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DO

CAMARA DOS SRS. DEPUTADOS


·'UJgunda inna da IQn~ l6gi~latur~
SESSÃO DE 1854

TOMO TERCEIRO

RIO DE JANEIRO
Typographia de-H'\'PPOLlTO JosÉ PINTO-ruO. do Hospício, ~1S:
1876
248 SESSlo· EM 25 DE JULHO DE 1854'
Góes Siqueira, Fiuza, Bal'bosa da Cunha, Gomes sica, chimica e 'hlstoria natural, que compilou
Ribeiro, Mendes da CoSt·l, Secro, Nabuco e Paula de diversas obras importantes e autorisadas.
Fvnseca, o Sr. presidente, declarfl, não haver (I A com missão é de parecer que se remetia o
sessão por não se ter reunido numero legal. requerimento ao governo, para que ouvidas sobre
o seu assumpto e sobre o dito diccionario as
corporaçõE>sscienUfi~as, que são entendidas na-
quellas materias, possa orientar a esta casa sobre
Sessão em ~G de Julho o ,merito e vantagens da publicação para que se
requer subsidio." .
PRESIDENCIA DO SR. '\"ISCO:SDE DE lB.EPENDY
(I S'da das commissões, em 24: de Julho de
SUlIMARIO_ - E:.cpl'diente. - Negocios de Goya::. 1B5!.-F. Octaviano:-Dutra Rocha.-Rocha.»
Discurso do S,'. Fleury. -Ordem do dia.-Lo- II A commissão de constituição examinou o
te,·ias.-Refo'"ma da academia das lJellas Artes. :iequerime~lt,') dOi! habitantes da parochia da villa
Discursos dos Srs. Augusto de Oliveira e Pe· do Parahybuna, da provincia de S. Paulo, e os
d,·eira.-Abertura da rua do Cano. Discu,'sos documentos que o acompanhão, pelos quaes pre-
dos S,·s. Aguiar,Araujo Lima, Figuei"a de tenne'm que a referida. parochia dê mais 10 elei,
Mello, Henl'iques e Miranda. , tores, não só porque' se lhe annexou novo ter-
ritorio, como pelo augOlento consideravel da
A' hora do costume, reunido numero safficiente população que hoje conta. .
de Srs. deputados, abre-se a sessão.
« A commissão attendendo que na lei de -19 de
Lêm-se e approvão-se as actas de 22 e 24. Agosto de 18!6 se acha consignada a providencil\
para casos taes,e que se tem de fixar por
EXPEDIENTE aeto legislativo o numerO dos eleitores das pa-
rochins, segundo a promessa da citada lei, é de
Um omcio do Sr. ministro da justiça, enviando parecer:
a traducção dn buHa da creaçã" do bispado de
S. Pedro do Rio Grande do Su1.- A' commissão « Que por ora se não póde deferir a repr~­
ecclesiastica. " sentação aos habitantes da paro chia. do Parahy-
buna. '
Do mesmo Sr. ministro, enviando as informa- «( Sala. das com missões, e-m 21 ,de Julho de
ÇÕElS dadas pelo presidente da rela'ção desta côrte,
ácerca do requerimento em que Francisco Pedro 185!.-F. D; Pea'ei"a de Vasconcellos.-J. A, de
de Arbues ..:la Silva Muniz, secretario da mesma, Mil-anda. Ii . .

pede aug~e?tE de seus vencimentos.-.A' quem , (I A' commissão de constituição e poderes forão
fez a requlSlçao.' , presentes as representações das camaras munici-
Do mesmo Sr. ministro, enviando com a cópia paes d>1s cidades do Rio Pardo. Rio GI'ande e
do officio do vice-presidente da provincia- de villa da Encruzilhada, todas da provincia de
Mi'lIas Geraes, a representação do provedor e S. Pedro dQ Rio Grande do Sul, pedindo se re-
mais membros da santa casa da misericordia da forme a lei eleitoral na pute concemente á
capital daquella provincia, pedindo certas modi- eleição do's membros das. assembléas provin-
ficações nas disposições da resolução n. 179 de 19 .ciaes. '
de Junho de 18U. - A' commissão de !laude pu- (C Pretendem as referidas' camai'as que esta
blica. . eleição se faça por municipios, de sorte que cada.
Do Sr. 10 secretario do senado, enviando as um mande á assembléa' provincial o seu repre-
resoluções que autorisiio o governo a mandar sentante, que, mais conhec6dor das necessidades
admittir a fazer acto do 10 anno da escola de da localidade que ,o elege, cure, com esmero e
melicina da côrte ao estudante, Francisco di! resultado,- de prolll,ovel·as. .'
Sallp.s Pereira Pacheco;' a despender 10:000$ con- Cl A com missão de constituição abstem-se do
cedidos a Manoel Rodrigues r>orges, como premio exáme da questão que as mencionadas repre-
,pela vulgarisação dos, processos que descobrio sentações suscitão, porquo fôra ocioso preoccu-
para o fnb'rico do chá Pi'koe de pontas brancas; par-se de nssumpto tão importante sem oirel-ecer
a ndmittir o estudante EJuardo Luiz Crescencio á consideração aa c:\mara uma medida geral
Valdetaro a fazer neto do 20 anno do curso ju- que só deve se!.' discutida quando se tratar da
ridico de Olinda; e as emendas e addições ft'itas reforma de nosso processo eleitoral; e é por
e approvadas pelo senado á proposição da mesma isso de parecer que para então se aguarde o
camal'a declarando que são applicaveis. as dilr deferimento ou indeferimento das sobreditas re-
llllsições do decreto n. 397 de ::l de Setembro dg presentações.
1846 aos estrangeiros estabelecidos na coloniade « Paço da camara dt)s deputados,: 21 de Julho
Santa Izabel na proviuciado Espirito SaIlto - de 18ã4.-F: D.'Pe)'eil'a· de Vasconcellos.-J. A.
Vão a' imprimir as resoluções para eutrar na de Mil;anda. » ,
ordem dos trabalhos. , .
Um requel'imento do padre Oados Frederico E' julgado objecto de deliberação e vai a
Adão Roefer, natural da Pru.ssia, pedindo dis- imprimir para, entrar na ordem' dos trabalhos o
pensa do lapso de tempo para naturalisar-se seguinte 'projecto:
cidadão brazileiro,-a' commissão de .constituição (C O padre José Gnecco, subdito sllrd<>, resi-
e poderes. . dente na provincia de Santa Cátharina, onde
serve de parocho na freguezia de S. Sebastião
PARECERES DE cO'IMISSÕES da Foz da Tejuca. Grande, a11ega que tendo-se
occupadndesde o anno de 1845 no Exercicio de
E' approvada a redaéção da resolução que au- iguaes funcçiies em outras paroehias do impe-
torisa o governo a mandar pagar ao padre Leo- rio, pretende 'naturalisar-se cidadão brazileiro,
nard,:> Antunes Meira Henriques, e cz seguintes para cujo fim fez na (-amllra m:unicipal de Porto-
.pareceres : .' ' ... '. Bdlo da Dlesma provincia a declaraçiio exigida
( O .DI·. Alexandre José de :Mello Moraes pede pela lei de 25 de Outubro de 1~, concluindo
a ,esta eamara no incluso. requerimento que foi por pedir SP. dispense o' lapso de tempo que a
presente. á, commissão de instrucção publica, cital}.a .leirequer." ,"
subsidio ou auxilio para a impressão de um dic- « A.commissão. tenao examinado os documentos
cionario portugucz de ,medicina, cirurgia, phy- que iustruem a petiçiio do SUl?l)licante, e Il<:Land,/
SESSÃO EM 25- DE JULHO DE 1854 249
a ~nes confonnes as snas aUegações, é de Pl.- ta~ havião sido prestadas ; que em Goyaz ollvio
recer que se adopte o seguinte projecto de lei: alguns socios ou accionistas clamarem que lendo
« A assf:mbléa geral lt:>gislativa resolve: d~do ~ell~ fundo!? pam essa expedi<;ão, até agora
cc Artigo unico. O governo é autor!~ado a con- na.o hnhao rec~bldo nem os dil'idendo$ das pro-
ceder carta de' naturalj,<ação de cidadão brasi- pnas mercadonas, quanto mais do dinheiro _, •
lo1rt / ao padre .Túsé Gnecco, subdito sardo; O' Sr:, SILIYEIRA DA r.i:OTTA : - E'um faeto, até
revogadas' para esse fim as disposições em con- a época em que lá estive não tinhão recebido_
t rario. . . O Su. Fu:uRY; - M')st\"lrei se é fMtO.:~_
Paço da Ca:11arn dos deputados, em 21 de
O SIt. SILV.r:IR.\ D.~ :MOTTA: - E' um faeto até
(C
Julho de 18.")·1. - J. A. de Mil'anda,-F, D. Pe-
l'eira de Vascotlcellos.-J. M. Figuei"a de :!tfello.» a época em qllll lã. estive não tinhão recebido.
O .S'}:. FL&URY : '-.,. que queria confirmar com
. NEGOCIOS DE GOYAZ. a opllllao dessas pessoas, que diz elle habilita-
das, a PI'oposição d~ que essa ultima companllÍa
O Sn. FLEURY : -._Qlle'ro dirigIr á mesa um re- tinha sido a mais infeliz, porqlle .lena não tinha
querimento pal"a ter occasião de defender minha havido resultado algum ...
probidade que em uma .Bas sessões passadas O SR. SILVElRA D:~' MOTTA: - Sil'ú, senhor.
f<li nssaltada. Para este fim peço a V, Ex. que
consulte a camal";t se . approva a urgencia p.tra .0 _ SR . .FLEURY : - Eu VOll mostrar as. inex.a-
eu tratnl' desta materia. . ctldoes que se encontrão neste pequeno trecho do
Consultada a camara sobre a urgencia pedida discurso t..Io nobr'! deputado.
pelo nobre deputado para apresentar o seu re- EIl mio disse, Sr. presidente, que a sei:(un,]a
querimento, approva a urgencia. . companhia tinha sido. muit~ infeliz, nem infeliz
nem mesmo ianei na directoria dll11a; não disse'
O Sr. Fleury: - Sr. presidente, eu tenho ncm mesmo insinuei, que os prejuizos resultan.~
de vffereccr á cunsideraç,'io da casa um requeri- te:'! tinhiio sido devidos a uma administração má. .
mento qu~ 'tem por fim contestar as malignas pelo contrario, de toJo o meu díSCllrso que cm'ré
insinuações que o 'nobre deputado pOt' S. Paulo impI'esso o que se collige é que todas asexpe-
na sessão de 18 do corrente dirigio·me, Súrei diçc3es pura & navegação do Al'aguaya têm, com
brew; tratarei só de repellil-as, tocand.o apenas mai" ou .menos vantagem, lutado com tr.!s males:
nos pontos em que o n ... bre deputado quiz'feril'-me. falta de meios, nsubordinação de c ..unarada; e em-
Sr, presidente, y. Ex. e a:. camara ouvirão baraços naturaes que esse rio no seu curso o!fe-
aqui o nobre deputado diz.)r .que a navE'gação do I·cce. li: demais, Sr. presidente, se eu tivesse de
Araguaya era c unico recurso para o futuro de censurar a directoria, que nessa i'egunda compa-
Goy"z ; que a de Tocantills era ulna utopia; e nhia era composta. de tres socios, não me diri-
que os presidios dI) Ar<lguaya tinh:lo sido. reti- giria sômellte a um melllbro della; e de pasila-
rados sem instrucçõ3s do governo imperial. Foi gem seja dito que mesmo neste ponto o nobre
o nobre deputalio contestado nestes pontos; nem deputada fui inexacto; mas o nobre deplltado.quiz
podia deixar desêl-o achando-me eu neste lu- adl'ede t(u-.::er os minhas expressões,.,
gar, conhecendo que o nobre deputado se achava O SR. SXLYEIRÃ. nA MOTTA: ...;. Não pr~ciso disto,
enganado, e sendo aquelles objectos negocio de basta tornai-as no sentido natu.ral. . .
n1inha província.
O meu discurso teve por fim espe.cinl chamar O Su. FLEURY: - .. , querendo emprestar·mo in-
a attenção do nobre ministro d? imperio para o tenções malignas que nunCll tive,. tortul'ando mio
·melhoramento das vias de communicação de que nh~s palavra,; para melhor ferir-mo, como d,'pois
tanto necessita a pl'ovincia que represento. Em o pretendeu. E o nobre deputado qlle disse ter
que docstei com isto ao nobre d.::putado? Ma:; eu classificado essa emprcza' de infeliz; quandO'
como cu não sei entender as cousas da maneira eu a denominei menos feliz qlle outra; tl o no-
porque o nobre deputado suppõe que devo enten- bre deputado que não entende as cousas como se
tler: como não ::s tomo pOl' verdadeiras só por- costuma entender.
que o magist,n- dixit, talvez o tivcs~c doestado A respeito da ultima companhia do que fui di-
sem querer; entretanto estou persuadido' que nüo rector tenho· a dizer que é falso o que disso o
fiz mais que restabelecer os factos, a verdade, a nobre deputado... .
verdade que costumo dizer Sem procul'arcircum- O SR. SILV1i:1RA. ,DA MOTTA., - V Jmos ,'êl'.
It,qnios muito pl'Ínci~almente quando de na posso O SR. FLEURY: -E' f liso quo nüo tives~e pres-
obter algum benefiCIO para o paiz. tado contas. . .
Refcrilido-me ás tl'es companhias que farão or-
ganisadas em G()~'az para a navegação do Ara- O SR. SILVEIRA D,4. MOTTA: - Nunca se pres-
guaya, disse que a' segunda tinha. sido menos tárão.
f('liz qne a primeira, .. O SR. Fi..EURY :.-Repillo esta inslnuação •. _
· O SR. SILVEInA DA l\10TTA: - Mais inf61iz que a O SR, SILVEIR,~ QA MOTl'A (elevando à.'Vo.:;) : -
primeira foi o que disse. .' Nunca se prestarão,. .
O Su. FLEUR\": ~ Menos feliz foi O que eu O SR. FLEUIl.Y: - Eu Íllnçaria semelhante insi·
disse, e lla de. constar do meu discllrsv impresso; nuação ao desprezo se não fosse emittida em um
disse que' t:nha sido menos feliz, e que os pre· recinto rcspeitavel como é a camara dos S1"S,
juizos tinhão' sido resultantes do mal removido .deputados.' .
lJa primeira pelo Dr. Rllfino. isto é, a insubor- O SR. SZL l'EmA DA. .1\fOTT.A : - Póde tOl·nar·se a
---dinaç1to dos camar" . .- restadas.
~. palavl'Ils forão entendidas m.uito differentemente
11elo nobre deputado; e scni porque o nobre de- O SR. FLEURY: - Eu não desceria a ddender-me
putado não as quizc!?se fntender? desta accusaçào se não visse que ·as palavl"3' do
Notou o llubre deputado não ter eu dado a nobre deputado, se não .podem qut.1imar a m:nha
mesma· denominação á expt-dic;iio da ultima com- l'eputaçã(), podem ao menos ennegrecer .. ,
panhia de que fui director, isto a, a denomina- O 'Sn. SlLVEtnA DA. MOTTA: - Ningul'm . trata
ção de D1UitO infdiz, d<ntminaçiio que Q nobre disto, nem tenho tal fim; IDas é facto, acompa·
· deputado se dignou emprestar-me, porque deUa nhia organisou-se lla muito tempo, c até a;~poC'A'l.
111iO mo servi; e aCCl'e8centou quo essa ultima em.que estive em GOy<lZ não se tinhãa pre:;tado
· companMa. foi fi mais infeliz, porque della ·nem con- contas. ..
TOMO 3: , -. . 32
250 SESSÃO El\1 25 DE JULHO DE 1854
o SR. PRESmE~TE: - Atten<,:âo ! REFORlU DA LEGrsL.\çIO I1YPOTHE('ARIA
O SR. FLEURY:- E' facto, Sr. presiuente (e
aqui está o relatorio que foi apresentado á as· O SR. NADUCO pede urgencia para apl'esentar
sembMa dos accionistas), que prestei contas: fez um proje.;to :í.cerca deste objccto. .
partEt dtlssa assc:mbléa o meu colleg,\ o Sr. CQnego Approvada a urgencia, o mesmo senhor remette
Leal. .• á mosa o seu projecto, que pede seja enviado
á com missão . especial de hypothecas. E coma
O SR. SILVEIRA DA MOTTA :- Vamos ver isto. ne:>ta com missão falta um membro, requer ao
U:t.h Voz .-E'uma questão toda. pessoal. Sr. presidente se digne nomear quem o sub-
O SR. FLEUIl.y:-E' questão pessoal, mas que stitua.
tende a ellnegrecer a minha reputação. Sou muito O Sn. 10 SECRETARIO faz a leitura do pl'ojecto
prompto a pagar o que devo; nunca flli citado que é o segui~te:
para pagar () que devesse; nunca fui incommo- « A assembléa geral legislativa decreta :
dado, chamado a juizo por mate ria desta· natu·
reza, por negar o seu a seu dono ...
TITULO I
O SR. SILYEIRA DA MOTTA :-Não está isto em
discussào. . Disposições ge)'aes
O Sn. FI.EURY: - O que está em discu~são é
isto: fui accusado de reter o dinheiro alheio; « Art. l. Não ha outras hypothecas 011 pri-
n
defendo-me com o relato rio que apresentei, que vilegios senão aqup.lles que a lei estabelece.
póde ser visto. Desserelatorj..> se vê que a com- (C $ 1.0 O pl'ivilegio ..tos navios regula-se pelo
panhia ficou alcançada em 300$, que depois codigo commercia!.
pagou-me. Nem eu era o unico director d;l. com- cc $ 2. 0 Nos regulamentos do governo serão
panhia; llavia um 20 directol' para. fazer as determinadas .as preferencias quando, sendo com-
minhas "ezes durante a minha ausencra ou im- meréiante o devedor commum, conconem credo-
pedimento; esse 2 0 director é o coronel.Joaquim l'es civis e comrnerciantes. ,
Rodrigues de Moraes, homem de muita probi- « $ 3. 0 Nào estão comprehendidos nas dispo-
dade, negoCiante muito acreditado. Eu prestei sições desta lei os immovei~ cujo valor não
contas a ã de lIarço. o nobre deputado chegoll exceder de 500$, os quaes se considerarão equi-
a Goyaz a tantos de· Abril. Como pois quer vir pArados aos moveis, e serão regidos pelas mes-
hoje ennegrec(ll' a minha reputação? Como quer mas leis.
tocar-me 110 lado em que sou in·vulneravel? De- « Todavia póde o proprietario annexar dous
safio ac> nobre deputado ou a quem se julgar ou mais immoveis de menor valor que o fixado
mais habilitado para provar-me o contrario. Estou neste paragrapho, com tanto que sejão situados na
nos 59 anuos do idade; sou conh'ecido pelos mesma comarca.
principaes commerciantes desta praça; comnier- « $ 4.0, A obrigação pessoal sujeita no con-
cio ha mais de 40 annos; e:ltretanto parece haver tl'acto todos os bens moveis; irnmoveis, direitos
empenho p,'esentemente em se mallchar o meu e accões; presentes ou futUl·OS.
credito na côrte •.. « Si 5.0 Os bens. do devedor süo a garantia
O SR. SILVEtR,\ D.\MoTTA:- E' .sonho seu. commum de todos os credores, e seu preço Serl\
por elIes rateiacIo, n menos que não bajiio causas
O SR. FLEURY:-Não, não é sonbo; aqui está legitimas de praf~rencia.
o discurso ·proferido pelo nobre deputado a 18 _« $ 6. 0 As causas legitimas de preferenci.l.
do corrente mez; aqui estão suas palavras. sao:
Vô pol~ V. Ex.; vê a cámara que o nobre « As bypotbeces.
deputado foi muito inexacto; mas estou que « Os privilegios.
nem a casa, nem o paiz hão de acreditar nas
simples palavras do nobre deputado. Pois ha TITULO II
de permittil' a camara que se levante um mem-
bl'O della para ·formar uma accusação contra outro, l)as hypothe.:as
seUl que I1presente provas, inventando fabulas,
baseando-se no-ouvi dizer, ouvi clamar? E por- ;( Art. 2. 0 A hypotheca é re~ulada BÓmentc
,que? Para que? Com que fim se fórma essa pela lei civil ainda que algum ou todos os cro-
accusação? dores sejão commorciantes.
Sr. pre,idente, rometto {O. mesa o meu reque- cc Ficiio de rogadas as disposições do codigo
rimento, espero que a cam~ra o approvarü, não do commercio relativas á hypothocas de bens do
por attenção ao que disse· o n.:lbl'c· deputado, raiz.
mas por attençãq á mes~a camara. cc § 1. o Só podem ser objecto do hypothecns:
E' lido o seguinte requerimento do nobre de- cc Os immoveis.
putado: . • cc Os accessoriOil dos immoveis com os mesmos
immóveis.
(C Requeiro que se peça ao govel'llo informa- cc Os escravos adherentes ás propriedades agrí-
ções da presid~ncia da provincia de Goyaz, se o colas •.
director da cumpanhia commercial do Araguaya . « A. emphyteusi ou dominio. directÇ).
ultim!1mente dissolvida prestou contas da respectiva «O domiuio util dos bens emphyteuticos inde-
ger~ncia; e quando? - Salva a redação. - P. 'pendentemente da licença do senhorio,
Fleury. » . . ' . « $ 2. 0 São accessorios dos immoveis, para o
O SR. PRESlDE:STE: - Foi vencida a urgencia fim do paragrapho antecedente, os instrumentos
unicamente para apresentar-se o requerimento, da agricultul'a, e os utensilios das {abriGas adt.c-
por consequencia entrará. em discussão em. dia rentes ao solo: .
proprio, salvo se não houver ninguem que peça « $ 3 o Fica derogado o privilegio estabelecido
a palavra, porque então se passará a votar sobre 'Pela lei de 30 dtl Agosto de 18~.
eilc. .- «, $ 4. o O preço que no caso de sinistro é
devido pelo segurador ao segurado fica subrogado
O SR. SJLVEmA. DA MOTTA: - Eu peço a pa- no lugar do immovel destruido, e o pagamento
lavra. ' será feito aos credores segundo a classe ou grão
O SR. PRESlDE~TE :-Então fica adiado pua ser em gue estiverem.
discutido no dia proprio. . « ~ 5, o Só póde hypothecar quem póde alioanar.
SEsslo E~l 25 DE JULHO DE 1854 251
« Os immoveis que não podem ser alheiados, ou casada segunda vez,- tendo herdado bens dos
não podem ser bypothecados. filhos do 10 matrimonio.
cc SI 6. 0 Ficão em seu vigor as disposições dos 0« Aos filhos s?bre os bens do pai que admi-
arts. 26 e seguintes do codigo commercial sobre nistrou os bens maternos ou. adveutícios dos mes-
a capacidade dos menores e mulheres casa,ias com mos filhos.
comffiel'cialltes para hypothecaL' os immoveis. cc A' fazenda publica geral, provinc:al,· munici-
« SI 7. 0 O dominio superveniente loevalids a pal, sobre. os bens dos seus thesourE'iros, col-
hypotheca desde o ncto da acquisição. - lectores, administradores, recebedores, elC.actores
cc SI 80 0 Não sô o fiador porém tambem o 30 prepostos,.loendeiros, contractadores, e fiadores:
podem hypcthecar seus bens· p~la obrigação « A's Igrejas, mosteiros, misericordias, e cor-
alheia. porações de mão morta· sobre os bens dos seus
cc ~ 9. Q Pôde o marido sem consentimelllo da thesoureiros, prepostos, procuradores ou syn-
mullier hypothecar os immoveis do casal em dicos. -
segurança dos contractos que lhe é permittido « Ao estado, e aos ofi'endidos-ou seus herdeiros
fazer, vertendo estes em utilidade do mesmo sobre os bens do criminoso_
casal. c( SI 1. o A mulheLo casada tem hypotheca legal.
«. fi 10. A hypotheca é: cc Pelo seu dote, e contr8ctos antenupciaes.
cc Privilegiada. (C Pelos bens parapp.ernaeso
« Legal. cc Pelo~ bens proveniente~ de herança, legado,
cc Convencional. ou doaçao que lhe aconteçao na constancia do
« "§ 11. A hypotheca privilegiada prefere á matrimoniO, se esses bens forem deixados, ou
legal- 01\ convencional anteri,)res ou posteriores; doados com a clausula de - não communicação.
a legal prefere a convencional posterior. cc SI 2 o· 03 dotes e contractos ante-nupciaes, e
CC ~ 12. As hypothecas legaes, ou convencionaes
sobre bens' paraphernaes não podem valet pal'a
entre si, re~ulão pela.. prioddade. _ com os terceiros sem estimação, ueterminat;ão
cc SI 13. A excepção das hypothecas doS' paes, da responsabilidade do marido, e especificação
mães, tutores, euradores responsaveis, e as dos dos immoveis a esta responsabilidade sujeitos.
criminosos (art. 40 SI Sol-que não forem especia- cc SI 3.0 03 contractos nnte-nupciaes, não con-
lisadas, nenhuma hypotheca goza de pre_ferencia stantes de escriptura publica. não expressos sobre
senão quanto aos bens á -que eUa se refere, exis· o valor da responsabilidade do maloido, e im-
tentes ao tempo do contracto. . moveis á ella sujeitos, não- inscriptos, ficão sem-
effeito paril. com os terceiros, e o casamento se
CAPITULO I consignará celebrado _conforme o rcgimem com-
mum. -
Das hypothecas p"ivilegiaàas cc § 4. 0 Os dotes, e doações por causa de casa-
mento, não constantes de escriptl1ra publica, não
cc Art. 3. 0 Têm hypotheca privilegiada: estimados, não expressos sobre o valor da res-
cc 1. o O vendedor sobre o immovel vendido para ponsabilidade do ma-rido, e immoveis li esta res-
pagamento do preço da venda. ponsabilidade sujeitos, e _não escriptos, não terão
cc Se tiverem havido -vendas· successivas, cujo effeito-· algum para com os terceiros.
preço seja ainda devido no todo ou parte, o lo cc Si 50" Tambem não terão efftlito para com os
vendedolo prefere ao 20 , o 20 ao (lo, e assim. tercoiros os dotes e doações entre vivos, as
successi vamen te. heranças e legados que com a clausula de-não
cc SI 2. 0 - O permutante pela differença do pl'eço commuuicação-a :mulher adquil'lr, se não forem
dos immoveis permutados, sobre o valor desses inscriptos.
illlmoveis. . cc ~ 6. 0 As hypothecas !egaes dos rosponsaveis
cc SI 3. 0 O que prestou dinheiro para compra, - da fazenda publica, e cOl'poração da mdo morta,
cQnstrucção, ou bemfeitorias do immovel, assim dos paes, mães, tutores, curadoloes, e criminosos,
como o que concorreu para construcção ou bem- são geraes, comprehensivas dos immoveis pre-
feitorias delle com mnteriaes, ou empreit<\das de sentes ou futuros, a menos quo não sejüo espa-
obras, sobre o immovel ou bem feitorias até seu cialisadas, determinando·se o valor da ruponsabi-
valor. lidade, e immovei3 á elIa sujeiws.
cc Os salarios dos obreÍL°os constituem pl'ivilegio cc Os °regulalÍlentos estabelecerá,õ a fôrma destas
pessoal (titulo 30 ). • . especialisaçõe~ .
cc Estas hypoLhec'ls valem s6mente se o em- « SI 7. 0 Não so considera dcrogado por esta. lei
prestimo de dinheiro, fornecimento de materiaes, o direito que ao exequente compete de prose·
c enlpreitada de obras constarem expressàmente guir a execução do Julgado contra OI.< aàqui-
de escriptura publica, e fór provadn r. sua eC- -rentes de bens dos condemnados, conforme está.
fectiva applicac;ào_ . - _ estl\belecido pelas leis do processo civil.
cc SI 4. 0 O coherdeiro pela garantia dos seus
quinhões ou reposições sobre o immovel ou im- CAPITULO III
moyeis para este fim adjudicados, ou que forem
aquinhoados no coherdeiro reponente. Da.~ hypothecas convencionaes-
« SI 5. o Os direitas por titulo de- dominio não
constituem hypotheca privilegiada, m lS sómente cc Art. r•. oA hypotheca convencional deve ser
dão lugar as acções de reivindicação e á evicção. especial; com quantia determinada, e sobre bens
« Os credores e legatarios têm direito ã sepà- pn se~t~s.
ração dos imm ° - •

o patlimonio do devedor. hypothecas geraes. e sobre


« Si 1.0 _ A hypotheca cqnvencional deve nomi-
CAPITULO n nativamente indicar o immovel ouimmoveis, em
os guaes elia- coDsiste,._ assim: como a sua si-
. Da hypotheca legal tuação e caracteristicos. .
(C SI 2." A hypotheca convencional comp~ehend6
" Art. 4.0 Esta hypotheca compete-: todas as bemfeitorilis que 8ccresceremao immovcl
cc A mulher· casada sobre os immoveis do ma-- hypothet.ado. -
rido. - cc ~ :3. 0 No caso de que o immovel ou. immo·
~ AQS menQres e pessoas semelhantes sobre os veis hypothecadQs pereção ou softrão deterio-
bens qos tutores~ c~radoresl e da. mâi tutora, ração, que os torne. insufticientes para segurança
SESSÃO EM 25 DE JULHO DE 185t
da divida,pódc Q credor demandar logo n mesma TITULO IV
divida ou exigir reforço da b,·potheca.
« Si 4, o Os contractos celebrados em paiz es· Dos onus "eaes
tr::mgeiro não produzem hypothcca sobre os bens
situados no Brazil, salvo os tratados. cc Art. 7.0 Só:nenta se cousiderão onus réaes:
« Si 5,0 QuandQ o credito fÔl' indC'terminado, a cc A servidão.
inscripção só poderá ter lugar com o valor es, cc O uso.
timativo que o credor e deve,lor ajustarem ex· « A habitação.
pressamen~o. « A nntichrese.
« SI 6. 0 A cscriRtura é da substancia da hypo· C( O laudemio.
theca convencional ainda qU'l privilegiadas scjão cc O censo consignativv que se havtlr<Í. sempre
as pesa·)as que a constituem. como remivel.
(C ~ 1.0 Os outr03 onus que o;; proprietarios
TITULO· I:~I

Dos pl'ivilegios
.. impuzerem aos seus predios se haverão como
pessoaes, e não podem prejudicar os cl'edores
bypothecarios.
(C Si 2.0 Os rereridos onu, reaes não podem ser

« Art. 6. 0 Os privilegios referem-se: oppostos nos credores hypothecarios se os titulos


respectivos nã,) tiverem sido transcriptos antes
« Aos moyeis. das hypotheca3.
« Aos imll1o\'cis não hypothecados. c( § 3.0 Quando a servidão fôr constituida pela
« Ao preço dos immoveis llypothecados depois prescripção, a transcripção será feit'\ sob dt:cla·
de pQ.gas a~ Jividas hypothccarias. ração J.o adquirente.
« ~ .1.0 TtllU privilegio geral na fórnl:L deste C( ~ 4.0 Os onus reaes passão com o immovel
artigo; com preferencia regulada pela graduação para o dominio do coml?rador ou successor. .
seguinte: C( SI 5. 0 Ficão salvos, mdependentes da inscri-
« N.·1. As despezas judiciaes do processo da pção ou transcripção, os impostos respectivos aos
execução. . ' imll1oveis.
(C N. 2 As despezas fuuel'arias não excedentes TITULO V
do 3 da 3-.
0

« N. 3. As despezns da ultima molestia do de· Do registl'o gel'al


vedor.
cc N. 4. Os sala dos dos criados e obreiros, res· cc Art. 8.0 O registt,o geral comprehende:
pecti.os ao ultimo semestre. cc A transcripção dos titulos de transmissão
« N. 5. O fornecimento para subsistencia do de· dos immoveis.
vedor e sua faruilia durante os ultimos seis C( A inscripçiio das hypothecas.
mezes. cc § 1.0 A transcripç1io e inscripção devem ser
C( N. 6. Os honorarios dos professores, respe·
ctivos ao mesmo tempo. . feitas no consernltori" das hypotllecas da co·
marCJ, ou comarcas onde forem os bens si·
C( N. 7. As pensões dos collegios, respectivas tuados. •
ao mesmo tempo. C( Si 2.0 As despezas da transcripção incumbem
« Si 2. 0 Tem tambem privilegio geral sobre os ao adquirente.
moveis: . (C As despez'\s da inscripçuo competem aO de·
« N. 1. O alcarice dos pais, mãis, tutores, cu- vedor.
raUQrcs e respollsaveis quando não fôr especia-
lisada a responsabilidade uu não hOUVlll'CUI, ou CAPITULO I
não bastarem os immo\'eis (art. 40 ~ 80 ) • •
Da tl'anscl'ipç,10
{( ~. 2. A responsabilidade do marido quando
elIe não tiver lmmoveis, ou quando o dote, con- cc Al·t. 0. 0 A trRnsmi,,;;üo entro vivos pOl' titulo
tractos ante-nllpciaes e paraphernaes nno sujoi- OllcrvSO ou grlltuito dos bens susceI?Li\'ois de
tarem os immoveis do marido. (Art. 40 .) hypotheca (art. 2 0 Si lo) Ilssim como a lnstilnic;iio
« ~ 3. 0 Tem privilegio especial restl'icto só- dos OIlUS reaeil (art. 7°) nuo opcri"L,) sell,,; clTdt'lS
mente: a respeito dos terceiros senão pela transcripçüo
« N. 1. 0:1 que vender~m objectos fiados, se e desdi! a dat\ uo.llla. .
estes nind,\ niio estão confundido;:; com outros- cc Si 1.0 A. tl':\nscl'ipc;ão serlÍ pOl' extl'ncto, salvo
taos-do compndo, sobre o valor desses objecto.•. querendo a pal·te que ella seja do verbo nd
c( N. 2. Os que prestárão dinheiro, trabalho, verbum (Si Gnj. .
ou matcria prima para . acquisição,. r.onsel'\'ação c' ~ 2.0 A tr:l.nsmissiio dos immoveis só teril
oU: sal \'ação da co usa, sobre o valor della, lugar por escriptura publica, sob pena de nulli-
« N. 3. O colJerdeiro, credor, e legatario, no dade. .
caso do art. 30 $~ 4" e 50 in fine. (C ~ 3. 0 Esta cscriptun só póde ser felta por
« N. 4. O locador do predio fructifero, e o tabellião, pena de nuUidade.
senhorio do prazo, pela renda, ou foros devidos, C( Si 4. 0 E' nuHa a escriptura, em a qual não
nos tructos do lllesmo predio, pendentes ou reco- (ôr inserta n nota da trallscript;.ão, como se pra·
lhidos. ' tica a. respeito dos conhE'cimentos da sisa.
C( N. 5. O locador de casas pelo aluguel sobre , cc SI 5.° Para e~se ·fim o tabeUiiio antes de es·
o valor dos trastes que nellas se acharem. crever a escriptura d:U:l as partes para ser le-
« N. 6. O credor do' pellhor sobre valor do -vada 3,0 conservatorio das h)cpothecas uma minuta,
objecto penhorado. ·contendo os 1I0111'?S e domicilio dos contractantes,
cc N. 'i'. O depositario sobre o valor do objecto a situação e caracteri~ticos do immovel, titulo
depositado. do dominio, e condi~ões substanciaes do con·
« Si 4.° Os moveis passão para o poder de 30 tracto; feita a tl'Rllscripção e devolvida pelo
sem onus algum. consel'va'lor a nota deU", o tabellião lavrará o
« Exceptuào-so os accessorios dos immoveis cOlltracto, e nelle lançará de ycrbo ad verbum
. ou escravos. com eUes hypothecadcis. (Art. 20 SI lo). a referida Ilota.
c, Si ~"." Os regul-lmentos dQ gover,lo determi- C( § 6.0 Quando as partes quizem a transcripção
nar.iõ a fórma, e prova. dos privilegios; assim dos sel15 titulos de verbo' ad verbum, esta se
como a pl'eferellcia delles, concorrendo os gemes fará em livl'OS auxiliares, ao qual sera remissivo
com os especi~es. o dos c~tractos; porénl, nesta e não naqueUes
SESSIOEJ\I 25 DE JULHO DE ,1~54 253
~i qu~ ~e npontaráõ a.s cessões, e qu~esquer (C O mesmo. adquirente_
mscnpçoes, e occurrenclas. « § 7. 0 Não send,) requerida. á licitação, o Pl'eço
« Si 7.0 A transcripção uão induz a prvva elo da alienação 'lU aquelleque o a.dquirente pro-
dominio qne fica salvo a quem fôr. puz~r, _se ha:rerá por definitiva~ente fixado para
« Si 8.0 Qllundo os contractos de transmissão re!ntssao do. unmovel, que ficara. livre de hypél-
de i,llmoveis, que. forem transcriptos, depende- thecas, pago. 011 depositado o. dito preço,
rem de condições, estas se não haverão por cum- « Si 8. 0 O ad luirente, que soffrer a des~pro­
pridas ou res,)l vidas para com os 30s se não priaçào do. 'immovel ou pela pellho.l'a, ou pela
constarem do registl·o. . licitação; que pagar ;]I> hypotheea; que pagaI-a
« Incumbe portanto ás pessoas interessadas por maior, preço. que o da alienação por causa
['lur escrever á margem da transcripção a de- da adjudicação ou da licitação.; que supportar
claração do implemento do contracto ou con- custas, e despezas judiciaes, . têm acção regres-
'dí~'ões, fundada ('m documento legal. siva contra o vtlndedor.
« SI !:l.o A licitação nio póde exceder ao de-
CAPITULO II cimo da avaliação.
(C SI 10. A remissão da hypotheca tem lugar
Das insc"ipções das hypothecas. ainda ::ão sendo yencida a divida,
(C SI 11. As hypothecas legaes não especialisadas
cc Art. 10. A fórma da inscripção, quaes as não são remiveis senão quando pela prestação
pessoas que podem ou são obrigac!as a r~que­ de contas fôr determin ldo o valor da respon-
rêl-a, e as penas em que estas incorrem serão sabilidade.
detel"minadas no regulamento do governo. « A byp:>theca legal especialisarla ~ remível na
cc Si 10 As hypothccas não inscriptas não deixão fÓl"lua deste titulo, figurando pÜ:1S pessoas a
de ser hypoth8cas, salva a expressa disposição que etlas pertencem, aquella, <lue pela legislação
da lei, Ill!\S sómente terão vigQr para com os em v:gor ferem competentes.
30s de~de a data da inscripção. ,
(C Si 2 0 As inscripções valem po'r 30 annos, e TITULO VII
cessão se antes da expiração deste prazo não
são renovadas.' Da extincção das hypothecas
« Si 3. 0 Á inscripção das hypothecas do orphão,
'c da mulher casada fica sem etreito um nnno « At't. 13. A llypotheca se extingue:
depois da cessação da' tutela, e da morte, ou « ~ 1.0 Pela. extincção da obrigação priucipal.
sep'll"ação da mulller, sa1\'0 ha\'úndo questão pen- cc Si 2.0 Pela destruição da causa hyp(\tllecada,
dente. salva a disposição <lo art. 2" SI 30 •
TITULO VI cc ~ 3. 0 Pda renuncia do credor.
(I ,;, Lo Pela remissão.
Dos c(fIJitos elas hypothcr:as c sua ,'cmissão <, _\ : ,rlilscripção da hypotheca não póde ser
ind"penJente, e di"el'sa da prescripção da obri-
cc Art. 11. A hypothecn ri indisi\'el, atrectn. o ga<,;ào principal. '
immovel ou imtno\'cis respectivos, integralmente
ou em caua UIll:l uas suas partes, e os aCOlll- TITULO VIU
panha, por qunlquer poder que passa.
~ 1.0 Até a transcripçüo 'do titu:o da tmnsmis- Da cancc:llaçtio elas transcripçücs e inscripçõIJs
süo todas as aCçÕI\S silo competentes e v:lli,las
contra o proprictario primitlYO, e oxeL}uÍ\'ois cc Art. 1-1. A callcellação tem luglr por co.n-
contl·Q. quom 11ul:r quo fuI' o det')l1t')r. vcn\:iio das partes e sentençn.s dos juizes e dos
li ~ 2." Ficão derugadtls: tl'ibunnes.
cc :\ t'xcepçiio do execução. CI § 1.0 A c:mcclla~üo será ueterminada. pelos
li A I'uculdndo do largar n hypothoca. juizes c tribunacs qunndo n tran~cl"Ípçii.o, cu inscri-
cc ~ ;j o Se 110S 30 dias depois da lr:mscripçiio pção versar sobro
o ad'luironto l1:io notifIcar nos cl'edores hypo- cc Titulo falso.
thocarios para 1\ remissão da hypotheca, 1ica cc Titulo lIuHo.
OUI"ij:{!Iuo: u Titulo caduco.
C( A's ncçõos quo contra eUo propuzerem os 01'0- C( § 2. 0 Quando a inscripçiio fuI' feitl\ sem as
d01·tlS hypothocnrios pa1"3 indp,mnisaçiio de perdas'· fómlUlas suustanciao~, que o regulamento deter-
o dnmnos. minará, ou com falsidade ou erro •.
cc A's cllstas, e despezas judiciaes.
(C A' tlitrel'ell<;a do preço da avaliaçilo c adjll- TITULO IX
tlicação :;e esta ho.uver lugar. .
cc O immovel será penhorado e ,"endldo por Da publicidade das hypothecas
conta do mosmo. proprietario, ainda que elle
queira pagai' ou depo.sitar o. preço da ycnda, e c( AI·t. 15. A publicidade consiste:
avaliação., salvo se os credores consentirem, ou « Na transcripção des titulos dtl tnnsmissão dos
o p!'eço da aliénação ba"tar para o p'lgamento imlUovois sllsceptives de hypotheca.
da hypotheca. C( ~'h inscripç~io das hypothtlcas.
« A amliação nU!lca será menor que o preço cc Nas certidões de tm!lscripção, e inscripção que
da venda. ' o conscl'vador deve dar ás peS$OlS interessadas,
Si 4.° Se o adquirente quizel' garantir-se contra sendo ()SS;J.~ certidões por tC·.lr, ou extrolcto co.m')
o. etreito da ext:lIssão da hypotheca, notificará
judicialmente aos credores hypothecarios o. seu . elIas quIz\lrem.
contracto, decl.n-ando o preço da alienação.. ou TITULO X
outro maior para ter 1tigat' a remissão.
tc A no.tificação será filHa, no domicili,) inscripto, Dos conservadOl'es
ou Ror editos, se o. credor ahi se não achat',
a ~ 5. 0 O credo.r no.tificado pode requerer n{) , cc Art. 16. O registro das bypothecas lica ã .cargo
prazo assignado para o.ppo:;jçiio que o immovel de 1111 empregado no,uendo pelo governo Impe-
sej a licitado. rial, com a de.10111inação dec(mSerVAdor,
« Si (i.o São. admittidos á licitar: cc § 1.0 O gO\'erno d~ter,nill,\l";l a rórmJ1 da ros-
« Os credores hypoth'Jcnrios, pons;\bilidado civil e crimina.l destes emprf1g~dos;
~( Qs fi~dQl"é~~ a3 pena:; disciplinares CUl que iucorreul; e orga-
254 SES8ÃO EM,25 DE JULHO DE 1854
nisar! a tabella dos emolumentos que lhes com- aül1 seus effeitos e privilegios pelas leis sob as
petem. ' quaes forão celebradas.
« § 2.° O conservador será nomeado por titulo « Art. 20. Ficão derogadas, etc.
vitalici(,. I( Camnra dos df\putados, 25 de Julho de 1854.
« ~ 3. 0 Os cOllsenadores, além do registro -José Thomaz Nabuco de Araujo. »
geral que fica á seu cargo, serão os escrivães O Su. PRESIDENTE :-E' remettida á com missão
privativos das bypotbecas. especial !.la fôrma pedida pelo Sr. deputado Na-
li ~ 4,0 Os cOllservadorcs podem ter á sua dis- buco, Nomeio pau preencher a falta que se' dá.
posição os escreventes juntmentados Que a amuen- nesta commissão o Sr. Rodrigues Silva,
cia dos trabalhas exigir. O SR. BARR~;TO PEDROSO (pela ordem) pede que
« Estes escreventes são habilitl1dos sob a mesma
responsabilidade do conservador para todos os que u projecto seja impresso no Jornal do Com-
actos da conservatoria, comtallto que sejão sub- merdo.
scriptos e assignados pelo dito consel'vadClr. O SR. PRESIDENTE responde que a mesa pro-
videnciará. a tal respeito,
TITULO XI
ORDEM DO DIA
Das cessões Olt sub rogações
LOTERTAS
« Art. 17. O cessionario do credito llypotheca·
rio, ou fi pessoa validamente subrogada no dito São approvadl.ls sem debate em 23 discussão
credito', exerceráõ sobre o immovel os mesmos os seguiutes projectos:
direitos que competem ao cedente ou subrvgante, 1.0 Concedendo 4 loterias para a conclusão das
e tem o direito de fazer inscrever á margem da obras tia matriz'de S, José do Récife. '
inscripção principal a cessão ou subrogação. 2.0 Concedendo 2 loterias para a conclusão, das
obras do hospital da santa casa da misericordia
TITULO XII da viUa de Valença, pl'ovincia do Rio de Ja-
neiro,
Das acções hypothecarias 3,0 Concedendo 2 .loterias ao hospital de cari-
dade da cidade de Jacarehy, provincia de S. Paulo,
(C Art. 18. O governo determinará a fórma e o €i 2 ao hospital de caridade da cidade da Cam-
processo das' acçües bypothecarias sobre a" se- panha,
guintes bases:
« Si 1.<> A conciliação será posterior. UEFOmIA. DA. ACADEMIA. DAS BELLAS'ARTES
cc ~ 2. 0 A aeção será executiva, dirigida contra
o devedor ou adquirente (art. 11) b contra o her- Entra 'em d;iscussão a questão de preferencia
deiro que estiyer na posse do immovel sem de- entre os projectos ns. 81 de 1853 e 30 de 1851 que
pendencia de h;lbilit'lÇão. tl'atão deste objecto, '
C( ~ 3,0 A execução sera na fórma do processo o Sr. Pau1a Fon.seca.: - Não eompre-
commercial (Decret() 11. 7:37 de 25 de Novembl'o hendo bem o que V. Ex, deseja. Parece·me que
de 1850), em tudo que fôl' applicavel. ' . devia pôr-se em discussão um dos projectos, o
cc Si 4(0 Os bens especialmente llypothecadlls só segundo a sorte delle, isto é, se passasse, ficava
podem ser executados 1'e)os cl'edores d~ llypo- ipso facto rejeitado o segundo, e se não passasse,
thecas games (art. ,1,0 § 6. 0 ), depois da execução era signal que a eamara preferia o segundo .•.•
dos outros bens elo devedor COllllllum. O Su" PRESIOÉNTE: - Quando ha mais de um
projectu sobre o mesmo aS5umpto, determin', o
TITU LO XIII regimento que baja uma questão prévia de pre-
f<.ll'cncin, e que aquelle qlle fôr preferido entre
logo em discussiio.
O SR. PAULA. FO~SEC.": -Pela minha parte de-
cc Art. lU. O governo é autori<;ado a reformar claro que prefiro o pl'ojecto que dá uma autorisão
sobre as bases detiul. loi .) systcma hypothecario mais ampla ao governo, porque Qntendo que a
actual. 'necessidaae da academia das Bellas-Artes, atten-
(C Podendo rev"sal' as leis incompativcis com dendo·se á época 'de toda a reforma, de todo o
o mcsmo systcDla. melhol'amento , não consiste sómente na falta
« Podendo impôr nos regulamentos a prisão até dessa cadeira que um 'dos projectos manda pre-
tres mezes. e mulla até 2005000. enchel', existem. outras faltas que o projecto mais
cc SI 1. 0 O governo ueterminará em regulamento amplo poderá 'remediar. Voto ~ois por este pro-
transit,orio, a fôrma e prazo em que as partes jecto, tInto mais quanto por elie tenho já. certeza
inieressndas poduráõ especialisar as llypotheeas de que qualquer que seja a reforma nunca á des-
geracs, e sobre bens futuros existentes na data peza excederá a 5:000~OOO.
desta lei. ,
cc !\i 2. 0 Det.,rminará tambem o prazo e forma- Julga-se discutida a questão de prefel'encia, é
lidades para inscripção das hypotheeas privile- preferido o pl'ojecto que autorisa o governo para
giadas ou legaes, existentes em tempo desta e reformar a academia das beUas-artes, não exce-
por ella abolidos. dendo a despeza a .5:000~000.
« Esta inscripção será feita em livro pr(lviso- o Sr. August.o de 01iveira: - Tenho
rio, que serã encerrado logo que W\' findo leio escrupn 10 em votar por este projecto; entendo
prazo legal. que elIe está em manifesta contradicção com os
cc O etreito da não inseripção será o de não principios de 'economia proclamados pelo governo.
valerem as ditas hypothecas para com os ter- O governo tem-se opposto a medidas, que têm
ceiros. ' um fim muito mais util do que o do projecto,
(C SI 3. 0 Determinará finalmente o prazo em que e isto por principios de economia, e o projecto,
devem ser inscript8s peIn fôrma de~ta lei a~ como a enmara v6, traz eomsigo augmento de
hypotheeas que ella mllntêm e obriga á inseri- despezn. Om, se são verdndeit·os, como devem
pção. ser, esses principios proclamados pelo governo,
~ SI 4:~ As hypo~hee~s ex!stentzs ao ~mpo desta ~c siio fundados os receios que tem o governu
• • • ''''0 eceita do estado

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