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HTLV Sobre
HTLV Sobre
O HTLV (vírus T-linfotrópico humano) é um vírus que pertence à mesma família do HIV, o vírus causador
da AIDS. Ele atinge os linfócitos T, ou seja, as células de defesa do organismo. Neste vídeo, o Dr.
Bernardo Almeida, médico infectologista explica o que é o HTLV.
O subtipo I é o mais perigoso e está relacionado a doenças neurológicas degenerativas graves e doenças
hematológicas, como a leucemia e o linfoma de células T do adulto.
O HTLV é uma IST, ou seja, uma Infecção Sexualmente Transmissível. Desta forma, o vírus é transmitido
principalmente através da relação sexual desprotegida, sendo que a transmissão por meio do sexo é
mais ocorre com mais frequência do homem para a mulher.
Também pode ser transmitido por transfusão de sangue e compartilhamento de seringas e agulhas por
usuários de drogas.
Outra forma de transmissão é a vertical, que ocorre da mãe para o filho durante a gestação, parto ou
aleitamento materno. A transmissão do vírus por meio da amamentação ocorre em 20% a 30% dos
bebês amamentados por mães infectadas. A transmissão intrauterina ou no período periparto (período
que vai desde o último mês de gravidez até cinco meses após o parto) ocorre em menos de 5% dos
casos.
A maioria das pessoas infectadas pelo vírus – cerca de 90% – não desenvolve sinais e sintomas ao longo
da vida e, desta forma, mantém uma cadeia de transmissão silenciosa.
Cerca de 10% das pessoas que têm o vírus apresentarão doenças relacionadas ao vírus, dentre as quais:
Dermatite infecciosa;
Artrite;
Tireoidite;
Cistite e Prostatite;
Vasculite;
Neuropatia periférica.
A mielopatia é uma doença crônica progressiva que compromete a medula espinhal. A doença ocorre
mais em mulheres com idade superior a 40 anos, em uma proporção de três mulheres para cada
homem.
Os sintomas incluem paraparesia espástica (fraqueza gradual com espasmos musculares nas pernas),
incontinência urinária, dor na região lombar, entre outros.
O que é a leucemia de células T do adulto?
A ALT é a primeira doença humana identificada como causada por um retrovírus. É uma doença
maligna das células T periféricas, associada à infecção pelo HTLV-1. Essa forma de leucemia não
responde à quimioterapia e é, geralmente, fatal. A doença ocorre em aproximadamente 5% das pessoas
infectadas.
A uveíte é uma doença inflamatória que atinge os olhos. Os estudos de uveíte associada ao HTLV-I,
descrevem como sintomas característicos, “moscas volantes” e embaçamento visual.
Como grande parte das pessoas não desenvolve sintomas ao longo da vida, a maioria só descobre a
doença por acaso, quando vai doar sangue, por exemplo.
Doação de sangue.
A maior parte das pessoas descobre que tem a infecção após fazer doação de sangue.
A testagem dos doadores de sangue é uma estratégia obrigatória do Ministério da Saúde e foi adotada
em 1993.
O diagnóstico do HTLV é baseado na detecção de anticorpos específicos por meio dos seguintes exames:
Quimioluminescência;
Caso o resultado de algum destes testes seja reagente, ou seja, positivo, é necessária a confirmação, que
poderá ser realizada pelo teste de Western-blot, INNOLIA, reação de polimerase em cadeia (PCR) ou
imunofluorescência indireta.
O Western-blot e a PCR, além de confirmatórios, permitem diferenciar se a pessoa está infectada pelo
subtipo I ou II.
A infecção não tem cura e também não há tratamento específico para a mesma. No entanto, o risco de
doença associada ao HTLV é baixo. Como vimos, cerca de 90% das pessoas infectadas não apresentam
sintomas.
O tratamento depende da doença relacionada. No caso da ALT, que citamos anteriormente, são diversos
os protocolos de tratamento descritos, dentre eles os que empregam quimioterapia, zidovudina
(AZT)/interferon-α (IFN-α) e transplante hematopoiético de células-tronco.
Não existe vacina preventiva para a infecção. Sendo assim, as medidas de prevenção são as mesmas
para evitar outras IST: uso de preservativo (masculino ou feminino) nas relações sexuais e não
compartilhamento de seringas e agulhas. O preservativo está disponível gratuitamente na rede pública
de saúde.