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Kálita Admiral Brison, 6º p

Clínica Médica: Nefrologia


Anatomia e Fisiologia Néfron
→ São órgãos pares, retroperitoneais
→ rim direito é mais baixo que o esquerdo por conta da correlação
anatômica do rim direito com o fígado
→ tamanho normal = 11-12 cm; peso = até 150 g
→ unidade funcional = néfron

Funções:
● manutenção da volemia e osmolaridade
● regula a concentração de Na+, K+, Ca2+, Mg, Cl 2 tipos de néfrons:
● excretam produtos do metabolismo uréia, ácido úrico e ● Néfrons corticais = possui alça de curta + arteríolas
substâncias tóxicas (medicamentos) eferentes drenam capilares peritubulares (90% dos néfrons)
● regula PA ● Néfrons justamedulares = próximos a medula renal;
● produção de hormônios (renina, eritropoietina), produção de presença de alça de henle longa que se estende até o final
Vit D ativa, prostaglandinas da medula renal, próximo da papila; responsáveis pelo
sistema de contracorrente (10% dos néfrons)
Glomérulo: é formado pela cápsula de Bowman e túbulo glomerular Manutenção do fluxo sanguíneo renal fisiológico:
Cápsula de Bowman: é revestido pelo epitélio parietal; ● Reflexo miogênico (arteríola aferente detecta alterações na
externamente os capilares glomerulares são revestidos pelos pressão arterial e fluxo sanguíneo renal → promove
podócitos que formam o epitélio visceral vasoconstrição ou vasodilatação)
Entre os capilares glomerulares existe umas células de ● Feedback túbulo-glomerular (detecção pelas células da
sustentação, chamadas de células mesangiais (além de mácula densa)
sustentarem, estão em contato íntimo com as alças capilares) ● Angiotensina ll (liberada em casos de baixo fluxo
Membrana basal glomerular = envolve quase que completamente sanguíneo/hipotensão → SRAA)
as alças capilares, funciona como principal barreira de filtração
(impede a passagem de grandes moléculas), isso ocorre devido a Túbulo Proximal:
sua característica de estrutura contínua e carga elétrica negativa, ● 60-70% de reabsorção do filtrado glomerular
repelindo moléculas de carga negativa. ● presença de transportadores da membrana apical para
**Membranas de filtração: formadas pelas células endoteliais + reabsorção de algumas substâncias do filtrado
membrana basal glomerular + podócitos ● mantém o equilíbrio ácido-básico (maior absorção de
Aparelho Justaglomerular: localizado no polo vascular no HCO3- 90%) e produção de amônia
glomérulo; formado pelas células produtoras de renina (arteríola ● secreção de cátions e ânions (urato, oxalato, sais biliares) e
aferente → células granulares = produzem renina) , mácula densa medicamentos
(células tubulares especializadas) e células mesangiais. obs: síndrome de Fanconi → mutação dos transportadores da
membrana apical → ocorrência de glicosúria, acidose metabólica,
Os rins recebem cerca de 20% do débito cardíaco; parte é filtrada e fosfatúria etc… pois o rim não consegue reabsorver essas
outra reabsorvida pela arteríola eferente; isso é determinado pela substâncias no túbulo proximal)
diferença de pressão entre o capilar glomerular e a pressão na Alça de Henle:
cápsula. Outro determinante da filtração é a pressão oncótica ● 25% de reabsorção do filtrado glomerular
(pressão exercida pelas proteínas) no interior do capilar glomerular ● responsável pela manutenção da hipertonicidade da medula
(essa pressão persiste por todo trajeto da circulação renal). Além real por meio do transportador Na+K+2Cl-
disso, coeficiente de ultrafiltração dado pela permeabilidade da ● mecanismo contracorrente → controle da osmolaridade
membrana basal, endotélio e podócitos. urinária
● local de atuação da furosemida (diurético de alça)
Túbulo contorcido distal:
● reabsorção de Ca2+ tubular → mediada pelo PTH
● reabsorve 5% do líquido e Na+ filtrados

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● local de ação dos tiazídicos (mecanismo de ação: bloqueio ● nictúria: urina + de noite que pela manhã
dos canais de Na+ e Cl-) ● noctúria: urina 2-3 vezes de noite
**nictúria e noctúria estão presentes na DRC devido a perda da
Ducto Coletor: capacidade de concentrar a urina
● rico em aquaporinas ● retenção urinária: incapacidade de esvaziar a bexiga
● sensível ao ADH → introduz na membrana apical canais de Se retenção aguda → dor e desconforto
aquaporinas → reabsorção de água se crônica → bexiga neurogênica (paciente perde o controle
● formado por células principais (ajuste de equilíbrio de Na+ do reflexo miccional)
e K+; sensíveis aos mineralocorticóides → ação da ● incontinência urinária: eliminação involuntária de urina
aldosterona = reabsorção de Na+ e secreção de K+) e (ocorre em episódios de esforço como tosse; alterações
células intercaladas (ajuste final do equilíbrio ácido-básico ginecológicas…)
mediado por mineral corticoides → ação da aldosterona Alterações da cor e aspecto da urina:
com liberação de hidrogênio) → urina vermelha, turva, mal cheiro, espumosa
obs:

Propedêutica em Nefrologia *micção que começa vermelha e vai clareando → problema no


trato urinário baixo
ANAMNESE *micção totalmente vermelha → quadros glomerulares
● oligúria: diurese < 400 ml/dia ou < 20ml/hora (geralmente *espuma na urina → perda de proteínas
ocorre em casos de desidratação ou injúria renal) *presença de coágulos → trato urinário baixo, bexiga
● anúria: diurese < 100 ml/dia (processos obstrutivos, injúria ● hematúria = sangue na urina
renal aguda grave) → questionar sintomas associados
● poliúria: > 2500 ml/dia (DM insipidus) → paciente idoso = patologias da próstata, CA bexiga
● disúria: dor, queimação ou desconforto ao urinar → jovem = glomerulonefrites
● urgência: necessidade súbita de urinar → doenças que cursam com hematúria: pielonefrite, nefrolitíase,
● polaciúria: aumento da frequência urinária com intervalo < glomerulonefrite, tumores, anemia falciforme, anticoagulantes
que 2 h sem que haja aumento do volume urinário (comum ***atenção para alguns medicamentos e alimentos que causam
em casos de hiperplasia prostática; cistite) “falsa hematúria” como beterraba, rifampicina, fenazopiridina
● hesitação: demora para iniciar a micção/paciente faz um obs: é importante analisar o aspecto da hemácia em casos de
esforço para conseguir urinar (indica alguma obstrução de hematúria, se dismorfismo eritrocitário = causa glomerular
trato urinário; comum na hiperplasia prostática) ● hemoglobinúria: Hb livre na urina

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→ associada à hemólise (malária, leptospirose, icterícia hemolítica, EXAME FÍSICO
transfusão incompatível) RINS:
● mioglobinúria: destruição muscular por traumas ou grandes → palpação bimanual
queimados, exercícios físicos intensos, crises convulsivas
● porfinúria: porfirinas na urina
● urina turva: infecção urinária
→ piúria = leucocitose (aumento de piócitos)
→ obstrução de ductos linfáticos (presença de linfa na pelve renal)
→ filariose, neoplasias, tuberculose

→ rins aumentados = rins policísticos, hidronefrose, neoplasias


→ punho percussão lombar
URETER:
Pontos ureterais: fossas ilíacas próximo a região supra púbica

Características da DOR:
→ dor lombar (12ª costela e crista ilíaca) ou em flanco com
irradiação anterior (irradiação para pelve…) + desaparecimento
súbito
● cólica renal = súbita, lancinante, mal estar, paciente
inquieto, sudorese, náuseas e vômitos
● obstrução uretero vesical = disúria, urgência, frequência
Presença de EDEMA:
→ generalizado, região periorbitária ao acordar (preferencial pela
→ comum infecções ou obstrução dos ureteres
manhã), ao final do dia predomina em MMII
BEXIGA:
● glomerulonefrites, IRA, IRC
→ distensão vesical = inspeção, palpação e percussão da região
supra-púbica

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● Bexigoma = globo vesical palpável, massa lisa e firme na de óleo de peixe = hipermetioninemia
linha média (indicado sonda vesical de alívio) mofo = fenilcetonúria
→ Cor:

EXAMES COMPLEMENTARES
● EAS
→ 1ª urina da manhã; jato médio
→ densidade: 1000-1003 = hiperdiluição urinária, DM
insipidus, polidipsia psicogênica; > 1040 = agentes
osmóticos extrínsecos (manitol, contraste osmótico) → Proteínas:
→ pH: (normal 4,5-5,5)
> 7,0 = infecção bacteriana (urease- Proteus), uso de
diuréticos, vômitos, vigência de acidose metabólica: ATR,
**dietas vegetarianas
pH baixo = acidose metabólica, dieta rica em carnes
obs: quando paciente está em acidose metabólica com pH
da urina básico, pensar nas acidoses tubulares renais
→ odor: fétido = infecção
adocicado = cetonúria

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→ Nitrito e Piócitos: indicativo de ITU
**casos de leucocitúria ou piúria estéril (constatação persistente de
leucócitos na urina na ausência de bactéria = nefrite intersticial,
tuberculose, nefrolitíase

→ Glicose:

→ Células Epiteliais:

→ Cetona:

→ Cristais:

→ Urobilinogênio
**indicativo de hemólise, hemorragias digestivas

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→ Hemácias: Proteinúria Quantitativa
→ perda de proteínas > 150 mg/24h
Causas:
● GLOMERULAR: aumento da permeabilidade glomerular;
filtração de macromoléculas (albumina/globulina);
proteinuria nefrótica >3,5 g/dia
● TUBULAR = incapacidade de reabsover proteínas filtradas
● HIPERPROTEINEMIA = produção excessiva de proteínas
de baixo peso molecular → cadeias leves do mieloma
múltiplo
Padrão ouro no diagnóstico de proteinúria: URINA DE 24H
obs: relação albumina/creatinina - Triagem e Acompanhamento de
→ Cilindros: Nefropatia

**atenção aos cilindros hemáticos, céreos e gordurosos

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Avaliação da Função Renal ● RM
→ não usa contraste iodado ou radiação ionizante
CREATININA SÉRICA → não visualiza bem calcificações no interior do nódulo
→ produto do metabolismo proteico/geração constante (melhor indicação é TC)
→ principal marcador na prática → diagnóstico diferencial de tumores renais (presença de
→ livremente filtrada no glomérulo e secretada no túbulo necrose e hemorragia- Tumor de Wilms ou Carcinoma de
**CKD EPI 2021 = estima TGF a partir da creatinina sérica + células renais; presença de gordura no angiomiolipoma)
Cistatina C → **CONTRAINDICADA quando ClCr < 30ml/min/1,73m²
obs: Cistatina C: não depende da massa muscular; marcador de (fibrose sistêmica nefrogênica → doença rápida e
risco cardiovascular e renal (estima TFG); porém possui alto custo progressiva [2-12 semanas]; não existe TTO)
para dosagem e pode ser alterada por doenças da tireoide,
adiposidade, inflamação.

EXAMES DE IMAGEM
● USG
→ não invasivo, não usa radiação
→ examinador dependente
*avaliação de: obstruções, litíase (porém não detecta cálculos < 5
mm), lesões císticas, avaliação de IRA e IRC, usada como guia
para procedimentos invasivos **doença que se caracteriza pelo extenso espessamento e
● TC endurecimento da pele associado a pápulas eritematosas que
→ uso de contraste coalescem em placas marrons com aspecto de “casca de laranja”;
→ padrão ouro para nefrolitíase contraturas articulares, debilitando o paciente.
→ diferencia nódulos e massas renais ● URETROCISTOGRAFIA MICCIONAL
→ avalia presença de massa neoplásica (diagnóstico → usado em crianças de todas as idades com ITU de
diferencial de lesões sólidas, císticas, abscessos e repetição, pielonefrite ou dilatação do trato urinário
hematomas) → outras indicações: distúrbio miccional, incontinência
→ detecta invasões neoplásicas no espaço perirrenal e de urinária, VUP
linfonodos comprometidos + recidivas tumorais → introdução de sonda na bexiga da criança com contraste
→ avalia traumas renais e identifica urolitíase (avalia o tamanho e forma da bexiga e da uretra)

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→ Contraindicado: pielonefrite aguda, rim único,
hipertensão descontrolada, neoplasia renal, múltiplos cistos,
diátesis hemorrágica
→ Complicação: hematúria

● CINTILOGRAFIA RENAL DINÂMICA (DTPA)


→ avalia a função renal de filtrar o sangue, formar e
excretar a urina radiomarcada
→ triagem para hipertensão renovascular
→ avalia via renal excretora, principalmente em
casos de dilatação do sistema coletor para
diferenciar processos obstrutivos mecânicos (ex:
estenose de JUP, cálculos) de estase funcional
● CINTILOGRAFIA RENAL ESTÁTICA (DMSA)
→ imagens estáticas por meio de uso radiofármaco
DMSA-99mTc que concentra e fixa os túbulos do
parênquima renal de maneira proporcional à função tubular
e integridade do córtex renal
Doença Renal Crônica (DRC)
→ avalia cicatrizes corticais em crianças com refluxo Definição: alteração estrutural ou funcional presente > 3 meses
vesicoureteral → é uma doença de curso prolongado, insidioso e que, na maior
● BIÓPSIA RENAL parte do tempo de evolução, é assintomático
→ realizado por via percutânea guiada por USG Função Renal:
→ Indicação: síndrome nefrótica em adultos e síndrome ● excreção de produtos finais de diversos metabólitos
nefrótica resistentes a corticoides em crianças; ● produção de hormônios (eritropoietina → estimula
glomerulonefrites agudas; insuficiência renal aguda (IRA) produção de hemácias na medula óssea e converte a Vit D
de causa desconhecida ou com oligúria > 3 semanas em sua forma ativa - 1,25 dihidroxivitamina D ou calcitriol)
● controle do equilíbrio hidroeletrolítico

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● controle do metabolismo ácido-básico ● hematúria de origem glomerular (presença de cilindros
● controle de PA hemáticos ou dismorfismo eritrocitário no EAS)
Fatores de risco: ● alteração eletrolítica ou outras anormalidades tubulares
● DM1 ou DM2 (acidose metabólica de origem tubular- ATR, alterações
● hipertenso PA > 140 x 90 em duas medidas com intervalo persistentes dos níveis séricos de K+, alterações na
de 1-2 semanas dosagem de eletrólitos urinários)
● idosos ● alterações detectadas por histologia por meio de biópsia
● tabagismo renal (em casos de proteinúria ou suspeita de doenças
● uso de agente nefrotóxicos (AINES…) glomerulares)
● obesidade > 30 kg/m² ● alterações em qualquer exame de imagem (rim policístico,
● história de DCV (doença coronariana, AVC, doença hidronefrose, cicatrizes corticais ou alterações da textura
vascular periférica, IC) cortical, sinais de doença infiltrativa, estenose da artéria
renal)
Diagnóstico: levar em conta TFG alterado!!!
Cálculo da Taxa de Filtração Glomerular:

TFG < 60 ml/min (3 meses consecutivos) = indicativo de DRC


**considerar também quando TFG normal ou próxima do normal,
mas com evidência de dano renal parenquimatoso ou alterações no
exame de imagem
Se TFG > 60 ml/min, considerar DRC se associada a pelo menos
um marcador de dano renal parenquimatoso ou alteração no
exame de imagem
Marcador Renal Parenquimatoso:
● albuminúria > 30 mg/24h ou relação albuminúria/creatinúria
(RAC) > 30 mg/g

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**2 critérios de cálculo para TFG → MDRD e CKD-Epi ➔ diabéticos descompensados
➔ dislipidemias mal controlados
➔ estágios mais avançados da DRC (perda de função mais
rápida nos estágios + avançados da doença)
➔ albuminúria = quanto maior o nível, pior prognóstico para
perda de função renal
➔ tabagistas
➔ uso de agentes nefrotóxicos
TTO da DRC:
→ MEV (menor ingestão de sódio…) + controle glicêmico e da
hipertensão (uso de IECA e BRA como 1ª escolha)
obs: se TFG < 30 ml/min = pensar em descontinuar o IECA ou BRA
devido a vasoconstrição que estabelecem na arteríola eferente,
podendo piorar a lesão renal do paciente.

Prevenção da DRC: TTO da causa base (Ex: hipertensão…)


→ visa a manutenção de função renal e se progressão inexorável,
tentativa de lentificação na velocidade da perda da função renal
Na progressão da DRC é esperado: anemia, acidose metabólica,
doença mineral óssea.(alterações no metabolismo mineral e ósseo)

obs:
**dimorfismo eritrocitário + proteinúria = indicam doença glomerular
Uso crônico de AINES = vasoconstrição da artéria aferente
BRA e IECA = vasoconstrição da artéria eferente

Pacientes com pior prognóstico para perda de função renal após


diagnóstico da DRC:
➔ hipertensos descontrolados

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A. Estágio 1 B. Estágio 2
TFG ≥ 90 ml/min/1,73m² + proteinúria ou hematúria glomerular ou TFG ≥ 60-89 ml/min/1,73m²
alteração no exame de imagem → MESMAS RECOMENDAÇÕES DO ESTÁGIO 1
→ Acompanhamento na UBS
● TTO fatores de risco modificáveis de progressão da DRC e C. Estágio 3A
CV (controle glicêmico e da hipertensão, controle TFG ≥ 45-59 ml/min/1,73²
dislipidemia, obesidade, tabagismo, adequar estilo de → Acompanhamento UBS
vida…) ● TTO fatores de risco modificáveis de progressão da DRC e
● avaliação de TFG e EAS anual CV (controle glicêmico e da hipertensão, controle
● ATENÇÃO ESPECIAL NO SEGUINTE CASO: dislipidemia, obesidade, tabagismo, adequar estilo de
vida…)
● Avaliar TFG, EAS, RAC e dosagem de K+ sérico anual
obs: Por que dosar K+? é dosado pois a redução da TFG está
associada à redução da capacidade de excretar K+, além da
Recomendações aos pacientes no Estágio 1: hipercalemia associada à IECA ou BRA ser mais frequente quanto
● reduzir ingesta de sódio < 2g/dia menor a TFG.
● atividade física compatível com a saúde cardiovascular e
tolerância (caminhada 30 min 5x/semana para manter IMC metabolismo ósseo < 10% nesses pacientes = alterações
< 25 kg/m²) no nível sérico de fósforo e pouco mais de 20% no PTH
● abandono do tabagismo sérico
● controle da hipertensão dosagem anual do fósforo e PTH intacto
RAC > 30 mg/g = avaliação semestral
RAC > 1g/g, se não diabético com perda de 30% de TFG
com IECA ou BRA → ENCAMINHAR AO NEFRO
realizar sorologia para Hepatite B (HBsAg, anti-HBc, IgG e
Anti-HBs) no início do acompanhamento
Recomendações aos pacientes no Estágio 3A:
→ AS MESMAS DOS ESTÁGIOS ANTERIORES + correção da
dose de medicações como ATB e antivirais de acordo com a TFG.

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D. Estágio 3B Quando indicar eritropoietina no tratamento:
TFG ≥ 30-44 ml/min/1,73m² 1º = indica ferro quando:
→ Acompanhamento UBS ➔ ferritina < 100 mg/dl
● TTO fatores de risco modificáveis de progressão da DRC e ➔ saturação de transferrina < 20%
CV (controle glicêmico e da hipertensão, controle Se paciente em diálise:
dislipidemia, obesidade, tabagismo, adequar estilo de ➔ eritropoetina quando anemia com Hg < 9 mg/dl
vida…) ➔ ferritina > 200 mg/dl
● Encaminhar ao Nefro: ➔ saturação de ferritina > 20%
➢ RAC > 300 mg/g, se não diabético + perda de 30% **se ferritina < 200, repor ferro primeiro + repete exame para ver se
de TFG com IECA ou BRA inicia eritropoietina
● Avaliação TFG, EAS, RAC e dosagem de potássio sério = Reposição de ferro = sulfato ferroso oral
SEMESTRAL
● Cálcio, fósforo. PTH e proteínas totais e frações; se anemia Hipertensão Arterial Sistêmica
(hematócrito e Hb, ferritina e índice de saturação da Definição: PA ≥ 140/90 mmHg medida em pelo menos 2
ferritina- IST) = ANUAL consultas; aferir nos 2 membros
OBS: anemia em homens = Hb < 13g/dl; mulheres Hb < 12 g/dl **medição em consultório é pouco acurada = reação ao jaleco
Recomendações aos pacientes no Estágio 3B: branco
→ AS MESMAS RECOMENDAÇÕES D3 3A Padrão Ouro = MAPA → medições durante atividades rotineiras do
paciente
E. Estágio 4 Indicado em pacientes com HAS mascarada; reação ao jaleco
TFG ≥ 15-29 ml/min/1,73m² = NEFROLOGIA branco; HAS resistente e refratária
F. Estágio 5-ND (NÃO DIALÍTICO) ● a HAS dobra o risco de doenças CV (DAC, IC, AVC,
TFG > 15 ml/min/1,73² = NEFROLOGIA DAP…)
Protocolo terapêutica da anemia da ● embora a terapia anti-hipertensiva reduza os riscos de DC e
renal, a maioria dos hipertensos não são tratados ou são

DRC tratados de maneira inadequada.


Anamnese e Exame Físico:
→ lesão do parênquima = redução de eritropoietina (para repor ● HF de hipertensão
eritropoietina é preciso reserva de ferro); solicitar SA TI FE FE para ● fatores de risco CV e renais
avaliar quantidade de ferro ● uso de fármacos e drogas que possam interferir na PA

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● dados indicativos de PA secundária
● avaliar parâmetros antropométricos
● procurar sinais de lesão aguda em órgão-alvo
Avaliação do paciente hipertenso/Exames complementares:
● glicemia em jejum
● colesterol total e frações
● creatinina
● potássio
● ácido úrico (aumento de ác úrico = maior risco CV em
pacientes hipertensos)
● EAS
● relação albumina/creatinina
● ECG
obs: é importante classificar o risco do paciente para nortear o
tratamento
AVALIAÇÃO ACURADA DA PA

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Estadiamento Diagnóstico em adulto:
Diretriz Brasileira de Hipertensão 2020

obs: indivíduos pré-hipertensos devem ser constantemente


monitorados pois essa população apresenta consistentemente
maior risco de doença CV, DAC (doença arterial coronariana) e
AVC.

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Metas Pressóricas

TTO:
● Não farmacológico:
➔ redução no consumo de sal ( < 5 g de sal = 2g Na+)
➔ dieta balanceada
➔ reduzir peso
➔ atividade física regular
➔ cessar tabagismo
➔ consumo limitado de álcool
● Monoterapia
Indicação: estágio 1 de baixo risco, idoso frágil, pré-hipertenso
moderado e alto risco
➔ diuréticos (principal indicação = Tiazídicos)
indicação: negros e idosos
efeitos adversos: hiperuricemia, hiperglicemia, aumento LDL,
hipocalemia

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➔ Bloq canais de cálcio- BBC (efeito colateral = edema 3 fármacos = IECA ou BRA + BBC + DIURÉTICO
maleolar) 4 fármacos = IECA ou BRA + BBC + DIURÉTICO +
indicação: coronarianos, negros, idosos ESPIRONOLACTONA
contraindicação: evitar na ICFE reduzida ***Espironolactona é indicado na 4ª associação!!!
➔ IECA ou BRA
indicação: DM, DRC, IC
efeitos adversos: IECA = tosse seca; angioedema, elevação de
creatinina
***Betabloqueadores em condições específicas
indicação: jovens, IC, DAC, FA, tremor essencial, ansiedade,
enxaqueca
efeitos adversos: broncoespasmo, bradiarritmias, hipertriglicemia

HAS RESISTENTE = PA não controlada apesar de 3 ou+


anti-hipertensivos, sendo um deles diuréticos ou PA controlada com
4 ou+ anti-hipertensivos (retenção persistente de fluídos)
obs: HAS resistente em mulheres jovens → fibrodisplasia (principal
causa)
HAS REFRATÁRIA = Uso de 5 ou+ fármacos sem controle da PA
(hiperatividade simpática)
obs: observar o efeito da monoterapia em até 6 meses para
possibilidade de associar
Associação de 2 fármacos = IECA ou BRA + BBC ou DIURÉTICO

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HAS SECUNDÁRIA = corresponde a 5-10% dos adultos adenomas produtores de aldosterona (40%)
hipertensos; HAS estágio 3 antes dos 30 anos ou após 55 anos carcinoma adrenal cortical produtor de aldosterona e
hiperplasia adrenal cortical unilateral
Rastreio:
● aldosterona > 15 ng/dl e atividade de renina plasmática
● relação aldosterona/atividade de renina plasmática > 30
→ testes confirmatórios: teste de infusão
salina//furosemida//fludrocortisona
● coleta seletiva de aldosterona e cortisol em veias adrenais

Feocromocitoma/Paragangliomas
→ tumor de células cromafins, secretor de catecolaminas
→ 90% localizado na medula adrenal
→ podem se localizar em outros tecidos derivados da crista neural
obs: feocromocitoma geralmente é confundido com ansiedade
obs: causa crises de descarga adrenérgica = palpitações,
devido a crise de descarga adrenérgica causando palpitações,
sudorese e cefaléia
sudorese, cefaléia, pico de PA; deve-se dosar metanefrinas
- HA resistente/HA refratária ou paroxística (50%; picos
plasmáticas e urinárias para descartar
hipertensivos alterados com momentos de PA normal)
Hiperaldosteronismo Primário ● 10% extra adrenal
● 10% bilateral (maioria unilateral)
→ aumento da secreção de aldosterona com supressão da ● 10% extra abdominal (medula adrenal ou gânglios
atividade de renina plasmática simpáticos abdominais)
● HA e hipocalemia espontânea ou induzida por diurético ● 10% malignos
● HA resistente Rastreio:
● HA e incidentaloma adrenal ● metanefrinas plasmáticas livres e/ou metanefrinas
● HA e história familiar de hipertensão precoce ou AVC antes fracionadas urinárias
dos 40 anos ● IMAGEM: TC, RNM e cintilografia
● HA e parente de 1º grau com diagnóstico de HP
causas:
hiperplasia adrenal cortical bilateral (50-60%)

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Doença Renal Parenquimatosa
● edema
● anemia
● anorexia
● fadiga
● creatinina e ureia elevados e alterações do sedimento
urinário ou nos exames de imagem
Rastreio:
● creatinina e cálculo de TFG
● USG renal, exame sumário de urina
● relação albumina/creatinina

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Injúria Renal Aguda ou Lesão Renal
Aguda (LRA)
→ trata-se de uma redução abrupta (horas ou dias) relacionada a
TFG
→ nem sempre o paciente que apresenta uma lesão renal aguda
cursa com insuficiência renal
→ maioria evolui para DRC
Etiologia:
● Pré-renal (ocorrência de algum evento não renal Ex: IC)
● Renal/Intrínseca (problema intrínseco do próprio rim)
● Pós-renal

PRÉ-RENAL
➔ facilmente reversível
➔ redução da perfusão renal
causas: desidratação, sangramento, diarreia, vômitos, choque, uso
de diurético, IC; excreção urinária de Na+ e água

RENAL/INTRÍNSECO
➔ causas: fatores que destroem o parênquima renal =
destruição do glomérulo, túbulo, interstício ou vasos que
irrigam o rim
➔ + comum = lesão tubular → isquemia ou tóxica
➔ necrose tubular aguda (NTA) → geralmente origem
pré-renal (má perfusão) que torna-se intrínseca ao rim
posteriormente (insuficiência de produzir ATP → morte de
células tubulares)
**principal manifestação clínica NTA = oligúria (devido obstrução)

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➔ glomerulonefrites = proteinúria, hematúria (dismorfismo lesão da parede e túbulo, fazendo com que não consiga
eritrocitário) excretar ureia etc. mas consegue deixar água passar)
doenças sistêmicas (lúpus, vasculite) **manifestações clínicas do paciente com LRA:
infecções 1. fase oligúrica ou não oligúrica
22% de LRA ocorrem por glomerulonefrite aguda 2. fase poliúrica ou diurética
6% nefrite intersticial aguda 3. recuperação funcional
causas nefrotóxicas: (ATB aminoglicosídeos: gentamicina e obs: paciente com hemorragia provavelmente vai evoluir para LRA
amicacina), venenos ofídicos, cocaína = dar volume para reverter choque e NTA.
obs: 62% das causas renais decorrem da NTA
72% da NTA ocorre por causas isquêmicas
28% geram NTA por nefrotoxicidade

PÓS-RENAL
● Obstrução das vias urinárias
→ hiperplasia prostática benigna
→ neoplasia de próstata
→ SVD
→ bexiga neurogênica
→ fibrose retroperitoneal
● alterações estruturais e bioquímicas que resultam no
comprometimento vascular e/ou celular
→ vasoconstrição intra-renal
→ lesão tubular

Clínica da LRA:
● oligúria (< 500 ml/dia), poliúria (indica começo da melhora
do paciente) e recuperação funcional
Manifestações renais:
obs: nem sempre o paciente vai cursar só com a fase oligúria, as
➔ uremia (acúmulo de compostos nitrogenados) + alterações
vezes ele cursa com a fase não oligúrica (o paciente pode ter
hidroeletrolíticas

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obs: uréia aumentada não é indicação por si só de hemodiálise;
indicação de diálise é quando o paciente apresenta SINTOMAS
URÊMICOS
➔ alterações no balanço água e Na+
➔ alterações no balanço de K+ = altera perfusão → efeitos na
excitabilidade neuromuscular
obs: Aumento de K+ = SOLICITAR ECG Estadiamento da gravidade da LRA (KDIGO-2012)
aumento ocorre por:
● catabolismo endógeno de proteínas
● dano tecidual
● sangramento intestinal
● acidose metabólica (na acidose metabólica o bicarbonato
está baixo e o H+ está aumentado, então o organismo para
jogar esse H+ fora, troca por K+ gerando hiperpotassemia
que é normalizada quando corrige a acidose metabólica)
➔ balanço de Ca2+, fósforo alterados
➔ manifestações extra-renais
● paciente sempre cursa com quadros de infecções;
obs: ITU é a pior infecção de tratar em pacientes obs: KDIGO 2012→ usada para diagnóstico de LRA.
com LRA; importante se atentar se o paciente
realmente necessita usar SVD, se não é preciso tirar
para evitar infecções Como diagnosticar se o paciente está em:
● complicações neurológicas Lesão Pré Renal: aumento de AD, dosagem de Na+ < 20,
● infecções broncopulmonar aumento de cilindros hialino (má perfusão → baixa produção de
Critérios Diagnósticos: ATP → NTA por descamação do túbulo → células descamadas no
→ dosar creatinina (***é um marcador tardio pois o aumento exame/cilindros hialinos)
considerável de creatinina só ocorre quando o TFG já está Intrínseco: Na+ urinário > 40; cilindro granuloso, presença de
reduzida; ou seja, se tiver aumentada, é provável que o paciente já hemácias dismórficas, cilindros hemáticos, proteína
estava com LRA há pelo menos 1 semana) moderada/acentuada
→ dosar sódio, ureia, osmolaridade, K+

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obs: se na USG renal = redução do tamanho do rim + → paciente com alto risco de desenvolver LRA na UTI =
diferenciação córtico-medular (provavelmente paciente já tinha monitorizar volemia, creatinina, evitar hipoglicemia, considerar
lesão renal crônica que agudizou) procedimentos alternativos
TC em casos de obstrução não visíveis na USG, hidronefrose para **cateter para diálise:
ver o que está obstruindo (tomar cuidado se indica contraste ou 1ª escolha = veia jugular interna DIREITA
não a depender da TFG do paciente) 2ª escolha = veia jugular interna esquerda
**Biópsia Renal em casos de: 3ª escolha = femoral
● glomerulonefrite rapidamente progressiva 4ª escolha = subclávia (última opção!!!!)
● nefrite intersticial aguda Qual diálise escolher? A que estiver disponível!!
● necrose cortical bilateral
● ausência de qualquer outro diagnóstico clínico
obs: se resultado da biópsia consta alta quantidade de fibrose nos
néfrons → não é possível um tratamento para retorno de função
renal nesses casos, o tratamento é feito para não piorar o
prognóstico existente

Tratamento: Reconhecer os pacientes com risco!!


Pré Renal = repor volume + tratar causa base + correção
eletrolítica
Intrínseco = tratar causa base
Pós renal = encaminhar urologista

Critérios para Diálise de Urgência:


→ SINTOMAS URÊMICOS (atrito pericárdico + confusão mental +
sintomatologia gastrintestinal: vômitos, náuseas)
● acidose metabólica refratária
● uremia com complicações
● hipervolemia não responsiva a diurético
● hipercalemia refratária
obs: tentar manter uréia plasmática < 180 e creatinina < 1

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