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Estomatologia - Câncer Bucal
Estomatologia - Câncer Bucal
CÂNCER BUCAL
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CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS
O carcinoma espinocelular (CEC) pode se manifestar de muitas formas em boca. As lesões podem
ocorrer tanto em lábio quanto no interior da cavidade bucal. Dentro da boca, os sítios mais acometidos
são língua e assoalho bucal, mas as lesões podem aparecer em qualquer localização.
A manifestação clínica mais conhecida é a úlcera indolor, de bordas endurecidas e elevadas que não
cicatriza após duas semanas de acompanhamento. Contudo, algumas vezes os carcinomas espino
celulares em estágio inicial se assemelham ou são precedidos por desordens potencialmente malignas,
como a leucoplasia ou eritroplasia, ou ainda aparecem como massas proliferativas (nódulos) que
lembram o granuloma piogênico. Dessa forma, o CEC pode se manifestar como lesões brancas,
erosivas, ulcerada sou proliferativas. Para qualquer dessas manifestações, as etapas de afastar as
possíveis variações da normalidade, lesões provocadas por fatores irritativos ou lesões que se
assemelham a situação em questão não podem ser esquecidas. Em outras palavras, o clínico deve estar
atento e seguir o processo de avaliação recomendado no curso, sem pular etapas na busca de atalhos,
pois estes podem levar a erros de diagnóstico. Abaixo, você encontrará exemplos das diferentes
manifestações deste tumor. Ao final deste material, você encontrará um painel de imagens clínicas para
auxiliar na fixação das características destas lesões.
LESÕES ULCERADAS
descartadas.
Fonte: Chi et al., 2015
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LESÕES BRANCAS
Figura 2. Placa branca com áreas mais delgadas e áreas mais espessas. As hipóteses a serem consideradassão leucoplasia e
carcinoma espinocelular. Embora toda lesão com diagnóstico clínico de leucoplasiapossa ser um CEC, a presença de área ulcerada
(seta) torna essa possibilidade mais provável
LESÕES EROSIVAS/VERMELHAS
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LESÕES PROLIFERATIVAS/NODULARES
DIAGNÓSTICO E PROGNÓSTICO
O diagnóstico definitivo de câncer bucal é determinado pela biópsia seguida do exame anatomopatológico.
Quando houver suspeita de tratar-se de lesão maligna, está indicada a realização de biópsia parcial.
A biópsia pode ser realizada pelo cirurgião-dentista clínico geral, desde que este se sinta apto para
exercer a técnica de coleta e principalmente a interpretação do resultado. Quando o cirurgião dentista não
se sentir seguro, o paciente deve ser encaminhado para atendimento em algum serviço de Estomatologia.
Assim como outras neoplasias, os carcinomas bucais são classificados para definir o grau de
disseminação das lesões (estadiamento clínico). Com base nessa classificação, a equipe médica vai
definir se o tratamento vai envolver cirurgia, quimioterapia, radioterapia ou uma combinação entre estes.
O sistema usado na maioria dos centros é a classificação TNM – tumor-nodo-metástase, onde cada letra
representa um critério. T indica o tamanho do tumor, N a presença ou ausência de lesões metastáticas nos
linfonodos e M refere-se a metástases distantes.
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Cada critério tem graus que indicam tumor mais ou menos disseminado, e a partir da soma dos graus
obtidos nos três critérios, o estágio do tumor é definido. Entretanto, as evidências demonstram que,
embora útil, esse sistema é insuficiente para determinar o prognóstico de pacientes com carcinoma
espinocelular. Abaixo, apresentamos o detalhamento dessa classificação a título de ilustração.
A classificação é aplicável somente para carcinomas da mucosa (o vermelhão) dos lábios e da cavidade
oral, incluindo os das glândulas salivares menores. Deve haver confirmação histológica da doença.
T Tumor Primário
TX O tumor primário não pode ser avaliado
T0 Não há evidência de tumor primário
Tis Carcinoma in situ
T1 Tumor com 2 cm ou menos em sua maior dimensão
T2 Tumor com mais de 2 cm e até 4 cm em sua maior dimensão
T3 Tumor com mais de 4 cm em sua maior dimensão
T4a (Lábio) Tumor que invade estruturas adjacentes: cortical óssea, nervo alveolar inferior, assoalho da
boca, ou pele da face (queixo ou nariz)
T4a (Cavidade oral) Tumor que invade estruturas adjacentes: cortical óssea, músculos
profundos/extrínsecos da língua (genioglosso, hioglosso, palatoglosso e estiloglosso), seios maxilares ou
pele da face
T4b (Lábio e cavidade oral): Tumor que invade o espaço mastigador, lâminas pterigóides ou base do
crânio ou envolve artéria carótida interna
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N - LINFONODOS REGIONAIS
N Linfonodos Regionais
N1 Metástase em um único linfonodo homolateral1, com 3cm ou menos em sua maior dimensão
N2a Metástase em um único linfonodo homolateral, com mais de 3 cm e até 6 cm em sua maior
dimensão
N2b Metástase em linfonodos homolaterais múltiplos, nenhum deles com mais de 6 cm em sua maior
dimensão
N2c Metástase em linfonodos bilaterais ou contralaterais2, nenhum deles com mais de 6 cm em sua
maior dimensão
M - Metástase à Distância
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Considera-se como tumores localizados aqueles que estão confinados a região onde o tumor surgiu.
Quando há atraso no diagnóstico, o tumor tem tempo para crescer e se infitrar nos tecidos vizinhos. Ao
atingir a rede linfática, as células neoplásicas podem utilizar esses vasos e se disseminar para os
linfonodos da região submandibular, submentual ou cervical superficial (pescoço), fenômeno chamado
de disseminação regional. Na medida em que mais linfonodos são envolvidos, piora o prognóstico,
sendo este ainda pior quando algum órgão à distância é envolvido, caracterizando a metástase à
distância.
A Tabela 1 ilustra como a combinação dos diferentes critérios (TNM) interferem na taxa de sobrevida e
como os tumores de lábio costumam ter um comportamento menos agressivo do que os tumores que
aparecem dentro da boca.
ESTÁGIO IV
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De forma simplificada, quanto mais localizado estiver o tumor, maior as chances de sobrevida.Na
Figura 6, são apresentadas estatísticas norte-americanas a respeito deste tema. Observa-se que
apenas 30% dos casos são diagnosticados em estágio localizado e que quanto mais o tumor se
espalha, menor a taxa de sobrevida.
Em função disso, tem-se buscado identificar quais são os indivíduos suscetíveis, formas de aumentar
o diagnóstico precoce e de reduzir o atraso no encaminhamento dos pacientes com câncer para o
tratamento adequado. A sobrevida do paciente com câncer bucal varia conforme a localização
topográfca do tumor primário. As recidivas ocorrem principalmente após dois ou três anos, sendo os
cinco primeiros anos o período de maior risco.
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PREVENÇÃO
As estratégias de prevenção devem ter suporte em políticas públicas e traçar, de forma clara,ações de
longo tempo. Essa característica permite ações em educação que levam à mudança de conceito se
hábitos, que não se modificam em campanhas curtas e datas pontuais. A prevenção deve ter ações de
educação da população iniciando já no programa de saúde do escolar, ou mesmo antes, passando pelos
grupos dentro das unidades de saúde até às ações de comunicação em massa, sempre de forma a
alcançar continuamente a população.
Da mesma forma que a população, os profissionais da equipe de saúde bucal devem estar em programas
de educação continuada (cursos na própria rede, atualizações teóricas e práticas em serviços de saúde
externos e universidades), sempre reforçando a importância da multidisciplinariedade. Não existe
nenhuma forma comprovada de prevenir o câncer bucal. Entretanto, é possível reduzir o risco se algumas
medidas forem adotadas (Quadro 1).
Visitar o dentista regularmente e solicitar Como parte do exame de rotina, solicite ao seu dentista que
examine toda asua boca para identifcar qualquer lesão que esteja
que ele avalie toda a sua boca.
presente nas mucosas.
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Identificar o câncer precocemente é a melhor estratégia para que os tratamentos necessários sejam
menos mutilantes e para aumentar a taxa de sobrevida destes pacientes.
Para que haja aumento no número de casos diagnosticados em estágios iniciais, é preciso dedicação e
atenção dos profissionais de saúde. Muitas vezes as lesões são assintomáticas nos estágios iniciais,
dificultando o diagnóstico. Uma forma de enfrentar esse problema é realizando o exame de toda a boca
a cada consulta. Ao contrário do que pode parecer, esse procedimento é rápido, sendo necessários,
para a sua execução,aproximadamente 90s da consulta de um profissional bem treinado.
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CARCINOMA MUCOEPIDERMÓIDE:
Apresentação clínica:
aumento de volume;
assintomático;
coloração igual a mucosa adjacente ou azulada;
paralisia do nervo facial (se o tumor for localizado na
glândula parótida).
Figura 7. Aumento de volume no palato com áreas azuladas, as quais indicam presença de áreas cisticas no interior do tumor, o
qual tem limites pouco nítidos nas porções lateral e posterior
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Figura 8. Aumento de volume em rebordo alveolar, associado a dor e recoberto por mucosa íntegra
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MELANOMA
Apresentação clínica:
Figura 9. Mancha de coloração heterogênea e bordas irregulares localizada no palato, aspecto típico do melanoma.
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Tabela 2. Sinais e sintomas que podem sinalizar um tumor maligno em estágio inicial.
• Lesão pigmentada
precursora
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Lesões vermelhas não são uma apresentação frequente do CEC, mas eventualmente
podem servistas. Em A, observa-se uma lesão em assoalho bucal de um paciente
desdentado. Em B, uma placa vermelha e em C uma área vermelha de limites pouco
definidos em pilar amigdaliano.
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Embora não seja o seu aspecto mais comum, o CEC pode se apresentar como um
nódulo. Em A, observa-se uma lesão com superfície avermelhada em estágio inicial, a
qual pode ser confundida com uma papila foliácea (papila lingual localizada nesta
região). Outras vezes esses nódulos tem centroulcerado ou superfície ceratótica.
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