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Ministério da Educação

Colégio Pedro II
Reitoria

PORTARIA Nº 1.924, DE 28 DE MAIO DE 2019.

Regulamenta os procedimentos inerentes ao disposto


no Artigo 7º, inciso V, do Código de Ética Discente do
Colégio Pedro II.

O REITOR DO COLÉGIO PEDRO II, nomeado por Decreto Presidencial de 4 de


setembro de 2018, publicado no Diário Oficial da União de 5 de setembro de 2018, Seção 2,
página 1, no uso de suas atribuições legais, e considerando:
 a necessidade de normatizar os procedimentos necessários, no que tange às medidas
estabelecidas no art. 7º do Código de Ética Discente do Colégio Pedro II;
 que o Código de Ética Discente é parte integrante dos princípios que regem à vida
comunitária no Colégio Pedro II, e que busca a garantia de um ambiente que
preserve a integridade física, psíquica, moral e a dignidade dos discentes; e
 a importância do respeito aos princípios constitucionais do contraditório e da ampla
defesa na instauração de processos disciplinares que possam acarretar a aplicação de
sanções disciplinares ao estudante do Colégio Pedro II.

R E S O L V E:

Art. 1º Aprovar o regulamento que rege os procedimentos para instauração de


processos que tenham por objetivo a apuração de atos graves de indisciplina relacionados
ao descumprimento de deveres por discentes.
Art. 2º Determinar que os Diretores-Gerais de cada campi adotem as providencias
cabíveis à aplicação dos procedimentos descritos no presente regulamento.
Art. 3º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

OSCAR HALAC
(Anexo da portaria nº 1.924, de 28 de maio de 2019)

REGULAMENTO PARA INSTAURAÇÃO DE PROCESSO DICIPLINAR

Art. 1º O Processo Disciplinar buscará a comprovação da existência de faltas


ocorridas em desacordo com o Código de Ética Discente do Colégio Pedro II; a identificação
da autoria; a elucidação dos fatos; o dimensionamento da gravidade; bem como o grau de
responsabilidade dos envolvidos.
Art. 2º A abertura de Processo Disciplinar será feita pelo Diretor-Geral do Campus, no
prazo de até 72 (setenta e duas) horas, após o conhecimento do fato, com instauração de
comissão apropriada.
§ 1º A comissão, que será composta por 03 (três) membros, deverá realizar seus
trabalhos nas dependências do campus, com zelo e dedicação, respeitando os direitos e
garantias previstos no Estatuto da Criança e do Adolescente, em especial, o sigilo.
§ 2º Durante todo o processo, deverão ser observados os princípios do contraditório
e da ampla defesa.
Art. 3º Como medida cautelar e a fim de que o aluno não venha a influir na apuração
da irregularidade, a Direção do Campus poderá determinar o seu afastamento preventivo,
pelo prazo de até 5 (cinco) dias úteis.
Parágrafo único. O afastamento poderá ser prorrogado por igual prazo, findo o qual
cessarão os seus efeitos, ainda que não concluído o processo.
Art. 4º O prazo para conclusão do Processo Disciplinar não excederá 10 (dez) dias
úteis, contados a partir da ciência do estudante e dos pais e/ou responsáveis, podendo esse
prazo ser prorrogado se necessário, uma única vez, por igual período.
Art. 5º O Processo Disciplinar desenvolver-se-á com as seguintes etapas:
I – Designação da Comissão com a publicação do ato que a constituir;
II – Apresentação de defesa prévia e indicação de testemunhas, se for o caso;
III – Apuração dos fatos;
IV – Apresentação de defesa;
V – Elaboração de relatório conclusivo; e
VI – Julgamento.
Art. 6º O aluno e seus responsáveis serão intimados para apresentarem defesa, no
prazo de 2 (dois) dias úteis, podendo alegar tudo o que interesse à sua defesa, oferecer
documentos e justificações, especificar as provas pretendidas e arrolar testemunhas.
§ 1º Deverá ser franqueado aos interessados o acompanhamento do processo desde
o seu início.
(Anexo da portaria nº 1.924, de 28 de maio de 2019)

Art. 7º Decorrido o prazo, a Comissão procederá à apuração dos fatos, caso não haja
fundamentação idônea para um eventual pedido de arquivamento, com a oitiva dos
interessados e testemunhas, se for o caso, e eventuais diligências.
I - Durante a apuração, os depoimentos serão prestados oralmente e reduzidos a
termo, não sendo permitindo apresentar manifestação escrita.
II – Após todas as providências, a comissão dará vista do processo ao estudante e aos
seus responsáveis legalmente constituídos, que poderão, no prazo de 72 (setenta e duas)
horas, apresentar suas considerações finais de defesa.
Art. 8º Ao término da instrução, com a detida análise documental e de todas as
circunstâncias relacionadas ao caso, a comissão finalizará os trabalhos e elaborará relatório
conclusivo.
§ 1º O Colegiado deverá manifestar-se, expressamente, acerca do arquivamento do
processo ou da aplicação de sanção, de forma fundamentada;
§ 2º Caso a decisão seja pela aplicação de sanção, deverão ser discriminadas no
relatório:
I – A falta disciplinar cometida;
II – As razões que levaram a comissão a entender pela ocorrência da falta e a rejeitar
a tese de defesa apresentada pelo aluno e/ou seu responsável legal; e
III – A sanção sugerida.
Art. 9º Se após a apuração, o colegiado julgar pela inexistência dos fatos ou que estes
são inconsistentes para configurar falta disciplinar, o processo será arquivado, após ciência
do Diretor-Geral.
Parágrafo único – Caso haja a discordância, poderá o Diretor-Geral,
fundamentadamente, aplicar uma das sanções previstas nos incisos I e II, do art. 7º do
Código de ética Discente.
Art. 10 Diante da comprovação da falta disciplinar, a comissão deverá indicar a
sanção cabível levando em consideração a gravidade, os danos causados e os antecedentes
do discente.
§ 1º Compete ao Diretor-Geral aplicar as sanções de advertência escrita e de
suspensão das aulas, por até 5 (cinco) dias.
§ 2º Caso o relatório conclua pelo desligamento do estudante, o Diretor-Geral do
Campus encaminhará o processo para a apreciação do Reitor, autoridade competente para o
julgamento, neste caso.
§ 3º No prazo de 5 (cinco) dias úteis, contados do recebimento do processo, o Reitor
proferirá a sua decisão.
Art. 11 O julgamento pelo Diretor-Geral e pelo Reitor deverão acatar o relatório da
comissão, salvo quando contrário às provas dos autos.
(Anexo da portaria nº 1.924, de 28 de maio de 2019)

Parágrafo único. Quando o relatório da comissão contrariar as provas dos autos, a


autoridade julgadora poderá, motivadamente, agravar a penalidade proposta, abrandá-la ou
isentar o aluno de responsabilidade.
Art. 12 Da decisão do Reitor caberá pedido de reconsideração, no prazo máximo de 2
(dois) dias úteis, contados a partir da data de conhecimento do ato.
§ 1º A análise do pedido de reconsideração será realizada por uma comissão
nomeada pelo Reitor. A comissão terá um prazo de 5 (cinco) dias úteis para emitir um
parecer.
§ 2º O simples pedido de reconsideração não produzirá efeito suspensivo.
§ 3º Após a decisão final pelo Reitor, a Comissão designada anexará um despacho de
instrução processual e o encaminhará ao Diretor-Geral do Campus, que convocará o
estudante e seus pais e/ou representantes legais para comunicar a decisão.
Art. 13 Em caso de dano material ao patrimônio da instituição, o estudante estará
obrigado a realizar o ressarcimento do bem danificado, sem prejuízo de outras medidas.
§ 1º Os prejuízos materiais ao Colégio Pedro II deverão ser apurados, e o valor
monetário necessário à sua reposição será determinado pela Administração.
§ 2º A obrigação de reparar o dano estende-se ao responsável pelo estudante menor
de 18 (dezoito) anos.
§ 3º Os casos de maior gravidade, com repercussão em outra esfera diversa da
administrativa, deverão ser levadas ao conhecimento das autoridades públicas competentes.
Art. 14 Os casos omissos neste regulamento serão resolvidos pela Reitoria

Rio de Janeiro, 27 de maio de 2019.

OSCAR HALAC
Reitor

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