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FMU – FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS

PSICOLOGIA

BÁRBARA RODRIGUES DA SILVA – RA: 3243063


BARBARAH DE MELO BERCHOL SILVA – RA: 8607269
GABRIELA BARQUILHA VIEIRA SANTOS - RA: 5196989
VICTORIA HERMENEGILDO VIEIRA DA SILVA - RA: 3308810

APS - INTERVENÇÕES PSICOLÓGICAS NA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA

São Paulo – SP
2022
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FMU – FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS
PSICOLOGIA

BÁRBARA RODRIGUES DA SILVA – RA: 3243063


BARBARAH DE MELO BERCHOL SILVA – RA: 8607269
GABRIELA BARQUILHA VIEIRA SANTOS - RA: 5196989
VICTORIA HERMENEGILDO VIEIRA DA SILVA - RA: 3308810

APS - INTERVENÇÕES PSICOLÓGICAS NA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA

Trabalho apresentado ao curso de Psicologia da FMU – Faculdades Metropolitanas Unidas, a


ser utilizado como método de avaliação.

MATÉRIA: INTERVENÇÕES PSICOLÓGICAS NA INF.E ADOLESCÊNCIA


PROFESSOR: LÍVIA DE FREITAS KEPPEK

São Paulo – SP
2022

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ÍNDICE

Introdução.................................................................................................................... Pág. 4
O caso………………….……………………...……….............................................. Pág. 4
Anorexia nervosa……...……………………...………............................................... Pág. 5
Intervenções direcionadas………………………....................................................... Pág. 7
Referências bibliográficas........................................................................................... Pág. 7

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1 INTRODUÇÃO

Trabalho destinado a discussão compartilhada e pesquisa para a análise de um caso,


com embasamento cientifico direcionado para intervenções psicológicas na infância e na
adolescência. O caso analisado foi retirado do longa “O mínimo para Viver” (To the Bone) de
2017, o drama retrata a vida de uma jovem que possui o diagnóstico de anorexia, mostrando
de forma realista as diversas questões que pessoas com transtornos alimentares passam em
suas vidas.

2 O CASO

Ellen possui um diagnóstico de anorexia nervosa restritiva, apresentando os primeiros


sintomas após a separação de seus pais, atualmente caminha para sua quarta internação em
uma clínica de apoio e tratamento para pessoas que possuem transtornos alimentares, sendo
expulsa da última instituição por alegações de mau comportamento e má influência para os
outros residentes, por zombar das vivências e dificuldades levadas à terapia de grupo.

Com seus vinte anos passou por cerca de três intubações, obtendo um histórico de
abuso de exercícios físicos, uso de laxantes, contagem excessiva de calorias e o hábito de
medir constantemente o braço para checar que não estaria engrossando. Conta que nem
mesmo se lembra a data de seu último período menstrual, acreditando que já faz alguns anos.
Já lhe foi indicado tratamento com antidepressivos, mas a mesma os descartava no vaso
sanitário, justificando ter medo de que a fizessem engordar.

Com pais separados desde os treze anos, atualmente mora com seu pai, madrasta e
meia irmã, o pai possui o papel de provedor de renda, sendo completamente ausente em todos
os momentos, não participando do tratamento de Ellen e até mesmo de jantares em família.
Sendo a madrasta a pessoa que mais busca ajuda para a jovem, levando à médicos e clínicas, o
papel mais próximo de um papel maternal. Por mais que tenha uma boa intenção e busque a
melhora de Ellen, a madrasta muitas vezes trabalha de uma forma punitiva, estipulando um
determinado peso para que a menina mantenha, caso emagreça mais que o peso estipulado iria
voltar a morar com a mãe, a mesma também demonstra desagrado com a mãe de Ellen e sua
relacionamento amoroso com outra mulher, muitas vezes culpabilizando o transtorno
alimentar da jovem com a sexualidade e diagnóstico de bipolaridade da mãe.

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A meia irmã e Ellen se dão muito bem, demonstram muito carinho e são muito unidas,
a irmã sempre questiona a jovem do porquê ela “simplesmente não come” e sempre ressalta
frases como “é só comer, que aí todos paramos de sofrer”. Ela é a única da família que não
demonstra uma reação egoísta ou que culpabiliza outra pessoa ou a própria Ellen, porém
demonstra o seu descontentamento e medo de perder sua irmã.

Já a mãe, que se assumiu homossexual após a separação, reside em outro estado e


possui um diagnostico de transtorno bipolar, sendo internada diversas vezes. Há dezoito
meses solicitou para que Ellen morasse com seu pai, declarando que ela e sua cônjuge,
lidaram sozinhas por anos com o transtorno de Ellen e não sabiam mais como ajudá-la. Após
a mudança para a casa do pai, todas as tentativas da madrasta de contato com a mãe, sobre o
tratamento da filha, a mesma dizia não estar em um bom momento para lidar com essa
situação, mantendo uma ralação distante com sua filha.

A mãe de Ellen conta que o período pós-gestacional havia sido conturbado, pois foi
diagnosticada com um quadro de depressão pós-parto e com isso não esteve muito presente
nos primeiros meses da filha, não amamentando ou demonstrando afeto.

Há cerca de um ano e meio, Ellen parou a faculdade e dedicou-se a postar desenhos de


sua autoria na rede social “Tumblr”, criando uma pequena comunidade de fãs. Os desenhos
retratavam sua trajetória e visão sobre o transtorno, porém meses atrás desativou o seu perfil,
após uma de suas seguidoras cometer suicídio, deixando uma carta à Ellen. Os pais da
adolescente enviaram fotos do suicídio para a artista, deixando-a muito abalada e com um
sentimento de responsabilidade pelo ocorrido.

A jovem apresenta dificuldade em relacionamentos românticos, não havendo um


histórico de interesses amorosos e sentindo-se desconfortável quando alguém apresenta
interesse. Diz “gostar” de sua aparência esquelética pois causa desconforto em outras pessoas,
juntamente com seu comportamento hostil, fazendo com que tenham receio de se aproximar.

3 ANOREXIA NERVOSA

A anorexia nervosa é uma patologia de comportamento alimentar, capaz de atingir


ambos os sexos, porém com maior incidência em mulheres na adolescência, caracterizada por

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padrões bizarros de alimentação e desejo excessivo, ilimitado e sem controle de emagrecer,
mantida pelo próprio paciente.

É um distúrbio grave e de prognóstico reservado (AMERICAN PSYCHIATRIC


ASSOCIATION, 2003), que leva limitações físicas, emocionais e sociais (ABREU, 2002). Os
portadores do transtorno chegam rapidamente a graus extremos de desnutrição, nesses casos o
índice de letalidade varia entre 15% e 20%.

4 INTERVENÇÕES DIRECIONADAS A JOVENS COM ANOREXIA

Observa-se que a adolescência é a fase mais propícia ao desenvolvimento de


transtornos alimentares, pois mudanças físicas, sociais e psicológicas que ocorrem nessa faixa
etária, fatores como internalização do ideal da magreza, pressão familiar e principalmente a
influência da mídia e dos colegas. Alterações essas que aparecem relacionadas a questões
psicológicas como baixa autoestima, isolamento social, dificuldades nos relacionamentos
familiares e possivelmente distúrbios emocionais como depressão e ansiedade. É importante
salientar que a intervenção deve ser feita tanto no aspecto clínico médico como psicológico,
recomendando-se o trabalho conjunto de uma equipe multidisciplinar.

O tratamento de transtornos alimentares é complexo, notando grande resistência por


parte dos pacientes, principalmente pela negação que ocorre em grande parte dos casos, a
psicoterapia apresenta bons resultados, majoritariamente a abordagem
cognitivo-comportamental (TCC), sendo destacada na literatura acadêmico-científica como a
de melhor eficácia no tratamento, a mesma identifica comportamentos-alvo, sintomas
específicos e situações que desencadeiam consequências psicológicas de sua ocorrência,
dando ênfase em questões relacionadas a autoestima e imagens corporais.

O espaço seguro e clima terapêutico de respeito e confiança proporcionado pela


psicoterapia, permite que o paciente sinta segurança para compartilhar seu mundo interno,
entender o significado dos sintomas e buscar outras expressões para eles. Inicialmente o
objetivo é auxiliar a estabelecer um controle comportamental sobre hábitos alimentares,
posteriormente abordando questões individuais, familiares e sociais, enfatizando a regulação
da autoestima, promovendo o resgate da história pessoal e respeito por si mesmo, ajudando o

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paciente na identificação de seus sentimentos e na compreensão de suas experiencias
emocionais.

Alguns autores preconizam a integração de diferentes abordagens em transtornos


alimentares com base na teoria dos fatores inespecíficos das
psicoterapias e na concepção de que as diferenças entre as técnicas
podem ser complementares, principalmente pela complexidade das
síndromes... (Tobin, Johnson 1991; Yager 1994 apud GALVÃO et al.,
2006, p.139)

É fundamental o envolvimento da família no tratamento de jovens diagnosticados com


transtornos alimentares, deve-se buscar incluir os pais como aliados no processo de
recuperação, explorando a interação da família. De acordo com Bowers et al em Moreira et al
(2017), deve-se destacar o trabalho com familiares desde a primeira etapa do tratamento,
inicialmente realizando uma busca pela identificação de conflitos no âmbito familiar, que
podem contribuir para a manutenção dos sintomas da anorexia.

Famílias que convivem com o transtorno alimentar, encontram-se empobrecidas nas


histórias que contam sobre si mesmas, estando aprisionadas nas questões que a anorexia traz
em suas pautas, por muitas vezes acabam por rotular-se através do transtorno, com isso o
paciente pode sentir-se o grande problema no núcleo familiar, que está trazendo sofrimento.

Estudos conduzidos por Lane apontam as dificuldades da família em apoiar a criança


durante o processo de separação com os laços de dependência da mãe, evidenciando que
indivíduos com transtornos alimentares provêm de lares disfuncionais, com mães
controladoras e pais ausentes.

O principal objetivo da terapia familiar é auxiliar os membros a melhorarem o nível de


diferenciação do eu, geralmente os membros estão em fusão uns com os outros, com suas
relações emaranhadas, o conceito de diferenciação está relacionado à maneira com a qual o
indivíduo se diferencia emocionalmente de seus pais durante a adolescência.

Na psicoterapia de grupo os participantes são estimulados a reforçar a autoavaliação


positiva, podendo assim relatar o sucesso de pequenas atividades e conquistas pessoais,
relatando sobre temas relevantes em suas vidas, vivências, medos e inseguranças, assim
observando a problemática alheia, expressando opiniões, sentimentos, comportamentos que
atribuem a compreensão pessoal.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BILYK, Bacy Fleitlich; LARINO, Maria Aparecida; COBELO, Alícia Weisz; CORDÁS,
Táki. Anorexia Nervosa na Adolescência. Sociedade Brasileira de Pediatria, 2000.

COBELO, Alicia Weisz; SAIKALI, Maria Olímpia; SCHOMER, Ester Zatyrko. A


Abordagem Familiar no Tratamento da Anorexia e Bulimia Nervosa. Revista de
Psiquiatria Clínica. Vol 31; Nº 04. São Paulo, 2004.

MÜLLER, Lilian. Contribuições da Terapia Cognitivo Comportamental no Tratamento


da Anorexia Nervosa, 2019.

NUNES, Cidinéia Barreto; GUIMARÃES, Wellita de Almeida. Alterações do


Comportamento Alimentar na Adolescência: Anorexia, Bulimia e Obesidade , 2009.

PINZON, Vanessa; GONZAGA, Ana Paula; COBELO, Alicia Weisz; LABADDIA, Eunice;
BELLUZZO, Patrícia; BILYK, Bacy Fleitlich. Peculiaridades do Tratamento da Anorexia
e da Bulimia na Adolescência: A Experiência do PROTAD , 2004;

SANTOS, Manoel Antônio. Sofrimento e Esperança: Grupo de Pacientes com Anorexia e


Bulimia Nervosa. Portal de Revistas USP - Medicina; Vol 39, Nº 03; Ribeirão Preto, 2006.

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