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Quando

a vida protegida de Dani é virada de cabeça para baixo por segredos


de sua mãe, ela encontra proteção com o pai alienado fora da lei. Contra

todas as advertências, ela se apaixona pelo motoqueiro mau, Shadow. Ele é
uma besta e uma beleza em um colete de couro com um coldre de arma.

Dani pode aprender a viver dentro das regras do clube? Ela é mais parecida
com o pai do que ela poderia imaginar?
Shadow tem crescido entre os drogados, prostitutas e assassinos. A única

família que ele já tinha conJiado era o Devil's Dust Motorcycle Club. Ele fará
qualquer coisa para um irmão; até mesmo matar. Na verdade, matar é tão
fácil, ele fez uma carreira por disso. Seu único arrependimento é não ser
capaz de matar a própria mãe inútil. Quando Dani aparece com seu

temperamento provocante e charme inocente, Shadow começa a questionar
seu estilo de vida violento. Mas ele pode conJiar nela com seus demônios?
Sexo.
Sangue.
Traição.
Será que Dani e Shadow deixarão laços familiares os destruir?
Capítulo Um
DANI
Eu sou acordada e assustada com um tumulto vindo das escadas.

O quarto está escuro e minha visão está embaçada pela falta de


sono. Eu pisco algumas vezes e olho o relógio em minha cômoda: 02h15min
da manhã. Só pode ser brincadeira.

Eu rolo de volta e com raiva fecho meus olhos. Eu tenho certeza que
é minha mãe voltando tarde do trabalho com Stevin. Ele é o chefe ou colega
de trabalho dela. Eu não estou certa. Inferno. Eu nem sei qual é o trabalho
deles. Eu também não me importo. Ela também está namorando ele, o que
eu acho bem desesperador. O relacionamento deles é estranho, e minha
mãe é muito reservada sobre... O que quer que eles sejam. Ele é rico, bonito
e é a única razão por nós estarmos morando neste apartamento clássico no
coração de Nova York. Minha mãe já mencionou que ele tem uma poupança
dos seus avós e que sua família é rica. Eu tenho certeza que ela só me
contou isso como uma explicação para a nossa mudança da lixeira que nós
estávamos. Ela era uma dançarina na época e eu questionei como nós
poderíamos pagar este lugar.

Sem aviso, a porta do meu quarto é escancarada e bate contra a


parede, enchendo o quarto com um baque alto. A luz se acende e minha
mãe anda rápido em direção à minha cama, jogando o cobertor para fora de
mim. Sinto como se meus olhos estivessem sido agredidos, e eu estremeço
com a indesejável claridade.

— Que porra, mãe? — eu grito, ainda meio dormindo.

— Vamos, saia da cama. Se vista e arrume uma mala pequena.

Eu pisco meus olhos os abrindo, e olho a aparência da minha mãe. O


seu usual e elegante cabelo cor chocolate está embolado e há sangue seco
de um corte em sua bochecha. Eu nuca vi minha mãe tão perturbada antes,
eu fico completamente alerta em relação a isso.

— Pare de me encarar e arrume a mala. Agora. Nós não temos muito


tempo!
Minha mãe fala antes mesmo de eu sequer abrir minha boca para
perguntar o que aconteceu.
Por que ela está tão abatida? Quem fez isso com ela? Onde está
Stevin? E pra que porra de lugar estamos indo? Eu tenho todas essas
perguntas e nenhuma resposta, mas eu sei antes de perguntar que pelo
olhar da minha mãe e o tom em sua voz não está para brincadeira. Meu
coração treme quando começo a entender a situação e pego minha mala.

Eu olho para o que estou vestindo: uma camiseta miserável e


calcinhas. Pego uma par de jeans azuis, uma camisa azul apropriada e
minhas botas pretas na altura dos joelhos. Não é elegante, mas vai ter que
servir. Corro até meu banheiro e escovo meu cabelo castanho escuro e
ondulado. Encarando meu reflexo, eu noto meus olhos verdes fundos pela
falta de sono, parecendo sem energia. Meus olhos são a minha assinatura,
eles são de um verde muito claro, parecem místicos. Já falaram que meus
olhos são como piscinas de heras, ou o quer que isso seja. Eu jogo meu
cabelo em um coque atrapalhado e penteio a minha franja de lado.

Coloco algumas coisas que eu juntei do banheiro na mala aberta na


minha cama e junto com algumas roupas extras e sapatos. Eu pego algumas
outras coisas como minha bolsa, iPod, óculos de sol e desço as escadas

Minha mãe já está esperando por mim na porta. Eu noto que o


sangue foi limpo de sua bochecha, mas sua face ainda está vermelha e um
pouco inchada. Ela agora está usando uma blusa branca e limpa com botões
do meio para cima. Ela sempre se veste com perfeição, mesmo na pior hora,
a qual poderia, possivelmente, ser agora. Eu gostaria que ela me contasse o
que esta acontecendo. Eu estou em perigo?

— Vamos Dani. Nós perderemos o nosso voo, — ela diz irritada.

— Mãe, que merda está acontecendo...

Ela me corta ao ir andando da porta do nosso apartamento até o


elevador. Minha frustação cresce e sigo atrás dela.

Minha mãe caminha ate o meio-fio e grita por um taxi. A brisa fria
sopra ao redor, cobrindo minha pele cor de oliva com arrepios. Eu olho
para cima, nos altos prédios, absorvendo o máximo que eu posso; essa
talvez seja a última vez que eu os vejo.
Um taxi amarelo encosta e minha mãe bate no porta-malas. Isso
causa um barulho alto e agudo. Ela joga sua mala e arranca a minha da
minha mão, a jogando para dentro também.
— Aeroporto JFK, — ela fala ao motorista, evitando contato visual
comigo. — Rápido, por favor.

O caminho até o aeroporto é silencioso. Eu tenho tantas perguntas,


mas estou com medo das respostas que posso receber. Eu sei que eu
deveria perguntar, mas não consigo formar as palavras. Então eu só encaro
a janela, silenciosamente dizendo adeus a minha vida. Bem, seja a vida que
eu tive. Eu tive amigos, mas ninguém próximo o suficiente para notar que
eu parti. Eu tenho um emprego no café local, mas eles só irão colocar outra
pessoa no meu lugar. Na verdade, sendo colocada em uma situação tão
desesperadora me leva a ver que eu realmente não tenho muito que
mostrar sobre a minha vida. É depressivo. Ter uma mãe super autoritária
faz isso com você. Ela não permite que eu tenha uma vida social. Então,
claro, encontrar amigos na faculdade que somente fiquem em casa e
assistam filmes é difícil. Porra, eu acabei de comemorar meu aniversário de
21 anos e foi, como sempre, deprimente: jantar chique, vinho e pais
incluídos.

Nós chegamos ao aeroporto e o taxista tira nossas malas do carro


enquanto minha mãe joga um pouco de dinheiro no assento. Eu pego minha
mala e a sigo. Desacelero minha caminhada enquanto ela segue em direção
a um homem grande e robusto com uma grande barriga, na qual os braços
estão cruzados rente ao peito. Ele está usando um jeans azul rasgado e uma
camiseta preta onde as tatuagens parecem serpentear para fora e
reivindicar cada centímetro de seus braços cabeludos. Minha mãe caminha
diretamente até ele, sua linguagem corporal é confiante, então eu acelero
meu passo e tento a alcançar. Enquanto eu me aproximo eu vejo que seu
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colete de couro tem vários patches . O da esquerda se lê “TRIGGER” e o da
direita “Ghost MC”. Meu ar fica preso na garganta; MC como em clube de
motoqueiros? Eu já assisti vários documentários e programas de TV o
suficiente para saber que um clube de motoqueiros não é algo para se
brincar.

Eu olho um pouco para baixo, em seu colete de couro, e vejo um


remendo em forma de diamante que diz “1%”. Minha garganta aperta mais
enquanto eu tento falar, preocupada em quais são as intenções da minha
2
mãe. Eu não lembro exatamente o que 1% significa, mas eu sei que não é
nada bom.
— Mãe?

Ela joga sua mão para cima para me calar.

Que merda que ela está fazendo? Isso não é algum pedestre
ocasional pedindo informações.

— Eu sou Lady, você tem algo pra mim de Bull? — minha mãe diz
confiante.

Lady? O nome dela não é Lady, é Sadie. E quem é essa porra de Bull?

O homem assustador chamado Trigger a olha.

— Sim, aqui estão suas passagens de avião. Bull mexeu uns


pauzinhos para conseguir o próximo voo para vocês. Vocês têm uma hora
antes do voo partir para LA.

O homem grande e robusto entrega um envelope a minha mãe, sua


voz é profunda e ameaçadora.

Ele aponta para minha mãe.

— Diga a Bull que isso nos deixa quites.

Ele me olha e depois a minha mãe

— Boa viagem garotas, — ele diz e vai embora.

— Sim, obrigada. — ela diz abrindo o envelope e espiando dentro.

Que porra é essa? Ela age como se estivesse falando com uma merda
de uma garotinha. Ela não está nem um pouco perturbada, mas eu estou
prestes a me mijar de medo.

— Você se importa em me dizer que porra é essa que está


acontecendo? — eu amaldiçoo minha mãe, cansada de toda essa charada.

Seus olhos se arregalam com o meu linguajar. Ela não está satisfeita;
vai entender. Minha vida inteira me falaram como agir e o que falar.
Sempre me disserem para permanecer no caminho certo; o caminho que
minha mãe e Stevin estavam pagando para mim. Consiste basicamente em
fazer nada a não ser escola. Mal sabe ela que eu ainda estou indecisa sobre
faculdade. Ela teria um derrame se soubesse que eu não tenho a minha vida
inteira planejada. Ela nunca me deixou fazer nada selvagem ou imprudente.
Ela sempre me impede e grita sobre como eu ajo como meu pai e como ela
atravessou o inferno para me dar uma vida melhor, um caminho melhor,
para eu estragar tudo. Parece que este é o único momento em que ela está
presente, para me dizer o fracasso que eu sou. A última vez que eu tentei
alguma independência, eu tinha 19 anos e estava cansada de estar presa.

— Você parece gostosa para caralho, se você não transar essa noite,
então não há esperança para as mulheres, — disse Daisy, olhando meu
tomara que caia preto.

— Você parece bem gostosa também, — eu elogiei Daisy, e lhe dei


uma piscadela sensual.

Daisy era a nova funcionária da cafeteria, com quem eu logo tive


afinidade. Ela conhecia uma boate que não pedia identidade, então nós fomos
para lá tentar pegar uns caras quentes.

Eu me olhei no espelho pela última vez: vestido preto, saltos vermelhos


e bolsa vermelha. Sim. Eu parecia uma femme fatale.

Meia hora mais tarde, ainda rindo, nós chegamos à boate só para
encontrar minha mãe e Stevin esperando na entrada.

Merda! Filha da puta!

— Danielle Lexington, no que você está pensando? — minha mãe fala,


agarrando meu braço fortemente.

— Sai fora! — eu gritei para ela, causando uma cena.

— Você parece uma prostituta. Coloca a seu traseiro no táxi e vamos


pra casa agora, — ela grita na minha cara, a saliva voando contra minha
pele.

— Eu tenho 19 anos. Sou uma adulta. Você não pode mais ficar
mandando em mim, — eu grito de volta para ela, puxando meu braço de
volta para descontar.
— Você quer ser uma adulta, aja com uma, — ela vaiou de volta.
Eu fechei meus olhos e respirei bem fundo, raiva preenchendo a minha
espinha. Eu queria socar a mulher que se intitula minha mãe.

— Eu estou cansada de suas merdas, eu tenho dinheiro suficiente para


me mudar, — eu disse calmamente, pronta para ver o golpe do abandono em
seu rosto. Gastei quase um ano poupando, mas eu finalmente tenho o
suficiente para um começo decente, um começo sem a minha mãe.
Ela sorriu, fazendo minha coragem incomum fugir.

— Oh querida, — ela zombou — Eu já limpei aquela conta, você não


tem nada. — ela gargalhou igual eu imagino o diabo, me fazendo suspirar de
horror.

— O quê? — eu perguntei completamente enfurecida.

— Vá em frente, saia, se mude, vá viver nas ruas. Você veio do lixo,


você também pode viver como lixo, — ela disse, assinalando, pela
milionésima vez, como eu sou nada mais que a filha do meu pai. Finalmente,
alguém que ela despreza mais que eu: meu pai, quem quer que ele seja.

— Foi isso que eu pensei, volte para o taxi. — ela me empurrou na


direção do taxi.

— Eu tentarei explicar no avião, Dani. Nós não temos tempo agora.


— minha mãe sussurra, enquanto me puxa da viagem à terra da memória.

Mais tarde eu descobri que a única razão para eu ter sido pega em
fragrante naquela noite foi por causa da merda da vizinha que vivia no
andar abaixo de nós. Ela era a espiã da minha mãe, sempre xeretando a
minha vida. Ela estava lá fora quando nós chegamos em casa naquela noite,
tão satisfeita por eu ter chegado em segurança, perguntando a minha mãe
se ela tinha feito seu trabalho corretamente. Seu trabalho era me dedurar,
isso sim. Eu era uma adulta aprisionada vivendo com a minha mãe. Meu
relacionamento com minha mãe é tipo “aceitar a situação e não gerar
confronto”. Mesmo sendo uma opção miserável, às vezes as ruas não
pareciam tão ruins...

Falta uma hora para subirmos a bordo do voo. Eu ainda estou


curiosa como Trigger conseguiu passagens para nós tão rapidamente e
sobre quem é Bull. Mamãe suspira alto, chamando minha atenção.

— Eu acredito que deveria te contar toda a história, — minha mãe


diz ao correr as mãos em seu rosto, irritada.

— É isso seria legal, — eu respondo sarcasticamente.

— Eu conheci seu pai em uma festa em L.A. a mais ou menos 22


anos. Ele era muito bonito, você se parece bastante com ele. — ela me olha,
seu rosto está ilegível. Eu não estou certa se eu trago memórias boas ou
dolorosas, mas julgando pelo jeito que ela age em relação a mim, eu
suponho que sejam dolorosas.
— Nós estávamos em uma festa quando uns bêbados começaram a
assediar a mim e uma amiga. Minha amiga caiu fora, mas eu não fui tão
rápida. Aqueles homens sórdidos avançaram em mim, eu estava em
desvantagem. Eles me empurraram para o chão de deram um tapa e
começaram a... — ela inala profundamente antes de continuar. — Bom, foi
aí que seu pai apareceu; ele os espancou até tirar a última gota de sangue.
— ela começa a rir com o pensamento, o que eu acho assustador. — Ele os
fez ajoelhar e se desculparem comigo. Um até se mijou. — ela balança a
cabeça para clarear o pensamento. — Eu fui até sua casa na traseira da sua
moto, achando que havíamos começado algo especial. Pensei que eu tinha a
chave para o mundo. Larguei a escola e meus pais me deserdaram depois
que descobriram que eu estava namorando um cara de um clube de
motoqueiros. — ela suspira fortemente. Bastante arrependimento estava
evidente em sua voz. Eu quase me sinto mal por ela.

— Nós estávamos juntos dia e noite por mais ou menos cinco meses.
Aí eu falei que o amava e ele mudou. Ele não me ligou ou falou comigo por
dias, então eu fui procurar ele e o encontrei com alguma puta do clube. Eu
fugi de lá no primeiro voo que consegui. — ela pausa e olha para o
embarque de passageiros. — De qualquer forma, um mês depois eu
descobri que estava grávida. Eu não queria o mesmo caminho pra você,
então eu não contei para ele. Não faria diferença. Então eu dei meu jeito de
prover você, para garantir que você seguisse o caminho certo, não como eu
ou seu pai. — ela finaliza com lágrimas nos olhos e respiração irregular. Eu
sei que ela não queria me contar nada disso.

— Você está prestando atenção? — ela pergunta enquanto estala as


costas e senta, se endireitando em seu assento. O modo auto piedade sob si
mesma deve ter acabado.
Minha cabeça está completamente confusa com essas informações.
Eu estou entendendo ela, mas sinto meus nervos lutando no limite.

— Na verdade, eu poderia tomar uma bebida, — eu digo levantando


minha mão para chamar a atenção da aeromoça. Toda essa informação fez
eu me sentir arrasada.
— Dani, não! O que você é? Uma bêbada? — ela pergunta,
arregalando os olhos, balançando sua cabeça com desapontamento.
— Ah não, nós não gostaríamos que alguém pensasse isso,
gostaríamos? — eu debocho. Ela está sempre preocupada com o que os
outros pensam sobre ela. Meu comportamento dando ela o pior de seus
rótulos através da criança que age como o pai vigarista.

Ela vira a cabeça na direção oposta.

— Assim como seu pai, — ela sussurra aborrecida.


Mesmo depois de ter escutado toda a merda que ela derramou sobre
mim, apenas aos olhos da minha mãe, uma cerveja me tornaria uma
bêbada.

— Você vai me dizer o que aconteceu com seu rosto? E por que de
repente você está me contando sobre o meu pai? — eu pergunto, por um
instante chateada por ela ter escondido tudo isso de mim. Eu nunca me
permiti perguntar sobre meu pai. No que diz respeito a minha mãe, ele é só
um doador de esperma. Então eu estou confusa. Porque agora ela está me
colocando para fora tudo que eu sempre quis saber?

Virando a cabeça na minha direção, ela diz em voz alta:

— Eu estou chegando lá, — atraindo a atenção de todos a nossa


volta. Abaixando sua voz, ela continua — Quando eu deixei seu pai, eu fui
uma garçonete em um restaurante em NY por vários anos, mas só isso não
era o suficiente. Então, eu comecei a dançar em boates por dinheiro. Era
desprezível, mas pagava as contas e comprava suas bonecas. — ela vira sua
cabeça para longe, evitando contato visual.
— Uau, você era uma stripper? — eu pergunto chocada. Agora
minha voz está muito alta, fazendo com que todo mundo vire de seus
assentos e olhe para nós.
— Shh, Dani, — ela diz, lançando facas com seus olhos e
gesticulando para eu abaixar o volume. — Eu entretia as pessoas. — ela fala
completamente convencida que há uma diferença entre as duas.

— Stripper, — eu balbucio debaixo da minha respiração.


Eu não posso acreditar no que eu estou ouvindo, minha mãe era
uma stripper. Eu sabia que ela era uma dançarina, mas eu nunca teria
pensado que ela tirava a roupa nem em um milhão de anos. Quando eu era
criança ela me contou que ela era uma dançarina eu pensei que ela fazia
shows da Broadway ou algo parecido. Eu não acredito que ela tem
escondido tudo isso de mim. Tudo que ela havia me dito é que meu pai é
um lixo e que não queria ter nada a ver conosco. Bem, aparentemente, ele
não queria nada apenas com a minha mãe, ele nem sabe que eu existo. Eu
não sabia que ele era de um clube de motoqueiros, ou que minha mãe já
esteve numa moto.

— Stevin começou a aparecer todas as noites perguntando por meu


nome, — ela diz, agarrando novamente os meus pensamentos frenéticos. —
Ele me disse que eu não precisava estar num lugar como aquele e que o
deveria deixar cuidar de mim. Eu, primeiramente, hesitei claro. No entanto,
as contas são altas demais para quem vive em NY e meus pais não estavam
falando comigo. Aí Stevin e eu começamos a nos relacionar, então eu
concordei. Ele me deu um emprego, proporcionava coisas pra mim e pra
você e então eu me apaixonei por ele. Até a noite passada. E foi isso.

Ela fecha seus olhos apertadamente para evitar olhar para mim
novamente. A tensão de repente se arrasta no ar entre nós, e me pega
desprevenida. Me concentro nela atentamente, tentando entender por que
o repentino mal-estar.

— Nós estávamos no escritório do Stevin trabalhando até tarde e o


seu celular começou a tocar. Quando ele atendeu foi como se sua atitude
mudasse em 180º. Ele me falou para pegar minhas coisas e ir para casa
imediatamente. Eu acho que não fui rápida o suficiente. Dois policiais
entraram no escritório seguidos por dois seguranças de Stevin. Eu estava
na minha mesa desligando meu computador quando escutei dois tiros. Eu
corri para dentro do escritório com medo deles terem atirado no Stevin e
em seus guardas. — ela pausa e coça sua testa, onde eu noto gotas de suor
se formando.
— Quando eu vi os policiais mortos no chão, eu corri. Eu escutei
Stevin mandando seus guardas me perseguirem. Um me pegou e eu lutei
contra eles, só para levar um tapa. Eu o chutei nas bolas e corri até o
elevador, — ela diz. Suas palavras estão saindo de sua boca tão
rapidamente que eu mal posso acompanhar.

— Uh, — ela tropeça. Seus olhos estão arregalados e com um olhar


de descrença. — Stevin saiu de seu escritório apontando uma arma em
mim, mas, felizmente, a porta do elevador se fechou antes dele começar a
atirar. — seu corpo está tenso, trêmulo e curvado. Ela não está me
contando à história toda, minha mãe é uma mentirosa de merda. Baseado
em seu suor, suas palavras tropeçadas e seu estado frenético, eu tenho
certeza que ela está escondendo algo. Isso me deixa nervosa, o perigo que
parece que nós estamos correndo deve ser sério. Eu deveria saber tudo, e
eu não sei.

— Eu liguei para o seu pai. Ele irá nos proteger até descobrirmos em
que direção seguir, — ela diz, finalmente olhando em minha direção. Seu
corpo de repente aparenta estar calmo e sossegado.

— Meu-meu pai? — eu gaguejo, sem entender o porquê de nós


estarmos correndo para um cara que minha mãe sempre quis manter longe
de mim, a última pessoa que eu pensei que ela correria para pedir ajuda.

— De qualquer forma, Stevin é um homem poderoso. Eu não sei o


quão fundo é seu bolso, então, deixar NY é a nossa melhor opção. — ela
observa a minha reação, evitando a minha pergunta sobre meu pai.

— Bull irá nos proteger, — ela diz, acenando com a sua cabeça,
muito certa de si mesma.

— Isso é demais para eu assimilar, — eu digo enquanto exalo,


notando pela primeira vez que estava prendendo a minha respiração. Meu
dedo indicador e meu dedão estão no meu lábio inferior também, algo que,
segundo Victoria, minha terapeuta, aparentemente eu faço quando estou
nervosa. Quando eu era mais nova, minha mãe dizia que eu agia muito
como o meu pai e isso a preocupava, a levando achar que eu precisava de
um terapeuta. A verdade é que eu odiava Victoria. Ela sempre estava do
lado da minha mãe, mesmo quando eu sabia que ela estava errada. A única
vez que Victoria fez sentido foi em relação ao hábito que eu tenho de
brincar com meu lábio inferior. Eu nem mesmo percebia que estava
fazendo isso, mas agora eu me pego fazendo isso quando estou nervosa ou
mentindo, ou ambos.

— Olha, eu sei que você não consegue entender agora, — minha mãe
diz enquanto pega uma de minhas mãos com as suas. Essa nova afeição me
deixou confusa. Ela não demonstra nenhum instinto maternal desde que
começou a trabalhar para Stevin. Eu tiro os dedos dos meus lábios e sinto
meu corpo enrijecer com o toque.

— Nós precisamos do tipo de ajuda que um clube fora da lei, como o


que o seu pai pertence, pode nos dar. Eu não os deixarei machucarem você
ou te arrastarem para aquele mundo dos infernos deles. Você não vai ser
como eles, Dani. Você tem um futuro, não se esqueça disso, — ela diz,
olhando diretamente nos meus olhos.

— Umm, okay, — eu digo, chocada pela supermãe que de repente


está sentada na minha frente.

— Eles são foras da lei, Dani. Eles tentarão te arrastar para o seu
maldito estilo de vida, — ela diz, suspirando alto. — Eles são implacáveis e
porcos. Não os deixe te enganar. — ela começa a morder o lábio inferior,
desligando a luz sobre nossas cabeças. Como de costume, ela acabou de
falar sobre isso e nenhum argumento a fará mudar de ideia.

Mas, por que meu pai nos ajudaria se ele não se importa conosco?
Ela contou sobre mim para ele no telefonema? E, se esse clube de
motoqueiros é tão moralmente errado, por que nós estamos correndo até
eles por ajuda?

Capítulo Dois
DANI
Eu acordo quando o avião aterrissa, me surpreendo ao perceber que
eu consegui dormir depois de toda a merda que a minha mãe colocou para
fora nas últimas horas. Eu fui me arrastando atrás dela para a esteira de
bagagens e esperei alguns minutos, o que pareceu uma eternidade, antes de
as enxergar na esteira. Peguei a minha mala quando passou e caminhei até
a saída mais próxima.

Enquanto eu saía do aeroporto, a luz do sol batia em meus olhos


sensíveis. Eu parei e peguei na minha bolsa os óculos de sol. Enquanto
meus olhos se adaptavam, eu percebi que minha mãe não estava mais do
meu lado. Eu não estou certa sobre quem nós estamos procurando, mas eu
notei um grande SUV, com duas motos pretas estacionadas em frente à
placa: “PROIBIDO ESTACIONAR”. Havia dois homens nas motos e parei dar
uma olhada neles. Eu espero que meus óculos de sol me impeçam de
parecer uma louca que gosta de encarar as pessoas. Um dos caras está
apoiado em sua moto, ele é mais velho, talvez uns 40 anos. Uma bandana
preta está amarrada em volta de sua cabeça. Seus cabelos loiros, sujos e
longos voam por baixo da bandana e repousam nos seus ombros bem
constituídos. Uma longa barba, combinando com um grosso bigode do
mesmo loiro sujo, mas com partes brancas. É tão grosso que cobre sua boca
a ponto de quase não ver seus lábios. Ele está usando um colete de couro
sobre uma camisa branca e jeans pretos, que me faz lembrar um pouco de
Trigger do aeroporto em NY. Suas pernas estão cruzadas na sua frente,
enquanto ele está apoiado em uma das motos, seus dedos rodam um palito
de dente na boca. A tentativa de parecer casual não me engana, toda sua
imagem grita “fora da lei”.

O outro cara não está olhando para mim. Ele tem um cabelo negro e
bagunçado no topo e mais curto nos lados. A parte de trás da sua jaqueta
preta de couro sem mangas tem um esqueleto esmagando um crânio. Se lê
“DEVIL’S DUST” na parte de cima do crânio esmagado e “Califórnia”
embaixo. Ele está usando uma blusa branca, calça jeans azul e botas pretas
de motoqueiro. Ele se vira e eu fico paralisada. Ele é impressionante, lindo
mesmo, e ele transpira “Bad Boy”. Sua pele é bronzeada e eu posso ver uma
tatuagem no bíceps esquerdo espreitando por sua manga curta. Não
consigo descobrir o que é, pensei. Eu vejo seus lábios se transformarem em
um sorriso arrogante e percebo que ele me pegou o olhando.
Merda. Eu sorrio de volta. Olhando nos olhos dele, eu descubro que
eles são azuis claros. Claro que eles são azuis, o contraste com o cabelo
negro é marcante. Esses olhos azuis possuem uma presença animalesca. Ele
estica seus braços e os cruza na frente do seu peito. O tecido da camisa
branca estica apertadamente em volta dos músculos de seus braços no
processo. Meus lábios de repente se abrem, eu não consigo respirar com
essa tentação de pé na minha frente, embora, ao mesmo tempo, esteja
completamente intrigada. Surpreendentemente, pela primeira vez desde
que minha mãe me acordou no meio da noite, eu me sinto segura. Eu não
tenho ideia de como! Ele parece tudo, menos seguro.

Minha mãe agarra meu braço e para o meu suplício, começa a


caminhar em direção a eles. Minha mente ainda está processando
lentamente tudo que ela me disse no avião. Eu lembro que nós estamos
buscando proteção de um clube de motoqueiros e a deixo me levar até eles.

O cara mais velho se levanta da moto enquanto nós nos


aproximamos, o mais novo se volta para minha mãe.

— Lady, eu presumo? — o delicioso motoqueiro diz a ela. Enquanto


ele se aproxima eu posso ver o patch na frente de seu colete que se lê
“SHADOW”. Ele é ainda mais sedutor de perto. Mas por trás de toda a
beleza, eu sinto a fera. Ele tem o olhar de alguém que foi machucado, mas
possui o dom natural para esconder isso. Eu sinto minhas coxas apertando
para aliviar a dor entre as minhas pernas. Porra! O que há de errado
comigo? Não é possível que ele esteja me excitando, é?

— Inferno, esta é a Lady, — o motoqueiro mais velho exclama, sua


voz é rouca da idade e dos cigarros. — Como você tem estado, porra? — de
perto, eu noto rugas ao redor dos seus olhos e boca, a idade não tem sido
bondosa com ele.

— Meu nome é Sadie, — minha mãe rebate, seu tom é frio e nada
amistoso. Esse cara, obviamente, conhece minha mãe. Pelo jeito que ele
está todo animado em a ver, eu acredito que eles devem ter sido amigos em
algum ponto. O olhar no rosto da minha mãe, no entanto, é tudo menos de
felicidade em ver um velho amigo.
Eu sinto a presença de Shadow e o olho. A profundidade de seus
olhos azuis desperta algo em mim e minhas bochechas coram. Eu tenho que
desviar o olhar. Eu sei por experiência que caras como ele são geralmente
mulherengos. Eu nunca fui usada, mas já ouvi caras conversando na
faculdade, caras que são bonitos assim. Apesar de nenhum deles jamais me
afetar como esse. Aqueles caras eram apenas meninos comparados a
Shadow. Ele é todo homem. Eu escuto as palavras da minha mãe na minha
mente. “Eles são foras da lei, Dani. Eles tentarão te arrastar para dentro de
seu maldito estilo de vida.” Eu fecho meus olhos apertadamente, tentando
me livrar do efeito devastador que Shadow tem sobre mim.

Eu abro os olhos e tento me concentrar em minha mãe e no


motoqueiro mais velho. Eu olho no bordado do colete: “LOCKS”. Embaixo
há outro que se lê “VICE-PRESIDENTE” e ele tem um bordado com “1%”.
Locks é um nome estranho, talvez ele seja bom em quebrar fechaduras ou
algo parecido.

Eu volto a olhar sobre o colete de Shadow, curiosa agora. “Sargento


de Armas” está bordado debaixo do seu nome e eu noto que tem o “1%”
também. Esses caras são tudo menos seguros, mas de alguma forma eu
sinto que eles nos protegerão da merda que minha mãe nos enfiou. Dentre
as opções, sei que Stevin correrá para caralho quando vir esses criminosos.

Locks esfrega sua mão contra a bochecha da minha mãe e eu vejo


seu corpo tencionar ao toque.

— Eu matarei o filho da puta que fez isso com você, Lady. Isso eu
prometo! — ele diz com tanta ferocidade em seu tom que eu sei que ele não
está mentindo.

Eu volto a olhar Shadow e ele está olhando para o que Locks está se
referindo: o hematoma no rosto da minha mãe.

— Essa é a Danielle, — minha mãe diz, apontando para mim. —


Danielle, esse é Locks. Nós nos conhecemos há muito tempo. — minha mãe
volta a apontar para Locks, sua apresentação faz com que ela não seja mais
o foco da conversa.

— Oi. É muito bom conhecer vocês. Vocês podem me chamar de


Dani, — ambos me encararam; o olhar fixo de Shadow me deixou
desconfortável. — Amm... Vocês têm motos adoráveis. — eu disse
nervosamente. Eu estou tentando ser educada, mas só sai idiotices. Todos
riem. Ótimo, eu tenho certeza que eles pensam que sou uma burra ingênua.
Eu sopro o ar para minhas bochechas e suspiro em derrota.

— Bull quer que nós o encontremos no clube para passar por cima
de tudo isso. Ele não pôde estar aqui. Tinha que amarrar algumas pontas
soltas. Negócios do clube, — Locks explica enquanto volta à atenção para
minha mãe. — Nós temos os prospectos no “carro de entregar compras”
para levar vocês e suas merdas para o clube. — Locks pega nossas
bagagens e vai em direção a SUV preta.

Uau! É uma Escalade. Eu não estou certa de como uma Escalade se


torna conhecida como “carro de entregar compras”.

Eu começo a subir no banco traseiro, levando um susto por causa de


uma voz suave e profunda. Dou um pulo e viro com um uivo, só faltando
bater minha cabeça na moldura da porta.

— Locks não sabe merda nenhuma sobre veículos, a não ser que seja
uma moto. Essa Escalade provavelmente pode comprar toda sua fodida
casa, — Shadow sorri, ignorando meu estado assustado. Ele se inclina do
lado da SUV, seus olhos me devorando, me fazendo sentir nua.

Puta merda, ele é lindo. Mais de perto eu noto que seu oceano azul
tem uma borda cinza tempestuosa em torno delas, formando a figura de um
furioso oceano brigando com um céu tempestuoso. Seus lábios são macios e
sensuais, o inferior mais carnudo que o superior, me fazendo morder meu
próprio lábio para reprimir a tentação. Eu deixo sair um estrangulado
sopro, eu não percebi que estava segurando. O efeito que ele tem na minha
respiração o faz perigoso à minha saúde. Seu sorriso se torna largo e
convencido enquanto ele enfia uma mecha solta de cabelo atrás da minha
orelha. Ele sabe do efeito que tem sobre mim. Pelo jeito que ele se parece,
eu tenho certeza que ele tem calcinhas caindo por ele o tempo todo. Eu fico
furiosa quando penso sobre isso. Que jogador. Eu já quero enfiar meu pé na
sua bunda.

Ele segura sua mão para me ajudar a entrar no carro e eu a agarro


sem pensar duas vezes. Meu corpo traíra instantaneamente se esquenta ao
toque dele, como se estivesse em chamas. Seu aperto fica mais forte e ele
me puxa para mais perto; nossos corpos ficam a centímetros de distância.
Eu posso sentir o cheiro do seu perfume ou do seu sabonete, misturado
com o leve odor de suor e cigarro. O cheiro causa uma umidade que
encharca a minha calcinha. Meu corpo se aproxima do dele e eu quase
arquejo pela atenção dele agora.

— Ahamm, — minha mãe limpa sua garganta, já no banco de trás. —


Nós temos um problema? — ela pergunta, sugestivamente, me tirando do
torpor que Shadow me envolveu. Eu claramente não tenho nada em comum
com ele, somente isso deveria me fazer querer manter distância. Quem é
esse cara? E por que eu estou tão atraída por ele?

Eu puxo a minha mão da dele rapidamente, tirando minha cabeça de


quaisquer “olhos de céus tempestuosos e motoqueiros bad boys” e subo no
“carro de entregar compras”. Eu tiro meus óculos de sol e me viro para
Shadow, para o agradecer, fazendo questão de jogar um tom de sarcasmo
em minha voz para mostrar que eu não estou afetada, apesar de ser uma
grandíssima mentira. Eu estou qualquer coisa muito mais que afetada por
ele. Quando nossos olhos se prendem, seu sorriso instantaneamente cai,
sua mandíbula se aperta, seu corpo fica duro e sua boa levemente se
separa, ele parece ter visto um fantasma. Sua mudança de comportamento
me pega de surpresa. Antes que eu possa perguntar se alguma coisa está
errada ele bate a porta, a fechando.
Que porra? Talvez ele só seja um babaca tirando sarro, brincando
com a minha mente. Se eu tenho qualquer senso, eu vou ficar bem longe
dele. Eu coloco meus óculos de sol de volta no meu rosto e me viro para
frente. O jeito que meu corpo grita pelo cara desmente a tranquilidade que
eu estou tentando aparentar. Isso vai ser uma merda.

Locks e Shadow nos seguem bem de perto enquanto saíamos, as


motos emitem um rugir estrondoso em seus despertar. Os dois prospectos,
como Locks os chamou, estão sentados na frente, calados. Suas cabeças são
tudo que eu posso ver deles. O que está dirigindo tem um moicano Mohawk
e o que está no assento passageiro é careca com tatuagens de um arame
farpado por toda a sua cabeça. Meu corpo ainda se sente alto pelo encontro
com Shadow, minha pele está formigando por todos os nervos periféricos.
Ele nem está no carro comigo e ainda consegue enviar borboletas
crepitando caoticamente em meu estômago. Está me custando tudo que
tenho para não me virar e ver o “sexy sobre rodas” atrás de nós. Eu me
pergunto se eu conseguirei andar em uma dessas motos antes disso tudo
acabar. Eu acho as motos sexys e perigosas. Ugh, o que há de errado
comigo? Eu preciso pular fora dessa terra da fantasia. Esses caras são
criminosos e eu preciso estar aqui pela minha mãe. Preciso resistir ao
charme “play boy” de Shadow, e ficar focada.

É uma curta distância antes de estacionarmos numa área arborizada


com dois prédios históricos inseridos detrás da estrada principal. A frente
tem portas de vidro duplo com pequenas janelas gradeadas aqui e ali. A
direita está um prédio de estanho mais velho, com duas garagens. Um
estacionamento entre os dois prédios está cheio de motos. Enquanto eu
saio do SUV, escuto o estrondo de mais motos. Eu olho para trás e vejo
Locks e Shadow já descendo de suas motos, então eu percebo que não são
eles. De repente, um enxame de motos pretas para e estaciona próximo a
Locks e Shadow. O grupo de foras da lei fazem minhas mãos tremerem de
medo. Como minha mãe pôde pensar que isso era seguro?

— Ora, ora, ora, olha só o que o gato trouxe de volta. Como você está,
Lady? — chama uma voz desconhecida da gangue que acabou de
estacionar. Um homem alto e musculoso, na frente dos outros, faz seu
caminho em nossa direção. Ele tem óculos negros em seu rosto, e cabelos
pretos que se emaranham em volta de seus olhos e ouvidos. Ele está
vestindo uma camisa preta rasgada com jeans azuis apertados que se
dobram em suas botas. Seus ombros são amplos e seus braços são
tonificados e bronzeados. Ele se abaixa e agarra a mão da minha mãe e dá
um leve beijo com seus lábios no dorso da mesma. Ela arranca sua mão da
boca dele com força. Eu quase posso sentir o ódio derramando dela. Meus
olhos se lançam ao colete preto de couro que ele está vestindo.

‘BULL’. ‘PRESIDENTE’.

Minha mente viaja de volta a Trigger no aeroporto de NY. Ele disse a


minha mãe que isso faria ele e Bull quites. Esse é o Bull, esse é o meu pai e
ele é o presidente do clube. Puta Merda! Esse é o cara que eu sempre era
comparada enquanto crescia. O homem que baseou minha vida com nada a
não ser atos de desaprovação, ele fez da minha vida um inferno e nem ao
menos sabe disso.

— Ainda tão charmoso como sempre, não é Bull, — minha mãe o


atormenta. — Diga ‘oi’ para minha filha, Dani. — ela gesticula sua mão em
minha direção. Eu percebi que ela não falou ‘nossa filha’.
Eu tento falar, mas meus lábios não se moveram. Eu sinto meu
coração pular uma batida e percebo que não estava respirando. O que
mesmo que eu diria para um homem que eu não sei praticamente nada?
Toda vez que eu pensava sobre meu pai eu vislumbrava uma estrela do
rock ou um doutor. O presidente de um clube de motoqueiros nunca esteve
na minha lista de pais falsos.

— Bem, olá querida. — ele é de fato charmoso. Eu estendo minha


mão para o cumprimentar e ele a começa levantar em direção à boca dele
como ele tinha feito com a minha mãe. Eu deslizo meus óculos para fora do
meu rosto e os coloco sobre a minha cabeça para conseguir uma visão do
homem que me fez. Bem antes de seus lábios tocarem as costas da minha
mão, ele levanta sua visão e olha para mim. Em um instante seu largo
sorriso some e sua boca cai aberta.

— Que porra é essa, Sadie? — ele pergunta atordoado. Seus olhos


piscam freneticamente entre minha mãe e eu.

— Obviamente ela é sua filha, Bull. — minha mãe diz


sarcasticamente, com um pingo de ódio. — Eu não teria pedido sua ajuda só
para mim.

Toda a multidão de motoqueiros se reúne ao meu redor como se eu


fosse uma aberração da natureza, como se eu fosse um projeto de ciências.
Eu não tenho ideia o que eles estão olhando, mas o jeito que todos estão
boquiabertos me fez sentir desconfortável e puta.

Bull me olha de volta e suspira fortemente. Ele pega seus óculos de


sol e os desliza para fora de seu rosto bronzeado. Ele tem olhos verdes,
como piscinas de hera; meus olhos. Eu tenho os olhos do meu pai. Agora eu
sei o que todos estão olhando. Minha respiração se torna pesada, eu a tento
controlar, mas estou perdendo a batalha. Há tanto para se assimilar, esse é
meu pai. Este é o clube dele. Faz sentido agora, o porquê de Shadow ter
agido do jeito que agiu quando eu tirei meus óculos. Assim que ele viu meus
olhos, ele soube que eu era a filha de seu presidente. Eu o procuro na
multidão e o avisto se apoiando contra o SUV. Ele se move e começa a andar
em nossa direção.
— É, não há como negar isso, prez, — ele diz com um sorriso entre
os dentes.
Eu arfo por ar, mas não consigo respirar. Meu corpo fica vacilante.
Eu tento me agarrar em algo, nada aparece, mas não tem nada para
segurar. A escuridão sobrepõe minha visão, meus joelhos se curvam e eu
entro em colapso.

* * * * *

Minha cabeça está latejando enquanto eu abro meus olhos para um


ventilador de teto poeirento em um quarto desconhecido.
— Onde eu estou? — eu resmungo, percebendo que meus pulmões
não mais gritam por ar.

— Você está no clube. Eu te trouxe para um dos quartos. Você


desmaiou, — diz uma voz familiar. — Sua mãe e Bull estão acertando suas
merdas. — eu olho ao lado da cama para encontrar Shadow ajoelhado lá. —
Você caiu bem do lado de fora do clube. Como está a sua cabeça? — ele
pergunta enquanto escova meu cabelo atrás da minha orelha. Seus dedos se
demoram na minha orelha causando uma onda de adrenalina para encher
meu sangue, me fazendo sentir drogada.

— Eu-eu… tá tudo bem, — eu gaguejei aquele sentimento familiar de


não estar apta a respirar rasteja de volta para os meus pulmões. O homem
me perturba de um jeito que eu nunca experimentei, eu não tenho controle
algum sobre o meu corpo quando estou perto dele.

— Respira Dani. Eu não vou morder você, a não ser que você queira.
— ele pisca.

Ai meu Deus, não pisca pra mim. Minhas coxas se arrepiam pelo
desejo subindo pelas minhas pernas.

Eu sento na cama, o rosto do Shadow a centímetros do meu. Meus


olhos caem em seus lábios cheios. Eu me pergunto como eles seriam na
pele de uma mulher. Eu lambo meus lábios, querendo o gosto dos dele,
quebrando o contato visual com seus lábios eu noto que ele também está
olhando para os meus lábios. Com um repentino sentimento de coragem, eu
me empurro para frente e roço meus lábios contra os dele. Meu repentino
sentimento de coragem rapidamente se evapora. Ele me quer tanto quanto
eu o quero? Ele sente a atração entre nós?

Ele deixa escapar um rosnado enquanto me agarra pelas pernas


bruscamente e as vira para o lado da cama. Seus dedos afundam em minha
pele. Me levantando pela bunda, ele me lança contra a parede. Seus lábios
colidem nos meus, sua língua exigindo entrada. Eu aceito a intrusão, ele
tem um gosto incrível e perigoso. Ele serpenteia sua mão para longe da
minha bunda e agarra o meu cabelo, os puxando fortemente. Ele está sendo
duro, como se estivesse me mostrando que tipo de cara ele é. Mal sabe ele
que eu não consigo ter o suficiente disso. Minhas mãos se agarram na
frente da sua camisa para puxar nossos corpos mais perto, minhas pernas
se envolvem mais apertadas em volta da sua cintura. Eu não posso
acreditar no que eu estou fazendo, minha mãe me avisou para manter
distância. Mas, eu não posso me segurar, eu sei que eu estou brincando com
o próprio demônio e eu quero mais!

De repente ele me empurra para longe, quase me derrubando sob a


minha bunda.

— Eu não posso fazer isso, Dani, — ele sussurra roucamente — E


você faria bem em ficar longe de mim...

— O quê?

O fogo inflamado entre nós se extinguiu com água do ártico. Eu tento


me recompor, me sinto barata e fácil. Sua frieza súbita afoga minha
excitação, me encharcando de raiva.

— Você só se machucaria no final, — ele diz passando a mão por seu


cabelo bagunçado, com seu tom arrogante. Ele me olha de cima a baixo,
fazendo sentir como se eu não pudesse lidar com ele. — Confia em mim.

— Eu sou uma garota crescida, eu posso cuidar de mim mesma, —


eu disparo de volta.

Ele zomba, me irritando ainda mais. Eu tento o empurrar longe da


minha frente, ele pega meu pulso, puxando meu corpo de volta a
centímetros do dele. Eu tento libertar meu pulso, mas ele só reforça seu
aperto.
— Eu não sou um dos seus garotinhos de NY tentando brincar de
homens de negócio, Dani, — ele zomba. — Se você fosse minha, eu te
foderia em cada momento de sua vida em todas as chances que eu tivesse.
Eu te mostraria do que seu corpo é capaz. — ele sussurra agora, seus lábios
roçando contra minha pele. — Mas na verdade, você nunca poderá ser
minha. — seu tom de repente é frio. Ele me empurra para longe dele. Meu
corpo está confuso. Eu estou excitada ou irritada? Eu o odeio, mas ainda o
quero.

— Você é a filha do presidente. Eu não tenho vontade de ter minhas


bolas em um prato tão cedo, — ele diz com uma súbita carranca.

Uma batida soa na porta e imediatamente se abre.

— Shadow, me deixe ter uma palavra com a minha filha, — Bull


ordena enquanto entra no quarto.

— Qual é seu nome completo, Dani? — Bull senta na cama e bate no


lugar ao lado dele, me convidando a sentar. Eu me obrigo a obedecer.
— Danielle Lexington, — consigo botar para fora, a gravidade da
situação ainda é esmagadora.

— Eu vejo que sua mãe te deu o sobrenome dela, — ele diz


sarcasticamente.

— Qual é o seu nome? Eu sei que não e Bull.


— Leo Goodmen.

— Por que eles te chamam de Bull?

Ele ri entre os dentes, suas sobrancelhas se elevam.

— Eles falam que eu sou um cabeça dura.

— Engraçado, minha mãe tem falado isso comigo inúmeras vezes, —


eu respondo. Eu me vejo mais nesse homem nos últimos cinco segundos do
que na minha mãe em minha vida inteira.

Ele corre sua mão através de seu grosso cabelo negro. — Se eu


soubesse que você existia, Dani, eu teria estado lá. Nunca perdoarei sua
mãe. Eu só posso imaginar as coisas que ela falou de mim durante esses
anos. Quando ela se foi, nós não estávamos em nossos melhores termos. —
ele olha para mim com uma cara triste.

— Só para dizer que eu estava agindo como meu pai. Se eu


perguntasse sobre você, ela simplesmente me ignorava. Ela é uma pessoa
bem reservada, sobre tudo. Trabalha muito também. Então nós não
possuímos uma conexão real. — eu respondo honestamente. — Eu acabei
de descobrir sobre você no avião.

— Bem, sua mãe me contou tudo que aconteceu. Vocês ficarão aqui
até as coisas passarem, você ficará livre do perigo aqui. Eu colocaria vocês
na nossa casa segura, mas temos um evento filantrópico chegando e nós
temos outras filiais sendo mantidas lá.

— Evento filantrópico? — eu estava chocada em escutar que foras


da lei eram anfitriões em um evento filantrópico.

— Sim, um menininho e sua mãe bateram com um motorista


bêbado. Eles não podem pagar as contas do médico, então nós
reconstruímos uma moto e a iremos leiloar para a família. As coisas ficam
meio doidas durante o pós-festa. Eu sei que eu não tenho sido seu pai por
mais de dez minutos, mas eu preferiria que você ficasse neste quarto
quando a festa começar. — ele tem tanta tristeza e arrependimento em sua
voz. Eu não poderia odiar esse homem nem se eu quisesse. Eu sei, tanto
quanto qualquer um, que minha mãe é uma pessoa difícil de amar. O que
aconteceu quando eles eram mais jovens não é da minha conta, mas algo
me diz que ele não é tão ruim quanto o que minha mãe o fez parecer para
mim.
Minha mãe abre a porta, nem se importando em bater. Ela evita
contato visual com meu pai.

— Obrigada por nos receber aqui, Bull, nós já nos sentimos bem-
vindas, — seu tom é falso enquanto ela rola seus olhos.

— Sim, qualquer coisa para manter minha filha segura, Lady. — ele
pode dizer pelo tom dela que ela está sendo uma vadia.
— Sim, eu posso ver que você é um pai muito bom, — ela retruca,
jogando suas mãos em seu quadril enquanto suas sobrancelhas se
enrugam.

— Se não fosse por ela, eu mandaria espancar e chutar sua bunda


ingrata, — ele grita, apontando para na porta. Seu corpo, tão grande e
tenso, sua voz, sinistra e dura, me faz sentir medo. — O que você fez foi
imperdoável, não me contando que eu tinha uma filha. — aí, ele não está
errado. Eu ainda estou chocada por saber que ela nunca contou a ele sobre
mim. Algo que eu não estou certa se eu a perdoarei também.

— Por que diabos eu te contaria? Você me falou que não me queria.


Eu desisti de tudo para estar com você, e você deixou mais do que claro que
não se importava. — sua voz é tremula, emocionada. Eu nunca vi minha
mãe ter qualquer tipo de emoção. Eu nunca pensei que ela fosse humana o
suficiente para isso, ela praticamente me ensinou a esconder meus
sentimentos.

— Isso não significa que eu não a iria querer e você sabe disso, —
ele estala, apontando em minha direção. — E eu nunca disse que não te
queria. — seu tom perverso se torna frio, me fazendo virar em meu
assento. Isso é tão desconfortável, eu posso pegar uma coca ou algo?

— Eu não queria essa vida para ela, ela está num caminho ótimo,
tem um futuro e não é um lixo de motoqueira.

Ai.

Ele fica em silêncio. Isso e tão embaraçoso, mas eu estou com meu
pai nesse caso. Eu olho fixamente para minha mãe, ela está mijando nele
todo, enquanto ele tem sido gentil o suficiente por nos ajudar a sair da
merda que ela nos enfiou.

— É assim que você me vê. né? Um lixo de motoqueiro, — ele diz


maciamente, machucado.

Eu levanto, não sabendo ao certo o que falar, mas eu não posso


permitir que minha mãe o espezinhe mais.
— Há um quarto no final do corredor, você pode ficar lá, Lady. Isso é
muito para Dani absorver. Eu tenho certeza que ela pode querer um tempo
sozinha.
— Não me diga o que minha filha precisa, você não sabe de nada
sobre ela, — sua face se mortifica. — Ela precisa de sua mãe e isso que ela
terá. Você não tem nenhuma piranha para encontrar?

— Já chega! — eu grito, jogando minhas mãos para cima. Eu não


posso retirar isso e levar adiante essa briga por mais tempo, merda. Eu
pensei no que Shadow me disse, sobre que eles tinham discutido isso mais
cedo.
Bull se levanta e sai, batendo a porta atrás dele. Minha mãe cai na
cama e descansa sua cabeça em suas mãos.
— Eu nunca deveria ter trazido você aqui. Eu não deveria ter te
envolvido. — ela levanta sua cabeça e olha para mim. — Eu sei que sua
cabeça está girando com nojo deste lugar, e aquele homem se chamando de
seu pai.

— Eu concordo com ele mãe, eu preciso de algum espaço. — ela olha


para cima, para mim, com descrença. Não é com muita frequência que eu
discordo dela. — Eu sei que você está passando por algo terrível com Stevin
agora, mas como você pôde esconder tudo isso de mim? Eu merecia saber,
e você foi egoísta em não me contar. Só porque Bull não te quis, não
significa que ele não queria ser meu pai. Você sabe o quão difícil é crescer
sem um pai e para piorar você se recusava a me falar qualquer coisa sobre
ele.

Ela escarneia em resposta.

— Não seja tão dramática. Eu fiz o que eu pensei que era certo, Dani.
Você não é uma dessas pessoas, você é melhor. — ela me choca, eu nunca
havia a ouvido falar que eu era uma boa pessoa, ou melhor, que qualquer
um se essa é a questão. — Quem ela está tentando enganar com essa merda
de mamãe do ano? — Eu te darei espaço, — ela continua, — Mas você me
dirá se você sentir que qualquer coisa está te deixando desconfortável,
qualquer coisa. Se um deles vier para cima de você, você me avisa. Eles são
porcos, selvagens. Uma garota bonita como você, eles virão voando até a
sua porta. — ela levanta, fazendo seu caminho em direção à porta. — Com
esperança, eles serão inteligentes e ficarão longe, sendo você a filha do
presidente, — ela balbucia.

— Sim mãe, eu entendo. Eles são ruins, malvados, sujos, lixos de


motoqueiros, — eu debocho. Eu abro a porta, tentando a fazer sair. Estou
confusa com tudo isso. Eu não acho que eles são os inimigos. Na verdade,
eu acho isso bem familiar. Talvez eu esteja destinada a ser um lixo de
motoqueira. Eu posso literalmente sentir as paredes da escola, religião,
aparências, qualquer coisa que não seja meu pai, entrando em colapso ao
meu redor. Eu estou entorpecida agora. Não sei o que sinto ou quero mais.
Tudo que eu sempre acreditei é uma mentira. Eu não sei quem sou mais.


Capítulo Três
DANI
Os vários dias passados têm sido em geral sem variação. Minha mãe
mantém distância na maior parte do tempo. Ela somente continua
perguntando se alguém está me incomodando, interpretando o papel de
mãe preocupada. Bull e eu estamos nos aproximando. Na maior parte do
tempo, nós só conseguimos falar sobre filmes e música, porque, claro,
minha mãe se intromete em qualquer chance que ela arruma. Ela realmente
tem me irritado.

Eu também averiguei o resto do clube e encontrei uma old lady


chamada Babs. Ela é casada com Locks. Ela tem um cabelo vermelho claro e
olhos verdes. Seu corpo é grosso e seus modos são de uma pessoa geniosa,
eu já a amo. Ela tem me ensinado muito sobre gírias de motoqueiros, como
uma old lady, que significa que uma mulher pertence a um membro do
clube, e está fora dos limites. Eu tenho encontrado algumas putas do clube,
é assim que Babs as chama de qualquer forma, Juliet, a ruiva tatuada; Lips,
uma figura morena grossa com obviamente, preenchimento labial; e Candy,
uma loira peituda com óbvios silicones.
Juliet é linda. Ela tem varias formas de estrelas e corações como você
possa imaginar tatuado por todo seu braço. Eu estou certa que quando ela
nua existam mais. Combina bem com ela. Na verdade me faz querer fazer
uma tatuagem. Engraçado, eu costumava pensar que garotas com tatuagens
eram lixo.

Lips é robusta, mas não gorda. Ela tem sardas claras por todo seu
rosto. Ela é linda e se veste com classe, ela realmente não se parece com
uma puta do clube em nada.
Candy não parece gostar de mim, ela evita contato visual e sua
linguagem corporal é muito fria em minha direção. Ela é magra, tipo uma
supermodelo, e dificilmente usa qualquer roupa. Sua atitude grita vadia e
me lembra demais da minha mãe. Eu estou certa que nós bateremos
cabeças antes desta “brincadeira” acabar.

Eu tenho visto Shadow aparecer dentro e fora do clube, aqui e ali.


Ele entra coberto por graxa e faz meu coração fazer tique taque tica bumba.
Nós não conversamos, tentamos manter nossa distância. Mas eu o pego
sempre me encarando. Ele me encara com fome em seus olhos e acaba com
meu fôlego; ele é um tirador de folego, ainda arrogante e com o pior sorriso
que um homem pode ter. Ele faz meu sexo apertar e umedecer a cada
sorriso, ele é tão exasperante. Algumas poucas vezes, quando ele teve que
passar perto de mim, ele esfregou seu braço contra o meu. O local que ele
brevemente fez contato se inflamou. É a pior preliminar de todos os
tempos, pura tortura sexual. Seus lábios carnudos, braços musculosos,
abdômen esculpido, belo bumbum e covinhas incríveis que fazem meus
lábios incharem com a antecipação de explorar cada centímetro dele.
Já faz alguns dias desde que vi Shadow, então eu ocasionalmente
levanto a questão à Babs que notei a falta de alguns homens.

— Eles foram numa uma corrida de moto. Algo que os garotos fazem
para lidar com os negócios do clube. Eles devem retornar em breve. — ela
está limpando o bar depois de me alimentar com um delicioso café da
manhã. — Além disso, nós não ganhamos o privilegio de saber em que as
corridas deles consistem ou por quanto tempo eles ficarão fora. — eu estou
chocada ao perceber que, enquanto seu marido faz de Deus sabe o que ou
por quanto tempo, ela só fica em casa e brinca de Betty Crocker para o
resto dos homens do clube. Ela fala muito sobre as regras do clube e a
responsabilidade de ser uma old lady. Se essa é uma das tarefas, eu não
estou certa se eu faria uma boa old lady.
É meia noite e eu estou amplamente dispersa escutando meu iPod.
Música sempre tem sido uma saída para minhas emoções. Nos meus mais
duros momentos e problemas, a música fala palavras de cura que eu não
posso encontrar sozinha. Eu não tenho conseguido dormir a semana
inteira, tudo é tão novo para mim. Meu estômago também fala, com um
rosnar, então eu pego um short xadrez para vestir. Talvez se eu comer, eu
possa finalmente cair no sono. Eu meto meu iPod na cintura dos meus
shorts e penduro os fones ao redor de meu pescoço, eu vejo meu soutien
caído e a coisa rendada me lembra que eu só estou usando uma fina blusa
preta sem soutien. É tão tarde que eu duvido que alguém esteja acordado.
Eu só pegarei uma comidinha e correrei de volta pra cá. Eu abro a porta e
noto que a maioria das luzes do corredor estão apagadas. Mas eu posso
dizer que as luzes estão acesas na sala principal onde tem o bar. Eu desço o
corredor nas pontas dos pés e entro na cozinha sem fazer barulho, não
notando ninguém na minha rápida excursão.
Eu abro a grande geladeira de aço inoxidável e comida estocada em
todas as prateleiras, claramente para o evento filantrópico que virá. Eu
pego um prato e o abro para encontrar um churrasco de carne de porco, o
cheiro captura meus sentidos e faz meu estômago roncar mais alto. Eu o
puxo para fora e o coloco no balcão. Pratos, porco, pães e um micro-ondas,
perfeito! ‘Dark horse’ da Katy Parry começa a retumbar através de meus
fones de ouvidos, me lembrando de que eu ainda estou com meu iPod. Eu
amo essa música, então eu recoloco meus fones e começo a dançar ao redor
da cozinha procurando por coisas para completar minha refeição. Eu fico
sugada na música e começo a cantar, mas tento não o fazer muito alto.

Quando a música finalmente acaba eu tenho tudo que preciso no


balcão. Eu ponho a carne de porco no micro-ondas para esquentar e escuto
uma profunda risada. Meu coração pula uma batida. Arrancando os fones
da minha orelha, eu giro na direção do som para encontrar Shadow.

Ele está se apoiando contra o balcão, usando uma calça cinza de


moletom pendurada em seus quadris de um jeito delicioso. Ele não está
vestindo uma camisa, me permitindo ver seu estômago firme, digno de uma
lambida. Ele está segurado um pote de sorvete de chocolate e seu braço se
move em um movimento para encher a colher. Eu reparo que a tatuagem
eu seu bíceps é muito detalhada, um corvo preto sentado em um crânio.
Seu cabelo está molhado como se tivesse acabado de sair do banho. Um
pingo de uma cascata de água cai sem cuidado de seu cabelo em seu peito, e
me faz arfar.

— Não se importe comigo, só estou aproveitando o jantar e um


show. Por favor, continue. — ele pisca.

Eu franzo minhas sobrancelhas de volta. Como ele se atreve a ficar


boquiaberto em meu momento particular e quando ele voltou, porra? Aí ele
lambe a colher, a limpa de qualquer chocolate, sua língua a viola sem
misericórdia. Meus lábios se separam e um pequeno gemido escapa de
minha boca.

— Vê algo que gosta? — ele pergunta, ostentando um sorriso de


playboy.
Eu rolo meus olhos de volta ao micro-ondas, ajustando meu prato e
3
molho BBQ . Eu tento pensar em algo para dizer, mas não me vem nada. O
micro-ondas apita e eu pego meu prato rapidamente, ignorando o quanto
está quente. Eu encolho meus ombros, e o deixo no balcão.
— Eu só notei que você não está usando seu colete. — eu digo, não é
completamente uma mentira.

— O colete? Você quer dizer meu “colete”? — ele pergunta quase


ofendido. Eu encolho meus ombros de novo, tentado parecer
desinteressada. Eu sei que ele ainda está lá. Eu sinto sua presença. É linda,
mas encorpa uma pitada de fera. Eu viro um pouco minha cabeça, o
pegando em minha visão periférica. Ele ainda está inclinado no balcão, me
olhando.

— Você tem um problema? — eu digo acidamente, virando em sua


direção. Algumas risadas falsas vêm do bar na sala do lado, pegando minha
atenção. Shadow também olha para a porta brevemente antes de se virar
de volta, com um olhar lascivo. Eu acabei de me colocar em uma armadilha,
merda.

— Sim, eu acho que eu posso dizer que eu tenho um problema. —


ele me olha de cima a baixo, seu tom é sexy, sugerindo que eu poderia
concertar seu problema.

— Sim, por favor, me deixe concertar seu problema, — meu interior


grita com a profundidade de uma tensão sexual. Mas eu me lembro do seu
charme fingido, de como ele é tão metido e irritante; os jogos que ele gosta
de brincar. Ele é um mulherengo e eu não serei fácil; mesmo se isso me
matar.

Eu rio e me viro sedutoramente, inclinando sobre a ilha que nos


separa. Eu noto que sua respiração se segura, confirmando que eu o afeto e
fazendo isso muito mais difícil. Eu lambo meus lábios vagarosamente, o
olhando de cima a baixo, como ele já tinha feito comigo.

— Bem, eu sugiro que você tenha uma delas... — meus olhos


apontam para a porta onde as risadinhas continuam... — Para arrumar seu
pequeno... — meus olhos piscam para a sua virilha onde eu tenho certeza
que é tudo menos pequeno. —... problema. — meu tom é frio e distante.
Eu me viro para alcançar meu prato e Shadow salta sobre o balcão.
Ele enrola sua mão em meu cabelo fazendo meu couro queimar. Puxando
minha cabeça para trás, ele impulsiona sua pelve em minha bunda, seu
comprimento é tudo, menos pequeno. Sua dureza tem minhas veias
correndo em um prazer erótico. Calor inunda minha úmida entrada,
gritando para que Shadow tenha seu caminho comigo. A reação de meu
corpo me faz corar.

Ele inclina seu rosto para perto de meu ouvido, seu hálito cheira a
chocolate, me fazendo o querer mais. Eu gemo, meu corpo está desafiando
os avisos em minha mente.

— Você pode tentar agir como se não me quisesse, agir como você
tivesse o controle, — ele respira na minha orelha enquanto empurra sua
virilha com mais força contra mim. Ele ainda puxa meu cabelo, me fazendo
arquear as costas. Ele afasta devagar seu quadril para trás e minha bunda
se impulsiona contra sua virilha tentando reaver o contato. A ação me pega
de surpresa. Shadow deixa sair uma risada malvada.

— Mas seu corpo não pode mentir, — ele belisca meu lóbulo me
fazendo, praticamente, gozar na hora, a dor atirando em meus dedos do pé,
os fazendo curvar com prazer. — você não tem nenhum poder.

Ele rosna e me empurra para frente, liberando meu cabelo e corpo. A


chocante perda de calor é como um tapa na cara. Eu o vejo caminhar para
longe, suas costas nuas belamente tatuadas com o nome do clube e o
emblema. De repente, eu me sinto barata, usada e eu quero acabar com a
sua arrogância dele.

* * * * *

Meu lanche da meia-noite tirou um pouco do rosnado do meu


estômago e depois de muitas reviravoltas, eu finalmente cai no sono.
Apesar disso, essa manhã, eu só queria ficar no meu quarto. Eu ainda estou
brava comigo mesma por esperar por Shadow e pelo meu corpo traíra.

Passando tempo discutindo comigo mesma não vai resolver nada,


embora, eu, de alguma forma, finalmente tive uma lavagem cerebral e ficou
claro que eu não quero Shadow e seus jeitos escandalosos, apesar da minha
atração. Além do mais, eu escuto uma grande comoção lá fora e minha
natureza intrometida não pode resistir à tentação de descobrir o que está
acontecendo.
Caminhando para fora, até a garagem, vejo alguns caras puxando
uma moto preta. Eu paro para admirar as polidas linhas sexys e me imagino
em cima dela só por um minuto.

— Essa é a moto que o clube está doando para a caridade, —


Shadow fala atrás de mim, me assustando para caralho. — É uma Bobber,
não é minha moto favorita, mas servirá. O leilão é daqui à uma hora. — eu
só posso franzir minhas sobrancelhas para ele, meu corpo ainda está ferido
e apertado dos jogos que ele jogou ontem à noite. Mas quando eu vejo a
sincera alegria em seu rosto, minha raiva se derrete. Logo em seguida, meu
corpo começa e esquentar e flashes de ontem à noite atacam minha mente.
Eu sou como uma cachorra no cio, merda.

Eu percebo que estou brincando com meu lábio e jogo minha mão
para o lado, ele claramente me deixa nervosa.

— Oh, eu pensei que fosse uma Harley. Elas não são as melhores
motos? — eu não sei nada sobre motos, só o que eu vi em comerciais sobre
Harleys e escutei os caras da minha faculdade falando sobre elas serem tão
ótimas.

Ele aperta o peito com as duas mãos e suspira.

— Uma mulher segundo meu coração. Você já esteve em uma moto?


— seu tom me parece juvenil ao invés de áspero e sombrio, é uma
mudança. Ele é fofo, ficando todo animado falando de motos.
— A não ser que você queira dizer uma moto, não. Eu moro em Nova
York, nós pegamos taxis em todos os lugares. — eu digo sorrindo.

Ele agarra a minha mão e me puxa para longe da garagem em


direção ao estacionamento, seguimos até uma moto diferente, preta. Essa
tem linhas pratas por todo o tanque de gasolina que se parecem como
sombras varrendo sobre uma escuridão negra. Eu a amo.

— Essa é a minha moto. É a Dyna Super Glide. — vendo a confusão


em meu rosto, ele continua. — Essa é uma Harley. Ela pega o que quer que
seja que dou e não reclama sobre isso. Ela é uma namorada perfeita. — ele
está sorrindo de orelha a orelha. — Vamos dar uma volta e eu te mostro
porque elas são as melhores motos. O leilão é bem entediante, eles não
sentirão a nossa falta. — ele pisca, fazendo fogos de artifícios saírem das
minhas vísceras.

— Aqui está um capacete, o coloque. — ele me entrega um capacete


preto. Ele não está brincando, ele quer que eu ande naquela coisa.

— Eu não sei, minha mãe me mataria se ela descobrisse, — eu


retruco insegura. Eu sei que minha mãe teria um derrame se me visse
subindo na traseira de uma moto, especialmente com qualquer uma que
não fosse Bull. Mas quem eu estou enganando, Shadow é muito atraente e
dizer “não” não é uma opção, e eu realmente quero dizer não?

— Não, ela não te matará. Ela vai me matar. — ele inclina sua
cabeça, armando suas sobrancelhas e me dá um sorriso iluminado. — Além
do mais, você sabe que você quer. — ele é tão arrogante e seguro de si
mesmo como sempre. Mas ele está certo, eu quero subir naquela moto com
ele.

Me aproximar de Shadow é como brincar com fogo, mas eu acho que


sou como um inseto da luz, porque eu pego o capacete e ponho em minha
cabeça. O mero pensamento de ir contra os desejos de minha mãe já é uma
onda, mas o pensamento de ter Shadow entre as minhas pernas é
intoxicante.

Ele amarra a fita por de baixo de meu queixo, esfregando um de seus


dedos calosos através de meus lábios. Eu me esqueci de tudo enquanto
encaro aqueles olhos tempestuosos. Ele balança sua cabeça, como se
tivesse que limpar qualquer que seja o pensamento que estava correndo
através de sua bela cabeça, ele joga, sem esforço, uma perna sobre a moto e
a liga. Ela rosna por vida. O estrondo troveja pelo chão, subindo em minhas
botas e entre as minhas pernas. Quem diria que uma moto poderia ser tão
excitante.

Eu monto atrás de Shadow, insegura de onde colocar minhas mãos.


Primeiro, eu as coloco atrás de mim, depois em minhas coxas. Ele se vira de
lado com um sorriso e me alcança. Ele puxa meus braços em volta de sua
cintura torneada, forçando meu corpo mais próximo ao dele. Eu posso
sentir suas costas duras como pedra contra meus peitos. Meus mamilos se
endurecem com o contato. A mistura de dor e prazer acelera minha
respiração e eu só quero rasgar sua camisa e sentir seu peito nu.
— Você tem que me tocar para montar, mas está a salvo comigo, —
ele diz, me tirando de meus pensamentos superestimados. — Se segure
firme, eu gosto de ir rápido. — meus braços e pernas se apertam ao redor
dele enquanto ele acelera. Ele não estava mentindo quando disse que gosta
de ir rápido. Ele disse que eu estou segura com ele e eu me sinto segura
com ele pilotando, isso sim. De qualquer outra coisa, eu tenho certeza que
ele vai pisotear, como o meu coração.

A brisa quente acaricia minha pela. Me faz sentir livre,


independentemente livre. O cheiro de Shadow preenche meus pulmões, eu
não estou acostumada com esse cheiro masculino. Eu apoio minha cabeça
contra sua cabeça e inalo, não sei se ele estará outra vez tão perto de mim
de novo. Suas reações em relação a mim são tão imprevisíveis que eu não
sei o que fazer com elas. Ele retroage e descansa sua mão do lado da minha
coxa. Seu toque faz pensamentos eróticos reaparecerem. Ele me jogaria
fora como uma camisinha usada quando acabar comigo? No entanto,
mesmo confusa, eu não consigo tirar o pensamento de ter suas mãos por
todo meu corpo nu da minha mente. Eu aposto que ele é uma dinamite na
cama. Eu tenho certeza que já esteve com incontáveis mulheres, só o
pensamento disso me deixa inquieta. Eu não sei por que, ele não é meu
para reivindicar. Mesmo assim, os pensamentos me fazem querer arrancar
meus olhos. Eu odeio como ele me afeta, eu nunca duvidei de mim mesma
antes, ainda sim, aqui estou me punindo por não ser a garota ideal para
Shadow. Eu, provavelmente, sou muito inexperiente para um cara perigoso
como ele.

Nós paramos em um estacionamento com uma placa que diz ‘Praia


de Santa Mônica’. Uma brisa voa sobre nós enquanto estacionamos, cheira
salgado e úmido. Cheira como um novo começo. Nada nas últimas 24 horas
teriam sido permitidas na minha vida passada. Nada tinha me preparado
para essa montanha-russa emocional. Eu respiro profundamente e sinto
que meus muros de isolamento desmoronam. Olhando para a beleza física
de Shadow, meu espírito se acalma.

— Praia? É aqui que você trás todas as garotas que montam na


traseira de sua moto? — eu implico. Balanço minha cabeça enquanto retiro
o capacete, permitindo meu cabelo se ondular por baixo de meu ombro até
meu peito. Ele fica lá, enquanto a brisa o varre do meu peito e bate em meu
rosto.
— Na verdade, eu nunca tive uma mulher na traseira da minha moto
antes, — ele diz, enquanto coloca nossos capacetes na moto. A expressão
em seu rosto mostra que ele está maravilhado e atordoado por suas ações.
Eu o olho em confusão, o que ele quer dizer com isso, e por que eu fui a
primeira a andar em sua moto?

Ele sai de seu estado vulnerável correndo seus habilidosos dedos em


seu cabelo sem falhas. Meus dedos coçam pela tentação de agarrar aqueles
maravilhosos cachos.
— As mulheres geralmente vêm até mim. Além do mais, se eu quero
uma garota eu só a pego, sem perguntas, — ele diz seguramente, seu tom é
sério. Eu rolo meus olhos e sou lembrada por que eu deveria me manter
distante dele.

Ele caminha para dentro da praia. Eu o posso sentir encarando


minhas costas enquanto eu caminho na frente dele, então eu balanço meus
quadris curvilíneos, zombando dele. Eu literalmente o escuto rosnar em
resposta, me fazendo morder meus lábios para sufocar minha risada. Nós
sentamos na areia morna da praia a centímetros um do outro. Ele inclina
uma sobrancelha, levantando uma mão para bagunçar seu grosso cabelo
preto. Porra, ele é sexo num palito, e eu quero comer, lamber e tocar esse
palito. Minha mão queima com o pensamento de puxar seu cabelo,
enquanto nossos corpos estão em um abraço sexual. Eu mudo minha
posição, tentando me sobrepor à pulsação em minhas calcinhas.
Envergonhada, minhas bochechas coram em um vermelho criminoso. Eu
sei que ele não pode ler meus pensamentos, mas ter uma imaginação tão
suja é totalmente fora do meu padrão.

— Então, você e sua mãe são próximas? — ele pergunta, me tirando


do meu bizarro sonho diurno.

— Ah, não de verdade. Quando eu era mais nova nós éramos, mas
nos últimos anos nós crescemos separadamente. Ela trabalha muito, e
quando não está trabalhando, ela está com Stevin. — ele balança a cabeça
em entendimento, incitando para que eu continuasse. — Eu quero dizer,
nós moramos juntas, mas geralmente estamos fazendo nossas próprias
coisas separadamente. — eu escavo minhas mãos na areia tentando as
manter ocupadas ou eu, talvez simplesmente, vou começar a tatear o
homem.

— Então você vive com a sua mãe? Quantos anos você tem? — ele
pergunta incrédulo.

Eu não rio ou sorrio de volta. A situação com minha mãe é mais do


que embaraçosa. Ela é a maior manipuladora que eu conheço. Ela me
mantém escondida dentro do alcance do braço e não vai me deixar sair do
ninho ou fazer qualquer coisa por conta própria. É como se ela estivesse me
guardando por algum motivo, mas eu não tenho nem noção do por que.
— É complicado, — eu respondo olhando para longe.

— Ah, eu entendo. Uma olhada na sua mãe e eu posso dizer que ela é
uma vadia raivosa em uma missão, — ele me conforta. — Você está na
faculdade ou algo? — ele pergunta genuinamente curioso.

Eu suspiro pesadamente. Faculdade, outro fardo que minha mãe me


força.
— Bem, eu estou trabalhando em um diploma geral agora porque eu
não sei o que eu quero depois disso. Minha mãe continua me empurrando
por todas essas carreiras como advogada ou policial, algo da área jurídica,
mas isso não é pra mim.

— Que loucura, ela está realmente tentando te empurrar para a


direção oposta do seu pai, — Shadow replica balançando sua cabeça. —
Então o que há pra você? — ele pergunta virando sua cabeça, seus olhos me
perfurando.

Eu meio que rio, percebendo que estou contando para ele mais do
que queria.

— Ok. — ele diz, percebendo que eu não estou respondendo aquela


pergunta. — Me conta, tem algum estúpido homem de negócios se
perguntando para onde sua garota se foi? Quanto aos seus amigos? — ele
me olha com olhos enevoados.
Como eu deveria responder essa pergunta? Mesmo se eu disser que
estou saindo com alguém, isso não o parará se eu estiver em seu radar para
me encaixar em sua cama e ser mais um ponto em seu cinto.
— Minha mãe nunca gostou do meu gosto em homens, ela sempre os
perseguiu. Ela pode ser feroz quando ela quer ser. — eu sorrio, não
respondendo sim ou não. — E quanto a amigos, eu tenho alguns, mas
ninguém próximo. — eu duvido que eles percebam que eu saí.

Eu sinto meus cabelos se arrepiarem em meu pescoço e minha


frequência cardíaca acelera.
— Por que você está me encarando assim? — eu pergunto antes de o
olhar desconfortável por baixo de seu escurecido olhar fixo.
Ele sorri, olhando para baixo na areia antes de levantar sua cabeça e
me pegar com aqueles olhos ardentes. A ternura que vejo lá faz meu
coração pegar fogo.

— Você sempre brinca com seu lábio quando está nervosa? — ele
pergunta. Eu solto minhas mãos e suspiro pra mim mesma. Eu tenho estado
ao redor dele por cinco minutos e ele já sabe meus tiques; estive em volta
de minha mãe por toda a minha vida e ela nunca notou.
— Então, quais são seus planos agora?

Já não falamos de mim o suficiente? Eu suspiro pesadamente.

— Eu não tenho nem ideia. Depois de ver como a outra metade de


mim vive, eu estou confusa sobre o que está no meu futuro.

— O que você quer dizer? — ele joga uma concha do mar na água,
fazendo os músculos de seu braço flexionar. Meus lábios entreabrem e uma
pesada respiração escapa. Eu me lembro dele me pegando da minha cama
no clube como se eu fosse um brinquedo, pesando nada. Ele se vira e me
olha de novo com aqueles pesados olhos azuis, depois, me joga aquele
sorriso largo e convencido dele. Ele sabe o que ele está fazendo. Foda-se
ele.

— Uh. — eu paro, tentando me lembrar qual é a pergunta. — Eu


quero dizer, eu fiz tudo que minha mãe pediu sem questionar. Ela queria
que eu ficasse no “caminho” correto dela, nunca pensando no que talvez eu
quisesse. Eu nunca fui contra ela porque ela é minha mãe. Eu pensei que
esse caminho era para eu ter um bom futuro e porque ela se importava.
Embora, depois de ver toda à situação, eu penso que esse “caminho” é uma
batalha silenciosa que minha mãe travou com meu pai todo esse tempo. —
eu paro e fecho meus olhos. — Eu sei que eu soei como uma princesinha
birrenta, — eu confesso, me sentindo exatamente desse jeito.

Ele sorri e pega minha mão para fora da areia da praia, dando um
aperto de leve. Mesmo esse toque terno faz um enxame de borboletas na
parte de baixo de meu abdômen. Esse simples gesto mostra que ele
consegue se relacionar com o que está danificado. Shadow está fazendo tão
fácil se abrir com ele, o que é perigoso. Revelando minha vulnerabilidade
está me fazendo sentir perto dele, algo que eu sei que ele não quer. Eu
preciso virar a mesa nessas perguntas, e rápido. Ele é um jogador, e ele está
jogando o jogo muito bem. Eu não estou acostumada com alguém jogando
um encanto tão forte, eu caio em seu feitiço facilmente.

Eu levanto minha sobrancelha inquisitivamente e puxo minha mão


da dele. Minha mão fica fria instantaneamente, querendo o seu toque de
volta.

— Qual é o seu lance? — eu pergunto, debochando dele por sua


pergunta mais cedo.
— Ah, além do clube você não vai querer saber, — ele diz
cinicamente.

Não estou certa se ele está falando de drogas, ou mulheres ou algo


mais sinistro, eu viro minha cabeça para longe dele.

— Não, eu não quero, — eu respondo, ganhando um riso abafado


dele.

— Vida do clube, baby, — ele diz irreverentemente. Não é triste que


eu queira ser parte da vida de seu clube? Na verdade não, eu só quero
Shadow.

— E quanto a você? Como você parou em um clube de motoqueiros?


— eu pergunto, tentando sair do assunto dele ser um prostituto.

— Em outra hora, — ele diz ficando de pé. Espera, o quê?


— O quê? Sério? Eu acabei de cuspir minha historia de vida
completa e não ganho nada de você? — eu me levanto, colocando minhas
mãos em meus quadris. Se ele pensa que não me contará nada sobre ele, ele
está enganado.
— Eu só não me abro para os outros, Dani, — ele responde
honestamente, com tristeza em sua voz. Obviamente alguém já o machucou
no passado e isso o assombra.

— Eu não disse que você tem que me contar todos os seus segredos
e se casar comigo, mas eu gostaria de saber algo sobre você. Amigos não
podem conversar? — seus olhos se arregalam quando eu digo amigos.
Passei dos limites por querer ser sua amiga? Eu quero que ele se abra pra
mim, honestamente, eu quero saber tudo sobre ele. Ele fica parado lá
procurando pelo meu rosto, eu me sinto nua quando ele me encara com
aqueles olhos famintos.
— Eu vivi pendurado ao redor do clube por alguns anos. Quando seu
pai viu que eu não iria a lugar algum, ele me fez um prospecto. Eu fui um
prospecto por cerca de um ano ou mais quando nos estávamos fazendo
uma corrida e fomos atacados de surpresa por um clube rival. Nós
estávamos em menor número e eles estavam armados até os dentes. Nós
estávamos atirando de volta esporadicamente para conservar munição,
mas não conseguíamos uma pausa. Eu finalmente levantei de trás da minha
moto e só comecei a atirar em tudo. Eu atingi um dos caras deles e eles
fugiram. Já era tarde demais para Smokey, nosso “Sargento de Armas”. O
cara que atirou nele também morreu mais tarde pelo o que eu ouvi. —
Shadow fecha seus olhos e balança sua cabeça. Ele é de tirar o fôlego,
mesmo perturbado. — Seu pai disse que eu mostrei lealdade e bravura, que
seria uma honra me chamar de seu irmão. Ele me patenteou como o novo
Sargento de Armas. — ele levanta a cabeça e me encara com aqueles olhos
maravilhosos.

Eu o quero abraçar pelo que aconteceu com eles, mas eu sei que ele
não está procurando por simpatia. De fato, eu estou certa que só o fato dele
estar me contando algo tão pessoal é provavelmente muito difícil para ele.
Eu realmente pensei que ele me falaria sua cor preferida ou para eu ir me
foder. De verdade, ele é tão quebrado como eu, nós dois somos danificados.
Eu alcanço minha mão e pego a dele, enlaçando nossos dedos, sua mão é
muito maior que a minha. O fogo que estava lá quando nossas mãos se
tocaram mais cedo começa a reacender. Ele empurra sua mão para longe
duramente e balança sua cabeça. Porque ele está balançando sua cabeça?
Por mim, ele mesmo ou nós?
— Dani, não leia nada nesta situação, não há nada entre nós.
Estarmos juntos é um inferno que nós não podemos pagar para ver. — ele
pressiona sua mão em minhas costas para me guiar em direção a sua moto.
— Venha, vamos voltar para o clube. — sua mão em minhas costas lança
ondas de êxtase através de minhas veias. Eu quero que ele me incline em
sua moto e tenha seu caminho comigo, quem ainda se importa se eu sou
apenas e só mais um ponto em seu cinto.

Eu suspiro internamente. Meu corpo, alma e mente estão tão


confusos. Eu não posso negar o jeito que Shadow me afeta, mas ele está
certo. Qualquer coisa entre nós nos levará a um inferno ainda maior do que
o que nós já vivemos. Meu pai o mataria e minha mãe me mataria, ou me
jogaria na rua com nada, como ela tem me ameaçado minha vida inteira.
Nossas vidas como conhecemos mudaria para sempre se nós nos
tornássemos qualquer coisa a mais que amigos. Eu me sinto viva quando
estou com Shadow, tão alta em adrenalina que eu jogo a cautela no vento.
Nós somos perigosos perto um do outro. Talvez fosse do nosso melhor
interesse, se nós apenas fodermos com os olhos através de uma sala. Mas
ficarmos sozinhos num quarto, tendo céu e inferno no mesmo lugar, seria
monumental.

Capítulo Quatro
DANI
O percurso de volta da praia foi estranho; Shadow está tenso o
tempo todo comparado com o quanto relaxado ele estava no passeio de ida.
Ele mantém suas mãos no guidão e não na minha coxa. Eu posso dizer que
ele não está feliz em ter me contado algo pessoal. Eu gostaria de não o ter
pressionado a compartilhar.
Nós estacionamos no clube e eu vejo minha mãe do lado de fora.
Dizer que ela tem uma carranca em seu rosto é um eufemismo. Eu desço da
moto e ela instantaneamente começa a gritar comigo, independentemente
das muitas pessoas ao redor. Aparentemente o pós festa começou.

— Onde você tem estado? Por que você está em uma moto com um
tipo desses? — ela insulta. Eu levanto uma sobrancelha. Eu que nunca vi
minha mãe bêbada antes.

Ela agarra meu braço enquanto eu tento passar por ela.

— Me responda agora, — ela grita, chamando mais a atenção de


todos.

Eu arranco meu braço para longe dela e olho fixamente na direção


dela, ela tropeça para trás com a força do meu puxão. Como ela se atreve a
perguntar onde eu estava? E por que eu estava na traseira da moto dele é
menos ainda seu problema. Foda-se ela e suas mentiras. Eu não vou mais
seguir cada desejo e comando dela. É hora de começar a pensar por mim
mesma, vivendo a minha própria vida. Enquanto continuo a passar por ela,
ela começa a gritar com Shadow para ele ficar longe de mim. Eu tenho
certeza que ele não discutiria sobre isso.

O clube está abarrotado com pessoas. Eu sinto o cheiro de perfume


barato com álcool e fumaça de cigarros. Existe um cheiro engraçado que eu
presumo ser maconha. As luzes estão baixas, então é difícil reconhecer
alguém enquanto eu empurro meu caminho através da sala principal.
‘We're Not Gonna Take It’ da Twisted Sister está berrando no sistema de
som e eu penso como a música se encaixa no que eu estou sentindo neste
exato momento. Eu não vou mais aguentar as merdas da minha mãe. Será
difícil para ela me jogar para fora, agora que Bull e eu nos aproximamos.
Isso a deve irritar.
Eu faço meu caminho até meu quarto e tranco a porta. Meu pai, ahh,
Bull, me pediu para ficar aqui, então eu sento em minha cama sem saber o
que fazer em seguida. Eu não sei se eu o deveria chamar de pai ou Bull,
tudo ainda é muito esquisito. Eu olho sobre a cômoda e vejo meu laptop.
Hmm, eu me pergunto se a internet tem algo sobre o clube. Talvez aí eu
possa ver por que minha mãe está tão preocupada. Eu chego mais perto e
agarro o laptop antes de pensar duas vezes.

Quando o navegador carrega eu digito “Devil's Dust Motorcycle


Club”. O site de busca instantaneamente aparece com páginas de artigos de
jornais; caramba. O clube tem sido ligado a múltiplos assassinatos, pessoas
desaparecidas, possível tráfico de armas, e a lista continua e continua.
Depois de abrir todas as histórias e artigos, parece que ele nunca foi
acusado em nenhuma das alegações que eles supostamente foram ligados.
Testemunhas sumiam, eram encontradas mortas ou mudavam suas
histórias. Hmm? Bem, você sabe o que eles dizem, inocente até que se
prove o contrário. Eu bato o laptop fechado, não esperando cavar mais
fundo. Bem no fundo eu sei que tem mais, mas essa é a história que eu
estou me agarrando. Eu me sinto segura aqui, talvez seja porque eu sou a
filha do presidente. Eu sei que ninguém me foderia aqui ou eles acabariam
em uma vala ou com uma bala na perna. Eu descanso minhas costas na
cama. Eu posso escutar a música batendo contra a minha parede. Eu
poderia ir e só pegar um refrigerante, voltando na mesma hora. Nenhum
prejuízo nisso, certo? Eu até posso checar minha mãe, ela estava muito
irritada.

Eu abro a minha porta vagarosamente e espio lá fora; ainda é uma


loucura. Fumaça de cigarro e de maconha preenche meus pulmões, me
fazendo tossir. Está alto e as pessoas estão em todos os lugares. Eu
escorrego para fora da porta e vou ao final do corredor onde o quarto da
minha mãe está. Quando eu abro a porta, ela está desmaiada com uma
garrafa de bebida perto de sua cama. Deus do céu, que patética. Eu a cubro
com um cobertor, tranco e fecho sua porta enquanto eu saio.

Quando eu estou fazendo meu caminho para o lobby principal, eu


levo um choque. Eu nunca tinha visto tantas pessoas com tão pouca roupa
em minha vida. Eu vejo pessoas dançando com as outras, dando danças no
colo e outras verdadeiramente se divertindo. O som agora está gritando
‘Figured You Out’ do Nickleback, outra de minhas favoritas. Realmente não
notando ninguém, eu me direciono para a cozinha. Logo antes de entrar, eu
olho de relance para a multidão e como a coisa de abrir o Mar Vermelho, há
um espaço aberto na multidão. Minha visão alcança a esquina, onde a puta
do clube, Candy, está sentada em uma perna do colo do Shadow. Meu
sangue esquenta a um nível perigoso, a cena me deixa com ciúmes.

Por que eu estou com ciúmes?

Ela tem seu cabelo loiro platinado puxado em um coque desleixado


com pequenos fios pendurados em todos os lugares. Seu top rosa claro é
apertado demais e seus shorts pretos não cobrem sua bunda. E aqueles
saltos rosa... puta do clube é um nome que encaixa para ela. Eu sinto vômito
subindo na minha garganta só de olhar para eles. Os olhos de Shadow se
prendem aos meus, me hipnotizando. Eu empurro o vômito para baixo e o
encaro de volta, nem piscando. Ele levanta sua sobrancelha esquerda; o
canto de sua boca se curva para cima em um sorriso presunçoso enquanto
ele puxa Candy para mais perto dele, beijando seu pescoço. Seus olhos são
atrevidos e escuros, enviando uma mensagem, “Olhe o que eu sou e gosto”.
Ele está tentando me fazer sentir ciúmes. Ele nem tinha que tentar, eu já
estou e eu o odeio.

Dois podem jogar esse jogo, eu caminho para pista e vejo um belo
homem com cabelos loiros, cacheados e tatuagens de cima abaixo de seus
braços. Está escuro, então eu não posso entender bem o que diz seu colete,
mas quem se importa, ele é lindo. Eu piso na frente dele e começo a dançar
sedutoramente, esperando que meu comportamento provocativo vá atrair
o estranho. Ele reivindica meu corpo sem hesitação, colocando sua mão
enorme na minha cintura e empurrando sua virilha contra meu bumbum.
Eu olho para baixo e vejo “TBC” tatuado no topo de sua mão direita. Que
merda isso significa? Eu balanço meus quadris com os seus no ritmo da
música. Pegando meu braço esquerdo, eu o levo acima de minha cabeça e o
engancho eu seu pescoço. Ele pega seus dedos e os escorrega para baixo de
meu cotovelo até meu ombro. Além de uma cócega, seu toque não dispara
brilhos ou borboletas em lugar algum no meu corpo.

— Bobby, eu não sabia que você tinha desejo de morrer, irmão. —


assustada, eu olho além de nós. Shadow está de pé olhando o homem que
ele acabou de chamar de Bobby com um olhar mortal. Eu olho sobre onde
eu vi Shadow pela última vez e vejo Candy sentada no sofá com seus braços
cruzados sobre seu peito, batendo seu pé e fazendo beicinho.
— Não seja um empata foda, Shadow. Some daqui, — Bobby diz me
puxando para mais perto. Onde Shadow estava indo com isso, chegando
aqui e agindo assim?! Eu sorrio docemente para Shadow e deixo os grandes
braços Bobby me encasular.

— Ela é toda sua, — Shadow sorri como um lobo; seus olhos


desafiantes nunca deixando os meus. — Eu estou certo que o Bull não se
importará com você fodendo loucamente a filha dele.
Ele diz a última frase casualmente. Eu olho fixamente para Shadow
antes de olhar para Bobby. Ele me olha de perto e repara novamente. Ele
joga suas mãos no ar como se eu estivesse em chamas, merda. Eu pisco
meus olhos em direção a Shadow e ele está rindo. Eu giro de volta para
tranquilizar Bobby, só para o encontrar dançando com outra garota.

— Seu babaca. — eu empurro Shadow pelo ombro. — Quem você


pensa que é? — eu grito, meu nível de raiva está no mais alto. Meu
empurrão violento para sua risada, seu rosto fica sério. Eu queria fazer
ciúmes, mas ele tinha que anunciar que eu sou a filha do Bull. Entre minha
mãe e Bull, eu nunca serei capaz de ser solta e viver.

— Se você vai agir como uma puta, talvez você devesse passar um
tempo com elas. — seu tom é sério, ele aponta para um canto cheio de
garotas que estavam meio vestidas e bem bêbadas, putas do clube.

Eu impulsiono minha mão em seu peito de novo.

— Vai se foder, Shadow! — eu grito, ódio lançado em cada palavra.

Eu piso até meu quarto, empurrando músculos e corpos meio


pelados em meu caminho, não me importando em quem eu derrubar no
processo. Eu quero bater em Shadow, gritar com ele por ser tão babaca. Eu
não posso acreditar em como eu posso ficar tão excitada só de olhar para
ele, ansiando pelo simples toque de seus dedos. E aí ver Candy receber
aquele toque ao invés... eu queria esmagar sua bunda só por sentar no colo
dele. Eu nunca estive tão brava com alguém em minha vida com eu estou
agora com Shadow.
Eu chego ao meu quarto e permaneço lá, eu envolvo meus braços ao
meu redor tentando sossegar meu comportamento maníaco. Meu peito
pesa e minhas pernas oscilam da raiva construída em mim. Ele me chamou
de puta, aquele bastardo.
Eu escuto a porta abrir e fechar quietamente. Vislumbrando por
cima, eu vejo Shadow em pé com aquele seu sorrido de curvar os pés. Eu
ainda quero bater aquele sorriso para fora de seu rosto, ele está adorando
me deixar louca. A raiva dentro de mim se amplia com o pensamento. Eu
ando até ele, puxo minha mão pra trás e bato nele. Sua cabeça chicoteia
para o lado. Ele cerra sua mandíbula e me encara com olhos sombrios.
Minha mão dói com o contato árduo, mas eu me recuso a reconhecer a dor
e levanto minha mão para o bater de novo, não tendo sentido nenhum
alívio no primeiro tapa. Ele pega minha mão pelo pulso, no meio do ar. Eu
levanto minha outra mão na tentativa de bater nele e ele pega esse pulso
também. Ele me vira e me bate contra a porta, ambas as minhas mãos agora
estão pregadas acima da minha cabeça. Eu olho dentro de seus olhos, eles
estão dilatados com raiva.

Ele solta as minhas mãos e soca a porta atrás de mim. Seu rosnado
me faz pular com medo. Seu rosto está vermelho com raiva, seus punhos
prensados em seus lados. Ele está puto!

— Saia daqui! — eu grito, apontando para a porta. Ele se vira e olha


pra mim, seus olhos agora selvagens. Me transformando em sua presa, ele
me persegue e prende meus braços sobre a minha cabeça de novo, só que
dessa fez eu não brigo com ele. Por quê? Grite com ele, o diga para vazar.
Você não quer nada a ver com ele. Ele te chamou de puta. Eu grito
internamente.

Ele puxa meu queixo para cima e abaixa seus lábios só um pouco
acima dos meus. Sua respiração é dura e perturbada, seus lábios a quase
um fio de cabelo de distância.

— Eu estou cansado desses jogos, Dani. — ele grunhe.

— Você? Como você acha que eu me sinto? — eu digo duramente. Eu


viro minha cabeça, seus lábios se esfregando contra minha pele no
processo. — Me deixe sozinha. Eu não quero ter nada a ver com você. — eu
sussurro, veneno derramando sobre cada palavra.
— Você quer que eu te deixe sozinha, é? É isso que você quer de
verdade? — ele me sacode contra a porta, como uma criança desobediente.
Eu encaro dentro dos seus sinistros olhos azuis, agora um tom mais escuro.
Eu não sei mais o que eu quero. Eu sei que mexer com Shadow é um sinal
de certidão de óbito, mas eu não posso sacudir o magnetismo que tenho
por ele. Falando para ele que o quero significa que ele ganha. Um jogo de
controle que ele claramente precisa. Eu posso dar o controle assim a uma
pessoa que eu mal conheço?

Tirando vantagem da minha hesitação, ele se inclina para perto.

— Eu chamo isso de merda, — ele sussurra; seus lábios roçando os


meus. Essa briga é pura tensão sexual. Eu não posso mais negar, e pelo jeito
de seus olhos, nem ele. Então, o que é que tem eu ser só mais um caso de
uma noite? O que é que tem eu ser só mais uma marca em seu cinto? Talvez
transar com ele finalmente o tirará de meu sistema. O jeito que meu corpo
suplica pelo seu toque me faz arriscar.

— Eu quero você, — eu sussurro, minha admissão me pega de


surpresa. Eu realmente acabei de falar isso?

— Diga de novo, Dani, — ele ordena. Nossa raiva e fúria se derretem


na energia sexual. Sua atitude de macho alfa me faz delirar com excitação.

— Eu. Quero. Você. — eu formo as palavras com cada respiração


sedutora.
Ele solta meus braços e rapidamente me levanta. Minhas pernas
instintivamente se enroscam ao redor de sua cintura. Eu pego sua cabeça e
enrolo meus dedos em seu negro e bagunçado cabelo. Puxando seu rosto
para perto, eu esmago meus lábios nos deles. Seus lábios separam os meus,
enquanto minha língua procura a entrada de sua boca, ele tem gosto de
álcool e maconha. Nossa raiva é substituída por paixão crua, nós
mordemos, lambemos e sugamos as bocas um do outro, saboreando o gosto
de cada um. Um gemido me escapa enquanto eu arrasto minha cabeça para
trás, permitindo que Shadow mergulhe na curva do meu pescoço, beijando
e mordendo, me fazendo gemer mais alto.

Shadow recua.

— Eu ganhei, — ele sibila. Sua língua lambendo a linha da minha


mandíbula, me fazendo respirar pesadamente. Seus olhos me mostram a
fera que vive dentro dele, circulando em sua jaula, esperando para ser
solta.
Ele está certo. Eu acabei de confirmar verbalmente que eu o quero.
Quem sabe que coisas distorcidas e dementes ele fará com a minha
confissão.

— Puta que pariu, você cheira como o paraíso, — seus lábios


sussurram contra minha pele. — Não é como se eu não quisesse você, você
sabe. Eu te quis desde a primeira vez que eu vi a sua bunda metida
caminhando para fora do aeroporto. — ele confessa. Ele me puxa de novo e
olha dentro dos meus olhos. — Mas isso pode me matar. — sua voz é
solene, me tirando do momento.
Ele lambe as bolinhas de suor formadas em meu pescoço e minhas
pernas naturalmente se apertam em volta de sua cintura. Seus lábios se
espalham através de meu pescoço e o osso da mandíbula como fogo vivo,
acendendo uma faísca que eu desesperadamente preciso dele para apagar.
Eu alcanço o final da minha camisa e suas mãos seguram minhas costas
enquanto eu a puxo para fora da minha cabeça. Ele empurra meu corpo
para mais alto contra a porta e lança beijos molhados entre meus peitos.
Ele nos caminha até a cama e gentilmente me deita enquanto
vagarosamente abaixa seu próprio físico tonificado sobre a minha pequena
estrutura. Ele descansa seu peso em seu cotovelo e usando sua outra mão,
desabotoa meu sutiã rendado. Meus mamilos imediatamente endurecem
pelo ar frio quando são libertos de suas taças, me fazendo arfar.

— Você é fodidamente perfeita. — suas mãos calosas agarram meu


peito gananciosamente, os amassa e os provoca, fazendo com que a minhas
costas arqueiem ao seu toque, implorando por mais.

— Dani, — ele para pra pegar fôlego e se levanta um pouco. Meu


corpo imediatamente arqueia pelo seu toque. — Se você está pensando
duas vezes, nós precisamos parar agora porque eu não poderei parar uma
vez que você for toda minha.

Seu gesto é gentil, mas minha necessidade é crua. A esse ponto, eu


não me importo, eu só quero mais dele, agora.

— Não pare, Shadow, — eu sussurro com minha esporádica


respiração. Eu aperto minha mão em sua blusa, e o puxo de volta para mim.

Ele retira seu colete de couro e o joga numa cadeira manchada no


canto do quarto. Ele puxa sua camisa para cima de sua cabeça, revelando
perfeitos e torneados gomos e um fino e apertado abdômen. Um caminho
da felicidade leva para baixo em um V que desaparece em seus jeans de
cintura baixa. Ai meu Deus do céu, me dê forças, eu quero isso tudo!

Minha boca se direciona para fora para lamber meu lábio inferior, eu
quero o comer todinho. Eu beijo seu peito, lambendo ao redor de seus
mamilos antes de dar um puxão de leve. Ele geme enquanto meus dentes
beliscam a pele macia. Ele desabotoa seus jeans e os empurra de seus
quadris. Uma vez que eles estão em seus calcanhares, ele usa seus pés para
empurrá-los de cada perna. Meus olhos se arregalam com o impressionante
comprimento pressionado contra o tecido de sua cueca boxer branca,
pedindo em ser solto. Minhas bochechas de repente coram, a minha
temperatura corporal se elevando. Ele sorri arrogantemente, antes de subir
de volta em cima de mim, separando minhas pernas com as suas. Sua mão
esfrega o interior da minha virilha sobre meus jeans, fazendo molhar
minhas calcinhas. Ele desabotoa todos meus botões, sem perguntar e ele
está prestes a descobrir o quão inexperiente eu sou. Ele talvez não vai
gostar se eu o surpreender com algo assim. Ele começa a sugar meu lóbulo
da orelha enquanto suas mãos perdem tempo com o botão do meu jeans.
Merda, merda, merda.
— Uh, Shadow, — eu digo nervosamente.

— Sim? — ele responde, puxando meus dedos para longe de meus


lábios. Merda, eu nem notei que eu estava fazendo isso de novo.

— Eu, uh, eu sou virgem. — eu arranho bizarramente.

Ele se levanta de mim imediatamente. Merda, eu deveria ter deixado


ele descobrir.

— Porra, — ele pausa. — Eu quero dizer, eu achei que você poderia


ser, mas...

Eu viro minha cabeça e olho para parede, mordendo meu lábio


inferior em vergonha.
— Ei, — ele sussurra, puxando um fio de cabelo atrás da minha
orelha. Ele é tão doce quando ele quer. — Nós podemos ir tão devagar
quando você quiser, Dani. Eu vou ser gentil. — eu juro que ele estava
flertando.
Puta merda, quem é esse homem e onde foi meu motoqueiro fodão?

Eu aceno minha cabeça, com medo de amarelar se eu me der à


oportunidade de falar.
Ele desabotoa meus jeans e os puxa para fora de mim. Em seguida,
ele enfia um dedo sobre cada lado da minha calcinha branca rendada e a
escorrega vagarosamente pelas minhas pernas abaixo, seus dedos
resplandecem em uma trilha de fogo por todo caminho até meus dedos dos
pés. Ele se inclina para trás em seus calcanhares e olha para o meu corpo
nu exposto diante do dele. Se inclinando, ele pega um dos meus mamilos
entre seus dentes e gentilmente o morde, misturando prazer com dor e me
fazendo sentir louca. Eu posso sentir sua masculinidade inchada contra a
meu já molhado calor. Eu deslizo meus pés acima de suas pernas até o cós
de sua cueca. Enfiando meus dedos dentro do elástico, eu os puxo sobre
uma bunda firme e abaixo de suas pernas. Seu pau salta livre contra meu
abdômen.

— Ansiosa, baby? — ele pergunta arrogantemente. Eu rolo meus


olhos para seu tom seguro de si.

Ele me pega pelo cabelo e puxa minha cabeça para trás.

— Não role seus olhos pra mim, porra, — ele chia, beijando a linha
da minha mandíbula. Seu jeito exigente me fazendo choramingar, mas num
bom sentido. Seu tom é sério e tudo menos duro, mas eu não posso deixar
de ser despertada por sua aspereza.

Seus dedos espalham minhas dobras sensíveis para permitir a


entrada. Ele de repente mergulha seus dedos em meu calor molhado,
espalhando a umidade de cima a baixo de meu clitóris. Eu mergulho minhas
mãos para dentro do meu cabelo e arqueio minhas costas, balançando
meus quadris ao seu toque.

— Puta merda, você está molhada, — ele sussurra sem fôlego.


Ele levanta seus dedos e devagar os escorrega para dentro de sua
boca faminta, ele os chupa com força, saboreando meus sucos.
— Mantenha seus olhos nos meus, — ele diz, mergulhando sua
cabeça entre as minhas coxas. Eu levando meus cotovelos o vendo lançar
leves beijos em meu clitóris antes de ir mais fundo e imergir sua língua
morna profundamente lá dentro. Eu desmorono de meus ombros e caio de
costas, gemendo alto. Graças a Deus a música é tão alta que ninguém pode
me ouvir. Isso parece tão quente e molhado, meu orgasmo pronto para ser
liberado. Ele pega sua outra mão e pressiona de leve meu estômago,
abaixando meu corpo arqueado para a cama. Ele pincela sua língua entre
minhas dobras, me importunando, e aí ele suga meu clitóris dentro de sua
boca duramente. Meu corpo se empurra para a cama e minhas mãos voam
em seu cabelo bagunçado.

— Não goze, — Shadow ordena, enquanto ele levanta sua cabeça de


dentro das minhas coxas. Minha umidade encharca sua barba e lábios. Ele
põe suas mãos em meus joelhos e posiciona sua ereção pulsante contra
minha entrada molhada. Eu fecho meus olhos apertadamente, o esperando
enfiar dentro de mim.

— Abra seus olhos, linda, — ele diz docemente. Eu obedeço e abro


meus olhos vagarosamente.
— Merda, espere um pouco. — ele sai de cima de mim, expondo meu
corpo para a friagem do ar. Eu escuto o som de um embrulho rasgando e o
vejo rolar a camisinha sobre seu pau.

— Ok, — ele diz, subindo entre minhas pernas de novo. Eu olho


profundamente em seus belos e tempestuosos olhos, enquanto ele empurra
a ponta de si mesmo em minha abertura molhada. Eu estremeço, e cavo
minhas unhas para dentro dos lençóis, enquanto ele desliza mais fundo,
seus olhos nunca deixando os meus. É a coisa mais erótica que eu já
presenciei.

— Você está bem? — ele pergunta preocupado.

— Sim, só não pare, — eu respondo de volta, minha respiração


caótica agora.

Eu consigo me sentir alongar e puxar para acomodar seu tamanho


impressionante. Uma vez que ele está o mais distante que meu corpo o
permitirá, ele para, deixando meu corpo de adaptar ao seu comprimento.
— A parte difícil acabou. — ele se inclina para baixo me beijando
famintamente, mordendo meu lábio inferior enquanto ele balança seu
quadril para frente e para trás.

— Agora vem à parte divertida. — ele sorri de orelha a orelha, me


fazendo sorrir também.
Minhas pernas se enrolam ao redor de seu corpo enquanto ele
estoca seu caminho para dentro e fora de mim. Ele levanta sua mão e pega
minha perna direita, a puxando ainda mais apertada ao redor de sua
cintura. O som de nossos corpos suados batendo um contra o outro enche o
quarto. Não há nada, só eu e ele. A música é abafada por nossas respirações
pesadas e leves gemidos. O tempo fica imóvel enquanto eu perco minha
inocência para o próprio diabo.

Ele pega meu traseiro, me levantando levemente para fora da cama.


Ele mete mais forte, me fazendo lamuriar.

— Você é fodidamente apertada, eu não acho que vou durar por


muito tempo. — sua confissão aumenta muito mais a minha excitação.
Eu tiro minhas unhas do lençol e exploro seu peito imaculado. Sua
cabeça cai para trás e ele deixa sair um rosnado cru com o meu toque, seus
quadris pegam velocidade. Uma de suas mãos encontra um dos meus
supersensíveis mamilos e o belisca enquanto a outra mão trilha meu
estômago abaixo, sobre meus pelos pubianos até meu clitóris. Ele começa a
mover seu dedo em movimentos circulares sobre o meu clitóris, é a minha
ruína.
Calor inunda em meus pés, fazendo meus dedos curvarem, atirando
a chama sob as minhas pernas e entre as minhas coxas. Meu corpo
convulsiona com um formigamento explosivo, meu sexo apertando seu pau
como um vício. Minhas unhas agarram suas costas e eu arqueio meu corpo
no seu. Eu grito de prazer, enquanto ele mete mais forte. Eu bato minha
cabeça ao lado e mordo um lençol perdido enquanto seu corpo enrijece. Eu
sinto sua semente quente e grossa encher o látex antes dele cair em cima
de mim.
Nós nos estendemos ali, ofegantes, tentando recuperar o fôlego.
Shadow retira sua ereção dura como pedra da minha buceta molhada, me
fazendo estremecer com o vazio que sua ausência deixou. Ele rola a
camisinha para fora de seu comprimento com seus dedos e a joga no canto
do quarto. Pelo menos existe uma lata de lixo ali?

— Durma, — ele sussurra em meu ouvido. Ele me puxa de volta para


seu peito, seu corpo moldado com o meu. Isso parece tão certo, mas tão
errado. Depois de descer da minha onda sexual, minha racionalização
entra. Eu não posso tolerar ser mais uma na sua cama, mas eu sabia que era
uma possibilidade antes de lhe entregar minha virgindade em uma bandeja
de prata. Eu sei, pelo meu instinto, que Shadow não sairá do meu sistema,
ele é uma droga viciante e eu quero mais para satisfazer o meu desejo. Eu
fecho meus olhos, tentando chamar o sono. Ouvindo a multidão alta no
clube e o baque da música, lentamente me leva para baixo.


Capítulo Cinco
SHADOW
Eu sinto pernas suaves enroladas ao redor das minhas, e cabelos
sedosos em meu peito. O cheiro do perfume inebriante de Dani preenche
meu pulmão. Pêssegos e sândalo, somente o cheiro dela faz meu pau
endurecer. Eu estou duro agora, merda. Os eventos de ontem à noite tocam
em minha cabeça simultaneamente. Em que porra eu estava pensando? Ela
está na minha cabeça de merda desde o dia que eu vi a sua bunda grande
andar para fora daquele terminal. Eu tentei permanecer longe. Inferno, eu
tentei a empurrar para longe. Mas quando a vi dançando com Bobby ontem
à noite, o pensamento de outro alguém tendo suas mãos nela ou
possivelmente em sua cama... Eu virei um homem das cavernas. Eu a queria
arrastar para o quarto e fodê-la para fora de sua vida totalmente.

Eu abro meus olhos para encontrar a cabeça da Dani deitada em


meu peito e seu corpo colado ao meu, nossas pernas e braços enrolados. Eu
estou sem palavras pela beleza angelical esparramada diante de mim,
completamente estarrecido. Eu nunca tive sexo como ontem à noite.
Quando eu estou com uma das putas do clube, eu geralmente as dobro
sobre algo ou as tenho em seus joelhos. Aí, eu as mando enrolar a bagagem,
sem contato de pele, nada de carinho e com certeza nada de passar a noite.

E eu estou certo como o inferno que eu nunca mexi com uma virgem
antes. Eu deveria ter saído assim que ela puxou o cartão ‘V’ para fora. Porra,
porra, porra. Eu tinha a esperança de depois de ter meu pinto molhado pela
Dani que eu não ia a querer mais. Eu só queria provar para ela que ela não
poderia resistir a mim, e provar para mim mesmo que eu só a queria
porque não a poderia ter. Mas olhando para ela essa manhã, eu
definitivamente a poderia tomar de novo, eu ainda a quero. Mas eu não a
mereço e ela não pode ser minha distração.

Eu não posso segurar, mas escorrego minha mão para cima e para
baixo em suas costas nuas. Sua pele oliva é tão sedosa. Meu pau
convulsiona com o contato de pele, me deixando frustrado. Todos esses
sentimentos que eu estou tendo são fodidamente incompreensíveis. Eu
preciso sair daqui e clarear minha cabeça. Eu vagarosamente movo sua
cabeça e tento desenrolar meu corpo do dela, tentando não a acordar.
— Você ainda está aqui. Eu pensei que você já teria ido, — ela
murmura com uma voz sonolenta.
Merda, eu a acordei.

— Sim, uh, eu tenho que ir agora, — eu digo, escorregando da cama.


Eu agarro minha cueca e jeans e os coloco rapidamente.

Ela senta na cama agarrando o lençol branco com ambas as mãos


para cobrir seus peitos ousados. Eu preciso me apressar e vazar daqui
antes que a urgência de fodê-la me consuma. Eu tenho certeza que a vadia
da mãe dela estará invadindo o quarto daqui a pouco.
Eu agarro meu colete da cadeira e arrisco um olhar. Seu rosto está
baixo e ela parece envergonhada. Merda. É por isso que eu não mexo com
garotas de fora do clube. As garotas do clube sabem o que esperar de um
irmão: nada. Vadias civis, garotas que não sabem nada sobre a vida do
clube, esperam mais e olham profundamente dentro das coisas, deixando
merdas como essa acontecerem. Eu efetivamente me sinto culpado por
querer deixar Dani.

— Missa, — eu respondo, tentando facilitar a situação da saída. Por


que eu me importo, eu não tenho noção.
— Isso não é domingo? — ela questiona, com a sobrancelha
levantada. Sua pergunta realmente me irrita. Ela não sabe com quem que
ela está falando? Mas sua inocência me faz querê-la mais, eu juro. Ela não é
nada mais que pureza, uma respiração de ar fresco. Algo que eu nunca
estive perto. Garotas como Dani não passam tempo no clube.

— Não, não esse tipo de missa. Eu tenho que ir discutir negócios do


clube. É ao meio dia, e é meio dia agora. Eu tenho que chegar lá antes deles
virem me procurar. — eu puxo minha camisa e colete de couro. É a mesma
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merda que eu usei ontem, mas não tenho tempo para trocar .

Eu abro uma fresta da porta e espio para fora. Eu não vejo ninguém,
então eu escorrego para fora e fecho a porta quietamente, não dando a Dani
outra olhada. Eu me sinto tão merda como sou. Eu não posso aturar a viver
em dor mais. A sala principal do clube é uma merda fodida, e há garotas
peladas dispersas em todos os lugares. Os prospectos têm sacolas de lixo
pretas pegando o lixo, e algumas old ladies estão jogando roupas para as
garotas peladas, tentando as deixar decentes e as colocando para fora do
clube. Eu entro na cozinha e pego um copo, eu preciso de café para me
ajudar a processar a porra que está passando na minha cabeça. Eu acabei
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de dormir com a filha do diabo . Eu sou um homem morto andando.
— Onde no inferno você desapareceu ontem à noite? — Bobby
cospe em mim por trás, me fazendo cuspir café.

— Lugar nenhum, por quê? — eu pergunto, irritado.

— Oh, eu não sei. Eu vi você perseguir a filha do presidente corredor


a baixo e não vi você sair até agorinha. — seu tom é acusador.

Eu o olho fixamente. O que é que ele está querendo? Bobby e eu nos


conhecemos há muito tempo, mesmo antes do clube. Eu sei que somos
próximos, mas o clube é uma irmandade. Eu não tenho certeza se ele não
contaria a Bull que eu fodi sua filha. Inferno, eu me sinto uma merda
escondendo isso de Bull, mas não estou certo se ele colocaria uma
recompensa sobre a minha cabeça se ele soubesse que eu peguei sua filha.

— Que porra é essa, irmão? Por favor, me diga que você tem um
nariz sangrando, ao alguma merda parecida. — Bobby aponta para minha
mão, olhando para baixo onde ele está apontando, eu tenciono. Merda, eu
tenho sangue em meus dedos, como eu perdi isso? Isso deve ter chegado lá
quando eu tirei a camisinha ontem à noite. Tentando esconder que eu fodi a
filha de Bull não seria fácil com a perda de inocência da Dani por toda a
porra das minhas mãos. Eu caminho até a pia e começo a lavar minhas
mãos, ignorando Bobby.

— Isso não é o que eu penso, é? — Bobby pergunta, me puxando de


meus pensamentos.

— Cai fora Bobby, não é nada! — eu lato, sua persistência está


realmente começando a me encher a porra do saco.

— Você entra num jogo de merda comigo por dançar com aquela
vadia ontem à noite, aí, você desaparece no quarto dela pela noite... Só de
olhar... Tenho certeza que é exatamente isso que eu penso que é, — ele diz,
gesticulando em direção as minhas mãos de novo.

— Que porra você acabou de me dizer? — empurrado ao meu limite,


eu empurro Bobby e pego seu rosto. Ele me questionando atingiu seu
limite.
Sem ninguém para afastar, Bobby pega meu rosto.

— Eu acho que você é o que tem um desejo pela morte. Em que


porra você estava pensando? — ele empurra meus ombros, sua voz
estalando e autoritária. Ele está certo, no entanto, em que porra eu estava
pensando? Eu sabia melhor do que foder com Dani.
Eu me afasto e passo minhas mãos pelo meu cabelo, incerto por
minhas próprias ações.
— Eu não estava pensando. A vadia me torceu, agindo como se não
me quisesse. Eu só... — eu paro, tentando descobrir em que porra estava
pensando ontem à noite. — Eu não estava pensando. — eu sussurro.

— Isso não pode ser bom, irmão. Eu sei que essa merda não descerá
bem, — Bobby sussurra de volta e caminha para fora da cozinha.

Ele está certo. Eu me sinto diferente ao redor de Dani. Eu sei isso.


Mas eu também sei que ela estaria melhor sem um pedaço de merda como
eu. Eu estou fodido em minha cabeça, sem certeza de nada. Se Bull não me
matasse primeiro, meu jeito de vida devoraria Dani, fazendo Bull me matar.
O jeito que eu vejo é: Dani é uma arma carregada de qualquer jeito.

Me sento na mesa esperando pelos outros irmãos aparecerem,


Bobby me olha através da parte superior da madeira. Ele agarra um pedaço
de papel do centro e começa a desenhar nele, rindo enquanto rabisca. O
que diabos ele está fazendo? Ele desliza o pedaço de papel através da mesa
para mim, e olha por cima de seus ombros como se ele estivesse no ensino
fundamental passando um recado.

Que. Porra? Isso tem uma figura de palito com um pau


desproporcional fodendo outra figura de palito com peitos e uma arma na
cabeça da figura masculina. Eu amasso o papel em minha mão enquanto ele
ri, satisfeito consigo mesmo.

— Primeira ordem dos negócios, — Bull diz, enquanto se abaixa


vagarosamente em sua cadeira. Ele parece uma merda. Eu estou certo que
ele festejou duramente ontem à noite. Bull está sempre com um monte de
vadias e bebidas, e ele está pagando por isso essa manhã. — Bobby, o que
você tem para reportar, filho?
Bobby foi enviado em uma corrida para Nevada para investigar um
negócio que El Locos, outro clube de motoqueiros, quer que nós
participemos. Eles querem que nós trafiquemos armas com eles e
compremos seu estoque de armas. Não sabendo muito sobre eles, Bull
enviou Bobby para conferir a credibilidade deles e de seu estoque e
reportar de volta para que nós votemos.

— Eh, eles parecem superficiais, uma operação de voo noturno, se


você me perguntar, Prez. — Bobby se inclina para trás em sua cadeira, seu
comportamento infantil desaparecido. — O container de armas que eles
têm estava abatido como o inferno, e as AK-47 já viram dias melhores. Eu
nem mesmo as queria testar, elas estão tão fodidas, parece que elas
passaram pelo inferno. O clube deles parece muito ansioso em vender as
mesmas também.

— Acha que elas são quentes? — Bull pergunta, questionando se o


outro clube as roubou da competição. Se eles roubaram, as comprar
significaria mais problemas para nós, algo que não precisamos agora.
Nosso clube tem atraído calor desde que um novato trapaceiro atirou em
um policial um tempo atrás. Agora, a concorrência e os policiais estão
morrendo para nos atirar. Não precisa dizer, o novato nunca será
encontrado, eu cuidei disso pessoalmente. Eu sabia que aquele fodido era
sem valor quando eu o vi pela primeira vez.

— A forma que aquelas armas estavam, com certeza possivelmente


um assalto que deu errado, — Bobby diz coçando se peito.

Bull coça a barba por fazer em suas bochechas enquanto ele


processa o que Bobby está dizendo.

— Tudo bem, eu não acho que isso é algo que nós queremos nos
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envolver, quem concorda? — Bull perguntas. Ayes é falado ao redor da
mesa em concordância, nós não precisamos fazer acenos.
— Amarre essa ponta solta, Bobby. — Bull diz, apontando para ele.
— Próximo negócio. Locks, alguma palavra sobre as garotas e esse
companheiro, Stevin? — Bull acende um cigarro.
— Porra nenhuma, Pres. Eu chamei os Ghost de NY os pedi para
encontrar o fodido e o seguir, ver qual era seu próximo passo. Ninguém da
área o viu ou escutou dele. O fodido sumiu em ação. — Locks replica,
acendendo um cigarro também.
— Merda, não sei se isso é uma coisa boa ou ruim. — Bull diz.

— Sim, ele poderia ter se assustado e fugido da cidade, se mantendo


escondido, ou ele está procurando pelas garotas. — Locks harmoniza.
— Não faz sentido para mim, — eu penso alto, não percebendo que
eu disse as palavras.
— Como assim? — Bull pergunta, dando um trago em seu cigarro.
Seus olhos se apertam e eu não estou certo que é só a fumaça.

— Eu só não entendo como um homem poderoso como Stevin não é


notado por lá, — eu justifico.

Bull acena sua cabeça em concordância.

— Considerando o quão desleixado ele foi matando os porcos em


seu escritório, eu estou chocado em descobrir que ele não deixou um rastro
também, — eu admito.

— Hmm... Descubra quem é esse fodido, Locks, e volte para mim. Eu


quero tudo, de seu estado real até quem ele tem em seu bolso, — Bull
anuncia. Geralmente homens poderosos e saudáveis como Stevin tem um
monte de gente em suas folhas de pagamento, fodidos gananciosos só
querem dinheiro. Talvez se nós pudermos encontrar um deles, nós
podemos comprar alguma informação e conseguir uma pista de Stevin.
— Vamos ter a casa segura limpa e estocada, vou levar as garotas
para lá. Eu quero três homens com elas o tempo todo. Shadow, eu quero
você na Dani, ela parece gostar de você. — Bobby bufa com o comentário;
fodido. Eu o chuto por baixo da mesa e o calo.

— Bobby, siga ao redor de Lady. Boa sorte, ela é uma vadia, — Bull
ri. — E peguem um novato também. Se vocês dois precisarem estar em
outro lugar, vocês peguem alguém para cobrir o seus lugares, — ele
comanda e se levanta.
— Pode deixar, — Bobby replica.
Bull bate o martelo para baixo e todos se levantam para sair. Eu olho
sobre Bobby que está vermelho no rosto de tentar conter sua risada.

— Que porra é tão engraçada?

— Você está tão fodido, cara. — ele ri.


Eu jogo o pedaço de papel amassado que eu segurei em minha mão
nele. O fodido acha que essa merda é engraçada.


Capítulo Seis
DANI
Um barulho vibrante no criado mudo perto da cama chama a minha
atenção. É o celular de Shadow. Se lê ‘Uma chamada perdida’. Eu me
pergunto quem ligou para ele. Eu não posso parar a suspeita em minhas
tripas. Eu abro o celular. A chamada perdida é de alguém que ele apelidou
de ‘VADIA’. Eu estou certa que ele tem um monte de vadias. Ele
provavelmente as numera, vadia 1, vadia 2, eu poderia ser a vadia 3. Eu
rosno para mim mesma, pensando que eu, também, sou só alguma vadia
que o faz gozar. Eu aposto que a noite ele estará na cama com uma vadia
diferente. Bem, eu só irei ter certeza que ele pense em mim enquanto faz
isso.
Eu abro os contatos para por meu número de celular dentro. Para o
nome do contato, eu começo digitando ‘Dani’. Inesperadamente, sua voz de
ontem ecoa em minha mente. “porra, você cheira como o paraíso”. Eu sorrio
para a memória. Eu apago o que eu digitei e coloco no nome, ‘Paraíso’. Eu
ângulo a câmera para mim mesma, levanto minha cabeça de cama sexy com
meus dedos e belisco minhas bochechas. Eu puxo o lençol até meus peitos,
mordo meus lábios e tiro a foto. Nada mal. Eu pareço como se tivesse
acabado de foder em sete tons em pleno domingo, exatamente o que eu
queria. Fará uma ótima foto de contato. Se ele não apagar a foto, ele sempre
se lembrará de mim e dele ontem à noite.

O quão patética eu sou? Mesmo com o pensamento que ele me usou,


eu ainda o quero.

Eu me levanto para vestir algumas roupas. Pisando sobre minhas


calcinhas brancas, me lembra que eu perdi minha pureza. Meu clitóris
formiga só de pensar sobre como Shadow me pegou com seus jeitos
traiçoeiros. Meu corpo me trai facilmente enquanto ele fazia. Grr... Eu o
preciso empurrar para fora de minha mente, e o esquecer. Mas tendo dado
a Shadow algo tão especial como minha virgindade me faz sentir conectada
com ele de um jeito que eu sei que ele não compartilha. Eu me sinto
estúpida, e para ser honesta, um pouco machucada.

Eu agarro minha mala para ver se eu tenho qualquer roupa limpa.


Eu provavelmente deveria ver se há uma lavadora e secadora no clube.
Quão conveniente, um sutiã preto e uma calcinha de conjunto, isso deve
combinar com meu jeito promíscuo. Quando eu começo a deslizar em
minhas calcinhas, eu vejo sangue entre as minhas coxas. Merda, eu preciso
de um banho.

Eu deixo o chuveiro quente lavar tudo de ontem à noite. É


amargamente doce. Eu quero a prova de o que aconteceu fora de mim, mas
eu não quero. Eu agarro algum sabão e ensaboo entre minhas mãos, cheira
como Shadow. Eu sorrio com o reconhecimento. Eu esfrego o sangue seco
com o sabão, o cheiro de Shadow imergindo dentro de minha pele.

Eu escorrego minha calcinha colorida cheia de pecado e o soutien,


abrindo a porta do closet para ver se há qualquer tipo de blusa que eu
posso me jogar. Com sorte, há algumas com a mão de um esqueleto
esmagando um crânio, a logo dos Devil’s Dust. Eu pego a preta e visto. Ela
engole minha fina figura, então eu amarro o canto inferior em um nó.
Alcançando de volta em minha bolsa, eu encontro shorts jeans azul e os
visto.

Uma voz suave me surpreende.

— Merda, você nasceu para usar essa camisa. — é Shadow, me


estudando de cima a baixo com olhos gulosos. O som da sua voz trás
mágoas a minha alma e desespero para meus lombos.

— Você voltou, — eu respondo, tentando não soar animada. — Eu


não pensei que o veria de novo hoje.

— Sim, eu esqueci meu telefone, — ele diz, o agarrando para fora do


criado mudo.
Silêncio estranho preenche o quarto, nenhum de nós sabendo o que
falar sobre ontem à noite.

Ótimo, lá vem: “Eu não queria que ontem à noite acontecesse”, ou,
“não é você, sou eu”. Eu não acho que posso lidar com a rejeição. Apesar de
eu saber que isso era provável, efetivamente escutar que eu fui só um caso
de uma noite saindo de sua bela boca talvez me mate.

— Você não precisa explicar Shadow. Eu entendo. — meus olhos


começam a arder. Segurar minhas emoções pode ser mais difícil do que eu
pensei. Eu encaro a janela tentando evitar contato visual.
Shadow zomba. — Eu estou feliz que você entenda o que está se
passando, porque eu não tenho porra de noção nenhuma. — sua confissão
me joga em um beco sem saída. Ele está tão confuso sobre a nossa química
quanto eu? Há química? Talvez eu não seja só uma coisa de uma noite. Eu
balanço minha cabeça. Eu estou me apressando. Esses jogos são exaustivos.

— Então, por que você não me dá uma pista, vendo o quanto você
tem tudo entendido? — ele diz, seu tom é ilegível.
Quando eu o encaro, sua expressão é sincera. Ele parece perdido até.

— Dani, ontem à noite… — Shadow é cortado pela batida na porta.


Em pânico, eu começo a olhar ao redor do quarto, procurando por algum
lugar para enfiá-lo. Eu começo a empurrar Shadow em direção ao closet em
uma tentativa desesperada de o esconder.

— Você está falando sério? — ele sussurra, quando percebe que eu o


estou empurrando para dentro do closet.

— Sim, eu estou séria, — eu sussurro de volta. — E se for minha mãe


ou meu pai? Vá e fique quieto.

Eu fecho a porta do closet e noto a camisinha no chão perto da


lixeira. Merda. Eu a pego e jogo no lixo do banheiro, eu pego algum papel
higiênico e jogo por cima para a esconder. Eu corro de volta e abro a porta
que minha mãe está socando, tentando não parecer em pânico.

— Nós acabamos com a nossa birra? — minha mãe pergunta,


entrando. Ela parece uma merda. Ela está pálida e ainda vestindo as
mesmas roupas de ontem à noite.

— Mãe, eu... — ela me corta, apontando para minha camisa.

— Que porra é essa que você está usando? — ela estala, seus olhos
tão extensos como um pires.

Eu olho para baixo, para camisa que estou usando. — Eu a encontrei


no closet. Parecia confortável, — eu confesso.
Ela anda até mim e a puxa para cima, tentando tirar de mim. — Não.
Nenhuma filha minha usará essa camisa, — ela diz, fanaticamente.
— Para, — eu grito com ela, mas ela continua me agarrando. — Saí
de mim. — eu posso sentir meu rosto ficando vermelho, minha
temperatura corporal elevando, minha visão embaçando com raiva.
Finalmente, tendo o suficiente dela arranhando meus braços e pescoço
para pegar a camisa preta, eu estalo.

— Sai fora, porra! — eu a empurro violentamente, seu corpo voando


para o chão como roupa suja. Eu pulo de volta, assustada pela minha falta
de autocontrole e raiva. De onde isso veio? Eu tinha empurrado minha mãe
antes, até gritado, mas eu nunca tinha, praticamente, a jogado como uma
boneca de pano.
Ela está trêmula enquanto ela levanta. — O que deu em você, Dani?
Primeiro você está passeando ao redor com... com aquele motoqueiro lixo,
aí agora, usando essa terrível blusa como fosse um membro do clube e
agora você está violenta com a sua própria mãe. — ela está histérica agora.
— Isso é errado. Eu criei você melhor que isso. Eu te dei uma vida melhor
eu isso, inferno, eu te dei a vida. — além de tremer, ela não está movendo
um músculo.

— É a porra de uma camisa, — eu berro para ela enquanto ela olha


com uma encarada mortal.

— Não, não, isso é mais que a porra de uma camisa. Você está se
tornando uma deles, lixo de motoqueiro. Você está se tornando seu pai. —
ela se exalta e fica histérica, sussurrando aquelas últimas palavras. Eu
talvez tenha quase escutado as palavras, mas até seu sussurro estava
gotejando ódio.

— Sim, bem, eu nunca pedi por suas mentiras e traições, — eu bato


de volta nela em legítima defesa.

— Você sabe, eu tive uma premonição quando percebi que você


compartilhava os olhos verdes de seu pai. Eu amei aqueles olhos até que ele
me jogou de lado. Eu sabia que eu tinha que te esconder dele, te manter no
caminho certo, ou você se tornaria igualzinha a ele. — ela está evitando
contato visual, o que sempre eleva minhas suspeitas.
— O que há de tão errado em ser como ele? — eu pergunto.
— Sério? — ela diz, maliciosamente. — Você está aqui há um
minuto. Você não tem ideia do que ele é capaz, de nenhum deles. Eles
mentem, traem, matam, roubam. Eles não podem ser parados. Você fica no
caminho deles e eles matarão você.

Ela aponta para mim. — Aquele menino que você tem passado um
tempo... Mantenha distância. Ele só quer entrar nas suas calças, você sendo
a filha do presidente não o parará. Eu tenho nojo de homens como ele. Ele é
um mulherengo e ele é fodido da cabeça, — ela sem rodeios cospe em mim.
Agora eu não a posso olhar nos seus olhos. Eu temo que ela talvez
veja que eu não sou tão pura quanto quando eu cheguei aqui.
— Todos têm alguns esqueletos no armário, — eu justifico. Olhando
para o closet agora, eu consigo narrar.

— Se eu escutar aquele garoto tentando se empurrar em você, eu


vou envolver o seu pai. Mexer com a filha do presidente não acontece sem
repercussões.

Caramba, eu me pergunto se ela disse essa mesma fala para todos os


garotos enquanto eu crescia, isso explicaria eles me dando um pé na bunda
repentino.

— Por que nós viemos para cá se você odeia tanto meu pai? Se você
odeia tudo sobre esse lugar? — eu aponto calmamente.

Ela suspira cansada. — Eu não tive escolha. É o que tinha que ser
feito, — ela sussurra, sua cabeça abaixada.
Ela pisa mais perto de mim. — Antes de você ir pensando que você
pertence ou saiba qual seu lugar aqui. Há leis do clube, algumas que você
nunca será capaz de se identificar. — ela endireita suas roupas e sai.

Eu suspiro cansadamente enquanto a porta fecha. Wow. Quem diria


que só usar uma camisa faria minha mãe se comportar loucamente. Talvez
ela precise da minha terapeuta mais que eu. Parece que ela tem um monte
de problemas com o clube, então estar aqui ainda é um mistério para mim.
E o que ela quis dizer com ela tem nojo de como Shadow é fodido? Eu me
viro para o closet, esperando Shadow sair.
— Shadow?
Ele abre a porta e sai, sua presença, de verdade, trazendo calma para
minha psique abalada.

— Você está bem? — ele pergunta.

— Tão bem como posso. Sinto muito que você teve que escutar tudo
isso.
Ele balança sua cabeça como se não tivesse incomodado por isso.

— O que ela quis dizer sobre você ser fodido? — eu pergunto. Eu


entendo a parte dele ser um mulherengo. Isso não foi chocante. Ainda dói
ouvir depois de acabar de dormir com ele, no entanto.

— Todo mundo tem um passado, Dani. Eu não sou perfeito, eu te


falei isso antes de você ir pra cama comigo. — ele late de volta.

Outra batida na porta nos tira de nossa conversa.

— Porra, você é popular, — ele diz irritado. Eu elevo minha


sobrancelha e miro meus olhos na direção do closet. — De novo, sério? —
ele pergunta irreverentemente, enquanto sobe de volta para dentro do
closet.

Com Shadow escondido, eu grito, — Entra!

Candy entra, isso deve ser bom. Ela tem um pequeno vestido preto
com saltos de puta pretos. Seu cabelo loiro está em belos cachos soltos
sobre os ombros. Ela é linda, ainda que vadia ao mesmo tempo. Eu a odeio.

— Shadow está aqui? — ela pergunta docemente.

— Não, eu estou aqui, — eu a informo.

— Certo, eu estou bem certa que o vi entrando aqui, — ela replica


com uma alta quantidade de vadia em sua voz.

— Certo. Bem, como você pode ver, nada de Shadow aqui. — eu


retorno com o tanto de vadiez que eu posso reunir.

— Você é fofa. — seu tom doce é tão falso como seus peitos. — Eu
posso ver por que o Shadow gosta de você, — ela ri como se tivesse um
segredo que eu estivesse alheia.
— É mesmo? — eu pergunto, curiosa para saber aonde ela quer
chegar, mas tentando não soar assim.

— Ele vai comer sua inocência e te cuspir, querida. E isso, se ele já


não fez. — ela põe suas mãos em seus quadris, orgulhosa de si mesma.

— Eu não sei do que você está falando. — eu minto, ainda me


sentindo defensiva.

— Eu tenho estado com Shadow por anos. Eu tenho visto garotas


vindo e indo. Não pense que só porque você é doce e inocente que ele se
importa com você, que você pode fazer ele se acomodar. Assim que ele
estiver acabado com você, ele voltará correndo para mim. Ele sempre volta.
No meio tempo, da próxima vez que você beijar aqueles lábios, se lembre
que eles estavam em mim muito antes de você. Seu pau? Em mim também.
Shadow não pode ter o suficiente de Candy. — ela crava seu nariz no ar
enquanto me bate verbalmente.

Minhas palmas estão suadas e minha respiração está ficando


superficial. Aqui está outra confirmação que eu sou só mais um entalhe na
cabeceira da cama de Shadow. Quantas mais vezes eu tenho que escutar
isso? Ela consegue ter Shadow tanto quanto ela quer e ela está esfregando
isso. Eu estou com inveja da puta, o que é uma merda.
Ela vira para sair, mas para; seu corpo metade para fora do vão da
porta.

— Oh, e pena de você. Se Bull descobrir que você está fodendo com
Shadow, só Deus sabe o que ele fará. — ela se vira e descansa seu quadril
no batente da porta. Essa não é a primeira vez que eu escuto que meu pai
matará Shadow por mexer comigo. É difícil envolver minha mente sobre
isso.

Vendo a confusão em meu rosto ela ri.

— É a lei. Ninguém pode mexer com a filha do presidente pelas suas


costas e não ser punido. — apesar do sorriso ainda em seus lábios, seu tom
é sério. — E eu estou certa que sua mãe não gostará também. Parece que
você e ela são vadias do mesmo tipo, huh, dormindo com o homem que
vocês não têm intenção de ter nenhum envolvimento sujo. — ela gira em
seus brilhantes saltos pretos e sai.
Eu deixo escapar o fôlego que tinha estado segurando. Eu estou mais
balançada do que eu queria estar sobre Shadow. Eu pensei que estaria ok
sendo um caso de uma noite, ou talvez até mesmo uma aventura casual.
Mas depois de escutar duas das mulheres mais rancorosas que eu já
conheci em minha vida, a dor parece insuportável. O pensamento que eu
era nada além de segundos desleixados depois de Candy, bateu em todas as
notas erradas.

Shadow abre a porta do closet devagar. Meu corpo está ferido, tão
apertado como uma víbora. Ele aproxima com cautela.
— Dani? — ele diz com preocupação.

— Só saia daqui, porra. — eu digo silenciosamente, evitando contato


visual.

— Dani, se acalme e me deixe explicar, — ele demanda.

Não há nada para explicar. Eu sou só um desafio para Shadow, um


ponto para ele. Não só ele conseguiu traçar a filha do presidente, ele
também pegou sua inocência. Eu sou só uma grande piada para ele. Eu
sinto arrependimento lavando sobre mim. Eu quero voltar a me sentir
entorpecida. Sentir entorpecida é melhor do que se sentir usada.

— Não, eu não quero que você explique, só saia da porra do meu


quarto agora. — eu olho diretamente dentro daqueles olhos danificados. —
Eu não quero você perto de mim, nunca, — eu digo calmamente, esperando
atravessar meu ponto. Ele só fica lá, parecendo estupefato.

Eu o empurro para porta, tentando segurar minhas lágrimas. —


Saia, lixo de motoqueiro. — eu grito, notando que em tempo de aflição eu
soo exatamente como a minha mãe, danificando meu ego muito mais. — Eu
não serei o novo brinquedo reluzente sempre que você estiver entediado.
— eu bato a porta na sua cara.

Eu olho para a porta e caio no chão. Como eu pude ser tão ingênua?
Eu realmente pensei que só porque eu dei a Shadow minha virgindade que
nós, de alguma forma, seriamos um casal agora, que ele repentinamente se
importaria comigo? Cara, eu sou sem noção nenhuma. Eu era só uma nova
bunda para ele, um jogo. Suas palavras do nosso primeiro beijo
instantaneamente tocam na minha mente. “Mas na realidade, você jamais
poderia ser minha”. Eu estou com tanta raiva de mim mesma, como eu
pude ver Shadow como qualquer coisa menos que um playboy? Por que ele
iria querer alguém como eu, quando ele tem putas tirando suas calcinhas
para ele?

— O que está acontecendo aqui fora? — eu podia escutar Bull


através da porta.

— Eh, ela não está feliz que eu tenho que a seguir em todos os
lugares, — Shadow diz. O quê? Isso é novidade para mim. Por que o babaca
tem que me seguir em todos os lugares? Como se isso não fosse humilhante
o suficiente, agora eu tenho que suportar estar ao redor dele 24 horas por
dia e 7 dias por semana.

— Sim, eu não achei que ela ficaria feliz sobre isso. — Bull proclama,
— A mãe dela vai ficar ainda mais brava.

— Dani, abra. — Bull demanda.

Eu sento aqui contra a porta, ignorando seu pedido. Eu preciso de


tempo para processar tudo, sozinha.

— Querida, eu só preciso me certificar que você está segura. Não


somente do namorado de merda da sua mãe, nós temos inimigos também.
É só mais seguro desse jeito. Shadow não mexerá com você. Se ele fizer, ele
responderá a mim. — sua voz é sincera, ele só está se cerificando que eu
fique segura. Eu ainda não posso responder, tudo que eu quero é gritar.
Agora é quando eu desejo ter uma melhor amiga, alguém que eu
poderia derramar tudo. Ela poderia me falar o que fazer. Eu tenho certeza
que minha psicóloga, Victoria, teria um dia de campo com toda essa
informação. Eu tenho que me recompor, eu não posso deixar Shadow, ou
aquela vadia, Candy, ver o quão perturbada estou. Eu sabia quando o deixei
me pegar, que talvez terminasse ruim. Com toda honestidade, eu preferiria
viver com esse arrependimento, a nunca ter tido a experiência. Eu tenho
me sentido tão viva com Shadow. Será difícil voltar ao entorpecimento que
me sucumbiu antes.

Capítulo Sete
DANI
Aparentemente a casa segura foi limpa e preparada para nossa
chegada. Eu usei o tempo amontoando minhas roupas sujas dentro da
minha mala para estabilizar minha respiração e acalmar. Eu não sei por
quanto tempo eu terei que aturar Shadow como meu segurança, mas eu sei
que eu preciso manter meu juízo sobre mim, eu fui para o quarto da minha
mãe a checar, mas ela ainda estava tentando reunir seus pertences, então
eu fui sozinha para o estacionamento.

Enquanto eu me aproximava do veículo que nos levaria para a casa,


um cara loiro de cabelo cachado com tatuagens por todos seus braços
alcança minha bolsa. Uma tatuagem em sua mão esquerda pega minha
atenção: TCB. Meus olhos arregalam: meu corpo fica tenso. Esse é o cara
que eu usei para fazer ciúmes no Shadow noite passada: Bobby, se eu
lembro direito.

— Bem, olá. — ele é charmoso, como todos os motoqueiros que nós


encontramos até agora.

— Uh, olá, — eu respondo, incerta se ele me reconhece e me


sentindo como uma completa idiota.
Ele tem olhos azuis claros e poucas sardas aqui e ali através de suas
bochechas. Ele é bonito. Sim, um menino bonito. Bobby parece que
pertence à capa de uma revista, apesar das tatuagens e da aura motoqueira.
Olhando com um sorriso de nocaute, eu estou certa que ele é um abaixador
de calcinhas como Shadow.

— Eu pego a mala dela, Bobby. Obrigado. — Shadow aparece atrás


de mim, pegando a mala da mão do Bobby. O homem é implacável. Qual é a
parte que ele não entendeu sobre ficar longe de mim? Qual é a dele, tentar e
me conservar como seu novo brinquedo brilhante, ou ele sentiu pena de
mim? De qualquer jeito, eu não estava dando a ele essa satisfação.

— Eu mesma posso lidar com isso, muito obrigada. — eu agarro


minha mala de Shadow, que não a solta.
— Me dá a porra da mala, Dani, — ele late, com tom frio em sua voz.
A boca de Bobby se eleva em um sorriso do gato Cheshire. —
Problemas no paraíso? — ele pergunta divertidamente, nos encarando. Eu
estou certa que nós parecemos uma bagunça, brincando de cabo de guerra
com uma mala rosa.

— Ótimo, pegue a porra da mala, — eu digo, soltando. Rosnando


através do seu peito musculoso, Shadow joga minha mala na traseira da
SUV.

— Alguém pode se fazer útil e pegar a minha mala. Está pesada, —


minha mãe interrompe, saindo da porta da casa do clube.

Shadow e Bobby se encaram antes de Bobby ceder e pegar a mala


dela. Minha mãe e eu nos estabelecemos no assento traseiro enquanto
Shadow e Bobby escarrancham suas motos atrás de nós. O prospecto com o
moicano que nos trouxe do aeroporto está atrás do volante da SUV de novo.

— Qual é o seu nome? — eu pergunto, ao bater em seu ombro. —


Você tem dirigido pra gente por duas vezes e eu ainda não sei seu nome? —
eu estou admirada com a minha repentina audácia.

— Charlie. — eu esperei para ele dizer mais. Não, curto e ao ponto.

Vendo que ele não é muito de falar, eu sento para trás e permaneço
em silencio pelo resto do caminho.

Minha mãe está ocupada mexendo com seu celular, ela está sempre
naquela coisa maldita. O rosto dela não está mais inchado. Ela se parece
consigo mesma.
Nós dirigimos para o norte, fora de L.A. e eu vi as ruas urbanas
desaparecerem antes de nós entramos em uma vizinhança suburbana. Nós
paramos na entrada de uma de uma casa de dois andares. É fofa e simples
por fora, não algo que eu marcaria como de um clube de motoqueiros.
Quando nós descemos da SUV, Bobby e Shadow estacionam atrás de nós. A
masculinidade crua vinda das motos faz meu corpo vibrar com excitação.

Shadow desce de sua moto e tira seu telefone do seu bolso. — O


quê? — ele late na linha. Ele pega sua outra mão e a corre sobre sua cabeça
para trás e para frente, afofando aquele cabelo preto sexy dele.
— Você não sabe do que está falando. Eu não tenho nada... Não faça
ameaças a mim, ou eu irei te colocar no chão, porra! — ele bate seu dedo no
botão finalizar com fúria e comprime seu telefone de volta em seu bolso.
Bobby eleva sua sobrancelha em preocupação, mas Shadow joga sua mão
pra cima tipo “não agora”. Estranho.

Eu nem tento pegar minha mala e arriscar ter outro episódio na


frente da minha mãe. Eu caminho para porta e espero por todo mundo.

— É uma casa de três quartos, — Bobby diz enquanto destranca a


gigante porta branca. — o maior está no andar de baixo, eu pensei que você
iria querer ele, Lady. Lá em cima tem dois quartos e um pequeno banheiro.
Shadow e eu podemos ficar no beliche em um quarto e você pode ter o
outro, Dani.
Nós pisamos numa pequena área de entrada com escadas
conduzindo imediatamente para o segundo andar à direita. A sala de estar
é à esquerda e é feita em um suave bronzeado com tons de vermelho e
preto. Parece muito convidativo e aconchegante.

Enquanto eu começo a subir a escada, minha mãe pega meu


cotovelo. — Você vai ficar bem lá em cima sozinha? — ela questiona,
enquanto ela encara Bobby e Shadow. Ah, ela saiu do telefone e voltou para
“modo de mãe preocupada”.

— Sim, eu ficarei bem, vou trancar a porta. Sem preocupações, — eu


respondo, puxando meu cotovelo do aperto dela.

Eu paro no topo da escada, insegura de onde ir. Em frente de mim


está um dos quartos e há um corredor que dispara pra baixo a esquerda,
onde eu presumo que é onde o banheiro e o outro quarto estão.
— Bobby e eu pegaremos esse quarto, tem duas camas nele. Você
pode pegar o outro no fim do corredor, — Shadow diz atrás de mim. Eu
posso escutar a voz muda de Bobby explicando onde tudo está para a
minha mãe. Apesar deu estar certa que ela está ignorando ele.

Eu agarro minha mala da mão de Shadow, nossos dedos fazendo


contato brevemente, fazendo eletricidade voar através de mim. Eu seguro
meu fôlego e viro corredor a baixo onde o outro quarto está numa tentativa
de mostrar que o toque não foi notado. Enquanto eu estou indo, ele agarra
a presilha do meu short.
— Eu ainda quero explicar as coisas, — ele diz maciamente. Tanto
quanto eu quero que ele explique, é melhor se ele não o fizer e só ficar
longe.

— Eu acho que é um pouco tarde para isso, você não acha? — eu


digo, levantando minha sobrancelha em irritação. Eu começo a andar
corredor abaixo e ele me agarra pelo braço, me parando mais uma vez. Seu
toque envia um fogo ardente de calor ondulando a minha pele sensível.

— Não, não é tarde demais se você parar de ser uma vadia por um
segundo e me escutar, — ele protesta. Enfurecida com seu tom e suas
acusações, eu puxo meu braço de seu aperto e continuo descer o corredor.
Eu realmente quero bater em sua cara novamente.

— Eu não sou Candy, Shadow. Você estava certo, eu não deveria ter
me envolvido com você. Eu espero um pouco mais do que ser segundos
desleixados de alguém. Eu assumo a responsabilidade por ser inexperiente
e esperar mais, — eu digo, lançando cada palavra animosamente. Eu abro a
porta do quarto que eu ficarei e viro para bater e trancar na cara dele.

— Você não pode me evitar para sempre, Dani, — sua voz abafada
vibra através da porta. Ele é implacável e eu o odeio por isso. Se ele
continuar com isso, eu não sei o quanto eu posso resistir. Eu o quero, mas o
quero a não ser que eu saiba que ele é todo meu.
— Eu estou vendo que você já conseguiu foder com isso, — a voz de
Bobby é balbuciada, então eu gentilmente coloco minha orelha contra a
porta para escutar melhor.

— Então, quando Bull te matar eu posso ter sua moto? — Bobby


pergunta, seu tom é completamente sério.

— Por que, cansado daquela Bobber? Pronto para uma moto de um


homem de verdade? — Shadow brinca.

— Sim, isso mesmo.

— Ela está sendo uma vadia. Eu sabia que eu não deveria ter fodido
com uma civil, especialmente ela. — Shadow diz, seu tom é sério agora. O
que ele quer dizer com civil? O clube é tão fora da civilização que eu sou
considerada uma civil?

— Talvez seja para o melhor, cara. Essa é a única buceta que você
não quer foder. Poupe o seu tempo. — Bobby diz, sua voz cortante e fria.

Instantaneamente, eu estou brava. Tanto quanto eu e Shadow


devemos permanecer separados, isso não é o que eu quero: não importa o
quanto eu diga a mim mesma que é.

— Eu nem posso pensar direito, porra, — Shadow admite. Eu sorrio


sabendo que eu o afeto, eu me pergunto se qualquer outra garota que ele já
esteve o afetou ao ponto dele não poder pensar direito?
— Whippah! — Bobby grita alto. Não certa se eu decifrei certo o que
ele está dizendo através da porta, eu pressiono meu ouvido mais forte
através dessa.

— Eu não estou abatido por uma buceta, babaca. — Shadow


protesta.
7
— Whippah! — o som vem de novo, Bobby está tirando sarro de
Shadow. Eu fecho a mão sobre a minha boca tentando conter a risada
subindo em minha garganta.

— Cara, vai se fuder!

Bem, parece que Bobby sabe sobre ontem à noite. Ele e Shadow
devem ser bem próximos, porque eu não consigo ver Shadow saindo e
contando para todo mundo que dormiu comigo, a não ser que ele
honestamente tenha um desejo de morte ou que ele esteja realmente,
realmente orgulhoso de si mesmo.

Meu quarto aqui é muito melhor que o outro na sede do clube. As


paredes são roxo-claro e o carpete cor de areia é livre de manchas. Uma
cama tamanho queen ocupa a maioria do quarto com cobertas e capas de
travesseio roxas, preto e banco. O cobertor parece e cheira novinho. Tem
uma cômoda de madeira de carvalho cor de mel com um espelho ligado, e
um espelho do piso ao teto atrás da porta do closet. Algumas das old ladys
devem ter ajudado a decorar esse lugar, é distante da decoração do clube.

Eu começo abrindo a minha mala quando uma leve batida vem da


porta. Eu juro que se for o Shadow eu o irei chutar nas bolas.

— Dani, sou eu. Abra, — Bull diz. Engraçado, eu não tinha escutado o
som de sua moto estacionar. Mas de novo, eu estava ocupada tentando
resistir ao Shadow e espionando.

Eu destranco e abro a porta. Ali está meu pai em largos e desbotados


jeans, uma velha camisa dos Rolling Stones, e seu colete de couro preto. Seu
cabelo preto está todo bagunçado e seus vibrantes olhos verdes estão
notavelmente em contraste. Mesmo como um homem mais velho, meu pai é
maravilhoso.
— Você está se acomodando bem? — ele pergunta, olhando o quarto
atrás de mim enquanto eu piso para o lado o deixando entrar.
— Sim, é muito melhor do que a sede do clube. Obrigada, — eu
respondo sinceramente, inspecionando o quarto com ele. Ainda assim, eu
de repente percebo que o clube teve sentido mais familiar para mim;
estranho.

— Sim, as old ladys se juntaram por vários meses atrás e decoraram


o lugar. Custou a porra de uma fortuna também. — ele balança sua cabeça
como se estivesse tentando esquecer o quanto deve ter custado para
definir isso no clube. — Contudo eu pedi a elas para comprar novos
cobertores esta manhã. Só Deus sabe o que estava sobre esses lençóis
depois de ontem à noite, — ele adiciona, apontando para a cama.
— Eles parecem novos mesmo, obrigada.

— Eu vou mandar um dos meninos pegar pizza e filmes depois para


vocês. Você gosta de comédia romântica como sua mãe? — ele senta no
canto da cama.

Minha mãe gosta de comédia romântica? Eu nunca soube disso. De


fato, eu não poderia lembrar a última vez que minha mãe sentou e assistiu
a um filme comigo.

Eu sacudo minha cabeça para afastar minha festa de auto piedade.


— Uh, qualquer coisa está bem. Eu assisto qualquer coisa realmente, — eu
respondo, sentando ao lado dele. Ele sabia tanto sobre minha mãe e eu
senti como se eu não soubesse de nada. O que ele sabia sobre ela parecia
completamente diferente da pessoa que ele estava falando.
— O que aconteceu entre você e minha mãe? — eu digo, — ela me
contou o lado dela da história, mas qual é a sua? — seus olhos atiraram nos
meus. Eles foram de vibrante e brincalhão para francamente triste num
flash. Talvez esse tópico fosse verdadeiramente seu inferno vivido. Mas eu
preciso saber.

Crescendo na sombra de sua inconsciência por mim não foi


exatamente um piquenique. Ele coça a barba por fazer em sua bochecha,
fazendo som como lixa, perdido em pensamento.
— Sua mãe e eu erámos inseparáveis. Onde quer que eu estivesse,
ela estava. Eu lembro como se fosse ontem. Ela estava aqui para as férias de
primavera quando nos conhecemos. Ela nunca voltou para Nova York e
largou a escola para estar comigo. Seus pais a renegaram. Eles eram um
casal de fanáticos, então quando eles descobriram que ela estava distante,
pecando comigo, eles a cortaram do seu testamento, — ele pausa e olha
dentro dos meus olhos. — Ela era diferente de qualquer garota que eu já
conheci, com classe. Ela sempre agiu como uma lady, mas quando você a
atravessava, ela era feroz. Ela me disse que me amava um dia e eu me
assustei. Ela não entendia o clube... odiava que eu gastava meu tempo lá.
Inferno, eu não era nem mesmo presidente na época, meu pai era. Eu não
pensei que eu seria capaz de me apaixonar e eu achei que ela merecia
melhor. Eu só precisava conseguir colocar minha cabeça no lugar, você
sabe... descobrir onde estávamos indo, onde eu estava indo. — ele estala
seus dedos e toma uma longa respiração.

— Nós tínhamos uma garota chamada Roxy, com quem eu dormi


muito antes de encontrar sua mãe. Ela veio para o clube um dia e começou
a tirar a roupa em meu quarto. Eu falei que aquela merda entre nós estava
acabada, mas ela só continuou correndo sua boca e montou em meu colo.
Foi aí que sua mãe entrou. Eu tenho certeza que pareceu terrível. Eu
deveria ter empurrado Roxy do meu colo, mas eu não o fiz, e o fato que eu
estava chapado em pó o suficiente para matar um cavalo não ajudou. Lady
correu para fora antes de eu poder a alcançar e explicar. — ele exalou
profundamente como se finalmente estivesse liberando o fôlego que ele
tinha tomado minutos atrás.

Minha mãe sabia que não era o que parecia entre meu pai e essa
garota Roxy? A conhecendo, ela não teria se importado, minha mãe é muito
orgulhosa. Mesmo assim, eu odeio a imagem que ela pintou do meu pai
quando essa imagem é embasada. Se o que ele está me dizendo é verdade,
ele não é uma má pessoa. Bem, não no departamento do romance de
qualquer forma.

— A fofoca ao redor do clube era que Roxy tinha falado à Lady que
ela não pertencia a este lugar e que eu me cansaria de Lady e voltaria
correndo para ela. Ela estava profundamente na cabeça da Lady, pelo que
me contaram. Eu estava cego pela porra da coisa toda, sua mãe nunca disse
uma palavra para mim sobre isso. Depois que eu escutei que Roxy a vinha
atormentando, eu me dei conta disso. — isso soa assustadoramente
familiar.

— Roxy não vem mais ao redor depois da surra que ela tomou das
old ladys, mas agora sua filha é uma das que curtem ficar ao redor. Acho
que ser uma puta do clube corre nos genes da família. — ele diz exatamente
o que eu estou pensando.

— Quando sua mãe me ligou no outro dia, eu realmente pensei que


eu talvez a conseguiria de volta, que eu poderia consertar o que eu fodi.
Mas quando eu a vi, eu sabia que ela tinha sua mente feita sobre mim há
muito tempo atrás, que não haveria volta. — ele desabou, seus cotovelos
sobre seus joelhos, encarando a parede. Eu coço suas costas em respeito,
incerta do que dizer.

Ele empina sua cabeça para o lado e olha pra mim.

— Foi para o melhor; a vida do clube não é para os fracos. É duro


para a mulher, especialmente para Lady. — suas palavras são atadas com
arrependimento e culpa. Eu sinto por ambos meus pais nesse ponto. Eu
tenho visto as mulheres ao redor do clube, é mais difícil para as garotas.

— Quem é a filha da Roxy? — meu lado enxerido quer saber qual


das vadias atuais carregam os genes dela.

Ele olha para mim curiosamente, perguntando por que eu me


importaria, eu tenho certeza.

— Candy.
Seu nome me bate como um ônibus, meu fôlego pega em meu peito.
Os comentários que ela fez mais cedo fazem mais sentido agora. “Parece
que você e ela são putas iguais, huh, dormindo com homens que vocês não
têm intenção de ter um relacionamento sujo.
Eu não quero que meu pai veja o efeito que a puta tem em mim. Eu
posso lidar com as minhas próprias batalhas. Então eu engulo o caroço em
minha garganta e tento soar o mais casual que posso.

— Oh sim, eu acho que eu tenho visto ela ao redor do clube, a loira


magrela? — isso se parece como uma puta metida e eu quero socar meu
pulso no rosto dela... Cara, eu tenho muita agressão presa dentro de mim.

Ele acena sua cabeça em reconhecimento. Ele parece


despreocupado, missão cumprida. Eu já não gostava de Candy e isso só fez
piorar. Ela pode agradecer sua mãe por isso.

— Bem, eu tenho negócios do clube para ir. Se você precisar de


qualquer coisa, avise a um dos garotos. Eu geralmente estou no clube, mas,
se não, eles saberão como entrar em contato comigo. Uma hora ou outra
nós pegaremos esse Stevin babaca. Ele está desaparecido por agora, mas
você está em boas mãos, querida, tenho um dos melhores caras seguindo
vocês. — ele inclina para baixo e beija minha testa, seus lábios macios em
minha pele, eu nunca tinha sentido amor paternal antes. É bom.

Ele me deixa sozinha com meus pensamentos. Eu me pergunto por


que ele não contou para minha mãe que ela o entendeu errado. Mesmo se
ela não pudesse acreditar nele antes, ela poderia agora. Mas de novo, talvez
ela já tenha a cabeça feita a respeito e ele estava certo, ela não se
importava. Quem sabe? O relacionamento está tão complicado como nunca,
isso faz minha cabeça doer só de pensar sobre isso.

Talvez Shadow pense que eu não mereça estar do clube. Isso


explicaria muito. Vendo como Roxy era uma iniciante de merda, talvez eu
devesse pegar o que Candy diz como um conselho. Ou talvez eu devesse
apenas bater em Candy pelos últimos 21 anos da minha vida, já que foi a
mãe dela quem realmente pavimentou a minha estrada do inferno. Eu
suspiro. De onde estão vindo todos esses pensamentos ferozes? Eu nunca
fui violenta, nem mesmo em meus pensamentos. Talvez o meu verdadeiro
eu esteja vindo à tona por eu estar próxima ao meu pai, meu verdadeiro
sangue.

Capítulo oito
DANI
Está escuro, tudo que eu posso ver são vislumbres da face suada de
Shadow pela luz da lua que funde um brilho através da janela. Nossos
corpos estão escorregadios com esforço, e nossas respirações duras e
necessitadas. Meu corpo vibra com ganância e intimidade. O corpo do
Shadow se apega ao meu, enquanto ele estoca profundamente dentro de
mim, grunhindo como uma fera.
— Eu morrerei antes de te deixar ir, Dani, — ele sussurra contra
minha bochecha, sua barba por fazer arranhando minha pele, me
lembrando do homem másculo que me reivindica. Meu corpo arqueia por
mais enquanto eu rogo para ele me tomar. Eu não me importo se minha
mãe nos descobrir, e ele não se importa se meu pai o matar. Nós não
podemos negar a atração que nos consome, e nos marca.
— Sim, Shadow. Eu sou sua, — eu arfo. — Me tome. — eu sinto um
toque leve como pluma acariciando minha bochecha, passeando por meus
sonhos. Meus olhos tremem abertos e eu vejo Shadow em pé acima da
minha cama. Seus dedos calosos em concha sobre minha bochecha. Eu
sento e esfrego o sono dos meus olhos com as costas da minha mão, seu
toque é sensual. Ele está usando novamente aquelas calças de cintura baixa
e nada mais. Minhas mãos doem enquanto eu as tento impedir de alcançar
o toque daquele peito macio e sedoso.
— Você está dormindo a algumas horas. Nós temos filmes e pizza se
você quiser, você tem que estar com fome. — sua voz é profunda, grossa e
carinhosa. As borboletas moldam em meu estômago e meu corpo arde com
a excitação que estou tentando dissimular.
— Uh, sim. Eu estarei lá em baixo em alguns minutos, — eu
respondo, tentando olhar para qualquer coisa no meu quarto menos o Deus
da perfeição. Contudo, a águia em seu bíceps me fisga em uma armadilha
como o predador ameaçador que é. Eu estou hipnotizada pelo modo que o
pássaro dança em seu braço.
— Okay. — ele levanta como se quisesse dizer mais, mas
eventualmente vira em seu calcanhar e sai. O feitiço é quebrado, eu só pego
seu pé antes da porta fechar. Os pés descalços de Shadow são de alguma
forma apelador e amável. Eu paro no banheiro em meu caminho para me
unir aos outros, jogo água fria em meu rosto, meu sonho me deixou uma
bagunça suada. Eu entro na sala de estar para encontrar os caras
amontoados ao redor de caixas de pizza abertas e alguns filmes. Eles estão
xingando sobre qual eles irão assistir. Eu aposto que nenhum deles
perguntou a minha mãe se ela queria alguma pizza, mas quem os pode
culpar? Ela não tem sido a humana mais acessível. Eu caminho até o quarto
da minha mãe e a escuto falando. A porta está ligeiramente aberta, então eu
paro bem fora de sua linha de visão e escuto. Sendo bisbilhoteira é a única
forma de descobrir qualquer coisa aqui, eu deveria ter começado isso há
muito tempo atrás.
— Não é como eu tivesse muita escolha em vir aqui! — eu escuto ela
estalar com quem quer que seja no outro lado. — Você está falando sério?
Você me quer aí?... Bom... Ela ficará bem aqui. Eu posso voltar e se ela vir
algo... Sim, eu irei agora, — ela diz raivosamente. Onde ela está indo? O que
ela quer dizer se eu ver algo? Isso é o que espionagem me dá, mais
perguntas e nenhuma resposta. Eu não escuto mais a sua voz, então eu bato
na porta.
— O quê? — ela grita. Eu abro a porta e vejo o telefone em uma mão
e ela roendo as unhas uma atrás da outra. Eu me pergunto com quem ela
está falando. Talvez seja meu pai, mas eu seria louca em perguntar.
— Eles compraram pizza e filmes, quer se juntar a nós? — eu
pergunto levemente, não querendo a irritar mais do que ela parece estar.
— O quê? Não, eu estou bem. Eu estou indo para o clube. Você ficará
bem aqui sozinha? — ela pergunta, calçando seus sapatos.
— Sim, eu ficarei bem. Eu tenho meu celular se algo der errado, —
eu comento, tentando aliviar ela por me deixar para trás. Mas por que ela
está indo para o clube?
— Ótimo. Se você vir qualquer coisa que te deixe desconfortável me
ligue, ok? — ela caminha passando por mim em direção à sala de estar.
— Algum de vocês pode me levar para o clube? — ela fala como uma
pergunta, mas sua voz soa como uma exigência.
— Merda, — Bobby diz pegando um pedaço de pizza. — Sim, eu
posso se você me deixar comer primeiro. Eu estou morrendo de fome.
— Está tudo bem, eu cuido disso, garotos, — Charlie diz terminando
um pedaço de pizza.
— Ótimo. Vamos, — ela diz caminhando para fora da porta. Minha
mãe odeia meu pai. Gostaria de poder dizer que eu era otimista e meus pais
voltariam a ficar juntos, mas eu sei que o inferno congelaria para isso
acontecer. Eu pego um pedaço de pizza e caio no sofá oposto ao de Shadow
e Bobby. Eu tiro meu celular do bolso para seguir as redes sociais, qualquer
coisa para não ter que olhar para Shadow e sou corpo deslumbrante. Eu
posso sentir ele me olhando, me fodendo com os olhos. Eu tenho que o
manter a um braço de comprimento. Eu me queimei o suficiente. “Ping”.
Meu telefone acende, me alertando sobre uma mensagem de texto de um
desconhecido.
Parece que alguém tem brincado no meu telefone – S.
Merda! É a foto que eu coloquei lá essa manhã, antes de tudo
realmente ir à merda. O que eu estava pensando?
Só apaga isso, foi um erro, não vai mais a fundo. – D.
Então, você gemendo meu nome em seu sono, isso foi um erro?
– S.
Minhas narinas se alargam e meu rosto se torna vermelho de
vergonha. Antes de eu poder responder, meu telefone apita com outro
texto.
Oh, eu não estou apagando isso! Eu quero me lembrar de você
assim, completamente fodida por mim – S.
Lembrando que eu não sou nada mais do que um brinquedo de sexo
para ele, meu corpo vibra com raiva. Em um ponto, um ponto quando eu
estava tão estimulada e excitada por Shadow, eu não me importei quais os
termos eram, eu só o queria. Depois que a percepção bateu em mim esta
manhã, eu percebi que não posso me permitir ser fraca de novo. Eu tenho
que manter meu autocontrole. Eu desligo meu telefone e empurro no meu
bolso. Eu foco meus olhos no filme, parece ser uma comédia de algum tipo.
Eu posso sentir Shadow me encarando, me deixando inquieta. Eu olho de
volta e ele dá aquele sorriso de lobo que faz minha calcinha molhada.
— Bem, esse filme é uma droga, — Bobby expressa depois dos
créditos finais surgirem. Ele alcança à frente e agarra sua cerveja da mesa
de café, sua tatuagem TBC captura a minha atenção novamente.
— Afinal, o que TBC significa? — eu pergunto genuinamente curiosa.
Bobby olha sua mão.
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— Taking Care of Business . Você gosta? — ele flexiona seus dedos
fazendo a tatuagem mover levemente no topo da sua mão.
— Como a música, Taking Care of Business? — ambos começam a
rir, gargalham até a barriga doer. O que é tão engraçado? Minhas orelhas e
bochechas esquentam, o sangue correndo nelas em constrangimento.
— Não, é só algo que nós dizemos com frequência no clube.
Cuidando dos negócios, — Bobby me informa, depois de controlar sua
risada. Eu olho sobre Shadow, seus olhos encapuzados com desejo. Parece
que toda vez que eu me faço de boba ele fica excitado.
— Oh, você tem outras tatuagens? — eu pergunto a Bobby, sabendo
que ele me mostrará. Ele levanta do sofá e puxa sua camisa preta
desgastada sobre sua cabeça de cachos loiros. Seu corpo é torneado e
bronzeado como o de Shadow, mas coberto em tatuagens. Eu levanto e com
meu dedo, traço uma tatuagem de caveira que ele tem ao longo de um
músculo peitoral. Sem quebrar contato, eu deslizo a ponta do meu dedo
através de seu peito dourado para seguir o esboço de ‘Live to ride, ride to
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live ’ pintado bem em cima de seu outro mamilo. Eu posso sentir seu corpo
endurecer sob a trilha de carícia que meu dedo deixou para trás. Ele
definitivamente está arrebatado, mas eu não sinto nada quando eu o toco,
nada como as chamas que eu senti com Shadow. Eu olho para cima e vejo a
mandíbula trincada de Shadow, ele está bem em frente, encarando
fixamente e tomando um gole de sua cerveja atentamente.
— Elas são legais, — eu digo alegremente. — Eu mesma gostaria de
ter uma tatuagem. — ver tanta tinta ao meu redor nesses últimos dias me
fez enxergar as tatuagens por uma luz diferente.
— Você gostaria? — Shadow e Bobby dizem ao mesmo tempo,
claramente chocados que alguém com a minha educação iria querer fazer
uma tatuagem. Eu trilho meu dedo sobre a lâmina do ombro de Bobby e
vou para a cozinha para pegar uma cerveja para mim, não resistindo olhar
sobre meu ombro para ver as consequências das minhas ações.
— Eu acho que ela me quer, — Bobby implica com Shadow
enquanto ele agarra sua cerveja da mesa de café e dá um gole. Shadow soca
Bobby no braço, reverberando a sala com um ‘smack’.
— Ow, babaca! — Bobby grita, esfregando seu braço onde Shadow
acabou de enterrar seu pulso.
— Então, o que nós assistiremos em seguida? — eu pergunto, me
jogando no sofá oposto a eles. Eu tomo um gole da minha cerveja,
assistindo Shadow enquanto ele levanta para colocar o próximo filme.
— Eu coloco um pra você, — Shadow diz, sua bela boca curva em um
sorriso malicioso. Assim que o filme começa, eu escuto uma misteriosa
música tocando. Ele senta bem ao meu lado. Eu sei o que ele está fazendo.
Ele coloca um filme de terror esperando que eu chegasse perto dele nas
partes assustadoras. Bastardo. Eu corro tão longe quanto posso no sofá.
Talvez não conseguir nos foder com os olhos irá me permitir realmente
assistir o filme. Mas sentando perto dele traz seu cheiro para as minhas
narinas e meu corpo começa despertar instintivamente. Sua presença bem
ao meu lado talvez faça isso mais difícil do que nos foder com os olhos à
distância. Do jeito que Shadow planejou, toda vez que algo inesperado
acontece no filme, eu pulo e chego mais perto dele. Perto do fim do filme, eu
estou tão perto que eu posso sentir sua respiração quente na minha nuca.
Ele coloca sua mão em meu joelho, me provocando enquanto ele escorrega
vagarosamente para minha coxa. Meu coração está acelerando; batendo tão
alto que eu estou certa que ele o pode escutar. Eu olho para cima através de
meus grossos cílios pretos e vejo seus tempestuosos olhos azuis me
encarando de volta atentamente. Eu estou atraída pelo Shadow como uma
mariposa pela chama. Eu não tenho chance de derrotar seu magnetismo. Se
ele me quer só para sexo ou algo mais, ao menos ele parece não poder me
deixar sozinha também.
— Oh, merda! — Bobby exclama, nos fazendo pular separadamente
e me batendo de volta à realidade. Eu preciso me distanciar de Shadow.
Estar tão perto dele é caminho certo para acabar na cama dele de novo; só
caminhando para me arrepender de minhas ações.
— Uh, eu estou indo para a cama, — eu digo, pulando do meu
assento.
— Noite, querida, — Bobby diz, acenando sua mão no ar, não
tirando seus olhos da tela. Shadow levanta e começa a subir os degraus.
“Por favor, não me siga, por favor, não me siga.” Eu digo para mim mesma.
Ele não me segue, e eu estou meio que desapontada. Meu corpo e mente
estão me fazendo sentir bipolar. Eu escorrego para fora dos meus sapados,
meias e shorts e desamarro o nó da camisa do Devil’s Dust. Eu removo meu
sutiã como uma ninja, mas deixo a camisa para dormir. Eu não estou nem
cansada; eu acho que eu posso escutar alguma música. Eu cavo através de
minha bolsa por meu iPod quando do nada eu escuto algo similar a
foguetes. Pop! Pop! Pop! Pop! As paredes vibram com cada pop. Eu caio
para o chão e ponho minhas mãos sobre minha cabeça em pânico. Eu
escuto alguém gritando meu nome à distância. De repente, minha porta voa
aberta e Shadow se joga sobre mim.
— Fique no chão, Dani, — ele grita sobre o caos. Eu posso sentir seu
coração batendo enquanto seu peito cobre minhas costas, me protegendo
do mundo hostil ao nosso redor. Tão rápido como começou, tudo fica
silencioso e parado.
— O-o-o-o que foi isso? — eu pergunto freneticamente.
— Balas. Você está bem? — ele pergunta, levantando seu corpo do
meu. Balas? Alguém estava atirando em nós? Eu posso sentir meu coração
martelando, tentando alcançar com minha respiração frenética, me fazendo
sentir tonta. Shadow pega meu rosto com ambas de suas mãos.
— Olha pra mim. Respira, baby, — ele diz calmamente, sua ternura
não passando despercebida. Eu pego seus pulsos e encaro seus olhos
tempestuosos enquanto eu inalo uma respiração profunda.
— Baby? — eu repito, confusa que ele me chamaria assim. Baby é
um termo que você usa para alguém que você se importa. Eu não sou isso,
sou? Os olhos de Shadow se arregalam. Ele nem mesmo percebeu que ele
me chamou assim no calor do momento. Ele solta suas mãos do meu rosto,
quebrando contato instantaneamente. Eu olho para baixo em meu corpo e
tateio ao redor; tendo certeza que meus membros ainda estão intactos.
Ainda olhando para baixo, para mim, eu vejo um sangue pingando no chão.
De onde isso está vindo? Eu tenho certeza que eu não fui atingida. Eu recuo
do grosso gotejamento de sangue para encontrar vindo do braço de
Shadow.
— Shadow, você está sangrando. Você levou um tiro! — eu grito,
apontando para o seu braço. Ele olha para baixo onde eu estou apontando.
— Oh merda! Eu levei um tiro, — ele diz surpreso. — Eu ficarei bem.
Você está bem? — ele olha para o seu braço de novo e de volta para mim.
Sério, essa é a reação dele sendo alvejado? Eu aceno minha cabeça que eu
estou bem, fisicamente. Mentalmente, eu não estou certa ainda.
— Ela está bem? — Bobby pergunta, correndo para dentro do
quarto.
— Sim, ela está bem. Apesar de um me acertar. — ele levanta seu
braço para mostrar o dano.
— Você deu uma olhada em quem era?
— Nah cara. Motos, mas eu não pude dizer quem, — Bobby diz,
pegando uma olhada para o braço de Shadow, depois para mim. De repente
eu estou ciente que eu estou só em uma camiseta e calcinha. Eu pego a
parte de baixo da camisa e a tento puxar mais para baixo para me cobrir,
mas eu não estou realizando muito. Shadow pega meu short do chão e o me
entrega.
— Coloque, você está me matando nessa merda de camisa. — sua
confissão me faz sorrir. Eu amo saber que eu o afeto.
— Eu vou ligar para Bull, — Shadow diz, puxando seu telefone para
fora de seu bolso. Seu braço ainda gotejando sangue vermelho escuro no
carpete creme. As old ladys irão ficar bravas. Eu corro para dentro do
banheiro e retorno com uma toalha encharcada. Eu a envolvo ao redor de
seu braço e puxo apertado em um nó. Ele estremece com o contado severo
que a toalha faz quando aperta sua ferida fechada.
— Sim, ela está bem, — ele diz, sobrevivendo meu rápido trabalho.
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— Só eu... Não, não é tão ruim, mas eu precisarei da Doc ... Eu não acho que
foi ela, a não ser que ela se juntou a um clube ultimamente... Sim, ela está
indo nessa direção agora. — Shadow empurra seu telefone de volta para
seu bolso.
— E aí? — Bobby pergunta.
— Ele queria saber se eu achava que minha mãe está atrás disso. Ela
deixou uma mensagem de voz demandando drogas ou dinheiro, ou ela iria
pegar Dani. Você disse que eles estavam em motos, então a não ser que ela
entrou em um clube ultimamente, não foi ela. Eu direi mais depois. Vamos.
Ele está falando com o Bobby como seu eu não estivesse no quarto.
Bobby acena sua cabeça em entendimento. Eu estou boquiaberta. Quem é a
mãe de Shadow? Que tipo de mãe exige drogas? Como ela sabe sobre mim?
Por que ela me usaria como barganha? Eu abro minha boca para verbalizar
minhas perguntas, mas Shadow me corta.
— Ele nos quer no clube; não é mais seguro aqui. Embale suas
merdas, Dani. — ele pausa e aponta para a toalha no braço dele.
— Onde você aprendeu a fazer isso?
— TV, claro. — eu digo sorrindo, ganhando um sorriso torto dele em
retorno.

Capítulo nove
SHADOW
Os pequenos braços de Dani estão enrolados em volta da minha
cintura enquanto voltamos para o clube na minha moto. Ter ela ao meu
redor me ajuda com a dor que está arranhando no meu braço direito. Ajuda
com outra dor também, mas eu não tenho certeza se eu estou pronto para
admitir isso. Quando eu ouvi o primeiro tiro, corri através da sala de estar e
acima nas escadas o mais rápido que pude, minha única missão era chegar
até ela. Eu ainda fui acertado pela porra de uma bala no processo. Eu nem
percebi que tinha sido atingido, minha adrenalina bombeando tão alto.
Querer outra coisa além de enfiar meu pau em Dani, me põe nervoso.

Quando eu estou perto dela, porém, eu penso em outra pessoa além


de mim mesmo. E ela me faz sentir respeitado; como quando ela cuidou da
minha ferida de bala, ninguém jamais demonstrou se importar tanto
comigo. Eu sou leal aos meus irmãos e eu colocaria minha vida em risco por
eles, e eles por mim. Não é como a companhia de uma mulher, e a
companhia de Dani é muito para querer.

Eu amo Bobby como meu próprio sangue, mas quando Dani tinha
suas mãos sobre ele, eu quis apontar minha arma para o pau dele, bem ali.
E ele vendo ela vestida apenas com a camisa Devil’s Dust e calcinha me fez
ver vermelho. Eu não sou o tipo ciumento, essa cadela tem torcido algo
profundo em mim. Eu tenho tentado negar que pode haver algo maior do
que sexo com Dani, mas isso foi antes de balas entrarem voando na casa. Eu
nunca estive tão assustado sobre garantir a segurança de outra pessoa na
minha vida, com exceção de Bobby. Esse filho da puta esteve em algumas
situações fodidas.

Mulheres é uma raça assustadora. Eu vi de primeira mão que elas


podem ser perniciosas e venenosas, como minha mãe. Minhas paredes
foram construídas grossas por cicatrizes vis, mas as ter jogado sobre a
Dani, me fez sentir arrependimento pela primeira vez. Superar essas
paredes pode ser mais do que estou disposto a dar e mais do que a Dani
está pronta para lidar.

Está silencioso quando nós estacionamos no clube. A maioria dos


caras está em casa com suas Old Ladies.
Quando nós entramos, Bull está no bar com Hawk, nosso tesoureiro.
Hawk é mais velho do que a sujeira e tem estado por aqui a mais tempo do
que qualquer um de nós. Ele sempre reclama de como o mundo é uma
merda hoje em dia, e que antigamente ele tinha que caminhar através da
neve em todos os sentidos, esse tipo de besteira. Nós temos que sentar aqui
e ouvir ao velho bastardo por respeito, mas cara, o homem é um idiota.

Bull fica de pé e vai direto para Dani, a inspecionando por qualquer


arranhão ou ferida. Sem dúvida, se a princesa do clube tivesse um pequeno
arranhão em sua linda cabecinha, minha bunda ia estar na sua mira.

— Você está bem, querida?


— Sim, eu estou bem. Foi um pouco assustador, mas eu estou bem.
— você pode dizer que ela está tentando ser dura, mas no fundo ela está
com medo como uma merda.

— Eu não pude fazer caber às merdas dela ou de sua mãe na minha


garupa, melhor enviar Charlie para trazer de caminhão.

— Vou mandar alguém de manhã. Não quero que, quem quer que
fosse, volte e encontre um dos meus homens lá embalando. Vamos sentar e
descobrir essa merda, podemos atualizar o resto dos caras na parte da
manhã. — ele passa a mão sobre o rosto sujo. Ele sempre faz isso quando
está tentando entender alguma porra.

— Onde está minha mãe? — Dani pergunta, olhando ao redor da


sala. Nós não vemos sua mãe há horas; estou tão curioso quanto ela para
saber onde a cadela está.

— Ela estava bebendo doses com algumas das meninas, tomou um


pouco mais do que poderia suportar. Ela está no quarto, no que fica no final
do corredor. Garotas de sua idade não podem lidar com a bebida como
costumavam fazer, isso é certo, — Bull ri para si mesmo.

Os olhos de esmeralda de Dani ficam ocos e parecem perdidos, um


olhar que ela normalmente tem quando Bull fala sobre Lady. A mulher da
qual ele fala e a mulher que nós vemos são completamente diferentes. Eu
acho que isso ferra com Dani, ela não sabe realmente quem sua mãe é. Pelo
menos eu sei que minha mãe é um pedaço de merda.
Está me matando não tocar Dani, e a confortar de alguma forma. O
que no inferno eu estou pensando? Porra! A forma como ela me atrai me
assusta pra caralho. Bull sempre diz, essa vida não é feita para mulheres.
Escolha sua mulher com cuidado e pise levemente em torno delas quando
se trata de negócios do clube. Pobre Dani, não tem sido tratada com leveza,
ela tem sido jogada profundamente na merda do clube. Eu a quero
proteger; do clube e de mim. Bull tem um ditado que ele diz a todos nós
muitas vezes: “Deseje como um santo e confie como um pecador.” Eu me
lembro de como Bobby e eu ficamos confusos quando ele nos disse pela
primeira vez. Ele nos fez refletir sobre isso por um tempo, mas não fazia
nenhuma porra de sentido. Bull eventualmente nos disse, ‘Deseje como um
santo’, significa que ninguém é tão bom como parece, nem mesmo os santos.
E ‘confie como um pecador’, quer dizer para não confiar em ninguém, porque
ninguém vai confiar no pecador que você é. Coisa que eu preciso ficar
lembrando o tempo todo ao redor de Dani.

— Isto... — Bull parou, tentando escolher suas palavras com


cuidado. — O que aconteceu esta noite... ela vai perder a cabeça. — ele
termina, exasperado. Nenhuma dúvida que a mãe de Dani vai pirar, quem
sabe o que ela vai fazer. Eu não confio na cadela, disso eu sei.

— Ela não precisa saber, — Dani diz, com tanta força que me choca.
— Nós podemos inventar uma razão para precisarmos estar aqui, ao invés
da casa. — talvez ela tenha um pouco mais de fogo debaixo da bunda do
que nós tínhamos imaginado.

Bull ri; inferno, todos nós rimos.

— Minha filha. Eu acho que tem um pouco de Devil’s Dust em você


no fim das contas. Mentindo para sua mãe você me faz orgulhoso como a
porra. — Bull tem o maior sorriso pateta que eu já vi em seu rosto feio. Eu
juro que se essa merda de sorriso ficar maior, seu rosto vai rachar.

A verdade é, por mais angelical que Dani pareça, eu posso ver a


escuridão que corre em suas veias nadando ao redor como tubarões,
esperando para ser liberados. Se eu posso ver isso, tenho certeza que sua
mãe pode ver também. Isso explica porque sua mãe tem escondido ela de
pessoas desonestas por tanto tempo, mas até mesmo eu sei que você só
pode prender a escuridão, a besta, por um tempo. Claro, a escuridão que
nada no DNA de Dani parece um peixinho comparado ao resto de nós, a
mim.
— Vá dormir um pouco. Você está segura aqui, querida. Nós vamos
descobrir quem esses idiotas são. — Bull pisa levemente, dando a Dani um
beijo em sua testa. Eu quero colocar meus lábios naquele rosto angelical,
também. Eu consigo pensar em alguns lugares onde eu quero colocar meus
lábios naquele corpo de matar. Eu suspiro pesadamente em derrota; a
atração que eu sinto por Dani é desgastante.

— O que então? Quero dizer, depois que você descobrir o


responsável? — ela pergunta, me tirando do meu transe. Bull permanece ali
com suas costas para nós, esfregando seu rosto de novo.
— Então nós matamos os bastardos. — Bull apenas joga em cima
dela. Dani balança sua cabeça em conhecimento e sai para seu quarto, meu
quarto. Eu me pergunto o que está acontecendo na cabeça dela, imagino se
ela pensa que nós somos realmente as bestas de quem a mãe dela tem
falado. Nós somos; eu sou.

— Shadow, a doutora está vindo; até lá, me deem mais detalhes. —


nós nos sentamos em volta da mesa de madeira onde nós lidamos com
negócios do clube. Meu braço está pegando fogo, fazendo difícil manter o
foco.

— Nós estávamos sentados assistindo tv; Dani tinha ido para cima
dormir; a próxima coisa... — Bobby joga suas mãos para cima — balas
vieram fodendo dos lados da casa. Eu peguei minha arma e fui em direção
da tempestade. — Bobby pausa.

Bull aponta para mim. — Onde você estava?

— Depois que eu percebi que estávamos sobre ataque, eu fui me


certificar que Dani não tinha sido atingida. Devo ter levado o tiro quando
Bobby foi pela porta aberta. — eu olho para Bobby. O fodido nunca teve
medo da morte; sempre foi na direção de balas ao invés de correr delas.
Bull balança e olha de novo para que Bobby continue.

— Eles estavam atirando com pistolas, eu calculo que eram cinco


homens armados em motos. Isso é tudo que pude ver sobre eles. — Bobby
balança a cabeça envergonhado de que não tenha conseguido identificar
quem era. Ele odeia quando não pode entregar 100% para o clube. Ele vai
se afogar em bebida barata e buceta desgastada pelas próximas 24 horas.
— Pistolas — Bull repete, estupefato. — Para um tiroteio? —
normalmente, um tiroteio é feito com automáticas; causa maior dano e
gasta metade do tempo. Para usar pistolas deve ser amador.

— Me diga mais a respeito da ligação que você recebeu da sua mãe.


— Bull aponta para mim de novo. Eu odeio quando ele a chama de minha
mãe; a cadela não é minha mãe, ela é apenas uma drogada fodida que me
carregou por nove meses.

— Me ligou esta manhã dizendo que ela queria um quilo de coca ou


vinte mil... se eu não entregar ela vai, uh... — eu parei. Ela disse que iria
pegar minha pequena nova namorada, mas nem na porra eu estou dizendo
isso para Bull. Eu não estou nem certo o que a drogada sabe sobre Dani. Ela
tem me seguido ao redor insinuando que Dani é minha; e que irá espalhar
questões sobre Dani e eu.

Suas ameaças elevaram minha raiva para outro nível, me fazendo


ver preto. Acrescentando Dani em seu joguinho, no entanto, me faz sentir
de um jeito que eu nunca poderia nomear. Tudo que eu sei é que a
segurança de Dani se tornou minha prioridade número um.

— Ela vai pegar mais alguém, como a garota, — eu finalizo evitando


encontrar os olhos de Bull. Eu odeio mentir na porra da cara dele, mas se
ele pensar que eu estou atrás da Dani de algum jeito, ele vai me matar. Os
olhos de Bobby me encaram com suspeita, ele sabe que estou mentindo. Eu
odeio que ele me conheça tão bem, sem dúvida estarei ouvindo isso dele
mais tarde. Ele é pior que uma vadia algumas vezes, sempre me chateando.

— Ela disse que precisava muito do dinheiro. Não tinha ouvido da


cadela por anos, não desde que ela me rebaixou de ser seu contato de
emergência e colocou seu namorado drogado e seu traficante no lugar, —
eu zombo. Eu me lembro de receber a chamada; a enfermeira disse que
minha mãe estava incoerente por overdose de drogas e que eles
precisavam saber se eles podiam tratar dela. Ela estava muito fodida para
dar sua própria entrada no hospital, ou outra merda. Eu não sei, assim que
a enfermeira disse seu nome, eu disse a ela para me tirar da maldita lista de
contatos de emergência. Eu não poderia me importar menos se a cadela
morresse em uma fodida vala; me ter na lista pareceu estúpido.
— E sobre o ex-namorado de Lady? — Bobby pergunta a ninguém
em particular.

— Poderia ser. Pode ter descoberto que ela correu de volta para cá.
Talvez ele pensasse que poderia colocar o clube em seu bolso, ter eles
pegando suas testemunhas. — Bull esfrega sua rude mandíbula de novo;
essa merda me irrita. — Hawk, nós estamos bem em relação as
transferências e dívidas? — Hawk bufa seu ar antes de responder; o
bastardo parece como uma cobra.

— Eu já disse alguma vez que nós estávamos mal? Ainda estamos


prontos para o esquema em dois dias, eles devem nos ligar amanhã com o
lugar, — ele bufa baixinho de novo. Bull levanta as sobrancelhas esperando
que Hawk responda sua pergunta. — Sim princesa, nossas contas estão
bem. Veja, esse é o problema com este clube hoje em dia, você tem esses
garotos bonitos aqui para fazer seu...

— Obrigado, Hawk! — Bull o corta. Hawk grunhe, mas continua suas


reclamações baixinhas. Apenas Bull pode sair com essa merda. Se algum de
nós faz alguma coisa assim... se Bull não te acertar primeiro, Hawk vai
quebrar a porra do seu braço. Bobby sabe.

Uma batida chama na porta.


— O quê? — Bull grita para a porta, seu corpo subindo ligeiramente
com a força de sua voz.

— A doutora chegou, — Charlie fala, colocando sua cabeça entre as


duas portas. Como ele ainda não recebeu seu patch, não é convidado para
as reuniões. Ele é um bom prospecto, no entanto; eu tenho certeza que ele
vai longe; ele sempre pega os piores trabalhos e nunca reclama.

— Certo, — Bull diz. — eu vou ter Locks verificando alguns clubes


locais, ter certeza que nós não temos nenhum problema... — Hawk levanta
de sua cadeira e olha chateado para ele, puto que Bull não confiou em sua
palavra.

— Apenas para ter certeza, Hawk. Se você quer ser quem vai checar
novamente e me informar, então faça. Veja se eles ouviram alguma coisa, ou
se outros clubes foram atingidos. — Bull joga suas mãos no ar em redenção.
Até mesmo ele tem medo do velho fodido.
Bull vem para perto e bate no meu ombro. — Eu quero você, Bobby
e Locks no esquema. Dani e Lady estarão salvas aqui. — eu aceno, eu não
quero deixar Dani, mas eu não posso dispensar os negócios do clube.

— Você acha que pode montar com esse braço? — Bull pergunta,
apontando para o pano manchado de sangue ao redor do meu braço.

— Sim, é apenas um dia de recuperação, — eu respondo.


— Cuide dessa ferida e durma um pouco; os dois, — ele diz para
mim e Bobby antes de sair.

Doutora Jéssica entra com sua bolsa preta. Ela é quente, eu vou dar
isso para ela, mas ela não se interessa por nenhuma merda dos caras. Eles
todos tentaram entrar em suas calças. O único cara com quem ela dormiu
foi Bobby, ou assim ele diz. Ela ajuda o clube por baixo da mesa, nos
pagando por umas merdas que aconteceram dois anos atrás. Seu marido
batia nela diariamente, então ele começou a bater em sua garotinha
também. Ela tentou deixar ele e ele quase a matou. Ele era poderoso e rico
como a merda. Ela estava em uma situação da porra. Ela apareceu em nossa
porta um dia machucada como o inferno, oferecendo para nos ajudar se nós
pudéssemos ajudar ela com seu problema. Não é normalmente nosso estilo
nos metermos em coisas assim, mas Bull teve pena dela. Ele pode cheirar
um mentiroso a uma milha de distância, então quando ele disse que ela era
legal, nós aceitamos. Então nós matamos seu marido e lidamos com o
corpo; ela não teria que se preocupar sobre sua pobre bunda mais. Ela era
uma cadela dura e ótima em seu trabalho. Eu matei por menos, sem dúvida.

— Se eu soubesse que você estava vindo, eu teria atirado em mim


mesmo. — Bobby brinca enquanto ela entra. Seu longo cabelo loiro está
caído em suas costas e ela está usando um uniforme azul; ela fica bonita
como o inferno nessa maldita coisa. Nós temos dois médicos, ela e um velho
peidorreiro. Nós ficamos sempre emocionados quando ela aparece, garota
sexy brincando de médico vence o velho peidorreiro, a qualquer hora.

— Se eu soubesse que você estaria aqui, eu teria trazido minha arma


e atirado em você eu mesma, Bobby, — ela diz com um sorriso de lobo.
Uma coisa é certa, ela pode cuidar de si mesma.

— Como você está se sentindo, Shadow? — ela puxa uma cadeira e


angula a si mesma em volta do meu braço. — Bom trabalho colocando
pressão na ferida. Salvou para si mesmo algum sangue fazendo esse
pequeno truque, — ela diz e começa a desenrolar o trabalho manual de
Dani, eu tenho que dizer a ela que a doutora aprovou.

— Eu já estive melhor, doutora. — eu estremeço quando a pressão é


liberada, assistindo sangue sair do meu braço.

— Não foi ele que fez o trabalho no braço, a patroa dele fez, —
Bobby diz, com um sorriso de comedor de merda em seu rosto, me tirando
do sério.
Eu tiro minha arma do cós da minha calça e ponho sobre a mesa. —
Você deveria ficar por perto, doutora, porque eu estou prestes a acertar um
fodido tiro nele eu mesmo.

— Não seria a primeira vez, imbecil. — Bobby cospe para mim, o


sumiço de seu sorriso pateta, me fazendo sorrir. Quando nós éramos mais
novos e ganhamos nossas primeiras armas, nós ficávamos do lado de fora
atirando em latas para praticar. Bobby era ótimo atirando e não sentia
nenhum remorso em anunciar como ele era melhor nisso que eu. Vamos
apenas dizer que eu acidentalmente acertei uma bala no pé dele.

— Por favor, não atire nele, Shadow, está tarde; e pare de me


chamar de doutora, merda. Com todo o fodido desenho que minha filha tem
me feito assistir; você me lembra de um maldito coelho. — ela pega uma
seringa com uma enorme agulha de merda. Eu odeio essa parte. Eu deveria
estar acostumado com essa agulha com a quantidade de vezes que já fui
baleado, mas ainda faz meus pulmões contraírem.

— Você vai sentir uma picada. — ela empurra a longa agulha dentro
e eu imediatamente sinto o entorpecimento lambendo pelo meu braço.

— Como está sua garotinha? — eu pergunto, tentando não assistir


enquanto ela aperta e estica, procurando pela bala perdida alojada no meu
bíceps. Minha cabeça de repente se sente um pouco leve, então eu descanso
ela na cadeira e respiro fundo.
— Ela está bem, tem um concurso de soletrar na próxima semana.
— seus olhos azuis encaram intencionalmente a ferida. Com tanto foco. Ela
obviamente ama seu trabalho, mesmo que inclua trabalhar para bandidos
com nós.
— Ela vai se sair bem. Esperta como o inferno, assim como sua mãe,
— Bobby diz, a tentando encantar. E ele diz que eu fui chicoteado por uma
buceta. Jéssica nem mesmo olhou para Bobby. Eu me pergunto qual é a
história dos dois. Ela parece ser a única cadela que ele já perseguiu. Ela age
desinteressada, mas talvez seja só por fora.

— Certo, está pronto. Pegue leve pelas próximas vinte e quatro


horas. Eu te diria para ficar longe de sua moto, mas eu sei que você não
ouviria. — ela coloca a bala que ela tirou de mim em cima da mesa, está
suja de sangue, e então começa a enfaixar meu braço com gaze e fita. Eu
nem notei ela tirando, ela trabalha rápido.
— Tome essas pílulas a cada poucas horas, não misture com álcool;
mas eu sei que você é um bundão teimoso e que você não vai ouvir isso
também. — Eu não vou nem me preocupar com uma tipoia porque eu sei
que você não vai o manter. — eu rio, porque ela está certa. Eu vou estar de
volta na minha moto amanhã e bebendo antes da noite terminar. Aquela
tipoia estaria fora cinco minutos antes de eu me cansar dele. Ela coloca um
monte de pílulas laranja na mesa antes de se virar para sair.

— Bobby, cuide dele. — ela diz e sai do quarto. Talvez ela não o
queira. Ele pula de sua cadeira e corre atrás dela. Viadinho.

Melhor eu checar Dani, ver como ela está levando toda essa merda.

Eu olho para cima e para baixo no corredor antes de entrar no


quarto. Dani está sentada na borda da cama, encarando o chão, perdida em
pensamentos. Ela ainda está usando aquela blusa preta que me fez cair nos
meus fodidos joelhos, Deus me dê força.

— Tirei a bala, eu vou viver. — eu digo, tentando acabar com o


silêncio. Eu esfrego o sangue na minha camiseta e lanço a bala. Cai bem em
frente a ela, capturando sua atenção.

— Isso estava no seu braço? — ela pergunta, chocada enquanto ela a


pega do chão. Eu aceno para sua pergunta. — Isso é fodidamente legal. —
ela olha para a bala e para o meu braço.
— Você vai ficar bem? — eu pergunto, preocupado. Existem vadias e
old ladies ao redor do clube por anos que tem visto menos merda do que
Dani viu em sua curta semana conosco.

— Vida do clube, baby. Certo? — ela cita o que eu disse antes, me


lembrando de quando estávamos na praia. Sua boquinha esperta me faz
querer a espancar. Ela me excita com o jeito que ela me desafia. Nenhuma
outra garota na minha vida jamais teve bolas para me estimular
remotamente. A dor em meu braço estala com a imagem de espancar a
bunda de Dani e parece que a merda do entorpecimento está indo embora
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rápido demais. Eu preciso daquelas pílulas e um pouco de Jack .

— Eu tenho que fazer uma corrida amanhã, alguém mais vai estar
aqui para cuidar de você. — eu encosto contra a porta, tentando ler sua
linguagem corporal.
— Oh Deus, outra babá, — ela diz friamente, sarcasmo em sua voz.

— Não é assim, você deveria saber melhor que qualquer um. É para
que você não se machuque.

— Hmm, realmente? — ela morde o canto de seu lábio inferior e


olha para suas mãos.
— Você irá me machucar, Shadow? — ela batalha com seus dedos,
antes de olhar acima através daqueles cílios longos e pretos. Seus olhos
esmeraldas perfuram minha fodida alma, enquanto ela olha pra mim. Nós
não estamos falando sobre sua segurança física mais, isso é óbvio. Ela está
falando sobre essa força magnética que continua nos empurrando juntos,
mesmo quando nós tentamos o máximo desafiar isso. Ela e eu juntos nunca
vai acontecer como ela quer. Se não for por causa de quem eu sou, será
porque a vida do clube não permitirá isso. Não há cercas brancas em nosso
futuro, e seu pai iria me matar antes que eu pudesse provar isso para ela,
de qualquer forma.

Isso não me impede de querer ela, no entanto. Eu não posso dizer


isso para ela, eu não a quero ferir. A verdade é que eu não tenho certeza de
que ela não irá me machucar, tão maricas quanto isso parece. Toda vez que
estou perto dela, eu posso sentir mais das minhas paredes de desconfiança
caindo. Me assusta pra caralho que eu possa deixar ela ir onde ninguém já
foi um dia. Se ela enxergar a besta que eu sou, ela irá fugir? É o que
qualquer pessoa normal faria. Mas assistindo Dani nas últimas vinte e
quatro horas eu comecei a me perguntar apenas quão normal ela é.
Eu quebro o contato visual, ignorando sua pergunta.

— Noite, Dani. — eu fecho sua porta e saio, para passar a noite em


um quarto diferente; essas pílulas estão chamando meu nome e eu tenho
uma longa viagem amanhã.


Capítulo dez
DANI
O sol está queimando através da pequena janela sem cortinas.
Demora um segundo para eu me lembrar de que eu estou de volta ao Clube.
Os lençóis da cama ainda guardam o cheiro masculino de Shadow, eu rolo e
inalo o travesseiro tão duro e durante o maior tempo que eu posso. Na
volta para casa na noite passada eu estava com raiva. Eu nem ao menos
sabia que eu estava correndo perigo por causa da mãe de Shadow, e para
piorar, eu ainda estou me acostumando com o fato de que eu não conheço
nada da mulher que eu chamo de mãe. Estou cansada de não saber de nada;
de todo mundo manter segredos de mim. Eu estava menos do que grata a
Shadow quando ele veio antes de dormir. Ele não precisou responder, nós
dois sabemos que atravessar o túnel para nós é improvável. Mesmo assim,
depois de ver o olhar de puro medo em seu rosto quando nós estávamos no
meio do tiroteio, eu me recuso a acreditar que ele me machucaria
intencionalmente.

Eu me deito na cama pensando em tudo que aconteceu entre


Shadow e eu. Eu estou tão confusa a respeito do que eu quero dele. Tentar
ficar longe dele, como eu juro que eu vou fazer, está partindo meu coração
da mesma forma que ficar com ele fará. Quando estamos longe, tudo que
consigo pensar é em como nossos corpos são sincronizados juntos, como
ele me faz sentir, no quanto eu estou atraída por ele. Ele tem que sentir algo
também, porque ele continua voltando para mim.

Eu rolo e vejo minha mala rosa perto da porta. Shadow deve ter
trazido ela aqui enquanto eu estava dormindo. Eu olho abaixo da minha
posição na cama e vejo que eu estou meio nua e o lençol está amontoado no
meu pé. Eu tenho certeza que o pervertido me deu uma checada antes de
partir. Eu me levanto e abro a mala, agarrando um jeans gasto e um top
verde. Eu inalo para ver se estão limpos, eles não cheiram sujos. Eu vou
para o chuveiro.

Tudo está molhado e quente quando eu entro no box. Shadow deve


ter tomado banho enquanto eu dormia. Cara, eu devo ter apagado. Eu lavo
meu cabelo com o shampoo dele; o cheiro dele é tão forte que eu fecho
meus olhos e absorvo. Eu imagino que meus dedos estão em seus cabelos
ao invés dos meus, amando o jeito que seu cabelo enrola e arranha em volta
dos meus dedos, é tão macio. Meu próprio cabelo comprido, enrolado
molhado não está fazendo efeito em mim, ele não é o cabelo preto
bagunçado do Shadow. Eu me dou por vencida e fecho o chuveiro. Agarro a
toalha úmida da bancada e começo a me secar. Meu corpo estremece com
isso; cada pedaço daquela toalha foi tocado por Shadow alguns momentos
antes.

Eu olho para o balcão e vejo pasta de dente respingada por toda pia,
homens são tão nojentos. Sério, ele não poderia ter enxaguado os
respingos? Sua escova de dente vermelha está deixada perto da pia. Eu a
agarro. Eu esfrego meu dedo sobre os sulcos de cerdas molhadas,
cheirando a menta. Meus lábios se curvam para cima quando um
pensamento bizarro me ocorre. Eu espremo pasta de dente em sua escova e
começo a escovar meus dentes com ela, me sentindo impertinente com o
pensamento de estar utilizando a escova de dente de outra pessoa; sua
escova de dente. Eu enxaguo os respingos da pia e visto minhas roupas.
Escovo meu longo cabelo preto com meus dedos, o deixando cair em picos
em volta dos meus seios redondos. Calço meus calçados, coloco meu celular
no bolso e saio do quarto.

Andando no corredor, eu posso ouvir a voz de Bobby se tornando


mais clara à medida que chego perto.

— Tudo que estou dizendo é que você não está sendo você mesmo,
quando nós voltarmos você estará fazendo sexo. — eu viro o corredor e
vejo Babs atrás do bar e Bobby, Locks e Shadow sentados em frente a ele,
tomando café da manhã.

— Ei você, babe, está com fome? — Babs me vê quando viro o


corredor. Ela tem seu cabelo vermelho enrolado todo fofo em cachos como
nos anos 80. Ela está usando uma camisa estampada de leopardo que está
realmente apertada em volta de seus seios e um jeans preto que não cobre
todo seu estômago. Ela veste isso bem, com seu cabelo vermelho e pele
pálida.

Meus olhos se prendem com os de Shadow com intensidade de seus


olhos azuis e meu corpo volta à vida. Minha pele pica com arrepios quando
eu sinto ele me comer com os olhos. Ele está usando um jeans azul limpo e
uma t-shirt branca sobre seu machucado. Seu cabelo está todo desgrenhado
em cima, fazendo meus dedos esticarem de vontade de os arrumar. Ele
parece tão áspero; ele faz minha mente gritar.
Um homem velho com cabelo ralo penteado para trás, barba
harmonizando com um bigode, entra pela da porta do Clube. Sua barba vai
todo caminho até suas bochechas e acaba bem abaixo do queixo. Eu nunca
o vi antes. Ele para e olha para Bobby, encarando ele com desdém.

— Seus ovos são os melhores. Locks é um cara de sorte por ter você
cozinhando para ele, — Bobby diz para Babs.

O velho que entrou começa a resmungar quando ele faz seu caminho
para a cozinha.

— O que foi? — Bobby grita para o velho. O homem para e vira sua
cabeça.

— Eu disse, fodido frutinha! — o homem fole para si mesmo


enquanto entra na cozinha.

— Não, cara, você vai conseguir que seu maldito braço seja
quebrado de novo e nós temos uma corrida para fazer. Eu serei
amaldiçoado se tiver que fazer a corrida com o bastardo. — Shadow olha
para Bobby.

Bobby deixa o garfo em seu prato, fazendo um barulho alto. — Não.


Não. — Bobby diz, balançando sua cabeça. — Ele não quebrou meu braço,
Shadow, ele torceu; tem uma diferença. E eu te disse, eu tive dor de
garganta por uma semana antes disso. Eu obviamente não estava no meu
melhor! — eu não posso segurar a risadinha que escapa da minha boca com
o pensamento de Bobby ter sua bunda chutada por um cara velho.

— Você quer mais? Eu vou quebrar esse braço fodido dessa vez,
menino bonito, — o velho grita enquanto ele passa pelas portas duplas da
cozinha.

Bobby balança sua cabeça e continua a comer seus ovos, nem ao


menos olhando para o velho que está rapidamente se aproximando dele.

— Você não conseguiria aguentar, velho.

O homem está atrás de Bobby agora. Ele agarra seu braço e dobra
atrás de suas costas em um segundo. Para um pássaro velho ele com
certeza é rápido e forte. Bobby cai no chão, chutando sua banqueta com ele
no processo. Eu olho para Shadow, que está balançando sua cabeça e
terminando seus ovos. Eu olho para Babs e ela está apenas rolando seus
olhos. Eu acho que isso é normal?

— Diga tio ou eu o quebrarei! — o homem velho resmunga sob seu


bigode.

— Quebre! — Bobby grita para ele.

Bull entra pela porta do Clube com cartas em suas mãos. Ele olha a
comoção para apenas rolar seus olhos também. — Hawk, se você quebrar o
braço dele você tomará seu lugar na corrida hoje. — ele se afasta do corpo
de Bobby que está deitado no chão depois que o homem velho, Hawk, o
deixa ir.

— Você mima esses garotos da cidade. Antigamente nós


montaríamos com um braço quebrado se isso fosse o que precisássemos
fazer. — Hawk aponta para Bobby no chão, — Maldito frutinha.

Bobby pula em pé e começa a limpar a sujeira de suas calças. —


Bastardo da terceira idade. Ele claramente veio nas minhas costas me
pegando de surpresa. Você viu, né Dani? — Bobby me pergunta. Eu apenas
sorrio, sem estar certa do que dizer. — Se eu acertar o velho fodido eu o
matarei. — Bobby olha para todos.
— Boa merda, garotos, melhor nós irmos, — Locks diz enquanto ele
beija Babs na bochecha. — Nós devemos estar de volta em algum momento
amanhã à noite, babe.

— Como você está se sentindo hoje? — eu pergunto para Shadow,


preocupada por seu braço. Ele olha pra cima de seu prato após ter sorvido
o último pedaço de seus ovos mexidos.

— Melhor, vai estar bem. Você dormiu bem? — Shadow pergunta,


seus olhos encarando intencionalmente os meus.

— Vamos correr, garotos. — Locks exclama assim que saímos da


cozinha, colocando seus óculos escuros em seu rosto.
Todos os rapazes saem do clube deixando seus pratos para Babs
limpar. Shadow vira e pisca para mim enquanto ele vai para fora da porta
fazendo meu rosto abrir com um sorriso e minhas bochechas se tornarem
tão vermelhas quanto fogo. Eu estou cansada de lutar contra os
sentimentos que tenho por ele. Se não fosse por minha mãe e meu pai, eu o
jogaria no chão do Clube e teria meu jeito com ele. Meu coração e cabeça
estão em desacordo, eu não seu qual deles escolher.

Eu puxo meu celular do bolso e acho o número que ele usou para me
mandar mensagens ontem, querendo ter algo para dizer antes dele ir.

Eu usei sua escova de dente – D


Assim que eu aperto enviar, eu estapeio minha cara, perplexa que
isso foi o melhor que me ocorreu. Eu espero que ele não ouça seu celular
tocar antes dele montar sua moto. Eu sento encarando o telefone,
esperando. Eu não estou certa do que eu espero que ele diga. Eu só espero
que ele diga alguma coisa, depois da pergunta que eu fiz a ele ontem à
noite, eu não o quero assustar para longe antes de ter a chance de o ter
novamente.

Eu não me importo – S

Meu coração instantaneamente dá um salto mortal. Minhas


bochechas se sentem como se fosse rachar por causa do sorriso pateta que
eu tenho em meu rosto. Ele não me disse que me amava; ele não me disse
que não iria me machucar; mas sua simples mensagem me diz que ele
pensa em mim como algo mais. Aposto que ele não deixa Candy usar sua
escova de dente.

— Eu conheço esse sorriso; é amor. Seu homem está sentindo sua


falta em Nova York, babe? — eu não tinha notado Babs sentada do outro
lado do balcão, eu estava tão focada encarando meu celular. Há quanto
tempo ela está sentada aqui? Ela desliza um prato de ovos para mim, e
acende um cigarro.

— Uh não, não, senhora. Apenas fuçando na internet, — eu minto.


Shadow é a razão atrás do meu estado vertiginoso, mas ninguém pode
saber disso.

Ela joga seu maço de cigarros no balcão e balança sua cabeça.


— Eu não ligo muito para a internet, não é meu tipo de coisa. Eu
apenas tenho meu celular para ligar para Locks, isso é toda a tecnologia que
eu quero. — ela parece realmente amar Locks. Eu imagino que você tem
que realmente amar se o seu homem está em um clube.
— Porque eles o chamam de Locks? Ele é bom em abrir cadeados?
— eu pergunto, pegando minha comida.

Ela ri e toma um grande trago de seu cigarro. — Nah, mas essa é


uma boa. Eles o chamam de Locks por causa de seu cabelo loiro longo. Você
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sabe, cachinhos dourados . — eu cuspo minha bebida sobre todo balcão,
imaginar Locks como cachinhos dourados não é algo que vem
normalmente a sua mente.

— Eles me chamam de Babs porque eles dizem que eu falo muito,


imbecis. Acredite em mim, não é um nome que eu escolheria. Eu tinha
pensado mais em Red, por causa do meu cabelo e porque eu amo a cor. Mas
você não tem o direito de escolher seu nome por aqui, — ela diz, olhando
para suas unhas vermelhas brilhantes. Elas são tão longas que eu aposto
que ela pode machucar se alguém mexer com ela.

— Todo mundo tem um apelido? — eu pergunto, tentando ganhar


de volta minha dignidade depois da bebida cuspida pra todo lado.

— A maioria. Alguns prospectos não têm, mas em algum momento


eles vão ganhar um. O único que não tem é Bobby, e isso é porque “criança
super desenvolvida” é muito grande para fazer algum estrago nele. Eu
tenho certeza que você vai ganhar um, se você ficar por aqui tempo
suficiente. — ela para, me encarando intencionalmente.

— Você, ah, você vai ficar? — ela pergunta hesitando. Eu sento ali
pensando sobre sua pergunta. Não estou tentando ser rude, mas eu
honestamente não sei o que responder. A verdade é, eu não quero voltar
para New York, para a vida que eu vivia, sentada em casa, estudando e
assistindo tv porque minha mãe pensava que se eu tivesse a chance eu
desviaria do bom caminho. Infelizmente, ela estava certa. Depois de ver
como o outro lado de mim vive, me parece mundano voltar para New York.
Eu quero o mundo do Clube de Motos, ao menos o que eu já vi dele. Viver
na borda é muito mais apelativo para mim do que qualquer coisa que
minha mãe poderia me oferecer. Talvez seja por isso que eu não sentia
como se me encaixasse em New York. Meu sangue sabia que eu tinha
nascido com mais tenacidade do que eu estava me dando crédito, e estar
finalmente ao redor do que eu nasci para fazer me faz sentir mais
apropriada do que imoral. Eu nem ao menos fiquei chocada noite passada
quando Bull disse que eles iriam matar os fodidos que atiraram em nós.

— Bem, eu sei que todos nós amaríamos se você ficasse. Eu tenho


certeza que poderíamos conseguir para você um pequeno apartamento ou
outra coisa; te acomodar. Pense nisso, boneca. — ela agarra meu prato com
seus ovos meio comidos e anda para a cozinha, me deixando com
pensamentos de realmente viver aqui em L.A. e deixar minha mãe. Talvez
eu pudesse começar minha vida fazendo o que eu realmente quero e não
me preocupar com o que minha mãe vai fazer para me renegar.

Eu olho em volta do Clube, percebendo que apenas um par de


rapazes ficaram. Prospectos pelo que parece. Onde estão todas as old
ladys? Em todo o tempo que estou aqui, a única que eu vi foi Babs.

Babs volta da cozinha segurando um copo e olha para mim enquanto


eu olho ao redor do Clube. — Está procurando por alguém? — ela pergunta
por cima da borda.

— Eu apenas notei que eu nunca vi nenhuma old lady além de você.


Todos os rapazes estão solteiros, ou alguma coisa assim? — eu pergunto,
vendo como a maioria dos caras são brutos, essa não seria uma suspeita
injusta.

— Nah, — Babs diz mastigando gelo. — Existe umas duas old ladies,
mas elas não são permitidas aqui a não ser que uma reunião da família
esteja acontecendo. Lei do Clube. — ela balança suas sobrancelhas quando
ela diz lei do clube.

— Eu estou aqui apenas porque Bull me permite. Eu limpo toda


merda em volta e faço tudo que precisa ser feito. Uma das vadias poderia
fazer, mas elas não fazem nem perto de bem. — ela diz, colocando copos
debaixo do bar.

— Oh, — isso é tudo que eu posso reunir.

— E... eu posso ter certeza de que Locks mantenha seu pau em suas
calças, — ela diz, batendo a porta do armário, — Todo mundo ganha. — ela
volta para a cozinha, me deixando um pouco chocada. Locks trai? Porque
ela ficaria com ele? Todos os caras traem nas costas de suas old ladies?
Quanto mais eu ouço sobre ser uma old lady, menos eu quero me tornar
uma.
Eu preciso ir checar minha mãe e inventar uma mentira sobre ter
saído da casa segura. Ontem à noite eu pude dizer que meu pai não queria
que minha mãe soubesse sobre o tiroteio, eu também não. Ela apenas faria
a vida de todo mundo um inferno, e ficaria no meu pé mais do que nunca.

Eu bato na porta do quarto que minha mãe está ficando; eu posso a


ouvir grunhindo enquanto ela chega perto da porta.

— O que! — ela estala, quando abre a porta. Ela parece uma merda e
dizer isso é uma gentileza.

— O que você está fazendo aqui? — ela pergunta, chocada em me


ver.

— Houve um enorme vazamento na casa; inundou todo o maldito


lugar, — eu minto. Essa é a única coisa que consegui pensar. Eu encaro
meus pés evitando contato visual, minha mãe sempre descobriu quando eu
menti antes, mas eu estou esperando que sua ressaca ganhe sobre a
vontade de me fazer perguntas.

— Então nós estamos ficando aqui? — ela instantaneamente volta


para a cama e entra embaixo dos cobertores.

— Sim, pelo menos por agora, de qualquer forma.

— Bom, eu quero ficar aqui. — minhas sobrancelhas disparam para


cima em surpresa. Porque no inferno ela gostaria de ficar aqui ao invés da
casa? Uma coisa é certa; minha mãe é uma mulher de gostos caros e o clube
não é nada extravagante ou chique. Talvez seja por isso que eu ame isso, eu
fico satisfeita com simplicidade mais do que com extravagância, mas minha
mãe é uma história diferente. E depois da ligação de ontem à noite e o
comportamento impetuoso de minha mãe, eu não consigo evitar pensar de
que ela está fazendo alguma coisa. Eu vou ficar furiosa se ela está armando
coisas com Stevin pelas minhas costas, especialmente depois dele a ter
tentado matar... ou assim ela diz, de qualquer forma. Antes que eu possa
perguntar, ela cai dormindo.
Andando de volta para meu quarto eu vejo Candy descendo o
corredor para um dos banheiros de hóspedes. Ela está em um vestido
branco que está muito apertado e é curto demais, e seus mamilos estão
apontando através do top. Ela claramente não está usando um sutiã. Eu
tento ir para o meu lado do corredor o mais rápido que eu posso, se herpes
pudessem pular, elas estariam jogando a si mesma fora dela.

— Bem, bem, olhe o que o cachorro trouxe, — ela cospe pra mim
enquanto passa. Seu pescoço está prestes a estalar enquanto ela me
observa. Se eu parar para discutir com ela, eu vou jogar sua bunda no chão.
Eu não a suporto, e depois de descobrir quem sua mãe é, eu quero chutar
sua bunda ainda mais.

* * * * *

Meus dias estão passando devagar e o tédio bate forte enquanto


Shadow está fora. Eu passei a maior parte do primeiro dia conversando
com a Babs. Eu posso ver porque eles a chamam assim. Ela fala sobre tudo,
desde seu cachorro até sua artrite, mas ela é, no mínimo, alguém com quem
conversar. E Candy nem ao menos olha na minha direção quando eu estou
perto de Babs; de fato, ela nos evita como praga. Babs dá a Candy os mais
maliciosos olhares fixos quando ela passa aqui. Existe definitivamente
alguma tensão entre elas. Eu não consigo deixar de me perguntar se Candy
dormiu com Locks.

Minha mãe saiu de seu quarto para pegar alguma comida depois que
os rapazes saíram, mas ela acabou vomitando. Babs cuidou mais dela do
que eu esse dia porque eu não sinto nenhuma simpatia. Chame de vingança
pelos últimos vinte um anos se você quiser, mas estar perto da minha mãe
é como arrastar unhas em um quadro negro. Ela passou os últimos dois
dias aqui conversando com Babs e Hawk sobre o Clube. Eles tentaram
mudar o assunto várias vezes, mas ela não permitia.

Eu tentei apenas sentar e escutar por um tempo ou ajudar Babs com


as preparações de comida para gastar algum tempo, mas eu preferi ficar
sozinha. Eu percebo o entorpecimento que minha vida era antes,
devorando minhas emoções. Eu preciso de Shadow. Ele é tudo que eu
consigo pensar. Ele é minha droga, minha obsessão, meu vício. Assim como
eu fazia em New York em meus piores momentos, eu agarro meu iPod e
meus fones de ouvido. Ouvir música ajuda. Quando eu trabalhava no café, a
maior parte do meu dinheiro ia pra comprar músicas, então eu tenho uma
porrada delas na maldita coisa.

Eu deito na cama ouvindo ‘Hey Brother’ do Avicii’s, pensando em


Shadow. Ele deveria voltar hoje e eu não consigo evitar me preocupar. Já é
tarde e ele ainda não está aqui. Eu poderia mandar uma mensagem para
ele, mas eu não quero parecer pegajosa. Eu penso nas palavras que Candy
jogou em mim, sobre como ela tinha dormido com Shadow e como eu não
pertenço aqui. Talvez eu não pertença aqui, mas eu tenho o sangue do meu
pai, com certeza eu tenho alguma coisa de fora da lei em mim em algum
lugar. Iria explicar o porquê de minha mãe sentar sobre mim como uma
maldita mãe galinha durante toda minha vida, porque ela tinha tanto medo
de que quando ela olhasse para o lado eu iria trazer toda a cidade abaixo
com fogo.

O sangue do meu pai corre em minhas veias, talvez seja por isso que
eu sinto tanta raiva e ciúme. Quem sou eu para julgar o passado de Shadow,
talvez ele esteja mesmo tentando mudar. Tudo que eu sei é que eu faria
qualquer coisa para ter ele me segurando como ele fez na outra noite. Eu
não me importaria se ele é meu no final das contas. Eu estaria feliz com ele
sendo meu por pouco tempo se isso for tudo que eu ganho.
Eu acordo com meu iPode tocando uma música de Bruno Mars. Eu
tiro os fones de ouvido e eu vejo que são três da madrugada. Risadas do
lado de fora do meu quarto chamam minha atenção. Eu posso ouvir a voz
de Shadow. As borboletas que deixaram meu abdômen quando ele se foi
em sua corrida, rugem de volta com urgência, fazendo que eu sinta
vertigem. Eu me levanto e acendo as luzes para olhar minha aparência. Eu
quero parecer bonita quando ele me ver. Eu quero fazer as coisas serem
certas entre nós. Meu cabelo está jogado em volta dos meus seios como
sempre. Eu pego a blusa preta do Devil’s Dust que o deixa doido e um shots
jeans que foram rasgados um pouco alto demais na minha coxa, fazendo
que eu me sinta sexy. Eu tomo uma respiração profunda e abro a porta.

Eu paro para descobrir de onde as risadas estavam vindo; deve ser


do bar. Eu ando descalça em direção ao som de risos e vozes. Quando eu
viro a esquina, eu fico pasmada com a cena diante de mim. Bobby e Shadow
estão no sofá de couro preto, Candy com um de seus seios nus entre eles.
Bobby está inalando uma substância em pó branca do mamilo de Candy;
cocaína.
— Você quer um pouco? — Bobby pergunta a Shadow, que está
olhando para os seios nus. Bobby então desliza a mão entre as coxas de
Candy e levanta sua saia. Ele se inclina sobre ela sussurrando algo em seu
ouvido que faz com que ela jogue a cabeça para trás com risos falsos.

Shadow se inclina sobre o mesmo peito e corre sua língua sobre o


resíduo de pó deixado para trás. Em seguida, ele suga o mamilo alegre em
sua boca. Candy geme em resposta quando ele puxa, fazendo um som
estalado.

Um grito descontrolado escapa da minha garganta em descrença. Eu


cubro minha boca com as mãos para abafar quaisquer outros ruídos que
possam escapar, mas é tarde demais. Todos os três deles olham para onde
o som veio, me vendo.

— Oh merda, — Bobby sussurra, antes de olhar para Shadow cujo


rosto parece assustadoramente alarmado com minha presença.

Eu viro para correr de volta para meu quarto, traumatizada por


todas as emoções flutuando em minha mente e coração; ciúme, raiva,
arrependimento. Eu ouço passos vindos atrás de mim e eu tento andar pra
frente, mas meus pés não se movem.
— A deixe ir, Shadow, a princesa não pertence a este lugar de
qualquer forma e ela não merece você. — as palavras de Candy me acertam
como uma tonelada de tijolos.

Eu fico instantaneamente sóbria; minha dor sendo substituída por


pura raiva. Eu viro em meus calcanhares e vou em direção a Candy,
passando por Shadow no caminho. Bobby pula fora do sofá, vendo que eu
não estou com humor para brincadeiras. Eu sou uma cobra venenosa,
pronta para dar o bote.

— Oh merda, briga de gatas. — Bobby exclama, ao meu lado agora.

— Dani, espere! — Shadow diz com calma. Eu levanto minhas mãos


para cima para calar sua boca. Isso é entre mim e a vadia Candy aqui. Eu
vou lidar com ele depois.
Candys se levanta, nossos rostos separados por um espaço menor
que um pé. Seus peitos falsos estão a menos de um centímetro de distância
de mim. Minha respiração é dura e hostil, o meu corpo tenso e pronto para
atacar. A tensão no ar engrossa significativamente. Se ela acha que pode me
botar para correr para fora daqui como sua mãe fez com a minha, ela está
errada. Este é o lugar onde o ciclo termina, cadela.

— Querida, vá sentar antes que você quebre uma unha. — ela coloca
suas mãos em seus quadris, esperando minha resposta.
Eu posso sentir minhas narinas abertas a partir da quantidade de ar
que eu estou empurrando através delas. Minha raiva está envenenando o
meu sangue saudável. Eu enrolo minha mão, puxo de volta o meu braço e
bato com o punho em seu rosto tão duro quanto eu posso. Ela cai sobre o
braço do sofá e plaina para sua bunda, suas pernas abertas. Ela não está
mesmo usando calcinha. É claro que ela não está.

— Maldição! — Bobby grita.

Eu ando e paro em cima do corpo inclinado de Candy, ela olha pra


cima em minha direção, sua bochecha rachada onde eu acertei. De repente,
ela pula de volta para suas pernas e me acerta direto na minha bunda, me
mandando voando para frente e pousando em minhas mãos. Estou
chocada; depois do golpe que ela levou na sua bochecha eu tinha certeza
que ela iria ficar no chão. Me pegando desprevenida, ela me vira de costas e
me atravessa, seus enormes peitos falsos saltando com seus movimentos
rápidos. Antes que eu a possa conseguir tirar ela de mim, ela ergue a mão
para trás e me dá um tapa, as unhas deixam alguns arranhões em minha
bochecha.

Sério? Eu soco você e você me estapeia de volta?

Eu levanto meus quadris para cima, indo contra ela em cima de mim,
seus eretos mamilos rosa derrapando no meu rosto no processo e deixando
para trás o cheiro barato de seu perfume. Me levanto e ela pega minha
camisa e se puxa para cima, rasgando com as unhas direto sobre o meu
peito no processo. Meu sutiã de renda preta parece estar brincando de
esconder através das pequenas fendas que ela fez.
Droga, eu gosto dessa camisa.
— Você não merece usar essa camisa, sua vadia. — ela grita para
mim, respirando com dificuldade e apontando para a camisa do Devil’s
Dust que estou usando. Ela começa a tentar arrancar a camisa do meu
corpo de novo, puxando meu sutiã, fazendo um de meus seios pular através
dos rasgos da minha camisa rasgada. Eu puxo minhas costas para que eu
possa acertar ela de novo. Eu jogo meu punho ferido para trás e bato nela
bem no nariz. Ela grita enquanto ela cai de volta no sofá. Seu nariz está
sangrando em suas mãos e abaixo sobre seu peito bronzeado.

— Eu estou só começando, puta! — eu jogo meus braços pra cima e


dou pra ela um gesto de “venha me pegar”.

— Oh não, você não está, você acabou! — Shadow grita em minha


direção, agarrando minha cintura e me puxando para trás.

Eu chuto e estapeio Shadow. — Me solte, porra! — eu grito.

— Ah, cara, você está estragando a diversão, — Bobby reclama,


claramente disfrutando de toda a ação com os peitos a vista.

Shadow olha para Bobby agressivamente. — Ligue para a fodida


doutora, cara. — Shadow coloca a mão na parte inferior das minhas costas
e me empurra em direção ao quarto. Olhando para trás, para o estado
sangrento de Candy, eu acho que ela deve ter aprendido a lição sobre tentar
me fazer correr para fora daqui.


Capítulo onze
SHADOW
Eu sigo Dani de volta para o quarto, ela fica encarando a janela,
segurando seus lábios com uma mão enquanto o outro braço permanece
enrolado em seu corpo. Cara, eu estou fodido. Eu não devia ter ouvido o
maldito Bobby. O imbecil tem estado em minha cabeça desde que partimos
no outro dia. A corrida foi relativamente suave e poderíamos ter voltado na
mesma noite se não fosse por Bobby e Locks. Toda maldita vez que fazemos
uma viagem para Las Vegas eles pensam que eles têm que ir a cassinos e
clubes de strip- tease. Eu normalmente estou dentro, mas eu apenas não
estava com humor desta vez. Hoje nós fomos para o clube de strip-tease;
Bobby ficava dizendo que eu precisava me perder. Eu não discuti porque eu
realmente precisava desenrolar. Quando Locks estava na parte de trás com
uma das dançarinas, Bobby começou a falar na minha orelha como uma
fodida mulher.

— Essa é a terceira cadela que eu vejo você recusar para uma dança
privada desde que chegamos aqui, irmão, que porra está acontecendo? É a
Dani, não é? — suas sobrancelhas levantam com a questão.
— Me deixe te dizer uma coisa, Shadow, eu namorei garotas como
Dani. Elas só saem com caras como nós para se vingar de seus pais ou
porque elas pensam que podem nos mudar para o que elas querem, ou o
que elas pensam que querem, de qualquer jeito. O mundo dela e o nosso
mundo não se misturam; olhe como seus pais acabaram. Tire ela fora de
sua cabeça, cara, e se divirta com uma dessas criaturas sexys andando em
volta.

Bobby aponta sua mão para os peitos de uma garota enquanto ela
passa. — Além disso, se Dani não pisotear por cima de você, as botas de
Bull irão. — eu grunhi para suas conclusões. — Eu apenas estou te dizendo
isso porque eu posso ver você se abrindo completamente, e eu estou te
falando que não vai funcionar.

Eu ouvi o que ele estava dizendo e estava certo. Eu odeio como eu a


tenho na minha mente todo o tempo. Se ela for o tipo de garota que Bobby
pensa que ela é, então ela vai me mastigar, me cuspir e pisar com seus
saltos. Apenas o pensamento faz meu peito arder; sentindo oco. Eu me
sinto como um viadinho.
Quando nós voltamos para o Clube, Bobby acabou chamando Candy;
não seria a primeira vez que nós fodemos Candy juntos. A vadia aceita
qualquer coisa que nós quisermos dar para ela; a maioria das garotas faz
isso, na espera de ser aceita no clube como a propriedade de um dos
irmãos. Nós normalmente chamamos um par de meninas quando voltamos
de uma corrida para aliviar o stress. Mas eu não queria ver Candy dessa vez
e isso me irritou. Eu sabia exatamente porque eu não queria ver Candy. Eu
fodo qualquer um que eu quiser sem remorso, mas apenas o pensamento
de outra mulher além de Dani me tem duvidando de mim mesmo.

Mesmo com Candy esparramada no sofá maldito, seminua, minha


mente continuava indo e voltando, me perguntando se eu deveria ir ver o
que Dani estava fazendo, ou se ela estava acordada, ou se ela queria me ver.
O cheiro dela, a sensação de seu corpo quente contra o meu, seu bonito
cabelo longo e aqueles fodidos olhos. Bobby me ofereceu coca, e eu quis
relaxar minha mente. Não foi nada para mim além de uma coca em uma
teta de vadia.

A reação da Dani me surpreendeu e me pôs fodidamente aceso. Ela


não caiu no chão e chorou, ou deixou Candy andar sobre ela. Sua reação
provou que ela é o que ela nasceu para ser, e seu eu fosse apenas uma
forma de se vingar da mamãe e papai, ela não teria ficado tão chateada
comigo brincando com Candy. Bobby estava errado sobre ela, ela não é essa
cadela riquinha reprimida que ele a acusou de ser; que eu a acusei de ser.
Assistir ela chutar a bunda de Candy como a filha do Clube que ela é, foi à
coisa mais excitante que eu jamais vi, e deixou meu pau duro como uma
rocha. Eu estou cansado de jogar esses jogos com ela. É hora de descobrir
onde na merda isso está indo; seja que porra isso seja.

Eu chuto e tranco a porta. Dani vira, me olhando com esses olhos


verdes esmeralda dela. Ela está usando a camisa do Devil’s Dust de novo,
bem, o que sobrou dela. Ela é turbulenta nesta camisa. Um par de
arranhões está em sua bochecha esquerda, sem nenhuma dúvida feito pelas
unhas falsas de Candy. Eu posso ouvir música tocando nos fones de ouvido
em cima da cama. Eu percebo que os nós dos seus dedos estão machucados
e sangrando; eu não tenho certeza se é sangue dela ou de Candy. Gostaria
de inspecionar mais, mas eu não estou querendo ter minha bunda chutada.
Eu tenho certeza que eu sou à última pessoa no mundo que ela quer que a
toque. Candy fez parecer que eu não estou interessado em nada além de
sexo quando se trata de mulheres, e normalmente é assim, mas com Dani é
diferente. Eu não consigo tirar ela fora da minha mente, e eu sinto por ela
em um nível diferente do que eu já senti por qualquer mulher.

— Dani, olha, a outra noite... hoje, eu apenas... — eu não consigo


cuspir as malditas palavras para fora, eu nunca tive que explicar minhas
ações antes, especialmente para uma mulher. Realmente não é fácil com
Dani ali parecendo uma visão.

— Você não tem que explicar a si mesmo, Shadow. Foi apenas sexo,
sem rótulos, certo? — ela está tentando parecer dura e certa de si mesma,
mas eu posso ver através dela; ela quer mais de nós que sexo.
— Eu acho que ambos concordamos que aquela noite seria apenas
sobre sexo, — eu corro minhas mãos pelo meu cabelo, isso sempre parece
prender sua atenção, — mas, eu não posso tirar você da minha maldita
cabeça. — eu aponto para minha cabeça em explicação. — Eu não sei o que
é isso; se isso é mesmo alguma coisa a se colocar rótulos, mas eu estou
disposto a colocar minha vida em risco para descobrir aonde vai.

Eu fico chocado com minha própria admissão, mas é a verdade. Eu


nunca estive tão mexido por uma mulher antes, e eu seria um fodido idiota
de virar as costas para isso. A maioria das garotas que andam por aqui,
estão procurando por uma corrida livre; querendo se tornar uma old lady;
querendo proteção ou drogas. Elas estão em sua cama em um minuto,
então com o pau de outro irmão no próximo se elas acharem que vai
facilitar seu caminho com os caras de couro. Dani foi diferente, ela veio
para mim pura e inocente. Ela me fez trabalhar pela sua intimidade, e ela
poderia me afastar por raiva. A única coisa que eu posso ver que ela quer
de mim, sou eu. Meu único medo nisso, é se ela pode lidar comigo. Então no
fim, eu estou feliz que eu disse isso.

Ela vira suas costas pra mim e bufa. Eu amplio meus olhos em
descrença. Eu acabei de abrir a mim mesmo como um maldito livro e ela
virou as costas para mim?

— Certo. Você normalmente ferra com as pessoas com quem você


quer estar? — ela é tão sexy quando ela me desafia, mas ela também está
me deixando puto. O que no inferno ela quer dizer com “você normalmente
ferra com as pessoas com quem você quer estar”? Eu nunca quis estar com
ninguém antes.
— Dani, eu nunca estive em um relacionamento com ninguém; eu
nunca quis mais do que apenas passar uma noite com ninguém. Você é a
primeira, — eu digo, deixando sair minha respiração. Talvez eu não
devesse ter dito nada. Talvez isso seja apenas um grande erro.

Ela se vira, seus olhos estão úmidos como se ela fosse chorar, me
encarando como se eu apenas tivesse dito as palavras de ouro. Merda, eu
odeio quando garotas choram. Eu preciso que ela saiba exatamente o que
eu sou, o que nós somos, antes que ela pense que eu sou algum Romeu.

— O que você esperava, Dani? Quando Candy te contou uma fração


do homem que eu sou, você saiu correndo nos seus fodidos saltos. Eu sou o
maldito Sargento de Armas do Clube de Motos Devil’s Dust. Eu sou um
assassino, um bandido, uma maldita besta. Não há cercas brancas e cafés da
manhã de domingo nesse lado do muro. — eu encaro seus olhos o mais
profundamente que posso. Eu quero que ela saiba que eu não sou um
fodido príncipe encantado, nem mesmo perto disso. Este é o homem que eu
sou; se ela me quiser, isto é o que ela ganha. Eu não irei me transformar em
um Sr. Perfeito.
Seus olhos escurecem. — Ah, eu entendo. Você pensa a mesma coisa
que a vadia lá fora; que eu não pertenço aqui, — ela diz, sarcasticamente.

Eu posso dizer exatamente o que ela quer ouvir, que eu nunca


pensei isso, mas eu estaria dizendo uma maldita mentira.

— No começo eu não acreditei que você pertencia aqui, não. Eu


pensei que você fosse uma cadela rica reprimida; uma dessas que eu
gostaria de foder até as colocar em seus lugares. — seus olhos arregalam
com choque. — Mas então eu pude te conhecer um pouco melhor; e agora,
depois daquele pequeno espetáculo lá fora... — eu aponto através da
parede para onde ela apenas chutou a bunda de Candy alguns momentos
antes, —... eu sei que você tem sangue de Devil’s Dust em você, e eu penso
que você sabe disso também.

— Eu vi a mulher feroz em você finalmente escapar essa noite; a


mulher que sua mãe tem tido tanto medo de merda para que fique livre.
Você é filha de seu pai, sem dúvida, — eu cacarejo. Ver Dani se perder em
Candy foi como assistir um tigre sair de sua gaiola para a floresta. Foi
instinto primário explodindo, e isto é onde ela pertence.
Ela seca uma lágrima de seu rosto, deixando suas mãos caírem ao
seu lado. Ela não está mais tentando proteger a si mesma, talvez eu não
tenha fodido isso.

Eu ando até ela e agarro suas mãos com ambas as minhas, eu não
sei, isso deveria ser romântico ou outra merda?

— Eu nunca fiz isso antes, então esteja avisada. Eu vou ser um


romântico horrível, e você vai estar mais puta comigo do que você gosta de
mim agora. Se nós decidirmos ir adiante, você é minha! Eu sou seu dono,
você entende? — eu levo meu dedo ao seu queixo a fazendo olhar para
mim. — Eu não vou deixar você ir, e, certo como o inferno, não vou deixar
você voltar para New York. — eu me inclino e beijo os arranhões em seu
rosto, eu nunca bati em uma mulher, mas depois de ver os machucados no
rosto bonito da Dani, eu quero estapear Candy como uma vadia, eu quero
bater na mãe dela por sua negligência. E eu quero proteger Dani de
qualquer coisa ruim.

Os olhos verdes da Dani me perfuram, quando ela acena com sua


cabeça. — Diga, Dani. Diga que você é minha e que você entende.

— Eu sou sua e eu entendo. — sua voz é tão baixa que me deixa


nervoso. Mas também, toda essa coisa me deixa nervoso.

Eu mergulho e mordo seu lábio inferior, o chupando dentro da


minha boca antes de exigir a entrada com minha língua. Meu pau, que já
está duro por todas as tetas e bundas que estavam se jogando no chão do
Clube, palpita contra meu jeans, gritando para ser liberado. A dança entre
Dani e eu me deu horríveis bolas azuis em mais de uma ocasião.

Ela empurra, colocando ambas as mãos sobre meu peito e olhando


para baixo. Eu posso ver que ela está analisando demais isso. — O que é,
Dani? — eu puxo seu queixo para cima, sua pele tão suave e macia contra
meus dedos ásperos. Eu aposto que dizer a ela que eu sou seu dono a fez
repensar.

— Você é meu também, certo? Sem mais Candy, ou outras garotas?


— ela é tão malditamente fofa. Eu acho que ela tem um ponto. Eu não posso
pedir a ela para ser só minha e continuar fodendo por aí. Eu sei que irmãos
fazem isso; foder fora de casa não é incomum no clube, mas eu apenas não
posso me ver fazendo isso com Dani, ela é diferente.
— Eu sou todo seu. — eu dou um sorriso de lobo quando apago as
luzes. Ela me quer todo para si. Ninguém pediu algo assim para mim antes.
Eu tenho certeza que antes disso acabar ela vai estar me jogando para
outra pessoa.

Eu reclamo seus lábios doces; lambendo, mordendo, sugando cada


gota que eu posso ter de sua boca delicada. Eu posso ouvir sua respiração
ficando pesada. Suas mãos voam para meus ombros; me escalando, se
agarrando a mim como se ela não pudesse ter o suficiente; como se eu fosse
sua próxima respiração. Eu agarro sua bunda com força e coloco suas
pernas em volta da minha cintura; ela pesa quase nada, fazendo fácil a
mover ao redor. Eu coloco uma mão atrás de sua cabeça antes de nos deixar
cair sobre a cama, protegendo sua cabeça da queda forçada. Ela move sua
cabeça para o lado me dando acesso à curva de seu pescoço. Eu arrasto
meus lábios através de sua pele com cheiro de pêssego, tentando sua pele
de porcelana com meu hálito quente. Ela choraminga e começa a puxar meu
colete dos meus braços e minha camisa sobre minha cabeça. Eu sento em
meus joelhos e a ajudo a remover minha camisa; seus dedos voam para o
zíper do meu jeans. A necessidade em seus olhos é quase demais para
suportar. Eu libero o botão do meu jeans e oscilo fora dele, ficando em
minhas brancas cuecas boxers. Ela segura sua respiração com a visão da
luta do meu cumprimento contra o tecido fino. Seus dedos agarram o cós
da cueca e começam a baixá-la. Ela coloca suaves beijos pelo meu peito
fazendo um grunhido feroz sair de minha boca. Eu agarro o que sobrou de
sua camisa e tiro através de sua cabeça. Seu cabelo escuro cai sobre seus
mamilos. Seus peitos não são tão grandes como os de Candy, mas eles são
naturais e se adequam a ela lindamente. Agarro seus shorts e calcinhas e
arranco eles juntos, com urgência para estar dentro dela. Eu coloco beijos
tenros sobre os arranhões em sua bochecha; fodida Candy. Ela joga suas
pernas ao redor da minha cintura, chutando seu iPod da cama.
— Oh, merda — ela pula em pânico, nossas cabeças quase se batem
no processo. — Eu não o quebrei, quebrei?

Eu me inclino e o pego do tapete, o fazendo vir à vida. A luz da tela


ilumina o quarto escuro.

— Não, não parece que está quebrado. — eu instantaneamente vejo


Whitesnake, aperto ligar e o coloco perto de sua cabeça. ‘Is this love’
atravessa os fones de ouvido preenchendo o quarto. Bem, não era
exatamente isso que eu tinha em mente. Foda-se.

Eu gentilmente puxo suas pernas separadas e me ajoelho entre elas.


Eu roço meu pau em sua abertura molhada. Quando eu empurro a ponta do
meu pau dentro, ela joga sua cabeça de volta no travesseiro e geme. Eu amo
o som dela gemendo; é tão erótico. Eu empurro mais profundo fazendo
minha própria cabeça ir para trás. Se sente tão maravilhoso. Ela é tão
apertada e quente, é como o céu. Ele geme mais alto quando eu entro o
mais fundo que seu doce sexo vai permitir. Eu deito meu corpo em cima de
sua pequena forma, colocando o máximo do meu peso em meus joelhos, de
forma que eu não a quebre. Eu posso sentir seus mamilos deslizando no
meu torso quando eu coloco meus cotovelos do lado de sua cabeça. Eu
começo a empurrar e sua boquinha doce forma um “O” e sua respiração
vem em jorros rápidos. Ela é tão fodidamente sexy, só o jeito como ela
parece enquanto ela me recebe está me matando. Eu lambo e chupo seu
pescoço, o cheiro dela é intoxicante da porra. Eu cerro meus dentes; a
quantidade de prazer que ela me dá é como uma droga, uma onda que eu só
tenho com ela. Eu lambo o lóbulo de sua orelha e arrasto meus dentes
através de sua mandíbula gentilmente, antes de tomar seus doces lábios;
experimentando qualquer coisa e tudo que ela está disposta a me dar.
— Shadow, — ela sussurra na escuridão. Meu nome escorregando
desses lábios de anjo quase me faz explodir minha carga.

Eu pego seu lábio inferior em meus dentes e dou um leve puxão


antes de me inclinar para cima e pegar aqueles olhos me encarando e
quebrando paredes em mim que eu nunca soube que estavam ali. Eu nunca
amei antes, mas eu penso que seria necessário mais tempo do que o que eu
conheço Dani para acontecer.

Suas unhas arrastam pelas minhas costas quando eu sinto suas


paredes vaginais apertar meu pau; ela está chegando perto. Suas tetas
balançam enquanto eu empurro nela, gritando por atenção. Eu alcanço com
ambas minhas mãos e agarro suas ousadas tetas enquanto eu chumbo
dentro dela suavemente. Suas mãos sobem e enredam em seus próprios
cabelos; seu corpo se arqueia e ela separa suas pernas ainda mais, me
convidando para ir mais fundo. Eu posso sentir as vibrações profundas me
roçando, lambendo meu pau. Eu começo a mover meu quadril mais rápido.
Ela geme mais alto e desenrola seus dedos de seu cabelo para os colocar em
minhas costas, suas unhas cavando em minha pele, me reivindicando. Suas
pernas se apertam, agora envolta da minha cintura quando ela chega ao
clímax. A visão dela basta para mim; eu jogo minha cabeça para trás e
explodo dentro dela.

Eu caio perto de seu corpo trêmulo; o meu se sente como gelatina;


primeira vez para mim. Ela rola e coloca beijos em meu peito, chutando o
iPod no chão de novo e parando a música. Ela não entra em pânico que ela
possa o ter quebrado dessa vez. Eu nem ao menos sei se Whitesnake ainda
está tocando, eu estou tão perdido em nós. Então isso me acerta; nós
acabamos de fazer amor. Da última vez que fizemos foi um pouco mais
animal. Dessa vez foi sensual, profundo e tenro. Que porra está
acontecendo comigo?

Eu escondo sua cabeça no meu peito e beijo o topo. Seu cabelo


cheira ao meu shampoo, me fazendo sorrir. Deitamos ali tentando
recuperar nosso fôlego enquanto eu tento entender o que no inferno eu
estou fazendo. Eu perdi a porra da minha cabeça? Eu posso sentir a
respiração de Dani ficando mais profunda, enquanto seu corpo começa a
ficar mole.
— Durma, Baby, — eu sussurro para ela.

— Shadow, — ela coacha, com a voz sonolenta.

— Hummm?

— Nós não usamos camisinha, — ela sussurra contra meu peito.

Meus olhos pulam abertos. Merda, como eu pude ser tão


descuidado? Eu nem ao menos pensei sobre preservativos. Esse é ainda
outro exemplo de como eu não consigo pensar claramente perto de Dani.
Eu sempre me certifiquei de usar camisinha; nunca pensei por um segundo
em fazer sem uma. Mesmo quando eu era uma criança fodendo por aí, eu
sempre usei camisinha.

— Eu estou limpo. Você é a única garota com quem eu tive sexo


desprotegido.
— Sim... mas eu não estou tomando pílula.

Porra. Claro que ela não está tomando pílula; ela era virgem até
poucos dias atrás, porque ela tomaria?

Ela puxa sua cabeça de meu peito e olha para mim. — Talvez Bobby
possa conversar com a doutora para mim ou algo assim. Nós vamos
resolver isso. Nós vamos ser mais cuidadosos, no entanto. — ela beija meus
lábios com carinho, me fazendo suspirar nela.

— Boa noite, Shadow. — ela sussurra contra meus lábios.

Porra.


Capítulo doze
DANI
Sinto dedos subindo e descendo pelas minhas costas nuas, me
acordando do meu sono. Eu abro meus olhos para um peito bronzeado e
me lembro de minha noite com Shadow. Um sorriso instantâneo se firma
em meu rosto. Eu olho para cima para ele e seus deslumbrantes olhos azuis
estão olhando para baixo.
— Bom dia.

— Mmmm... — eu respondo. Eu agarro os lençóis e puxo sobre nós,


aconchegando nós dois na cama. Não quero que isso termine; o que é que
exista fora daquela porta pode esperar. Eu nem ao menos me importo com
seu hálito matutino, não que o meu esteja melhor. Ele agarra a mão com a
qual eu acertei Candy, levanta até sua boca e beija cada nó. Como ele pode
dizer que ele é um romântico de merda quando ele faz coisas como essa?
Quando ele age assim, eu não tenho nenhum problema em ser dele.

— Eu quero te levar para sair essa noite, — ele diz. Eu levanto meus
olhos até ele em choque. Seu rosto também está em choque com o que ele
acabou de dizer.

— Sério? — eu respondo, aturdida. Eu não achava que ele era o tipo


de cara que ia a encontros.

Ele balança a cabeça afirmativamente.

Eu sinto vertigem, como uma adolescente convidada para o baile.

— Quais são seus planos para hoje? — eu pergunto para ele,


tentando encontrar uma distração para a sensação maravilhosa
borbulhando dentro de mim.

— Eu tenho missa; tenho que deixar o Prez saber como a corrida foi;
ver se alguém soube de alguma coisa sobre o tiroteio ou sobre esse tal de
Stevin; então provavelmente trabalhar um pouco no meu carro. — ele
começa a roçar seus ásperos dedos pra cima e pra baixo em minhas costas
de novo. A sensação é tão sensual; eu amo. Espera, ele tem um carro? Eu
nunca vi.

— E você? — ele pergunta.

Eu suspiro pesadamente. — Oh, provavelmente ajudar Babs ou ficar


por aí. É bem entediante aqui. — eu estou feliz que eu tenha alguém como
Babs para conversar, mas ficar sentada a toa está me enlouquecendo.

Eu corro minhas mãos pelo seu peito; seu corpo é tão tonificado e
perfeito. Sinto seu comprimento pressionando contra meu estômago
enquanto eu acaricio seu peito. Me faz sentir necessidade. Eu jogo os
lençóis sobre minha cabeça e abaixo meu corpo pela cama. Eu acho o
impressionante comprimento de Shadow no mesmo instante.

— O que você está fazen - aaahh! — eu lambo o pau de Shadow


antes que ele termine sua frase. Eu corro minha língua em sua cabeça e
seguro suas bolas com minha mão. Eu envolvo meus dentes com meus
lábios e mergulho minha quente e molhada boca em torno de sua ereção.
Seu corpo se empurra da cama enquanto eu o chupo, como um picolé.
Minha mão agarra a base de sua haste para a manter parada enquanto eu
assalto ela com minha boca. Ele grunhe quando eu estalo minha língua na
parte inferior e continuo a sugar sem misericórdia. Eu sinto seu
comprimento pulsando apertado enquanto balanço minha cabeça. Eu
escavo minhas bochechas e chupo mais duro, fazendo seu corpo tremer. Ele
coloca sua mão na minha cabeça quando eu continuo a sugar todo ele como
um vício. Sua ereção se aperta e pulsa dentro da minha boca de novo
enquanto ele grunhe.

— Vou gozar, Dani, — ele gane em aviso quando suas costas se


inclinam para fora da cama. Eu não diminuo. Agarro suas bolas e continuo a
chupar ele até a metade da minha garganta. De repente, um fluido salgado e
quente se derrama em minha boca. Ele tem um gosto incrível; eu ordenho
cada gota dele. Eu o sinto cair de volta na cama travando e bufando.
Ele puxa o lençol de mim. — Você não tem reflexo de vômito? Santa
merda! — eu sorrio para ele, sem ter certeza do que dizer. Eu nunca tinha
feito nada como isso. Eu só vi isso em filmes sujos quando eu estou em casa
sozinha. Parece que eu posso agradar meu homem melhor do que uma
puta, julgando por sua reação.

Eu ouço um toque de celular vindo do chão e Shadow se levanta da


cama e o pega. Seu corpo é tão sexy; eu não acho que algum dia eu vou me
acostumar com sua beleza perfeita.
— Sim, — ele responde. — Que horas são? Oh merda... Sim, eu estou
indo agora. — ele põe o celular de volta no bolso de seus jeans, agarra sua
cueca do chão e começa a enfiar suas pernas nela.

— É quase meio-dia. Eu tenho que ir pra missa, baby. — ele coloca


suas calças e olha ao redor do quarto procurando sua camisa e colete. Seu
cabelo bagunçado se encaixa nele tão bem que meus dedos querem brincar
neles.
Ele se inclina e me beija nos lábios antes de caminhar para a porta,
lutando para colocar uma bota. Eu não posso segurar minha risadinha.
Eu odeio que nós temos que esconder. Estou certa que minha mãe ia
pirar, provavelmente até tentar queimar esse lugar abaixo. Eu digo vá em
frente, eu finalmente achei um lugar onde pertenço e eu não estou a ponto de
virar minhas costas para isso.

As palavras de Shadow de ontem à noite voltam a minha mente: ‘Eu


não vou deixar você ir, e, certo como o inferno, não vou deixar você voltar
para New York.’
Eu sinceramente não acho que Shadow deixaria minha mãe me
levar, e eu estou feliz porque eu não quero voltar. Essa é minha casa agora,
e eu acho que no fundo ela sabe que este lugar sempre foi meu lar.

Eu acho que eu deveria tomar um banho, embora eu odeie lavar o


cheiro de Shadow de mim. Eu me banho e escovo meus dentes com a
escova de Shadow de novo, eu coloco meu sutiã de renda rosa com calcinha
combinando, uns shorts caqui e um top amarelo. Eu saio e vejo Babs atrás
do balcão.

— Aí está você. Eu vou fazer o que você quiser essa manhã; apenas
diga. — seu tom é um pouco mais entusiasmado do que eu esperava.

— A princesa do Clube chegou. Babs, melhor você fazer o que ela


quiser ou pode acabar com um olho roxo. — Locks pisca para mim. Merda,
o Clube inteiro sabe o que aconteceu entre Candy e eu. Eu olho para a sala
de reuniões para encontrar as portas abertas. Parece que a missa foi rápida
hoje.
Eu tento fingir um sorriso, mas meu medo é que se o Clube inteiro
sabe, então minha mãe provavelmente sabe também. Merda. Eu não acho
que eu posso mentir para me livrar desta vez.

Shadow entra pela porta coberto por graxa e se senta perto de


Bobby. A graxa sobre ele faz o faz parecer tão áspero; eu estou babando por
outra rodada no quarto com ele.
— Bem, se não é a princesa do Clube, — ele sorri bobamente para
mim; espertinho. Mas, cara, ele é um espertinho sexy.
— Você tinha que ter visto, Babs, era como se houvesse fogo voando
pelo lugar. — Bobby olha para mim com um temor repentino em seu rosto.
— Como um vagalume.

— Oh, eu gosto disso; Princesa Vagalume, — Babs acena


concordando.

— Eu posso ver ela como um vagalume, — Shadow concorda.


— Espera, o quê? — essa conversa inteira me confunde.

— Seu ‘nome de estrada’, apelido, como você quiser, — Babs explica.

Meu pai entre pela porta do Clube. — Dani, me siga. — seu tom é
plano e seu rosto está impassível. Estou certa de que ele sabe sobre Candy;
merda.
Eu o sigo até a sala de reuniões e sento em uma mesa de madeira
vermelha. Ele senta na cabeceira da mesa, se inclina em sua cadeira, e
acende um cigarro. Ele fica ali brincando com seu isqueiro vermelho, nem
mesmo olhando para mim. O silêncio constrangedor tira o melhor de mim
então eu olho pela sala. Dez cadeiras estão espalhadas ao redor da mesa e
eu me pergunto em qual delas a linda bunda durinha de Shadow esteve
durante a missa. Há um ventilador na janela ao meu lado e a parede que
estou encarando está cheia de quadros com coletes velhos.

— Membros falecidos, — meu pai responde, me vendo olhar para


cada um dos coletes.
— Você quer explicar o que aconteceu com Candy? — sua voz é
calma e misteriosa, tirando minha atenção dos quadros. Eu não posso dizer
a ele que eu estava com ciúmes de Candy; que eu quero ser parte da vida de
Shadow. Eu começo a escavar a mesa velha, sem estar certa do que dizer.
— Ela tem um nariz quebrado e pontos em sua bochecha. Julgando
pelos arranhões que você tem em seu queixo e nos nós dos dedos, eu sei
que você fez. O que eu não sei é: por quê? — ele toma um longo trago de
seu cigarro, solta uma bola de fumaça no ar, e olha direto para mim. Eu
nunca tinha visto esse lado de meu pai antes; ele normalmente é tão tenro e
carinhoso. Agora, sua voz é forte e cruel. É assustadora como a merda.

— Vocês estavam brigando por causa de um dos meus rapazes,


Dani? Eles sabem melhor do que chegar perto de você. Se eu descobrir que
isso é por causa de um dos rapazes, não será bonito. Você é propriedade do
Clube e-
— Ela disse que eu não me encaixo aqui, e que eu não mereço usar a
camisa do Devil’s Dust que eu estava usando. Eu apenas estalei. Eu nem
mesmo percebi o que estava fazendo até eu ser puxada para fora dela. — eu
falo alto, interrompendo ele em seu discurso. Eu não quero dar a ele tempo
para analisar coisas ou colocar as partes juntas em sua cabeça e levar
Shadow antes mesmo de eu ter a chance de ter ele. Quero dizer, eu disse
parte da verdade; ela estava tentando me fazer correr daqui como minha
mãe, e isso realmente me deixou puta.

— Cadela! — ele grita e bate seu pulso na mesa. Eu olho ofendida.


Sua expressão suaviza quando ele vê o choque escrito no meu rosto.

— Não, não você; Candy. Me parece que ela recebeu o que ela
mereceu. Se eu tivesse a ouvido dizer isso eu mesmo teria chicoteado ela
com a porra de uma pistola. Eu deveria ter feito isso com a mãe dela. — ele
joga seu cigarro fora no lixo, puto.
— Eu não acho que ela vai ficar implicando comigo mais. Eu posso
lutar minhas próprias batalhas, pai. — sua cabeça chicoteia para cima com
a palavra “pai”. Eu não percebi que eu tinha dito isso em voz alta, é tão
errado o chamar assim?

— Eu posso ver isso. Você é a princesa do Devil’s Dust. — seus olhos


brilham com um senso de orgulho enquanto ele fala comigo. Sou só eu ou a
palavra princesa soa ridícula? Não que aquele negócio de vagalume seja
muito melhor.
— Sua mãe vai descobrir sobre isso; todos sabem. Todos viram
Candy esta manhã e quando eu perguntei a respeito, ela me disse para
perguntar para você. A mãe de Candy vai encher meu celular com
mensagens, tenho certeza, e eu sei que sua mãe vai estar nas minhas
malditas costas. Eu acho que talvez eu apenas vá pescar por hoje. — ele
olha pra mim e dá um grande sorriso.

— Boa sorte, querida. — ele dá um tapinha no meu ombro e sai da


sala.

Wow, essa foi perto. Eu não tenho certeza por quanto tempo
Shadow e eu vamos conseguir esconder nosso... o que quer que seja isso, de
todos. Eu me empurro da mesa e percebo que minhas palmas estão soando;
me diga sobre desviar de balas.

Antes que eu possa sair da sala, minha mãe entra pela porta e me
puxa de volta. Ela bate a porta atrás dela.

— O que no inferno está acontecendo, Danielle Lexington? — ela


grita para mim enquanto aponta o dedo no meu rosto. Uau, ela deve estar
puta; ela usou meu nome completo. Eu aperto a ponte do meu nariz; isso
está ficando muito cansativo. Eu estou enjoada dela me tratar como uma
criança; eu tenho fodidos vinte e um anos. Eu aceitei isso antes porque eu
estava tão acostumada com seu jeito protetor. Eu estava entorpecida para
tudo ao meu redor; ingênua até. Mas agora, eu estou mais viva do que já
estive; tudo está tão claro e esse é o fim para mim, com ela. Ela não pode
ameaçar me jogar na rua agora. Eu tenho um lugar para chamar de casa.

Eu agarro seu dedo e puxo de volta para ela, a fazendo oscilar.


Voltando ao meu assento, eu olho para cima e vejo choque e raiva escritos
por todo seu rosto.

— Eu quero saber o que você fez a essa pobre garota, agora mesmo.
— sua voz é baixa e trêmula a cada palavra. Essa pobre garota? Ela nunca
para de me surpreender, escolhendo uma puta do Clube a sua própria filha.

— Eu bati nela pra caralho. — ela engasga e anda para o meu lado da
mesa para olhar para baixo em mim. Eu não poderia dizer se ela está
mortificada com o que eu fiz ou furiosa.
Testando as água, eu olho para cima na direção dela pairando sobre
mim e exijo presunçosamente. — Sim?

Antes que eu possa perceber o que ela está fazendo, ela levanta sua
mão e estapeia meu rosto tão forte que meus dentes tremem. Eu levanto
tão rápido que a cadeira é jogada para trás no chão.

— Sua cadela! — eu grito para ela, minha mão acariciando a picada


que ela deixou em minha bochecha. Meu corpo instantaneamente ferve
com raiva envenenada. Eu quero bater nela de volta, mas eu tenho medo de
que se eu levantar um dedo para ela, não serei capaz de parar.

— Olhe para você; você não é nada além de lixo de motoqueiros! —


ela berra.

Eu sorrio para ela descaradamente, — Minha vida inteira eu fiz tudo


que você quis que eu fizesse sem questionar e os únicos momentos que
você prestou atenção em mim foi para dizer como eu era uma fodida. Bem,
não mais. Eu percebi agora que eu nunca poderia ter feito você feliz de
qualquer forma. Eu sempre fui lixo de motoqueiros para você; isso é o que
te irrita mais do que tudo. Eu nunca vou voltar para New York com você.
Ela impulsiona e joga seu corpo sobre mim. Nós caímos sobre o sujo
chão de madeira, chutando cadeiras no processo. Minha cabeça bate contra
o chão com um ruído surdo, me fazendo ver estrelas. Ela sobe
escarranchada sobre mim e começa a puxar meu cabelo e bater no meu
rosto. Eu cubro minha cabeça com os braços enquanto ela me assalta. Isso é
tudo que eu posso fazer; se eu mover minhas mãos para lutar, ela vai ter
acesso total ao meu rosto.
— Você é exatamente como seu pai; tão ingrata, tão teimosa. Eu não
podia ficar perto de você depois que você fez sete anos! Não importava o
que você fizesse, você me lembrava dele!

Minha cabeça grita com cada puxão de cabelo e todos os poros do


meu rosto ardem com seus tapas; sem mencionar as batidas que irradiam
do meu crânio por causa de nossa queda. Apenas quando eu estou pronta
pra lutar de volta, os tapas param e seu peso é levantado de mim. Eu abro
meus olhos para ver a mão de Bobby estendida para me ajudar a levantar;
quando eu fico em pé ele passa as costas de sua mão sobre meu rosto.
— Você está bem? — ele pergunta com calma. Eu não respondo. Eu
olho sobre seus ombros e vejo cada pessoa na sala; Babs, Bull, Hawk,
Charlie, Lips, Locks, mesmo alguns outros membros que ainda não conheci.
Que embaraçoso. Locks tem minha mãe em seus braços, a segurando
enquanto ela continua bufando e tentando tirar a si mesma de seu aperto.

Eu posso sentir meus olhos arderem. Eu pisco forte, tentando


segurar minhas lágrimas. Eu passo por todos e corro para fora da garagem
até o pátio. Eu entre em uma das aberturas e encaro a parede. A tinta
branca está lascada e gordurosa, o cheiro de gasolina e óleo me cerca. Meus
dedos fazem estragos nos meus lábios enquanto eu tento me acalmar do
que acabou de acontecer.
Eu posso ter perdido minha mãe para sempre dessa vez, mas ela é
uma perda tão grande? Suas palavras foram o que me feriram mais, não é
surpresa que ela não conseguia ficar perto de mim, mas ouvir ela admitir
isso é como ter uma faca enfiada no meu coração. A dor está se tornando
demais, eu posso sentir meus olhos prontos para derramar lágrimas.

— Dani? O que você... — Shadow para no meio de sua frase quando


vê meu estado destruído. Eu nem mesmo vi ele aqui, de tão presa que eu
estava em minha própria agitação. — O que está errado?

Eu balanço minha cabeça em resposta.


Ele me puxa para perto, enrolando seus braços ao meu redor. Eu
aperto meu nariz em sua camisa manchada de graxa e respiro fundo. Seu
cheiro masculino misturado com graxa é uma sensação bem vinda, e me
relaxa.
— Minha mãe é o que está errado. Como ela pôde dizer aquelas
coisas? — eu balbucio em seu peito, minhas mãos agarrando sua camisa
como se disso dependesse minha vida.

— Você ficaria surpresa com o que uma mãe pode dizer para seu
filho, — ele me puxa para o cumprimento de seu braço e examina meu
rosto.

— Que inferno, Dani, seu rosto está todo vermelho. Aquela cadela te
bateu? — eu posso ver seus olhos dilatarem com raiva, sua mandíbula
cerra enquanto ele move meu rosto de lado a lado pelo meu queixo.
De repente, eu ouço pesados passos vindo em nossa direção. Eu
avisto uma porta aberta e me enfio no espaço entre ela e a parede.
Espiando pelo buraco, eu vejo Locks vindo para a garagem.

— Shadow, você viu Dani correndo por aí?

— Nah, homem, não vi, — Shadow age casualmente, procurando por


alguma coisa em uma caixa de ferramentas vermelha.

— Ela acabou de sair de uma grande briga com sua mãe; ela saiu do
clube correndo nessa direção. Bull me mandou encontra-la, ter certeza de
que ela está bem, — Locks puxa um pacote vermelho e tira um cigarro dele
com seus lábios, ele não o acende, apenas o deixa pairando solto em seus
lábios.

— Estas mulheres, eu vou te dizer o que; eu não estou aqui para dar
uma de babá. Eu não estou certo do que o Prez estava pensando ao trazer
essas cadelas aqui.

— Eu acho que ele estava pensando que elas são a família dele, —
Shadow responde de volta, chafurdando por mais ferramentas.

— Isto não é lugar para cadelas; isso é tudo que estou dizendo,
irmão, — Locks puxa um isqueiro preto de seu bolso e acende o cigarro.
Shadow tira seu foco da caixa vermelha e olha na direção de Locks.

— Mesmo? E sobre Babs? — Shadow pergunta.

— Isto é diferente, — Locks cruza seus braços e amplia sua postura.

— Como? — Shadow pergunta, ficando em pé perto da caixa de


ferramentas.

— Sem dramas. — Locks graceja de volta.

Shadow bufa com o comentário de Locks. — Certo, Não tem menos


de cinco meses que Babs pegou você com suas calças em volta de seus
calcanhares, fodendo Candy?
Agora eu entendo porque existe tanta tensão entre Candy e Babs, e o
que Babs quis dizer sobre Locks trair.
— Sim, foi, e eu impedi essa merda. Babs sabe melhor do que dizer
alguma porra ou outra coisa acontece. — Locks toma um trago de seu
cigarro.

Ele realmente disse ‘ou outra coisa acontece’? O que isso significa?
Ele bate nela? É assim que é estar com um deles, eles podem trair você e se
você disser alguma coisa eles batem em você? Meu peito de repente se
sente pesado, o pulsar na minha cabeça começa novamente.
— Eu não estou aqui para ter uma sessão de terapia com você; se
você encontrar Dani, diga para ela trazer a bunda de volta no Clube. —
Locks se vira e sai, seus passos pesados deixando uma trilha. Shadow olha
para mim e acena quando está limpo. Eu saio de trás da porta, e olho para
Shadow. Tantas perguntas para fazer, mas eu não quero o ofender. Ele
instantaneamente pega meu rosto com suas mãos de graxa e olha dentro
dos meus olhos.

— Respire, Dani. Alguns homens fodem ao redor de suas old ladies;


isso é apenas vida do Clube, — ele diz isso com tanta calma, como se fosse
norma social.

— Eu não acho que eu poderia ser uma old lady, — eu sussurro em


confissão.
Shadow sorri. — Eu posso ser um imbecil, mas se você fosse minha
old lady, eu não foderia por aí e eu nunca levantaria uma mão para você. Só
o pensamento de você estar com dor me faz querer matar alguém. Você me
entende? — seu tom é austero, seu rosto está sério; eu sei que ele está
dizendo a verdade. Como eu pude pensar que Shadow seria assim? Ele
alega ser uma besta, e ele pode ser com outras pessoas, mas nunca comigo.

— Eu entendo.

Ele inclina sua cabeça na minha e arrasta seus dedos pela minha
bochecha. Seu toque é tão sincero e carinhoso. Eu poderia ser sua old lady
se ele quisesse.

— Bom. Agora vem aqui; eu quero te mostrar uma coisa, — ele sorri
o maior sorriso de menino que eu já vi enquanto ele agarra minha mão. Nós
passamos por algumas motos e seguimos para o fundo do corredor para
fora da loja.
Nós paramos de frente a um carro preto; eu nunca vi nada assim.
Nunca tinha visto um carro tão sexy na minha vida; ele grita músculos.

— É uma Shelby Mustang 1965; era do meu pai, — ele puxa um


pano de graxa de seu bolso e esfrega uma mancha no capô. Eu ando em
volta do carro, absorvendo sua beleza; sua masculinidade.

— Eu gosto muito. É sexy, — eu olho para cima e seu sorriso brilha


ainda mais. Ele é tão fofo com esse sorriso infantil em seu rosto. Garotos e
seus brinquedos.
— Cara, você continua ficando melhor e melhor, — seu sorriso se
torna maldoso e ele pisca para mim, fazendo minhas calcinhas molhadas de
desejo. Olhando para ele e esse carro fodão, tudo que eu quero é que ele me
jogue sobre o capô e me tome.

— Eu vejo o olhar em seu rosto, e acredite em mim, eu já pensei


sobre isso. Mas é muito arriscado, — ele replica. É maluco como ele pode
ler minha mente tão facilmente depois do pouco tempo que temos estado
perto um do outro.

— Você pode me levar para uma volta? — talvez se nós sairmos


daqui nós possamos ter alguma diversão no banco traseiro. Bom Deus, me
ouça; eu pareço uma vadia.

— Nah, eu ainda tenho que obter um motor. É um carro velho, então


é difícil de achar.

Merda.

— Dani! Dani! — eu ouço meu nome sendo chamado do Clube.

— É melhor eu ir, — eu começo a andar e Shadow agarra minha


mão, me parando.

— Vejo você às cinco, vagalume — eu apenas sorrio para ele e ando


para longe. Ele bate duro na minha bunda quando eu passo, e eu guincho
com prazer.

Capítulo treze
DANI
Eu estou sentada na mesma cadeira pela terceira vez hoje. Meus
dedos pinçam e arranham as depressões e sulcos da madeira da mesa
enquanto eu espero o silêncio constrangedor acabar. Meu pai está sentado
na cabeceira com uma garrafa de Jack próxima a ele rodopiando um copo
de dose entre seu dedo indicador e polegar. No lado oposto da sala, minha
mãe está dando passadas pelo chão; suas mãos em seus quadris depois
cruzadas em frente ao seu peito. Eu acho que está na hora da terapia de
família; onde está nossa terapeuta quando você precisa dela?
— Essas brigas de cadelas vão parar; eu quero que vocês duas façam
as pazes agora. Eu não vou ter isso acontecendo no meu Clube nem
fodendo. — meu pai finalmente quebra o silêncio, sua voz calma e
controlada, ele ainda está olhando direto para minha mãe como se ele
estivesse falando apenas com ela.

— Seu Clube; isso é tudo que importa para você, sempre foi.
Algumas coisas nunca mudam, — minha mãe discursa enquanto ela
continua a passear pela sala, nem ao menos olhando em nossa direção.

— Você sabia o nível de dedicação que eu tenho para este Clube


quando nós estávamos juntos. Isso nunca mudou, Lady. — sua voz sobe
ligeiramente; eu posso dizer que ele está irritado com ela.

Minha mãe para de dar passadas e se inclina sobre a mesa com suas
mãos. Ela encara diretamente meu pai, — É Sadie. Quantas vezes eu tenho
que te dizer isso? — ela praticamente berra para ele.

Ele suspira pesadamente antes de torcer a tampa da garrafa de


uísque e derramar o líquido âmbar no pequeno copo o enchendo até a
borda. — Eu não vou ter você colocando suas mãos na minha filha de novo.
— sua voz e rosto são um aviso para minha mãe. Ele bebe a dose, deixando
o uísque descer em sua garganta. Ele nenhuma vez vacilou.

Não é a primeira vez que minha mãe me estapeia; ela costumava


fazer isso muito quando eu aceitava o que ela fazia com resignação. Mas
esta, no entanto, será a última vez.
O rosto da minha mãe está vermelho, suas narinas dilatadas com
raiva. — Eu estou indo embora hoje; agora! — ela me olha questionando,
perguntando silenciosamente se eu estou indo com ela. Eu olho para longe
dela, evitando sua olhar questionador. Não tem jeito no inferno de eu ir
com ela.

— Você não pode, nós não achamos aquele imbecil do seu ex. Não é
seguro, — meu pai explica, com sua voz calma.

— Sim, bem, eu vou correr o risco, — ela diz com um humor


desgostoso em sua voz. — Eu entendo que você não está vindo? — ela
finalmente me pergunta.

Eu encaro a parede em frente a mim, evitando o rosto questionador


de ambos os meus pais. Eu não sei se meu pai quer que eu fique e eu não
quero ir com minha mãe. Se meu pai não me quiser aqui, eu prefiro viver
como uma desabrigada do que voltar a ser o que minha mãe quer que eu
seja; não depois de ter descoberto quem eu realmente sou. Ela vira em seu
pé e joga suas mãos para cima como se ela estivesse lavando suas mãos a
meu respeito.

— Quando eu estava grávida de você eu pensei que minha criação


iria vencer sobre sua natureza. Eu devia ter visto os sinais enquanto você
crescia, mas, aqui estou eu, sendo estapeada na cara pela minha decisão de
ter você como minha filha, — ela se vira e olha para mim, seus olhos cheios
de lágrimas. Eu percebo que ela pensou em abortar quando ela descobriu
que estava grávida, isso não me surpreende de verdade.

— Eu ficarei. Eu posso nunca me tornar a pessoa que você quer


como uma filha. Eu nunca senti como se eu encaixasse no seu molde.
Depois de estar aqui, eu sinto como se soubesse quem eu sou agora, — as
palavras escorregam dos meus lábios quase como um sussurro. Meu pai
não objetou até agora; ele deve querer que eu fique.
— Você pensa que você sabe quem você é agora, mas existem
apenas quatro coisas que você pode se tornar em um clube fora da lei como
esse: uma puta, uma drogada, uma prisioneira ou morta. Não venha
correndo de volta para mim, e não diga que eu não te avisei. — ela me
encara com raiva e depois encara meu pai. — Eu já chamei um taxi. Vocês
dois aproveitem um ao outro. Vocês ambos são monstros da mesma forma,
— ela se vira em seus saltos e sai. Ela saiu da minha vida tão facilmente;
como se eu fosse um carro usado que ela não quer mais.
Eu sinto o calor molhado na minha bochecha, picando os cortes que
Candy deixou para trás. Meus dedos esfregam as lágrimas que meus olhos
não sabiam que estavam derramando.

— Aqui, você pode precisar disso, — meu pai escorrega o pequeno


copo meio cheio com o uísque pela mesa. Eu lanço para dentro e sinto a
queimadura descer todo o caminho através da minha garganta e em meu
estômago. Meu corpo instantaneamente se sente aquecido e relaxado. Meus
olhos enchem de água e me faz tossir com o assalto ligeiro.

— O que agora? — eu pergunto, incerta se isto é o que ele quer; se


ele quer a mim.

— Nós iremos amarrar alguns fios soltos, ter certeza de que tudo
está seguro, e colocar você em seus pés, querida, — seu rosto e voz são
sinceros; eu posso dizer que ele não quer nada além de que eu fique aqui.

— Você é meu sangue. Você sempre será bem vinda aqui e sempre
será protegida, Dani, — ele bate em meu ombro. — Além disso, eu meio que
gosto de você, — eu olho para cima para um Bull sorridente, rugas
emoldurando seus olhos verdes brilhantes.

Eu acho que este é meu lar agora. Com esse pensamento, meus
lábios franzidos se tornam um sorriso maroto.

* * * * *

Eu ando para fora no pátio para o encontro marcado para as cinco e


encontro Shadow já me esperando em sua moto. Ele está usando um jeans
confortável, uma blusa branca e seu colete. Seu cabelo preto está todo
bagunçado em cima, como sempre, e ele abre um sorriso preguiçoso
quando ele me vê andando em sua direção. Apenas a visão dele me tem
tremendo com excitação. A cada dia eu me sinto caindo mais profundo em
sua teia.
Ele me entrega o capacete e acelera sua moto. O rugir saindo dos
canos de cromo sobem pela minha espinha. Eu coloco meu capacete e
monto a garupa de sua moto. Ele agarra minhas pernas e me puxa para
perto me fazendo sorrir. Em um minuto, nós voamos para frente e estamos
fora do pátio batendo no chão pavimentado. Seu cheiro é intoxicante; seu
shampoo picante misturado com graxa. Eu posso dizer que ele tentou lavar
toda a graxa, mas o cheiro ainda permanece. Eu amo; é tão masculino.

Olhando para o pôr do sol, eu vejo grandes nuvens cinza enchendo o


céu; parece que uma tempestade se aproxima. Eu me pergunto onde
Shadow está me levando. Isto deve ser interessante. Aliás, eu aposto que
qualquer coisa que ele tenha para oferecer vai ser melhor do que os
encontros às cegas que minha mãe costumava me arrumar; eles sempre me
levavam paras os lugares mais caros e jogavam dinheiro ou o nome de suas
famílias ao redor como se isso fosse lisonjeiro; não era.

Eu sinto a moto se inclinar para o lado da estrada nos trazendo de


volta a praia que ele me levou há uma semana ou mais. Eu não estou
reclamando. Eu amo a praia e isso pode ser romântico. Mas novamente,
Shadow disse que ele não faz romance.

Eu desço da garupa da moto e entrego para Shadow meu capacete.


Ele pega e me entrega um cobertor colorido de vermelho e preto de um dos
13
alforjes .
— Vá achar para nós um bom lugar; eu te seguirei em um segundo.

Eu pego o cobertor e faço meu caminho pela morna areia da praia. A


brisa está levantando as ondas que quebram na praia. Eu escolho um lugar
e jogo o cobertor no chão. Sentando em um canto, eu tiro meus sapatos e
meias e afundo meus pés no calor. Sentir os grãos de areia se espalhando
entre meus dedos é incrível; é tão relaxante. Eu precisava disso depois das
últimas vinte e quatro horas que eu tive. A lembrança do que aconteceu
com Candy e minha mãe, traz arrepios na minha pele. Eu não tenho estado
há muito tempo no Clube e eu já consegui fazer estragos. Que bagunça.

Eu olho para trás para encontrar Shadow acomodando um cooler


vermelho e chutando suas botas e meias.

— O que tem no cooler? — eu pergunto, levantando meu queixo em


sua direção.

— Eh, minha tentativa de ser romântico, — ele responde, rindo.

Ele abre a tampe e puxa um pote plástico com sanduíches cortados


em triângulos, então ele puxa outro pote com queijo e uvas, seguidos por
duas cervejas. Eu estou completamente chocada, minha boca está caída
aberta e meus olhos arregalados como pratos.

— Eu sei que não é um restaurante cinco estrelas, ou nada


extravagante, mas isso é o máximo de romântico que eu posso ficar, — ele
esfrega as costas de seu pescoço e olha na minha reação. Ele pensa que eu
odiei; que eu estou mortificada que ele poderia me fazer sanduíches para
um encontro, mas a verdade é, eu amei. Eu odeio que ele pense que eu sou
uma mulher da classe alta de New York que é impossível de agradar. Eu
aposto que todos no Clube pensam isto

— É perfeito, — eu respondo, minha voz cheia de emoção.

Ele bufa para mim. Ele obviamente pensa que eu estou mentindo.
Idiota.

— Eu não estou mentindo, — eu protesto.


Ele senta e abre o pote com os sanduíches. Ele pega uma mordida
enorme e olha para as ondas quebrando. Eu rastejo até ele e sento
escarranchada sobre seu colo, pegando seu rosto com a mão em concha
então ele está olhando diretamente para meus olhos. Suas bochechas,
ásperas por sua barba parecem o céu debaixo de meus dedos.

— Eu estive nesses restaurantes cinco estrelas que você está


falando; tenho certeza que eles podem ser legais, mas qualquer um pode
jogar dinheiro para que outra pessoa cozinhe para seu companheiro. Isso
leva muito mais planejamento. Você mesmo fez isso; você não contratou
outra pessoa para evitar aborrecimento. Isto é mais íntimo que qualquer
coisa que você pode considerar como chique... — ele pega meu rosto e
levemente escova seus lábios sobre os meus, tão tenro e amigável que eu
me esqueço quem está me segurando.

— Então você acha que eu sou seu companheiro? — ele sussurra


contra meus lábios, seu hálito cheirando a peru.
Minhas bochechas brilham e meu coração começa a galopar como
um cavalo. Merda, eu disse companheiro. Eu sei que rótulos não é uma
coisa nossa. O ter me levando para um encontro já é pressionar e aqui estou
eu dizendo “seja meu namorado”.
— Eu... uh... eu quis dizer... — eu engasgo, sem ter certeza do que
dizer; com medo de que qualquer coisa que sair possa empurrar ele para
longe.

— Eu estou apenas zoando com você, — ele ri, parecendo divertido


com meu estado de pânico. Imbecil. Ele pode agir como se ele estivesse
mexendo comigo, mas é claro que ele tem problemas de confiança.

Tentando evitar a situação, eu alcanço um dos sanduíches


triangulares e dou uma mordida. É o sanduíche mais delicioso que eu já
comi. É de peru e queijo cheddar com algum tipo de salsa; é simples e ainda
dá água na boca.

— Isto é incrível, — eu coaxo com a boca cheia de comida.

Ele ri; uma risada tão profunda e charmosa que me faz rir com ele.
Ele se inclina e pega a salsa que está pendurada no canto da minha boca
com seu dedo indicador. Então ele coloca em sua boca, chupando o dedo
até o limpar. Minhas partes sexuais querem estes hábeis lábios em mim ao
invés de em seu dedo. A dor em meu núcleo começa a latejar. Eu tenho que
tirar esses pensamentos da minha cabeça ou eu nunca vou sobreviver a
esse encontro.

Ele inclina sua cabeça para o lado. — Como uma garota como você
não foi tomada ou não tinha sido tomada? — ele pergunta, mordendo outro
sanduiche.
— Oh, bem, não é como se eu não tivesse tentado, ou que eu nunca
tenha tido um namorado antes. Quando eu estava no ensino médio, meu
namorado e eu fomos para minha casa dar uns amassos porque minha mãe
supostamente estaria trabalhando até tarde. Ela acabou entrando em casa e
nos pegando bem na hora que nós estávamos ficando prontos para fazer o
negócio. Ela era ótima em me pegar exatamente antes que eu fizesse uma
coisa que ela não aprovaria. Ela o arrastou pelos seus cabelos para fora da
casa; eu pude ouvir minha mãe gritando com ele todo o caminho até a
porta. Ele não falou comigo mais depois disso; eu não tenho certeza se foi a
vergonha de minha mãe ter jogado ele na rua meio nu ou as coisas que ela
disse para ele, mas ele não foi o único cara que manteve distância de mim
depois disso. Eu nunca tive um encontro pelo resto do ensino médio.
Quanto na faculdade, minha mãe deixou claro que eu não deveria farrear, e
isso é para o que faculdade serve, então eu não fiz amigos de verdade. — eu
olho para cima e vejo humor em seu rosto.

Ele balança sua cabeça. — Sua mãe é alguma coisa além, — ele
responde, tomando um gole de sua cerveja.

— Nem me diga. Eu não acho que eu vou ver ela de novo depois de
hoje, no entanto. — eu sinto culpa crescer no meu peito. Eu odeio que eu a
empurrei para longe, mas eu sinto que se eu não o fizesse, eu nunca seria
capaz de viver minha própria vida. Eu suspiro pesadamente, tentando
afastar minha mãe da minha cabeça; eu quero aproveitar nosso encontro.

— Eu sei; mães é uma raça única não são? — eu olho para ele e vejo
seus bonitos olhos azuis escurecerem; eu me pergunto qual é o caso com a
sua mãe. Onde está seu pai? Quando eu estou quase deixando as perguntas
escaparem de meus lábios, seu celular toca. Ele olha para a tela e respira
fundo; todo seu corpo fica tenso e seu jeito muda completamente. Ele fica
de pé e atende.

— Você sabe que é uma mulher morta, certo? — ele olha em volta de
nós freneticamente; eu olho para ver se eu posso descobrir o que ele está
procurando.

— Cadela, se eu te achar, você está fodidamente morta. Você me


ouviu? — ele olha para a tela e então enfia o celular em seu bolso. Quem
quer que fosse desligou na cara dele. Sua mandíbula cerra e seus olhos
azuis parecem tão escuros como a noite. Ele corre suas mãos indo e vindo
pela sua cabeça antes de olhar para baixo para mim.

— O encontro acabou. Levante; me ajude a pegar essa merda. — ele


começa a jogar a comida no cooler; seu estado frenético me coloca em
pânico. Ele agarra minhas mãos trêmulas quando eu alcanço o cobertor.

— Ei, se acalme. Eu sinto muito que eu esteja pirando; apenas não é


seguro aqui nesse momento. Sua segurança importa mais para mim do que
tudo. — ele coloca um cabelo liso atrás da minha orelha, esperando que eu
responda.
— Eu entendo.
Eu entendo que ele se importe com minha segurança, mas é uma
merda que nosso encontro tenha que acabar. Eu quero mais de Shadow, e
quando estamos no Clube, nós temos que nos esconder e esgueirar. Eu
odeio isso. Aqui nós podemos ser tão abertos quanto quisermos, e não
precisamos nos preocupar se alguém nos vê.

— Ei, eu vou compensar você mais tarde esta noite. — ele agarra
cada uma das bochechas da minha bunda com uma de suas grandes mãos e
me puxa para frente; ele domina toda minha visão. Se inclinando, ele morde
duro meu lábio inferior, me fazendo sentir o gosto de sangue. A dor é um
sentimento bem-vindo; me lembra de como eu me sinto viva com Shadow.

— Vamos, vagalume, — ele graceja quando ele pega minha mão. O


nome vagalume chama minha atenção.

— Como você pode concordar de todos me chamarem disso? — eu


pergunto batendo em seus braços de brincadeira.

Shadow me puxa para perto e olha para mim intensamente. —


Porque eu posso dizer que você teve uma vida difícil e você ainda tem esse
fogo por dentro. — ele acaricia minha bochecha com seus ásperos dedos. —
Aquela noite você estava dançando na cozinha e cantando... apesar da
tempestade de merda que estava em torno de você e da forma que eu
estava te tratando... nunca apague esse fogo.
— Você teve uma vida dura também. Eu posso dizer. — eu digo as
palavras antes de pensar sobre elas e instantaneamente me arrependo.

Shadow encolhe os ombros. — Eu tive. — ele olha para a água com


um olhar fixo distante. — Existem muitas formas de negligência, Dani. Sua
mãe te negligenciou emocionalmente; a minha me negligenciou
literalmente. Eu, no entanto, não tenho nenhum fogo restando em mim.

Pensando em nossas histórias eu posso entender porque nós somos


tão fortemente atraídos um pelo outro; faz sentido agora. Nós sentimos o
dano um no outro, como dois animais feridos cuidando do outro; por
sobrevivência. O passado de Shadow é escuro; seu apelido diz isso. Meu
passado também me afetou de forma negativa, sim; mas esperança de um
futuro diferente ainda queima dentro de mim. Eu posso ser o fogo; a luz
que Shadow precisa para sair da escuridão na qual ele vive. Ouvir a razão
de Shadow para eu ser chamada de vagalume me fez gostar do nome; me
dá esperança para nós.
Nós chegamos ao Clube no momento certo. Enquanto nós entramos
no pátio, o céu se abre e começa descer chuva. Nós dois começamos a rir e
correr para dentro do Clube. Mesmo com a distância pequena, nós
acabamos ensopados. Quando nós entramos, Bobby está sendo lambido e
agarrado por uma garota que eu não reconheço. Alguns prospectos estão
no bar gritando e vaiando uns para os outros. Apenas Bobby olha em nossa
direção por um segundo antes de voltar para sua companhia feminina.
Andando através do hall para o quarto, eu olho sobre meus ombros e vejo
Shadow admirando como minhas roupas estão grudadas em meu corpo
molhado. Eu me viro e ando de costas, brincando com o botão dos meus
jeans. Eu mordo meu lábio inferior, meu cabelo molhado caindo sobre meu
rosto enquanto eu o encaro com luxúria. Ele está esfregando seu lábio
inferior com seu polegar.

Assim que nós entramos no quarto, ele bate a porta com um chute e
me joga contra a parede com seu corpo. Ele aperta sua boca com força
contra a minha, contundindo meu lábio. Eu instantaneamente enrolo meus
braços em volta de seu pescoço querendo mais, enquanto ele trilha sua
língua todo caminho da minha mandíbula até minha orelha. Ele suga o
lóbulo da minha orelha em sua boca, me fazendo gemer levemente. Como
se um fogo tivesse sido aceso, nós começamos a empurrar e puxar nossas
camisas e calças, elas estão pesadas como tijolos estando molhadas como
elas estão. Ele me pega e me joga sobre a cama.

Com tesão expectante, eu assisto enquanto ele engatinha até mim


como uma pantera habilidosa. Sua cabeça para nas minhas calcinhas e ele
as puxa com seus dentes. Eu dobro meus joelhos; a tentação quase demais
para suportar. Ele alcança suas mãos sobre as calcinhas e as rasga em
pedaços, seus músculos flexionando no processo. Deus, ele é tão sexy. Eu
posso sentir meu corpo se retorcer ainda mais apenas olhando para ele. Eu
encontro seus olhos com as minhas próprias necessidades brutais. —
Shadow, — minha voz treme. Eu não tenho certeza se eu posso suportar
mais antecipação.

Shadow grunhe e me agarra pelos quadris; seus dedos me


machucando com seu aperto másculo. Ele me vira e me joga sobre meu
peito. Ele puxa meus quadris para cima, fazendo minha bunda ficar no ar.
Em segundos, ele puxa sua cueca até seus joelhos e empurra seu massivo
comprimento dentro do meu núcleo molhado, me fazendo gritar com a
surpresa. Ele levanta sua mão e me rodeia cobrindo minha boca enquanto
ele empurra para dentro e para fora, seus quadris martelando meu sexo
delicado. Eu posso sentir a cama movendo pra lá e a para cá com nosso
ritmo.

Ele tira sua mão da minha boca e dá um tapa na minha bunda; a


picada uma prazerosa dor. Sangue corre para onde ele me bateu, deixando
minha metade de baixo hipersensível e me fazendo ainda mais molhada. Eu
arqueio minha bunda mais alto, o convidando a me bater novamente. Eu
jogo meu cabelo em um lado da minha cabeça e olho sobre meu ombro para
espreitar Shadow. Ele está olhando diretamente para mim; sua boca meio
aberta daquele jeito sexy.

— Fale, — ele exige entre estocadas, sabendo que eu quero que ele
me bata de novo.

— Me bata, Shadow. — eu digo sem ar. Minha voz está pesada com
luxúria. Eu pareço tão erótica, que nem ao menos reconheço minha própria
voz.

Ele puxa suas mãos para trás e bate em minha bunda de novo. Minha
cabeça cai de novo e eu gemo. Eu posso sentir a mim mesma tentando
despencar da borda do êxtase. Ele chega com sua mão e enrola em meu
cabelo, puxando levemente.

— Porra, sim, bem assim, baby, — ele grunhe quando ele começa a
estocar mais duro. Eu posso sentir seu comprimento pulsar dentro de mim;
o ajuste apertado. Meu corpo começa a estremecer com calor. Eu
choramingo quando o calor se espalha para meus pontos sensíveis. Ele
geme enquanto eu aperto em sua volta, mandando nós dois pela borda
juntos. Nossa explosão simultânea é tão tóxica, animalesca e crua. Ele cai
em cima de mim, nos levando a entrar em colapso.

— Porra, isso foi ótimo! — ele diz. O máximo que posso fazer é
assentir; eu estou tão sem fôlego que me sinto exausta na hora. Meus olhos
fecham; tudo que eu posso ouvir é a respiração profunda de Shadow e meu
forte batimento cardíaco me embalando para dormir.

Capítulo catorze
SHADOW
Eu fico deitado assistindo Dani; sua pele de seda; salpicada com
gotas de suor, sobe e desce rapidamente. Ela é de tirar o fôlego. A ver
pingando por causa da chuva foi a coisa mais erótica que alguma vez eu
fodidamente vi. A provocação descarada me fez a querer ainda mais. Então
eu a fodi até eu pensar que ela iria entrar em combustão sobre meus dedos,
deixando nós dois ofegantes. Sua respiração diminui; ela deve ter dormido.
Eu esfrego seu longo cabelo enrolado de seu rosto; ela é realmente linda;
doida como a merda, mas linda. Eu fiquei deitado por vinte minutos
encarando ela, me perguntando o que no inferno ela vê em um fodido
motoqueiro como eu. Minha mãe drogada me ameaçando hoje me pôs
lívido. Ela arruinou meu tempo sozinho com Dani.

Então você tem alguém especial? Melhor me entregar o que


pedi ou ela é minha.

A ligação curta fica passando em minha cabeça de novo e de novo.


Eu não neguei que Dani é especial para mim e apenas o pensamento de
alguém causando dano a ela me faz querer queimar toda essa fodida cidade
até as cinzas. Mas eu tenho que manter minha cabeça em linha reta. Não há
como dizer o que essa viciada vai fazer. Me sento e percebo que a bunda cor
de oliva de Dani está vermelho-cereja pelos meus tapas. Quem poderia
dizer que ela era uma devassa na cama? Essa merda estava quente como o
inferno. Me lembro de tentar espancar Candy uma vez e ela chorou como
uma vadia; eu mal a tinha tocado.

Eu escorrego para fora da cama e percebo que minhas cuecas ainda


estão em torno de meus tornozelos. Eu estava com tanta pressa para estar
dentro de Dani, que eu nem mesmo me incomodei em retirá-las. Eu as puxo
para cima e começo a pegar minha calça jeans e minhas merdas, quando
percebo uma calcinha rosa rasgada. Eu sorrio enquanto eu a pego e inalo;
ela tem o cheiro do perfume de pêssego de Dani. Eu a enfio no meu bolso e
continuo a colocar minha merda de volta. Vou até Dani e beijo sua
bochecha levemente antes de sair pela porta. Eu preciso ir para casa e
pegar algumas roupas limpas; talvez até mesmo tomar banho. Eu odeio
deixar Dani, mas estar aqui durante a noite é muito arriscado.

* * * * *

Caminhando pelo clube esta manhã, sinto o cheiro de café e me


dirijo direto para o bar. Eu preciso de algo para me acordar depois de
tentar descobrir como encontrar aquela vadia da minha mãe a noite toda.

— Aqui, do jeito que você gosta, — diz Babs, me entregando uma


caneca de café. Ela sempre me levanta. Amo essa mulher; eu não sei por
que ela aguenta a besteira do Locks. Ela realmente é uma mulher incrível.

— Obrigado, Babs. — eu tomo um gole; é perfeito; preto com duas


colheres de açúcar. Eu sento no bar perto de Bull. Ele está mastigando uma
torrada, derramando migalhas por todo lugar.

— Recebi outra ligação da cadela ontem à noite. — eu assopro


gentilmente o quente café em minha caneca.

Bull termina a última mordida de sua torrada e olha para mim; ele
esfrega sua mandíbula áspera pensando. — Vamos, rapazes. Tenho merda
pra falar. Hora da missa.

Eu entro na sala de reuniões e sento perto de Bull, enquanto o resto


dos rapazes me segue pela porta. Quando Bobby entra, eu olho para cima e
vejo pontos vermelhos em seu pescoço.

— Que porra aconteceu? Você parece um leopardo maldito, por


Deus, — eu pergunto, sem me segurar.

Ele esfrega seu pescoço como se ele pudesse limpar os chupões, suas
bochechas ficam vermelhas. — A maldita cadela era como um vampiro
fodido. Está parecendo tão ruim? — ele pergunta, inseguro.

Nós todos começamos a rir entre dentes. Bobby sempre aparece


com alguma história sexy fora do normal. Eu não tenho dúvidas de que ele
provavelmente achou uma garota que achava que ela era uma vampira.
Uma vez, ele perdeu a missa e nós o encontramos em um dos quartos do
Clube, algemado a cama com uma mordaça em sua boca. Ele nunca nos
disse quem fez isso com ele. Mas essa merda foi engraçada.
— Novo assunto. — Bull acende um cigarro e balança a cabeça em
minha direção.
— Minha drogada mãe ameaçou que se nós não a suprirmos com
dinheiro ou droga, ela vai pegar Dani.

— Sua mãe deve estar te seguindo? — Locks fala, dizendo uma coisa
que eu já tinha imaginado. Eu odeio quando eles se referem a essa puta
como minha mãe; faz meu sangue gelar.
— Sim, eu assumi, — eu replico friamente.

— Eu não entendo porque ela não fez nada; apenas ameaçou. —


Bobby levantou uma boa questão. Porque ela não tentou pegar Dani, ou ao
menos apareceu aqui no Clube?

— Sim, não parece certo. Apenas permaneça perto de Dani, Shadow,


— Bull diz. Se ele soubesse o quanto eu estou perto de Dani; ele iria pirar.
14
— Negócio antigo ?
— Lady? — Locks pergunta.

Essa cadela é definitivamente négocio velho. Ela faria bem em


permanecer longe da Dani. Alguma coisa sobre ela é apenas... fora. Eu não
bato em mulher, mas eu faria uma exceção para essa.

— Sim, eu tenho certeza que essa cadela se foi. Eu não posso dizer
que estou triste sobre isso também. Ela não é a mesma mulher que ela
costumava ser; ela é todo tipo de fodida agora. Não sei se eu fiz isso ou se
foi a vida no geral; eu posso ver o arrependimento sobre o que aconteceu
com Lady.

— Deseje como um santo; confie como um pecador, — Bull fala


cheio de remorso. Todos acenamos, conhecer Lady foi a única vez que ele
não seguiu seu próprio conselho. Lady parece como uma santa por fora,
fazendo fácil confiar nela, mas no fundo ela está longe de ser santa.

— E Stevin? — Bobby pergunta, querendo saber se ele ainda é uma


ameaça.

— Foda-se ele; ele é problema da Lady. Ela foi embora por vontade
própria, — Bull diz despeitadamente. Sua expressão foi de indiferente para
dura em um segundo.
— Eu tenho umas novidades para você. Você pode achar
interessante, — Hawk sufoca de trás da mesa preta. Todas as cabeças se
viram esperando o pássaro velho cuspir para fora. — Alguns civis disseram
que tem visto alguns caras chamados El Locos correndo pela cidade. — a
voz de Hawk é tão áspera que é até difícil entender o fodido.

— Faz sentido. Aposto que eles estão fodidos de raiva que nós
declinamos seu serviço de merda. O tiroteio foi amador, e eles
definitivamente parecem amadores. — Bobby diz, indicando que eles
podem ser os responsáveis pelo tiroteio.

— Nós vamos cuidar disso hoje. Bobby, Shadow, Locks, vocês estão
comigo. Locks, peça que Babs consiga algumas garotas, incluindo Dani, para
comprar comida e estocar um pouco mais de bebida. Quando nós voltarmos
eu quero me perder. — Bull levanta suas sobrancelhas em um gesto
obsceno. Retaliar contra os El Locos e farrear a noite toda parece como um
dia perfeito para Bull, e quando ele quer se perder, ele realmente quer
dizer isso.

— Hawk, onde nós podemos encontrar esses El Locos? — Bull


pergunta, apagando seu cigarro no cinzeiro.

— Eles estão ficando em um hotel; cerca de vinte minutos de


viagem. — Hawk entrega a Bobby um mapa; o fodido não ouviu sobre GPS
aparentemente.

Eu saio da sala e vejo Dani no bar comendo ovos. Ela olha sobre os
ombros e seus olhos instantaneamente conectam com os meus. Toda vez
que ela faz isso, eu sinto como se meu fodido estômago caísse para o chão.
Essa mulher me faz sentir coisas indescritíveis. Ela está com uma blusa
preta ajustada e jeans azuis; seus cabelos puxados para cima. Ela é
simplesmente linda.

— Vocês rapazes tenham cuidado! — Babs grita enquanto Locks


está beijando ela.

A corrida até o motel leva vinte minutos, assim com Hawk disse. É o
típico lugar decadente com pintura descascada e telhas faltando. Tem no
máximo vinte quartos. Nós circulamos o motel para tentar localizar em
quais quartos os El Locos podem estar, mas apenas encontramos um carro
ou dois. Eu olho para Bull e ele aponta para o escritório da gerência.
— Veja o que vocês podem descobrir, — Bull diz para Bobby e eu.
Ele sempre nos manda atrás de informação. As vezes nós podemos jogar
charme para a pessoa; outras leva um pouco mais de força. Eu
pessoalmente prefiro força a charme. Pelas portas de vidro, nós vemos uma
jovem garota com o cabelo preto em um rabo de cavalo e óculos pretos.
Mesmo que ela esteja sozinha no escritório, o olhar em seu rosto é de medo.
Só Deus sabe o que esses fodidos imbecis têm dito para ela. Nós
empurramos a porta aberta e um sino toca.

— Posso ajudar? — a jovenzinha pergunta, sua voz trêmula. Ela não


pode ter mais do que dezesseis; porque seus pais a deixariam trabalhar em
um lugar como esse está além de mim.

— De fato sim, você pode, menina bonita, — Bobby diz, jogando


charme. Ela cora instantaneamente; sua expressão de medo se
transformando em uma sombra vermelha de flerte. Obviamente Bobby é
charmoso e por sorte a balconista é, sem dúvida, uma romântica.

— Cindy é um nome bonito, — eu digo, lendo o nome no crachá e


fazendo com que ela core ainda mais.

— Obrigada. — ela sorri, mostrando uma boca cheia de aparelho.

— Você tem algum outro motoqueiro ficando aqui, boneca? —


Bobby pergunta para ela.

— Um… na verdade eu não estou autorizada a dar informações


como esta, — ela replica, enrolando seu cabelo.

Eu me debruço no balcão e coloco um cabelo liso atrás de sua orelha.


— Nós não diremos a ninguém, se você não contar, — eu estou claramente
flertando com uma garota menor de idade. Eu nunca faria nada com uma
garota de sua idade, mas se flertar com ela faz eu conseguir a informação,
então que seja.

— Sim, — ela gagueja, — nós temos uns chamados de El... El... Locos.

— Em quais quartos eles estão ficando? — Bobby pergunta.


Ela morde seu lábio, olhando em volta antes de continuar. —
Quartos de dez a quatorze, — ela responde baixinho.
— Por quanto tempo eles estão ficando?

— Eu acho que eu já disse demais; eu poderia perder meu emprego.


— honestamente, perder esse emprego não seria a pior coisa para ela.

— Eu nunca deixaria isso acontecer, eu prometo, — eu pisco para


ela, fazendo seus olhos iluminarem. Garotas podem ser tão ingênuas às
vezes. Eu acho que se eu agisse brega desse jeito perto de Dani ela iria rir
na minha cara. Talvez seja por isso que eu goste tanto dela; ela não é como
a maioria das garotas.

Ela começa a folhear um livro, arrastando os dedos pelas linhas


escritas. — Eles não têm uma data de saída, — ela responde.

— Obrigado, boneca, — Bobby diz, antes de piscar para ela.

Nós andamos para fora até Bull e Locks que estão conversando
sobre alguma coisa no estacionamento.
— Quartos dez a quatorze; sem data de saída, — Bobby diz,
interrompendo eles.

Bull senta ali coçando suas bochechas ásperas por um segundo,


pensando na próxima coisa que deveríamos fazer. Sons de assobios atrás
de mim me fazem girar para descobrir de onde isso está vindo. Um garoto
jovem usando um colete dos El Locos vem andando pela esquina. O logo de
El Locos é um estranho fodido olho que parece estar indo em círculos. O
olho representa a loucura que a palavra espanhola “loco” alega. Eu acerto
os braços de Bobby e balanço minha cabeça para o garoto. Bull e Locks
saem de suas motos quando eles veem o que nós estamos olhando. Eu puxo
minha pistola do meu coldre e silenciosamente me aproximo do garoto.
Quando estou perto o suficiente, eu empurro a cabeça da minha arma em
suas costas.

— Não diga uma maldita palavra ou eu vou atirar em sua espinha.


Você estará cagando através de uma bolsa pelo resto da sua vida. Acene se
você entendeu. — eu sussurro detrás dele; a onda de agressão me deixando
ligado. Ele balança sua cabeça.
— Tem mais de vocês? — Bobby pergunta, aparecendo ao meu lado.
O garoto balança sua cabeça negativamente. Ele está sendo
complacente, mas eu quero que ele lute de volta. Eu quero tanto apertar
esse gatilho que meu dedo está tenso.

— Nos leve para seu quarto. Agora, — Bull exige. Bull, Locks e Bobby
andam ao meu lado para nos esconder dos carros passando até que o cara
nos leva ao quarto 13. Seu corpo treme tanto que ele tropeça duas vezes.
Ele é tão patético, eu penso que eu posso até me sentir mal por o matar;
mas então, provavelmente não.
Eu não fui programado como os outros; coisas que doeriam na
consciência da maioria das pessoas, não me incomodam. Matar e torturar
outros, me faz sentir vivo; me dá o controle que eu desejo. Crescer com uma
drogada como mãe, mesmo que ela raramente esteve por perto, fode com
você. Eu desligo, eu fico dormente. Eu tenho visto coisas que eu não poderia
esquecer e eu aprendi a lidar com isso. O único momento que eu me sinto
vivo agora é quando coisas como esta vão para a merda.

Uma vez que estamos no quarto, o garoto se vira. O quarto está


cheio com garrafas de cerveja e lixo de fast food; cheira horrível. Eu olho
para baixo para o colete do garoto e noto que seu nome é Chad. Que nome
de merda fodida. Eu o empurro para o colchão com a ponta da minha arma
e checo o quarto para ter certeza de que estamos sozinhos.

— O que vocês garotos fodidos estão fazendo na minha cidade? —


Bull pergunta, sua voz profunda e suave.

— Vá se foder! — Chad cospe. Minha adrenalina sobe, faminta pelo


seu desafio. Ele claramente não sabe com quem está fodendo. Ele tem sorte
de eu não o matar agora.

Bobby, obviamente puto por quão desrespeitoso o merdinha é, anda


até o garoto e acerta ele no nariz com a arma. Sangue espirra para todo
lado. Ele tem sorte que é Bobby, porque uma vez que eu começo, não gosto
de parar. Bobby sabe disso de primeira mão. Nós nos conhecemos no
“reformatório”; ele tinha sido pego por causa de um grande roubo de
automóveis, eu por assalto. Eu quase o levei a um coma só por implicar
comigo por ser pobre.
— Porra. Tá bom, tá bom. — ele grita, segurando seu nariz e me
fazendo rir. Apenas levou um machucado para fazer ele dedurar seu
próprio clube; amador. Se ele fosse nosso, estaria a sete palmos do chão.
— Big Jim está puto por vocês terem nos desrespeitado. Ele está
aqui para se apoderar de seus negócios e ensinar algum respeito a vocês, —
Chad derrama, sangue voando sobre seus braços e mãos. Big Jim deve ser
seu presidente de merda.

— Como vocês descobriram minha casa segura? — Bull pergunta,


esfregando a maldita barba de seu rosto de novo.
— Que casa segura? — Chad pergunta timidamente. Ele sabe
exatamente de que porra nós estamos falando. Ele está começando a me
deixar puto com esse jogo. O cabelo se arrepia no meu pescoço e raiva flui
em minhas veias. Eu puxo a pistola de novo para o acertar; talvez apanhar
de novo o ajude a se lembrar.

— Nós seguimos vocês da pizzaria. Não me acerte de novo! — ele


grita rápido, enquanto ele deita de novo na cama para evitar minha arma.

— Nós mandamos Charlie buscar pizza aquela noite. Ele deve ter
sido seguido de volta para a casa segura, dando a eles nossa localização, —
eu lembro a todos.

— Fodido prospecto, — Bobby sussurra. — Ele foi seguido e nem ao


menos percebeu.

— Nós observamos a casa por algumas horas e vimos que havia


apenas três de vocês; era fácil, — Chad diz, encolhendo seus ombros. De
novo, a temperatura de meu corpo aumenta, eu agarro minha arma
apertado, e meu dedo encosta no gatilho.

— Foi fácil? Um dos meus homens levou um tiro, seu bosta fodido,
— Bull grita. O garoto apenas ri, sangue espirrando de seu nariz. Bull acena
para mim, — Mostre para ele o que acontece quando fode conosco. — eu
pairo minha pistola sobre a perna do garoto, — Não o mate, no entanto.
Nós não precisamos desse tipo de coisa agora. Só uma lição está bom, —
Bull insiste, sabendo que eu colocaria esse fodido no chão acertando uma
artéria essencial enquanto sorrio.
Chad instantaneamente começa a gritar como uma maldita garota
quando ele vê que estamos falando sério. Bobby pula na cama em cima dele
e tapa sua boca, silenciando seus gritos. Sem pensar duas vezes, eu miro
com minha pistola, engatilho e puxo; tudo em um movimento fluido.
O punk grita mais alto e seus olhos esbugalham enquanto a bala
penetra sua perna.

— Você achou que arrancaríamos seu pinto com a bala. Que


mulherzinha, — Bobby diz, rindo.

— Você diz para seu presidente, Big Jim, para tirar sua fodida bunda
da minha cidade ou da próxima vez esta bala vai estar em sua cabeça, filho.
— Bull diz; e com esse aviso o garoto desmaia.
— Você está brincando? — eu sorrio.

— Eu te disse, os El Locos são um pedaço de merda, — Bobby diz,


deixando o garoto cair no colchão fodido.

Enquanto nós dirigimos de volta para o Clube, eu tenho que admitir


que eu queria que a violência tivesse sido maior naquele quarto de motel.
Violência sempre foi a única coisa que me fez sentir vivo. Eu acabei
almejando esse sentimento. Muitas vezes no passado, eu trabalhei como
matador de aluguel quando os negócios do clube não conseguiam suprir a
sede por sangue. Agora, no entanto, tudo que eu consigo pensar é em Dani.
Estar com ela também me faz sentir vivo. Eu sei que eu preciso ser
cuidadoso. Eu não tenho certeza se eu posso depender dela, confiar nela,
ainda. Eu não sei como ela irá reagir quando ela descobrir toda a
profundidade das trevas que se esconde dentro de mim. Se eu chegar muito
perto, se eu a deixar entrar, a sua ausência poderia me deixar quebrado e
em pior forma do que eu estou agora. Oh, inferno, quem eu estou
enganando? Eu já a deixei entrar; isso é o que me assusta.

Quando nós estacionamos no Clube, Bull e Locks vão direto para


dentro, conversando sobre a festa de hoje à noite e deixando Bobby e eu
para trás.

— Oh, a propósito, irmão, quando eu saí do chuveiro hoje eu não


tinha nenhum jeans limpo, — Bobby interrompe meus pensamentos
enquanto ele desce de sua moto. — então eu agarrei um par mais ou menos
limpo da pilha de roupa suja. E acabei descobrindo que não era meu. — ele
olha para mim com um sorriso de lobo em seu rosto. Que diabos ele está
falando? Dividir um apartamento com Bobby está se tornando uma dor na
minha bunda.
— Bem, eu fui pegar meu celular do meu bolso e puxei essa deliciosa
coisinha. — ele segura a calcinha rosa de Dani. — Eu acho que elas tiveram
dias melhores, no entanto. — meus olhos se ampliam. — A única garota que
pode usar alguma coisa tão fofa é Dani.

Instantaneamente meu sangue ferve. Eu chego para agarrar ela de


sua mão, mas ele puxa de volta, me fazendo errar o alvo.

— Do jeito que eu vejo, Bull vai descobrir sobre vocês dois e quando
isso acontecer ele vai saber que eu sei. Eu vou acabar com pelo menos uma
bala e eu nem ao menos fodi a cadela. Eu acho que é justo eu ficar com essa
lembrança. — ele está rindo tanto, que eu mal consigo entender o que ele
está falando.

— Sua mente está realmente fodida se você pensa que eu vou te


deixar ficar com isso. Se você não me entregar, nesse mesmo fodido
momento, eu vou acertar outra bala no seu maldito pé. — eu
silenciosamente solto um grunhido para ele, esperando que Bull esteja
dentro do Clube agora.

— Ah, então você realmente me acertou no pé de propósito quando


nós éramos crianças. — seu tom é sério agora.

— Eu estou quase acertando uma bala no seu pau. — eu grito para


ele, ficando impaciente.

Ele ri e joga a calcinha na minha cara. — Que tipo de perfume ela


usa? Cheira fodidamente bem, — ele diz sobre seus ombros andando para
dentro do Clube. Eu não tenho dúvidas que ele tenha cheirado ela;
provavelmente se masturbado com ela. O homem é uma aberração e um
homem morto. Assim que eu estiver a sós com ele; eu vou empurrar
minhas botas em sua cara. Só o pensamento dele olhando para a calcinha
de Dani me faz ver vermelho.


Capítulo Quinze
DANI
Eu acordei essa manhã me sentindo dolorida em todos os lugares
certos. Mesmo agora, enquanto eu ajudo Babs nas preparações para a festa
de hoje à noite, cada doloroso movimento me lembra de onde Shadow me
tocou; de como ele me pegou sem misericórdia e me fez dele. Apenas
pensar sobre isso faz com que chamas de desejo lambam as pontas dos
meus dedos dos pés, passem pelo núcleo do meu sexo e terminem sobre os
picos de cada um dos meus duros mamilos, corando minhas bochechas.
Espero que ninguém perceba enquanto eu varro chão das escadas e
abasteço o bar com marcas variadas de cerveja e bebidas alcoólicas. Outras
mulheres estão indo e vindo, ajudando a montar bandejas de molho para
batatas fritas e todos os outros tipos de aperitivos. Babs disse que meu pai
quer uma festa hoje à noite, mas ela não mencionou se há uma ocasião
especial ou não. De qualquer maneira, eu tenho certeza que ele vai querer
que eu vá para o meu quarto. Eu não estou cedendo sem lutar neste
momento. Eu olho para cima de onde eu estou guardando garrafas e vejo
meu pai e Locks entrando. Locks vai para a cozinha para encontrar Babs, eu
tenho certeza.

— Ei, o que está fazendo? — meu pai me pergunta enquanto ele


caminha vagarosamente para o bar.
— Apenas ajudando Babs, — eu replico. — Ei pai, eu estava
pensando se eu posso ajudar como garçonete essa noite, — eu vomito as
palavras, nem ao menos pensando antes de falar.

— De jeito nenhum, absolutamente não. — ele responde


curtamente.
— Oh, por favor, Bull. Ela vai ver o que acontece no Clube
eventualmente, especialmente agora que ela está ficando, — Babs
intervém, saindo da cozinha.

— O que está acontecendo? — Shadow está parado perto do meu pai


parecendo confuso. Eu nem mesmo o vi entrar, eu estava tão envolvida em
convencer o meu pai a me dessensibilizar de bom grado.
— Ela quer trabalhar como garçonete hoje à noite na festa, — meu
pai diz para Shadow, enquanto ele esfrega sua mandíbula áspera. Eu amo
quando ele faz isso; me lembra do som de papel de lixa.
— Eu não acho que essa é uma boa ideia. — Shadow diz
rapidamente, seu rosto mais preocupado que alguma vez eu vi. Sua
expressão me pega de surpresa por um segundo. Ele está com medo de que
eu veja como ele realmente é nos momentos mais despreocupados do
Clube? A besta que ele diz ser é liberada? Não pode ser muito pior do que
ele lambendo coca do mamilo de uma prostituta, por favor.

— Ela vai ser paga; vai a ajudar se levar para fora do clube. Aposto
que ela se sairia bem com as gorjetas, — diz Locks. Me viro e olho para ele,
ele me quer fora do clube. Me lembro dele reclamando a Shadow sobre
mim e minha mãe ficarmos aqui.

— Sim, tudo bem, mas não me faça arrepender disso, Dani. — meu
pai fica em pé no bar, — Você tem alguma coisa boa para comer aí dentro,
Babs? Eu estou faminto. — ele entra na cozinha com Babs e Locks atrás
dele.

— Você pode me passar uma cerveja, vagalume? — Bobby pergunta.


Eu chego e agarro uma Bud Light para ele. Quando ele alcança a cerveja, eu
vejo sangue vermelho e preto espalhado em suas mãos e eu sinto todo meu
corpo drenado do meu rosto.

— Merda! — Bobby diz, tomando a cerveja da minha mão e


correndo para um dos quartos no corredor. Eu olho para Shadow e vejo
preocupação escrita em todo seu rosto. Eu sei que vou ter um pedaço do
monstro debaixo da máscara agora. O que ele não entende é que ter esse
vislumbre sob sua máscara pode me dar uma ideia melhor do que
exatamente eu tenho escondido debaixo da minha.

— Eu vou ficar bem; tudo vai ficar bem, — eu asseguro a ele,


sussurrando para que ninguém me ouça.

Ele balança a cabeça para o corredor, gesticulando para que eu o


siga. Uma vez que estamos no meu quarto, ele tranca a porta e vira para
mim. — Eu não quero você lá fora esta noite, Dani. — mesmo quando ele
está bravo, ele é deslumbrante.
— Sim, bem, eu quero estar lá fora. Você está com medo de que eu
vou ver essa besta que você diz ser?
— Você pensa que estar lá fora hoje a noite vai te dar um vislumbre
dos meus demônios? Rá! Talvez um pouco, mas a maior parte da minha
besta está relacionada ao que estava nas mãos de Bobby, Dani.

Eu sou completamente arrastada para trás com seu comentário. Ele


pensa que é uma besta porque ele tem matado? Ele é um assassino como
minha mãe diz; como as matérias dos jornais tem dito? O pensamento de
que ele tem matado é um pouco assustador. Eu estou certa que ele poderia
me matar em um segundo se ele quisesse.

— Esta noite vai ser apenas sobre rapazes tentando te pegar e


deixar você bêbada para que eles possam te comer. Ninguém vai desistir só
porque você é a filha do presidente, — ele diz, me tirando dos meus
pensamentos.

— Como você? — eu sorrio.

Ele ri enquanto ele corre suas mãos para frente e para trás em seu
topete bagunçado. — Sim, como eu.

Às seis da tarde há montes de motoqueiros no Clube; alguns eu não


tinha conhecido ainda. Há também um mar de garotas meio nuas. Eu não
posso ver para onde Shadow foi porque há tantos corpos e eu estou sendo
gritada pela esquerda e pela direta por drinks ou garrafas de cerveja.

Eu estou muito ocupada, mas de vez em quando eu olho para a


multidão e vejo coisas que eu nunca vi antes. No canto há um cara de outro
clube que tem a cabeça jogada para trás em êxtase enquanto a menina está
subindo e descendo em seu colo dando-lhe atenção com a boca. Isso me
excita, surpreendentemente. Há várias pessoas cheirando coca na mesa de
café com notas de dólar enroladas. As meninas meio nuas estão agora
correndo ao redor completamente nuas. Depois de uma hora, eu tenho
basicamente visto de tudo. O ar no clube se torna mais espesso, com o
cheiro de fumaça e perfume barato; e mais alto com a cacofonia de vozes e
música estridente. Para realmente ouvir o que alguém está dizendo, eu
tenho que ficar cara a cara e às vezes fazer leitura labial.

— Bem, olhe para você, — grita um cara com uma bandana preta e
barba preta descendo em uma trança. — Você deve ser nova. Eu lembraria
de uma moça como você. — ele veste uma camisa preta com o colete que
diz que ele é um dos nossos; seu nome, ‘OLD GUY’, esboçado em seu patch
desgastado. Eu nunca o vi antes, mas existem muitos membros que eu não
conheci pessoalmente.

— O que eu posso pegar para você? — eu grito, antes de tomar um


gole da cerveja que eu tenho debaixo do bar. Seu charme atencioso é
desperdiçado em mim; todos estão flertando. Isso é, todos exceto Shadow.
Onde ele está?

— Que tal você de joelhos? — ele grita de volta e balança sua língua
para mim. Eu posso apenas rir. Sério, essa é a cantada que ele usa em
garotas?
— Algo engraçado, cadela? — ele zomba, empurrando seu peito para
fora.

— Sim, o fato de você pensar que é um presente de Deus para as


mulheres. Ou você me diz o que quer beber ou sai da merda do caminho
para que eu possa ajudar outra pessoa, — eu grito de volta para ele
enquanto bebo minha cerveja de novo, esta é minha terceira, eu posso
sentir meus nervos relaxados e minha confiança crescendo.

— Sua pequena vadia! — de repente, ele pula sobre o balcão para


me agarrar com suas carnudas mãos. Eu instantaneamente agarro o
pescoço da minha garrafa, pronta para bater na cabeça do homem com ela.
Antes que ele possa fazer contato, no entanto, seu braço é rasgado as suas
costas. Eu olho atrás dele, seguindo o braço tatuado segurando o saco de
merda, para encontrar Bobby balançando a cabeça para o homem. Ele se
inclina e sussurra algo no ouvido do ancião. A face de Old Guy fica pálida,
depois séria.

— Seu pai deveria te prender antes que essa sua boca te coloque em
apuros, — ele zomba quando vai embora.

— Você é uma mulher corajosa para falar merda assim com um


motoqueiro; e o que no inferno você estava indo fazer com essa garrafa? —
Bobby pergunta divertido; seu rosto cheio de risada.

Eu olho para a garrafa que eu ainda estou segurando em minha mão.


Um pouco perplexa que meu primeiro instinto foi lutar.
— Você é diferente, — ele diz, tentando me animar.

— Como? — eu pergunto, tomando um gole de cerveja.

— A maioria das mulheres não bate boca com motoqueiros, — ele


diz, rindo. Eu encolho os ombros em resposta e sorrio.
Olho para fora no meio da multidão, para ver um enxame de pessoas
se moverem como um só e eu vejo Shadow de pé em um círculo de peitos e
pernas. A visão me faz soltar um suspiro e minhas mãos suarem. Eu odeio
como eu sou ciumenta e isso só me faz ainda mais irritada. Apenas uma
menina olhando para Shadow faz minhas garras saírem e ele não está
fazendo nada de errado; ele está apenas conversando.

De repente, na minha linha de visão, eu vejo um par de dedos


delicados fazerem pressão. Eles pertencem a uma mulher que eu não tenha
visto antes. O cabelo curto é preto com luzes loiras através dele. Seus olhos
esfumaçados e batom vermelho brilhante foram meticulosamente
aplicados. Uma jaqueta de couro preta está cobrindo a parte superior do
top vermelho, mas os blocos do balcão me impedem de ver mais abaixo. Ela
tem um olhar feroz; nada como as outras meninas que eu já vi por aqui.
— Posso ter duas cervejas aqui! — ela grita para mim, sua voz como
seda, ainda que atrevida.

— Sim, desculpe, — eu respondo, sendo arrastada do meu


embaraçoso episódio de boca aberta. Chego para dentro do refrigerador e
trago para fora duas cervejas. Ela revira os olhos enquanto ela arrebata e
sai. Eu não posso evitar ficar observando enquanto ela vai embora; suas
calças de couro pretas sobre sua pele firme, mostrando tudo o que sua mãe
lhe deu. Eu assisto os quadris balançando andar diretamente em direção a
Shadow e seu círculo de garotas.

— Esta é Chelsea; ela é uma das garotas do Clube. Ela tem tentado se
tornar a old lady de Shadow desde que ela colocou os olhos nele, — Bobby
agora ao meu lado, sussurra em minha orelha.

— E Shadow? — eu pergunto curiosa sobre o que Shadow pensa de


Chelsea.
— Shadow não tem relacionamentos. Isso foi o que ele disse para
ela, de qualquer forma. Ele fodeu ela algumas vezes, mas mandou ela
embora quando ele acabou. Ela é problema. Eu não acho que você tem nada
para se preocupar. — ele segura um pequeno copo de líquido claro na
frente do meu rosto, — aqui, toma uma dose comigo.

Eu assisto o rosto de Shadow se acender quando Chelsea entrega a


cerveja para ele, instantaneamente as outras garotas saem. Elas estão com
medo dela? Será que eu vou ter que reivindicar Shadow como eu fiz com
Candy?

— Coloque esse sal em seu pulso e lamba. Atire a dose e então


morda esse limão. — Bobby empurra o copo em minha mão, me tirando da
minha divagação. Ele vira meu outro pulso e balança sal nele. — Lamba.
Eu atiro minha língua e lambo os grãos de sal. Ele levanta minha
mão com a tequila e eu jogo para dentro. Eu estremeço visivelmente
fazendo Bobby rir.

— Rápido, morda isso. Ajuda, — ele diz, segurando um limão para


mim.

Uma mordida e eu sinto o gosto azedo substituindo o ardor do


álcool. Meu corpo se aquece instantaneamente.

— Eu nunca tinha feito isso antes. É incrível! — eu grito para ele, o


fazendo redobrar a risada.

Eu espio onde estão Shadow e Chelsea e vejo ela se inclinar e beijar


ele nos lábios. Esses lábios são meus, cadela!

Ela se vira e se aninha bem na frente de seu corpo, de costas para o


seu peito, o reclamando na frente de todos. Eu literalmente sinto meu
coração batendo no meu peito. Cerro os punhos, fazendo minhas unhas
cortarem minhas palmas. Shadow põe as mãos em seus quadris, nem
mesmo lutando com ela. Isso só dói. Meus olhos ardem a partir da visão
acontecendo diante de mim. Chelsea se vira e passa a mão em seu peito e
sobre sua virilha. Que porra é essa?

Eu começo a sair do bar, pronta para jogar ela no chão, mas Bobby
agarra meu braço e se inclina em minha orelha. Seu peito largo como de um
jogador de futebol, obstrui minha visão.
— Respire, Dani. Se ele empurrar ela longe, vai criar muitas fodidas
perguntas. Se você for até lá e fizer uma cena, vai criar ainda mais
perguntas. Venha beber comigo e respire. — suas palavras fazem sentido,
mas os efeitos do meu coração quebrado ainda fazem correr gelo em mim,
fazendo dor vibrar através dos meus membros.

— Vamos, eu não sou tão ruim de estar perto, sou? — ele provoca.
Eu sorrio e agarro três copos de doses vazios, enfileirando eles
sobre o balcão do bar.
— Me abasteça! — eu grito para Bobby.

— Esta é minha vagalume! — ele grita de volta orgulhoso.

Ele agarra uma garrafa de tequila e enche todos os três copos até o
topo. Eu jogo um pouco de sal em meu pulso, sentindo os pequenos cristais
revestir minha pele. Eu lambo meu pulso e jogo para dentro o primeiro
copo, então o segundo, e finalmente o terceiro; a queimadura não é nada
fácil. Quando eu atiro o terceiro copo de tequila no bar, Bobby segura a fatia
de limão e eu mordo duro. A temperatura do meu corpo está subindo
rapidamente e eu começo a puxar minha camisa.

— Ficou muito quente aqui! — eu grito para Bobby.

— Mantenha sua camisa. Seu pai vai chutar sua bunda se você
mostrar seus seios para todos esses motoqueiros. — ele engole três doses
também.

Olho para Shadow e vejo Chelsea sussurrando em seu ouvido. Seu


rosto é mascarado com um olhar estranho.

— Ei, eu posso ter uma dose de Jack! — uma voz grita para mim da
frente do bar. Eu agarro um copo limpo, encho e entrego para uma old lady.

— Tente isso; é chamado gota de limão. — Bobby me entrega outro


copo de vidro. — Garotas amam, — ele diz quando eu bebo sem questionar.
É delicioso e vem menos forte do que a tequila.
— Isso é tão gostoso! — eu digo dramaticamente, rolando meus
olhos e me sentindo alegre. A bebida está claramente fazendo efeito.
— Nós temos que dançar. Eu posso totalmente dançar agora, — eu
digo agarrando o braço de Bobby.

— Eh, o quão normalmente você bebe? — Bobby grita na minha


direção, tentando ser ouvido sobre a alta música de Buck Cherry.

— Nunca. Bem, eu quero dizer, eu tive vinho aqui e ali, e uma dose
com meu pai outro dia, — eu explico, pronunciando minhas palavras. O
rosto de Bobby fica um pouco pálido.

— Eu estou parando você, — ele grita para mim, guardando a


garrafa de tequila.

— O que? Por quê? — eu grito em protesto. Eu estava apenas


começando a me divertir.

Eu agarro o braço de Bobby e arrasto ele para a pista de dança. Se


Shadow pode ser uma vadia, porque eu não?

Bobby hesita e tenta sair do meu agarre enquanto eu o levo até os


poucos corpos dançando no centro da sala. Eu começo a mover meus
quadris na frente dele, abaixando meu corpo quando a música “Crazy
Bitch” de Buck Cherry assume.

— Você vai conseguir que eu seja morto, vagalume, — ele sussurra


em minha orelha enquanto ele agarra meus quadris e me puxa para perto.

— Está tudo bem. Meu pai foi para o fundo faz um tempo atrás com
algumas garotas, — eu asseguro a ele.

— Não é sobre seu pai que eu estou falando.

Eu tento olhar para Shadow e… qual era seu nome mesmo? Tudo
que eu vejo é um enxame de pessoas; pessoas difusas, eu poderia
acrescentar. De repente, meu estômago se sente enjoado e a sala começa a
rodar.

Eu olho para Bobby, — Eu não, — eu paro no meio da frase, chocada


que minha língua agora se sinta tão grande para minha boca.
— Corra! Corra para o banheiro! — ele grita, empurrando as minhas
costas em direção ao corredor. O piso está rolando como as ondas na praia
e eu tenho quase certeza que estou pisoteando porque eu não posso dizer
se indo para cima ou para baixo. Meu pé de alguma forma se agarra no chão
e eu cambaleio para frente. Bobby me pega pouco antes de eu bater meu
nariz. Suas mãos são enormes e aguentam facilmente o meu peso quando
ele me pega e me joga por cima do ombro. O quarto gira ainda mais rápido.

— Isso não está ajudando! — eu engasgo, tentando segurar o


vômito.

— Não derrame fodido vômito em mim, maldição! — ele corre pelo


corredor, meu corpo balançando em seu ombro. Eu coloco minha mão
sobre minha boca para segurar a bile que está subindo.
Ele me coloca no chão, em frente ao vaso, bem na hora. Eu me
inclino e expilo uma mistura de limão, cerveja e tequila.

— Oh, uau, isso fede, — ele diz, puxando sua camisa sobre seu nariz.
Eu olho para ele; ele é realmente bonito. Seu cabelo loiro enrolado e seus
olhos azuis faria qualquer garota desmaiar.

— Você é bonito, — eu pronuncio antes de expelir mais vômito.


Ele se inclina e puxa meu cabelo enquanto eu continuo a deixar ir
sobre o vaso.

— Eu nunca segurei o cabelo de uma cadela enquanto ela vomitava.


Isso é realmente nojento, — ele diz com desgosto. — E eu não sou bonito.
Eu sou incrível, resistente e bom de olhar.

Meus confusos pensamentos voltam para Chelsea. Ela é tão bonita e


parece tão segura de quem é, enquanto eu estou aqui, vomitando minhas
tripas. Não tão bonita agora.

— Eu sou bonita! — eu grito em um estado bêbado.

— O que? — Bobby pergunta, rindo.

— Eu poderia parecer quente de couro, certo? Ela não era quente, —


eu choro, vomito escorrendo no meu queixo. Eu estou uma bagunça. Nunca
mais!
— Chelsea? — Bobby pergunta. Eu balanço minha cabeça mais do
que necessário.
— Ela fica quente de couro e parece tão motoqueira, eu não sou
assim. Eu ugh... odeio isso. Eu odeio esse sentimento, eu quero dizer. Não.
Sim. — eu não estou fazendo nenhum sentido. Então eu vomito no vaso
mais uma vez, fazendo Bobby rir de novo.

— Shadow é um fodido joguete. Você iria ser muito mais quente de


couro, — Bobby diz baixinho. Me sentindo um pouco melhor eu levanto
minha cabeça para Bobby.
— Mesmo? — eu pergunto, ainda insegura.

— Bem, talvez não agora, — ele brinca e agarra papel higiênico para
limpar meu queixo. Tudo que eu posso fazer é bufar em resposta.

— Além disso, eu dormi com Chelsea antes e ela não é tão gostosa
quanto você pensa. — ele enruga seu rosto em desgosto. — Aquela vadia
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me deu carrapatos . — nós dois começamos a rir, mesmo que eu tenha
certeza que a situação não é engraçada.

— Não diga a ninguém que eu te contei isso! — ele sibila. Eu balanço


minha cabeça em entendimento e passo meus dedos sobre meus lábios
como se eu estivesse trancando eles.
— Merda, o quanto ela teve que beber? — Shadow pergunta,
entrando no banheiro. Meu olhar sincero para Bobby se transforma em um
engasgar sinistro para Shadow. Eu tropeço para cima, puxando Bobby
quando eu tento ficar de pé. Eu seguro na parede, quando eu faço o meu
caminho para a porta onde a Shadow está. Há batom vermelho em seu
pescoço. A visão me faz mal ao estômago, bem, mais do que o já estou no
momento.

— Você— eu tropeço na minha língua de bêbada. — Você tem uma


pequena vadia bem aqui, — eu digo apontando para seu pescoço. Ele passa
ao meu redor e olha para o espelho, confuso.

— Fodida Chelsea! — ele murmura sobre seu hálito.

Eu tropeço até o quarto. São literalmente apenas seis passos do


banheiro, mas parece como se fosse vinte.

Eu posso ouvir Bobby e Shadow sussurrar raivosamente um para o


outro, mas eu não posso entender o que eles estão dizendo. Tudo que eu
posso focar é o quarto girando e fazendo parecer que eu posso vomitar de
novo.

— Faça o quarto parar de rodar! — eu grito para ninguém em


particular.
Eu olho para cima e vejo Bobby saindo do quarto. Ele parece bravo.
Shadow vem do banheiro.
— Ei, beba isso, — ele exige quando ele me entrega um copo de
água. Eu tomo um pequeno gole e quase engasgo.

— Não, beba um pouco mais; você vai me agradecer de manhã. —


ele levanta o copo, me fazendo beber um gole maior. Eu olho para ele e
limpo minha boca com as costas da minha mão.

— Eu sinto muito, Dani, — ele diz com sinceridade, correndo seus


dedos sobre a borda do copo. Sua voz é profunda e suave, me acalentando
com cada sílaba. Talvez seja a bebida falando, mas eu não posso ficar com
raiva dele. Eu não gostei do que eu vi, mas o que ele deveria fazer
exatamente? Eu sinto vontade de o fazer se retorcer um pouco mais no
entanto, então eu não digo nada.

— Eu estava em uma situação difícil; todo mundo sabe que eu fodia


com a Chelsea. Se eu lhe dissesse para vazar, todos teriam se perguntado o
que estava acontecendo. — o ouvir confessar que ele fode por aí com essa
puta não me faz sentir melhor.

— Então apenas vá ficar com ela, — eu grito para ele. Eu tenho


certeza que faria tudo muito mais fácil.

— Você poderia parar de agir assim? Eu não a quero, eu quero você.


Apenas é complicado, — ele sussurra, sua admissão de que ele na verdade
quer ficar comigo me atordoa do meu chilique.

— Você não estava lutando com ela muito duramente, — eu


choramingo, não certa de que ele consegue entender minhas palavras
pronunciadas juntas.
— Bem, ela está puta agora. — ele levanta suas sobrancelhas. — Eu
disse a ela o que está acontecendo. — meus olhos se levantam quando eu
olho pra ele expectante. — Tipo muito fodidamente puta, — ele diz rindo.
— Mas eu estava preocupado sobre você, eu estava observando você à
noite toda e eu sabia que você teve mais do que poderia aguentar. — sua
voz é pesada de emoção, — E, na hora, eu não consegui me importar com o
que os outros iam pensar. Que se fodam. — eu fico chocada, eu não pensei
que Shadow estava me observando, eu me pergunto se ele me viu
dançando com Bobby?
— Bem, Bobby concorda que eu ficaria mais quente do que Chelsea
vestida de couro, — eu repreendo.

— Melhor Bobby aprender a manter sua opinião para si mesmo, —


Shadow resmunga, enquanto gentilmente me guia o resto do caminho para
a cama.
O álcool me leva para baixo em um profundo e escuro torpor. Eu
tento abrir meus olhos, mas não adianta, eu desmaiei e nem mesmo tirei
meus sapatos.


Capítulo Dezesseis
DANI
Eu acordo com uma dor latejante na minha cabeça e a luz do sol que
brilha através da minha janela parece com um feixe de laser. Puxo os
cobertores sobre a minha cabeça para bloquear a luz e ouço algo deslizar
para fora da cama. Eu espreito para o lado e vejo uma caixa de presente
grande e branca no chão. Que diabos é isso?
Eu estendo a mão para a agarrar. É mais pesada do que parece,
então eu a arrasto para a cama comigo. Eu abro a tampa e encontro uma
nota sobre o papel de seda preto.

“Eu te disse que você iria me odiar mais do que gostar, mas você é
minha e minha é a mais quente cadela em couro. – S”.

Um pequeno sorriso se espalha em todo meu rosto quando releio a


nota. Eu rasgo o papel de seda e descubro uma jaqueta de couro preta
dobrada. Eu corro meus dedos sobre o couro quando seu cheiro enche o
quarto.
A porta se abre e Shadow entra. — Você gostou? — ele pergunta
com suas mãos em seu bolso. Ele está nervoso, que fofo.

— Eu fodidamente amei! — eu respondo, o fazendo rir. —Ninguém


nunca me deu nada como isso antes. — eu puxo a jaqueta para fora, assim
eu a posso admirar. As únicas vezes que eu ganhava alguma coisa era
quando se era esperado, como um aniversário.

— Bem, eu nunca dei um presente antes, então é a primeira vez para


mim também. — ele diz baixinho e se senta perto de mim.

— Você se lembra de alguma coisa da última noite? — ele me


pergunta, mudando seu corpo para trás de mim na cama. Eu me inclino e
me aninho em cima do seu peito duro; seu cheiro masculino faz meus
sentidos acordarem instantaneamente.

— Alguma coisa. — eu replico.


— Nunca pense que você não é tão quente quanto outra pessoa,
nunca coloque a si mesma para baixo de novo, — ele sussurra em meu
ouvido. Seu tom é dominante e não aceita não como resposta.
Ele agarra meu queixo e levanta para que eu possa olhar direto para
seus ardentes olhos azuis. — Nunca beba tanto de novo também. — ele se
inclina e escova seus lábios sobre os meus.

— Vamos levar você para um banho e escovar seus dentes, baby. —


ele diz rindo e me puxando de seu peito. Eu tenho certeza que eu cheiro a
vômito e bebida velha.
Saindo da cama, eu percebo pela primeira vez que eu estou apenas
em sutiã e calcinhas vermelhas. Shadow deve ter retirado minhas roupas
depois que eu desmaiei. Ugh. Vermelho. Depois daquela garota na noite
passada eu não posso suportar vermelho. Só a lembrança dela já me deixa
puta de novo. Eu entro no banheiro com Shadow ao meu lado. Quando eu
alcanço a pia, eu coloco minhas mãos no balcão e encaro enquanto ele liga o
chuveiro.

Ele me vê encarando; eu tenho certeza que meu rosto irradia meu


ódio.

— Quem era aquela garota de ontem, Shadow? — eu finalmente


pergunto.

— Chelsea, — ele responde monotonamente.

— Quem ela é para você? — eu imagino se ela é uma adversária real


ou apenas outra garota de cama como Candy.

Ele agarra a bainha de sua blusa e puxa fora de sua cabeça; meus
olhos imediatamente se lançam para seu abdômen tonificado e sua trilha
da felicidade. Ele não joga justo. Eu não posso ficar com raiva e focar em
nossa conversa quando ele tira sua camisa e se parece desse jeito.

— Ela começou a andar por perto quando Bobby e eu nos tornamos


prospectos. Eu comecei a dormir com ela aqui e ali. Ela se tornou grudenta,
no entanto; queria mais, queria ser minha old lady. Essa merda não ia
acontecer, embora. Eu apenas não a via como nada além de uma boa transa.
Ele expôs os fatos. Eu balancei a cabeça em compreensão. Eu odiava
que ele tinha dormido com ela; ela era bonita, não um lixo como Candy.

Ele anda para trás de mim e começa a beijar levemente meu


pescoço. Minha pele se arrepia em resposta a seus tenros lábios.

— Ela é apenas outra puta do Clube para mim; ela não é você.
Ninguém pode ser você. — ele sussurra contra minha pele, seu hálito é
quente e espesso no meu pescoço eu inclino minha cabeça, o convidando
para ir mais profundo.

* * * * *

O cheiro de Shadow na cama permeia meu cérebro antes de eu estar


totalmente acordada. Eu me acostumei a acordar assim durante a semana
passada. Tudo começou naquele dia que Shadow fez amor comigo no
chuveiro. Nossas mãos escorregaram e deslizaram sobre nossos corpos.
Nossas bocas beliscando e chupando cada centímetro de pele molhada que
podíamos alcançar. O chuveiro preenchido com ofegantes gemidos pesados
e altos. Meu corpo se moldando ao de Shadow da melhor forma possível;
como se eu tivesse sido feita para ele. Toda vez que ele me tocou, não
importava se fosse sua boca, suas mãos ou sua áspera mandíbula
arranhando minha pele delicada, eu podia sentir nosso relacionamento
florescer.

Eu senti minhas emoções se tornando mais profundas. Alguns


chamariam de amor, mas como você pode amar alguém que você conhece
apenas a um pequeno período de tempo? Dizer a Shadow que estou me
apaixonando por ele iria com certeza o assustar e o afastar de mim. Um
cara que não tem relacionamentos iria se irritar com as três palavras que
um cara normal apenas teme. Eu não direi até que ele faça; quando eu
souber que não estarei empurrando ele para longe.

O resto da semana foi muito parecido com o que aconteceu no


chuveiro naquele dia. Fizemos amor várias vezes e até fodemos algumas.
Claro, tivemos que nos esgueirar e esconder. Prestar atenção sobre nossos
ombros a cada segundo exaustivo, mas Shadow disse que era necessário.
Vai entender, a primeira vez que eu me apaixono tinha que ser em termos
complexos.
Algumas putas do Clube flertaram com Shadow durante a semana,
mas eu apenas mordi meu lábio e me ocupei com alguma coisa. No final das
contas, Shadow iria me encontrar e me foder até o êxtase como se eu fosse
a única garota no mundo.

Shadow ficou durante a noite apenas algumas vezes. Quando não


ficou, ele foi tudo que pude pensar. Nós até mandamos mensagens como
adolescentes para diminuir o vazio que sentimos quando estamos
separados. Eu posso sentir o sentimento de Shadow crescendo, mas ele não
disse que me ama ainda, nem mesmo perto disso. No entanto, ele se tornou
ainda mais possessivo. Ele não me quer conversando com outros caras, e
ele tem me dito o que eu posso e o que eu não posso vestir. Eu sei que ele se
importa, mesmo que ele não torne isso público ou diga alguma coisa.

Shadow saiu da minha cama cedo essa manhã. Ele teve que ir tomar
conta de algum negócio do Clube; disse que estaria fora por apenas
algumas horas. Eu não sei o que ele está fazendo, mas de acordo com Babs,
você nunca pergunta aos caras o que eles fazem. Eu me levanto e sigo
minha rotina de tomar um banho e escovar meus dentes com a escova de
Shadow.

Eu agarro meu último sutiã e calcinha e um short não tão sujo assim.
No closet eu acho a última camisa limpa, também. Eu preciso lavar roupas
hoje, e isso irá ajudar a manter minha cabeça fora de Shadow por um
tempo.

Eu ando para a parte de trás da cozinha para um pequeno recanto;


onde há uma lavadora e secadora branca. Eu jogo minhas roupas na
máquina de lavar e pego a garrafa de sabão em pó. Está vazia. Deve haver
mais por aqui. Eu procuro nos armários do quarto pequeno, mas não
encontro qualquer sabão.
Eu entro pela cozinha, na área principal e encontro Babs limpando
como de costume. — Ei, Babs, onde posso encontrar uma nova garrafa de
sabão em pó? — pergunto.

Ela acena me indicando para segui-la. Na cozinha, ela puxa uma


porta aberta que leva a uma despensa. Prateleiras são preenchidas com
material de limpeza, produtos de papel, tudo que é necessário para manter
um Clube. — Merda, estamos completamente sem sabão. Tenho que ir
conseguir um pouco. — ela diz, balançando a cabeça.
— Eu posso ir. Eu preciso sair um pouco daqui de qualquer forma;
estou tendo claustrofobia. — eu ofereço.

— Eu posso pedir a Charlie para te levar, — ela diz, saindo da


despensa. Quando voltamos para a área principal, Babs grita por Charlie
que vem correndo do lado de fora. Estridente como Babs é, não estou
surpresa de ele a conseguiu ouvir.

— Ei, babe, vá comprar um pouco de sabão em pó e leve Dani com


você. A garota pode usar um pouco de sol, — Babs diz, entregando a Charlie
um pouco de dinheiro. — Apenas vá até a loja de Mom e Pop. — ele balança
a cabeça concordando.

Eu agarro minha jaqueta de couro e meu celular antes de correr


para o pátio.

Charlie sobe em uma moto parecida com a de Bobby. Assim que


estou sentada na garupa, me sinto inquieta. Eu sinto como se eu estivesse
fazendo alguma coisa errada ao montar atrás da moto de Charlie. Eu coloco
minhas mãos sobre o lado do assento e levemente em seu quadril, tentando
fazer o mínimo de contato possível. Se Shadow visse isso, ele estaria
urinando fogo, eu tenho certeza. É por isso que me sinto tão desconfortável;
protetor como Shadow tem sido, isso irá certamente o jogar em um humor
hostil.

Charlie acelera a moto e sai do Clube. Sua moto é rápida, mas nem de
perto tão rápida como a de Shadow. O sol na minha pele é uma sensação
maravilhosa e o cheiro de água é de tirar o fôlego. Depois de quinze
minutos, nós estacionamos em um pequeno prédio branco que se parece
muito com um posto de gasolina. Uma placa diz “MOM E POP’S” acima da
porta da frente.

— Eu vou pegar o sabão. Estarei de volta já. — Charlie diz e entra na


loja.

Eu tiro meu capacete enquanto espero; ele está me sufocando. De


repente, eu ouço um barulho. Eu desço da moto, capacete na mão, e
procuro de onde o som está vindo. Soa como se houvesse um animal ferido
atrás do prédio. Eu olho para as portas por onde Charlie entrou para ver se
há algum sinal de que ele está saindo; não há. Eu me aproximo do lado do
prédio e o barulho aumenta. Quando eu estou quase atrás do prédio, eu
vejo um filhote preto com a coleira presa em um arbusto.
— Ah, pobrezinho — eu choramingo, tentando não o assustar. Eu
pego a coleira e puxo com força, quebrando galhos no processo. Quando
está livre, o cachorro olha para mim por uma fração de segundo e se abaixa,
solta um grito angustiado e decola como um morcego para fora do inferno,
puxando coleira e tudo. Que diabos? Dou um passo para trás depois disso e
de repente sou puxada de volta com força. Eu deixo cair o capacete quando
uma mão me agarra pela minha testa e me segura contra um corpo forte.
Enquanto eu tento tirar a mão da minha cabeça, um pano branco é batido
sobre a minha boca. Abro a boca para gritar, me levando a inalar o que for
que esteja sobre o pano. Tudo se torna dormente. Escuridão inunda minha
visão.

* * * * *

Minha cabeça está latejando; pulsando tanto que eu posso sentir isso
em meu pescoço. Eu preciso levantar e obter algum analgésico. Devo ter
dormido mal. Abro os olhos e vejo uma parede desconhecida. Me sento em
um colchão queen-size manchado e num piscar de olhos tudo volta para
mim. O filhote de cachorro. O pano. A escuridão. Ah, a minha cabeça. Eu
alcanço e toco minha cabeça e sinto alguma coisa grossa e úmida. Eu trago
a minha mão para baixo e vejo sangue em minhas mãos; por que diabos eu
estou sangrando? Eu olho em volta do quarto; está apenas vazio. Eu sinto
meu coração acelerar; meu sangue correndo como o Nilo. Eu estou em
pânico. — Respire, Dani, respire, — eu sussurro, tentando me acalmar.
Entrar em pânico não vai me levar a lugar algum.

Olhando ao redor do quarto, eu vejo duas janelas retangulares perto


do teto. Querendo saber se eu posso as alcançar, eu saio da cama e
imediatamente sinto uma dor excruciante no meu tornozelo. Há um fecho
de metal em torno dele, preso a uma corrente. Esqueça sobre entrar em
pânico, estou à beira de um ataque cardíaco. Eu corro para a porta, mas a
cadeia me para rápido, me batendo para trás no chão.
— Socorro! Alguém pode me ouvir? — eu grito freneticamente.
Minha voz treme com medo; minha espinha enrijece. — Olá? — eu
grito e berro por ajuda, mas ninguém responde. A voz de fazer o sangue
gelar suplicando por ajuda parece que está vindo de outra pessoa; alguém
com medo de que possa morrer. Eu quase perdi a minha voz e minha
garganta grita por algo gelado para aliviar o fogo queimando dentro de
mim.

Eu me curvo na cama em uma posição fetal; o cheiro de couro da


minha jaqueta me envolve. Apenas assim um brilho de esperança me bate:
meu celular. Eu estava tão apavorada que eu esqueci que eu o agarrei antes
de sair do Clube. Eu procuro pelos bolsos do meu short; nada. Eu olho na
minha jaqueta de couro; nada, nenhum celular. Eles devem ter pegado.
Claro, eles fizeram; isso se aprende na primeira aula de sequestro.

— Shadow, — eu sussurro. Lágrimas começam a acariciar meu


rosto, descendo sobre meus lábios até o sujo colchão. A jaqueta me lembra
dele; mais lágrimas rolam sozinhas além da borda de meus olhos. Será que
Shadow até mesmo sabe que estou desaparecida? Quem me raptou? O que
eles querem? Eles irão me matar? O último pensamento é como uma faca
enfiada em meu peito. A ideia de poder nunca mais ver Shadow de novo, de
que eu posso nunca viver livre de manipulação, me faz prender a
respiração.

Ouço uma comoção atrás da porta, quebrando minha festa de auto


piedade. Tento acalmar meus soluços e diminuir minha respiração
apavorada para que eu possa ouvir.

— Isso é tão fodido, Cassie, eu não posso acreditar que nós fizemos
isso, — uma voz masculina desconhecida e rouca ecoa através da parede.

— Bem, não é como seu eu tivesse uma fodida escolha, Ricky, —


uma voz de mulher desconhecida ridiculariza.

— Eles vão ficar putos. Se você pensa que está na merda agora,
apenas espere. Este não é o jeito que eles agem sobre as coisas! — a voz
masculina diz de volta.

— Ei, você está nisso tanto quanto eu, imbecil! Nós temos alguém
que eles querem. Adrian nos dará dinheiro ou drogas, e então nós partimos
da cidade.
Adrian, quem no inferno é Adrian? Eles pegaram a garota errada, eu
não conheço nenhum Adrian.


Capítulo Dezessete
SHADOW
Odeio deixar Dani, mas Bull insiste que eu preciso verificar o
armazém com ele. Recebi um telefonema dizendo que alguns motoqueiros
desconhecidos foram vistos na área. Não tenho dúvidas de que é o El Locos,
mas eu não posso apontar o dedo a menos que nós tenhamos a prova. Bem,
Bull não pode. Nós seguimos até o antigo armazém onde guardamos um
monte da nossa mercadoria; mas nem tudo, não somos estúpidos. Nós
mantemos nossas drogas e armas em diferentes armazéns em todo o
estado, sob diferentes alçadas. Dessa forma, se alguma vez formos pegos
eles não vão apreender tudo.

— Trilhas de carro! — aponto para a estrada de terra onde eu


deslizo minha moto.

— Sim, isso não é bom, irmão, — Locks cantarola. Alguém esteve


aqui. Se fosse um clube rival não faria mais do que provavelmente deixar
marcas de pneus de moto; mas nem sempre é o caso. Especialmente
sabendo que os únicos rivais que temos agora são os El Locos, e vamos
encarar os fatos, eles são uns merdinhas.

— Parece que alguém tentou entrar, mas não conseguiu, — diz


Bobby, inspecionando as fechaduras na porta.

— Tenho certeza que eles voltarão para tentar novamente. Vamos


tirar as merdas daqui. Precisamos começar a cuidar de nossos rabos,
alguém está nos seguindo. — Bull diz, subindo de volta em sua moto. —
Considerando que existem outras coisas rolando sobre nós, não podemos
descartar nada.

Subo na minha moto para o passeio de volta quando o telefone de


Bull toca. — O que foi, Charlie? Se acalme, se acalme. Eu não consigo
entender a porra de uma palavra que você está dizendo! — Bull grita. Por
alguma razão o cabelo na parte de trás do meu pescoço se levanta, e um frio
ártico ruge nas minhas costas.

— Você está brincando comigo? Onde você está? Vá para o clube


agora! — Bull exige ao telefone, sua mão trêmula e seu rosto a tonalidade
mais escura de vermelho que eu já vi.
— O que foi? — pergunto.

— Dani está desaparecida. Charlie acha que alguém a levou. — Bull


acelera sua moto sem maiores explicações. Meu coração para de bater; meu
sangue pula para os meus pés. Minha Dani foi tomada; a garota por quem
eu vivo e respiro está desaparecida. Eu ligo a minha moto
instantaneamente e vou em direção ao Clube. A velocidade que eu estou
dirigindo deixa todos na minha poeira. O tempo todo o meu coração
martela contra o meu peito; minhas mãos agarram o guidão tão apertado
que meus dedos estão brancos. Eu vou matar quem levou Dani. Vou secar o
seu sangue e pisar em seus corpos quando eu os encontrar. Eu não vou
mostrar nenhuma misericórdia.
Nós puxamos até o pátio e Charlie está do lado de fora. Eu estaciono
minha moto, jogo meu capacete para a calçada e vou em direção a ele;
buscando algum tipo de pista sobre o que aconteceu. Como é que Dani foi
pega? Eu nem sequer tenho que perguntar, ele começa a derramar suas
entranhas instantaneamente.

— Precisávamos de sabão em pó. Dani queria ir buscar, então eu a


levei. Entrei para pegar o sabão. Ela esperou do lado de fora. Voltei para
fora e ela não estava na moto onde eu a deixei. Eu chamei por ela, mas
nada. Eu circulei o edifício e encontrei o capacete de Dani no chão. — seus
olhos envidraçam e seu rosto fica mole. — Eu fodi tudo.

A raiva me preenchendo está em seu ponto de ruptura. Por que


diabos ele a iria deixar do lado de fora? Por que ela se quer estava na parte
de trás da porra de sua moto? Sem outro pensamento, eu trago meu punho
para trás e bato Charlie em sua mandíbula. Ele tropeça para trás, mas não
cai. Esse fodido idiota levou minha menina na garupa de sua moto,
quebrando uma lei do clube, e depois nem sequer a protegeu? Claro que
não! Eu o agarro pela camisa e o acerto de novo, espirrando sangue em meu
punho, quando colide com sua boca. Vou o matar com minhas próprias
mãos.

— Você a levou sem permissão e, em seguida, nem sequer a


protegeu, seu pedaço de merda! — eu cerro meus dentes.

— Calma, Shadow. Solta ele! — Bobby grita, chegando por trás de


mim e desfazendo meu aperto de morte sobre Charlie.

Bobby inclina a cabeça ao meu lado, — É melhor você se controlar.


Eu sei que você está uma bagunça do caralho, mas todo mundo vai se
perguntar por que você está tomando isto como algo pessoal.

— Os deixe pensar o que quiserem, — eu urro. Eu não me importo


mais. Tudo que eu quero é saber que Dani está segura, e quem a tem. Uma
parte de mim sabe que ele está certo, no entanto. Eu perdi minha calma
com o pensamento dela na moto de outra pessoa e pelo fato de que ele não
a protegeu. É como se ela fosse minha old lady; como se eu tivesse
inconscientemente reivindicado ela. Eu sei que a última semana com ela me
fez sentir por ela em um nível totalmente diferente, eu só não tinha
percebido como essa porra era profunda até agora.

DANI
As vozes do outro lado da parede estão calmas, sem revelar
qualquer informação útil. O que diabos alguém iria querer de mim? Seja o
que for, eu não vou desistir sem lutar. Eu vou cortar, arranhar e matar
quem quer que eu precise para sobreviver. Rá, me escute, eu pareço tão
durona. A Dani de New York nunca teria dito isso. Ela teria deixado que eles
fizessem o que quisessem, e teria dado a eles tudo o que eles precisassem.
Isso foi quando eu era fraca e moldada na forma que minha mãe queria. Eu
estou convencida de que minha mãe viu o mal que espreitava dentro de
mim, antes mesmo que eu percebesse. Eu posso ver agora por que ela me
protegeu de tudo o que teria provocado à escuridão. Shadow e o Clube do
meu pai atraíram a selvageria para fora.

Chega de ficar sentada. É hora de lutar e sobreviver.


Eu levanto da cama, as correntes fazendo barulho quando eu ando
até a porta. Ela me para a cerca de um pé, então eu me inclino e começo a
bater o meu punho contra a velha porta. Meu coração martela com
adrenalina e vontade de viver.
— Me deixe sair da porra deste lugar! — eu grito, minha voz bruta e
rude.
— Parece que a prisioneira está acordada, — diz a voz masculina.
Ouço passos vindo em direção à porta. Eu me afasto, pronta para atacar a
primeira pessoa que vier passando. Quando a porta se abre, vejo o homem
que me levou contra a minha vontade. Seu cabelo castanho caído em seus
os olhos; é oleoso e indisciplinado. Ele está vestindo uma camisa de flanela
com as mangas arregaçadas e calça jeans manchada. Ele sorri; os dentes
apodrecidos; os lábios finos incolores rosnando. Seus olhos são maçantes
como os de alguém que deveria estar em reabilitação ou em um caixão.

— Bem, bem, — ele zomba. O som de sua voz é irritante, o tornando


meu alvo. Eu puxo o meu punho para trás e conecto com seu rosto oleoso.
Ele tropeça e cai no chão sujo; maldições voando de sua boca. Eu vou em
direção a ele, a corrente chocalhando atrás de mim, com a intenção de o
chutar em seu estômago, mas, ele me agarra pelo pé e me puxa para o chão
com ele.

— Sua vadiazinha! — ele grita, seu hálito entrando em meu nariz. Eu


posso sentir o meu estômago protestar com seu cheiro rançoso. Ele me dá
um soco na cara sem nenhum aviso. Os nós dos dedos colidem com a minha
boca, fazendo com que os dentes se afundem em meus lábios. Eu sinto o
gosto de sangue imediatamente. Meu rosto grita de dor e eu vejo estrelas.
Ele salta para seus pés, recua sua bota preta, e as conecta com minhas
costelas. Meus olhos enchem de água de tal forma que me leva a fechar eles.
Minha respiração é roubada de meus pulmões, eu suspiro por ar. Ele se
inclina e me agarra pelo pescoço, apertando com força. Minha força não é
páreo para a sua, ele me leva para os meus pés. Meus olhos se abrem para
olhar para o homem que está me matando, impedindo meus pulmões de
alcançar ar.

— A coloque para baixo, Ricky, — a rouca voz feminina diz atrás de


mim. — Nós não podemos a usar se você a matar. — os olhos de Ricky
semicerram e ele me olha feio, mas seu agarre diminui e eu caio no chão. Eu
seguro instantaneamente minha garganta e inspiro o doce ar do qual fui
privada. Eu engasgo e arranho quando meus pulmões inalam essa primeira
respiração instável. Eu fui estúpida e ingênua em pensar que eu o poderia
dominar. Eu terei que ser mais esperta se eu quiser ver Shadow
novamente.
— Você faria bem em não fazer essa merda de novo, — diz a mulher,
caminhando e agachando na minha linha de visão.
Seu cabelo preto está emaranhado como um ninho de ratos; seu
corpo não é nada além de ossos. Ela está vestindo uma camiseta vermelha
surrada; os braços manchados com marcas de agulha do uso de drogas. Eu
olho em seus maçantes e sem vida olhos azuis, os cantos marcados com
rugas. Ela sorri e seus dentes são podres, sua respiração esgueirando e
roubando a minha com uma maré rançosa.

— Eu sou Cassie. Este é Ricky. Da próxima vez que você quiser


brincar de boxer, eu não o irei parar. Entendeu? — pergunta ela, a testa
coberta de rugas.

Como ela ousa. Eu não teria que brincar de boxe se não me levassem
contra a minha vontade. Minha besta quer ser liberada novamente. Eu
cerro os dentes para a cadela.

— Vá se foder! — eu sussurro, meus olhos nunca deixando os dela.

Ela balança sua cabeça enquanto levanta. — Eu posso ver porque


Adrian gosta de você. Você é feroz. — ela ri, achando graça em meu
desprazer. Quem no inferno é essa mulher?
— O que você quer comigo? — eu pergunto, minha voz quebrando
pelo assalto de Rick, Eu tento me levantar, estremecendo com a queimação
vindo da minha costela, a dor tão forte que meus olhos se embaçam. Eu me
pergunto se o fodido quebrou minha costela; do jeito que está doendo eu
não me surpreenderia. Cassie percebe minha dor e tenta me ajudar para a
cama. Seu toque me dá repulsa e eu estapeio suas mãos para longe. —
Fique longe de mim!
— Você é a old lady de Adrian? — ela pergunta enquanto funga.
Ignorando meu comentário, ela me coloca na cama.

— Eu não conheço nenhum Adrian, — eu grito frustrada,


estremecendo de novo.

Ela funga mais alto novamente; pegando as costas de suas mãos ela
esfrega seu nariz. De repente, tudo faz sentido. A drogada é a mãe de
Shadow. Ricky é seu pai? Adrian é Shadow?

* * * * *

SHADOW
Eu sento na mesma mesa de madeira que nos sentamos em qualquer
outro dia. Normalmente, no entanto, nós discutimos embarques e
pagamentos. Eu nunca pensei que nós estaríamos falando sobre alguém
com quem eu me importo mais profundamente. Me importo mais
profundamente; me ouça, eu fui chicoteado por uma buceta sem concerto.
Eu instantaneamente me arrependo de afastar Dani, de me segurar dela. O
curto tempo que eu tive com ela não foi o suficiente, e no meu mundo eu
não estou otimista de que Dani irá voltar como a Dani que ela era antes de
ter sido raptada. Pensamentos dela ser abusada e estuprada fazem meu
estômago chocalhar em doloroso arrependimento.

— Bobby, veja se a loja tem câmeras de segurança, — Bull diz.

— Deixa comigo, chefe, — Bobby responde, levantando da mesa.

— Eu vou com ele. — eu preciso clarear minha cabeça. Sentar aqui


pensando na merda que pode estar acontecendo com Dani não está me
ajudando. Eu sei quem tem ela; só não tenho nenhuma idéia aonde eles a
levaram.

Nós andamos para fora do pátio. Agarrando meu capacete do chão


onde o atirei mais cedo, eu começo a colocar de volta na minha cabeça. O
simples gesto dispara a memória de quando Dani teve tanta dificuldade
colocando seu capacete. Aquela foi sua primeira corrida; o pensamento faz
meus lábios se contorcerem em um sorriso. Um sorriso que eu não tive
todo o maldito dia, não desde a última vez que eu vi Dani, de qualquer
forma.

— Você vai ficar bem, cara? — Bobby pergunta, montando em sua


moto. Eu não respondo por que a verdade é que se alguma coisa acontecer
com Dani, a terra vai ficar instável.

Nós estacionamos na loja de Mom e Pop. Uma vez dentro, o cheiro


de doce e pão invade meu nariz. Eu vejo Ma e sigo em sua direção. O Clube
ajuda a sustentar este pequeno negócio, então eles nos conhecem bem.

— Ei, Ma, suas câmeras estão ligadas? — eu pergunto a ela


polidamente.

— Minhas câmeras estão sempre ligadas, filho; não se pode confiar


em ninguém nos dias de hoje. Porque você pergunta? — ela pergunta, sua
voz fraca com sua idade avançada. Ma deve estar no fim de seus setenta
anos, ela e Pa tem este lugar desde que eu posso me lembrar. Eu tenho
certeza que apenas Devil’s Dust vem aqui, eu nunca vi ninguém mais.

— Apenas uma coisa que aconteceu mais cedo. Eu gostaria de ver


elas, se estiver tudo bem. — eu me inclino contra o balcão, tentando
controlar a urgência em minha voz. Eu tomo uma respiração profunda.
— Claro, me siga. — ela entra em uma porta atrás do balcão,
deixando que eu e Bobby a sigamos. Ela se senta em uma rústica cadeira de
metal com um monitor de computador em cima de uma mesa.

— O que você precisa exatamente? — ela pergunta, olhando para


cima em minha direção.

— Volte para a hora em que Charlie estava aqui, — eu digo a ela. Ela
sabe quem Charlie é porque nós o enviamos para buscar muita merda;
trabalho de vadia. Considerando o que aconteceu hoje, se ele não for
chutado para o chão, ele estará fazendo muito desses trabalhos por um
tempo.

Ma começa a rebobinar e então para. Eu vejo Dani e Charlie


encostarem na vaga de estacionamento. A visão dela faz meu coração
galopar. Eu estou determinado a encontrar ela. No entanto, eu vejo
vermelho e quero explodir a cabeça de Charlie por a ter na garupa de sua
moto. Quanto você tem uma garota na garupa de sua moto, ela é sua
responsabilidade. Quando é a filha do presidente isso se torna mais que
uma regra; é lei. Ao invés disso, ele a tratou como se fosse Candy na garupa
de sua moto. O pensamento me faz cheio de raiva; esta merda não acabou
entre eu e Charlie.

Eu vejo Dani andar para a parte de trás do prédio.

— Você tem câmeras nos fundos? — Bobby pergunta.


Ela aperta um botão e a imagem dos fundos do prédio aparece. Você
mal pode ver a cabeça de Dani na parte de cima da tela; a câmera aponta
para o estacionamento ao invés dela. Em questão de segundos eu vejo as
mãos de Dani voando ao redor e um antigo carro azul Nissan estacionar na
frente da câmera. Vejo um homem com uma máscara carregar o corpo sem
vida de Dani até o porta-malas. O pensamento me enche de raiva. O homem
tem problemas em colocar Dani dentro do carro; ele parece familiar para
mim. Então eu vejo uma pessoa sair do carro para ajudar o homem.

— Esta é a viciada; minha mãe. Eu sabia, porra! — eu grito. Ela


ameaçou pegar Dani, eu apenas nunca pensei que ela teria bolas para fazer
isso. Essa cadela está tão bem como morta.

* * * * *

DANI
— Qual é seu nome? — Cassie pergunta. Eu apenas olho para ela,
seu corpo completamente tomado pelas drogas há muito tempo atrás. Eu
não estou dizendo a ela meu nome, ela que se foda.

— Tudo bem. Eu não preciso saber seu nome, — ela diz sem
interesse. — Me conte sobre o Clube; eles correm armas? Eu sei que eles
têm drogas sendo um MC, certo? Você sendo a old lady de Adrian, tenho
certeza que você sabe. — ela lança as questões rapidamente, sentando no
sujo colchão comigo.

Porque ela quer saber essas coisas; dizer iria fazer de mim um rato.
Imagens dos artigos que eu encontrei no computador aquela noite passam
pela minha cabeça. O Clube cuida de ratos de um jeito que eu não gostaria,
eles os matam. Mesmo eu sendo a filha do presidente, ser um rato não
sairia impune; até eu sei disso.

— Ela não irá te dizer merda, — Ricky engrossa. Suas vozes estão
fazendo minha cabeça doer. A dor em minha cabeça, meu lábio ferido, e
minha dolorida costela me fazem ver em dobro. Eu só quero dormir,
dormir nos braços de Shadow; apenas mais uma vez.

— Não parece que Adrian está aparecendo com drogas ou dinheiro.


Agora o quê? — Ricky pergunta, me fazendo consciente da ausência de
Shadow.
— Nós podemos chamar Poppy, — Cassie diz, seu sorriso tão
nojento que arranha minha pele.

— Ah, Poppy. Eu aposto que ela daria uma boa buceta! — ele diz
com admiração, seu sorriso imitando o dela.

— Quem é Poppy? — eu pergunto, o nome fazendo minha pele


arrepiar enquanto ecoa em meus lábios.
— Agora ela quer falar, — Cassie diz, orgulhosa de si mesma.

— Poppy compra garotas e vende elas a homens com muito


dinheiro. Uma garota como você, eu aposto, ganharia uma proposta alta. —
Ricky levanta suas sobrancelhas.

Se eu não disser o que eles querem saber, eles vão me vender para
um traficante de sexo, mas se eu falar, eu estarei selando meu destino com
o Clube. Meu coração tamborila em alerta. Eu me sinto acuada; sem saída.
Porque Shadow não veio por mim? Ele deve ter notado que eu estou
desaparecida agora. Traficantes sexuais significa ser abusada, drogada,
estuprada, e ter minha alma marcada como um objeto. Eu não seria um ser
humano; eu seria possuída. Shadow não é a besta que ele diz ser. Esta
cadela que ele chama de mãe é a besta. Homens como Ricky e Poppy; eles
são as bestas.

— Eu vou ligar para ele, — Ricky diz, saindo do quarto.

Eu pulo em meus pés, dor rasgando através do meu corpo e fazendo


difícil pensar direito. — Espere! — eu grito.
Ricky derrapa em uma parada na moldura da porta.

— Como Shadow, er, quero dizer, Adrian, deveria te dar o que você
quer se ele não sabe quem me tem? — eu raciocino, tentando pensar onde
eu estou indo com isto. Eu estou apenas tentando pará-los.

— O que você quer dizer; ele sabe quem está com você. Eu disse a
ele o que aconteceria se ele não me desse o que eu quero. Eu dei há ele
muito tempo, — Cassie diz, enquanto ela sai da cama para se juntar a Ricky.
— Ele está em um Clube de Motoqueiros. Eu tenho tido muitas
ameaças de ser tomada, querida. Ele não faz ideia de quem me tem, — eu
digo, meu tom é distante e inseguro. Pelo que eu sei, ela é a única que
ameaçou me pegar, mas talvez se eu jogar minhas cartas da forma certa eu
possa entrar em contato com Shadow então ele pode descobrir exatamente
onde eu estou.

— Qual seu ponto, cadela? — Ricky pergunta, irritado.

— Ligue para ele; diga a ele onde eu estou? Tire uma foto do meu
rosto? — eu digo, apontando para meu lábio rachado e minha cabeça. Se
parecer tão mal quanto se sente, vai fazer Shadow explodir sua cabeça com
certeza. — Mostre a ele que você não está de brincadeira, — eu pronuncio,
prática. — E o que aconteceu com minha cabeça de qualquer forma? — eu
pergunto, quando ela pulsa alto em dor.

— Eu não conseguia te colocar no fodido porta-malas, — Ricky diz,


rindo. Estou tão feliz que minha dor traz prazer a ele.

Eles olham um para o outro, ambos imaginando se eu tenho um


ponto.

— Vá pegar o celular, — ela manda Ricky. Ele rola seus olhos e


resmunga até a outra porta. Ele volta com meu celular e começa a tentar
descobrir como tirar uma foto. Eu olho ao redor do quarto para ver se
alguma coisa pode ajudar a identificar o lugar, mas mesmo eu não sei onde
estou.

— Talvez você deveria me levar para o outro quarto; a luz aqui é


uma merda. Ele nunca vai conseguir ver meu lábio rachado com essa luz, —
eu digo, tentando jogar com eles. A noite está vindo e as duas pequenas
janelas não iluminam quase nada. Talvez no outro quarto haja uma janela e
alguma coisa fora da janela fará localizar minha localização. Eu tenho que
ser rápida com a noite se aproximando tão rápido.

— Boa tentativa, cadela. Eu trabalhei duro nessa corrente. Você


ficará aqui, onde você não pode escapar, — Ricky diz, apontando o celular
em minha direção. Minhas entranhas repuxam; Shadow nunca saberá onde
estou. Eles vão dar uma localização errada e nunca irão me entregar. Eles
me venderão para Poppy e eu nunca vou estar com Shadow ou meu pai de
novo.
— Merda, ela está certa. Esta maldita luz aqui é uma merda. Nós
teremos que a levar até o outro quarto, — Cassie diz, olhando para a foto.
Meu coração volta a bater; um lampejo de esperança salta para a superfície.
— Merda, — Ricky diz, concordando com ela depois de olhar para a
foto. Ele anda até onde estou e puxa uma chave de seu bolso. Ele se inclina e
tira a algema de metal sufocando meu joelho. Uma vez liberta, o alívio me
faz gemer em gratidão. Ele agarra meu antebraço, seus dedos contundindo
minha pele delicada.

— Não tente nada fodido, — ele sibila no meu rosto, seu hálito tão
pesado que traz bile em minha garganta.

Ele me empurra para o outro quarto. Meus olhos vasculham pelo


quarto pegando em tudo que eu poderia ser capaz de agarrar em minhas
mãos para me ajudar a escapar. O chão parece que nunca viu uma vassoura
ou um espanador, a única mobília é um velho sofá azul rasgado e uma mesa
de cozinha oval com duas cadeiras raquíticas em torno dela. Ricky me
empurra na frente da mesa com drogas usadas espalhadas. Seu agarre
apertado dificultando a circulação em meu braço. Eu noto que atrás da
mesa está uma janela; ela tem um buraco no meio e eu posso ver luzes rosa
e azuis iluminando o céu escuro através da janela. Não é muito, mas talvez
o estranho ambiente estilo "Miami Vice" do prédio vai dar a Shadow uma
ideia de onde estou.

Ricky está por trás de mim. Seu braço serpenteia ao redor da minha
frente e agarra a minha garganta com força. Eu estremeço com o contato
duro, minha pele ainda sensível de quando ele me enforcou anteriormente.
Eu ainda posso respirar, mas seu aperto torna difícil e meu pânico
aumenta. Suas unhas sujas cortando em minha pele e eu posso sentir meu
sangue correndo para os pequenos cortes que ele está fazendo.

— Sim, eu penso que nós ainda a devíamos vender para Poppy. Dar
a algum pobre bastardo um adiantamento do Natal, — ele rosna em minha
orelha empurrando seus quadris em minhas costas. Sua ereção é evidente e
eu engasgo. Eu olho para cima na direção de Cassie, me perguntando se ela
está vendo isto, mas ela está mexendo com meu celular e não prestando
atenção.

É o fim para mim. Eu vou morrer nesse buraco de merda. Nunca


mais irei ver Shadow ou ninguém mais. Eu sinto lágrimas descendo na
minha bochecha, me fazendo sentir vulnerável. Ricky vira minha cabeça
para o lado e balança sua língua de seus ressecados e rachados lábios. Eu
soluço e tento me puxar para longe, mas ele agarra minha garganta mais
forte, me forçando no lugar. Sua gelada, escorregadia língua se lança para
minha lágrima caída e a lambe, deixando para trás um rastro viscoso de sua
presença. Eu olho para seus olhos; os olhos de concha vazia sem remorso
ou arrependimento.

— Sim, eu aposto que ele pagaria mais do que Adrian; e nós


poderíamos ir muito mais longe, — ela responde a Ricky enquanto aponta a
câmera em minha direção. Olhando para esses dois, a realidade me bate. E
se Shadow não vier rápido o suficiente e este Poppy vier me pegar? Eu
posso imaginar algum homem cubano chamado Poppy fumando um
cigarro, rindo de excitação do quanto dinheiro minha venda fará. Eu tenho
que tentar e lutar. Eu não posso apenas deixar esses dois drogados me
venderem para escravidão sexual para que eles possam fugir do que quer
que eles não possam encarar.

Sem pensar, eu ergo a parte de trás da minha cabeça e acerto Ricky


no nariz. Ele ruge de dor e tropeça para trás. Eu vejo minha chance de
correr através da porta e alçar voo, não pensando sobre Cassie. Assim que
eu rodeio a mesa, ela me agarra por meu cabelo. — Oh, não, você não fará,
cadela! — ela rosna, me parando na minha corrida por segurança. A porta
está apenas a um pé de distância de mim, eu quase posso provar minha
liberdade. Não posso parar de lutar; eu tenho que sair daqui. Eu explodo
meu cotovelo em seu nariz, fazendo que ela grite de dor e solte meu cabelo.
Eu empurro seu corpo ossudo para longe de mim e corro para a porta.

Apenas quando minhas mãos agarram a dourada maçaneta da porta,


eu sinto meu corpo empurrado para frente da porta contra minha vontade.
Antes que eu possa olhar para ver o que está acontecendo, minha cabeça
bate na porta. Eu choramingo de dor, agarrando minha cabeça. Ricky me
apanha pelo meu cabelo, puxando tão apertado que eu posso sentir meu
cabelo rompendo e quebrando e meu novo machucado explode de dor.

— Me deixe ir! — eu grito, minhas mãos arranhando suas mãos,


minhas unhas raspando e rasgando seus braços.

— Você não irá vender bem se você estiver toda machucada, eu


espero que você foda tão duro quanto você luta, princesa. — Ricky sussurra
em minha orelha. Seu hálito quente e grudento faz minha espinha esticar
em alerta. Com seus dedos sujos enfiados em meus cabelos, ele me joga no
chão como um esfregão molhado. Minha costela grita na mais excruciante
dor imaginável.

Meu corpo não pode aguentar mais. Minha visão embaça e meu
corpo grita de dor em todos os ângulos.

— Sua cadela estúpida. Eu não posso esperar para vender sua bunda
arrependida para Poppy! — Cassie grita, segurando seu nariz para parar o
sangramento. Ela tropeça sobre mim e me chuta nas costelas. Sua explosão
não é tão poderosa quanto à de Ricky, mas é o suficiente para me fazer ver
pontos pretos. Eu tento e luto contra a escuridão invadindo minha visão,
assustada com o que Ricky pode fazer se tiver a chance.

— Shadow vai me encontrar e matar vocês, — eu sussurro,


delirando de dor. Ambos começam a rir com minha resposta.

— Oh, querida, você está pirando. Uma vez que tivermos nosso
dinheiro, sua bunda será vendida e nós estaremos longe daqui. — Cassie ri
entre cada palavra.

— Então eu vou encontrar você e a matar eu mesma. — minha voz


treme revelando quanto eu realmente estou assustada. A escuridão
finalmente me puxa, a dor é demais para meu corpo tolerar.

* * * * *

Em minha escuridão, eu vejo a língua torpe de Ricky nadando ao


redor como uma serpente. A risada rouca de Cassie rachando paredes
negras. O rosto de minha mãe dizendo, Eu te disse. Eu estou nadando na
escuridão que é o meu inferno; não o de Shadow. Onde está Shadow? Ele
tem que vir. Ele não me deixaria aqui; meu pai não me deixaria aqui,
deixaria? Este é o meu destino: eu vou morrer ou me tornar uma escrava. A
escuridão que nada dentro de mim está fraca e se escondendo, desistindo e
preferindo morrer a ser entregue a um destino sobre o qual não tenho
controle.
Eu abro meus olhos. Minha visão está borrada, eu vejo o rosto de
Shadow. Seus olhos azuis latentes estão ardendo com fogo e raiva. Suas
bochechas estão cheias de barba por fazer e sua mandíbula está
preocupada. Seus lábios se abrem para permitir sua respiração áspera. Seu
cabeço preto, maior no topo e menor nos lados, fazendo meus dedos
coçarem por eles. Ele é tão lindo. Claramente isso é apenas um sonho, meu
estado de dor me induzindo a ver coisas. Eu alcanço, tentando sentir seu
rosto enquanto eu soluço.

— Minha besta. — eu respiro, ainda deitada no chão sujo onde Ricky


e Cassie me deixaram.

— Dani, eu estou aqui, baby. Ninguém vai te machucar mais. — sua


voz está cheia de emoção; ele parece tão real que eu até o posso cheirar. Ele
enrola seus grossos braços ao meu redor, me pegando do chão. Eu grito em
dor quando ele me levanta.
— O que foi, baby? O que está errado? — ele diz, preocupação em
cada palavra.

Eu não posso falar, então eu aponto para minhas costelas; meus


olhos revirando de dor. Ele gentilmente empurra minha camisa para cima e
eu apenas o ouço engasgar, posso sentir seu peito levantar e cair
rapidamente.

— Porra. Tudo bem. Apenas enrole suas mãos ao redor do meu


pescoço. Eu vou te tirar daqui. Vai doer, mas eu estou te tirando daqui. —
ele coloca minhas mãos atrás de sua cabeça e acasala meu corpo com seus
braços. Minha cabeça cai no recanto de seu pescoço. Eu me sinto segura;
meu corpo relaxa sabendo que Shadow me tem. Se isso é o inferno, eu
quero viver aqui para sempre.

— Você é real? — eu soluço.

— Sim, baby, eu sou real, — ele sussurra em meu cabelo e


gentilmente beija minha cabeça. Ele se vira na direção da porta; meu
príncipe encantado me resgatando.

— Que porra? — Ricky exclama. Meu corpo imediatamente fica


tenso; imagens dele empurrando sua pélvis em mim e sua escorregadia
língua fazendo minha espinha ficar rígida. Eu levanto minha cabeça para
ver ele e Cassie entrando na porta da frente. Bobby está parado perto de
nós, junto com Bull e a horda. Toda a gangue veio me salvar.
— Segure no meu pescoço, Dani, — Shadow sussurra. Eu enredo
minhas mãos juntas e tento meu melhor para segurar meu peso enquanto
Shadow alcança algo atrás dele. Em um milissegundo, ele está atirando em
Ricky. Ele aponta uma impiedosa pistola prateada e sem pensar duas vezes,
puxa o gatilho. Cérebro, crânio e sangue espalham em todo o quarto.

Pó vindo da arma, e alguma coisa metálica, acariciam meus sentidos.


Cassie grita e corre da casa.
— Merda! — Bobby grita, correndo atrás dela.

Com um suspiro profundo, eu recoloco minha cabeça no pescoço de


Shadow. Eu acho que eu acabei de ver a besta que o impede de ser normal.

Ele sobe no banco traseiro de um carro, nunca me deixando ir. Eu


estremeço com dor enquanto ele nos ajusta; sua mão afasta o cabelo do
meu rosto. Seu polegar fazendo círculos em minha bochecha, ele se inclina,
— Não me deixe de novo. — eu apenas aceno, minha cabeça pulsando com
dor quando eu faço. Shadow me salvou? Isso é real? Eu tento abrir meus
olhos e olhar para Shadow, mas a escuridão serpenteia ao redor me
levando para uma profunda e impiedosa piscina.

— Eu... eu fodidamente te amo, Dani. — Shadow sussurra em minha


orelha.

Isso é claramente um sonho; Shadow não ama.


* * * * *

Eu estou sentada em minha cama no Clube; a visão e o cheiro do


lugar antigo me fazem sentir em casa. Eu me pergunto se eles pegaram
Cassie; a questão me deixa inquieta. Medo chocalhando minha estrutura, eu
engulo em seco, tentando digerir tudo.

— Doc está aqui, Dani, — Shadow diz, escovando meu cabelo para
longe do meu rosto. Eu nunca tinha visto um lado tão carinhoso de Shadow.
Eu viro, estremecendo apenas com o menor movimento.
— Ei, Dani, você pode me chamar de Jessica. — a bonita loira se
encaminha para o quarto vestindo um jaleco branco e carregando uma
maleta preta. Quando eles disseram que Doc está vindo, eu imaginei um
homem velho e careca com cabelo no nariz.

— O que está doendo, querida? — ela pergunta, puxando um


estetoscópio de sua bolsa preta.
— Eu tenho uma dor de cabeça e minhas costelas, — eu digo.
Apenas falar faz minha cabeça pulsar e minhas costelas morderem com
torturante dor.

— E sobre seu pescoço? — ela pergunta, acenando na direção de


meu pescoço.

— Meu pescoço?

— Parece que você foi sufocada; você foi estuprada? — ela pergunta
com sensibilidade.
— O que? — Shadow anda para perto de Jessica.

Ela fica em pé e coloca seus braços nos ombros de Shadow puxando


ele para trás. Apenas o simples gesto me deixa com ciúmes.

— Eu preciso que você vá ficar do lado de fora, Shadow. Todos vocês


precisam nos dar alguma privacidade, — Jessica diz, ainda empurrando
Shadow em direção à porta. Pela primeira vez, eu vejo Bull e Bobby
parados no caminho da porta.

— Sim, eu preciso falar com você e Bobby de qualquer forma,


Shadow, — Bull diz, agarrando o ombro de Shadow grosseiramente.

Uma vez que Bobby e Shadow saem do quarto, Bull coloca sua
cabeça para dentro. — Uh, Doc? — Bull pergunta de forma rude, sua voz
cheia de autoridade e hostilidade.

— Sim? — ela responde, sentando de volta na cama. Ela olha para


meu pai por cima do ombro.
— Quando você acabar com Dani, você pode querer ficar por perto.
— Humm, eu me pergunto do que se trata. — ela olha para mim com
sua sobrancelha elevada.

* * * * *

SHADOW
Quando eu recebi a foto de Dani espancada com pouca vida e vi a
forma como Ricky tinha suas fodidas mãos sobre ela, a besta foi liberada
sem pensar. Eu reconheceria aquela feia luz rosa e azul no fundo da foto em
qualquer lugar; é um bar para onde Bobby me arrastou anos atrás. Depois
de achar o bar, foi apenas questão de minutos para encontrarmos a casa. Eu
tinha minha cabeça tão enfocada em Dani que eu nem ao menos esperei
que Bull desse ordens. Eu apenas fui para dentro, preparado explodir a
cabeça de qualquer um que ficasse em meu caminho. Quando eu vi Dani
espancada no chão, eu perdi todo o pensamento. Eu me senti como se não
tivesse nenhum controle; sem esperança, com medo e apaixonado.

Eu ainda não posso acreditar que eu disse a Dani que a amava. Eu


não percebi que os sentimentos que tem se agitado para cima eram amor.
Um cara como eu pode amar, isso é possível? É possível amar um cara
como eu? Depois de dizer as palavras sem querer, eu sei que eu sinto
profundamente por Dani, mas eu não confio nela, não totalmente de
qualquer forma. No mundo que eu vivo, confiança é mais difícil de merecer
do que amor. Isso tudo me levou a estar sentado aqui nesta mesa, com
todos os meus irmãos olhando para mim, porque eu quebrei a lei de
confiança entre nós.

— Você está fodendo Dani? — Bull pergunta, sua voz amarga e fria.

Não em tudo feliz de dar aos meus irmãos imagens para seus bancos
de punhetas, eu cerro meus dentes e respondo, — Sim.

— Você sabia sobre isso, Bobby? — Bull pergunta. Eu me sinto


arrependido por trazer Bobby para isso, mas eu tentei avisar o fodido.
Bobby olha através da mesa para mim, seu olhar se segura em linha
reta. Nós éramos irmãos antes deste Clube, e eu sabia que ele guardaria
minhas costas até a tumba.
— Sim, eu sabia. — ele fala com coragem, mas nós dois sabemos que
estamos apenas a minutos de mijar em nós mesmos. Bull não é alguém com
quem você quer brincar, especialmente quando se trata de confiança. Uma
vez nós tivemos um prospecto arrastado e tudo que o rapaz fez foi
mencionar que o Clube estava tendo uma festa, que Bull tinha se alinhado
conosco para ter alguma coca e putas para relaxarmos. Felizmente, nós
tínhamos o policial em nosso bolso então nada aconteceu. Infelizmente
para o novo prospecto, no entanto, ele foi colocado a sete palmos embaixo
da terra. Mas não antes de Bull cortar sua língua com uma faca velha por
ser um rato.

— Confie como um pecador, — Bull murmura debaixo de sua


respiração. — Eu não sou alguém que você iria confiar normalmente;
inferno, eu sou o maior pecador que há, mas eu pensei que esse Clube
tivesse um círculo de confiança. Vocês quebraram minha confiança,
garotos, algo que não é facilmente conquistada. — Bull fala com autoridade
primitiva. — Você acha que Dani é dura o suficiente para viver nesse
mundo? A mãe dela não era. O que faz você pensar que eu quero alguém
como você com minha garotinha? Eu conheço o mundo fodido no qual você
vive. A escuridão que chocalha sua prisão não é o que eu quero perto da
minha filha, — Bull ruge enquanto ele bate seu punho na mesa. Eu esqueci
que Bull sabe muito sobre minhas sombras; sombras que eu terei que
revelar a Dani eventualmente.

— Ela não está aqui há um mês, e apenas um pedaço de você quase


consegue que ela seja morta, talvez até estuprada. Ela pode partir, minha
filha que eu acabei de conhecer, pode partir porque ela não pode estar
perto de você, um dos meus melhores homens. O que eu deveria fazer
sobre isso? — Bull pergunta, sua voz calma e suave. É como se ele fosse
bipolar, um minuto gritando e esmurrando mesas, no próximo quieto e
gelado.

Dani é uma garota crescida, talvez pela primeira vez ela possa gostar
de fazer suas próprias escolhas e possuir sua própria vida. Infelizmente
para ela, se ela é minha, isso nunca vai acontecer.
— Eu acho...
— Você não tem o direito de achar, — Bull grita, me cortando, —
achar fez você foder meu Clube e ter irmãos mentindo por você. Você
quebrou a lei! — ele berra. — Fodendo com a filha do presidente e
mentindo pelas minhas costas. Candy no outro dia, foi por sua causa, não
foi? — eu não respondo; eu sei que é uma pergunta retórica e nada que eu
disser vai ajudar de qualquer jeito. — Bobby, Shadow, do lado de fora, —
Bull estala, levantando, sua cadeira derrapando através do chão de madeira
dura.

— O que? Por quê? — Bobby pergunta.

— Vocês garotos quebraram leis, é hora de justiça, — Bull esclarece,


— e eu não quero sangue no meu fodido chão, esse é o porquê — Bull
sibila.

A última coisa que eu vou fazer é me lamentar por querer estar com
Dani. Se Bull me matar, vai ter valido a pena. Dani é a melhor coisa que
aconteceu comigo; ela me trouxe para fora da concha na qual eu vivia, ela
me trouxe fora para me mostrar um caminho que eu nunca havia
conhecido. Ela pode nunca ser capaz de me trazer de volta das sombras que
me seguem, minhas sombras que espreitam na escuridão.

Bobby e eu estamos parados no pátio quando Bull anda até nós, o


resto dos garotos vem atrás dele. Eu estou curioso sobre qual será seu
próximo movimento; ele quer sangue por termos traído ele, isso é obvio.
Ele irá nos matar? Nah, se ele fosse nos matar ele não faria isso aqui, em
lugar aberto, faria? Eu de repente sinto arrependimento me consumindo;
trair minha própria família por uma cadela não é algo que eu alguma vez
faria. Ainda assim aqui estou eu, arrastando um irmão para baixo comigo
num oceano de traição.

Bull saca sua pistola. Batendo o cano em sua perna, ele olha para
mim, — Braço ou perna? — eu acho que eu tenho sorte de ele me dar uma
escolha e não me atirar no crânio.

— Melhor você escolher rápido antes que eu escolha os dois, ou


mude de ideia e mire em sua cabeça, — ele diz, levantando sua voz.

— Bra— antes que eu possa dizer a palavra, ele atira uma bala reta
direto no meu braço, o mesmo braço que foi baleado no tiroteio. O tiro ecoa
na noite quieta.
— Porra! — eu grito em dor, agarrando a ferida latindo na minha
carne.

A dor irradia do meu braço para meu pescoço; sangue começa a


jorrar. O sangue é um símbolo da traição que eu verti em minha família, um
lembrete de como eu tomei a inocência de Dani. O sangue que está em
minhas mãos, me fez pagar com meu próprio sangue agora.

— Bobby, braço ou perna? — Bull pergunta.


Bobby olha pra cima na minha direção, seus olhos mostram que ele
está claramente puto que eu o arrastei para esta merda. Para ser justo, eu
tentei dizer a ele para tirar sua bunda do caminho no dia que ele viu sangue
em minhas mãos.

— Porra, braço, — ele diz, fechando seus olhos e esperando pelo


assalto.

Um tiro ressoa no ar da noite. Bobby geme profundamente e agarra


sua carne ferida.
— Eu deixei vocês garotos saírem facilmente. Eu penso em vocês
como meus próprios filhos, mas marque minhas palavras, Shadow, se você
foder isso com Dani, a próxima bala não será no braço ou na perna. Você a
leva para sua merda de novo, eu vou chutar sua bunda, — Bull grita,
apontando para mim como seu eu fosse uma criança desobediente. Eu diria
ele para se foder, que eu avisei Dani do homem que eu era, mas ele é quem
está segurando a arma. — Oh, e ela vai ficar com você de agora para frente,
— ele diz bobamente, fazendo o resto dos caras rirem.

— O que? — Bobby grita, dizendo exatamente o que eu estou


pensando.

— Eu não a posso ter isso no Clube, eu não preciso de outro episódio


igual ao de Candy. Eu vivo aqui, então ela não pode ficar comigo e vendo
como você foi tão gentil em a tomar debaixo de suas asas, ela estará ficando
na casa de vocês. — Bull se vira para o Clube, deixando a mim e Bobby
sangrando e pasmos.
— Você fodidamente me deve pra caralho! — Bobby dá uma de
espertalhão para mim, cerrando seus dentes para barrar a dor.
Eu apenas olho para ele. Eu de fato devo a ele pra caralho, mas eu
não vou admitir.

Eu ando para o Clube segurando apertado minha ferida para


impedir de sangrar o máximo que eu puder. Na verdade, isso é uma
mentira; eu espremo mais duro que eu posso de forma que, de fato, eu
sangre no chão. Foda-se Bull.

— Ainda bem que eu fiquei por perto, — Doc diz, olhando para mim
e para Bobby quando nós tropeçamos para dentro.

— Eu primeiro; é culpa dele que eu fui baleado para começar! —


Bobby resmunga, me empurrando para passar. Eu sento no sofá e observo
enquanto Doc avalia a ferida de Bobby.

— Atravessou de um lado ao outro; vai precisar de apenas alguns


pontos, — ela diz alcançando dentro de sua bolsa. — Porque Bull atirou em
vocês de qualquer forma? — ela pergunta, espertamente.

— Shadow fodeu com vagalume, — Bobby diz sarcasticamente.


— Oh! — ela para e olha para Bobby e para mim. — Isso é meio
doce, Bobby. — ela diz, examinando sua ferida para começar a costurar.

— Doce? — eu tusso.

— Sim? Sim! Sim, foi. Eu pensei que era romântico. Eu sabia que eles
eram perfeitos um para o outro então eu coloquei minha vida na linha por
eles. Esse é o tipo de cara que eu sou; um romântico secreto. — Bobby diz,
claramente mentindo através de seus dentes. Fodido brega como o inferno;
se Doc acreditar nisso, ela é mais fraca do que eu pensava.

Eu agarro um par de doses para ajudar com a dor enquanto eu


espero. Ouvir Bobby mudar minha fodida situação com Dani numa forma
de entrar dentro das calças de Doc era mais do que eu poderia aguentar. O
homem está mais cheio de vontade por DOc do que eu imaginava.

Depois de cerca de vinte minutos é minha vez.


— A sua atravessou de um lado a outro, também, — ela diz, olhando
para mim.
— Como está Dani? — eu pergunto, tentando tirar minha cabeça da
dor. Eu estou preocupado sobre seus machucados e se o bastardo fez
alguma coisa a ela. Um tiro em sua cabeça foi muito gentil; eu deveria ter
esperado por Bull para dizer o que fazer. Eu poderia ter me divertido
torturando ele, coisa que eu tenho desejado desde que eu era criança.

— Costelas machucadas, possivelmente quebradas e talvez uma leve


concussão, — ela diz, enfiando uma agulha no meu braço para o anestesiar.
Finalmente!

Eu suspiro de alívio; a retorcida arrasadora dor está começando a


aliviar.

— Ela não foi estuprada, se isso é o que você está perguntando. Ela
não pode se lembrar de muito com a concussão, mas eu tenho certeza que
ela irá ter algum estresse pós-traumático. Você poderá tirar mais dela com
o tempo, mas ela apenas precisa de descanso, na verdade. Eu não deixaria
ela dormir por um tempo, mas isso pode ser mais difícil fazer do que dizer.

Enquanto Doc costura meu braço, eu imagino o que exatamente eu


vou dizer para Dani. Ela terá dúvidas; mais do que eu quero responder. Não
confiar completamente nela vai ser um problema, e quem seu pai é, faz o
problema maior. Se eu não a fizer feliz, tudo o que vai precisar é que ela
chore para seu pai antes que um outro tiro venha em minha direção. Bull a
mandar ficar comigo me deixa puto. Se toda essa situação me mostrou
alguma coisa, é que eu preciso ficar longe dela antes que nós dois
terminemos mortos.


Capítulo Dezoito
DANI
Deitada na cama ouvindo meu iPod, ‘Demons’ de Imagine Dragons
está rugindo em meus fones de ouvido quando Shadow entra segurando
seu braço. Sangue seco rodopia em volta de seu braço e seu rosto está
contraído com dor e confusão. Eu retiro os fones de ouvido e tento me
sentar, mas a dor insuportável me faz deitar de novo.
— O que aconteceu? — eu pergunto, apontando para todo o sangue
em seu braço e a grande bandagem enrolada em volta.
— O que aconteceu? Vamos apenas dizer que seu pai não aceitou a
ideia de eu estar com você debaixo de seu nariz muito bem, — ele diz
sarcasticamente, deitando na cama perto do meu pé. O nevoeiro começa a
embaçar os cantos da minha visão; eu pisco com força tentando o afastar.

— Oh. — o que eu posso dizer? Ele apenas levou uma bala por estar
comigo.

Ele vira sua cabeça, ainda deitado em suas costas, para olhar para
mim. — Oh? — ele diz gracejando, fazendo meu estado atordoado se tornar
raiva. Sua mãe fez isso comigo. Ele disse que eu estava segura, mas quão
segura eu estava quando Ricky praticamente me fodeu com sua língua.

— Eu quero dizer – pra ser justa, eu estou desse jeito por causa de
sua mãe e... — eu paro incerta de quem Ricky é. Ele é o pai de Shadow?
Shadow apenas me encara, sabendo minha próxima pergunta.

— Você está brincando comigo? — ele late para mim enquanto se


levanta da cama. — Eu tentei te avisar no dia que você começou a me caçar
como uma cadela no cio!

Sério? Ele está colocando isso tudo em mim, agindo como se fosse
minha culpa que isso aconteceu.

— Como é? — eu grito de volta, minhas costelas e cabeça uivando


com uma dor selvagem. Eu suspiro e continuo meu discurso. — Eu não vi
você lutando contra, imbecil! — eu estremeço e seguro minha cabeça. Meu
corpo inteiro estica com os chutes no meu crânio.

— Você quebrou uma lei montando na garupa daquela fodida moto


com aquele idiota magricela, Dani, não eu! — ele diz, seu peito estufado
com raiva.

Eu olho para cima através de meus cílios e vejo seu rosto gravado
com preocupação. Ele é tão confuso. Eu não me lembro de muito do rapto,
mas eu me lembro dos sons e de como Shadow foi carinhoso enquanto eu
pensava que estava sonhando. Agora que eu estou aqui e que ele sabe que
eu estou segura, ele está de volta ao Shadow exigente.
Fúria submerge minha dor. Como ele ousa agir como se fosse minha
culpa; ele faz alguma ideia do que eu acabei de passar? Tentar lembrar de
tudo é difícil; eu tenho muitas perguntas, eu apenas não consigo me
lembrar de todas elas.

— Quem é Ricky? — eu sussurro, curiosa. Essa é uma que eu consigo


lembrar. Eu nunca o irei esquecer; a forma que ele fez minha pele rastejar.
Eu vou precisar de um banho de ácido para me livrar dele.

Shadow suspira profundamente, e joga suas mãos sobre seu rosto.

— Ele é seu pai? — se ele for de fato o pai dele, então talvez Shadow
esteja mais fodido do que eu imaginei. Ele apenas o matou sem mais do que
um piscar de olhos.

— Não, ele não é meu pai, — Shadow diz indiferente, claramente


irritado que eu poderia insinuar isso.

Eu mordo minha língua com seu tom. Quando eu estava naquele


lugar de merda de quarto, tudo que eu conseguia pensar era em Shadow.
Eu percebi que eu o amo e infelizmente eu nem ao menos sei quem ele é.

— Talvez eu não tivesse pensado isso se você conversasse comigo,


Adrian. — eu digo seu nome nitidamente, sua cabeça praticamente
estalando com o som.

— Como você sabe meu nome? — ele pergunta, estupefato.

— Sua mãe, se ela de fato é sua mãe, continuava te chamando desse


nome, — eu digo sarcasticamente, a névoa e a visão embaçada lavando
meus sentidos como uma onda faminta.
Shadow senta na cama e corre suas mãos por seus cabelos. Seu
corpo está rígido; quando ele olha para mim, seus olhos são ilegíveis.

Sua hesitação me dá a impressão de que ele não confia em mim. Eu


não sei por que, eu tenho feito de tudo por ele para que ele questione
minha lealdade.

— Isso nunca irá funcionar se você não me deixar entrar, — eu


cuspo, me sentindo ferida. A dor na minha cabeça e costelas não pode se
comparar com a dor que ele acabou de infligir na minha alma.
— Você não confia em mim, — eu digo. A forma que seus olhos
lustram confirma a acusação, retirando o ar de meus pulmões. Ele
estremece com a dor dilatando em meus olhos, sua expressão suaviza.

— Eu não confio com facilidade. Eu quero confiar em você, eu quero,


mas então eu não confio, — ele diz, olhando para baixo para o edredom. Eu
posso dizer que ele está desconfortável com seus problemas de confiança.
Eu não o posso odiar por não confiar em mim; não quando ele quer, mas
apenas não sabe como. Não é que ele não possa confiar em mim, eu apenas
preciso merecer essa confiança. A coceira em meu peito diminui com o
pensamento.

— Então fale comigo, Shadow, maldição! — eu choro com a dor que


irradia de minha cabeça como um fogo.

— Maldição, Dani, se acalme. Você está ferida. — Shadow sobe na


cama e envolve meu corpo com o seu. Meus nervos e emoções tão confusas
e apertadas como a maré noturna, eu relaxo quando meu corpo se molda ao
dele. O cheiro de suor e sabão amadeirado lambe meus sentidos, me
fazendo sentir em casa em seus braços fortes.

Nós ficamos deitados desse jeito por um tempo, apenas ouvindo a


respiração um do outro. Nosso batimento cardíaco se torna um e nossa
respiração sincroniza. Eu odeio que eu estou tão de pernas para o ar por
Shadow quando ele pode não se sentir da mesma forma.

— Meu pai se juntou ao exército quando eu era uma criança, —


Shadow diz silenciosamente, seu hálito sacudindo meu cabelo quando ele
fala. — Depois de um tempo, eu acho que minha mãe precisava mais do que
cartas de amor e a licença militar ocasional do meu pai. Aparentemente, eu
não era o suficiente também. Um dia ela saiu e não voltou por alguns dias.
Quando ela voltou, ela estava diferente; ela não era minha mãe. Eu nunca
mais vi minha mãe, — Shadow suspira pesadamente. Eu posso literalmente
ouvir toda a tristeza nesse único suspiro.

— Ela costumava ter tanta luz em seus olhos azuis, mas depois da
primeira vez que ela me deixou sozinho, eles se tornaram embotados e
patéticos. Então ela começou a sair por semanas de uma vez; seu corpo
denso começou a diminuir até se tornar um esqueleto e seus dentes foram
apodrecendo. Quando eu de fato conversei com meu pai, eu nunca contei
para ele o que estava acontecendo. Minha mãe e eu éramos sua taboa de
salvação. Eu acho que ele sabia, no entanto; ele continuou perguntando
sobre ela e eu sempre inventava uma desculpa. Ela parou de escrever para
ele de volta quando suas cartas chegavam.

— Então ela começou a aparecer com Ricky. Eu podia ouvir eles


fodendo durante a noite. — eu ouço Shadow cerrando seus dentes. — Eu
odiava aquele fodido, ele costumava me chamar de “Campeão”. Eu apenas o
queria matar. — Shadow fala com tanta dor e remorso, seu corpo tenso. Eu
quero me virar e o segurar, mas eu tenho medo de me mover; medo dele se
fechar. Então eu fico deitada ouvindo.

— Um dia eu recebi a notícia de que meu pai tinha sido atingido no


Iraque. Minha mãe tinha estado fora por uma semana. Quando ela
finalmente veio para casa, ela apareceu com Ricky. Eu disse a ela a notícia e
ela riu; ela nem ao menos foi ao funeral. Ela apenas pegou o dinheiro que
foi doado para nós pelos “Soldados Caídos” e me deixou. Eventualmente, a
eletricidade, água, tudo foi cortado. Eu não tinha comida, não tinha pai, e
não tinha mãe. Eu tinha quatorze anos. — Shadow para, passando suas
mãos sobre seu rosto. Eu quero me virar para ver sua expressão, seus
olhos, mas eu não tenho isso em mim, para ver o homem que eu amo tão
ferido.

— Tudo que eu tenho do meu pai é seu número de registro e o carro


no qual nós trabalhávamos quando ele tirava licença. — Shadow diz
sussurrando, fazendo meus olhos encherem de água. O carro na garagem;
ele diz que é tudo que ele tem do seu pai. Eu posso ver um garotinho
trabalhando em um carro com seu pai quando eu fecho meus olhos,
fazendo a água em meus olhos escorrer.

— Quando eu era mais jovem, eu fui jogado no reformatório. Foi lá


que eu conheci Bobby. Ele estava lá por ter roubado um carro. Nós
acabamos sendo liberados no mesmo dia, eu fui para casa com ele. Seus
pais me acolheram com braços abertos; eles nunca julgaram Bobby e eu.
Eles providenciaram comida e um teto sobre minha cabeça sem pedir nada
em retorno. Eles morreram em um acidente de carro no nosso último ano
de ensino médio, — Shadow suspira. — Bobby e eu caímos fora e achamos
o Clube.

Eu pensei que minha vida era uma bagunça, mas eu não tenho nada
para Shadow. Seu passado claramente causou algum dano. É isso que ele
tem tido tanto medo de me contar? Ou ele apenas está me dizendo isso
para me tirar de cima dele? Eu rolo e olho para os olhos de Shadow,
cavando fundo em sua alma. Ele fica tenso sob meu olhar fixo, consciente
da conexão inexplicável que nossas almas compartilham, e quebra o
contato visual comigo.

Existe mais; mais que ele gostaria de me dizer, mas não consegue. Eu
posso sentir isso.

— Você não precisa me dizer mais nada hoje. Eu entendo que você já
partilhou um fodido bocado, — eu digo, reassegurando a ele que eu estou
feliz que ele compartilhou comigo. Eu sou gananciosa e quero mais, mas eu
não o empurrarei por mais esta noite.

Meu corpo protesta com a cruel e anormal punição. Eu preciso


descansar, mas não ainda. Eu quero me aquecer nesse momento de me
sentir segura e um pouco confiada.

— Desde que eu posso me lembrar, minha mãe trabalhou. Fosse


como garçonete ou dançando, o que eu recentemente descobri que era na
verdade fazendo streap-tease, ela sempre trabalhou. Ela não aparecia nas
minhas peças da escola ou nos shows de talento. Ela sempre teve uma
desculpa; ela estava sempre trabalhando. Ela encontrava as piores babás
quando eu era criança. Uma babá que ela contratou me trancou em meu
quarto com uma cadeira contra a porta. A única vez que ela me deixava sair
era para comer e apenas antes de minha mãe chegar em casa. Eu tentei
contar a minha mãe, mas ela nunca acreditou em mim. Quando eu fui
ficando mais velha, sua distância de mim ficou pior, mas quando ela
conheceu Stevin, a distância se tornou hostil. Quando ela estava em casa,
nós brigávamos feio. Eu não fazia nada certo em seus olhos, e ela sempre
dizia que eu era anormal e precisava de ajuda. — minha cabeça pulsa com o
esforço para me lembrar, me fazendo parar.

— Minha mãe estava muito certa sobre meu futuro. Eu estava tão
presa na minha vida com ela, como eu estava naquele quarto trancada, —
eu compartilho com Shadow, tentando dar a ele um vislumbre do porque
eu ser uma ingênua garotinha quando eu apareci no Clube. Olho por olho,
se você preferir.

— Porque você não se mudou? — Shadow pergunta, como se fosse


tão fácil.
— Eu tentei, ela proibiu. Ela tirou todo o dinheiro da minha conta de
banco e ameaçou a garota com quem eu pretendia morar. Eu estava presa
com a cadela, — eu explico. Minha mãe não me queria, mas não queria que
ninguém mais me tivesse também. Isso é porque não faz sentido ela ter me
deixado aqui tão facilmente.

— É o suficiente de partilha por esta noite, nós temos um dia


ocupado amanhã. Parece que você está se mudando para minha casa, —
Shadow diz, ficando confortável atrás de mim. Meus olhos estalam abertos,
praticamente estourando uma veia.

* * * * *

Eu não posso respirar; o ar está espesso e exigente quando preenche


meus pulmões. Tudo está preto. Meus olhos vagueiam ao redor tentando
encontrar luz, mas é tudo preto. Eu estou deitada de lado e não tenho ideia
de onde estou. Eu tento mover minhas mãos para me levantar, mas quando
eu puxo, minhas mãos rebocam meus pés, eu estou amarrada como um
porco. Não, não de novo! Eu fui tomada contra minha vontade. Eu sinto
meu coração galopar, pânico flui em minha espinha. Meus lábios tremem
com medo quando eu tento ouvir o barulho ao redor, as batidas do meu
coração tornando esta tarefa difícil. Soa como um motor de carro. De
repente, meu corpo é jogado para cima e de volta abaixo, luzes vermelhas
iluminam a área. Eu estou num porta-malas. Como eu cheguei aqui? Eu não
me lembro de ser jogada em um porta-malas. Eu ouço portas de carro
abrindo e fechando, e então passos fazem seu caminho para a parte de trás
do carro. O porta-malas abre. O sol está brilhando tanto atrás das duas
pessoas que eu não consigo ver quem eles são, apenas percebo suas
silhuetas.

— Oh, sim, ela vai vender bem! — diz um deles.

Uma mão escura e bronzeada alcança e esfrega minha bochecha; ela


é macia e sedosa e tem cheiro de charutos. Eu balanço minha cabeça
violentamente para trás e para frente.

— Não. Não. Por favor, não! — eu grito, tentando erguer minhas


mãos das correntes, apenas para cortar mais profundamente minha pele.

— Eu queria prová-la para você, mas queria sua permissão primeiro,


Poppy, — diz uma voz familiar, áspera e rouca. A silhueta se inclina e eu
percebo que é Ricky, sua língua correndo para fora da boca para lamber
seus rachados lábios secos. Eu pensei que ele estava morto; o que ele está
fazendo aqui?

— Sim, faça isso, — diz Poppy. Eu ainda não posso ver o seu rosto
através da luz ofuscante.

— Eu sabia que você queria esta vagabunda! — soluços de uma voz


feminina. A voz é familiar, mas não posso dar um rosto para ela.

Ambos os rapazes jogam as mãos para cima em sinal de rendição e


dão passos para trás. Por que eles estão fazendo isso? Eu não consigo ver
de onde estou no porta-malas, então eu tento levantar a cabeça e ver sobre
a borda. Uma pequena silhueta aparece na minha linha de visão, mas tudo o
que posso focar é na arma apontada para mim.

— Morra! — a voz grita. É Cassie!

— Nããão! — eu grito.

— Dani! Dani, acorda porra! — eu ouço Shadow gritando para mim,


com as mãos balançando meus ombros.
Abro os olhos, fugindo do terror por trás de minhas pálpebras
fechadas. Estou encharcada de suor e minha respiração é dura. Acho que
posso sufocar a qualquer momento. Foi apenas um sonho ruim... apenas um
sonho, eu canto em silêncio para mim mesma.
— Se acalme e respire, — Shadow diz enquanto ele esfrega as
minhas costas para ajudar a me acalmar.

— Droga, esse deve ter sido um inferno de um sonho, — sussurra


Shadow, sua voz sexy e áspera do sono.

Ficamos ali no quarto escuro, em silêncio. Estou com muito medo de


voltar a dormir. Eu não consigo dormir. Preciso de um banho. Eu preciso
lavar a boca de Ricky de cima de mim.
Eu jogo minhas pernas sobre a cama só para as empurrar de volta
para cima novamente. E se ele estiver debaixo da cama? Não, Shadow
matou Ricky; ele não pode me machucar mais, certo? Eu coloco as minhas
pernas de volta ao longo da borda da cama, hesitante. E Cassie? Minha
mente me assombra, me fazendo puxar minhas pernas de volta para cima
da cama.

— Onde você está indo? — Shadow pergunta, sua voz cheia de sono.
— Eu tenho que tomar um banho. Eu preciso, — eu digo, soluçando.
Eu me sinto tão fraca, tão vulnerável.

— Eu vou te ajudar, — Shadow diz, se levantando da cama.

— Não, eu consigo. Eu posso fazer isso sozinha, — eu respondo,


parecendo mais rancorosa do que pretendia. Eu não posso evitar, mas sinto
um pouco de dor pelo fato de que ele não confia em mim, mesmo depois de
toda a merda que sua mãe me fez passar.

— Não, você não pode fazer isso por si mesma. Estou ajudando, fim
da discussão! — seu tom é duro e exigente. Corro o risco de olhar para
Shadow, nossos olhares segurando uma energia diferente de quando
adormecemos. O ar parece mais irritado e mais hostil do que antes. Mas por
quê?

Eu levanto da cama e sinto como se eu pesasse mil quilos. Minha


barriga está gritando com fome e minha boca está seca, mas tudo o que
posso pensar é em me limpar com uma esponja de ferro.

Eu me seguro e começo a fazer o meu caminho para o banheiro. Uma


vez lá, eu olho para o espelho enquanto Shadow liga o chuveiro. Eu não
posso conter o suspiro ímpio que escapa da minha boca quando eu olho
para o meu reflexo. Tenho sangue seco e endurecido na testa; um lábio
partido que está todo roxo e preto com mais sangue seco; minha garganta
tem um anel roxo em torno dela; e eu nem sequer olhei sob minhas roupas
ainda.

Shadow agarra a barra da minha camisa e a puxa sobre a minha


cabeça. Ele abre meu sutiã deixando as taças penduradas em meu peito; eu
deslizo as alças pelos meus braços e as deixo cair no chão. Ele desembrulha
minhas costelas machucadas que a Dr. Jessica envolveu firmemente para
ajudar com a dor. Shadow me vira e suga uma respiração feroz com a visão
de minhas costelas. Meus lados são a tonalidade mais escura do roxo que
eu já vi; preto. Apenas tentar dobrar a cabeça para olhar para elas me faz
estremecer com a dor; elas parecem horríveis.

Shadow me agarra pelos quadris suavemente, esfregando os


polegares sobre a pele manchada. — Porra, Dani, — ele sussurra sua voz
cheia de simpatia e preocupação.

— Realmente parece pior do que é, — eu admito.

Shadow me olha com olhos encapuzados. O azul ártico cavando


profundamente em meus olhos verde esmeralda e puxando a minha alma.
Minha calcinha instantaneamente fica molhada com a visão de seu luto por
minhas lesões.

— Eu conheço esse olhar e a resposta é simplesmente não. — o


temor e preocupação sumiram de sua voz, substituídos por fria moderação.
Seu comportamento inconstante me confundiu como o inferno de novo.

Eu ando até ele e arrasto as unhas para baixo sobre seu abdômen
delineado, sentindo sua pele explodir com arrepios sob meu toque. Meu
toque o afeta.

— Nós podemos ser gentis, — eu suspiro, arrastando minha mão até


a cintura de sua calça jeans. Shadow rosna profundamente.
Ele agarra meu pulso, parando o meu toque e o feitiço. Ele aperta
seus olhos fechados por um momento antes de me olhar de novo, com
armas em punho.
— Os sentimentos que eu tive quando você se foi, eles eram
profundos. Eu perdi o controle. Alguém pegou algo meu e feriu o que era
meu. Eu estou muito além de chateado que você esteve na parte traseira da
moto de outro irmão; um irmão que não a protegeu. Você nunca deveria ter
estado na garupa de sua moto, especialmente sem permissão. — Shadow
joga minha mão de volta para mim. Eu suspiro com choque; como eu ia
saber que estar na parte de trás da moto de alguém era quebrar algum tipo
de lei? Abro a boca para gritar com ele, mas paro quando ele se inclina e
belisca minha orelha dolorosamente. A dor beira a prazer. Lembranças dele
me espancando e puxando meu cabelo voam através dos meus olhos
fechados, me recordando que a escuridão não é tão ruim quando
pensamentos sobre Shadow a consomem.

— Eu vou te foder, te espancar, reclamar você, mas só quando eu


estiver bem e pronto, — sussurra Shadow em meu ouvido, seu hálito
quente e úmido contra a minha pele. O latejar súbito que varre meu clitóris
inchado faz minhas pernas oscilarem. Eu agarro Shadow por apoio e ele me
agarra pela nuca.

— Agora que seu pai sabe sobre nós, você é mais do que minha, e
todo mundo vai saber. — ele diz isso como se fosse uma coisa ruim; sua
mudança de comportamento agora faz sentido. Meu corpo lamenta a súbita
percepção de que Shadow está lutando contra mim porque meu pai me
mandou morar com ele. Eu olho para o braço enfaixado; seu preço para
estar comigo. Eu quero dizer a ele que eu não tenho que ir com ele, que nós
podemos fazer isso em nossa própria velocidade, mas nós dois sabemos
que não é verdade.

— Como você conseguiu apanhar desse jeito? — ele exige.

Eu fecho os olhos tentando pensar; tudo ainda está embaçado em


alguns lugares. Eu pedi por isto ou eles simplesmente desfrutaram de
infligir dor em mim? Minha cabeça explode com imagens de ser chutada e
jogada na porta; mas por quê?

A picada da sensação volta à vida, me lembrando do impulso


irresistível de lutar naquele dia. Me senti imprudente, maníaca, furiosa, e
ameaçadora; meu sangue estava bombeando tão forte que eu podia sentir
meu coração batendo em meus dedos dos pés.
— Senti uma vontade incontrolável de lutar, — eu respondo. —
Então, eu lutei; eu lutei para viver. Um lado escuro de mim rugiu através de
minha razão. — olhando para trás, eu poderia ter morrido. É exatamente
por isso que eu lutei; era matar ou ser morta.

— Eu os queria matar! — eu sussurro, lembrando a esmagadora


sensação de desamparo. Como eu teria gostado de ter encontrado uma
arma para selar seus destinos; para acabar com o efeito dominó que tinham
na vida de outras pessoas. Como eu teria gostado de ter feito isso por
Shadow.
Me sento no banco, do lado de fora da sala do diretor, balançando
meus pés enquanto eu esperava minha mãe sair. Eu sabia que estava em
apuros; minha mãe nunca pareceu feliz comigo, mas isso a iria jogar sobre a
borda. Entrei em uma briga com Sophie. Eu a odiava. Ela tinha dez anos,
assim como eu, mas ela era uma valentona; puxando meu cabelo, porque eu
não tenho cabelo comprido e loiro como ela e seus amigos; despejando tinta e
me culpando, ela ainda conseguiu arruinar qualquer arte que eu fiz na
escola; me beliscando até me machucar, ela sempre deixou marcas em mim e
às vezes ela até tirou sangue; me provocando, porque eu não tenho um pai,
seu pai era um advogado e rico; me chutando no tornozelo enquanto ela
caminhava pela minha mesa, eu não conseguia andar direito por um mês
após a última vez. O professor e minha mãe nunca acreditaram em mim
quando eu disse que o que ela fez, ou que ela começou. Hoje não seria
diferente. Ela era o sonho molhado de cada mãe suburbana; longos cabelos
loiros, notas perfeitas, e os pais perfeitos. Ela era perfeita. Eu a odiava.

Minha mãe veio rebentando através da porta do diretor e agarrou a


minha mão para sair. Seu aperto era tão forte que eu pensei que ela iria
quebrar meus dedos. Uma vez que chegássemos ao carro, eu sabia que tudo
viraria um inferno; quando eu estivesse longe dos olhos do público.

— Você quer me explicar o que aconteceu, Danielle, — ela perguntou,


olhando para mim como se eu fosse o maior erro que ela já cometeu.

— O diretor disse que você empurrou uma menina a fazendo cair e


bater a cabeça na calçada. Então... então ... — minha mãe começou a chorar,
me fazendo sentir arrependida do que eu tinha feito. Eu não tinha certeza de
porque decidi lutar de volta naquele dia; eu nunca tive a coragem de lutar de
volta antes. Algo estalou, algo dentro de mim escuro me tirou de dentro da
minha concha de medo. Eu tinha a fúria de uma pantera negra, e Sophie foi a
minha presa. Se o professor não nos separasse, eu teria matado Sophie.

— Então você gritou que a queria matar? Quem é você? Você não é
normal, — minha mãe gritou comigo, me fazendo sentir envergonhada. Eu
deveria ter deixado Sophie jogar a bola em minha cabeça. Eu não deveria ter
feito nada sobre isso, então a minha mãe não iria me odiar ainda mais do que
ela já odiava. Eu não sei o que deu em mim, mas eu nunca iria deixar que isso
acontecesse novamente.

— Dani? Dani! Onde você foi? — Shadow diz, me chocando um


pouco com minha lembrança.
Eu balanço minha cabeça, não querendo falar sobre isso.
Aparentemente, esta escuridão viveu comigo toda a minha vida; minha mãe
acabou fazendo um bom trabalho se certificando que raramente fosse
acionada.

— Me diga, — diz Shadow, agarrando a minha nuca e fazendo


nossos olhos se encararem.

— Quando eu era jovem, eu briguei contra uma valentona. Eu até


disse a ela que a mataria. Minha mãe me chamou de anormal. Esse
sentimento que eu tive quando eu gritei que eu queria matar aquela
valentona, saiu quando eu fui sequestrada. Parece que eu tenho feito merda
desde sempre. — eu sussurro a última frase, me sentindo envergonhada da
minha própria escuridão.

As unhas de Shadow escavam profundamente em minha pele,


chamando minha atenção. — Não se envergonhe de sua escuridão. É uma
parte de você e é mais fácil de lidar com ela do que tentar fingir que não
está lá. Você é filha de seu pai; você é obrigada a ter alguma escuridão
nadando em suas veias. Você só é escura quando você tem que ser, quando
você está no seu ponto de ruptura. Isso é compreensível. — Shadow pausa,
segurando. Eu posso sentir que ele quer dizer mais, mas quando ele olha
nos meus olhos eu posso ver que ele simplesmente não está pronto. Ele
está me protegendo. Sua atitude quente e fria está me atormentando. Ele
está tentando ser frio e retraído, mas lhe falta pleno potencial quando ele
mostra sua inquietação. Eu entendo que o meu pai cruzou a linha, mas há
algo mais que faz Shadow agir deste jeito?
— Esteja feliz que apenas em circunstâncias drásticas sua escuridão
quer ser liberada, Dani, — Shadow diz com tanta emoção; sua voz tão crua
e profunda. Olhando em seus olhos, eu posso ver que minha escuridão não
é nada comparada a dele. Gostaria de saber se eu realmente quero que ele
me conte sobre a escuridão que ele possui.

Shadow despe o resto do meu corpo, então se inclina contra a


parede olhando para nada em particular.

— Você não vai entrar? — eu pergunto, confusa, uma vez que temos
tido banhos juntos muitas vezes.

Shadow não fala ou faz contato visual, ele apenas balança a cabeça
negativamente.

Subindo sob os jatos quentes de água, me sinto instantaneamente


lavando o toque repugnante de Ricky. Eu pego o frasco de xampu e
esguicho sabão em minha palma. Levanto as mãos para a minha cabeça,
esticando minhas costelas, e solto um ganido de dor.

— Merda, — murmuro. Como é que eu vou lavar o sangue, se eu não


posso nem esticar meus braços?

— Droga, Dani, — Shadow diz, preocupado. Ele tira sua roupa


rapidamente e entra. Esguichando sabão em sua mão, ele diz, — Eu faço.

— Não, eu posso fazer isso. Eu não quero que você assuma o papel
de enfermeiro, — eu respondo. Eu não quero Shadow se sentindo obrigado
a cuidar de mim, especialmente se ele está tentando me empurrar para
longe. O pensamento simples me encoraja. Enquanto eu estava na casa de
merda, eu fiquei sem esperança, bem como quando eu era criança. Eu era
fraca, vulnerável, ingênua e medrosa. Ninguém me salvou na época, mas
quando ele me resgatou agora, Shadow derrubou as paredes de proteção
que eu tinha, me fazendo sua. O que dói é que agora ele não me quer.

— Basta ir. Não faça isso. Você não tem que cuidar de mim, —
murmuro, tentando salvar a pouca dignidade que me resta.
— Eu quero cuidar de você. Nunca pense de outra forma —Shadow
mergulha as mãos ensaboadas no meu cabelo molhado; os dedos hábeis
trabalham sua magia no meu couro cabeludo. Meu corpo ganha vida a
partir de todas as terminações nervosas. Calor interno lambe minha
espinha; perdido pela insegurança e revivido com seu querer. Meus lábios
se partem, os meus olhos se fecham, quando eu me deixo levar no carinho
afetuoso que Shadow está me dando. Eu nunca me senti tão bem cuidada,
tão acarinhada antes. Shadow me puxa para mais perto e inala
profundamente, eu posso sentir sua dura excitação contra a parte inferior
das minhas costas quando ele rosna. Suas mãos deixam a bagunça de sabão
na minha cabeça e viajam para baixo dos meus ombros para agarrar o meu
peito ensaboado. Eu gemo alto; suas mãos inflamam minha necessidade em
um fogo ardente.

— Apenas a visão do seu corpo corado e ensaboado me tem pronto


para explodir a minha carga em cima de você, — Shadow sussurra contra
meu pescoço, sua confissão faz minha ruína. Eu lanço meus braços sobre
seu pescoço, ignorando os gritos de minhas costelas e rolo meu pescoço até
seu ombro, o convidando para me levar.

Trovões retumbam em gemidos no peito de Shadow, soando como


uma fera devoradora de homens. Ele me empurra fora de seu corpo. —Por
mais que eu a queira levar aqui mesmo neste chuveiro, por mais que eu
queira pintar sua bunda de vermelho agora, fazer isso não te ensinaria
nada. — sua voz cheia de contenção e hostilidade, faz com que minha
mente consiga dominar meu corpo. Eu tive o suficiente de seu ego de
macho alfa.

— Como? — pergunto, virando para olhar para ele; meus olhos


fervendo de raiva.

— Você me ouviu. — suas palavras colocam para fora a minha


excitação e acendem uma raiva interna.

— Você não dará prazer a si mesma também. Vou saber se você fizer
isso e você não vai gostar das consequências. — Shadow olha bem nos
meus olhos, me prometendo que se eu desobedecer aos seus desejos serei
punida. Ele está empurrando minha sanidade sobre a borda, mas me
deixando prestes a gozar apenas com as suas palavras.
— Eu vou fazer o que eu quiser, você não me possui! — eu grito,
minha indignação tão forte que a minha visão fica borrada. Minha
escuridão está tentando subir. Parece que está querendo aparecer mais
vezes ultimamente.

Shadow agarra meus pulsos e os aperta para baixo na minha cintura.


Ele tem o meu corpo contra o chuveiro. — Eu possuo você. Você é minha!
— Shadow coloca o joelho no meio das minhas pernas e as espalha. Meu
coração cai com suas palavras; quem é esse homem? Eu nunca vi esse lado
de Shadow antes. Meu corpo se mexe tentando fazer contato com o joelho;
ele está desesperado para qualquer coisa.

— Você quer correr agora? Você quer negar que você é minha? —
Shadow pergunta com a voz rouca. Isso é errado; eu não sou uma posse, e
eu não sou uma submissa. Não é justo que ele está brincando com minha
mente. Ele diz que me quer, mas age de forma diferente.

Eu sou muito fraca para dizer qualquer coisa. Quero Shadow; ele me
fez o querer. Meu corpo está em alerta máximo querendo mais do toque de
Shadow. Minhas dobras estão pingando de excitação, em desacordo com a
minha mente; querendo ser possuída e amada por Shadow. Dando a
Shadow tudo, talvez ele vá ver quanta confiança é necessária para estar no
meu lugar; talvez ele vá abrir sua mente para confiar em mim. Minha
batalha interna me confunde, mas meu corpo fala mais alto que a minha
mente.

— Não, eu sou sua. — eu não percebo que eu falei as palavras em


voz alta até os lábios de Shadow se transformarem em um sorriso de lobo.

— Bom. — Shadow esmaga seus lábios nos meus duramente,


abrindo o corte no meu lábio, exigindo e imprimindo sua marca para selar
o negócio. Fazendo isto oficial; Shadow é a minha kryptonita.

Meus olhos se arregalam com seu comportamento; estou confusa,


mas intrigada, no entanto.


Capítulo Dezenove
DANI
Eu acordo na cama sozinha. Tenho certeza de que Shadow tem
missa de novo esta manhã, parece que vou ter que me acostumar a acordar
sozinha se eu quiser ficar com ele. Eu sei que missa é importante para os
meninos; aposto que eles têm muito a falar depois do sequestro.
Me sento e minhas costelas acordam com dor. Elas não estão tão
doloridas como ontem, talvez o chuveiro quente tenha ajudado. Minha
cabeça se sente muito melhor, também. Tudo já não é tão distorcido, e não
se sente como se uma banda de rock estivesse tocando no meu crânio.

Eu subo para fora da cama e percebo que estou nua. Eu nem me


lembro de ir para a cama após o banho. Eu me lembro de Shadow, no
entanto. Ele foi... diferente; teimoso, distante, dominante, chateado.
Chateado? Eu não acho que chateado é a palavra certa para usar; ele estava
além disso. Eu sabia que andar na parte traseira da moto de Charlie era
uma má idéia; eu só não sabia o quão má era.

Vou até a minha mala para encontrar algumas roupas. Tudo está
limpo, dobrado e organizado na minha mala. Hmm, eu quero saber quem
fez isso. Pego uma legging preta e uma bata cinza. Eu amo esta bata, é larga
e solta no topo, pendendo dos meus ombros nus, e apertada e elástica na
parte inferior, abraçando o meio da minha coxa.

Eu faço o meu caminho para o bar, onde todos sempre parecem se


reunir imediatamente ao sentir o cheiro de alimentos. Meu estômago em
alta velocidade, chateado de que eu não o tenha alimentado em mais de 24
horas.

— Você deve estar com fome, boneca. Aqui, tem alguns ovos e
torradas, e este copo de suco. Eles vão te fazer se sentir como um milhão de
dólares. — Babs desliza um prato por cima do balcão.

— Sim, por favor. Obrigada. — eu devoro os ovos, torradas, e suco


como uma criança morrendo de fome em um país do terceiro mundo. Eu
mal pude provar a comida de tão rápido que eu comi.
Do canto do meu olho, eu vejo meu pai se sentar ao meu lado. Ele
toma um gole de uma xícara de café e eu posso sentir a tensão que irradia
dele. Ele ainda está chateado comigo e Shadow.
Eu evito contato visual e termino a minha comida; nosso silêncio
espesso e pesado com palavras não ditas é o suficiente para mim.

— Obrigado, Babs. Eu vou arrumar minhas coisas. Parece que eu vou


ficar com Shadow por um tempo. — eu empurro para longe do bar,
tentando fugir da conversa que eu não queria ter com o meu pai.

— Ahhh, você é mais que bem-vinda. Eu lavei suas roupas para você,
por sinal, — ela toma o meu prato e coloca a mão em seu quadril,
esperando meu agradecimento.
— Você não tinha que fazer isso, Babs. Obrigada. — eu começo a
girar.

— Foi refrescante; muito mais fácil do que lavar as roupa destes


bastardos sujos. De qualquer forma, você vai me ajudar como garçonete
após o encontro de motos daqui um par de semanas? — Babs troca o prato
entre suas mãos e olha para os olhos do meu pai, pedindo a ele mais do que
a mim.
— Encontro de motos? — eu pergunto, olhando para o meu pai.

— É algo que a cidade faz todos os anos. MC e entusiastas de motos


vêm de todo lugar; vamos todos os anos. Se você quiser ajudar como
garçonete você pode, contanto que você mantenha seus hormônios para si
mesma e não foda mais dos meus homens. — ele olha para cima de seu café
e levanta a sobrancelha.

Eu bufo e vou para o meu quarto. Como ele ousa falar assim comigo;
agindo como se eu estivesse dormindo com todo o seu Clube. Me sento na
cama fervendo de raiva e brinco com meu lábio inferior. Será que minhas
boas vindas aqui expiraram? Talvez eu devesse ter ido com a minha mãe.

— Você está pronta? — Shadow pergunta, abrindo a porta do


quarto.

— Sim, isso é m— Shadow fecha a minha mala e sai do quarto antes


que eu possa até mesmo terminar a minha frase. Meu coração parece que
vai explodir. Meu coração dói com a dureza que Shadow está exibindo para
mim.
Pego minha bolsa e ando atrás dele; saindo do Clube.

— Entre, eu estou te levando até lá. — meu pai grita da frente de um


SUV preto.

Caralho porra, porra.


Subo no lado do passageiro do SUV e olho para fora da janela,
rezando para que Shadow não more longe e meu pai não pronuncie uma
palavra para mim.

Nós fazemos o nosso caminho para a estrada, o som das rodas no


pavimento enchendo o silêncio. Shadow está nos seguindo em sua moto. Eu
sinto falta de montar, mas sei que minhas costelas não estão em condições.

— Eu não aprovo isso, Dani. — meu pai finalmente fala, as suas


palavras cortando a tensão espessa. Eu mantenho meus olhos sobre os
edifícios que passam, o sabor do sal se torna mais espesso. Devemos estar
indo em direção à praia.

— Meus irmãos têm sido desonestos; eles perderam uma parte de


minha confiança, algo que não é facilmente conquistado. — seu tom pinga
com aspereza, suas palavras sobre como merecer confiança não são
inéditas. Concordo com a cabeça.

— Shadow, ele não é nenhum príncipe encantado. Ele tem o seu... —


ele faz uma pausa, — as suas sombras, mas ele irá te proteger. Eu sei que
ele não teria feito isso debaixo do meu nariz se ele realmente não sentisse
algo por você. Ele é como um filho para mim; ele não colocaria em risco a
minha confiança por qualquer uma. — ele fala como um velho sábio.

— Eu pedi que você ficasse com ele. Eu não posso ter você ficando
no Clube; tendo brigas de gato e meus homens lutando não é algo que eu
estou disposto a tolerar. — eu podia sentir seu olhar sobre mim, esperando
uma reação.

Paramos em um edifício que é tão alto quanto meus olhos podem


ver. Eu teria que colocar a cabeça para fora da janela apenas para ver o
andar de cima. A frente é de tijolos vermelhos e coberta com varandas.
Palmeiras com luzes embutidas em suas bases estão espalhadas na entrada
da frente. Parece caro. Como Shadow pode ter recursos para ter um lugar
tão bonito? Na verdade, ele parece ter um monte de coisas muito boas; a
moto mais bonita, roupas de marca, e agora este apartamento em um
bairro de luxo, obviamente.

Meu pai para o veículo e se vira para olhar para mim, seu rosto
gravado com linhas de preocupação. Ele parece muito mais velho do que o
habitual. — Basta lembrar, Dani, nosso mundo é diferente do que você está
acostumada. Não vá correndo antes de você realmente o entender — ele
está agindo como se eu fosse um animal assustado pronto para fugir a
qualquer momento; como minha mãe.

— Deseje como um santo, confie como um pecador, — ele canta


quando ele coloca o veículo no sentido contrário. Minha porta se abre
abruptamente com Shadow segurando minha mala e esperando
impacientemente para eu sair. Eu olho para o meu pai mais uma vez antes
de descer para fora, curiosa para saber o que diabos esse último
comentário significa.

No elevador, Shadow aperta o botão para o décimo quarto andar. O


passeio é silencioso. Ele nem sequer olhar para mim; ele apenas olha para a
tela digital que mostra em que andar estamos passando. Quando
finalmente chegamos ao apartamento de Shadow, é o típico apartamento
de solteiro. À esquerda da entrada há um sofá de couro marrom e uma
enorme cadeira combinando, uma volumosa mesa de centro entre eles. Na
parede do fundo está uma TV de tela plana repleta de consoles e jogos.

Se você andar em linha reta, há uma pequena cozinha com utensílios


de aço inoxidável e uma ilha com banquetas para separar a sala da cozinha.
À direita da sala de estar estão portas duplas de vidro que levam para um
pátio. Eu vou verificar isto mais tarde. À esquerda da sala de estar há um
banheiro e dois quartos, ambos com seus próprios banheiros privados. O
apartamento está cheio de caixas de pizza, sacos de fast food, garrafas de
cerveja, latas de refrigerante, e roupas sujas. Eu entro na cozinha para ter
uma ideia sobre o apartamento e vejo um preservativo saindo da lata de
lixo transbordando. Eu olho para Shadow com desgosto, minha boca
escancarada com o pensamento. Tanto sobre eu ser dele e ele ser meu. Eu
posso sentir minha pele corar com raiva quando Shadow atravessa o bar e
vê o que eu estou olhando.
Shadow olha para mim e levanta a sobrancelha, me desafiando a
perguntar a ele.
— Maldição, meu braço dói, — a voz de Bobby nos interrompe
quando ele entra pela porta da frente. Ele não tem conhecimento da guerra
acontecendo na cozinha, ele caminha em direção a nós com um sorriso.

— Oh, ei. Bem-vinda ao nosso humilde lar, — Bobby ergue os


braços, varrendo seu braço ao redor como um apresentador de televisão.
Espere, ele vive aqui, também? Bobby e Shadow são companheiros
de quarto? Talvez seja assim que Shadow pode pagar um belo apartamento
e tal; eles dividem o aluguel.

Bobby olha para a lata de lixo que tanto Shadow e eu estamos


encarando. — Oh, desculpe por isso; estava querendo tirar o lixo. Vai ser
diferente ter você vivendo com a gente, vagalume. — Bobby empurra o lixo
para baixo para esconder o preservativo usado.

— Sim, parece que eu não sou o único com problemas de confiança.


— Shadow balança a cabeça e caminha pelo corredor.

— Merda! — murmuro sob a minha respiração.


— Vocês, ah, vocês estão bem? — Bobby pergunta, se inclinando
contra a ilha.

Eu dou de ombros e caminho até a varanda; eu posso usar um pouco


de ar. A verdade é, Shadow e eu estamos muito longe de bem. Eu o posso
sentir ficando cada vez mais distante de mim e isso está me matando de
dentro para fora, começando com o meu coração. Assim que eu abro as
portas duplas, o ar salgado bate em minhas narinas como um trem de
carga. O edifício é tão alto, que você pode ver o mar. No deck estão duas
espreguiçadeiras; onde eu poderia facilmente me enroscar com um bom
livro e trabalhar no meu bronzeado. Se Shadow continuar agindo do jeito
que ele está, eu não vou estar aqui muito tempo, eu tenho certeza disso.

— Sim, as cadelas adoram a vista, — diz Bobby, andando atrás de


mim.

— As cadelas? — eu pergunto, rindo.


Bobby acena com um sorriso de menino.
— Eu posso ver que vocês dois estão tendo problemas, — declara
Bobby enquanto toma um gole de sua cerveja.

Eu ignoro a acusação e olho para o oceano.

— Ele está diferente, vagalume. Eu não sei o que está acontecendo


entre vocês dois, mas sei isso: eu nunca o vi da maneira como ele está com
você, especialmente quando a mãe dele te levou para a porra. Ele perdeu a
porra da cabeça, merda. — ele olha para mim com os olhos focados. — Isso
tem que contar para alguma coisa, certo? Não deixe que ele mande em você,
embora. — ele bebe o último gole de sua cerveja antes de virar em direção
às portas. — Mesmo que a bunda dele não mereça você.
Suas palavras penetram profundamente, e confirmam a minha
crença do porquê de Shadow estar agindo do jeito que ele está. Eu o fiz se
sentir inútil e fraco; inferno, eu o fiz sentir, ponto. Agora ele está fazendo de
tudo para ter certeza que nunca mais se sinta mal assim de novo ou perca o
controle. Posso aguentar o puxa-empurra? Será que sou forte o suficiente?

Shadow me ignora pelo resto do dia. Ele joga videogame com Bobby,
me pedindo para o trazer uma cerveja ou lhe fazer um sanduíche aqui e ali.
Para passar o tempo, eu lavo os pratos, tiro o lixo e pego a roupa suja. As
portas da sacada foram abertas para deixar o ar de fora circular. Parece
ótimo, mas minhas costelas estão doendo ao máximo. Me sento em uma das
espreguiçadeiras, exausta de todo o trabalho duro. Minhas costelas estão
passando o nível de dor que posso suportar e minha cabeça começa a
latejar. Eu estou precisando de uma pausa.

— Dani! — Shadow grita, rindo de Bobby sobre algo. — Me traga


outra cerveja! — ele ainda está jogando esse jogo de videogame do caralho.
Eu mordo meu lábio inferior e não me mexo; quem ele pensa que é?

— Dani! — Shadow grita novamente. Sua voz arranha meus nervos,


minha raiva começa a ferver através dos meus poros.

— Cara, vá buscar você mesmo. Que porra é essa? — Bobby zomba,


sua voz baixa em uma tentativa de sussurro para que eu não possa ouvir.

— Dani! — Shadow grita de novo, ignorando Bobby. — Maldição, —


ele amaldiçoa e pisa todo o caminho até as portas da varanda; seus olhos
como punhais na parte de trás da minha cabeça.
— Você me ouviu gritando para sua bunda me pegar uma cerveja?
— Shadow pergunta, puto por eu não saltar ao seu chamado.

Viro a cabeça e olho para ele. Eu não me importo de lhe pegar uma
cerveja, mas ele podia, pelo menos, pedir direito. Se ele está tentando me
afastar, me tratando desse jeito é uma ótima maneira de conseguir isso.
— Vá buscar sua própria maldita cerveja, — eu pulo de volta,
voltando a olhar para a vista do mar. É bonito com tons de roxo e rosa,
enquanto o sol se põe.

Shadow agarra meu queixo e puxa minha visão do oceano.

Encarando os seus gelados olhos azuis, sua alma me faz sem


palavras. Ele mostra ira, luxúria, confusão e escuridão. Ele está com raiva e
eu não sei por quê. Eu lhe dei tudo o que eu pude, incluindo o meu coração,
e ele ainda não está feliz. Estou exausta de tantas maneiras; meu coração
está literalmente quebrando.

Shadow se vira e vai embora, me deixando na espreguiçadeira para


assistir o pôr-do-sol sozinha. Eu sinto meu coração bater e queimar. Meu
peito se sente como se estivesse pegando fogo e eu suspiro por ar. Eu odeio
o efeito que ele tem sobre mim. Eu tenho que ser mais forte e engolir isso,
se eu quiser ficar com ele. Provar para ele que eu não vou a lugar nenhum.
Ele não pode ver que ele me faz sentir, também; que o controle que eu
preciso também é tomado de mim?

À meia-noite eu não posso manter meus olhos abertos mais. — Ei,


eu estou indo para a cama, você vem? — pergunto a Shadow, que ainda está
jogando videogame. Ele nem sequer me reconhece; apenas mantém os
olhos na tela. Isso é tudo o que ele fez durante todo o dia, mesmo durante o
jantar.

Quando abro a porta do quarto de Shadow, percebo que é muito


masculino. A cama tem lençóis pretos com um edredom preto, cinza e
branco e está cheia de almofadas macias. Eu vim aqui mais cedo para pegar
a roupa suja e garrafas de cerveja, mas eu não parei tempo suficiente para
realmente apreciar o lugar. Há uma enorme janela do chão ao teto, com
vista sobre a cidade e há cortinas pretas de cada lado. A cômoda é preta
com um espelho enorme. O quarto é o pecado em seu significado puro.
Como Shadow pode pagar tudo isso?
Eu vou para o armário e puxo para baixo uma das camisas brancas
de MC de Shadow; minha única foi arruinada por Candy. Quando eu a
agarro para fora do gancho, uma lufada de ar assalta meus sentidos. Cheira
a Shadow. Deus, eu sinto falta dele.

Você não acha que só porque você é doce e inocente, ele se preocupa
com você, que você pode o domar, não é? Assim que ele acaba com você, ele
vai voltar correndo para mim.

As palavras de Candy voam para mim como uma bala. Me lembro de


Shadow escondido no armário enquanto ela verbalmente me abordou. O
pensamento de que ela poderia ter razão torna a minha boca seca.

Não, as coisas são diferentes entre mim e Shadow; eu sei isso.

Eu coloco a camisa e subo na enorme cama. Parece fria e solitária


deitada nela sozinha.

Batidas soam na porta do outro lado da sala, me tirando da minha


festa de auto-piedade. Pequenas risadas feminina e o profundo riso suave
de Bobby são abafados a partir do quarto perto de mim.

Em seguida, tudo fica quieto. Hmm, estranho.

— Oh, Bobby, não pare! — uma menina geme alto. Isso não pode
estar acontecendo.

Eu posso a ouvir gemer coisas incoerentes, e Bobby rugindo como


uma besta. Isto é mais complicado do que eu jamais pensei que pudesse ser.
Onde está Shadow? Eu saio da cama e arrasto meus pés descalços para a
sala de estar. Shadow está dormindo no sofá com um cobertor e
travesseiro. Eu suspiro em voz alta; parece que eu vou estar dormindo
sozinha esta noite. Eu faço meu caminho de volta para o quarto; rejeição e
solidão pesando no meu coração.

Eu subo de volta para a cama; os gemidos do outro quarto se tornam


mais altos. Eu posso sentir sua cama batendo contra a parede. Eu não posso
lidar com isso mais; tenho mais tensão sexual acumulada do que ninguém
no momento. Eu saio da cama e pego meu iPod, talvez música irão afogar o
barulho. Eu subo de volta na cama, coloco os fones de ouvido e os afogo. A
primeira música que toca é ‘Is This Love’ por Whitesnake; a canção que
Shadow e eu escutamos na segunda vez que fizemos amor.
Eu arranco os fones de meus ouvidos e jogo o iPod para o final da
cama. Assim que os fones de ouvido deixam meus ouvidos, Bobby e
‘Senhorita Geme Demais’ enchem o quarto com barulhos sexuais
animalescos.

— Você está brincando comigo? — eu grito, me jogando no meu


estômago e cobrindo a cabeça com tantos travesseiros quanto minhas mãos
agitadas podem pegar.

* * * * * *

Eu acordei ao som de risos vindo do quarto ao lado. Minha cabeça


ainda está enterrada nas profundezas sob um monte de travesseiros. Eu
não tenho nenhuma ideia de que horas eu finalmente caí no sono na noite
passada; Bobby e "Senhorita Geme Demais" me mantiveram acordada a
noite toda. Cada gemido e grunhido vindo do quarto ao lado me fez pensar
sobre montar em Shadow e transar com ele até o amanhã.

Eu rolo nas minhas costas e olho para o teto. Eu não sinto vontade
de levantar, ou tomar banho, ou comer. Eu só quero deitar aqui e olhar para
o teto. Então eu faço; sem pensamentos e sem emoção por pelo menos
algumas horas.

Meu estômago grita para mim para sair da cama. Cedendo, eu saio
da cama e jogo o meu cabelo em um coque bagunçado. Eu saio do quarto
vestindo apenas a grande camisa do MC e calcinha; talvez mostrar um
pouco de pele trará Shadow para perto.

Eu entro na sala de estar e Shadow está sentado em um banquinho


na ilha. Ele parece sexy como o inferno em apenas um par de calças de
moletom cinza. Ele olha para cima de sua tigela de cereal e seus olhos se
voltam para minha aparência.
Eu dou a volta à ilha para me servir de uma tigela e espio Bobby
sussurrando palavras doces no ouvido de uma loira. Ela joga a cabeça para
trás e ri; sua voz é familiar. Ela olha para mim e minha respiração é
roubada de meus pulmões.
— Doc? — eu penso em voz alta.

— Oh, bom dia, Dani. Como está se sentindo? — pergunta ela,


pulando direto para o modo profissional. Eu aceno com a cabeça evitando o
contato visual; um pouco embaraçada, eu ouvi seu clímax duas vezes na
noite passada.
— Você pode me levar a uma livraria? Eu gostaria de comprar
alguns livros. — peço a Shadow, que ainda está olhando para mim como se
ele quisesse me comer.

Ele ganha compostura e volta ao seu cereal.

— Quanto tempo vamos fazer isso? — pergunto a ele, chateada com


os jogos infantis que ele está jogando. — Eu não acho que isso tem alguma
coisa a ver comigo ficando na parte traseira da moto de alguém; algo que eu
nem sabia que era uma lei. Então, o que é? — eu quase grito, pronta para
afogar sua bunda em sua tigela de cereais.
— Não me empurre, Dani, — Shadow diz, severamente.

— Vá se foder! — eu grito, agarrando minha tigela de cereais e


pisando de volta para o quarto. Foda-se ele. Foda-se ele e seus modos
arrogantes. Foda-me por me apaixonar por ele, mesmo quando eu tinha
sido avisada.

Eu como meu cereal e depois me deito olhando para a janela;


pessoas que vivem vidas normais estão andando pelas ruas. Famílias, rindo
e sorrindo, caminhando juntas. Eu odeio todos eles.

Eu acordo com a minha cabeça doendo de tanto dormir. Sentando na


cama, eu vejo uma caixa preta com um laço vermelho ligado a ela no final
da cama. Eu pego a caixa e abro.
— O que...? — me pergunto em voz alta.

É um Kindle. Aonde diabos ele quer chegar com isso? Me trata como
merda, então me recompensa com presentes? Eu amei o presente, mas ele
não vai saber disso.

Eu olho para o relógio e vejo que é 06h30. Tudo que eu comi foi o
cereal e eu estou morrendo de vontade de comer algum alimento real. Eu
lanço o Kindle no final da cama e vou em busca de alimento, ainda em
apenas uma camiseta e calcinha.
Shadow está assistindo a um filme em vez de jogar videogame. Eu
olho para ele e entro na cozinha.

Eu pego algum macarrão cabelo de anjo e puxo um pouco de carne


da geladeira. Eu olho nos armários e encontro algum molho de macarrão;
espaguete é isso.

Depois de cerca de uma hora de cozinhar e me queimar fervendo o


molho da massa, o jantar está pronto. Tenho assistido o suficiente de
programas de culinária quando estava presa em minha casa em Nova York
para pegar algumas dicas e eu tenho que dizer que o meu molho está muito
gostoso hoje à noite. Eu começo a jogar um pouco de espaguete em uma
tigela quando Shadow entra na cozinha.

— Hmm. — diz ele, mergulhando o dedo no molho.

Ele abre o congelador e puxa um balde de sorvete de chocolate, pega


uma colher do escorredor e vira a tampa com o polegar para o chão.
— Sim, eu acho que vou comer isso, — diz ele, maliciosamente. Meus
olhos arregalam e minha boca cai aberta em descrença, ele apenas desfez
da minha comida?

Meu rosto se transforma em uma carranca quando o meu sangue


começa a ferver mais quente do que o meu molho de macarrão.

— Droga, esta merda está dura. Dani, me pegue uma cerveja, —


exige Shadow enquanto ele toma outra colher de sorvete.
Eu mordo minha bochecha e aceno com a cabeça. Estou tão chateada
que eu não posso nem ver direito. Eu abro a geladeira e pego uma garrafa
de cerveja pelo pescoço. — Você quer uma cerveja, huh? — eu digo
timidamente. — Aqui, tome uma porra de cerveja! — eu jogo a garrafa de
cerveja para ele. Shadow abaixa quando a garrafa colide com a parede e se
quebra em um milhão de pedaços.

— Que porra é essa? — Shadow grunhe, olhando para a parede, o


vidro e a cerveja. — Eu vou comer a porra do espaguete.

— Oh aqui, me deixe pegar para você, também. — eu pego o prato


de espaguete quente e jogo para ele, derramando um pouco sobre o balcão,
também. Ele se abaixa novamente, na hora certa, quando a tigela de
macarrão se junta à cerveja e ao vidro na parede.
— Sua fodida louca! — Shadow grita enquanto ele deixa cair o
sorvete e faz o seu caminho em direção a mim.

— Vá se foder, eu não sou alguém quem você pode apenas pisar em


cima, — eu grito para ele, com raiva que ele está certo. Eu estou agindo
como uma louca, mas ele fez isso comigo; ele me fez louca.

Nossos olhos, azul e verde, ardem venenosamente ao se


encontrarem; almas de abuso e tormenta unidas em um anel de fogo.
Shadow agarra a minha nuca asperamente, me puxando para mais perto.
Eu trago a minha mão para trás e o estapeio no rosto, sua língua serpenteia
fora e lambe o lábio inferior.

Nossos olhos se bloqueiam juntos, mais uma vez, a raiva inunda


nosso julgamento. Ele me agarra pelo cabelo e puxa minha cabeça para trás.
Seu corpo está gritando alfa e seu temperamento brilha como uma besta.
Sem aviso, nossas bocas caem juntas em necessidade. Shadow me
agarra pelas coxas e me joga em cima do balcão. Espaguete e molho caem
voando em cima de nós e do balcão. Shadow belisca meu lábio inferior,
enquanto suas mãos mergulham no meu cabelo. Puxando minha cabeça
para o lado, ele lambe e mordisca um pouco de molho de meu pescoço.

— Deus, eu amo a porra do seu temperamento, — ele sussurra


contra a minha pele. Ele empurra seus quadris em minha buceta
hipersensível me fazendo moer contra ele em busca de atrito. Ele desliza as
mãos sobre minha camisa e agarra meu peito com avidez. Eu pego em suas
costas nuas para o puxar mais perto. Meu corpo está implorando por mais
enquanto ele me beija. Nossos lábios estão cheios de raiva e paixão. Ele tem
gosto de chocolate e de pecado; juntos se tornando um vício por conta
própria. Ele morde meu lábio inferior duramente, me fazendo gemer.
Minha dor se tornando o meu prazer. Eu tranco minhas pernas em volta de
sua cintura e mordo de volta em bicadas tonificadas. Ele geme e agarra
minha cabeça para trás para olhar em meus olhos tempestuosos.

— Está tudo bem? — Doc pergunta, entrando pela porta da frente,


uma vez que ela se abre.

— O que diabos aconteceu com a parede? — Bobby pergunta,


andando atrás dela.
Meus olhos se prendem aos de Shadow; sua expressão de luxúria e
ira sendo substituída por algo ilegível. Ele se afasta, me deixando fria e
confusa. Eu deslizo fora do balcão de espaguete e vejo Doc e Bobby com
olhares confusos e fixos. Shadow agarra seu colete da cadeira e caminha
para fora, batendo a porta atrás de si.


Capítulo Vinte
SHADOW
Acordei ontem chateado comigo mesmo; chateado que eu me deixei
ficar tão fraco, chateado que eu permiti que Dani tivesse esse tipo de
controle sobre mim, com raiva de mim mesmo por a amar. Eu também
estou chateado por eu quase deixei que ela fosse morta porque eu não levei
a viciada da minha mãe a sério.
Eu perdi o controle quando ela foi levada; perdi o controle com o
pensamento dela na moto de Charlie. Ela está bem, eu estou tentando
afastá-la. Eu estou tentando proteger ela da besta que eu sou. Mas, eu não a
posso deixar ir, meu corpo é viciado nela. Eu vivo e respiro Dani. Quando eu
penso sobre ela não estar comigo, eu me sinto sem esperança. Ela me
mostrou uma luz; ela é o céu para o meu inferno.

— Vagalume está dormindo, — diz Bobby, quando me sento ao seu


lado no sofá. Eu precisava sair daqui antes. Dani cozinhando naquela
camisa era uma tortura, mas quando ela me desafiou e se tornou uma
maluca fodida, eu não podia segurar mais, eu tinha que a ter. Quando eu
percebi o que eu estava fazendo, se tornou claro para mim que eu não
poderia empurrar Dani para longe, mesmo se eu quisesse. Ela é minha, e eu
sou dela.

— Vá em frente, baby, eu já te acompanho, — Bobby diz para a Doc,


a dispensando. — Que porra é essa, cara? Fale comigo, — ele exige de mim
quando ela se vai.

— Não há nada para falar, deixe para lá. — me levanto e faço o meu
caminho para a cozinha para tomar uma cerveja. A bagunça de espaguete
ainda está presente. Olho para o balcão e vejo um local limpo com a marca
da bonita bunda de Dani.

— Eu tomei a porra de um tiro por você estar com essa menina e


agora você está se afastando dela. Por quê? — Bobby grita comigo, esse
menino tem bolas de aço para falar assim comigo.

— Ela fode com a minha cabeça. Naquele dia que ela foi levada, toda
a porra do meu mundo caiu, Bobby, e eu perdi o controle, — eu confesso.
— O amor tem um jeito engraçado de foder com você. Eu entendo;
você acha que empurrando vagalume para longe irá impedir que você se
sinta impotente de novo, — diz Bobby, se levantando e andando até a ilha.
— Sim, e eu não acredito que ela não vá fugir quando descobrir o
que eu realmente faço; como eu permaneço vivo. — eu tomo um gole da
minha garrafa, arrependimento pelo fodido vazio que eu chamo de vida e
pelo jeito que eu lido com isso, me engolindo em um abismo negro. Se Dani
é qualquer coisa como sua mãe, ela vai correr para longe de mim. A
empurrando para longe agora é melhor do que depois que eu me entregar
completamente a ela, ou assim eu acho.

— Ela é o céu e eu sou o inferno. Quando estamos juntos, anjos


choram e o inferno se congela. — eu olho para Bobby, — Não é nenhum
choque que nós somos de mundos diferentes.

— Nah, eu não a vejo fugindo, Shadow. — ele toma um gole de sua


cerveja. — Se você a afastar, ela vai encontrar outra pessoa, e quando você
tiver que assistir isso, será o pior tipo de inferno. Confie em mim, eu vivi
isso, — Bobby olha para baixo, sua voz cheia de vergonha.

— Vá se foder. — eu grito com Bobby. Apenas o pensamento de Dani


com alguém me deixa irritado.

Bobby ri. — Sim, vagalume tem você pelas bolas.

— Estou prestes a cortar as suas fora, se você continuar falando


merda! — eu paro bem na frente de Bobby, o desafiando a continuar
falando.

— Eu estou tentando ajudar, cara. Se acalme. — Bobby joga as mãos


em sinal de rendição.

— Eu fodi isso feio de qualquer maneira, ela não vai me perdoar. —


eu digo a Bobby, terminando minha cerveja. O pensamento de Dani
apresentando um cara novo para Bull, quase me faz esmagar a garrafa de
cerveja na minha mão. Como eu poderia pensar que me afastando dela eu
me sentiria melhor? Empurrar ela para longe foi uma jogada fraca.

— Olhando para vocês dois sobre esse balcão mais cedo, eu pensei
diferente. — Bobby ergue uma sobrancelha e levanta o queixo em direção à
cozinha.
— Então, a pegue; a regue com amor. Ganhe a confiança um do
outro; descubra o que o outro gosta e odeia, — Doc diz, entrando na sala,
claramente ouvindo o assunto.

O rosto de Bobby se ilumina quando ele a vê; e ele tem a coragem de


dizer que Dani me tem pelas bolas.

— Eu não sei nada sobre isso, — eu respondo para Doc, me


sentando no sofá.

— Ele está dizendo a verdade. Ele nunca esteve em um


relacionamento, nunca , — diz Bobby, sério.

— Cara, que porra é essa? Sério? — eu pergunto, jogando minhas


mãos para cima, chateado que ele acabou de derramar minha vida para
alguma garota.

— Aww, isso é fofo, — Doc murmura. — Pelo que Bobby me contou


sobre Dani, ela também não esteve, então não se preocupe.
Me irrita que Dani e eu somos sua escolha para conversa de
travesseiro. Eu diria a ela para ir se foder se eu não precisasse de sua ajuda.
Não sei nada sobre fugas românticas; ou qualquer coisa romântica, já que
estamos nisso.

— Você disse que eu deveria a levar para algum lugar. Onde? —


pergunto, esfregando meu lábio inferior com o polegar, algo que eu faço
quando estou imerso em pensamentos. A verdade é que eu só os quero fora
da minha relação com Dani; chegar ao fundo deste tópico rapidamente
deve fazer exatamente isso.

Todos nós sentamos pensando, em silêncio.

— Oh! Uma cirurgiã com quem trabalho disse que seu marido
alugou uma casa de praia. Era apenas eles e alguns funcionários
ocasionalmente. Ela disse que foi super íntimo e romântico. Parecia incrível
pelo que ela me disse. Você deve fazer isso. — a voz de Doc é alegre e
malditamente perto de ser irritante. Eu não gosto da doutora apaixonada.

— Você sabe que pode pagar por isso, — diz Bobby,


sarcasticamente.
Eu posso pagar, eu sei disso. O dinheiro não é um problema. O
problema é saber se Dani quer ir comigo, agora que eu tenho sido um idiota
fodido. Eu chego ao final da mesa e pego o laptop. Eu estou levando Dani,
quer ela queira ou quer não. A levar para longe do perigo e destes dois
passarinhos apaixonados, vai ajudar a aliviar um pouco da minha tensão.

— Diga a ela tudo, eu não acho que ela vai sair correndo. Ela é dura.
As pessoas vão te machucar, quebrar sua confiança, não importa o quê.
Cabe a você decidir quais valem a pena o risco, — diz Bobby. Ele
claramente tem estado perto da doutora apaixonada tempo demais.

— Onde você ouviu isso? —pergunto a ele maliciosamente.


— Eu não sei. Eu tive garotas suficientes terminando comigo. Tenho
certeza que um delas disse isso para mim, — Bobby diz, rindo, e olhando
para Doc que claramente não está achando graça. Doc se levanta e pisa para
fora da sala, chateada com Bobby e sua confissão de ter estado com muitas
mulheres.

* * * * *

DANI
Saio do chuveiro. Lavar o macarrão e a vergonha de mim foi mais
difícil do que eu pensava.

O quarto está escuro. Não há iluminação suficiente da lua para me


permitir andar. Eu olho para fora da janela para ver as pessoas como
formigas. Eles ainda me fazem pensar como deve ser viver uma vida
normal. Mãos deslizam sobre minhas costas nuas, me assustando e fazendo
com que o meu coração dispare em corrida.

— Sou apenas eu. Está tudo bem, — Shadow sussurra em meu


ouvido. Eu nem sequer o ouvi entrar no quarto.

— Eu fodi tudo, — ele confessa, retirando as mãos da minha pele.


Seus lábios beijam abaixo da minha orelha, arrastando para baixo no
pescoço para minha clavícula.
— Me perdoa? — Shadow pergunta, sua voz áspera e sexy. Minha
cabeça gira com as muitas emoções que Shadow me faz sentir. Nós estamos
sempre indo e voltando; eu não sei se eu posso continuar jogando estes
jogos de mente mais.

— Venha pra longe comigo, — seus dedos enrolando meu cabelo


enquanto ele pergunta.
Eu me viro abruptamente.

— O quê? — eu pergunto, confusa sobre o que ele quer dizer com


longe.

— Só eu e você; longe do Clube e todos que nós conhecemos. Eu


quero te conhecer melhor. — ele se inclina e beija meus lábios, mas eu não
devolvo o beijo.

— Você está zoando comigo? — eu pergunto, furiosa que ele pensou


que eu o perdoaria tão facilmente.
— Eu não estou zoando com você, — ele zomba. — Eu entendo, eu
fodi tudo; eu fui um idiota da porra. Eu admito que eu tentei te empurrar
para longe. A maneira que eu sinto por você, do jeito que você me faz sentir,
me assusta pra caralho. Eu não sei o que mais você quer de mim. — ele olha
bem nos meus olhos e segura a parte de trás do meu pescoço me
aproximando. Os nossos lábios escovam um contra o outro. — Eu te amo,
Dani, — ele sussurra, seus lábios provocando os meus.

Sua confissão me surpreende. Eu deveria dizer que eu o amo,


também, mas eu não posso mover meus lábios para formar outra coisa
senão uma pergunta: — Você ama?

Shadow morde meu lábio inferior suavemente, — Eu fodidamente


amo, e isso me assusta.

Eu quebro meus lábios nos seus; sua língua dançando com a minha.
Ele tem um gosto de cerveja e sexo, me fazendo colocar minhas pernas em
volta de sua cintura. Ele nos leva para a cama, me deitando de costas, com
as pernas nunca quebrando o contato.
— Eu também te amo, Shadow, — eu revelo sem fôlego. — Isso é
assustador para mim, também. Eu nunca amei ninguém antes, — eu digo,
passando minhas mãos pelo seu cabelo despenteado. Dizer as palavras me
faz sentir como uma leoa. Finalmente ser capaz de dizer as palavras é um
alívio. Eu amo Shadow; mal, motoqueiro, besta e tudo.

— Isso significa que você vai fugir comigo? — pergunta ele, dando
beijinhos de borboleta ao longo do meu pescoço.

— Sim, sim, eu vou fugir com você. — eu respondo.

— Saímos de manhã, — ele sussurra enquanto seus lábios fazem


amor com a minha pele delicada e suas mãos serpenteiam em torno de mim
para agarrar minha bunda.

* * * * *

Este dia já é um turbilhão. Shadow me acordou com o sol esta


manhã, ele havia feito panquecas e nós comemos na varanda assistindo o
sol nascer. Foi o momento mais pessoal que eu tive com Shadow em dias.

Ontem a noite foi longa. Bobby e Doc fizeram sexo à noite toda de
novo, nos mantendo acordados com seus uivos intensos. Shadow e eu
deitamos ao lado um do outro, os nossos corpos silenciosamente pedindo
desculpas pelos últimos dias.

O sequestro foi uma volta brusca à realidade, eu entendo, mas eu


ainda não posso esquecer a forma como Shadow tentou se livrar de mim
tão facilmente. Fugir para longe com Shadow é exatamente o que nós dois
precisamos. Espero perdoar verdadeiramente Shadow por seus
movimentos imbecis e espero aprender mais sobre quem ele é.

Após o café da manhã, Shadow me levou às compras. Ele disse que a


nossa viagem seria para uma casa de praia, então eu comprei três biquínis;
um vermelho e branco, um verde e, secretamente, um de couro preto. Eu
mal posso esperar para colocar minhas garotas no de couro; Shadow vai ter
um acidente vascular cerebral. Eu peguei um par de grandes chapéus de
sol, e algumas bonitas e leves saídas de praia e, finalmente, um par de
sandálias. Shadow pagou tudo. Quando eu lhe disse que era demais, ele
jogou coisas aleatórias sobre o balcão e levantou uma sobrancelha para
mim.
— Realmente, isso é demais, Shadow, você tem que parar de me
comprar coisas, — eu protesto, apontando para os sacos pendurados em
meus braços e nos seus.

De repente, ele deixa cair às sacolas e pega um punho cheio do meu


cabelo, me puxando em direção a ele asperamente. Ele pode se sentir mal
por tentar afastar, mas o seu ego de macho alfa dominante ainda está lá.
— Eu quero comprar coisas para você; eu fui um idiota nos últimos
dias e quero fazer você feliz. Me deixe te mimar. Você é minha e minha
garota vai ter o que ela quer. — ele roça seus lábios contra os meus; não se
importando com os transeuntes de olho em nós em estado de choque.

Depois de empacotar todas as nossas compras, subimos no Mustang


de Shadow e nos colocamos a caminho. Eu não sabia que ele tinha colocado
o motor até esta manhã. O carro é alto e rápido, me fazendo doer com a
tensão sexual. Shadow pega até minha mão e me puxa para ele. Eu olho e
ele puxa meu braço novamente. Seu sorriso de playboy indica que ele quer
que eu suba em seu colo.

— Sério? — eu pergunto, olhando para a estrada aninhada com o


tráfego; sabendo que é perigoso e contra a lei.
Ele me dá um sorriso de lobo e balança a cabeça. Não sou capaz de
resistir, eu subo e sento em seu colo, as costas de frente para a porta, e jogo
o meu braço em torno de seu pescoço. Ele envolve o braço esquerdo em
volta da minha cintura e me puxa para perto, — Um homem poderia se
acostumar com isso, — Shadow diz, beijando minha clavícula e pisando no
acelerador nos fazendo correr com um rugido do motor.

* * * * *

Eu acordo assim que chegamos à casa de praia; a falta da vibração


do motor me acordando. Eu lentamente começo a abrir meus olhos e sinto
Shadow escovar uma mecha de cabelo atrás da minha orelha. Ele me agarra
pelas coxas suavemente e me tira de seu colo. Ele me põe no banco do
passageiro de forma lenta e suavemente, não percebendo que eu já estou
acordada.
Ele sai de seu assento e silenciosamente fecha a porta, em seguida,
faz o seu caminho ao redor do carro. Eu estico as pernas para o chão e os
braços para o teto. Meu corpo dói de ter dormido no colo de Shadow todo o
caminho.

— Eu vejo que você está acordada agora. Eu tentei a deixar dormir,


— Shadow diz quando ele abre minha porta.

— Sim, eu acordei quando chegamos.


Shadow olha para trás de nós. Ouvindo outro carro, me viro no meu
lugar para ver o que ele está olhando. Um Bentley branco está lentamente
chegando atrás de nós. Desço do carro e fico ao lado de Shadow,
imaginando quem é. As janelas são escuras, por isso não há maneira de ver
dentro.

A porta do passageiro do carro abre e uma bengala branca se


apresenta no asfalto. Dois sapatos brancos extravagantes seguem. Como
uma cena de um filme, tudo o que eu posso ver é por baixo da porta.

— Espero que vocês não tenham esperado muito tempo? — uma voz
arranhada de um homem mais velho soa atrás da porta do carro. Ele tem,
cabelo branco fino, olhos escuros e pele pálida. O efeito total é completado
por um terno branco.

— Nem um pouco, — diz Shadow, levantando a mão para apertar os


dedos do cavalheiro mais velho. — Eu sou-

— Você deve ser Adrian Kingsmen? — o senhor pergunta, cortando


Shadow. Ouvir o sobrenome de Shadow lança um punhal no meu coração;
eu estou apaixonada por um homem de quem nem mesmo sei o
sobrenome. Nossa, eu sou patética.

Shadow sorri educadamente enquanto ele agarra a mão do senhor


com firmeza e agita: — Sim, eu sou, e você deve ser Harold White?
— Na verdade eu sou, — o homem confirma antes de liberar a mão
de Shadow e apoiar em sua bengala. Harold olha para mim e sorri, seu
rosto flácido e enrugado marcado pela idade.
— Esta deve ser sua esposa? — pergunta ele, quando vem na minha
direção.

— Eu, hum, eu sou... — eu hesito. Eu não tenho certeza do que eu


sou de Shadow. Eu sei que eu não sou sua esposa, mas eu nem acho que sou
sua namorada neste momento.
— Este é Dani; ela é minha namorada, — Shadow explica por mim,
seu rótulo me fazendo sorrir.
— Ela é bastante impressionante, não é? — o senhor pergunta,
levantando minha mão e a beijando suavemente.

Meus olhos nunca deixam os de Shadow. — Muito. — ele sorri


enquanto me admira.

— Desculpe, Tio White, eu não percebi que horas eram.

Me viro na direção da voz masculina desconhecida. Ali está um


homem, não, um menino, com cabelo castanho caindo para baixo em seus
olhos; olhos marrons. Eles são bonitos, mas não tão vívidos como os de
Shadow. Este novo indivíduo é apenas um pouco mais alto do que eu e de
uma compleição menor do que Shadow. Ele está vestindo uma camisa
branca de botão com shorts cáqui.

— Ah, sim, o meu sobrinho beligerante; atrasado, como de costume,


— Harold zomba, seus dentes rangendo quando ele fala.

Se virando para Shadow, ele continua, — Este é Rudy. Ele vai ajudar
com tudo o que você pode precisar. Ele vai cozinhar para você, lhe trazer
bebidas enquanto estiver na praia, o que você escolher. Por favor, o use
desde a limpeza dos banheiros até para afofar o travesseiro. — comanda
Harold, seu rosto se contorcendo em desgosto quando ele olha para Rudy.

— Rudy aqui está me pagando de volta por sua pequena escapada


no mês passado. Rudy pensou que seria uma ótima ideia ficar bêbado e
usar drogas com seus amigos. Ele bateu o carro de sua mãe e o deixou no
local. O tirar da prisão não foi barato, então isso é algo que gostamos de
fazer, muitas vezes, não é, Rudy? — ele olha para Rudy de cima para baixo.
— Sim, este aqui está acostumado a ter coisas entregues em suas mãos,
mas não mais. Ele vai ficar na casa de hóspedes, então não se preocupem.
— Todo mundo fica em silêncio; a energia se tornando estranha. Eu vou em
direção ao carro para pegar algumas bolsas e minha bagagem.
— Sim, de qualquer maneira, de volta aos negócios, Sr. Kingsmen, —
Harold silva. — Rudy, vá ajudar a senhora com suas coisas enquanto o
senhor Kingsmen e eu cuidamos dos detalhes de última hora.

Com as mãos ocupadas e Rudy à minha frente, caminhamos por uma


trilha de cascalho. A área é definitivamente isolada e é uma longa
caminhada ao longo do caminho para a linda casa. Suas paredes são da cor
do arenito verde escuro e sua cobertura é de telhas marrons escuras. Há
videiras verdes que crescem dos lados da casa, se entrelaçando umas com
as outras. Parece acolhedora e pequena, mas elegante ao mesmo tempo.

Entrando, minha boca cai aberta com o luxo. À direita da porta está
uma cozinha pequena bonita com aparelhos de aço inoxidável e uma ilha
no meio. À esquerda da entrada fica uma pequena sala de estar com um
sofá estofado que tem almofadas verdes e brancas jogadas nele. Avançando
pela sala de, há um banheiro que parece enorme de onde eu estou.

Mas o que me chama a atenção é a cama no meio do quarto. Assim


que você entra, a cama está no meio como uma peça central. É grande, cor
de areia, de metal e com dossel. Cortinas brancas dependuram
elegantemente ao longo de todos dos quatro lados do quarto. Eu deixo cair
as minhas malas e bagagem e faço o meu caminho para lá. O edredom é
branco e macio e quando os meus dedos o tocam, eu sinto penas na parte
de dentro. Há um mar de almofadas brancas de todo tamanho e forma
jogadas sobre ele. Na frente da cama estão duas portas duplas de vidro do
chão ao teto que se abre para um pátio e, para a praia e o mar.

— Sim, todo mundo adora a vista. — eu tiro meus olhos da cama e


das portas duplas para encontrar Rudy; que está de pé muito perto. Eu
sorrio docemente e passo por ele, fazendo meu caminho de volta até a
trilha e Shadow. O vejo pegar um saco preto do porta-malas do carro e
caminhar em direção a Harold. Harold abre e tira uma pilha de dinheiro.
Em seguida, ele olha para o saco e acena com a cabeça antes de o fechar. Ele
aperta a mão de Shadow e faz o seu caminho de volta para seu Bentley. A
questão que tem assolado minha mente por dias ressurge; onde é que
Shadow consegue todo esse dinheiro?

* * * * *

— As coisas que eu vou fazer com você nesta cama, — Shadow diz
ao entrar na casa. Seus olhos estão encapuzados com promessas
pecaminosas.

Shadow me agarra pelo meio da coxa e me joga por cima do ombro.


Minhas costelas recuam de dor, me lembrando que elas não estão
totalmente curadas.

— Shadow, eu quero ver a praia primeiro, — eu grito, meio a sério.

— É uma praia; você já viu uma, você já viu todos elas. Estou
transando com você nesta cama agora, Dani, e nada está me parando, — diz
ele sério. Ele me joga nas minhas costas em uma nuvem de cobertores; meu
pouso suave e macio.

— Eu sei que eu tenho sido um idiota com você Dani, e eu vou fazer
isso bom para você. — ele agarra a bainha de sua camisa e levanta sobre a
sua cabeça; seu estômago definido e rasgado flexionando com seus
movimentos.

— E como você pretende fazer isso, Sr. Kingsmen? — pergunto


inocentemente.

Shadow começa a desabotoar sua calça jeans, enquanto seus olhos


penetram os meus; sua mandíbula apertada e séria. — Fazendo amor com
você como você merece; como se você fosse minha rainha e eu o seu rei.

Ele joga seu jeans longe da cama e sobe em cima de mim, seus lábios
alegando minha boca possessivamente. Ele agarra a barra da minha camisa
e puxa sobre a minha cabeça lentamente. Deito de costas enquanto Shadow
espalma a fenda entre os meus seios com as mãos calejadas. Suas mãos se
movem para baixo através das minhas costelas machucadas e do meu
estômago. Enquanto ele beija a trilha deixada por suas palmas, eu arqueio
minhas costas querendo mais dele.
Shadow morde o zíper da minha bermuda e o puxa lentamente para
baixo quando seus dedos os desabotoam. Seus lábios beijam meu estômago
enquanto ele tira minha bermuda. Ele a joga por cima do ombro e a puxa
sobre as mãos. Se levantando um pouco fora do meu torso, ele levemente
beija a bainha elástica da minha calcinha. Seguindo seu caminho para cima,
ele mergulha sua língua no meu umbigo. Suas mãos trilham até a lateral do
meu corpo ao mesmo tempo; suas mãos são grandes e gananciosas
enquanto me reclamam.

Meu corpo vibra em êxtase quando Shadow leva o seu tempo me


alegando; me admirando, me fazendo esquecer tudo de ruim que houve
entre nós. Eu mergulho meus dedos em seu cabelo escuro, trazendo seus
lábios de volta para os meus e os beliscando enquanto ele procura pelo
gancho do meu sutiã.

Meus mamilos endurecem com o ar frio que entra pelas portas


duplas. Shadow se inclina e suga um em sua boca com atenção enquanto
seus dedos encontram os lados da minha calcinha. A encontrando, ele a
arrasta para baixo pelas minhas pernas lentamente, seus olhos azuis nunca
deixando os meus.

— Tão linda, — ele sussurra. — Eu não te mereço.

Ele cutuca minhas pernas com os joelhos, o seu comprimento


insistente contra suas cuecas. Ele aperta a sua excitação contra meu sexo
inchado, me fazendo jogar a cabeça para trás tentando respirar. Sua tortura
faz meu corpo ganhar vida com sensibilidade e desejo. Se ele não me der o
que o meu corpo está implorando, eu tenho medo que eu possa gozar
apenas com seu toque.

Minhas mãos agarram a parte de trás das coxas, empurrando seu


pau vestido contra minha entrada mais do que pronta. — Agora, Shadow,
— eu gemo, pouco coerente.
Com as palavras simples, Shadow urgentemente puxa sua cueca
para fora, sua ânsia aumentando a minha excitação. O puxo para me beijar,
necessitando de algum tipo de contato. Sem aviso, Shadow mergulha seu
comprimento duro dentro de mim. Minha cabeça rola imediatamente de
volta, eu me arqueio fazendo meus mamilos fazerem cócegas em seu peito,
e minhas unhas cavam fundo em seus ombros. Ele lentamente se afasta e,
em seguida, com força empurra para frente novamente; seu impulso
proporcionando uma sensação de calor e borboletas por todo meu corpo.
Eu gemo alto.
Shadow agarra a minha nuca e puxa minha cabeça, me obrigando a
olhar para ele. — Olhos em mim, vagalume, — ele exige. Sua testa franze
com esforço enquanto ele continua a empurrar para dentro e fora de mim;
gotas de suor assaltam sua testa e ameaçam escorrer. Eu deslizo minhas
mãos para baixo sobre suas costas úmidas até sua bunda dura e seguro
forte quando eu sinto suas estocadas cada vez mais rápidas e mais duras.
Nossos olhos nunca quebram o contato.

Eu envolvo minhas pernas em volta de suas coxas, minhas unhas


cavam em suas bochechas firmes, e minha respiração se torna difícil
enquanto eu sinto a ascensão do calor em direção ao meu núcleo. Eu estou
oscilando à beira do clímax enquanto Shadow empurra duro e profundo.
Seus músculos crescem quando seus punhos cavam os lençóis ao meu lado.

Ele se inclina e beija meus lábios antes de mergulhar sua língua


profundamente em minha boca. Sua língua fodendo a minha é a minha
ruína. Minhas pernas apertam e minhas unhas cavam mais fundo. Eu gemo
em suas investidas quando o formigamento das sensações batalha com a
esmagadora sensação de calor.
— É isso aí, baby. — ele recua e agarra a minha mão para fora de
uma de suas nádegas. Ele puxa meu braço acima da minha cabeça
entrelaçando os dedos com os meus. Seu corpo enrijece e ele se dirige
profundamente. Gemidos baixos preenchem seu peito enquanto eu o sinto
pulsar dentro de mim, me enchendo com sua libertação.

Shadow cai para o meu lado me agarrando pelo quadril, puxando


meu corpo metade sobre ele. Nossos peitos arfam buscando ar em silêncio
enquanto olhamos para as portas duplas. As ondas do mar batem na praia;
o som enche a casa competindo com nossa alta respiração ofegante.

— Eu te amo, Shadow, — eu sussurro enquanto meus dedos traçam


a ferida que meu pai lhe deu. Ela marca Shadow como meu; um lembrete do
preço que ele pagou por me reivindicar.


Capítulo Vinte e Um
DANI
Acordo ao som das ondas quebrando e do meu estômago roncando.
Me sento, descansando em meus cotovelos, e olho para as portas duplas
para o sol poente. Temos que ter dormido por algumas horas, pelo menos.
A cama está nua de quaisquer cobertores ou lençóis e apenas alguns
travesseiros foram deixados após Shadow fazer amor comigo. Ele foi tão
carinhoso e mostrou tanta emoção. Eu esfrego os dedos sobre seu rosto, a
barba por fazer coça contra as almofadas. Ele parece tão relaxado e
despreocupado quando ele está dormindo; tão amável e longe de bestial
neste momento.

— Você vai continuar me encarando, porque é meio assustador, —


Shadow implica com uma voz profunda de sono.

— Desculpe, você fica tão bonito quando você está dormindo. — eu


sorrio, ganhando um bufo dele.

— Sim, bem, esta cama é realmente muito confortável. — Shadow se


senta com os olhos sonolentos e olha para fora das portas duplas. Seu
corpo ainda está nu e tão delicioso como sempre. Eu não posso evitar, mas
deslizo meus olhos sobre ele. Eu olho para Shadow e ele tem o sorriso mais
sexy em seu rosto. Pega em minha encarada indiscreta, eu sorrio e dirijo o
olhar para o pôr do sol.

— Sim, é muito confortável. Todo este lugar é muito bom. — eu


ainda não estou segura de como Shadow pode pagar. De onde é que vêm as
pilhas de dinheiro que ele deu a Sr. White?

— Mas? — Shadow pergunta, sentindo minha tensão.

— Como você pode pagar? — olho para Shadow que está esfregando
as mãos sobre o rosto em irritação. — Eu vi você entregar aquele dinheiro
ao Sr. White lá fora, — eu admito. Shadow deixa cair suas mãos e olha para
mim com choque e confusão.

Ele olha para o mar novamente. Seu corpo, uma vez relaxado e
despreocupado, está agora tão duro como uma tábua. Sinto que ele não
quer me dizer. Ele pode me amar, mas ele não confia em mim.
— Ah, você ainda não confia em mim.

— Não é porque eu não quero, Dani. — ele olha para mim, colocando
um fio de cabelo atrás da minha orelha. — Se isso significa alguma coisa, eu
confio mais em você hoje do que confiava ontem. Só vai levar tempo. — ele
segura meu rosto e me traz para mais perto.

— Você tem que me deixar entrar para confiar em mim, Shadow, —


eu solto com minha respiração pesada.

— Eu prometo que vou te contar tudo antes de voltarmos. Eu só... Eu


só quero aproveitar esta semana com você, caso a verdade faça você fugir.
— seu rosto muda com tristeza e incerteza. Por que ele acha que eu vou o
deixar, é tão ruim assim? O pensamento de que é algo perigoso, ou mesmo
o suficiente para me colocar em perigo, me assusta porque eu sei que não
importa o que seja, eu não vou deixar Shadow. Eu estou muito apaixonada
por ele. Eu prefiro cair nas chamas do inferno com ele, do que ficar sem ele.

Eu agarro a parte de trás da cabeça de Shadow e trago seus lábios a


um fio de cabelo de distância dos meus. — Eu não vou a lugar nenhum,
Shadow, — eu sussurro, os meus lábios lhe roçando.
— Esse fogo que vive tão profundamente dentro de você, o fogo que
te faz minha vagalume, tenho medo de que minha escuridão vá acabar com
ele; o colocar para baixo e te tornar uma pessoa diferente. — seus lábios
pincelam contra os meus em sua confissão, seus olhos escavam
profundamente nos meus.

— Vagalumes não podem viver sem a escuridão, — eu respondo.

Shadow trava seus lábios com os meus; ambos em nossos joelhos e


nus. A brisa do mar entra pela porta e nos rodeia, nos fazendo um só.

— Oh, merda, sinto muito! — a voz de Rudy soa das portas duplas.
Eu salto para fora do abraço de Shadow e me jogo para o chão debaixo dos
lençóis. Shadow ri do meu embaraço, tão confiante que ele não sente
necessidade de se cobrir.

— O que você quer? — Shadow pergunta a Rudy.


— Estou aqui para fazer o jantar. — Rudy olha para o pátio,
tentando evitar olhar para a bunda de Shadow.
— Volte na parte da manhã; minha menina vai me fazer um pouco
de seu espaguete.

Eu olho para Shadow do chão, com um sorriso largo no rosto. Eu


poderia me acostumar com isso.

* * * * *

A noite foi tão bem quanto o dia. Nós ficamos nus o tempo todo,
mesmo enquanto eu cozinhava o macarrão. O jantar foi delicioso e Shadow
admitiu que meu molho é o melhor.

— Caramba, isso é tão bom, — diz ele entre mordidas.

— Eu pensei que você disse que não gostava? — eu provoco, dando


uma pequena mordida.

— Oh, eu adorei aquela noite tanto quanto adoro esta noite, —


confessa, dando outra mordida tamanho macho.

* * * * *

Depois que Rudy veio e fez café da manhã, eu decidi ir para um


banho. Entre o calor e o sexo com Shadow, eu preciso disto. O banheiro é
grande e bonito. O balcão é de um tom de mármore verde que corresponde
a casa, e a banheira é grande o suficiente para uma família. Embora a
banheira chamasse por mim, eu subi no box para um banho rápido.

Deixo o banheiro e procuro por Shadow. — Shadow? — eu grito


para dentro da casa de praia.

Ouço uma maldição que vem da frente e faço o meu caminho até
onde está o carro.
Eu ouço o capô do carro bater e vejo um Shadow sujo de graxa se
virar.
Ele está vestindo jeans rasgado que pende baixo em seus quadris e é
isso; sem meias ou sapatos, sem camisa. Ele tem graxa em seu peito e em
toda sua mão. Seu corpo está brilhando de suor e seus músculos estão
flexionados. Minha boca instantaneamente parte; seu estado sujo faz
estragos com meus sentidos.

Shadow enxuga o suor de sua testa com o braço e deixa um traço de


graxa. Querido Deus, me dai força.
— Ei, eu estava apenas brincando com o carro. Perdi a hora. — ele
caminha para mim, seus músculos dançando com suor e graxa. Assim que
ele está em meu alcance, eu salto sobre ele, envolvendo minhas pernas e
braços ao seu redor com força. Sua graxa se espalha por mim. Eu reclamo
os seus lábios com os meus, lhe implorando para me tomar aqui sobre o
capô de seu carro.

— Merda, desculpe! — Shadow nos vira para enfrentar um Rudy de


rosto vermelho. Esse cara está realmente começando a ficar chato.

— O quê? — Shadow grita com ele.


— Eu só estava me perguntando se vocês tinham alguma
preferência para o almoço de hoje. — ele diz, me olhando.

— Não. — Shadow declara, virando as costas para Rudy e o


despedindo.

— Sou só eu, ou parece que ele está nos interrompendo de


propósito? — eu pergunto quando Shadow me desliza para baixo de seu
corpo para os meus pés.

— Não, não é só você. — Shadow olha para trás por cima do ombro
para onde Rudy estava parado há um momento, o rosto pingando de raiva.

— Eu acho que eu vou pular no chuveiro, babe. — ele escova em


mim ao passar, sua raiva vibrando fora dele. Obrigada, Rudy; muito
obrigada.

No quarto, eu cavo minha bolsa e encontro o biquíni verde. A parte


superior é apenas o suficiente para manter as meninas no lugar e em baixo
é apertado e confortável. Talvez isso vá ter a sua mente fora de Rudy e de
volta para mim.

* * * * *

SHADOW
Eu envolvo a toalha em volta da minha cintura e saio do banheiro
para encontrar Dani. O clima que sopra através das portas duplas está
quente e úmido, tem cheiro de chuva. Desde que Dani e eu chegamos tudo
foi pacífico; nenhum Clube, nenhuma mãe viciada, nada chato, exceto este
filho da puta do Rudy. Ele claramente tem uma coisa pela Dani já que toda
vez que ele está por perto, ele apenas olha para ela. Eu não ignoro que um
cara como Rudy é provavelmente mais certo para Dani, e com uma idade
mais próxima. Apenas isso já me irrita.

Quero que esta viagem signifique algo para Dani; quero mostrar que
eu posso cuidar dela pelo menos. Confiar é um pouco mais complicado, mas
mesmo que isso me mate, eu vou mostrar a ela que eu posso confiar nela
também.

Acho Dani esparramada numa espreguiçadeira; seu corpo brilhando


com gotas de suor e o cheiro de coco enche o ar. Ela está usando um biquíni
pequeno e foda-me se eu não estou duro como uma rocha. Seus seios estão
brincando de esconde-esconde sob pequenos triângulos verdes, e a parte
de baixo é tão apertada que eu estou morrendo de vontade de ver a bunda
dela neste biquíni.

— Porra, — eu respiro admirando.

Os olhos de Dani piscam abertos e ela sorri diabolicamente.

— Por que eu, Dani? — eu pergunto, as inseguranças brincando com


minha mente. Fodido Rudy.

Ela parece atordoada com a minha pergunta.


Ela olha para a vista, em seguida, de volta para mim, — Por que não
você, Shadow? — suas palavras me fazem sentir como se eu fosse uma
pessoa tão boa como qualquer outra.
— Por causa do meu estilo de vida; por causa de quem eu sou. — eu
sento na espreguiçadeira ao seu lado.

— Você não me disse tudo, mas o que eu sei de você, eu amo. — ela
sorri. — Mas acima de tudo, é pela forma como você me faz sentir. Você
derrubou minhas paredes de sofrimento, me mostrou como viver, me
ajudou a descobrir quem eu realmente sou por dentro e por fora.
Eu finjo um sorriso para ela. Sua confissão é agradável, realmente,
mas isso não quer dizer merda nenhuma. Não até que eu conte tudo a ela,
então veremos se ela estará cantando essa mesma música.

— As coisas que eu fiz e senti desde que eu estou aqui são todas
novas para mim, no entanto, me parecem velhas conhecidas. — ela olha
para trás, para o horizonte, as nuvens cinza escuro lutando com o céu azul.

— Shadow, já que estamos sendo honestos, por que você me


afastou? — a pergunta dela tira o ar de meus pulmões. Eu sei por que eu a
empurrei para longe, mas a minha explicação vai me fazer soar como um
viadinho. O que eu digo; porque dói demais ficar sem você; porque eu
estava tentando provar que eu não preciso de você para viver, para sentir;
porque eu estava tentando a proteger da besta do caralho que domina meu
peito quando ela precisa de uma liberação?

— E por que você mudou de ideia e me trouxe aqui? — pergunta ela


profundamente.

— Porque eu sou egoísta. — seus olhos se tornam selvagens, então


ela faz uma careta. É a verdade, no entanto.

— Se eu me importasse de verdade com você, eu teria te empurrado


para longe desde o início. Eu não teria deixado você se envolver com um
cara como eu, mas eu sou egoísta. Eu quero que você me queira; eu quero
te fazer minha. — eu mordo meu lábio inferior em frustração. — Sua
inocência me atraiu, seu desafio me tentou, — eu confesso.

Dani senta em meu colo, segura meu rosto e me beija


apaixonadamente. — Eu te amo e eu não vou a lugar nenhum.

* * * * *

Após ficarmos expostos ao sol por algumas horas, trovões rugem do


céu e nuvens negras ameaçam derramar chuva.

— Vamos entrar, — eu digo a Dani.

— Ei, parece que uma tempestade está vindo, — diz Rudy, dando um
passo para o pátio. — Desculpe pelo almoço. Me esqueci e percebi que
vocês poderiam querer fazer. — ele pisca para Dani quando ele olha para
seu corpo em seu minúsculo biquíni.

Além de ficar olhando para a minha menina, sua estupidez e serviço


de merda finalmente bateram no meu último nervo. Eu o quero longe Dani.
— Vá para casa, Rudy, nós não precisamos mais dos seus serviços. — eu
lanço a minha mão para ele, o despedindo, quando nós fazemos o nosso
caminho para a casa de praia. Trovão ruge, a luz que nos rodeia diminui
com as nuvens escuras.

— Como? — pergunta ele, atordoado.

Eu paro em meu caminho e me viro para o encarar. — Eu disse foda-


se! — eu digo com força.

— Você acha que me assusta? — ele brinca. Aparentemente, este


filho da puta tem um desejo de morte. Se ele soubesse do que eu sou capaz,
ele seria inteligente o suficiente para ter medo de mim.

Ele incha o peito para fora, — Eu vi os hematomas em suas costelas.


— ele aponta para Dani. — Ela merece alguém melhor do que você.

Chego ao meu limite, eu ando para ele. O cabeça de merda treme sob
o meu olhar. Eu sei que eu nunca vou ser bom o suficiente para Dani, mas o
que realmente me irrita é que este filhinho de mamãe pensa que ele é. Ele
acha que tem o direito de me julgar.

— Você é apenas— antes que ele termine a frase, eu bato meu


punho no canto da sua boca. O soco o faz cair ao chão em um único
movimento fluido.
— Shadow! — Dani grita atrás de mim.

— Vá para dentro, Dani. — eu aponto em direção às portas; ela tem


que aprender quando manter a boca fechada. Se algo assim acontecesse
dentro do Clube e ela falasse na hora errada, ela poderia acabar morta.

Eu flexiono o punho; a picada do impacto irradia através de meus


ossos.

Rudy olha para mim com os olhos marejados, segurando sua


mandíbula.

— Você vai viver se você ficar na porra do chão!

Eu pego a mão de Dani e a levo para dentro. Eu a jogo na cama,


enquanto a escuridão consome o quarto. Eu baixo o meu corpo sobre o
dela, nossa paixão tão feroz como a tempestade.

Ela me agarra pelos ombros e nos rola até que ela está no topo. Sua
ação para assumir o comando faz meu pau tão duro que dói. Eu desato as
cordas que prendem o delicioso top do biquíni. O quarto é tão escuro que
eu o sinto cair ao invés de o ver. Acho seus quadris e os desamarro
também.

Sua mão trilha pelo meu estômago para o meu short. Ela enfia a mão
nele e com força empunha meu pau. Ela se inclina e começa a beijar o meu
estômago com aqueles lábios doces; mamilos deslizando sobre meu
abdômen. Meu pau não pode ficar mais duro do que já está.
Eu começo a sair do meu short, a urgência de estar dentro dela
tomando conta. Relâmpagos iluminam o quarto brevemente; o suficiente
para eu ver o estado lascivo de Dani, seu longo cabelo está puxado para o
lado esquerdo de seus ombros; o lábio inferior sendo sugado em baixo de
seus dentes; seus peitos estão alegres e prontos para as minhas mãos
ásperas. Eu pego seus seios, ávidos por contato, fazendo sua cabeça cair
para trás. Eu a agarro pelos quadris, e a levanto e a empalo com minha
palpitante ereção.
— Oh, Shadow, — ela geme alto, sua voz doce me fazendo gemer.
Sua buceta é úmida e quente, abraçando meu pau com força.

Ela começa a balançar os quadris, mas eu não posso aguentar o


ritmo dolorosamente lento que ela está levando. Eu tenho que a ter duro
agora; tudo dela. Eu agarro seus quadris e elevo e abaixo o corpo dela em
meus impulsos. Ela planta uma mão no meu peito para se firmar e com a
outra agarra um de seus mamilos. A imagem dela brincando consigo
mesma me faz prestes a rebentar minhas bolas. Eu cavo meus dedos em
seus quadris e a jogo para debaixo de mim. Tomando controle, eu afundo
meus quadris para dentro e para fora do seu núcleo tentando encontrar a
sua doce liberação.

Suas unhas cavam fundo em meus ombros enquanto sua buceta


pulsa com prazer, o aviso do seu corpo de que ela está à beira de um
orgasmo.

Eu pego suas coxas e as puxo para mais perto, querendo estar mais
profundo dentro dela. Ela tira as pernas do meu quadril e as coloca no meu
ombro, deixando meu furioso pau profundamente dentro e batendo na sua
parte de trás. Ela suspira alto com cada golpe. Eu sinto minhas bolas
espremerem quando minha liberação começa a empilhar lá dentro. Meus
impulsos se tornam mais duros; minha respiração mais ofegante. Minha
energia faz com que seja difícil para Dani se segurar e ela leva as pernas
para baixo para as envolver na minha cintura. Relâmpagos brilham
novamente, me dando um vislumbre do belo rosto de Dani; seu rosto
delirante de prazer. A sensação de formigamento chega à cabeça do meu
pau; a vibração quente irradiando através das minhas bolas. Eu gemo
quando meu orgasmo atinge seu pico. Ela geme comigo quando sua buceta
aperta duro. Eu sinto uma pontada súbita no meu ombro quando Dani
morde, fazendo minha liberação ainda maior. A sensação é quase demais
para aguentar. Eu mordo seu ombro para retribuir o favor.

Eu assisto Dani dormir; confuso com a forma como esta menina tem
me feito sentir coisas que nunca quis sentir por outra pessoa. Me mataria
se ela me deixasse. É neste momento que eu percebo que eu preciso fazer
Dani minha permanentemente. Se eu for seu dono, ela não pode sair nunca,
mesmo que ela queira, graças às leis do Clube.

* * * * *

DANI
Eu acordo no meio da noite para encontrar a cama vazia. Sentando,
vejo Shadow de pé, perto das portas duplas enquanto a tempestade
continua.

— Shadow?
Ele se vira e sorri quando ele faz seu caminho de volta para cama,
totalmente nu. Seus olhos azuis encontram os meus olhos verdes com
intensidade.

— O quê? — eu pergunto, sentindo que algo não está normal.


— Seja minha old lady, — ele pergunta, me jogando para uma
montanha russa. Hesito.

— Eu quero te dar a oportunidade de dizer que sim, mas não é


necessário. — seu tom de voz é grave e sombrio quando ele diz as palavras.
O que isso significa?

O que exatamente implica ser sua old lady? Eu vi as coisas que a


Babs faz, mas eu sei que ela é tratada diferente do que as outras. Eu
realmente não tenho visto quaisquer outras old ladies ao redor do Clube,
no entanto, para ter uma ideia do que exatamente elas fazem.

— Eu não tenho certeza do que uma old lady faz. Eu não sei se eu
seria boa nisso, — eu confesso.
— Isso significa que eu vou te proteger; que o Clube a protege. Você
é a minha família, bem como a do Clube. Você vai usar um colete que diz
que você é minha propriedade e, desde que você siga as leis do Clube, você
vai ficar bem. — diz ele, beijando minha testa.

— As leis? — eu sussurro. Já ouvi a respeito dessas leis aqui e ali. Eu


até mesmo quebrei uma e nem ao menos sabia.

— Sim, as leis. — ele passa as mãos sobre sua mandíbula parando


em sua boca e correndo o dedo sobre o lábio inferior. — Como um Clube de
motoqueiros, temos nossas próprias leis, o nosso modo de vida. Nós
fazemos e seguimos as nossas próprias regras. Aqueles que quebram as
regras lidam com a nossa forma de justiça. As leis para old ladies: um irmão
decide quem é sua old lady; a mulher não tem uma palavra a dizer. Algumas
mulheres se tornam propriedade contra a sua vontade. A mulher não é
permitido desistir de ser uma old lady até que o irmão diga ter terminado
com ela. — ele olha para mim, tentando ler a minha expressão. Ele canta as
palavras como se estivesse lendo uma bíblia gravada em seu cérebro.

— Você vai as aprender com o tempo; é apenas senso comum


realmente.

Me sento na cama, pensando em tudo o que ele disse; leis,


propriedade, contra a vontade. Está tudo cambaleando pela minha cabeça,
me fazendo duvidar da ideia de ser uma old lady . É por isso que Babs
aguenta Locks; porque ela não pode sair?

De repente sou rasgada dos meus pensamentos quando Shadow


rasteja pelo meu corpo como uma cobra elegante. Ele morde, belisca, suga,
e beija o seu caminho até o meu torso até que estamos face a face.


Capítulo Vinte e Dois
DANI
Os próximos dois dias são eroticamente e pecaminosamente doces.
Shadow e eu não saímos de casa por dois dias. Para ser exata, Shadow não
me deixou sair de casa. Entre as sessões de foda, nós comemos, dormimos
ou tomamos banho. É animalesco, sexy, e a coisa mais agradável que eu já
experimentei.
A confirmação de Shadow que eu sou sua old lady colocou um fogo
em seus olhos que eu não tenha visto antes. Finalmente selar o negócio de
que eu sou sua propriedade parece o ter deixado mais à vontade; ele está
brincalhão e menos escuro, e ainda mais sexual.

Eu não me permito pensar muito profundamente sobre me tornar


sua propriedade ou sobre as leis do Clube. Eu sabia que era propriedade de
Shadow quando eu me apaixonei por ele. Eu sinto as paredes que cercam a
nossa confiança se quebrar. Eu dou o meu corpo em todos os sentidos que
ele quer nestes dois dias; não pergunto o porquê, não me importo com o
porquê. Eu sou sua, ele é meu.

Me sentindo enclausurada e com Shadow no chuveiro, eu escorrego


em um roupão para sair para o pátio.
Eu solto um grito quando mãos gananciosas me pegam por trás, me
arrastando para a cama. Meu corpo desaba sobre Shadow.

— Mmmm, — ele respira. — Onde você pensa que está indo? —sua
voz sexy e profunda, vibra em meu pescoço enquanto ele fuça seu rosto
profundamente.

— Shadow, meu corpo precisa de descanso, — eu rio.

— O descanso é para os fracos.

— Temos apenas hoje; vamos tomar café da manhã no deck, nadar,


— eu sussurro contra sua têmpora.

— Mmmm, muito bem, — diz ele, beijando todo o meu rosto. Eu rio
e começo a caminhar para a porta novamente.
Shadow pega seu calção e se enfia dentro dele, sua pele bronzeada
parece imaculada. Seus músculos crescem e flexionam quando ele amarra a
corda sobre ele. Minha língua se lança e lambe meu lábio inferior, ele é sexy
como pecado.

— Se você continuar me olhando assim, eu vou manter você aqui


dentro por mais dois dias.
Como eu ainda tenho desejo após dois dias de sexo ininterrupto,
está além de mim. Então, novamente, ao olhar para ele, nenhuma mulher
poderia dizer que não.

— Eu acho que você poderia estar concorrendo a um recorde


mundial, se você fizesse isso, — eu respondo brincando, andando em
direção à cômoda.

Shadow dá risadas e me agarra antes que eu esteja fora de alcance.

— Bem, eu estou sempre pronto para um desafio, — diz ele


arrogantemente, deslizando a mão pela minha barriga. Meu corpo arqueja
em seu toque; eu não posso evitar, mas sou fraca quando se trata dele.
Shadow se inclina e morde minha clavícula, me fazendo jogar minha
perna ao redor de sua cintura.

— Pronto para um desafio, é? — eu sussurro, minha excitação


tornando difícil falar.

Shadow puxa recua e olha para a minha expressão; divertido.

— Eu aposto que você não pode manter suas mãos longe de mim o
resto do dia, — eu implico, sabendo que ele não vai aceitar o acordo e
torcendo para ele não aceitar de qualquer maneira.

— Apenas as mãos? — ele pergunta, sua voz sorrateira. Eu posso até


imaginar ele me fodendo sem as mãos; ele não estaria quebrando as regras
e ficaria orgulhoso disso.

— Não ter relações sexuais comigo o dia todo, — eu digo, tornando


os termos mais claros.
Shadow chupa seu lábio inferior e olha para o chão pensando
profundamente.
— Aceito, — diz ele, reconectando o nosso olhar, as palavras dele
me surpreendendo. Merda, como vou viver um dia sem ele me tocar? Eu
não estava pensando direito quando eu fiz esta proposta.

Abro a gaveta, me perguntando como eu vou conseguir manter


minha própria aposta, quando meus olhos caem sobre o biquíni que eu
tinha trazido para fazer uma surpresa. Talvez fazer Shadow perder este
desafio seja mais divertido do que eu pensava.
Eu pego o biquíni e vou para o banheiro, com medo de que, se ele vir
o que eu estou pensando em vestir, ele vá me fazer o guardar antes que
possa ter o efeito que eu quero.

Eu deslizo a parte de cima; os triângulos pequenos finos cobrem


meus seios, mas não muito bem. Estendo a mão para a parte de baixo,
deslizo sobre as minhas pernas, e amarro as cordas em meus quadris.

— Eu estou indo pegar uma bebida, baby. — Eeu ouço Shadow dizer.
Corro e abro a porta e saio, jogando meu cabelo sobre meu ombro
casualmente.
— Huh? Sim, está bem, — eu digo, agindo como se eu não me
parecesse com um pedaço de foda-me.

— Puta. Que. Pariu. — Shadow fole, sua boca aberta de espanto. —


Você joga sujo, cadela, — diz ele, sexualmente. Ele se aproxima e escova os
dedos em todo o material sobre o meu peito. Eu olho para baixo e assisto.

Shadow sorri. — Minha menina parece fodidamente sexy como o


inferno em couro. — ele continua me admirando.

Quando eu vi o biquíni de couro preto-como-o-pecado, eu sabia que


tinha que ter ele. Eu tinha certeza que iria deixar Shadow de joelhos.

Ele me agarra pelos quadris com um rosnado e me joga na cama.

— E sobre o desafio? — rogo. Ele não pode desistir fácil assim; eu


tenho todos os tipos de provocações e tentações planejadas na minha
cabeça.
— A aposta acabou! — diz ele, puxando o calção para fora e
liberando sua ereção massiva. Estava tão dura que parecia que iria
explodir.
— Mas...

Shadow puxa minha calcinha para o lado, sem a tirar, apenas se


dando espaço suficiente e bate sua ereção em meu calor úmido
rapidamente. Minha cabeça é jogada para trás enquanto suas mãos
escorregam para as minhas costas, levantando meu tronco ligeiramente
para fora da cama. Arqueando as costas lhe dá esse ângulo perfeito onde
ele esfrega o meu ponto G e consegue ir mais profundamente.

Depois de mais uma rodada de sexo quente, alucinante, eu estava ao


lado Shadow ofegante e encarando. Ele foi tão brincalhão, ultimamente,
será que ele vai voltar a ser um imbecil quando voltarmos para o Clube? Eu
sei que ele nunca vai deixar o Clube e, para ser honesta, eu não quero que
ele deixe, só precisamos encontrar um equilíbrio. Eu me pergunto se ele
sempre quis fazer parte de um Clube de motoqueiros.

— O quê? — ele pergunta.

— Eu estava apenas curiosa, o que você queria ser quando crescer?


— eu brinco com sua tatuagem de crânio esmagado em suas costas, a
insígnia do Clube.

Shadow fica parado por um segundo, pensando. — Eu queria ser


como meu pai, — diz ele com tristeza, me fazendo se arrepender da minha
pergunta.

— E você? — pergunta ele.

Eu sorrio para ele, sabendo a minha resposta vai chocá-lo.

— Uma bailarina.

Shadow bufa, me fazendo rir.

— E, por que não? — ele pergunta, sério.

Eu balanço minha cabeça. A lembrança de por que eu não era uma


bailarina faz com que o meu peito se contraia com raiva. Eu suspiro alto.
— Eu comecei a praticar balé jovem; eu adorava. Eu ensaiava quase
todos os dias. Quando fiquei mais velha e minha mãe se tornou a cadela que
ela é hoje, balé se tornou a minha fuga. Eu me sentia como uma princesa,
sabe? — eu olho para Shadow, seus lábios se transformando em um
sorriso. — Quando fiquei mais velha, eu me tornei boa, realmente, muito
boa. Meu instrutor queria que eu ajudasse a ensinar as crianças mais
jovens, talvez até obter uma bolsa de estudos. Quando eu disse a minha
mãe, ela ficou tudo, menos animada. Ela me disse que agir como uma
princesa não era uma opção de carreira para sua filha e para continuar a
escola. Ela não só me fez recusar a oferta, desistir do balé. Ela disse que eu
precisava me concentrar na escola. Ela drenou minha conta bancária para
que eu não pudesse pagar pelas aulas, no caso de eu tentar ir às escondidas.
— uma lágrima escapou dos meus olhos inchados enquanto eu contava a
memória dolorosa. Me lembro como se fosse ontem, mas na realidade foi há
alguns anos atrás.

— Se não fosse por sua mãe, você ainda iria fazer isso hoje? —
Shadow pergunta baixinho, seu polegar limpando a lágrima solitária.

Eu olho em seus olhos azuis. — Definitivamente. — não há nenhuma


dúvida em minha mente que eu ainda estaria fazendo balé, se não fosse por
ela. Ela nunca se importava em ouvir o que eu queria, mesmo que isso me
fizesse feliz. Ela se importava com status e com o que os outros pensavam
dela, mesmo que isso me fizesse infeliz.
Shadow balança a cabeça em concordância, o polegar que roçou a
minha lágrima agora esfregando o lábio inferior.

— Sua mãe se foi, quando voltarmos você estará começando balé


novamente. — seu tom de voz é grave e dominante.

Antes que eu possa lhe dizer que não, ele me interrompe.

— Você não vai sair dessa, eu posso ver quanta paixão você sente
por isso. Ela não está aqui para te colocar para baixo mais. Você está
fazendo isso e você vai ser incrível, eu não posso esperar para te ver
ensinar as meninas a serem princesas. — ele diz cada palavra com um
grande sorriso bobo.

Eu não posso evitar o sorriso que rasteja acima em meu rosto, suas
palavras carinhosas se infundem em minha alma.
— Partimos amanhã, — afirmo. Eu não quero voltar para o Clube e o
perigo da mãe de Shadow.
— Sim, provavelmente, vamos sair cedo. Aposto que eles precisam
de ajuda para arrumar a pós-festa. — Shadow se senta na cama, com o
cabelo saindo em todas as direções. O homem é mais sexy quando ele tem
cabelo na cama do que nunca.

— Para a coisa de encontro de motos? — eu pergunto.


— Sim, normalmente é divertido. Mas tem havido problemas no
passado, — diz ele, passando as mãos para trás e para frente através de seu
cabelo.

— O que você quer dizer?

— Oh, os policiais geralmente fervilham no local, esperando que um


motoqueiro faça merda; e eles tenham uma oportunidade para cavar mais
fundo; clubes rivais também vão e merda assim, — diz ele, esfregando as
mãos sobre a barba em seu rosto. Ela cresceu um pouco ao longo dos
últimos dias e dá a seu rosto uma aparência mais escura.

— Nada acontece há algum tempo, mas fique perto de mim, — diz


ele, me olhando.

— Obrigada por me trazer aqui, Shadow. Realmente tem sido ótimo.


— tem sido um grande passo para nós, ficar longe, mas eu ainda preciso
saber mais. Eu preciso saber tudo sobre Shadow.

— O que você disse que iria me dizer, você está pronto? — afirmo,
frustrada.
Shadow se levanta da cama, jogando os lençóis de cima dele para
cima de mim. Suas bonitas nádegas me cumprimentam, me fazendo olhar.

Ele pega uma cueca da gaveta e a veste, bloqueando suas nádegas


bonitas da minha vista.

Eu olho para cima e o vejo olhando para mim, me prendendo com o


seu olhar intenso.
Ele quebra seu olhar e olha em direção à praia.
— Eu mato pessoas, — ele murmura.
Eu sei disso. Eu vi como ele matou Ricky sem pensar duas vezes. Ele
me disse que matou pessoas, era isso que ele estava com tanto medo de me
dizer?

— Sim, eu sei, — eu respondo.

— Não, eu quero dizer que eu mato pessoas para ganhar a vida. —


responde ele, seu tom alarmante.
O meu coração para de bater por alguns instantes. — O quê? —eu
suspiro, com desânimo.

— O que, não é a história de príncipe encantado que você queria


ouvir? Você queria saber essa merda, então aqui está. Eu mato pessoas por
dinheiro! — ele grita comigo, irritado.

— Como um atirador? — eu pergunto, minha voz tímida.

— Eu acho que você pode me chamar disso, — diz ele, sentado na


cama. Seus cotovelos descansam sobre os joelhos enquanto ele esfrega o
dedo para frente e para trás sobre seu lábio inferior.

— Por quê? — eu pergunto.

Ele se vira e olha para mim. Ele parece estar reunindo seus
pensamentos.

— Crescendo da forma como cresci, eu tive que aprender a ignorar


as coisas para viver. Eu finalmente me tornei insensível, apenas a casca de
uma pessoa. — ele faz uma pausa, olhando para mim, antes de continuar.

— Quando entrei para o MC, Bobby e eu nós fomos instruídos a


matar uma testemunha em potencial, um rato. Bobby não conseguiu, então
eu fiz isso. Quando eu matei essa pessoa foi quando eu percebi o quão
insensível eu havia me tornado ao longo dos anos. De repente, eu me sentia
vivo, cru e poderoso, pela primeira vez, finalmente no controle de alguma
coisa.

— Bobby e eu fomos enviados para tirar um monte de ameaças do


caminho depois disso. Quando eu matava, por um breve segundo, eu sentia
algo diferente da dormência que havia se tornado meu túmulo. O
assassinato trouxe de volta uma sensação que nenhuma droga ou buceta
poderia oferecer. Se tornou um vício. — seus olhos azuis vívidos se tornam
cinza. — Eu era bom no que fazia e eu gostava disso.
Shadow faz uma pausa, olhando para mim esperando alguma coisa,
mas estou abismada com a informação que ele está me dando. Ele gosta de
matar pessoas; sua sombra é tão escura que nunca poderia se comparar
com a minha.

— A notícia do que eu era correu e eu comecei a fazer trabalhos para


clubes locais. Eles disseram que eu era o garoto que vive dentro de sua
sombra, sem alma, sem remorso. Eventualmente, a notícia foi mais longe e
eu fiz trabalhos para os civis. — ele olha para mim, seus olhos penetrantes
até a minha alma.

Eu não sei o que dizer; ele é um atirador. Eu não poderia imaginar


nem em um milhão de anos, que o homem que eu amo iria desfrutar de
matar pessoas e ser pago para o fazer. Essa seria a única maneira que ele
poderia escapar de seus demônios. No fundo, eu sinto pena dele. Eu sinto
que eu poderia esfaquear Cassie um milhão de vezes pelo que ela fez com
ele, o que ela fez dele.

— Diga alguma coisa, — diz ele, me tirando dos meus pensamentos.

— É por isso que você é tão rico? — pergunto, em transe.


— O quê? Eu não sou nenhum milionário. Sou pago; eu sou bem
pago. Eu não uso muito deste dinheiro, por isso ele acumulou ao longo dos
anos, — diz ele, de pé.

— Quando foi a última vez que você fez isso? — pergunto.

— Não desde que você apareceu; eu não tenho sentido a


necessidade. Você me tira da minha escuridão. Quando eu a tentei
empurrar para longe, eu senti a necessidade de matar; me senti
desamparado e fora de controle. — ele caminha até mim e agarra meu
rosto e olha nos meus olhos.

— Então, você não vai mais fazer isso? — eu pergunto, esperançosa.


Shadow suspira e passa as mãos pelo seu cabelo para trás e para frente
antes de olhar para mim.
— Eu não vou fazer fora do Clube mais. O que Bull e o Clube
precisam de mim, está fora do meu controle, — diz ele. Eu balanço minha
cabeça em compreensão, enquanto meus olhos ardem para conter as
lágrimas.

Eu olho para ele, e o vejo olhando para mim, precisando que eu o


aceite. Eu amo Shadow, mesmo que ele venha com esta escuridão. Quem
sou eu para julgar, eu tenho sombras escuras também. Quem vai dizer que
as minhas não são tão confusas quanto às dele.
— Por que você não confiou em mim para me dizer isso antes? Você
tinha medo de que eu iria correr para a polícia ou te deixar? — questiono.
Shadow dá de ombros.

— Um pouco dos dois, — ele responde com sinceridade.

Dada à história da minha mãe de fugir, eu posso ver por que ele iria
pensar isso. Verdade seja dita, se eu não fosse completamente louca por
Shadow, eu provavelmente teria corrido para longe dele.

Eu olho em volta da casa e as roupas que ele comprou; tudo pago


por sangue. O sangue de pessoas inocentes?

— Que tipo de pessoas você mata? — pergunto. Sua mandíbula


cerra, ele está ficando frustrado com as minhas perguntas.

— Eu não sei. Eu nunca perguntei qual o motivo de eu ser


contratado, eu só fiz o que tinha que fazer e recebi o pagamento, — diz ele
com firmeza antes de olhar para mim.

— Bem, houve uma vez que eu perguntei o porquê. Quando eu


recebi a informação sobre o alvo, eu vi que era um menor do sexo feminino.
Eu nunca tive que matar um menor de idade. — Shadow para e olha para
mim. Posso dizer que ele está preocupado em me dar essa informação.
Tomo suas mãos, tão grandes que engolem as minhas, e dou um aperto
reconfortante.

— Pode confiar em mim, — eu sussurro.


— Quando perguntei a razão para o assassinato, me foi dito que a
menina era uma babá que a família tinha contratado quando a criança
nasceu. Um dia a menina foi pega batendo no bebê. Foi tão ruim que a
criança foi enviada para o hospital. Ela bateu no bebê para o fazer parar de
chorar, eles me disseram. — Shadow olha para mim, a escuridão nadando
em seus olhos.

— Eu matei a cadela com prazer, — diz ele.

Eu olho para ele, entendendo. Se o meu filho fosse ferido sob a


vigilância de alguém e essa pessoa fosse um menor de idade que iria ser
tratado suavemente pela lei apesar de suas ações, eu teria contratado
Shadow também.

— Não olhe para mim como se eu fosse a porra de um herói, eu


duvido que todo mundo que eu matei estava errado, — diz ele, me tirando
da minha fantasia. — Olha, eu sei que é muito para aguentar. Eu entendo se
você quiser me deixar...

Corto Shadow. — Eu não vou a lugar nenhum, — eu digo


rapidamente.


Capítulo Vinte e três
DANI
Chegamos ao apartamento depois de uma semana de felicidade
luxuosa e verdades sinistras, para o encontrar parecendo uma lixeira e
cheirando a podridão.
— Oh, meu Deus, que cheiro é esse? — pergunto, cobrindo o rosto
com a dobra do meu braço.
Shadow vem atrás de mim, sem bagagem e estremece com o cheiro.

— Isso seria Bobby, o homem é a porra de um porco, — ele


murmura, não satisfeito.

— Bobby! — Shadow grita, chutando o lixo no chão. — Bobby! — ele


grita novamente.

— Eu não acho que ele está aqui, — eu digo, tentando abrir caminho
para a cozinha.

Ouço Shadow rosnar e soltar uma maldição enquanto ele faz o seu
caminho para o nosso quarto, me fazendo rir.

Chego sob o balcão, puxo um saco de lixo e começo a recolher o lixo.

— O que diabos você está fazendo? — exige Shadow.

— Alguém tem que limpar isso. — eu respondo enquanto pego uma


caixa de pizza vazia.

— Não, ele vai ter que limpar essa merda. — Shadow se aproxima e
rasga o saco de lixo das minhas mãos. — Ele deve estar no Clube, vamos
para lá. Tenho certeza de que Babs vai precisar de sua ajuda e toda a turma
deve estar lá. Esta noite é o encontro de motos, — diz ele, olhando para o
apartamento.

Ele olha para mim, — Você acha que pode montar com as suas
costelas doloridas?
Olho para o que estou vestindo; um top brilhante com lantejoulas de
ouro que cai no meio da coxa com leggings pretas e sandálias douradas.
Não é exatamente algo que eu escolheria vestir para andar de moto, mas eu
sinto falta daquela sensação de liberdade e eu não me importo de mudar.
— Sim, minhas costelas estão muito bem! — eu digo animadamente.

— Bom, eu sinto falta da minha moto, — diz ele, agarrando dois


capacetes do sofá.
Nós saímos no térreo e vamos para sua moto. Dentro de minutos
estamos na rodovia. O sol está brilhando e o vento é quente. Eu deveria ter
agarrado minha jaqueta de couro para depois que o sol se pôr, mas eu não
tenho sido capaz de a encontrar desde antes de nossa viagem. Espero que
eu a tenha deixado na sede do Clube.

Shadow curva seu braço para trás para descansar a mão na minha
coxa. Meu corpo grita, vivo com sua reivindicação.

Quando estacionamos no Clube, o pátio é um mar de motos, mais


cheio do que o habitual. Shadow coloca sua moto em seu lugar de sempre e
me ajuda a descer. Há música alta bombando dentro do Clube, crianças
correndo ao redor com uma bola de basquete, e o cheiro de churrasco no
ar.

— O que é tudo isso? — eu pergunto. Será que perdemos o rali de


moto?

— Parece uma pré-festa antes da pós-festa, — Shadow diz, sorrindo.


— Esta festa é mais voltada para as famílias, a de depois não vai ser.

Ele tira o meu capacete, me olha e franze a testa.

— O quê? — eu pergunto.

— Nada, é só que você precisa de um patch de propriedade. Você


parece disponível, como uma bunda doce, e eu não quero ter que bater a
bunda de um irmão que estiver olhando para você. — ele passa as mãos
pelos cabelos.

— Uma bunda doce? — eu estou totalmente confusa.


— Sim, como uma prostituta do Clube, — diz ele, sério.
— Você acabou de me chamar de prostituta? — agora eu estou
ofendida. A minha boca escancarada como uma idiota.

— Não, eu disse que você parece com uma.

— Isso é muito melhor! — digo, sarcasticamente. Eu não posso


acreditar que ele apenas disse que eu pareço uma prostituta.
— Shadow! Bem-vindo de volta, irmão, — diz Bobby, caminhando
em nossa direção. Ele tem uma menina loira atada a seu lado que está
vestindo uma pequena saia preta e um muito pequeno top preto. Seu sutiã
rosa está cobrindo mais seus peitos do que o top. Ela usa joias falsas e
saltos rosa sacanagem.

— Você está chateada, — Bobby me diz.

— Desculpe, isso tende a acontecer quando eu sou chamada de


prostituta, — eu digo, olhando para longe.

Bobby olha para Shadow com uma sobrancelha levantada.

— Não é assim; eu disse que ela se parece com uma bunda doce. —
Shadow parece irritado.

Bobby ri. — Você está deslumbrante como sempre, Dani, — diz ele e
olha sobre seu braço docemente.

— Eu acho que o que Shadow está tentando dizer é que você não
está usando um colete. Você não está usando um patch. Ou seja, você não
parece ter sido reclamada, de modo que você parece estar livre. Meninas
que usam coletes que dizem que são propriedade de alguém não são
fodidas. Você não tem um, então você parece com uma bunda doce.

Ele aponta para uma mulher que está parada alguns passos atrás. —
Está vendo ela? Seu patch diz “Propriedade de Tank”. Ninguém vai tentar
dormir ou transar com ela, a menos que eles queiram que todo o Clube
persiga a sua bunda. Ela é uma old lady.

Em seguida, ele aponta para a garota em seu braço. — Ela não tem
um patch, por isso, os homens estarão a sua volta a procura de um
divertimento. O mais provável é que eles vão conseguir. Ela é uma bunda
doce.
A menina dá um tapa no ombro de Bobby em desgosto. — Você é um
idiota, — diz ela com raiva e vai embora.

Bobby dá de ombros. — O mais triste é que ela vai chupar meu pau
antes da noite acabar. — ele sorri, satisfeito.

Bobby bate nas costas de Shadow. — Boa sorte, cara. — ele começa
a andar para longe antes de se virar, — Eu quase me esqueci, agora que
você está de volta, Bull quer marcar uma missa.
— Eu teria explicado, mas você ficou toda ofendida e pirou a merda
antes que eu pudesse, — Shadow diz, pegando a minha mão e me puxando
em direção ao Clube.

Conforme nos aproximamos, eu vejo mais de old ladies e seus


coletes alegando a quem elas pertencem. Porque eu não tenho um; eu sou a
old lady de Shadow, certo? Eu quero um? Shadow me dizendo que eu sou
sua com as portas fechadas é uma coisa, mas dizer ao mundo inteiro que eu
fui reivindicada como sua propriedade parece um pouco fodido.

Quando entramos na sede do Clube, eu sinto menos cheiro de


churrasco e mais de cigarros, perfume barato, e bebida. Eu mal posso ouvir
meus pensamentos sobre a música berrando e eu estou apertando a mão
de Shadow tão apertado que eu posso sentir meu coração pulsando através
de meus dedos.

Shadow se inclina perto do meu ouvido e ainda tem que gritar: — Eu


tenho missa. Vá para a cozinha e ajude Babs. Não saia sem ela para
qualquer lugar. — eu aceno com a cabeça e começo a andar em direção à
cozinha. Então, ele me puxa para trás pelo meu cotovelo, me parando. —
Estou falando sério, não saia sem ela.

Concordo com a cabeça novamente e me encaminho para a cozinha.


Quando eu entro, há um punhado de mulheres usando coletes com patches
de propriedade. Elas estão rindo de alguma coisa, mas param
abruptamente quando me veem.

Uma mulher estreita os olhos para mim e diz: — As cadelas estão


ficando cada vez mais jovens, eu juro. — então ela revira os olhos. — Você
pode voltar por onde entrou, — diz ela, virando as costas como se eu fosse
lixo que precisa ser retirado.
Babs zomba e olha para a pessoa a quem a mulher está se referindo;
eu. Seus olhos se iluminam. — Esta é Dani, filha de Bull. Ela não está
transando com seu homem, se acalme. — Babs olha para a old lady.

Seus olhos ficam selvagens e seu rosto de repente empalidece. —Oh,


merda, — diz ela, sorrindo. — Sinto muito.

— Imbecil, — diz Babs, rindo para ela.


Talvez eu precise de um desses patches malditos afinal de contas.
Estou aqui há cinco minutos e já me confundiram com uma bunda doce
mais do que eu posso aguentar.

— Dani, estas são Cherry, Molly, Pepper e Vera, — diz Babs,


apontando para cada menina com a faca. Todas elas têm coletes com
patches de propriedade e parecem amigáveis; todas, menos Vera.

Cherry é uma loira morango, talvez um pouco mais velha do que eu,
com olhos azuis. Ela sorri e parece que ela tem um jeito irrequieto.
Molly é uma morena de olhos castanhos, que tem que estar na casa
dos cinquenta. Ela é um pouco mais robusta do que as outras.

Pepper tem o cabelo preto com pequenas mechas cinza espalhadas.


Ela é, obviamente, a mais velha, mas seus olhos verdes fazem seu olhar
feroz e sábio.

Depois, há Vera. Ela parece estar em seus trinta anos, com cabelo
castanho avermelhado e o mais brilhante batom vermelho que você pode
imaginar. Ela parece uma cadela total.

— Olá, prazer em as conhecer, — eu digo educadamente para as


meninas.

— Você precisa de alguma ajuda, Babs? — eu pergunto, ignorando


as meninas enquanto elas estão me avaliando.
— Não, eu acho que está tudo sob controle. Acho que estamos
prestes a sair para o show de moto, logo que os meninos terminarem a
missa, — diz ela, jogando a faca na pia.
— Você deve ter cuidado, não tendo sido reclamada e tudo, — diz
Vera, encostada ao balcão. Sua voz soa condescendente, e envia bandeiras
vermelhas para minha cabeça. Tanto que, com o olhar que ela está me
dando, eu a quero esfaquear com uma das facas de Babs.

— Ela é filha de Bull, ninguém seria estúpido o suficiente para foder


com ela, — diz Pepper, acendendo um cigarro.

— Sim, mas ela não é daqui. Ela poderia muito bem ser uma civil;
Alguém poderia pensar que ela é uma prostituta, — diz Vera, me olhando.
— Eu achei que era.
Elas estão falando como se eu nem mesmo estivesse no lugar. Que
diabos?

Eu olho de volta para ela, meu pulso acelerado. Meu pai não gostaria
que eu começasse uma briga depois de estar de volta há apenas cinco
minutos, mas se eu não for capaz de defender a mim mesma, então ela
nunca vai me respeitar. Respeito parece ser uma alta prioridade por aqui e
eu tenho que o ganhar.
— Com esse batom indecente que você está usando, alguém poderia
pensar o mesmo sobre você, — eu digo, franzindo os lábios.

Babs começa a rir junto com as outras senhoras.

Vera sorri para minha observação, inclinando a cabeça para o lado.


— Feroz. Eu já gosto de você. — seu rosto se transforma em um sorriso.
As portas da cozinha se abrem e um cara entra por elas; ele parece
familiar. Ele está usando uma bandana preta e tem uma barba preta que é
trançada. Eu olho para a seu colete em busca de seu nome e vejo que diz
"Old Guy". Em seguida, me vem como um relâmpago; ele é o cara que quase
bateu em mim na noite que eu ajudei como garçonete.

— Ei, senhoras, nós estamos indo para fora. Arrumem suas merdas e
vamos montar, — diz ele, puxando Vera no seu lado. Ela deve ser sua old
lady, pela forma como eles começam a se beijar. A maneira como ele falou
comigo naquela noite não me deu a impressão de que ele tinha uma old
lady. Rezo para que ele não me reconheça; o que só poderia piorar as coisas
entre Vera e eu.
Vera começa a beijar seu pescoço. Ele vira o rosto para a deixar
entrar na curva do seu pescoço e me vê. Ele sorri um sorriso faminto e
pisca para mim. Merda, ele me reconhece.

Com isso, me viro para ir em busca de Shadow. Assim que eu abro as


portas da cozinha, lá está ele.
— Pronta? — pergunta ele, me puxando em seus braços.

Concordo com a cabeça e agarro sua mão, indo para a porta. Ao


invés disso, ele me leva para a sala de reunião. — O que você está fazendo?
— eu pergunto, confusa.

Ele vai até uma cadeira na ponta da mesa e puxa para cima a minha
jaqueta de couro.

— Eu estive procurando por isso! — eu grito, tentando a agarrar,


mas ele a puxa do meu alcance.
— Espere, olhe, — diz ele, virando a jaqueta para mim.

Eu olho para ela, mas eu não percebo nada diferente. Em seguida, ele
a vira, assim eu estou olhando para a parte de trás. Fico atordoada com o
que vejo.

Tem patches; um diz “PROPRIEDADE DE SHADOW”, e o outro tem o


símbolo do Devil’s Dust.

Eu não sei o que dizer. No início, eu pensei que vestir um patch de


propriedade em público era ridículo; como um cão com uma coleira de
cachorro. Mas depois de ver as marcas, e sentir a falta de respeito do resto
do Clube por não os usar, eu quero mais do que tudo.

Shadow a desliza em meus braços e me puxa para ele.

— Agora você é minha e todo mundo vai saber disso, — diz ele, me
fazendo suspirar de emoção.

Eu mordo o lábio inferior e choramingo com amor e luxúria


vibrando através do meu corpo, fazendo com que Shadow solte uma risada.

— Vamos ou nunca conseguiremos chegar a tempo para o show. —


ele me vira para a porta.

Quando chegamos à moto de Shadow, Bobby começa a bater palmas


e todo mundo o imita. Eu fico vermelho-cereja quando ouço assobios, e
todos parabenizando Shadow. Você pensaria que eu tinha acabado de casar
com toda a emoção no ar. Eu me sinto respeitada quando eu vejo acenos e
sorrisos de outras old ladies.

— Já era hora, irmão, — diz Bobby com um sorriso espalhado no


rosto. Olho para o meu pai. Ele não está batendo palmas e não parece feliz.

— Sim, foda-se, — Shadow diz a Bobby, com um sorriso igual


espalhado no rosto.

As motos de todos arrancam após Bull ligar a sua. O som alto,


ensurdecedor dos motores enche meus ouvidos. Meu corpo inteiro vibra
com a liberdade.

Bull puxa para fora e todo mundo segue.


* * * * *

O show motos é realizado ao longo da praia e faz ziguezagues


através das ruas adjacentes. Há motos de rua em todos os lugares e
caminhões que transportam motos customizadas ocupando vagas no
estacionamento. Eu posso sentir o cheiro de couro e de cano de escape
antes mesmo de chegar.
Eu desço da moto e espero o próximo movimento de Shadow. Eu
olho em volta para os meus arredores e vejo um monte de homens
robustos vestindo coletes de couro com patches de diabo, balas de prata,
fantasmas e muito mais. Do lado da estrada, eu vejo uma ambulância e
cerca de uma dezena de carros de polícia pretos e SUV; pronto para
qualquer momento.

Shadow agarra a minha mão. — Pronta? — pergunta ele. Concordo


com a cabeça e seguimos os outros.
À medida que nos aproximamos da ação, eu posso ouvir Nickleback
tocando e posso sentir um pouco de cheiro de frango, mas o cheiro de
couro e de escape são mais fortes. Passamos por um monte de motos
diferentes; personalizadas com garotas seminuas posando ao lado delas. Há
algumas pessoas que não estão vestindo coletes, mas não muitas; eles
parecem correr para fora do nosso caminho quando nos veem. Isso me faz
sentir poderosa. Eu amo isso.

— Quer uma bebida? — Shadow aponta para um trailer com barris


nele.

— Sim, — eu respondo.
Caminhamos com Bobby para obter nossas cervejas. Eles começam a
falar sobre entradas de ar, pneus, e mais outras coisas de moto que eu não
entendo.

Depois de cerca de uma hora de caminhada ao redor, olhando para


motos, e a cerveja que Shadow me entregou, eu estou prestes a me irritar.
Eu olho para fora, procurando por um banheiro, mas apenas vejo banheiros
químicos. Merda.
Os caras param e começam a olhar para mais motos. Eu olho além e
vejo uma moto verde metálica que se parece com um dragão. É incrível o
que as pessoas podem fazer com essas coisas; o motor tem uma placa sobre
ele que se parece com asas saindo do dragão e a roda na parte de trás é
enorme.

— Parece que Shadow reclamou você, — uma voz soa fora atrás de
mim. Eu viro e vejo Chelsea e Candy, ambas de pé com os braços cruzados,
parecendo putas como sempre.

Eu olho em volta, mas Shadow não está próximo.

— Sim, desculpe, senhoras, — eu digo, tentando andar para longe,


mas Chelsea agarra meu cotovelo.

— A menos que você queira se parecer com ela, — eu aceno em


direção ao nariz quebrado de Candy, — É melhor você me deixar
fodidamente ir. — minha voz está ameaçando e pingando veneno. Minha
raiva brutal ainda me surpreende. Definitivamente eu não sou a mesma
menina que eu era em Nova York.
Chelsea ri. — É melhor você se divertir, querida. Não vai durar
muito tempo, — diz ela, apontando para o meu patch. Ambas sorriem e
andam para longe, me deixando com raiva como o inferno.

Eu fico na ponta dos pés e vejo Shadow duas motos atrás. Faço o
meu caminho através da multidão e o encontro conversando com uma puta
de motoqueiro. Ela tem tranças loiras e está vestida de roxo para combinar
com a moto que ela está posando perto. Um sutiã roxo, uma tanga roxa e
meias arrastão roxas são rematadas por botas roxas na altura do joelho. Ela
passa a mão pelo peito de Shadow, arrulhando algo para ele, mas ele só se
inclina a cabeça para o lado, e sorri.
Vou até ele e limpo minha garganta. A menina me olha com
desgosto.

Já com raiva de Chelsea e Candy, eu não quero nada mais do que


quebrar seu nariz com o meu punho, mas eu realmente estou prestes a me
irritar.

— Eu tenho que fazer xixi. — eu grito com ele sobre a música e o


bate papo em torno de nós.

Eu ando em direção aos banheiros, não sendo capaz de segurar por


muito tempo.

— Dani, você não pode ficar com ciúmes cada vez que uma menina
olhar para mim, — diz ele, andando rapidamente atrás de mim.

— Foda-se, — eu cuspo de volta, andando no meio dos traillers.

Shadow agarra meu braço e me puxa para ele. — Você não pode
simplesmente fugir; não é seguro. — ele joga minhas costas contra um
trailer.

— O que diabos está acontecendo? — Bull pergunta, dando a volta


no trailer.

— É tudo culpa sua, — uma voz soa trêmula. Nós olhamos para cima
na extremidade oposta do trailer para ver Cassie descontente apontando
uma arma para nós.
Shadow se estica na posição vertical e me empurra para trás quando
ele vê sua mãe.

Então Bobby aparece no canto também. — Ei, eu vi vocês fugirem,


está tudo cer... — Bobby para quando vê Cassie.

— É tudo culpa sua que ele está morto, — ela grita, tremendo. Ela é
tão instável que suas mãos tremem na arma de forma incontrolável; seu
dedo é pressionado firmemente contra o gatilho, me fazendo
desconfortável.
— Eu nunca conseguiria terminar o negócio, eu sabia disso. Mas eu
pensei que eu poderia fazer essa cadela para falar... e, em seguida, Ricky ... e
sangue ... — ela começa a divagar e não faz qualquer sentido.

De repente, corpos rodeiam o outro lado do trailer; homens usando


coletes com patches de olhos loucos.

— Bem, bem, bem, — diz um deles, com a cabeça raspada.


— El Locos, — Bobby respira.

Me lembro deles; eles foram os responsáveis pelo tiroteio na casa


segura. Como eu poderia os esquecer?

Cassie se vira ao som, apontando a arma para os El Locos, mas


apenas brevemente antes de se voltar para nós.
Ela aponta a arma para mim gritando: — Desculpe. — ela deixa cair
à cabeça e arma o gatilho.

Um grande estrondo soa, me fazendo gritar. Eu fecho meus olhos e


espero a dor, mas nada vem. Quando abro os olhos, Cassie está em estado
de choque puro. Sua boca está aberta e sangue começa a cobrir seu peito.
Ela deixa cair à arma e cai de joelhos, com falta de ar.

— FBI, deite chão agora!

Eu olho em volta e vejo um enxame de pessoas com uniformes


pretos cercando os trailers e apontando armas para nós.
Shadow me empurra com força e minha cabeça se encosta no chão.
Meu coração está batendo tão forte que eu posso o sentir pulsando em
meus dedos. Eu olho para fora, debaixo do trailler e vejo botas pretas
correndo para longe do outro lado. Quando a pessoa está a certa distância,
eu posso ver que é Bobby com uma arma na mão. Será que ele atirou em
Cassie?

— Olhe para mim, — sussurra Shadow. O verde esmeralda de meus


olhos se prendem em seus olhos azuis tempestade.

— Merda, eles atiraram na informante, — ouço uma voz familiar


dizer. Eu olho para cima e o sangue é drenado do meu corpo; o meu
coração para de bater e eu posso sentir meu rosto pálido.

É Stevin, vestindo um blusão azul que diz FBI.

Um dos El Locos sai do chão e caminha em direção Stevin. —Cara, se


eu soubesse que ela ia fazer isso, eu teria abordado dela, — diz ele.

— Você é a porra de um traidor, — outro dos El Locos grita.

— Você viu quem atirou nela? — Stevin pergunta.

— Não, foi um deles, no entanto, — diz ele, apontando para nós.

— Eles fizeram o que? — eu ouço uma voz familiar dizer, chegando


ao redor de um trailler ao nosso lado.

Minha mãe se aproxima de Stevin; ela também está usando um


blusão azul que diz FBI.

Meu mundo começa a girar; me sinto hiperventilar.

Stevin e minha mãe me ouvem com falta de ar e começam a


caminhar em minha direção.

— Merda, — murmura Stevin.

Minha mãe se inclina e sorri como o diabo.

— Alguém chegue aqui; nós temos uma testemunha, — minha mãe


grita. De repente, eu sou levantada do chão; tudo se move em câmera lenta.
— A levem para a proteção a testemunhas agora, — diz ela.
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— Diga adeus ao Lover Boy , — ela sussurra em meu ouvido
enquanto eu estou sendo empurrada.

Olho para Shadow, que está tão chocado quanto eu. Em seguida, seu
choque desaparece, sendo substituído por um olhar de confusão e pura
traição.

Um dos El Locos é um infiltrado; minha mãe é um agente do FBI; e


eu pareço ser um deles. Os olhos vítreos de Shadow sobem com ódio puro;
cada pequena gota de amor substituído por desconfiança.

Minha mãe assinou meu atestado de óbito, me fazendo uma possível


ameaça para o Clube. Shadow mata pessoas como eu. Antes que eu possa
dizer qualquer coisa, ele vira a cabeça em desgosto e eu sou transportada
para fora de sua vista atrás de um trailer.


Epílogo
DANI
Sou levada a uma sala de interrogatório estereotipada. Há uma mesa
de metal com uma cadeira na minha frente e um espelho de duas faces por
trás disso. Há também uma câmera no canto superior; acho que eles não
querem perder nada. Tem cheiro de água sanitária e café aqui.
Eu olho para baixo, no copo segurando o café marrom. Minhas unhas
cavam o lado fazendo sulcos enquanto eu tento fazer sentido de tudo.
Olhando para trás, eu quero saber como eu estava tão cega. As coisas fazem
sentido agora, como minha mãe me ressentindo mais uma vez que ela
esteve com Stevin. Ela me usou; ela sabia que o clube não iria acabar com
ela, se ela me usou como alavanca. Me fazendo ser um rato sela meu
destino aos olhos do Clube. A confiança de Shadow agora é nada além de
um grão de areia ao vento do deserto.

Eu suspiro em derrota.

A porta se abre e um homem gordo entra com uma pasta. Ele se


senta na minha frente, abrindo a papelada sobre a mesa. Seu bigode preto
está em toda a sua pele pálida enquanto ele mexe seus lábios de um lado
para o outro.
— Senhorita Lexington, você reconhece este homem? — pergunta
ele, empurrando uma imagem do outro lado da mesa. Aparentemente, ele
não esse não é um ocioso bate papo.

— Não, — eu digo, sem olhar.

O homem suspira. Colocando os braços sobre a papelada, ele cruza


as mãos juntas. — Senhorita, isso vai muito mais fácil se você apenas
cooperar. — ele mexe o bigode como se estivesse agradando seus lábios.

— Mais uma vez, você reconhece este homem? — ele empurra a


imagem em minha direção.

Eu olho para baixo e meu coração se torce. Eu respiro para me


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acalmar e olho para o mugshot de Ricky diante de mim.
— Não, — eu disse, cruzando os braços e olhando para o outro lado.
— Nós terminamos?
— Sério? — pergunta ele, levantando os ombros. Ele cava em sua
pasta e tira outra foto. — Porque nesta foto, Adrian Kingsmen, também
conhecido como Shadow e o Sargento das Armas do Devil's Dust
Motorcycle Club, está levando você para fora da casa do homem.

Meus olhos se arregalaram para a foto empurrada na minha direção,


mostrando minhas mentiras em preto e branco.

— Você quer tentar ag-


O som do outro lado do vidro matizado corta o Sr. Bigode.

A porta se escancara e minha mãe entra em cena.

— Por que eu não sabia sobre isso? — pergunta ela, apontando para
a foto.

— Sadie, você não recebeu folga nisso? Você era muito próxima para
o caso e saiu dele. Você precisa voltar para a outra sala agora. — o cara
calmamente aponta para a porta.

Minha mãe bufa, olha para mim e vai para fora da sala.

— Agora, onde estávamos? — pergunta o homem quando ele


embaralha sua gordura da barriga para a cadeira de metal.

— Este homem? — ele pergunta, apontando para a foto de Ricky.

Eu suspiro. Eu sei que tenho que dar a ele alguma coisa, mas talvez
eu possa dar a ele algo sem dar qualquer coisa.

— Ele chama a si mesmo de Ricky. Acordei naquela casa


sequestrada por ele e Cassie. Shadow e o resto deles me resgataram e me
levaram de volta ao clube. Fora isso, eu não me lembro. Eu estava muito
machucada; eu tive uma leve concussão. — eu empurro a foto de volta em
sua direção.

— Essa é Cassie? — ele pergunta, puxando outra imagem para fora


da pasta e a colocando sobre a mesa. Ele revela um mugshot de Cassie para
fora.

— Sim.

Ele acena com a cabeça.

Ele pega as mugshots de Bull, Bobby, Locks, Shadow, Babs, e outros.


— O que você pode me dizer sobre o clube? — pergunta ele, ainda
jogando fotos sobre a mesa.

— Nada, — eu digo, olhando através das fotos; de Shadow em


particular.

— Com base em seu patch de propriedade, eu diria que você é


próxima de Shadow. — ele se recosta na cadeira com um olhar presunçoso.

Eu olho para ele e depois para a foto de Shadow. Seus olhos azuis
picam os meus, mesmo através de uma fotografia.

— Olha, eu sei que você o quer proteger, mas você precisa se


proteger. Na sua situação, você é considerada uma ameaça para o clube. Eu
a quero proteger, mas você tem que me dar alguma coisa. — ele começa a
pegar as mugshots.

Eu dou de ombros a sua ameaça.


Eu sei que ele está certo, mas eu prefiro me arriscar na lei do clube
do que qualquer lei que esse gordo e minha mãe têm a oferecer.

Sr. Bigode rosna em frustração.

Ele puxa mais fotos e as lança sobre a mesa.

— Você quer proteger as pessoas que fazem coisas como esta,


senhorita Lexington? — pergunta ele, empurrando as fotos para mim.

Eu suspiro olhando as fotos horríveis. Há um homem com os olhos


fantasmagóricos, sua língua cortada e um buraco de bala em sua cabeça.
Outra mostra uma mulher com a língua cortada e uma ferida de bala na
cabeça. Eu engulo em seco.

— Nada? — ele zomba. — Bem, você pode se sentar aqui e pensar


sobre isso por um tempo; ver se alguma coisa me vem à mente. — ele
começa a pegar suas fotos e pasta.
— Eu não sei de nada, — eu grito, batendo na mesa com as mãos. —
Eles não dizem nada às mulheres! — eu grito quando a porta se fecha atrás
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do Sr. Mustache .

O que parece uma eternidade depois, a porta se abre e minha mãe


entra em cena.

Eu rolo meus olhos.

— Aqui está um sanduíche, — diz ela, estatelando ele em cima da


mesa.

— Obrigada, — eu digo, soando mais vadia do que eu pretendo.

— O que você está fazendo, Danielle? — ela se senta na cadeira na


minha frente.

— Se você está vai pregar o seu discurso ‘eu estou cuidando de


você’, esqueça, — eu cuspo de volta.

— Quando eu conheci Stevin no clube, percebemos que tínhamos


algo em comum; Devil's Dust MC. Eu estava sofrendo por causa dele e o
caso dele estava em um beco sem saída por causa disso. Nós nos demos
bem, ele percebeu que eu era mais ativa do que ele pensava, me pegou no
treinamento e eu me tornei um agente do FBI. Juntos, nós levaríamos o
clube para baixo, mas a única maneira foi através de você, infelizmente. —
ela se inclina, rasgando o copo vazio.

— Eu tentei de tudo para conseguir as informações que eu precisava


enquanto eu estava lá, mas eles não quiseram me dar nada. — ela começa a
bater na mesa. — Quando eles tentaram nos levar para a casa segura, eu
tinha que voltar para o clube, mas eles eram mais espertos do que eu
pensava. — os olhos dela estão em mim quando um silêncio constrangedor
enche a sala.
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— Será que você sabe sobre o drive-by ? — pergunto.

— Não, meus homens não eram uma parte disso. — ela sorri, — Mas
ei, conseguiu terminar o trabalho.
Eu mordo meu lábio quando o meu corpo involuntariamente rosna
para ela; eu a quero matar. Que mãe não está chateada com uma quadrilha
atirando em sua filha?

— Você percebe que eles vão te matar agora? O Lover Boy não vai
querer nada com você, — diz ela com ironia.

— Sim, por causa de você. Tenho certeza de que você está feliz, mas
você é louca se você acha que eu vou a lugar algum com você. — eu sento e
olho para ela. — Eu prefiro viver nas ruas ou tomar minhas chances com o
clube; inferno, eu preferiria ficar um tempo na cadeia, do que ter algo a ver
com você. — eu me levanto e me inclino sobre a mesa, meu rosto a
centímetros do da minha mãe.

— Deixar você não foi a melhor coisa para o caso; se você pudesse
colaborar. — ela vira a cabeça e zomba de mim.

— Me deixe colocar isso para que você possa compreender. Te


odeio. Você está morta para mim. Leve o seu caso e enfie ele no cú. — eu
dou o sorriso mais falso que eu posso reunir e me sento.

Ela se levanta e caminha até a porta. — Você está errada, eu não


estou feliz. Nós não derrubamos o clube, mas nós vamos fazer isso.
Continua a se recusar a ajudar e você vai descer com eles. — ela bate a
porta, selando os laços cortados.

FIM
Notas
[←1]
Pacthes são símbolos costurados na jaqueta de um MC que se refere à posição deles no clube.

[←2]
Significa que o clube é fora da lei.

[←3]
Barbecue.

[←4]
Do original church, traduzimos como missa, que são as reuniões para membros do clube.

[←5]
Aqui quer dizer tanto diabo como Devil’s, como o nome do clube.

[←6]
É como um ok. É uma palavra na língua dos MC’s.

[←7]
É um tapinha.

[←8]
Cuidando dos negócios.

[←9]
Viva para montar, monte para viver.

[←10]
Doc é um apelido de uma doutora no livro. Não é abreviação de doctor, é Doc mesmo.

[←11]
Uísque.

[←12]
Goldlocks, em inglês.

[←13]
São aquelas bolsas que eles penduram na moto.

[←14]
Aqui ele fala old, que tem ambos significado: de coisa antiga e de old lady.
[←15]
É um inseto que se infiltra nos pelos pubianos, pela minha pesquisa.

[←16]
LOVER BOY: Garoto Amante é como ela se refere à Shadow.

[←17]

[←18]

Ela faz referência ao bigode dele.

[←19]
É o tipo de assassinato (muito comum nos EUA) cometido por gangues que passam num
carro atirando na gangue rival.

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