa dos casos é diagnosticada em estágio
avançados como esse, momento em que o tratamento necessário leva a mutilação do
paciente e o prognóstico já é reservado, pois o tempo transcorrido desde quando a
lesão surgiu já permitiu disseminação da lesão (metástase).

Fonte: Deschler et al., 2014.

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REFERÊNCIAS

AMERICAN CANCER SOCIETY. Oral Cavity and Oropharyngeal Cancer.


http://www.cancer.org/acs/groups/cid/documents/webcontent/003128-pdf.pdf

Cancer research UK. Mouth cancer referral guidelines for dentists. Disponivel em:http://www.cancerresearchuk.org/about-
cancer/type/mouth-cancer/about/symptoms-of-mouth-cancerde-Andrade B.A., et al. Primary oral melanoma: a
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