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FACULDADES INTEGRADAS CAMPOS SALLES

ELIANA BARBOSA DE SOUSA


NATHALIA PEREIRA DA SILVA
ROSIVANIA DE ALMEIDA OLIVEIRA
RUTH LUCIANE PEREIRA DA SILVA
VALNEIDE NERY DE JESUS SANTOS

DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM: O
TDA NA ESCOLA COMUM

SÃO PAULO
2022
2

FACULDADES INTEGRADAS CAMPOS SALLES

ELIANA BARBOSA DE SOUSA


NATHALIA PEREIRA DA SILVA
ROSIVANIA DE ALMEIDA OLIVEIRA
RUTH LUCIANE PEREIRA DA SILVA
VALNEIDE NERY DE JESUS SANTOS

DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM: O
TDA NA ESCOLA COMUM

Projeto de TCC apresentado à disciplina de


Investigação Didática, do 8º semestre do Curso de
Pedagogia das Faculdades Integradas Campos
Salles, como exigência parcial para aprovação na
disciplina.

Orientadora: Prof.ª Neide Esperidião

SÃO PAULO
2022
3

FOLHA DE APROVAÇÃO
4

DEDICATÓRIA (OPCIONAL)
5

AGRADECIMENTOS

Agradecemos a Deus por nos permitir chegarmos até aqui e que irradiou nossos
corações de entendimento e contribuiu com a nossa convivência.

Somos gratos aos nossos familiares/amigos, por toda paciência, parceria e amor,
por compreender nossos momentos de estresse e ausência, que muito contribuíram
para a execução deste trabalho.

Aos companheiros de sala deixamos nossa imensa gratidão por toda contribuição
em vários momentos de adversidade.
6

EPÍGRAFE

“A escola não transforma a realidade, mas


pode ajudar a formar os sujeitos capazes de
fazer a transformação, da sociedade, do
mundo, de si mesmos…”

(Paulo Freire)
7

RESUMO

O Transtorno de Déficit de Atenção é comum na infância e pode ter um impacto


significativo sobre o desenvolvimento posterior, acompanhando o indivíduo até a
vida adulta. É um transtorno neurobiológico de causas genéticas, que vem se
expandindo muito em pesquisas teóricas.
Quanto ao diagnóstico, o ideal é que seja feito precocemente, pois irá garantir um
resultado positivo no seu tratamento, permitindo à criança ter uma melhor qualidade
de vida. A pesquisa apresentada tem como o objetivo geral analisarmos a relação
escola, professores e família na inclusão da criança com características do
Transtorno de Déficit de Atenção, buscando à luz dos referenciais pedagógicos
como Mazzotta 1987, Salamanca 1994, Mantoan 2004 entre outros propor reflexões
e contribuições para melhoria do processo. Tivemos como objetivo específicos
identificar o nível de conhecimento dos professores sobre o TDA, bem como verificar
as estratégias que a família e a escola utilizam para incluir essa criança socialmente.
Através dos dados coletados na pesquisa tipo exploratório qualitativa com aplicação
de questionário, constatamos que os professores não possuem conhecimentos
suficientes sobre TDA, assim como não possuem conhecimento necessário sobre a
inclusão e como ela deve acontecer. Partindo desses dados,buscamos oferecer aos
sujeitos da pesquisa e interessados no tema, um embasamento teórico que possa
auxiliá-los no trabalho com crianças com o transtorno. Acreditamos que, para a
criança ser incluída no ambiente escolar, será necessária uma intervenção
pedagógica bem planejada com a participação efetiva dos pais a fim de que essa
criança consiga se desenvolver afetivamente e socialmente. Procuramos mostrar
que docentes e pais podem de maneira eficiente e necessária auxiliar na
reintegração dessa criança aos grupos sociais e possibilitar a estimulação e
valorização do seu aprendizado.

Palavras-chave: TDA; Inclusão; Transtorno; Escola


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ABSTRACT

Attention Deficit Disorder is common in childhood and can have a significant impact
on later development, following the individual into adulthood. It is a neurobiological
disorder of genetic causes, which has been expanding a lot in theoretical research.
As for the diagnosis, the ideal is to be done early, as it will guarantee a positive result
in your treatment, allowing the child to have a better quality of life. The research
presented has the general objective of analyzing the relationship between school,
teachers and family in the inclusion of children with characteristics of Attention Deficit
Disorder, seeking in the light of pedagogical references such as Mazzotta 1987,
Salamanca 1994, Mantoan 2004, among others, to propose reflections and
contributions for process improvement. We had specific objectives to identify the
level of knowledge of teachers about ADD, as well as to verify the strategies that the
family and the school use to include this child socially. Through the data collected in
the qualitative exploratory research with the application of a questionnaire, we found
that teachers do not have sufficient knowledge about ADD, as well as they do not
have the necessary knowledge about inclusion and how it should happen. Based on
these data, we seek to offer research subjects and those interested in the topic a
theoretical basis that can help them in working with children with the disorder. We
believe that, for the child to be included in the school environment, a well-planned
pedagogical intervention with the effective participation of parents will be necessary
so that this child can develop effectively and socially. We seek to show that teachers
and parents can efficiently and necessarily help in the reintegration of this child into
social groups and enable the stimulation and appreciation of their learning.

Keywords: ADD; Inclusion; disorder; School


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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS (OPCIONAL)

AEE– Atendimento Educacional Especializado


ABDA– Associação Brasileira de Déficit de Atenção
BNCC– Base Nacional Comum Curricular
CF– Constituição Federal
DDA– Distúrbio do Déficit de Atenção
LDB– Lei de Diretrizes e Bases
LDBEN– Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
NEE– Necessidades Educacionais Especial
MEC– Ministério da Educação
PPP– Projeto Político Pedagógico
TA– Transtorno de Ansiedade
TDA– Transtorno do Déficit de Atenção
TDAH– Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade
TICs– Tecnologias de Informação e Comunicação
10

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 11

1.1. EDUCAÇÃO INCLUSIVA NA REDE REGULAR DE ENSINO 12

1.2. POLÍTICAS PÚBLICAS, O DIREITO DA CRIANÇA COM DEFICIÊNCIA 15

1.3. O PAPEL DA ESCOLA E DA FAMÍLIA NA INCLUSÃO EDUCACIONAL 19

2. O TDA / DDA 23

2.1 PARTICULARIDADES E DIFICULDADES DE APRENDIZADO 24

2.2 A TENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO - AEE 25

2.3 METODOLOGIA NA PRÁTICA DE INCLUSÃO 26

3. PESQUISA DE CAMPO 29

3.1 A NÁLISE DE DADOS 29

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS 36

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 37
11

1. Introdução

A escolha do tema para a realização desta pesquisa, deu-se pelo alto


índice de crianças em idade escolar, portadoras do Transtorno do Déficit de
Atenção (TDA), no qual o diagnóstico vem comprometer o aprendizado da
criança ao longo da sua vida escolar. Com isso, destacamos o papel fundamental
do professor, o qual está inserido neste contexto de ensino-aprendizagem do aluno.
Devido ao grande número de casos de crianças em idade escolar já
diagnosticadas com o TDA, faz-se necessária a presença de profissionais
preparados para trabalhar com esses alunos. Sendo de suma importância o
papel da escola na busca de soluções quando se identifica o TDA na
criança. Pois é através da observação, paciência e disponibilidade do educador
em sala de aula, que o diagnóstico correto será fundamental para o
encaminhamento correto do aluno com TDA, sendo necessária a diferenciação
da hiperatividade de um comportamento indisciplinado.
É de grande importância que o professor tenha um olhar amplo e seja
capaz de modificar e transformar a maneira de trabalhar, usar sua criatividade,
adequar-se ao estilo de aprendizagem da criança, criando um ambiente favorável
e articulado para o aluno.
Uma vez que a desatenção e a problemas relacionado a memória é a
principal característica de uma criança com TDA, a escola deve se preocupar
com o aprendizado deste aluno, sendo fator fundamental a utilização de uma
metodologia ativas e inovadoras para que entenda que cada ser humano é
único, com especificidades individuais, jamais não comparando com um indivíduo
ao outro. Sendo importante reconhecer a hiperatividade, a desatenção e a
impulsividade como consequências de um transtorno.
O objetivo geral deste trabalho é identificar a capacidade do educador, família
e escola em lidar com alunos portadores do TDA dentro da sala de aula, onde a
criança com características deste transtorno necessita de uma atenção e olhar
especial nos quais, exige um trabalho árduo em equipe da família, comunidade
escolar e equipe médica responsável pela criança.
Tivemos como objetivo específicos identificar o nível de conhecimento dos
professores sobre o TDA, bem como verificar as estratégias que a família e a escola
utilizam para incluir essa criança socialmente. Através dos dados coletados na
12

pesquisa tipo exploratório qualitativa com aplicação de questionário, constatamos


que os professores não possuem conhecimentos suficientes sobre TDA, assim como
não possuem conhecimento necessário sobre a inclusão e como ela deve acontecer.
Partindo desses dados,buscamos oferecer aos sujeitos da pesquisa e interessados
no tema, um embasamento teórico que possa auxiliá-los no trabalho com crianças
com o transtorno.
Nota se que existe uma resistência e uma precariedade de informações de
como a família precisa observar e ajudar as crianças que apresentam este
transtorno, tornando-se indispensável a busca constante de informações referente a
este transtorno, dando possibilidades de propiciar uma melhor qualidade de vida a
essas crianças.

1.1 EDUCAÇÃO INCLUSIVA NA REDE REGULAR DE ENSINO

A inclusão parte do surgimento de que todos têm o mesmo direito ao acesso


de conhecimento e informação sem qualquer forma de descriminçã.A formulação
de políticas públicas direcionadas para a educação básica passa necessariamente,
pelo desdobramento de ações pedagógicas e inovadoras, assentadas em uma
concepção de ampla de educação e propostas mais abrangentes, sempre
norteadas pelo princípio da inclusão.
Com respaldos nos estudos de Mendes (2006) que discorre sobre a
trajetória histórica da educação inclusiva, onde a mesma teve início em meados do
século XVI, com médicos e educadores que acreditavam na possibilidade de educar
indivíduos que à época eram considerados ineducáveis. Em uma sociedade, onde a
educação era restrita, eles centravam seus trabalhos no aspecto pedagógico, ao
contrário de ter um olhar apenas para a deficiência dos educandos.
No início do século XX a educação para pessoas com alguma deficiência era
insuficiente, pais e profissionais deram o início a formação de instituições privadas
de atendimento especializado, apoiados influenciados por Helena Antipoff,
fundadora da Instituição Pestalozzi, apoiado com os apontamentos de Romero
(2006, p. 21), fica claro que:
[...] as iniciativas privadas configuraram-se nesse período como a própria
expressão do atendimento implantado. Embora o modelo
institucionalizado possa ser considerado segregacionista, pois mantinha
as pessoas com deficiências distantes dos espaços regulares de ensino,
13

é preciso levar em conta que esse modelo, em certa medida,


propunha-se a responder às necessidades educacionais específicas dos
diferentes tipos de deficiência. Por outro lado, cumpre considerar
também que a existência dessas instituições contribuiu em grande
medida para que o poder público tenha se isentado desse compromisso
no sentido de inviabilizar ou até mesmo dificultar o ingresso e a
permanência das pessoas com deficiências na escola regular. ( Romero,
2006, p.21).

Tem-se a Declaração de Salamanca (1994) como marco e início da caminhada para


a Educação Inclusiva. A inclusão é um processo educacional pelo qual todos os
alunos, incluído, com deficiência, necessitam ser educados juntos, com o suporte
necessário, na idade adequada e em escola de ensino regular.
Segundo a Declaração de Salamanca (1994):

Escolas regulares que possuam tal orientação inclusiva constituem


os meios mais eficazes de combater atitudes discriminatórias
criando-se comunidades acolhedoras, construindo uma sociedade
inclusiva e alcançando educação para todos; além disso, tais
escolas provêem uma educação efetiva à maioria das crianças e
aprimoram a eficiência e, em última instância, o custo da eficácia
de todo o sistema educacional.( Declaração de Salamanca, 1994, p.1).

Nas escolas públicas, a inclusão de alunos com deficiência nos últimos


anos vem tomando forças, porém ainda enfrenta grandes desafios importantes. No
entanto , mesmo assim, parece caminhar a passos largos.
De acordo com as leis para incluir as crianças com algum transtorno na
sala de aula, os processos de inclusão educacional nas redes públicas vêm
avançando de forma significativa onde há boas experiências e resultados a serem
divulgados. Isso se deve a uma política reluzente e de acompanhamento das ações
dos municípios que o MEC vem desenvolvendo.
Porém já existem muitos investimentos em formação de professores para
a implantação do atendimento educacional especializado para o aluno com
deficiência no contra turno escolar, com acompanhamento dos professores em sala
regular no planejamento de suas atividades pedagógicas.
Compreendemos que ainda ocorre muito o que fazer, mas é concreto o
aumento de alunos com deficiência nas redes públicas.E é inevitável que, com isso,
os desafios são numerosos, caracterizando um período de transição de estruturas e
processos pedagógicos tradicionais para uma ação inclusiva com foco na
diversidade.
14

As diretrizes educacionais da (LDBEN) Lei de Diretrizes e Bases da


Educação Nacional (Lei 9.394\96) e do Ministério da Educação (MEC) direcionam as
políticas de educação no Brasil independentemente da escola ou rede ser pública ou
privada.
É difícil definir se o processo de inclusão na rede pública é mais efetivo do
que na rede privada, deparam-se com bons exemplos de inclusão em ambas as
redes. Todavia, pela forma de autarquia com que as escolas privadas organizam
suas práticas pedagógicas e seus planejamentos de serviço, também é fato que,
pela estipulação e pressão pelos resultados de desempenho de seus filhos, em
muitos casos a comunidade escolar questiona o tempo e a permanência desses
alunos em sala de aula.
Todavia, já verificamos que está havendo grandes mudanças nesse campo
da educação especial e inclusiva, que é provavelmente fruto da informação e da
comunicação social sendo televisão e internet ou qualquer meio de comunicação
que tem tratado de forma recorrente sobre essa modalidade.
As instituições públicas e privadas que ainda perduram a esta realidade,
convivem diariamente com o desconforto da contratação dos seus discursos
pedagógicos e valores institucionais com a prática de execução seletiva e
discriminatória, que muitas vezes reforça uma relação de insegurança e missão a
uma posição.
A inclusão dos portadores de necessidades educativas especiais no
sistema de ensino regular é uma diretriz constitucional ( art.208,III), fazendo parte da
política governamental pendura pelo menos uma década. Contudo, apesar desse
relativamente longo período, deste modo as diretriz ainda não produziu necessária
mudança radical na realidade escolar, de tal condição que todos que têm
necessidades especiais sejam atendidos por escolas regulares.
A construção da política de inclusão da educação especial na rede regular
de ensino engloba duas vertentes fundamentais sendo o âmbito social e o âmbito
educacional. O âmbito social a partir do diagnóstico do indivíduo com deficiência,
como cidadão e de seus direitos de estarem inclusas na sociedade, já no âmbito
social tanto e quanto nos aspectos administrativos, adaptação no espaço escolar,
nos materiais pedagógicos e na qualificação e qualidade dos professores.
Segundo Sassaki (1997):
15

Conceitua-se a Inclusão Social como o processo pelo qual a sociedade se


adapta para poder incluir, em seus sistemas sociais gerais, pessoas com
necessidades especiais e, simultaneamente, estas se preparam para
assumir seus papéis na sociedade. A inclusão social constitui, então, um
processo bilateral no qual as pessoas, ainda excluídas e a sociedade
buscam, em parcerias, equacionar problemas, decidir sobre soluções e
efetivar a equiparação de oportunidades para todos. (Sassaki,1997,p.3)

Embora os desafios sejam grandes, a educação inclusiva é fundamental


para o fim de processos históricos de desigualdade, acarretando o desenvolvimento
cognitivo de jovens com deficiência e promovendo benefícios e rendimentos no
processo de desenvolvimento sócio emocional, a execução da educação inclusiva
gera benefícios para todos.
A convivência com a diversidade pode desenvolver a socialização,
empatia e sensatez de ajuda em alunos sem deficiência. Para os alunos com
deficiência a inclusão além de proporcionar o desenvolvimento de habilidades em
Linguagens e Matemática, por exemplo, limita o número de comportamentos
imprevistos.
É tempo de revolucionar e englobar todas as crianças e adolescentes
com necessidades especiais na escola, no mundo e meio social, e que seus
direitos seja respeitados como cidadão, sem discriminação e preconceitos. E que a
inclusão social nas escolas vem com grandes focos em receber seus educandos,
principalmente na educação básica. Uma escola inclusiva é aquela que inclui
a todos e não exclui, e que cada um tem seu lugar no mundo respeitado mesmo
com suas diferenças. Conforme a Política Nacional de Educação Especial Na
Perspectiva da Educação Inclusiva (2007).
O universo escolar como um todo deve ser sensibilizado e hesitante para
uma excelente inclusão, trazendo uma escola integradora e inclusiva, estando
aberta à multiplicidade, diversidade e pluralidade de seus alunos. Colocando a
participação de familiares e comunidade, levando em conta que é um fator
essencial, de grande importância a flexibilidade e diversidade o trabalho conjunto da
inclusão.

1.2 - Políticas Públicas, o direito da criança com deficiência

As Políticas Públicas são a totalidade de procedimentos, ações , metas e


planos que os governos (nacionais, estaduais ou municipais) compilam para
16

alcançar o bem-estar da sociedade e o interesse público. ... Ou quer dizer, o


bem-estar da sociedade é sempre decretado pelo governo e não pela sociedade.
Viver em sociedade rodeia se de esforços comuns para arremessar em
pontos positivos e diminuir os efeitos das nossas práticas negativas ou mazelas
econômicas. Através dessa asserção, podemos compreender o que são políticas
públicas de maneiras organizadas e racionalizadas de orientar essas ações que
visam ao bem comum.
No entanto, essa expressão pertence à categoria das nomeações que
acabam sendo esvaziadas de significado por meio do uso exagerado, demagógico
ou fora de contexto. Por isso, é necessário compreender a lógica por trás das
políticas públicas, principalmente seu papel na Educação.
As políticas públicas na área da educação inclusiva se atribuem a todos os
aspectos de criação e gestão de normas voltadas à garantia do direito à educação
para todos, em especial para os segmentos sociais historicamente excluídos do
sistema de ensino. Nesse sentido, englobam as instâncias legislativa, executiva e
judiciária de um determinado país ou território, isto é, um agrupamento de leis,
diretrizes e decisões judiciais nacionais que visam alcançar o referido direito.
De acordo com Mendes (2010, p. 106) constata que, apesar do atual
discurso inclusivo, a educação especial no país ainda apresenta fragilidades:
a despeito das evoluções no discurso, na atualidade constata-se que,
para uma estimativa de cerca de seis milhões de crianças e jovens com
necessidades educacionais especiais, cerca de 800 mil matrículas,
considerando o conjunto de todos os tipos de recursos disponíveis, ou
seja, desde os matriculados em escolas especiais até os que estão nas
escolas comuns. A grande maioria dos alunos com necessidades
educacionais especiais está fora de qualquer tipo de escola. (Mendes,
2010, p , 106)

O sistema educacional inclusivo é um conjunto de práticas pedagógicas,


administrativas e estruturas relacionadas à inclusão do estudante com deficiência.
Determina que a educação seja vista como um todo e não de forma individual, que
a escola regular desenvolva ações para que pessoas com deficiência possam
executar seu direito à educação. A implementação é apoiar a diversidade entre
todos os estudantes, tendo como objetivo eliminar a exclusão social.
Esse abarcamento não se limita apenas à colocação de um estudante com
deficiência na sala de aula de ensino regular. O educando deve ser tratado de forma
vasta e ampla, verificando e suprindo todas as necessidades, garantindo a efetiva
educação.
17

Esse sistema envolve não somente o professor, mas também a conjuntura


da família e escola de forma geral como; funcionários, alunos, material didático,
apoio e recursos necessários. Resultando em práticas de mudanças de conteúdo,
suportes ,abordagens, estrutura e estratégia.
É fundamental, que o professor tenha uma visibilidade muito além
para que consiga fazer um bom trabalho com a criança e com sua turma, é
necessário, certamente, que o mesmo conheça o transtorno, conheça seus
sintomas,suas dificuldades, suas características, para que assim possa
diferenciá-lo, por exemplo, de má educação.
Segundo Mattos (2004, p. 96),o professor precisa ter mais ‘jogo de
cintura’ e criatividade para gerar uma variedade de alternativas, avaliando
qual delas 'funciona melhor’ para aquela situação em particular. Assim, ele
deve ser capaz de transformar suas estratégias de ensino, visando
adequá-las às necessidades de aprendizagem de seu aluno.
Deste modo os estudantes com deficiência não podem ser inseridos no
ensino regular sem a adoção das medidas adaptativas. Não basta inserir o aluno na
escola regular, é preciso dar as conjunturas e condições de acesso, permanência,
aprendizagem e socialização. O Art. 28, item III, da Lei Brasileira Constituição
Federal - CF ( 1988) de Inclusão estabelece que a escola regular deve se adaptar e
ajustar ao aluno, exige um projeto pedagógico para o atendimento educacional
especializado que cumpra às necessidades e características individuais dos alunos,
para que o aluno com deficiência possa usufruir do acesso ao currículo escolar em
condições de igualdade.
O Ensino é um direito fundamental, garantido constitucionalmente, que dá
a todos os cidadãos o acesso a todos os níveis de aprendizado ao longo de toda a
vida, de forma a alcançar o sumo desenvolvimento possível. No artigo 205 da
Constituição Federal, reconhece-se abertamente a educação como um direito de
todos, ou seja, a sua universalidade, direitos que precisam ser prestados sem
preconceitos sejam com a naturalidade, etnia, sexo, cor, ciclo, ou qualquer forma de
diatinção.
No Parágrafo do artigo 6.º da Constituição Federal de 1988 “A educação,
direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a
colaboração da sociedade, fixando ao pleno desenvolvimento da pessoa, em seu
18

preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”. A temática


provoca uma discussão sobre o processo de construção igualitária de uma
sociedade justa e democrática, no momento em que se estabelece a educação
como direito único a todos os seres humanos, portanto, deve ser concedido a todas
as pessoas. A educação não é só apenas um direito da pessoa, mas é um
componente constitutivo.
Desta maneira, é direito da pessoa com deficiência estudar,
preferencialmente na rede regular de ensino, em escolas públicas ou particulares.
A Lei Brasileira de Constituição Federal- CF (1988) de Inclusão estabelece
que a matrícula de pessoas com deficiência é obrigatória nas escolas regulares e
nunca limita o número de alunos nessas condições por sala de aula.
Além de ser um direito, a Educação inclusiva é uma resposta inteligente
às demandas do mundo contemporâneo. Incentiva uma pedagogia não
homogeneizadora e desenvolve competências interpessoais. A sala de
aula deveria espelhar a diversidade humana, não a esconder. Claro que
isso gera novas tensões e conflitos, mas também estimula as habilidades
morais para a convivência democrática. O resultado final, desfocado pela
miopia de alguns, é uma Educação melhor para todos. (MENDES,
2012,p.4).

Instituições de ensino regular jamais podem recusar a matrícula do


estudante com deficiência pautadas na deficiência. E não existe nenhuma lei em
vigor que determine qualquer limite do número de estudantes com deficiência por
sala de aula. Portanto, negar matrícula com argumentos com essas condições é
inaceitável.
A negação de matrícula a criança com alguma deficiência é crime,
conforme o artigo 8º da Lei 7.853/1989. Deste modo, é importante que seja
registrado um boletim de ocorrência. Para amparar o direito do estudante que teve
sua matrícula negada, é possível adentrar com ação judicial, garantindo o direito à
educação, de preferência na rede regular de ensino.
De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN)
nº. 9394/96, a Educação Básica abrange e inclui a Educação Infantil, Ensino
Fundamental e Ensino Médio. Dentre elas suas modalidades: educação especial,
educação de jovens e adultos, educação profissional, educação do campo,
educação do indigena.
As mudancas são grandes para a inclusão, pois o conceito de inclusão vem
com a historia de exclusão, tendo como pano de fundo a idéia de que só é possível
19

incluir alguém que já foi excluído, e isto estabelece empenho de todos permitindo
que a escola possa ser vista como um espaço de construção e de conhecimento, e
não como instância de discriminação.
Numa sociedade, onde o paradigma de pôr à margem é excessivo e
arraigado, e nas escolas com todas as dificuldades e desafios a enfrentar, acabam
por evidenciar a vontade de deixar os alunos com suas necessidades educativas
especiais em ambientes mais adequados e propícios, cultivando o distanciamento.

1.3 - O papel da escola e da família na inclusão educacional.

Com a perspectiva de serem apenas dilemas teóricos, estas questões têm


implicações práticas árduas de se resolver numa fórmula geral. Conhecer qual a
divisão de trabalho mais desejável entre família e escola, e como ambas podem
ajudar-se mutuamente num processo em que nenhuma é autossuficiente, são
perguntas em andamento desde a criação do ensino universal em qualquer país. As
respostas variam segundo as políticas educacionais, o contexto cultural e a posição
econômica de cada família.
Incluir requer habilidades de estar com, colocar em ação. A
educação especial vem trabalhando neste sentido com os alunos
que se espalham pelo universo escolar e fazendo de suas
necessidades especiais, necessidades iguais às de todos os alunos
que frequentam a escola comum. Pesquisas recentes mostram que
a inclusão surge no cenário educacional como uma nova perspectiva
que envolve rever concepções a respeito da educação, do ensinar
e do aprender. Com ela surgem vários questionamentos sobre o
que fazer e como fazer. O atendimento aos alunos considerados
especiais em salas de recursos reforça o trabalho pedagógico
realizado nas escolas públicas, onde, nem sempre, estes alunos
conseguem sucesso e avanço escolar. A grande maioria destes
alunos pode apresentar bom rendimento, tudo vai depender da
forma como é atendido na sala de aula do ensino comum.
(SÁNCHEZ, 2008, p. 4).

As crianças com algum déficit têm dificuldade de prestar atenção na aula,


se distraem com facilidade e ficam com a mente percorrendo pelo “mundo da lua”
quando o professor está dando conteúdo. Com pouca paciência para estudar e fazer
os deveres,com movimentos de aflição, inquietação e uma capacidade incrível de
fazer milhões de coisas ao mesmo tempo, e sequer sempre elas não são associadas
à aula.
20

Estas são algumas características de alunos que apresentam transtornos


ou alguma deficiência. Muitas vezes a própria família não tem o conhecimento que
seu filho é portador de alguma deficiência, transtorno ou doença. Existem também
casos em que a família não aceita o filho possuir algum déficit. A literatura acentua
que as famílias de indivíduos com deficiência sofrem um impacto e são abalados por
mudanças de planos.
A situação dessas famílias é permeada de sentimentos ambíguos; os
recursos de enfrentamento de cada uma em lidar com a deficiência irão determinar o
significado da experiência e de todas as vivências dos familiares, as fases do
desenvolvimento podem sofrer influências do processo de adaptação da família
também à deficiência. Além de que todos sofrem com as crises de transição
naturais do grupo familiar, a família lida com as peculiaridades da deficiência, suas
características e evolução.
As escolas da educação básica têm um importante papel na formação e
desenvolvimento das crianças. E portanto não pode ser diferente diante de
situações como um diagnóstico de doença ou transtorno. A instituição de ensino
pode e deve partir de diferentes estratégias, auxiliando as famílias e crianças a
lidarem com o transtorno.
Quando a escola deparar com uma criança com o diagnóstico ou qualquer
outro problema de aprendizagem, sendo deficiência física ou mental é de suma
importância que a escola reflita sobre o que é educação inclusiva e comece a
implementá-la em seu dia a dia. Deste modo, será possível criar um ambiente
escolar receptivo, confortável que favorece a interação entre os alunos.
De acordo com a Declaração de Salamanca (1994, p. 17) propõe que.
[...] A escola deve acolher todas as crianças indistintamente,
independentemente de suas condições físicas, intelectuais ,sociais ,
emocionais , linguísticas ou outras . De devem acolher c rian ç as com
deficiências e crianças bem- dotadas, crianças que vivem nas ruas
e que trabalham, crianças de populações distantes o u nômade e ,
crianças de minorias rias linguística as , étnicas ou culturais crianças de
outros grupos ou zonas de desfavorecidos marginalizados.(Salamanca,
1994, p. 17).

Para que seja um grande passo, é preciso estar em conjunto com os


educadores e gestores escolares, devem estar também os familiares e profissionais
da saúde que acompanham os alunos, médicos, psicólogos, psicopedagogos,
fonoaudiólogos e fisioterapeutas.De acordo com os especialistas , é de extrema
importância o olhar da mãe para com o filho. O texto relata algo profundo que
21

excede a normalidade. É um olhar de entrega , de busca , de confiança que só se


estabelece na relação incondicional entre mães e filhos. Através do olhar sincero é
possível enxergar a alma e este vínculo se estabelece logo após o nascimento , o
olhar encantado do bebê com a mamãe.
Em sua maioria, todas as mulheres querem dar à luz, querem ter filhos. E
na maioria das vezes idealiza o filho perfeito, o mais lindo, mais inteligente, mais
amoroso , mais esperto que todos que existe na face da Terra. Todas as mães
querem um bebê normal.
É algo muito frustrante ocorrer quando as coisas não saem como elas
idealizam. A maioria das mulheres não estão preparadas para ser mãe. E este elo
ocorre logo após o nascimento do bebê. Pouco a pouco as coisas vão se
estruturando, a mulher aprende a ser mãe. O relacionamento entre mãe e filho é
algo transcendental, e este vínculo reflete exatamente no desenvolvimento infantil e
principalmente na personalidade futura de cada criança.
Cabe às mães estabelecer uma importante vivência com a criança
colocando a criança em um contexto de oportunidades de vir a ser um indivíduo,
dando ao bebê a chance de existir , ter experiências, a dominar pulsões, a construir
seu ego pessoal e a suportar e enfrentar as dificuldades pertinentes à vida.
É de extrema importância salientar que que os vínculos estabelecidos entre
pais e filhos é de suma notoriedade pois é a mais forte das ligações e interações
humanas. O elo pai e mãe são fundamentais para o desenvolvimento e
sobrevivência do bebê. Colocando os pais a estarem sempre dispostos a fazer
qualquer sacrifício essencial para o cuidado e bem estar da criança. A interação
mãe-bebê vai além da fala, ela se dá por gestos, olhares, toques, mensagens
verbais e extraverbais.
Quando acontece o nascimento de um bebê com alguma anormalidade, é
algo muito frustrante, causando um impacto principalmente na mãe. Pois é um
choque que bloqueia seus sonhos, seus planos , suas expectativas . A aceitação de
um filho com uma certa deficiência passa por diversas fases, de adaptação da
criança portadora de deficiência. Promovendo uma ressignificação a esse bebê
inesperado, as deficiências podem ser permanentes, transitórias, adquiridas através
de enfermidades ou acidentes ou de nascença, advindas de malformação,
alterações genéticas, físicas ou Mentais.
22

Normalmente as deficiências mentais são descobertas pelos pais quando


observam filhos dos outros de mesma idade e apresentam um desenvolvimento
normal comparado a outras crianças da mesma idade ,as reações iniciais são de
negação e choque frente à deficiência do filho.
Segundo Shakespeare (1977), quando o conhecimento da deficiência é
súbito ( no parto ainda) observa-se um padrão de reação que é o choque e um
sentimento de incredulidade seguida pela reação de pranto , que é interpretada
como dor e luto pela perda da criança esperada, pelo filho sadio que não nasceu, a
profunda desilusão e a dor sentida por toda família é decepcionante, deixando um
sentimento de perda, dor , de morte mesmo.
Amaral (1995) afirma que “MORTE” do filho idealizado e desejado. Assim,
para que se torne possível receber o filho real faz-se, então, necessário, viver o
processo de luto daquele filho perdido. Porém , depende de vários fatores, como a
história anterior da família, estrutura psicológica do casal, o grau de
comprometimento da deficiência no filho, entre outros, irá influenciar no tempo que
vai levar para que os pais consigam elaborar o processo de luto, entretanto, é
normal , a princípio, questionar, culpar, rejeitar e até mesmo odiar as mesmas e a
criança, são diversos sentimentos que ocorrem entre mães e pais quando recebem
um filho deficiente entre eles a vergonha, que sentem de si próprio por não terem
gerado um bebê normal, e rejeição ao bebê que não corresponde às suas
expectativas.
Os pais também desencadeiam outras reações de insegurança e
superproteção, limitando a criança a ter um bom desenvolvimento. Os cuidados
excessivos atrapalham algumas funções das crianças além de falta de limites na
grande maioria dos casos, nestes aspectos essas reações dos pais são normais,
pois o processo de aceitação e superação dos obstáculos são normais, e existe a
desilusão, a culpa é o aspecto religioso que acaba por fazer as pessoas a
resignar-se expressamente os pais passam por etapas que são muito importantes
para a real aceitação do bebê e essas etapas todas ocorrem aos poucos.
Outras reações podem ocorrer e são variáveis entre sensações de êxtase
e emoção, aceitação, irritabilidade ou depressão, dependendo da fase de
adaptação onde os pais estão as fases são: O choque, a negação, a tristeza e ou
raiva e ansiedade, equilíbrio, e reorganização.
23

O papel da família é proporcionar e garantir na vida da criança ou


adolescente uma base sólida e segura para a visão de mundo e para a construção
de um ser humano com valores de respeito ao próximo. Para alcançar uma
sociedade inclusiva, é necessário que essa conscientização também seja trabalhada
dentro do âmbito familiar e escolar.
Uma ligação estreita e contínua entre os professores e os pais leva, pois,
a muita coisa mais que a uma informação mútua: este intercâmbio acaba
resultando em ajuda recíproca e, freqüentemente, em aperfeiçoamento
real dos métodos. Ao aproximar a escola da vida ou das preocupações
profissionais dos pais, e ao proporcionar, reciprocamente, aos pais um
interesse pelas coisas da escola, chega-se até mesmo a uma divisão de
responsabilidades... (PIAGET, 1972 Apud JARDIM, 2006,p.50).
2. O TDA / DDA

O Transtorno do déficit de atenção TDA, trata-se de um transtorno


Neurobiológico caracterizado com alguns sintomas que incluem: falta de
concentração, impulsividade, atividade motora em excesso de energia, (Distúrbio do
Déficit de Atenção). Em inglês, é conhecido também com DDA (Distúrbio do Déficit
de Atenção). Nos Estados Unidos cerca de 17 milhões de pessoas sofrem do
problema.
De acordo com Silva (2003, p.16) o DDA:
é uma síndrome caracterizada por um distúrbio comportamental/atitudinal
típico que muitas vezes pode vir acompanhado da tríade desatenção,
hiperatividade e impulsividade, podendo ou não apresentar hiperatividade
física, mas, jamais deixará de apresentar forte tendência à dispersão (Silva,
2003, p.16).

Pode ocorrer variações no diagnóstico do Transtorno, sendo que o


Distúrbio do Déficit de Atenção (DDA) se manifesta com hiperatividade, tendo como
sintomas apenas a distração e o déficit de atenção, o tipo Hiperativo-Impulsivo,
que propõe a hiperatividade, sendo o tipo combinado, que apresenta as três
características principais da doença (déficit de atenção, impulsividade e
hiperatividade).
Arruda (2006, p. 9) expressa que o “TDA é um transtorno multifatorial, pois,
são diversos fatores envolvidos na sua gênese, desde a genética, hemorragias,
adversidades físicas durante a gestação, até mesmo eventos agressores ao cérebro
na infância”, ou seja, não se pode afirmar que apenas um fator contribui para o
desenvolvimento do TDA.
24

No Brasil, apesar das estatísticas precárias, calcula-se que 3 milhões de


brasileiros tenham este distúrbio, no entanto, a grande parte deles não sabe que
possui o déficit. O TDA pode ocorrer em todas as pessoas sendo: crianças e
adultos, homens e mulheres, rapazes e moças, englobando todos os grupos étnicos,
culturais, camadas socioeconômicas, graus de escolaridade e níveis de inteligência.
Recentemente , acreditava-se que o transtorno era exclusivo da infância e
que no decorrer da adolescência tenderia a desaparecer naturalmente, no entanto,
de acordo com as pesquisas e estudos sabemos que apenas 1/3 da população com
o TDA supera na adolescência e 2/3 conviverá com o transtorno por toda a vida. A
condição básica para o diagnóstico do problema em adultos é a história de TDA na
infância (antes dos 7 anos). Por esta razão, as informações e relatos da criança,
como também o de seus parentes e familiares são tão importantes.
Esta doença crónica que inclui várias dificuldades reconhecida oficialmente
por vários países e pela agência da Organização Mundial da Saúde (OMS). Em
alguns países, como nos Estados Unidos, portadores de TDA são protegidos pela lei
quanto a receberem tratamento diferenciado na escola.
As pessoas que são portadoras do TDA ou TDAH, com muita frequência
também possuem doenças correlacionadas – o que chamamos de comorbidade,
fundamentam se que 75% dos pacientes possuem outras doenças associadas ao
TDA e TDAH, como: Distúrbio do sono, Transtorno de Ansiedade e Depressão,
Transtorno de Personalidade, Transtorno de Humor Bipolar e Dependência química.

2.1 - Particularidades e dificuldades de aprendizado

Cada pessoa sendo adulto ou criança apresenta um ritmo único no


processo de evolução, cada indivíduo tem uma história particular e única, formada
por sua estrutura psicológica, biológica, social e cultural. Esta particularidade ocorre
tanto no ambiente familiar quanto no escolar, da mesma forma que o ser humano ,
fala, anda entre outras características, precocemente ou tardiamente em relação
uma das outras, também acontece o mesmo com o aluno no processo de
aprendizagem.
Deste modo é de grande relevância o docente, conhecer, compreender e
entender qual é caminho a seguir, para que esteja preparado para respeitar o ritmo
25

da cada aluno para saber enfrentar a indiferença que surgir no meio do processo de
ensino. É primordial que o professor respeite o ritmo de aprendizado de cada
educando, com respaldo necessário em buscar estratégias que venham melhorar o
desempenho do aluno que apresenta dificuldade em seu desenvolvimento.
É preciso repensar a formação de professores especializados, a fim de que
estes sejam capazes de trabalhar em diferentes situações e possam
assumir um papel - chave nos programas de necessidades educativas
especiais. Deve ser adotada uma formação inicial não categorizada,
abarcando todos os tipos de deficiência, antes de se enveredar por uma
formação especializada numa ou em mais áreas relativas a deficiências
específicas. (Declaração de Salamanca, 1994, p. 28).

É importante que o professor, ao presenciar esse tipo de


comportamento, registre e aponte descrevendo objetivamente como ele se
configura, em que momentos ele é apresentado pelo aluno, qual a
periodicidade, quais as consequências para o aluno e para os demais alunos
da classe, que estratégias de intervenção já foram tentadas, qual foi o
resultado de tais intervenções, dentre outras informações.
Portanto, esses registros têm o objetivo de favorecer e auxiliar a
identificação das necessidades educacionais do aluno, de modo que a
instituição de ensino busque e traga respostas adequadas para o processo de
aprendizagem do aluno, também incluindo um tratamento de estratégias de
intervenção de terapia e medicamentos, geralmente o pedagogo é a primeira
pessoa a presenciar aluno com comportamentos não aptos, e indaga a equipe
escolar para que haja o encaminhamento para os profissionais qualificado na área.

2.2 - Atendimento Educacional Especializado- AEE

O Programa Atendimento Educacional Especializado é uma política pública


voltada a estudantes que têm necessidades específicas de aprendizagem. Essas
necessidades necessitam ser comprometidas e instrumentalizadas, o que acontece
por meio da elaboração de aulas direcionadas, integração de equipe escolar e
professor do atendimento educacional especializado, e principalmente, pela
conjuntura de recursos educacionais adequados.
É um agrupamento de atividades, recursos pedagógicos e de acessibilidade,
oferecidos de forma complementar ou suplementar à escolarização dos estudantes
com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento com ampliação de
26

habilidades de superdotação matriculados nas classes comuns do ensino regular.


Esse conjunto de atividades é catalogado no Projeto Político Pedagógico de cada
escola, é realizado, preferencialmente na Sala de Recurso Multifuncionais ,
individualmente ou em pequenos grupos.

alunos com deficiência são aqueles que têm impedimentos de longo prazo,
de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, que em interação com
diversas barreiras podem ter restringida sua participação plena e efetiva na
escola e na sociedade. Os alunos com transtornos globais do
desenvolvimento são aqueles que apresentam alterações qualitativas das
interações sociais recíprocas e na comunicação, um repertório de interesses
e atividades restrito, estereotipado e repetitivo. Incluem-se nesse grupo
alunos com autismo, síndromes do espectro do autismo e psicose infantil.
Alunos com altas habilidades/superdotação demonstram potencial elevado
em qualquer uma das seguintes áreas, isoladas ou combinadas (BRASIL,
2009, p. 15).

O Atendimento Educacional Especializado (AEE) tem como principal função


elaborar, identificar e organizar recursos pedagógicos e também de acessibilidade
que excluam as barreiras que possam atrapalhar a plena participação dos
educandos considerando suas necessidades específicas. Esta instituição se
empenha para garantir o direito de todos com deficiência que estudam no Brasil, da
educação infantil ao ensino superior, público e privado. Essa determinação é
decorrente, primeiramente, da necessidade de uma atenção particular aos
estudantes com algum tipo de deficiência.
Criado para atender o público-alvo da educação especial com deficiências,
TEA, superdotados e com altas habilidades, o AEE é um serviço de apoio à sala de
aula comum, para que os mesmos tenham meios e modos que efetivem o real
aprendizado e para que as suas necessidades específicas sejam consideradas. Ele
também é responsável pela execução de recursos pedagógicos de acessibilidade
capazes de eliminar obstáculos para a participação efetiva dos alunos e pelo
planejamento.
Um dos principais desafios do Atendimento Educacional Especializado é a
integração com a família, professores e gestão escolar. Essa união é que garantirá
resultados no processo de aprendizagem desses alunos. Outro desafio é a falta de
recursos principalmente em escolas públicas. Este é um fator a ser frisado para
entender onde se encontra o déficit de toda a execução do processo e das pessoas
que estão a frente na execução do mesmo.
27

A grande característica da AEE é pensar em recursos pedagógicos que


possam envolver todos aqueles alunos que possuem deficiência e, assim, fazer com
que eles possuam uma vida escolar normal, já que estes recursos conseguem
excluir as dificuldades de acessibilidade e garantem a inclusão integral destes
alunos. Nenhuma criança ou jovem que possua alguma deficiência deve estar fora
da escola. Estando matriculado, o estudante deve se desenvolver em sala de aula e
saber que caso seja necessário, pode contar com o AEE.

2.3 - Metodologia na Prática de Inclusão


Os campos de intersecção entre as dimensões indicam a interdependência
entre elas e são permeados por temas transversais, como conteúdo curricular,
formação de educadores, infraestrutura, acesso, tecnologia assistiva etc. É
importante ressaltar que a educação inclusiva pretende assegurar o direito à
educação na perspectiva de propiciar a aprendizagem. Para que esse objetivo maior
seja alcançado, duas considerações merecem uma atenção especial.
Diante disto, em primeiro lugar, tem que ser observado se os projetos
educacionais inclusivos se tornam consistentes e sustentáveis mediante a existência
de ações contínuas relacionadas a cada uma das cinco dimensões abordadas
anteriormente. Em segundo lugar, tem que ser entendido que a aprendizagem deve
ser perseguida de forma ampla, envolvendo os estudantes, os educadores e os
demais atores da comunidade escolar.
Com o passar dos anos, o sistema educacional brasileiro enfrentou grandes
mudanças, o que o levou a conseguir respeitar mais as diversidades, o que também
foi garantindo a convivência e a aprendizagem de todos os alunos. Nesse período
foram desenvolvidas práticas educacionais que revelam a mudança de paradigmas
incorporados pelas equipes pedagógicas e que promoveram a inclusão dos alunos
com deficiência (intelectual, física, auditiva, visual e múltipla), com altas habilidades
e com transtorno global na escola regular.
As redes de apoio que atualmente existem são compostas pelos
profissionais da educação especial (professor de Braille, intérprete, etc.) da família e
da saúde e também pelo Atendimento Educacional Especializado (AEE). Não
visando destacar técnicas e métodos especializados para a classe regular, mas sim,
28

se tornar, formular um sistema que ofereça suporte permanente e efetivo para os


alunos especiais incluídos, bem como para seus professores.
Como já mencionado, a Educação Especial não é mais concebida como um
sistema educacional segregado ou paralelo, mas como um conjunto de recursos que
a escola regular deverá disponibilizar para atender à diversidade de seus alunos.” O
Professor, como organizador da sala de aula, guia e orienta as atividades dos alunos
durante o processo de aprendizagem para aquisição dos saberes e competências. O
projeto pedagógico da escola orienta as ações do professor, que deve assumir o
compromisso com a diversidade e com o equilíbrio de oportunidades, privilegiando a
cooperação e a colaboração.
Na sala de aula inclusiva, os conteúdos escolares são considerados objetos
da aprendizagem, cabe aos educandos dar significados e construir conhecimentos e
o educador assumir a função de mediador desse processo. Quando os
procedimentos de ensino dão ênfase na construção coletiva e são organizados com
base no que os educandos necessitam, é levado em conta os diferentes estilos,
ritmos e interesses de aprendizagem de cada um.
A avaliação processual, que é realizada durante as atividades, poderá ser
mais esclarecedora, pois fornece dados sobre o desempenho do aluno em diversas
situações. Contudo, é preciso que o planejamento tenha flexibilidade na abordagem
do conteúdo, na promoção de múltiplas formas de participação nas atividades
educacionais e na recepção dos diversos modos de expressão dos alunos. O
educador deverá considerar no planejamento tempo e estratégias para conhecer
seus alunos – em especial aqueles que poderão requerer apoios específicos.
Para fornecer boa compreensão sobre os alunos e suas condições de
aprendizagem, a observação precisa utilizar diferentes estratégias e ser feita em
diversos momentos da aula. Reconhecer que cada aluno pertence ao grupo
dependerá da comunicação e da interação eficaz entre professor-aluno, aluno-aluno,
assim como da observação constante durante todo o processo de aprendizagem. Os
sistemas de apoio colaboram com o professor nessa tarefa, mas somente o
educador, que está em sala de aula e conhece o processo de ensino e
aprendizagem, a convivência com o grupo e a dinâmica de sua docência, poderá
eleger os procedimentos de ensino.
Desta maneira, Bossa (2000) diz:
29

Cabe ao psicopedagogo perceber eventuais perturbações no processo


aprendizagem, participar da dinâmica da comunidade educativa,
favorecendo a integração, promovendo orientações metodológicas de
acordo com as características e particularidades dos indivíduos do grupo,
realizando processos de orientação. Já que no caráter assistencial, o
psicopedagogo participa de equipes responsáveis pela elaboração de
planos e projetos no contexto teórico/prático das políticas educacionais,
fazendo com que os professores, diretores e coordenadores possam
repensar o papel da escola frente a sua docência e as necessidades
individuais de aprendizagem da criança ou, da própria ensinagem. (BOSSA,
2000,p. 23).

Os alunos aprendem nos seus limites e se o ensino for, de fato, de boa


qualidade, o professor levará em conta esses limites e explorar convenientemente
as possibilidades de cada um.” Professores relatam que o ensino que oferecem na
sala de aula é insuficiente para atender aos alunos com alguma Necessidade
Educacional Especial (NEE). Nesse processo, a função do gestor e o apoio da
equipe são fundamentais, legitimando o educador em suas atribuições, valorizando
suas competências pedagógicas para garantir o ensino de todos, legitimando o
educador em suas atribuições, valorizando suas competências pedagógicas para
garantir o ensino de todos os alunos.

3. Pesquisa de Campo

Para a realização do estudo e alcance dos objetivos propostos, dirigiu-se


uma pesquisa qualitativa, no qual apresentou-se um questionário com dezesseis
questões objetivas com a finalidade de identificar o nível de conhecimento dos
professores sobre o TDA.
Participaram da pesquisa vinte três licenciados em Pedagogia de instituições
públicas e privadas do estado de São Paulo.
Neste projeto de pesquisa constituiu-se um estudo dos vários aspectos do
TDA, oportunizando uma maior compreensão dos sintomas. Proporcionando aos
professores ideias e atividades de como lidar com crianças que apresentam o
transtorno, ajudando-as a integrar e incluir tais crianças respeitando sua
aprendizagem e limitações em sala de aula.

3.1 Análise de dados


30

Constatamos que os professores não possuem informações suficientes


sobre TDA, assim como não possuem conhecimento necessário sobre a inclusão e
como ela deve acontecer, deste modo encontra obstáculos para identificar as
dificuldades do aluno e integrá-lo.
Diante disto é importante ressaltar que o questionário em anexo nesta
pesquisa foi disponibilizado em um link do drive em redes sociais no dia 11 de maio
de 2022, para pedagogos das redes públicas e privadas, porém o apuramento de
respostas dos docentes pesquisados foi considerado baixo, visto que o número de
compartilhamentos alcançou em torno de 156 educadores, apenas 24 responderam.
O processo de análise iniciou-se pelo questionário aplicado aos professores
e desenvolveu-se a partir dos dados alcançados na pesquisa.
É importante ressaltar que como forma de preservar a identidade dos
participantes lhes atribuímos um termo de consentimento livre esclarecido.
Segue o demonstrativo com as perguntas e respostas que contribuíram para
a realização da presente pesquisa.
31
32
33
34
35
36
37

Analisa- se que a maioria dos educadores não possuem formação adequada


para trabalhar com os alunos que apresentam o Transtorno do Déficit de Atenção.
Assim, torna-se imprescindível que o professor saiba reconhecer as
características do TDA, para que haja um desenvolvimento contínuo dos
profissionais envolvidos no processo de inclusão destes estudantes.

Considerações Finais

Diante das considerações discutidas neste trabalho, se conclui que o TDA –


é um transtorno que se caracteriza por meio da desatenção e impulsividade. Dentre
os sintomas da desatenção, se caracteriza a dificuldade em se concentrar, se
descuidando na realização de atividades escolares. Tem-se uma dificuldade na
realização de atividades que envolvem o aspecto lúdico.
A desorganização em realizar tarefas escolares, domésticas ou deveres
profissionais, ou que exijam esforço mental é recorrente. Do mesmo modo, esse
indivíduo se distrai por meio de estímulos alheios, sendo esquecido no trato com
atividades diárias.
A inclusão dos estudantes com deficiência no ensino regular é necessária,
pois possibilita uma relação autônoma com a cultura e com a sociedade, ajudando a
tornarem-se sujeitos pensantes, capazes de apropriarem-se da realidade.
Assim, torna-se imprescindível que o professor saiba reconhecer as
características desse estudante para refletir acerca de como o ensino poderá se
ajustar às suas capacidades. Então, deve optar pela escolha de atividades e
conteúdos mais adequados ao desenvolvimento de suas capacidades, levando em
consideração seu nível de aprendizagem.
Na perspectiva de compreender a inclusão como um processo permanente
que depende de um desenvolvimento contínuo, na rede de ensino, devem ser
desenvolvidas ações ou projetos que fundamentam as atitudes dos professores,
estudantes e equipe técnica da escola no sentido de realizar atividades que
estimulem o desenvolvimento dos processos mentais que dizem respeito à atenção,
percepção, memória, raciocínio, imaginação, criatividade, linguagem, entre outros e
também para auxiliar na prática pedagógica dos profissionais envolvidos no
processo de inclusão de estudantes com deficiência.
38

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