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Lei 11.

794, de 8 de outubro de 2008


“Lei Arouca”

Capítulo I
A lei inicia com a delimitação do âmbito de cobertura legal no meio
educativo, bem como definindo o que é a pesquisa para efeitos legais. Além
disso, estabelece algumas definições importantes para aplicação do disposto
na lei. O parágrafo único do Capítulo I estabelece um outro polo da conversa,
estabelecendo aquilo que NÃO pode ser definido como pesquisa científica:
profilaxia e tratamento veterinário; aplicação de métodos de identificação nos
animais e que causem dor ou aflição momentâneos; intervenções voltadas à
exploração agropecuária.

Capítulo II
O capítulo trata, basicamente, da criação, atribuições e constituição do
CONCEA, que passa a ser o órgão de regulação da experimentação animal no
âmbito nacional. Desta forma, a lei define que cabe ao CONCEA criar, emitir e
fiscalizar normas e procedimentos para os métodos de experimentação e
ambientes de experimentação, bem como o credenciamento de instituições,
pesquisadores e projetos de pesquisa e ensino em vigor no país.

Capítulo III
Da mesma forma que o capítulo anterior foi voltado ao estabelecimento
do CONCEA, este um trata especificamente da criação, atribuições e
constituição dos CEUAs, que passam a constituir os órgãos representativos do
CONCEA dentro das instituições de pesquisa e ensino. Assim, o primeiro artigo
do capítulo (8º da Lei) institui a obrigatoriedade da constituição prévia de um
CEUA para credenciamento de qualquer instituição no CONCEA. É dever do
CEUA fiscalizar e manter cadastro atualizado das atividades de pesquisa e
ensino na instituição e dos pesquisadores atuantes, com base nas normas
vigentes do CONCEA, bem como emitir pareces e certificados de conformação.
O CEUA é também responsável pela emissão de alertas com relação a
ocorrência de acidentes com os animais, notificando o CONCEA e autoridades
sanitárias. O artigo 9º define a constituição do Comitê que, notavelmente, deve
conter um Médico Veterinário, um Biólogo, docentes e pesquisadores da área e
um representante da sociedade protetora dos animais.

(continua)
Capítulo IV
O mais relevante. Trata diretamente das condições de uso de animais
para experimentação nas instituições credenciadas no CONCEA e com CEUA
ativo (as quais, aliás, constituem condições sine qua non para toda instituição
que trabalhe com experimentação animal). Basicamente, é um capítulo
dedicado à amenização daquilo que a própria lei não é capaz de cumprir:
a determinação constitucional de que todo animal deve se manter livre de
sofrimento.
Gosto de iniciar pelo artigo 15 que, logo de cara, já indica que o
CONCEA poderá restringir ou até mesmo vetar projetos de pesquisa que
envolvam elevado grau de sofrimento aos animais e cujos resultados imprimam
baixo grau de relevância científica.
O artigo 16 também é um bom começo, pois estabelece que toda
atividade de pesquisa e ensino com a utilização de animais deverá ser
assistida por profissional graduado ou pós-graduado da área biomédica
vinculado a instituição credenciada no CONCEA.
O artigo 14 é um dos mais importantes, pois estabelece que todo
procedimento realizado com os animais, seja em experimentação ou em
ensino, deverá ser realizado mediante cuidados especiais em momento
anterior, durante e posterior ao procedimento, tal qual estabelecido pelo
CONCEA.
O parágrafo 1 deste artigo indica que a eutanásia só deverá ser
executada mediante justificativa técnica ou ocorrência de sofrimento do
animal, seja após o fim do experimento ou durante o mesmo,
obedecendo estritamente às orientações técnicas estabelecidas para
cada espécie;
O parágrafo 9 é complementar, estabelecendo a condição de
eutanásia no âmbito de ensino. Assim, estabelece que um animal
submetido a procedimento traumático poderá receber a aplicação de
várias técnicas, desde que sob efeito de um único anestésico e a
eutanásia seja executada antes mesmo o animal retomar a consciência.
O parágrafo 2 informa que os animais que não forem submetidos
à eutanásia após o experimento só saem vivos do biotério com
autorização da CEUA e se forem doados a pessoas idôneas ou
entidades protetoras devidamente legalizadas;
Os parágrafos 3 e 9 dizem respeito à reprodutibilidade das aulas
práticas mediante filmagens, fotografias, etc.;
Os parágrafos 4 e 8 tratam do (4) número de animais e do tempo
de experimentação, que devem ser o mínimo indispensável para se
atingir o resultado esperado, (8) NÃO sendo permitida a reutilização de
um mesmo animal após alcançado o objetivo de uma pesquisa.
Os parágrafos 5 e 7 definem a (5) instituição da sedação,
anestesia e/ou analgesia como condição sine qua non para execução de
procedimentos que possam causar dor ou angústia aos animais, (7) não
sendo permitida a substituição de tais fármacos por bloqueadores
neuromusculares ou relaxantes musculares;
O parágrafo 6 indica que projetos cujo objeto de pesquisa é a dor
e/ou angústia devem ser executados mediante autorização prévia
especial do CEUA, com atenção às normas do CONCEA;
O parágrafo 10 trata dos sistemas fechados de criação e
experimentação, que, naturalmente, deverão obedecer a regras de
organismos internacionais aos quais o Brasil se vincula.

Marília, 23 de janeiro de 2022.

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