Caso Concreto 7

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA 80ª VARA DO

TRABALHO DE CUIABÁ /MT

Processo nº. 1000/2018 

          TECELAGEM FIO DE OURO S.A., pessoa jurídica de direito

privado, inscrito no CNPJ n° ..., situado na Rua ..., n° ... Bairro ...,
Estado ..., Cuiabá/MT..., CEP ..., endereço eletrônico ..., vem, por seu
advogado abaixo assinado, procuração em anexo, (art. 77 e 103 do
CPC), com escritório na Rua ..., nº ..., Bairro ..., Cidade ..., Estado ...,
CEP ..., endereço eletrônico ..., com base no art. 847, p.u da CLT
apresentar

CONTESTAÇÃO

em face de JOANA DA SILVA, já devidamente qualificada na

reclamação trabalhista, pelos fatos e direito que passa expor.

I – DAS PRELIMINARES 
 
                        Preliminarmente, tendo em vista que a reclamante ao
formular o pedido de adicional de periculosidade, não fundamentou a
causa de pedir, requer a extinção do processo sem resolução de mérito,
ante a inépcia da petição inicial, conforme art. 330, § 1º, inciso I, e do
Art. 485, inciso I, ambos do CPC/15.
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II – DA PREJUDICIAL DE MÉRITO

                        Por cautela, argui-se a prejudicial de mérito da

prescrição parcial, das parcelas anteriores ao dia 15/10/2013, eis que a
reclamante ajuizou a presente demanda na data 15/10/2018, nos
termos do art. 11 da CLT e consequentemente a extinção do processo
conforme art. 487, II do CPC c/c 769, CLT.
 
                        OBS: Por cautela, argui-se a prescrição parcial, nos
termos do art. 11 da CLT.

III – DO BREVE RESUMO DO CONTRATO DE TRABALHO

                   Incialmente, cumpre salientar que a reclamante iniciou a

prestação de serviço no dia 10/05/2008, para exercer a função de
cozinheira. No dia 15/10/2018 a reclamante pediu demissão.

IV – DO NÃO CABIMENTO DO DANO MORAL

                   Pois bem, a reclamante postula a condenação da

reclamada, no pagamento de indenização por dano moral, pois
supostamente foi vítima de doença profissional, já que alega que o
mobiliário da empresa ora reclamada não respeitava as normas de
ergonomia.

                   Contudo, não merece prospetar tal pretensão, uma vez que
a reclamante era portadora de doença degenerativa, conforme
documento anexado pela mesma na inicial, na forma do art. 20, § 1º,
alínea a, da Lei nº 8.213/91.

V – DA NÃO REINTEGRAÇÃO DO PLANO ODONTOLÓGICO

                   Com relação ao plano odontológico, informar a reclamante

que a empresa ora reclamada fornecia plano odontológico
gratuitamente, motivo pela qual requer sua integração, para todos os
fins, como salário utilidade.

                   Contudo, não procede tal pretensão, uma vez que o plano
odontológico não caracteriza salário utilidade, por expressa vedação
legal, nos termos do art. 458, § 2º, inciso IV e § 5º, da CLT, daí porque
não poderá ser integrado ao salário da reclamante.
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VI – DO NÃO PAGAMENTO DA CESTA BÁSICA

                   Da mesma forma, postula a reclamante o pagamento de

cesta básica nos meses de agosto e setembro de 2018, pois defende que
nos últimos dois anos, a reclamante fornecia, a todos os empregados,
uma cesta básica mensal, suprimida a partir de 1º de agosto de 2018,
violando um suposto direito adquirido.

                   Todavia, a norma coletiva juntada pela reclamante

terminou em julho de 2018 e não possui ultratividade, conforme
estabelece o art. 614, § 3º, da CLT.

VII – DO NÃO CABIMENTO DE HORAS EXTRAORDINÁRIAS

                   A reclamante alegou na petição inicial que, no ano de

2018, permanecia, duas vezes na semana, por mais uma hora na sede
da reclamada para participar de um culto ecumênico, caracterizando
supostamente, tempo à disposição do empregador, motivo pelo qual
requer o pagamento das horas extras.

                        Porém, a participação voluntária da reclamante em

práticas religiosas dentro da empresa não o caracteriza, conforme art.
4º, § 2º, inciso I, da CLT, razão pela qual, não merece prosperar.

VIII – DA SUPOSTA COAÇÃO NO PEDIDO DE DISPENSA DA

RECLAMANTE

                   A reclamante afirma que foi coagida moralmente ao pedir

demissão, pois, supostamente, se não o fizesse, a reclamada o
dispensaria por justa causa, motivo pelo qual requer a anulação do
pedido de demissão e o pagamento dos direitos como sendo uma
dispensa sem justa causa.

                   Contudo, não há nenhum vício, a própria reclamante

formulou o pedido de demissão escrito de próprio punho, conforme
documento anexo, tudo nos termos do art. 818, inciso I, da CLT e do
Art. 373, inciso I, do CPC/15.
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IX – DO SUPOSTO ACUMULO DE FUNÇÃO

                   Alega a reclamante que foi contratada como cozinheira,

mas que era obrigada, desde o início do contrato, após preparar os
alimentos, a colocá-los em uma bandeja e levar a refeição para os 5
empregados do setor.

                        Segundo a mesma o referido procedimento

caracterizaria acúmulo funcional com a atividade de garçom, pelo que
postula o pagamento de um plus salarial de 30% sobre o valor do seu
salário. Todavia, não assiste razão a reclamante, eis que a atividade
desempenhada pela mesma era compatível com a sua condição pessoal
e profissional, nos termos do art. 456, parágrafo único, da CLT.

X – DOS PEDIDOS
 
 Isto posto, requer:
 
1.     O acolhimento da preliminar de inépcia da petição inicial,
conforme causa de pedir;
 
2.     seja reconhecida a prescrição parcial, conforme causa de pedir,
extinguindo-se o processo com resolução do mérito, nos termos do
art. 487, II, do CPC;
 
 
3.     A improcedência da reclamação trabalhista, conforme causa de
pedir, bem como a compensação das verbas eventualmente pagas a
reclamante, nos termos do art. 767, CLT;
 
4.     Condenar o reclamante nos honorários sucumbenciais nos
termos do art. 791-A da CLT.  

 
XI – DAS PROVAS
 
            A reclamada pretende produzir todos os meios de provas
admitidos em direito, conforme art. 369 do CPC.
 
 
P. Deferimento.
Local e data.
 
Advogado
OAB/UF
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ALUNA: ANA CAROLINA SILVA DA SILVEIRA

MÁTRICULA: 201708292012

TURNO: MANHÃ

PERÍODO: 6°

PROF°: ANDERSON WILLY