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Defesa
Defesa
Senhor Presidente da
Autoridade Nacional de Segurança
Rodoviária
Auto Nº 935138633
EA nº 220130551
1.
Introdutoriamente, importa enfatizar que, tencionando apresentar
defesa dentro do prazo estipulado para o efeito, o arguido já prestou
depósito de valor igual ao mínimo da coima prevista para a
contraordenação que lhe foi imputada – Doc. 1, que se junta em anexo
(comprovativo de pagamento)
2.
4.
O arguido é, habitualmente, um condutor zeloso, diligente e, na medida
do possível, cumpridor das regras da estrada.
5.
Contudo, na dia da presente autuação, a via publica onde circulava
encontrava-se em obras e, por isso, relativamente condicionada.
6.
O que desencadeou a presente infração, e a qual o arguido não aceita
que lhe seja imputada.
Acontece que,
7.
Ao dia 10 de Outubro de 2019, à hora indicada a viatura em apreço,
conduzida pelo arguido, encontrava-se parada num semáforo, no
trânsito.
8.
Como já foi acima referido, a presente via encontrava-se em obras e,
por isso, tinha em cada uma das suas laterais um oficial da autoridade
policial para salvaguardar a melhor fluência do transito.
9.
O arguido, aguardava numa fila de transito para que o semáforo
passasse para “verde”, permitindo a sua circulação.
10.
Enquanto aguardava, o veículo imediatamente à sua frente, utilizou o
sinal sonoro, chamando a atenção do oficial da autoridade policial.
11.
Nesse momento, o referido oficial dirigiu-se ao veículo prestando algum
tipo de esclarecimento, de cariz que o arguido desconhece, mas que
pode afirmar tratar-se de uma conversa casual.
12.
Ao mesmo tempo, a sinalização do semáforo permitiu a circulação, tendo
sido impedida por esse mesmo veículo acima referido.
13.
De imediato, querendo circular na via pública, que se encontrava
congestionada, todos os veículos começaram a emitir sinais sonoros com
intuito de avisar o condutor para seguir viagem.
14.
Com o mesmo intuito e, em virtude de se encontrar no seu horário de
expediente laboral, o arguido emitiu sinais sonoros e sinalizou através de
gestos que o semáforo permitia a circulação do transito.
15.
Não compreendendo, ou salvo melhor entendimento, não querendo
compreender, o oficial da autoridade policial constrangeu, o aqui
arguido, a aguardar.
16.
Não sendo suficiente imobilizar o transito da via pública, o oficial da
autoridade policial dirigiu-se ao veículo do arguido, fez sinal para abrir o
vidro e interpelou-o grosseiramente.
17.
Afirmou, no uso da sua autoridade, que tinha de aguardar, pondo em
causa o civismo, a boa educação e o respeito do próprio arguido.
18.
Considerando uma afronta à autoridade, ordenou que o arguido encosta-
se mais à frente, para o autuar.
19.
Inconformado com aquela situação, o arguido apenas questionou o
oficial acerca do motivo pelo qual ia tomar aquela atitude.
20.
A justificação utilizada, passou pela proibição de se utilizar sinais
sonoros dentro de uma localidade.
21.
Não querendo criar qualquer tipo de conflito, tencionando seguir viagem
para cumprir o seu horário de expediente laboral, mas sentindo-se
incomodado com tal injustiça, o arguido acedeu à ordem.
22.
Encostou o veículo no local indicado, facultou os seus documentos e não
emitiu qualquer opinião acerca da factualidade acima descrita.
23.
Nunca foi o seu intuito do arguido infringir a lei, muito menos
desrespeitar a autoridade pública.
Sucede que,
24.
Se da mesma forma que o oficial da autoridade policial deu ordem para
o arguido encostar mais à frente, permitindo a circulação pacifica e
tranquila do transito,
25.
Poderia, também, ter dado essa ordem ao veículo que interrompeu todo
o transito da via pública.
26.
Permitindo a circulação pacifica, normal e razoável dos restantes
veículos, e evitando a aplicação desta infração ao arguido.
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(O Arguido, Alberto Martins)