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Kálita Admiral Brison, 6º p

Clínica Cirúrgica: Ortopedia


Fraturas I
Composição do osso:
● orgânico → 30%; confere resistência
● mineral → 70%; rigidez óssea
Função:
● estrutural
● pontos de fixação muscular
● proteção para órgãos
● reservatório de minerais (99% Ca2%)
● hematopoiese (produção de células sanguíneas)
Tecidos ósseos:
CORTICAL: menor porosidade, rígido, suporta alta
tensão/carga; menor deformação, compõe a maior parte do
tecido ósseo (80%)
ESPONJOSO: menor carga, comporta mais deformação,
menor rigidez; predomínio em porção de metáfise do osso
Fratura = descontinuidade óssea total ou parcial
→ 2 mecanismos:
Padrão das Fraturas
➢ TRAUMA DE ALTA ENERGIA
➢ MICROTRAUMAS DE REPETIÇÃO → Ex: fraturas de
estresse; comum nos atletas
obs: ambas ocorrem quando ao vencer resistência óssea → fratura

Cinética do Trauma
→ 2 fatores:
● tipo e sentido da carga aplicada

*Espiral = baixa energia + torção Ex: comum na queda de braço


*Oblíqua = > 30º
* Transversas = < 30º
*Cunha e Multifragmentada = geralmente fraturas expostas; alta
energia Ex: atropelamentos; queda de grandes alturas

obs: no tipo compressão o osso suporta mais força de


compressão; já na torção o osso quebra mais facilmente

● cinética
Maior energia = maior gravidade de fratura

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Fraturas Expostas Tratamento Fraturas Expostas:
● antibioticoterapia (profilático)
● é uma urgência médica ● cirurgia (desbridamento…)
Nas feridas tipo I e II = cefalosporina 1ª geração (Keflin, Kefazol)
Tipo lll = associar um aminoglicosídeo (Gentamicina 240 mg 1x/dia)
Qualquer tipo de ferida com contato em ambiente contaminado
associar penicilina ou metronidazol

Objetivo do tratamento de fraturas:


● reparar a lesão
● estabilidade
● remodelagem
● retorno da função

OBS: osso infantil → diferente do osso adulto, possui uma FISE


que é uma cartilagem de crescimento (núcleo de ossificação
secundário) permitindo maior remodelação
*Classificação de Salter-Harris = avalia o tipo de acometimento da
FISE

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Consolidação Óssea Fratura II
Fases: Quadro Clínico:
● inflamatória (duração de dias): lesão → migração celular ● dor
→ hematoma → calcificação + fibrose ● incapacidade funcional
● reparo: organização do hematoma + estabilização ● deformidade
● remodelação (meses): retorno da arquitetura óssea ● história de trauma associado
→ 2 tipos: Complemento:
PRIMÁRIA = ESTABILIDADE ABSOLUTA ● exame clínico; palpação de saliência óssea + dor
● sem formação de calo ósseo ● analgesia para dor
● consolidação artificial: uso de dispositivos de fixação ● estabilização provisória
(deve gerar compressão no foco da fratura); ● RX 2 incidências: AP e perfil
intervenção; cirurgia Tratamento:
● princípio da compressão (maior atrito entre os conservador x cirúrgico
fragmentos) ➔ depende de exames mais detalhados, principalmente para
● ausência de movimentos no foco da fratura fraturas articulares (solicitar TC)
Indicações: fraturas articulares ➔ demanda funcional (pacientes mais idosos…)
SECUNDÁRIA = ESTABILIDADE RELATIVA ➔ expectativa do paciente
● consolidação natural ➔ comorbidades
● formação de calo ósseo obs: valorizar as queixas do paciente mesmo sem achados
● movimento no foco da fratura radiológicos, porém com queixa de dor e edema = imobilizar
TIPOS DE TTO CONSERVADOR:
● reduções
● restrição de apoio
● imobilização e tala gessada (provisórios)
● tipóia (fraturas em úmero proximal)
Indicações: fraturas diafisárias e metafisárias multifragmentadas ● robofoot
TTO CIRÚRGICO:
● fixador externo (em lesões expostas; indicado o uso até o
paciente ter condições clínicas para realizar a cirurgia)
● placas e parafusos

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● haste intramedular ● fraturas + comuns = fraturas transtrocanteriana, fratura de
● placas bloqueadas colo de fêmur, fratura de punho, coluna vertebral e de
Complicações pós cirúrgicas: úmero proximal.
● lesão vascular (TTO = revascularização) Obs: Classificação de Singh = determina o grau de osteoporose
● TVP - trombose venosa profunda (fatores de risco = pela avaliação radiológica dos trabeculados de compressão e
tabagismo, sexo femino; profilaxia = medicamento Xarelto tração do fêmur proximal
→ antitrombótico; paciente apresenta edema + dor em
panturrilha)
● osteomielite (infecção óssea; TTO: enxerto ósseo ou
amputação)
● necrose avascular (comum em fratura de cabeça de fêmur
→ ocorre redução de fluxo sanguíneo/isquemia)
● infecção de sítio cirúrgico (em caso de infecção realizar
debridação + ATB profilático + colher cultura bacteriana)
● síndrome compartimental (condição dolorosa e perigosa
causada pelo acúmulo de pressão devido a hemorragia
interna ou inchaço dos tecidos; vasos colabados = redução
de perfusão)
● pseudoartrose (complicação caracterizada pela ausência
da consolidação de uma fratura → falha no processo de
regeneração do osso quebrado que impede a total
recuperação do mesmo)
obs: fraturas expostas podem evoluir para osteomielite

FRATURAS EM IDOSOS: ADULTOS:


→ trauma de baixa energia → alta energia
→ associados à osteoporose (solicitar densitometria óssea) → prevalência em sexo maculino e adultos jovens
→ alta morbidade = descompensação das doenças pré existentes → alto grau de sequelas
→ síndrome do imobilismo CRIANÇAS:
→ traumas fisários (fechamento precoce da fise)
*fraturas + comuns: rádio e fêmur distal; cotovelo; tíbia distal

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OBS: Classificação de Salter-Harris → avaliar o tipo de
acometimento da FISE
Teste de Adams
Afecções da Coluna ●

avaliação em suspeita de escoliose
solicitar o paciente a encostar as mãos nos pés sem dobrar
1. escoliose os joelhos
2. lombalgia
3. lombociatalgia

Escoliose
● angulação > 10º = escoliose
Causas:
● idiopática (+ comum; geralmente mais benignas e menor
angulação)
● neuromuscular
● congênito (malformação no desenvolvimento vertebral)
obs: as causas neuromuscular e congênita são quadros mais
graves (geralmente maior angulação), geralmente precisam de
correção cirúrgica

IDIOPÁTICA:
● causa + comum
● etiologia desconhecida (teoria mais aceita é que possui
alguma relação com a genética)
3 subgrupos:
→ Infantil = < 3 anos
→ Juvenil = 3-10 anos
→ Adolescente = > 11 anos (+ prevalente)

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Exame Físico:
● observar presença de “manchas café com leite” = estão Exames de imagem:
associadas com as doenças neuromusculares, ● RX em PA: lombar e torácica
principalmente a neurofibromatose, cuja uma de suas → ângulo de COBB = mede angulação da curva da
manifestações cursam com escoliose) escoliose para avaliar seu grau
Referência para medição: platô superior da vértebra mais
proximal da curva + platô superior da vértebra + caudal da
curva

● TC = verificar deformidades congênitas; deformidades nas


vértebras

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● RNM = indicado em casos de gravidade com déficits 2. EVOLUTIVA: + grave; tende a progredir e atingir ângulos
neurológicos associados, curvas atípicas, alterações próximos aos 100º se não tratar, acometendo crianças
cutâneas (manchas café com leite) antes do estirão do crescimento; predomina no sexo

Classificação de Risser masculino

● estima a maturidade esquelética com base no nível de ESCOLIOSE IDIOPÁTICA DO ADOLESCENTE:


ossificação e fusão das apófises da crista ilíaca; ● relação genética
● O seu uso clínico é importante no acompanhamento de ● + comum entre as escolioses
crianças e adolescentes com escoliose. ● geralmente não é progressiva
**riscos de progressão:
→ sexo feminino
→ pré-menarca
→ curvas graves
→ Risser 0
→ curvas duplas

Análise da Curva:
Complicações: ● PRIMÁRIA: maior magnitude
● lombalgia (não é tão recorrente em pessoas com escoliose) ● SECUNDÁRIA: surge para compensar o desequilíbrio
● ângulo > 60º = comprometimento da expansibilidade ● CURVAS DUPLAS: 2 curvas similares (estruturadas)
pulmonar Conceitos:
● > 100 º = comprometimento funcional pulmonar = alta ● balanço vertebral → cabeça deve estar no centro da linha
mortalidade → cor pulmonale média do corpo; qualquer desnivelamento desse balanço
**COR PULMONALE = patologia pulmonar que gera problemas vertebral (fora da linha média) = não compensação +
cardíacos → complicação tardia da escoliose que tende a progredir agravamento da deformidade
● vértebra apical → + desviada
ESCOLIOSE IDIOPÁTICA INFANTIL: ● vértebra neutra → são as 2 últimas vértebras em que não
● diagnóstico por exame clínico + radiológico há deformidade
2 formas de evolução: ● escoliose estruturada = deformidade estrutural da vértebra
1. RESOLUTIVA: ângulo de Cobb > 20º = desaparece (curvas rígidas)
espontaneamente sem tratamento

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● escoliose não estruturada = não há deformidade vertebral; a
deformidade é principalmente antálgica (dor que causa uma
contratura muscular → deformidade na coluna)
TTO:
● COBB
→ < 20º
- paciente imaturo esquelético = RX 6 em 6 meses
- adulto = alta
→ 20-30º
- paciente imaturo = acompanhar de 3 em 3 meses
** se progresso de 5º em 6 meses = uso de órtese
→ 30-40º
- esqueleto imaturo com essa angulação = órtese tratamento cirúrgico = osteotomia das vértebras + artrodese com
- esqueleto maduro = não necessita de órtese → placas e parafusos. Na imagem mostra uma manobra de redução
acompanhar de 5 em 5 anos (manobra de cantilever)
→ > 40º = CIRURGIA
obs: órtese = é feito sob medida com trocas de tempos em tempos

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Lombalgia
● dor com ou sem rigidez localizada no tronco na região do
dorso, entre o último arco costal e prega glútea, SEM
IRRADIAR para perna
● 2ª maior queixa de atendimento
● prevalência 15-20%
● causa mais frequente de incapacidade em < 45 anos
● pode vir acompanhada de ciatalgia em 13-15%
● doença com alto risco de ganho secundário (alto nº de
atestados)
● homens > mulheres SECUNDÁRIAS: (relacionadas à alguma doença)
● LOMBALGIA AGUDA (+ comum) = a maior parte se resolve ● tumor
em até 2 semanas; 92% melhoram em 2 meses e somente ● infecções (espondilodiscite)
1% necessitam de cirurgia ● fraturas
Fatores de risco: ● doenças metabólicas e inflamatórias
● tabagismo obs: quanto a idade = crianças raramente possuem lombalgia,
● trabalho braçal nesse caso tem que investigar (geralmente infecção)
● hérnia de disco idosos > 60 anos = quando lombalgia geralmente tumor
● fatores psíquicos Resumindo: CRIANÇAS E IDOSOS COM LOMBALGIA TEM QUE
● prevalência 35-55 anos INVESTIGAR = SOLICITAR EXAME DE IMAGEM!
Classificação: → homens são mais acometidos por lombalgias mecânicas e
PRIMÁRIAS: mulheres por osteoporose/doenças endócrinas e musculares
● discogênicas = relacionadas a hérnia de disco → em adolescentes = espondilólise/hérnia de disco
● facetária
● miofascial = relacionadas com a parte muscular Anamnese:
● tempo
● fatores desencadeantes (movimento/trauma)
● localização (irradia?)
● fatores de melhora ou piora

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● tipo da dor (queimação, cólica, facada…)
● tipo de ocupação trabalhista (pega peso…)
● situação trabalhista
● HPP + HS: DM (discite/neuropatias); HAS (aneurisma de
aorta); tabagismo (CA; degeneração discal → discopatias);
etilismo (osteoporose/pancreatite); CA (metástase óssea →
coluna é um dos sítio mais prevalente de metástases);
cálculos renais
Quanto a MAIOR RISCO/GRAVIDADE DAS LOMBALGIAS:

obs: obs: tumores benignos geralmente acometem elementos


SINAIS DE ALERTA PARA TUMOR: posteriores da vértebra
➔ HPP CA → metástases geralmente ocorrem nos elementos anteriores da
➔ extremos de idade vértebra
➔ febre + perda de peso SINAIS DE ALERTA PARA FRATURA:
➔ dor persistente > 4-6 semanas ➔ trauma
➔ dor em repouso ou noturna ➔ uso crônico de corticoides

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➔ > 70 anos = osteoporose
SINAIS DE ALERTA PARA INFECÇÃO:
➔ febre
➔ usuários de droga
➔ imunocomprometidos
➔ dor em repouso
➔ ITU/infecção de pele/pulmonar

AVALIAR REFLEXOS:
→ PATELAR = raiz de L4
obs: tratamento multidisciplinar com psicólogo/psiquiatra → AQUILEU = raiz de S1

Exame Físico:
● inspeção
● testar arco de movimento
● neurológico
● testes especiais

Dermátomos MMII: AVALIAR SENSIBILIDADE


AVALIAR FORÇAS MOTORAS MMII:
→ L2 = flexão do quadril
→ L3 = extensão do joelho
→ L4 = flexão dorsal do tornozelo
→ L5 = extensão do hálux
→ S1 = flexão plantar do hálux

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TESTE DE LASEGUE → deformidades
→ positivo quando dor no trajeto do referido nervo por conta da → fraturas
compressão gerada ao elevar a perna → processos patológicos
● TC
● Cintilografia
● RNM

DEGENERAÇÃO DISCAL
● ocorre uma desidratação discal por processo bioquímico e
físico que muda a consistência e a resistência do disco
intervertebral, podendo gerar instabilidade mecânica, dor ou
compressões nervosas (relacionado na maioria das vezes
TESTE DE BABINSKI pelo processo de envelhecimento)
● 25-75% assintomáticos com achados no exame de imagem
● evolui com protusão discal (14-33% assintomáticos com
achados no exame de imagem)

→ teste positivo quando ocorre extensão do hálux


→ indica síndrome de neurônio motor superior
EXAMES DE IMAGEM:
● RX
→ alinhamento da coluna

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tratamento: repouso relativo, analgésicos, fisioterapia ● déficit motor progressivo
O que é realizado na cirurgia?
HÉRNIA DE DISCO ● descompressão
● causada por disfunção, instabilidade, processo de - microdiscectomia
envelhecimento (+ comum entre a 3-4ª década) - discectomia + artrodese (se instabilidade associada)
● extravasamento do núcleo pulposo podendo comprimir uma Complicações:
raiz nervosa ● hérnias recorrentes (+ comum)
● 95% em L4-L5 ● infecção
● causa mais comum de lombociatalgia mecânica ● lesão do saco dural
● tratamento conservador efetivo em 80-90% dos casos
ESPONDILODISCITE
CLASSIFICAÇÃO MORFOLÓGICA DE SPENGLER ● processo inflamatório, geralmente infeccioso, que acomete
os discos intervertebrais e vértebras associadas
● lombalgia secundária à infecção

Tratamento Cirúrgico:
● quando falha no tto conservador por pelo menos 6 semanas
● síndrome cauda equina = EMERGÊNCIA CIRÚRGICA
→ bexiga neurogênica + paralisia dos MMII
causas: HÉRNIA DE DISCO, tumores, infecções, fraturas

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Afecções do Ombro
TENDINOPATIAS
● lesão dos tendões de forma aguda ou devido microtraumas
de repetição de pequena intensidade (atrito anormal contra
superfícies ósseas ou do estiramento tecidual resultando
em microtraumas das fibras colágenas)
● corresponde a 30-50% das lesões esportivas

Tendão degenerado Tendão Normal

Lombociatalgia **tendão degenerado = perda da organização das fibras de


colágeno
● dor + irradiação no trajeto do nervo ciático podendo Tipos:
alcançar os pés → tendinose = perda da conformidade padrão do tendão (não é
● ciatalgia = sinal de compressão de uma raiz nervosa na inflamatório); comum nos traumas de repetição, envelhecimento,
medula; geralmente associada a uma hérnia de disco → alterações vasculares/metabólicas
irradia para pernas uni ou bilateralmente, podendo ser Fisiopatologia: degeneração do tendão (tenócitos) sem sinais
acompanhada por déficits motor e sensitivo inflamatórios clínicos ou histológicos. Ocorre desorientação do
Causa mais comum: hérnia de disco colágeno + desorganização e separação das fibras, aumentando a
celularidade e espaços vasculares com ou sem neovascularização
+ necrose focal ou calcificação
→ tendinite = perda da conformidade padrão do tendão devido
processo inflamatório no tendão

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→ paratendinite = inflamação da bainha que recobre o tendão ou ● Inspeção Dinâmica + Goniometria (medição dos ângulos
nas bursas (inflamação nas estruturas que envolvem o tendão) articulares/avalia movimentos da articulação)
→ ELEVAÇÃO DO OMBRO
normal = 0-180 º
elevação da articulação glenoumeral = 120º
articulação escapulotorácica = 60º
obs: ritmo escápulo torácico (considera articulação
glenoumeral/articulação escapulotorácica) 2:1 (120º:60º)
→ avaliação da rotação interna = a pessoa que possui a rotação
interna normal, ela consegue colocar o dedo no processo
espinhoso de T6, ou seja, não há comprometimento de movimento
nessa articulação

**No mínimo 3 semanas para melhora de lesão em tendão.

Propedêutica do Ombro
QP: dor, rigidez (perda da mobilidade do ombro), instabilidade
(perda da congruência da articulação → ombro fica saindo fora do
lugar)
Início dos sintomas: agudos (traumas); longo prazo (sobrecarga);
evolução
Características da dor: noturna, súbita e intensa, causas
extrínsecas (traumas)
Exame Físico:
● Inspeção Estática
→ observar atrofias/retrações
obs: a atrofia pode ser desencadeada por lesão no nervo axilar
→ contornos musculares e ósseos
→ palpação de partes moles e saliências ósseas

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→ avaliação rotação externa: obs: Complexo suspensório superior do ombro
● normal = de 0-90º 1. glenóide
● comprometimento importante na capsulite adesiva 2. processo coracóide
3. articulação acrômio-clavicular
4. extremidade distal da clavícula
5. ligamento córaco-clavicular

→ avaliação do movimento cervical: avalia se a dor é realmente do


ombro ou se está relacionado a uma compressão/uma
radiculopatia na coluna cervical

obs: se houver uma compressão, há aumento de parestesias nos


dedos do paciente

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obs: luxação anterior é o trauma mais comum

Acometimentos Principais
→ Fratura de Clavícula
→ Luxação acrômio-clavicular: o mecanismo do trauma é a
queda com o ombro ao solo, tendo uma incongruência entre a
Sequência de RX em traumas de ombro que devem ser clavícula e o acrômio; a pessoa fica com uma elevação no ombro
solicitados: luxado
● RX em AP verdadeiro
● Perfil de escápula
● Transaxilar

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OBS: luxação no ombro o sinal clássico é SINAL DE DRAGONA
(principalmente em luxação anterior)
Manobra de Hipócrates

Sinal de dragona no ombro direito.


→ Luxação Gleno-umeral

MANOBRAS DE REDUÇÃO Essa manobra de hipócrates não é tão usada mais; atualmente
● a manobra mais usada é tração e contratração usa-se mais a manobra de tração x contratração

Manobra de tração-contratração Manobra com peso

Outra técnica usada é deitar o paciente e colocar um peso (2kg


mais ou menos) por um tempo.

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OBS: Luxações de ombro: Músculos do Manguito Rotador
10% dos casos ocorre lesão de nervo axilar (principalmente
nos mais jovens)
lesão do manguito rotador é comum em pacientes mais
velhos
**Luxação anterior com lesão do manguito rotador tem que avaliar
integridade do nervo axilar antes de realizar a redução

Patologias Específicas
→ Tendinite calcárea = trata-se do depósito anormal de Ca2+
(hidroxiapatita), nos tendões supra e infra espinhoso, normalmente
o depósito é intratendíneo podendo romper-se do lado bursal
obs: localização supra espinhoso é mais comum!!
*3 mulheres: 1 homem
* idade 30-50 anos
*lado direito é mais acometido
*bilateral em 20% dos casos
***não está associada a trauma (etiologia desconhecida)

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Fases da Calcificação → Capsulite Adesiva: Síndrome do ombro congelado causando
um bloqueio mecânico por contratura de partes moles (limitação de
amplitude de movimento-ADM- tanto ativa como passiva)
*etiologia desconhecida
*caracterizada por dor e restrição ativa e passiva dos movimentos
glenoumerais nas 3 posições: elevação anterior, rotação externa e
interna; sem motivos/causas aparente relacionada
Patologia: reside essencialmente na cápsula (contratura fibrosa do
ligamento coraco-umeral e espaço dos rotadores + líquido sinovial
normal com volume articular diminuído 3-15 ml (normal = 20-25 ml)
Características do ombro congelado:
● história de perda do conforto e função
Resumindo: ● ao exame físico movimento limitado de flexão, rotação
1ª fase = sem dor (estágio de pré-calcificação) externa e interna, e/ou movimento de cruzar o corpo
2ª fase = dor leve (fase de calcificação) ● Rx normal e Artrografia anormal (perda do sinal da
3ª fase = dor forte (reabsorção do depósito de cálcio) gota-recesso capsular axilar)
TTO geralmente é clínico; raramente é indicado cirurgia. Fases:
● 1ª = hiperálgica (duração de 2-9 meses) → paciente possui
Clínico: uso de analgésicos; gelo; repouso; barbotagem
dor, mas consegue mobilizar
(técnica guiada por Ecografia em que é realizada uma
● 2ª = rigidez articular (4-12 meses) → paciente com dor
fragilização e aspiração por agulha da calcificação;
noturna e restrição do movimento; dificuldade em vestir
técnica minimamente invasiva que deve ser aplicada em
roupa ou pentear o cabelo (contratura de partes moles)
casos resistentes a uma abordagem inicial mais
● 3ª = “descongelamento” = melhora da dor e mobilidade,
conservadora.); fisioterapia
porém pode gerar algum tipo de sequela, principalmente se
Cirúrgico: indicado quando tratamento clínico por 6 meses
não for tratado
sem melhora
obs: Evolução 1-3 anos
obs: ao retirar a calcificação cirurgicamente pode lesionar o tendão
TTO:
→ a capsulite adesiva tende a evoluir com a cura
espontaneamente, mas ao longo das fases gera desconfortos que
precisam ser tratados
→ o TTO é feito de acordo com as fases

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→ principal tratamento: promover alívio da dor, desconforto e
restaurar o arco do movimento do ombro
● Analgésicos fortes (Ex: tramadol)
● corticóides de depósito intramuscular
● pode associar antidepressivos tricíclicos (Ex: amitriptilina →
atua na dor crônica além de componente anti-depressivo;
geralmente essa doença está relacionada com quadros de
ansiedade/depressão)
***AINES/AINH geralmente não são prescritos
→ Cirúrgico: liberação cirúrgica (aberta ou artroscópica)
Diagnóstico diferencial para capsulite:
● síndrome do impacto → Síndrome do Impacto Subacromial
● osteoartrose ● impacto da tuberosidade maior do úmero contra o acrômio
● artrose acrômio clavicular (obs: entre essas duas estruturas ósseas, encontra-se o
● luxação posterior do ombro tendão supraespinhoso principalmente); à medida que
● tendinite calcárea ocorre esse atrito entre os ossos, maior lesão gerada no
tendão; a princípio ocorre uma degeneração que
dependendo da progressão ao longo do tempo, pode gerar
lesão total do tendão (rompimento do tendão)
● doença mais prevalente
● entre os 25-40 anos = a manifestação principal é dor
● > 40 anos = osteófito no acrômio e lesão do manguito
● sintomatologia clássica: dor à flexão do ombro com piora à
rotação interna (obs: o teste para diagnóstico é realizar
rotação interna no paciente → Teste de Neer)

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Tuberosidade maior do úmero indo de encontro ao acrômio. prolongando, gerando uma tendinite (comprometimento do
tendão).
Evolução das lesões do Manguito Rotador:
● 3 FASES DE NEER
→ Estágio 1: inflamatória (não há lesão no tendão) +
hemorragia (inflamação e edema) + dor na face lateral do
braço
obs: comum em jovens
→ Estágio 2: Presença de fibrose devido a perda de
arquitetura do tendão devido a inflamação (fibrose do
tendão por consequência de microtraumas); a clínica é
semelhante ao primeiro estágio com dor em região lateral
.
obs: + comum em meia idade 30-40 anos
→ Estágio 3: Ruptura do tendão (parcial ou total)
obs: a partir dos 45-50 anos

obs: na ruptura total a cabeça do úmero fica descoberta =


ascensão da cabeça do úmero

**a bursa é a primeira a ser afetada, gerando bursite →


esse processo inflamatório devido a essa agressão vai se

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TTO:
● vai depender do estágio da lesão, idade do paciente,
Sutura tendão-tendão
expectativa de vida, se o paciente é praticante de atividade
esportiva ou não
● estágio 1 e 2 = tratamento conservador (para aliviar a
sobrecarga do tendão a fim de tentar impedir a evolução da
doença
combater a dor
restabelecer a mobilidade do ombro
fortalecer a musculatura do manguito rotador
obs: quando lesão parcial = tratamento conservador entre 4-8
semanas com fisioterapia e analgésicos (sem melhoras = indicar Sutura tendão-osso
cirurgia)
TRATAMENTO CIRÚRGICO: Estágio 3.
2 formas: aberta ou artroscópica
**tendência é o método artroscópico (menos invasivo; reabilitação
mais rápida)
****Sutura pode ser de 2 formas:
1. suturar tendão com tendão
2. quando não consegue aproximar as bordas dos tendões, a
sutura é transóssea (tendão com osso)

obs: além da sutura, é realizada uma descompressão subacromial


para dar uma “levantada” no acrômio e melhorar o impacto da
cabeça do úmero.

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Afecções do Quadril
→ DOR EM REGIÃO POSTERIOR DO QUADRIL
● pode estar relacionado tanto com a região periarticular ou
da coluna
● **importante diferenciar entre lombociatalgia e síndrome do
Piriforme
**Lombociatalgia: dor que inicia na região lombar e irradia para → DOR LATERAL DO QUADRIL
MMII até o pé e Lasegue positivo (dor em região posterior); exame **são as queixas clínicas de dor mais prevalentes e geralmente
de imagem (principal: RNM) presença de compressões na lombar está associada a bursite lateral do quadril e tendinopatias glúteas
geralmente por hérnias de disco ● acomete principalmente mulheres devido a anatomia do
**Síndrome do Piriforme: quadril mais largo
CAUSA: compressão do nervo ciático pelo músculo piriforme clínica:
característica principal = dor glútea profunda ● dor à palpação na região trocantérica (palpar bilateral para
clínica: comparar)
● a dor geralmente não passa a linha do joelho ● dor piora ao permanecer com a perna cruzada e ao deitar
● paciente alega dor quando permanece muito tempo sentado em cima do lado da dor
● hipersensibilidade na região de incisura isquiática maior ● dor pode piorar durante atividade física (subir e descer
morro)
**o diagnóstico é clínico, mas é importante solicitar uma
ressonância da região da bacia = inflamação da região das bursas,

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geralmente acompanhada de tendinopatias da musculatura do colo-cabeça) como na própria borda do acetábulo causando
glúteo mínimo e médio. dor no extremo do movimento

Coxartrose
→ degeneração da articulação coxofemoral → causa desgaste da
articulação (dor + diminuição da rotação interna)
→ a medida que a evolui reduz mobilidade do quadril como um
todo
Epidemiologia:
● 5-10% da população
● idosos
● doença evolutiva: geralmente inicia no final da fase adulta e
início da fase idosa (maiores sintomas aos 65-70 anos)
2 tipos:
→ DOR ANTERIOR DO QUADRIL
1. PRIMÁRIAS: não tem fator predisponente
**SEMPRE pensar em processos articulares
2. SECUNDÁRIAS: associada a algum tipo de doença ou
obs: é diferencial para hérnias inguinais
fratura (traumatismos de repetição, condrólise, necrose da
Patologias Intra Articulares:
cabeça do fêmur, artrite séptica, fratura de acetábulo com
COXARTROSE: desgaste da articulação do quadril
lesão articular…)
(degeneração na cartilagem articular)
TTO definitivo: artroplastia do quadril (cirurgia de grande porte);
obs: geralmente todas as doenças de quadril em seu estágio final
tx de complicação < 2%; objetivo: alívio da dor
evoluem para uma coxartrose.
OSTEONECROSE DA CABEÇA FEMORAL: infato da
cabeça femoral → colapso articular e artrose (ocorre devido
obstrução dos vasos que irrigam a cabeça do fêmur;
causas: coagulopatias, uso de corticoides crônico,
alcoolismo…)
IMPACTO FÊMORO-ACETABULAR: incongruência por
alterações mecânicas da articulação coxofemoral que
impacta a borda do colo do fêmur com a borda acetabular; obs: na imagem mostra uma prótese não cimentada = entra no
essa incongruência pode estar na região do colo (transição osso por pressão.

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→ prótese cimentada = cimento ortopédico que fixa CLASSIFICAÇÃO DE FICAT E ARLET
→ prótese com parte femoral cimentado e acetabular não objetivo: definir diagnóstico e tratamento
cimentado (prótese híbrida)

obs: se o paciente fletir muito o quadril em algumas posições, pode


ocorrer luxação de prótese.

Osteonecrose
→ infarto da cabeça tumoral
→ predomínio em homens (4:1)
→ fx etária = 30-50 anos
→ alcoolismo e uso crônico de corticóides
→ geralmente é bilateral (80%)
→ dor de início insidioso em região anterior (região inguinal)
irradiando para a face ântero-lateral (queixa dor em joelho)
→ claudicação + limitação do movimento do quadril (flexão e
rotação interna)
Estágio ll = pode indicar uma descompressão para
retirar dor do paciente para evitar o colapso da articulação.

Estágio lll: não possui acometimento do acetábulo,


apenas da cabeça femoral; já possui indicação de prótese

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→ homens > mulheres
→ acomete mais adultos jovens (20-55 anos)
→ maior causa de coxartrose em pessoas jovens
obs: grupo de risco = atletas
Tipos de traumas:

Estágio IV: acometimento de acetábulo + cabeça


do fêmur; indicação de prótese de quadril

OBS: a osteonecrose é uma doença progressiva → evolui para


colapso de articulação.

Impacto Fêmoro-Acetabular
→ incongruência da articulação de quadril

***Síndrome do Impacto Femoro-Acetabular:


No exame clínico = paciente refere dor em quadril geralmente em
formato de “C” → SINAL EM “C” (sinal típico de paciente com
impacto femoroacetabular)

Epidemiologia:
→ 10-15% da população; maioria assintomático

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→ EPIFISIÓLISE
● deslocamento do colo do fêmur em relação à epífise
femoral, ou seja, é o escorregamento da cabeça do fêmur
na bacia
● geralmente acomete adolescentes obesos e altos
● quadro de dor insidiosa que pode se tornar mais intensa
quando o escorregamento é brusco
● tratamento cirúrgico para fixação
Sinal em C

Quadril Doloroso na criança


● criança com claudicação e dor no quadril + dor em
articulação
PENSAR EM DUAS SITUAÇÕES:
1. Sinovite transitória do quadril
2. Artrite séptica do quadril
→ DOENÇA DE LEGG-PERTHES
→ SINOVITE TRANSITÓRIA DO QUADRIL
● crianças entre 5-7 anos
● quadro auto resolutivo com repouso + AINES (melhora em
● ocorre perda da circulação de parte da cabeça femoral
até 5 dias)
chamada epífise, levando à necrose óssea e deformidade
● geralmente precede um quadro de IVAS (infecção de vias
gradual
aéreas superiores)
● pode se manifestar com dor insidiosa ou crises de dor após
→ ARTRITE SÉPTICA DO QUADRIL
exercícios
**ocorre por bactéria (urinário, respiratório e pele) que geralmente
● necrose de causa idiopática da epífise
por via hematogênica instala na articulação do quadril
● pode cursar com incongruência do quadril
principalmente (porém, pode acometer qualquer articulação)
● possui indicação de uso de próteses
● URGÊNCIA ORTOPÉDICA: cirúrgico (drenar pus + ATB
venoso)
● criança fica mais prostrada, hipoativa
● presença de desvio à esquerda, leucocitose

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obs: TODA criança que nasce tem que ser feito esses testes.
→ se suspeita de diagnóstico = tratamento imediato (uso de
suspensório de Pavlik.

→ DISPLASIA DE DESENVOLVIMENTO DO QUADRIL


● geralmente relacionado com a posição do feto intra uterino
que dificultaria o desenvolvimento adequado do acetábulo
● vários graus de gravidade (pode haver quadris
completamente luxados)
● o diagnóstico deve ser estabelecido assim que a criança
nasce
2 testes:
BARLOW = “luxar” quadril
ORTOLANI = “reduzir” quadril

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