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RESUMO
1 INTRODUÇÃO
Surgiu no século XVII para o ensino das línguas clássicas, latim e grego, no
contexto escolar. Neste sentido vale ressaltar que este estudo era destinado a grupos
grandes de alunos com idade próxima e homogêneos em relação à formação prévia
e conhecimentos, filhos da elite social da época.
Já no século XIX, o método passou a ser utilizado para o ensino do inglês e
francês, desta maneira, além de abarcar o respaldo da tradição escolar, também trazia
consigo o prestígio das línguas clássicas.
Não existe uma teoria concreta em relação a este método, seja no campo da
linguística, seja no campo da psicopedagogia. No entanto traz alguns preceitos e
constatações, a saber: a língua é um conjunto de regras e o ensino consiste em
transmitir estas regras; a aprendizagem é fruto de esforço, de treinamento intelectual;
o objetivo de aprender uma língua estrangeira é ler a literatura escrita neste idioma;
os conteúdos das aulas são baseados na gramática e o vocabulário é memorizado a
partir de uma lista de palavras com sua respectiva tradução; o professor é o modelo e
autoridade e o aluno é receptor passivo; os materiais são sagrados e cada aula deve
seguir o ensino do conteúdo na ordem que nele está; os exemplos de utilização da
língua são artificias, descontextualizadas e não possuem ligação com a realidade; a
gramática é aprendida de forma dedutiva e as explicações são feitas na língua
materna do aluno; a prática oral é limitada em voz alta frases e orações escritas; o
erro não é tolerado.
Já as atividades de sala de aula se limitam a apresentação de regras
gramaticais e sua exemplificação e depois, feitura de exercícios de tradução
(KRÜGER e PARISE, 2007).
De acordo com o exposto, percebe-se que neste método a língua é aprendida
para traduzir e não para ser falada e que não existe interação entre alunos e professor.
Não existe comunicação real.
A valia deste método encontra-se no fato de que é fácil aplica-lo em turmas
grandes com esforço mínimo do professor. Por mais que possa parecer tedioso, existe
um alinhamento que permite organização e rotina, consequentemente, isso traz uma
sensação de segurança.
Este método segue sendo empregado em diversos contextos, quer seja o
escolar, universitário ou até mesmo em cursos livres de idiomas. E, ainda que este
método não seja o aplicado no ensino a língua materna sempre será ponto de
referência na aquisição de um novo idioma e por isso, traduzir, sempre será um
recurso possível.
Entretanto, o uso deste método não oferece ao aluno o domínio do idioma, pois
saber regras gramaticais e palavras decoradas não seria suficiente para tanto. Críticas
a este método já eram ouvidas no final do século XIX pleiteando uma mudança radical
no ensino de idiomas, afinal, não poderiam continuar ensinando uma língua moderna
nos moldes antigos que eram ensinadas as línguas clássicas (MANCERA e
MARTÍNEZ, 2017).
Após a decepção causada pelo radical método direto ou natural surge ainda na
primeira metade do século XX, depois da primeira guerra mundial, o Método ativo,
propondo o ensino baseado nos eixos entre a língua oral e a língua escrita e entre a
gramática e a conversação. Propunha a mescla de técnicas utilizadas nos dois
métodos anteriores.
Ocorre que por conta da segunda guerra mundial surge a necessidade da
aprendizagem de línguas por parte dos americanos (trabalhadores e interpretes) de
diversas línguas estrangeiras num curto espaço de tempo. Para tanto desenvolveram
um treinamento baseado em um método já utilizado pela Universidade de Yale para o
aprendizado de línguas indígenas da América. Este se dava com instruções recebidas
por um nativo durante dez horas por dia, seis dias por semana. A técnica se baseava
na repetição de uma oração de estruturas básicas, depois eram acrescidos ou
trocados alguns elementos para a formação de uma nova estrutura. O método
funcionava por conta da quantidade de horas de estudos.
Após a guerra o método foi esquecido até um novo fato histórico: o lançamento
do Sputnik em 1957. Rússia lança o satélite no espaço e os Estados Unidos passaram
a se sentir a margem dos avanços científicos. Isso fez com que o método voltasse a
ser utilizado, mas desta vez guarnecido de teoria e nominado como áudio-oral.
França e Inglaterra não aceitaram a teoria americana e criaram suas versões,
mas mantiveram princípios linguísticos e psicopedagógicos, chamando-os de
estruturalismo, análise contrastiva e condutismo.
O estruturalismo (1933) – com critérios empíricos, intenta descrever as
características de cada língua a partir da observação da língua falada atual. O linguista
descobre e descreve indutivamente as caraterísticas formais da língua. Assim, saber
um idioma seria dominar unidades básicas da língua e as regras que determinam
como combinar estas unidades, estruturando-as para formar uma oração (unidade
superior).
A análise contrastiva – baseado na análise sistemática de duas línguas para
estabelecer diferenças estruturais. Assim, determinados os pontos divergentes se
pode prever e tratar os erros.
O condutismo – pautado na crença de que o aprendizado de uma língua
estrangeira é programável se os bons hábitos são estimulados e premiados e os maus
ou errados são reprimidos. A aprendizagem se produziria sequencialmente através de
estímulo – resposta – reforço. O estímulo impulsiona uma conduta (resposta) que
deve ser avaliada como apropriada ou inapropriada e consequentemente será
repetida ou suprimida futuramente (MANCERA e MARTÍNEZ, 2017).
Três métodos estruturais foram estabelecidos a partir desse processo de
transição. São eles: áudio-oral, estruturo-global audiovisual e situacional.
2.2.3.1 Método áudio-oral
Muitos métodos surgiram na década de 70, principalmente nos EUA. Era uma
época de inovações e experimentações. Muitos deles romperam com o
tradicionalismo. Como exemplo, o método suggestopedia, onde os alunos adotam
uma nova identidade para ficarem livres de bloqueios e limitações, a aula acontece
com música barroca tocada ao fundo para acalmar ondas cerebrais e facilitar o
aprendizado que se dará inconscientemente e sem esforço. Outro exemplo é o
Método silencioso, onde não há correção. Também a Aprendizagem em comunidade,
onde os alunos dizem o que querem aprender. Outro seria o da Resposta física total,
baseado em ações, o professor dá ordens o os alunos executam.
Estes métodos foram agrupados com a terminação Humanistas, pois estão
relacionados às condições de aprendizagem e bem-estar do aluno e não tão ligados
à linguística. Os mesmos somente encontram aplicabilidade em grupos pequenos
(MANCERA e MARTÍNEZ, 2017).
2.4 PÓS-MÉTODO
3 CONCLUSÃO
4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
PAIVA, V.L.M.O. Como se aprende uma língua estrangeira? In: ANASTÁCIO, E.B.A.;
MALHEIROS, M.R.T.L.; FIGLIOLINI, M.C.R. (Orgs). Tendências contemporâneas em
Letras. Campo Grande: Editora da UNIDERP. 2005. p. 127-140. Disponível em:
http://www.veramenezes.com/como.htm. Acesso em: 30 de outubro de 2019.