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0 VATICANO E A BIBLIA DR. ANIBAL PEREIRA REIS eae aio ae INTRODUGAO Ha pessoas convencidas de que o catolicismo, nestes Ultimos anos, decidiu voltar-se & Biblia, aceittando-a co- mo tnico depdsito da Revelacéo Divina. Entusiasmam-se vendo-a exposta nas livrarias. Em- bevecem-se quando encontram freiras batendo de porta em porta a oferecer o precioso Livro. Maravilham-se quando o deparam na casa de algum amigo catdlico. Exaltam-se sobremaneira quando, através de um progta- ma radiofénico, ouvem um sacerdote fazer uma prédi- ca, citando versiculos biblicos: — Ah! Hoje os padres ja falam sébre a Biblia! - Gracas a Deus! Os clérigos ja esto lendo o Li- vro Santo! — Que coisa boa! O clero estaé mandando ler a Bi- bia! E ésses evangélicos supéem que daqui ha pouco mui- tos padres estardo se convertendo e catdlicos, em multi- dées, se desvincilharao da idolatria. Ouvi ha dias de uma senhora: — Antigamente tinha até raiva. Os padres queima- vam a Biblia ¢ proibiam a sua leitura. E relatou nesse interim o fato daquele padre a quem um crente presenteara uma Biblia. Queimou-a e aprovei- tou a capa de couro para confeccionar um par de chi- nelos. Depois prosseguiu: — Hoje tudo esta mudado. Eles mandam Jé-la. Ci- tam suas passagens. Falam com os crentes. Alguns rg 6 DR. ANIBAL PEREIRA REIS assistem nossos cultos. Daqui ha pouco vamos ver mui- ta gente se convertendo. Agora tudo é facil. Que iluséo! Ingenuidade!!! O entusiasmo de muitos, porém, vai mais longe. Ha evangélicos convencidos de que dentro do ca- tolicismo ja existem condigdes propicias para se viver nos moldes do Cristianismo auténtico. Um pregador imbuido de ecumenismo, em seus apé- los, clama: — Sémente Cristo salva! Nao é a religiao que sal- va! Aceite Cristo em seu coracao e pode continuar na mesma religiao, Quem se manifestar ndo tera nenhum compromisso com esta igreja. " E repete: — Nao @ a igreja que salva! Aceite Cristo e pode continuar na religiao em que tem vivido. Depois de anotados os nomes dos decididos, encami- nha ao sacerdote mais préximo a ficha dos que se decla- ram catélicos, .. Esse pregador, apesar do seu renome, desconhece in- teiramente as doutrinas catdlicas. Sua responsabilidade nos meios evangélicos o obrigaria, se tivesse consciéncia, a conhecer melhor a engrenagem das artimanhas do cato- licismo. Mas, éle quer desfrutar de prestigio pessoal e conti- nua capitalizando para a sua vaidade & custa de milhares _ de almas que prosseguem em sua marcha para a perdigao. Que Ihe importam essas almas se até dignatarios ecle- sidsticos o aplaudem e propalam apreciarem sua compa- réneia nos canais de televisio e ouvirem-no pelas emisso- ras? No duvido que receba uma comenda pontificia co- mo penhor da gratidao papal. Nem muitas das nossas livrarias se advertem de que «0 mistério da iniquidade ja opera» (2 Tes. 2:7 a) e divul- gam a Biblia chamada catélica. Almejam, é verdade, di- fundir a Palavra de Deus, mas, também, como inacentes ="... eee 0 VATICANO E A BIBLIA 7 Uteis, fazem o jégo do catolicismo, que consiste, exata- mente, em manter 0 poyo escravizado aos seus embustes. E chegada a apostasia referida por Jesus em seu ser- mao eseatolégico (Mt. 24:24) e por Paulo aos tessaloni- censes (2 Tes, 2:3). Nunca a Biblia foi tio perseguida como nestes tempos! Outrora era queimada nas labaredas da «santa in- quisigao>. Hoje lhe fazem pior! Conspurcam-lhe a mensagem. Distorcem-lhe o sentido. Intercalam-se-lhe interpretacdes esdrixulas. Atendendo um plano adrede estabelecido para confundir as almas, civam-na de fabulas (1 Tim. 1:4; 2 Tim. 4:4) através de notas de rodapé, titulos e subtitulos, explicagGes prefaciais, gravuras e indices doutrinarios. Este livro objetiva revelar a situagio atual da Bi- blia na teologia catdélica, exaltar o Livro Santo como unico depésito da Revelacio Divina e exortar os cristaos a que batalhem «pela fé que uma vez por tédas foi entregue aos santos» (Judas 3). CAPITULO I CONCEITO E UM DOS ARGUMENTOS DA TRADICAO. O FUNDAMENTO DA TEOLOGIA CATOLICA. Mesmo de relance poder-se-A constatar ser a maior parte das doutrinas da dogmiatica catdélica procedente de fonte diversa da Biblia. Suas informacées relativas aos sacramentos, & ma- viologia, 4 sucessio e colegialidade dos bispos, & infalibi- lidade e primado do papa, 4 sua organizacio eclesiastic: ao purgatério e sufragio dos mortos, ao culto dos santo: alicercada alias, na pretendida sucessdo apostélica dos seus bispos? Essa fonte diferente é chamada de TRADICAO. E o que seria do catolicismo sem os sacramentos? Sem a mariologia? Sem a sua organizacio eclesiastica alicercada alids, na pretendida sucessio apostélica dos seus bispos? O que seria do catolicismo sem o purgatério ¢ o su- fragio dos mortos? O que seria do catolicismo sem o culto dos santos? O que seria, enfim, do catolicismo sem a TRADICAG que invalida a Palayra de Deus? eae Em conseqtiéncia, @ impossivel conhecer-se a dog- matica catélica sem o esclarecimento do conceito de sua TRADICAO, vocAbulo retirado etimologicamente do ver- 10 DR. ANIBAL PEREIRA REIS bo latino TRANSDO, que quer dizer: entrego ou trans- mito qualquer coisa. E a transmissio de suas doutrinas de geracio em geracéo, ou a prépria doutrina recebida por esta via. Os Tedlogos catélicos, na esteira do Concilio Triden- tino, definem a TRADICAO COMO O CONJUNTO DE DOUTRINAS REVELADAS REFERENTES A FE E A MORAL, NAO CONSIGNADAS NAS ESCRITURAS SA- GRADAS, MAS ORALMENTE TRANSMITIDAS POR DEUS A IGREJA (Sesséo IV, de 8 de Abril de 1546, sob © pontificado de Paulo IIT). Pelo préprio fato de haver o catolicismo engendrado outra fonte de Revelacéo Divina que nao a Biblia, de- monstra 0 seu menosprézo a esta. Consequentemente, se @le quisesse agora aceita-la com todo o seu valor de Gni- co e exclusivo depdsito de fé, deveria, alto e bom som, proclamar sua repulsa & Tradigao, pantanal da congérie de suas aberracées, O Concilio Vaticano II, porém, e em que pesem suas propostas ecumenistas, «seguindo as pegadas dos Con- cilios Tridentino e Vaticano I!» (Constituicao Dogmatica «Dei Verbum», promulgada na sessio IV do Coneilio Va- ticano IT, em 18 de Novembro de 1965, sob o pontificado de Paulo VI - § 1), deliberou confirmar a atitude caté- lica perante o alicerce de suas doutrinas. Realmente no § 9 dessa sua Constituigéio promulga- da nas vésperas do seu encerramento, se lé: «... A SA- GRADA TRADICAO... transmite integralmente aos su- cessores dos Apdstolos a Palavra de Deus confiada por Cristo Senhor e pelo Espirito Santo aos Apéstolos para que, sob a luz do Espirito de Verdade, Gles em sua pre- gacio, fielmente, a conseryem, exponham e difundam». Por conseguinte, a Tradicio se apresenta como ou- tro manancial de informes dentro da prépria Revelacéo Divina. Manancial anterior, mais completo, mais claro 2 mais seguro do que as Escrituras. O VATICANO H A BIBLIA uu E sob éste aspécto que o Concilio Vaticano IL lem- bra: «Pela mesma Tradicao,,. as préprias Sagradas Es- ervituras sao nela cada vez melhor compreendidas e se fazem sem cessar atuantes» (Constituicio Dogmatica «Dei Verbum» — § 8). Reconhecem os tedélogos catélicos haver, as vézes, coincidéncia em algum ponto doutrinario entre a Biblia ea Tradic&io, no caso, chamada INESIVA, como por exermn- plo, a ressurreicéo de Cristo. A TRADICAO EXCEDENTE ou CONSTITUTIVA, o verdadeiro arsenal da dogmatica catélica, abrange to- das as doutrinas nao encontradas na Biblia e que se cons- tituem em totalidade na dogmatica catdlica. F evidente que esta Revelagéo Oral, posteriormente pdde conservar-se e propagar-se por escrito. Essa escrita, distinta das Sagradas Escrituras, encontra-se, por exem- plo, nas obras de escritores eclesiasticos do catolicismo primitivo. E julgadas como um mesmo e integro depésito da Revelacdo, o Concilio Vaticano IL, cumprindo o seu de- signio de seguir as pegadas dos Concilios de Trento e Va- ticano I, exige o mesmo sentimento de reveréncia ¢ pie- dade para a Tradicio e para a Biblia: «ambas (Escritu- ra é Tradic&o) devem ser recebidas e veneradas com igual sentimento de piedade e reveréncia» (Constituigao Dog- matiea «Dei Verbums — § 9). Destarte, assim como o cristio, reverentemente, se vale das Eserituras para argumentar as razdes de sua fé, 0 catélico esclarecido — coisa rarissima! — busca os motivos de suas crengas na Tradigio. Certa feita vi uma discussio entre um pastor evan- gélico e um catdlico, por sinal congregado mariano, s6- bre a assuncdo corporal de Maria. O pastor queria do seu controversista um texto biblieo onde se pudesse ao menos vislumbrar o dogma debatido. E natural que nao se poderé encontra-lo, Mas, a disputa ficou sem resulta- do porque cada um se baseava em terreno diferente. E 0 ON 12 DR. ANIBAL PEREIRA REIS mesmo ardor do evangélico pela Biblia se repetia no ma- riano pela Tradic&o. De maneira alguma, néste tltimo Concilio, o catoli- cismo abriria mao desta fonte de suas doutrinas a menos que concordasse em deixar de ser catolicismo. Alias, 6 facil depreender-se o porqué do seu maior interésse pela Tradigao considerada por éle como regra de fé mais importante por ser anterior, mais ampla e mais clara do que a Biblia. Ela é elastica, amoldavel e acomodaticia. Sacia-lhe melhor a séde de sofismar! Se bem que recomende «igual sentimento de pieda- de e reveréncia> para a Escritura e para a Tradiciio, a verdade é que esta Ihe merece mais atengdes porque «as préprias Sagradas Escrituras séio nela (Tradicéio) cada vez melhor compreendidas» (Constituicgio Dogmatica «Dei Verbum> — § 8). Destaque-se a seguinte observacio: estas expressdes que sobrelevam a Tradi¢io em desapréco da Biblia, nao sao da Concilio de Trento, realizado no século XVI, que, como movimento de contra-Reforma, objetivou elevar ao maximo o valor de sua principal fonte doutrinéria. Estas expressdes Sio recentissimas. Sfio déste Gltimo Concilio Ecuménico de cujos interésses se destacam os acenos de convites aos (Ex. 17:14). © VATICANO EA BIBLTA 9 Por que o Senhor nao confiou na Tradigado Oral? Se antes, quando se tratava de Sua Promessa nao confiou na Tradicéo Oral, mas diretamente Ele falou aos patriarcas desde Abraaio, néo seria agora ao separar 0 Seu povo, tirando-o do Egito, que iria confiar Sua Lei e Sua Revelacdo a Tradicfio Oral! «ESCREVE ISTO PARA MEMORIA NUM LI- VROz!!! Recorde-se a dificuldade imensa que envolvia a arte de escreyer antes da descoberta da imprensa por Guten- berg em meados do século XV. Naqueles remotissimos tempos o instrumento apto para ensinar e legislar era a palavra oral. Este veiculo do pensamento teve sua ampla aplicagao no setor da religiaéo. Compulsando-se a Histéria das re- ligides mais antigas, verifica-se que elas dependiam de um patriménio doutrindrio transmitido de geragdo a ge- H racéo por via meramente oral. Em certos sistemas re- | ligiosos os fiéis se negaram sempre a escrever alguns dos _ seus preceitos mais caros. E de se observar, por exemplo, a formula frequen- lissima: «Eu ouvi...» adotada na primitiva religiao chi- nesa, da qual procedem o taoismo e o confucionismo. Chama a atencio para o nosso caso ainda mais a eircunstancia assaz agravante de estar o povo de Israel acampado no deserto, com dificuldades humanamente ins- transponiveis para executar a arte da escrita. A Historia das religides dos homens revela o apréco 4 Tradicao Oral por ser esta mais facil em amoldar-se aos seus caprichos circunstanciais. Sao notiveis os intimeros pontos de contato do ca- tolicismo com essas religides, inclusive 0 seu apégo a éss¢ veiculo de transmissao doutrindria e depdsito dos seus ensinos. oes 20 DR. ANIBAL PEREIRA REIS Em condigées dignas de nota, surgiu a Escritura Santa! Anteriormente Deus se revelara a pessoas individu- ais. A Adio e Eva. A Noé A Abraio. A Jacé, Falava- Ihes! Interferiu em acontecimentos! Mas, quando se revelou ao Seu Povo ja separado dos egipcios, a coletivi- dade, mandou escrever, A marcha triunfante e cheia de percalgos continuou. Acampou-se o povo ao sopé do Monte de Sinai em ¢ircunstincias solenissimas. «Todo o Monte do Sinai fu- megava, porque o Senhor descera sobre éle em fogo; a sua fumaca subiu como a fumaca de uma fornalha, e todo o monte tremia grandemente» (Ex. 19:18). E «Deus falou,..» (Ix. 20:1). Proferiu o Seu Decdlogo. Apre- sentou as Suas Leis acérea dos servos, dos homicidas, da propriedade, da imoralidade, da idolatria, dos que amal- dicoam os pais ou ferem qualquer pessoa, do testemunho falso e das injustigas, do descanco e das trés festas. Nao se limitou Moisés relata-las ao seu povo (Ex, 24:3), mas, eescreveu tédas as palavras do Senhors (fx. 24:4). «,,, erigiu um altar ao pé do monte (Ex. 24:4)... e tomou o Iivro da alianga, ¢ o leu ao povo, e éles dis- seram: tudo o que falou o Senhor, faremos, e obedecere- mos» (Ex. 24:7). Note-se: Moisés ouviu. Em seguida relatou ao povo. E depois ESCREVEU. E, entao, leu ao povo o que ha- via escrito no livro da alianga. Por que? E porque o Senhor nao queria TRAICAO ORAL al- guma! A Tradigéo é traic¢éo contra a fidelidade! CAPITULO III ACABEMOS COM OUTRO ARGUMENTO FALSO! Este segundo arrazoado na pretendida defesa da Tra- dicdo catélica 6 uma repetic¢io do anterior tendo, porém, como cendrio outras circunstancias episédicas. Tao raquitica 6 a sua argumentacio que a teologia eatélica muda apenas o cendrio e a roupagem, enquanto o esqueleto do sofisma continua o mesmo. : ‘A referida teologia, contudo, é traida no seu préprio _ desespéro & falta de argumentos. 4 ‘Alega que Cristo nunca mandou escrever seus ensi- “nos e mandamentos e nada deixou escrito. Aos Apésto- ‘log apenas determinou pregassem pelo mundo como tes- temunhas dle e da doutrina por éles aceita e procla- mada. : Em endésso déste arrazoado e no objetivo de confun- dir os menos avisados, invoca as seguintes pericopes: i «.., @, A medida que seguirdes, pregai que est pré- _ ximo o reino dos céus> (Mt. 10:7). PREGAI! Nao mandou escrever!!! i «Jesus, aproximando-se, falou-lhes, dizendo: Téda "a autoridade me foi dada no céu e na terra. Ide, portan- ' to, fazei discipulos de tédas as nagdes, batizando-os em : nome do Pai e do Filho e do Espirito Santo; ensinando- 08 a guardar tédas as cousas que vos tenho ordenado. __§ eis que estou convosco todos os dias até a consumagio do século» (Mt. 28:18-20). ENSINAT! Naéo mandou eserever!!! 22 DR. ANIBAL PEREIRA REIS «E disse-lhes: Ide por todo o mundo e pregai o evan- gelho a toda criatura» (Mc. 16:15). PREGAI! Nao mandou escrever!!! eee Sinto calafrios de compaixéo por ver ésse pobre ar- gumento to tisico. Coitados dos catélicas! Com seus tedlogos assim ig- norantes e de coneiéncia encroada! Jesus nunca mandou escrever? Em Apocalipse encontramos dez oportunidades em que o Senhor manda eserever: — 1:11,19;2:1,8,12,18;3: L,7,14:21:5. ESCREVE! £ assim com o verbo no modo impera- tivo. Existem excelentes oculistas e dticas especializadas onde os reverendos tedlogos podem resolver o seu proble- ma de miopia, A nao ser que seu germe seja ma vonta- de. Ai a cegueira consciente é incuravel. oak Prossegue, todavia ,o desenvolvimento da argumenta- cfc exdrixula! Os prdéprios Apéstolos ex professo nunca escreveram como se estivessem desincumbindo uma obrigacéo prépria e especial, embora houvessem executtado a contento a sua misséo. Alguns, apenas em ocasides esporddicas ou opor- tunidades ocasionais consignaram alguma coisa por ¢s- crito, mas sem a intencao de transmitir por escrito téda a Revelacao e sim no propésito apenas de inculcar ou ex- plicar alguma Verdade, ou forcados pelos pedidos dos fi- éis ou dos bispos — «sed vel ad veritatem aliquam ma- gis inculcandam aut explicandam, vel precibus fidelium aut episcoporum compulsi» (J.M. Hervé — De Vera Re- ligione — De Ecclesia Christi — De Fontibus Revelationis — 1929 — Paris — pag. 531). 5 mesmo de se tirar o chapéu! OQ VATICANO E A BIBLIA 2 Precisa-se de muita coragem para se embarcar nes- ga canoa doutrindria de casco tao podre! Tamanha co- ragem como a disposigéo de se agarrar um ledo & unha. Leao vivo! Engolfados nesse tremendal dogmatico nfo se aper- cebem os tedlogos catélicos que o seu arrazoado em de- fesa da Tradicdo labora contra ela? Pois que, se pre- cisaram os Apdstolos escrever para inculcar ou explicar a doutvina crista esta desmerecida a Tradig&o Oral. E de fato, Jofo da énfase ao seu objetivo escreven- do: «,,. para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em Seu Nome» (Joio 20:31). Paulo, ao eserever dos corintios, destaca: ¢... as coisas que vos eserevo sto mandamentos do Senhor» (1 Cor. 14:37). E aos filipenses: «Nao me aborreco de es- crever-vos as mesmas coisas, e é seguranca para vds» (Fil, 3:1). Paulo nao se aborrece de escrever as mesmas coi- sas... Por que? Para SEGURANCA dos fidis! Nao se fiava da Tradicio nem a curto prazo ¢ nem a curta distancia, Ele havia pregado aos filipenses e por medida de se- guranga doutrinaria, escreveu-lhes, oat Para nao perder a desenvoltura no meio de tanta coincidéncia, o tedlogo catélico, com ares de muito enten- dido, invoca o verso 25 do capitulo 21 do Evangelho se- gundo Joao: «Ha, porém, ainda muitas outras coisas que Jesus féz. Se tédas elas fossem relatadas uma por uma, creio eu que nem no mundo inteiro caberiam os livros que seriam escritos>. Até em cartas pastorais os «amantissimos ordina- rics * invocam éste versiculo, (#) “Ordindrio” & 0 térmo com que a Iegislagio romanista de- signa 0 bispo diocesana, 24 DR. ANIBAL PEREIRA REIS Quando Deus me despertou para o exame conscien- cioso de sua Palavra, observei nésse passo escrituristico essa informacaio joanina. © Autor sacro, constatei logo, se refere a coisas que Jesus féz, a fatos, a prodigios e nao a doutrinas. Fiquei, porém, mais desapontado ainda quando, con- frontando, verifiquei o verso 31 do capitulo 20 do mesmo Livro Sagrado, que é o bastante, outrossim, para se aca- bar com a alegria dos tedlogos catdlicos, acrobatas do so- fisma. «Estes, porém, foram registados para que creiais que Jesus € o Cristo, o Filho de Deus, ¢ para que, cren- do, tenhais vida em Seu Nome». ae Insiste maldosamente o desesperado tedlogo. Reco- nhece de sobejo que, destruida a Tradigéo Oral, como fonte de Revelacao, adeus fantasmagoria catélica. E traz a baila os trés primeros yersiculos do capitulo 1¢ de Lucas: «Visto que muitos houve que empreenderam uma narracao coordenada dos fatos que entre nds se re- alizaram, conforme nos transmitiram os que desde o prin- cipio foram déles testemunhas oculares, ¢ ministros da palavra, igualmente a mim me pareceu bem, depois de acurada investigagéo de tudo desde sua origem, dar-te por escrito, excelentissimo Tedfilo, uma exposicéo em ordem». Pronto! Lucas antes de escrever obteve informacées minuciosas de tudo junto das testemunhas presenciais dos fatos sobre os quais se dispde escrever. Pronto! Lucas foi, como Moisés ao escrever Génesis, abeberar-se na Tradicfo! Pronto! O Evangelho segundo Lucas é simplesmen- te produto da Tradicéo, a mais antiga, a mais completa Fonte de Revelagao. A prépria Fonte da Biblia! Declaramos crér inteiramente que Lucas ao escrever os seus dois livros,o Evangelho e os Atos dos Apdstolos, O VATICANO E A BIELIA 25 estava inspirado pelo Espirito Santo de Deus. E nestas condigées é que éle colheu e selecionou a verdade no meio de tantos fatos e comentarios divulgados oralmente ¢ por escrito em inimeros apécrifos. Lucas, divinamente ins- pirado, foi o garimpeiro que separou o ouro purissimo! Pululavam apdcrifos! Lucas resolveu descrever ao excelente Tedéfilo os fatos conhecidos por ouvir da tradi- ‘cao oral para que éle tivesse a corteza das coisas sébre as quais j4 estava informado. Deseja Lucas que Teofilo e todos os demais se livrassem do risco de serem ludibria- dos pela Tradig&o Oral. «Quem conta um conto aumenta um pontos, diz o adagio popular. Se nao féssem as Escrituras nao terlames mais ho- je a Revelacio Divina! Porque o eatolicismo fundamenta suas doutrinas na ‘Tradigéo 6 que evolue a sua teologia, surgem novos dag- mas e sempre muda, O catélico de vinte anos passados desconhece o catélico atual. Mesmo o de dois anos atraz! No seu arrazoado o tedlogo da seita papal se lembra ‘sdmente dos trés primeiros versiculos do capitulo 1° de Lucas. Esquece-se do quarto porque, concluindo o pensa- ‘mento exarado nos versos anteriores, Lucas reconhece ser desmoralizada e inconsistente a Tradicéio como Fonte de Revelacio. Ele escreveu para se ter certeza! «PARA QUE TENHAS PLENA CERTEZA DAS VERDADES EM QUE FOSTE INSTRUIDO:. Tedfilo estava jA informado de tudo por ouvir dizer. A Tradicéo Oral, todavia, nao Ihe dava certeza alguma. E Lucas, divinamente inspirado, resolveu eserever para The dar essa certeza. Se a Tradicg&o Oral dispde do valér que the atribue o eatolicismo, por que escrever? Lucas escreveu o§ seus livros na lingua grega. No original desta pericope o vocabulo empregado é Asphaleia que quer dizer certeza, seguranca, firmeza, solidez. DR. ANIBAL PEREIRA REIS «Ut cognoscas ea quae de Christo edoctus es, esse certissima, firmissima et solidissimas, comenta Cornélio a Lapide em seu Comentario das Sagradas Escrituras. Tedfilo, o destinatario do livro, ja sabia por via oral e Lucas Ihe escreveu para que o seu conhecimento fdsse certissimo, firmissimo, solidissimo. Nao confiava na Tra- digdo. Logicamente, a Tradigio nfo pode ser fonte de Revelagao! Para um exame do real significado do vocdbulo as- phaleia é interessante notar-se a sua posicao significati- . va em outros textos, Usa-o Lucas outra vez em Atos 5:23, em que, depois de relatar a prisfio dos Apdstolos decretada pelo sumo sacerdote e a libertacao miraculosa dos mesmos, transcreve a explicacgio dos servidores: «Achamos o carcere fechado com téda a seguranca (as- phaleia). Usa-o Paulo em Fil. 3:1: «... e é seguranca (asphaleia) para vés outros...». Nao bastava falar. Es- erevia por medida de seguranga. Na forma asphales, emprega-o Lucas em Atos 21: 34)22:30;23:26 e se encontra em Hb. 6:19. Na modalidade de verbo, é aplicado por Mt. quando sé refere a seguranca da guarda do sepilcro de Jesus. «Ordena, pois, que o sepilero seja guardado com segu- ranca (asphalistenai.) ...Disse-Ihes Pilatos: ai tendes uma escolta; ide e guardai como bem vos parecer (As- phalisaste). © préprio Lucas em Atos 16:24, contando a prisio de Paulo e Silas em Filipos, ainda outra vez, aplica-o: «O qual (careereiro), tendo recebido tal ordem, os lancou no carcere interior, e Ihes segurou (esphalisato) os pés no troncos. Na forma de adverbio, no mesmo relato, Lucas, com enfase informa: ¢e, depois de Ihes (Paulo e Silas) darem muitos acoites, os lancaram no carcere, ordenan- do ao carcereiro que os guardasse com téda a seguranca — seguramente — (asphalés). Ainda Lucas, ao trans- O VATICANO E A BIBLIA 27 erever o sermio de Pedro no dia de Pentecostes, apli- ca-o: . (Jo. 20:31). é Pelo Apéstolo Joao que, na sua Primeira Epistola destinada aos j4 conhecedores do Evangelho de sua la- yra, dirigida 4s mesmas igrejas, porquanto a simples lel- tura de ambos os documentos demonstra ser essa Pri- meira Epistola um suplemento daquéle, declara: «O que era desde o principio, o que temos ouvido, o que temos yisto com os nossos préprios olhos, o que contemplamos _ @ AS nossas mAos apalparam, com respeite ao Verbo da Vida... o que temos visto e ouvido anunciamos também f vOs outros, para que vés igualmente mantenhais co- 28 DR. ANIBAL PEREIRA REIS munhao conosco. Ora, a nossa comunhao é com o Pai e com o Seu Filho Jesus Cristo. ESTAS COISAS, POIS, VOS ESCREVEMOS PARA QUE A NOSSA ALEGRIA. SEJA COMPLETA» (1 Jo. 1:1,3,4). Joao, testemunha ocular! Observe-se a sua insisténcia em destacar esta particularidade notavel: 9 que ouviu, o que viu com os seus olhos, o que contemplou ¢ as suas maos tocaram. .. Todo éste martelar contra qualquer pretensa Tradigéio apenas no primeiro verso do capitulo primeiro de sua Primeira Carta. E a seguir, apés um paréntesis no verso 2, torna a insistir: «o que temos visto e ouvido...»> Tudo 9 que éle escreveu foi presenciado e ouvido por éle! Nao foi colher dados e informacdes com ninguém! Dos vinte e sete livros do Navo Testamento cinco poem da pena divinamente inspirada do Apéstolo fo. Do Apdéstolo Joao que leva a morder o pé da inuti- lidade © arrazoado balofo da catolicismo em prél de uma Tradicéo Oral como regra de fé mais importante do que a Biblia por ser-lhe anterior e sua prépria fonte. Do Apéstolo Jodo que, ao encerrar o seu Livro Apo- caliptico, escangalha com a presun¢do catdlica porque estampa, por escrito, esta adverténcia de Jesus Cristo: «EU, A TODO AQUELE QUE OUVE AS PALAVRAS DA PROFECIA DESTE LIVRO, TESTIFICO: SE AL- GUEM LHES FIZER QUALQUER ACRESCIMO, DEUS LHE ACRESCENTARA OS FLAGELOS ESCRITOS NESTE LIVRO; E SE ALGUEM TIRAR QUALQUER COUSA DAS PALAVRAS DO LIVRO DESTA PROFE- CIA, DEUS TIRARA A SUA PARTE DA ARVORE DA VIDA, DA CIDADE SANTA, E DAS COUSAS QUE SE ACHAM ESCRITAS NESTE LIVRO>. (Apoc. 22-18-19), CAPITULO IV ENFIM, O ULTIMO SOFISMA... Se os dois argumentos expendidos pela dogmatica catélica em abono de sua Tradigio sio caquéticos, o ter- ceiro e Ultimo 6 0 acérvo de tédas as nuances da mali- cia. & um sofisma sintomatico da mais deslavada irres- ponsabilidade. Firmada no carunchado segundo argumento, alega que, por néo haver Cristo e nem os Seus discipulos es- crito ou mandado escrever (7!) isso mesmo demonstra 2 existéncia de muitas doutrinas transmitidas apenas oral- mente, as quais devem ser aceitas como reveladas. Gra! Vejam sé! Nem de leve o catolicismo ira en- contrar nas palavras de Jesus alguma coisa que Ihe possa endossar a presuneaio. Alias, bem ao contrario, porquanto- Jesus foi severo no combate a Tradicéo. «... invalidas- tes a Palavra de Deus, por causa da vossa Tradigado> (Mt, 15:6), recriminava Ele aos fariseus. E nessa tinica vez que o Senhor fala sébre a Tradicao, vergastando-a lembra: « (1 Tim. 6:20 e 21). «Guarda o bom depdsito, mediante o Espirito Santo que habita em nés» (2 Tim. 1:14). __Lembra a Timdéteo em sua Primeira Carta de que, «nos Ultimos tempos, alguns apostatarao da ié, por obe- decerem a espiritos enganadores e a ensinos de deménios» s e de velhinhas caducas» (1 Tim. 4:7): assemelha a janes e Jambres que resistiram a Moisés os que resistem A verdade, sendo chomens de todo corrompidos na men- le, réprobos quanto a fé» (2 Tim. 3:8); recomenda-lhe que waistisse em ler (1 Tim. 4:13); e agora, nas vésperas le sua morte em Roma, donde remetera esta Carta a i jotec, concita-o: «Tu, porém, permanece naquilo que ap endeste, e de que féste inteirado, sabendo de quem o lprendeste. EF que desde a infancia sabes as Sagradas ‘Letras que podem tornar-te sAbio para a salvacio pela #6 em Cristo Jesus. Téda Escritura é inspirada por Deus @ Gitil para o ensino, para a repreensio, para a correcao, ra a educagdo na justiga, a fim de que o homem de ‘Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra» (2 Tim. 3:14-16). 34 DR. ANIBAL PEREIRA REIS Todas estas recomendagées de Paulo visavam exata- mente preservar a pureza do Evangelho, a genuinidade da doutrina, a fidelidade na guarda do «bom depésitos, parathéke, contra a intromissio de ensinamentos espi- ries por parte dos judaizantes insubordinados e imposto- res, bem como de outros inovadores e corruptores. Os textos que a dogmatica catélica arrola em defe- sa de sua Tradicio militam desfavoraveis 4 sua preten- sfio de corromper a limpidez do «bom depésiton, para- ihéke. Incorre ela, outrossim, em andtema, consoante adverténcia do mesmo Apéstolo aos falsos irmdos, quan- eo oe mn galatas: «... se alguém vos prega evan- gelho que va além daquéle ji a fae aq que recebestes, seja andtema> Nem em nome de uma outra pretensa e utépica fon- te de revelagio extra-biblica, pode-se acrescentar ou re- tirar nada is Sagradas Escrituras a menos que se quei- ra incorrer no desagrado do Senhor como acontece & dogmatica catdlica, pervertedora da Revelacio Divina. E de se pasmar que quasi téda a teologia clerical esteja lastreada sdébre essa base de areia movedica. & um eastelo de cartas que, com um sépro, se derruba, mas, vem, através dos séculos, se constituindo na arma mais eficaz do inferno para desviar as almas de Jesus Cristo, © nosso Unico e Todo-Suficiente Salvador. ‘ CAPITULO V TRADICAO E FARISAISMO © Nosso Senhor Bendito em muitas circunstancias enfrentrou o 6dio e as ciladas dos fariseus mancomuna- dos com os doutéres da Lei. ‘Ao Jado dos saduceus, constituiram-se éles numa das principais tendéncias judaicas. f verdade que era um partido nfo muito antigo. Surgiu ao tempo de Antioco, eérca de 170 A.C., quando houve tentativa de se intro- duzir entre os judeus a fé helénica com os costumes idéla- i, tras dos pagios e, em consegiiéncia, a propria destrui- gfo das Escrituras. Fisse monarea sacrilego penetrara no lugar santo ¢ confiscara o tesouro do Templo, interditara a circunci- sfio, a celebracao do s&bado, os sacrificios e, enfim, té- das as formas do culto judaico. No cimulo de sua ansia helenizante, Antioco edificara no Templo um altar con- sagrado a Jupiter. Intéprida reagdo nacional-religiosa surgiu da parte de homens piedosos, os denominados fariseus enfrentan- do mesmo personagens influéntes do sacerdécio arad- nico, incluindo-se o sumo sacerdote Jason ¢ Menelau, 0 pontifice usurpador, conluiados com os helenizantes. Superada a fase das violéncias e salvaguarda a inte- gridade das Escrituras, a Torah, cercados de admiragao pelo seu heroismo, compuseram-se 08 fariseus em elite religiosa da nacao judaica ¢, lentamente, deixaram-se do- minar pela propria vaidade de suas faganhas. _ 36 DR. ANIBAL PEREIRA REIS E o mesmo grupo que derramara sangue generoso na defesa das Escrituras, livrando o pavo judeu de cor- romper-se com as incursdes iddlatras do helenismo, pas- sou a admitir a Tradicio nfo apenas em matéria de cos- tumes, mas também em doutrina, Corromperam-se tanto os fariseus que sobrepuseram a Tradicao as Escrituras. Nio admitiam a possibilidade de se entender estas fora das dimensdes daquela. Ao contririo dos saduceus — e nisto é que mais se distinguiam — os fariseus aceitavam a Tradigio Oral como intérprete da Lei e, quando necessdrio (?), seu comple- Mento (Flavio Josepho, Guerra. Judaica, XTII,x,6). ok Qual a verdadeira norma fundamental ou regra re- ferencial do judaismo? Qual o inapelavel e supremo es- ftatuto a reger a nac&o escolhida? Os fariseus, em vez de aceitarem anicamente a Lei Escrita consignada por Moisés, apregoavam ser ela ape- nas uma parte, e nem siquer a principal, do estatuto na- cional-relizioso, pois, com ela, e mais ampla que ela, exis- tia a Lei Oral, constituida pelos inumeraveis preceitos da Tradicao, A fabulosa mistura de crencas, costumes tradicio- nais, normas rituais e preceitos praticos de uma easuis- fica intrincada, quasi jA nado tinha verdadeira ligacio com a Lei Escrita, a Torah, Tentavam os fariseus des- cobrir muitas ligagdes, falsifieando interpretagdes e so- brepondo ao texto das Eserituras uma exegese arbitra- ria. E, ainda quando nao lancavam mao déste método, recorriam ao seu principio fundamental, de que Deus no Sinai tinha dado a Moisés a Lei Escrita, compreendendo apenas 613 preceitos e além disso a «Lei Oraly, muito mais ampla e nfo menos obrigatéria. Rake © VATICANO E A BIBLIA eh Fixe-se esta verificacio para, em paginas seguintes, se ver comprovada a ligacio intima entre o catolicismo e o farisaismo. +e Em decorréncia déste desapreco as Sagradas Escri- turas, sobreveio a tese da salvacio pelas obras da. lei, que se tornou no dogma essencial da farisaismo. eed Os fariseus, intérpretes peritos da Lei de Moisés, a luz de imensa tradicéo, exigiam o cumprimento narae tas regras rituais e ensinavam ao pove multas pri fee dos seus antepassados, alheias & propria Lei Moisdica, prometendo a Graca Divina sémente aqueles que lhes iam. i eam Cristo a tacou frontalmente esses aberracoes dos fariseus, advertindo mesmo et que se do seu «fermento» . 16:6). : a rostarnoe tanto das Sagradas Escrituras, ensi- nando suas doutrinas tradicionais que tornaram ne os seus louvores ao Senhor. FE Jesus, chamando-os hal hipécritas, Jembra-lhes que, por causa da Tradicio, validaram o mandamento de Deus (Mt. 15:1-20 e z 7:1-23). «E assim invalidastes a Palavra de Deus, po causa da vossa tradicio, Hipécritas! bem profetizou Tsaias a vosso respeito, dizendo: éste povo hove me oon os labios, mas o seu coracio esta longe de mim. ae yao me adoram, ensinando doutrinas que sao preceitos de homens» (Mt. 15:6-9). No capitulo 23 do Evangelho segundo Mateus Shoot: tramos serissimas vergastadas de Jesus contra essa ~~ ca de viboras». Na oportunidade da conspiracae fon a Sua vida, por isso, éles assumiram um papel prepon- derante. : Consumada a Redenc&io objetiva da Humanidade, 0 Evangelho da Graca comecou a alastrar-se atingindo i eadores de todas as condigdes sociais e religiosas. Os fa- riseus também! 38 DR. ANIBAL PEREIRA REIS Mas, éstes «da seita dos fariseus, que tinham crido» (Atos 15:5) carregaram consigo suas tendéncias farisai- eas, Sairam do farisaismo, mas 0 farisaismo nao saira déles, Se defendiam anteriormente o cumprimento da Lei como condicio absolutamente necessiria para «se mere- cers o beneplacito divino, agora entre os crentes estabe- leeeram um movimento denominado dos ¢judaizantes» ou . Era o desvirtuamento total da

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