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III Teórico
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Meio Título
Ambiente
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Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde
(PGRSS), Monitoramento Gerencial e Direitos do Trabalhador
Revisão Textual:
Prof. Me. Luciano Vieira Francisco
Revisão Técnica:
Prof.ª M.ª Josiane Travençolo Silva
Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços
de Saúde (PGRSS), Monitoramento Gerencial e
Direitos do Trabalhador
Objetivos
• Conhecer os objetivos da implantação do Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços
de Saúde (PGRSS);
• Entender cada etapa do PGRSS;
• Compreender as estratégias de monitoramento e os indicadores de desempenho gerencial;
• Discutir as responsabilidades e os direitos do trabalhador assegurados na legislação do Brasil.
Caro Aluno(a)!
Normalmente, com a correria do dia a dia, não nos organizamos e deixamos para o úl-
timo momento o acesso ao estudo, o que implicará o não aprofundamento no material
trabalhado ou, ainda, a perda dos prazos para o lançamento das atividades solicitadas.
Assim, organize seus estudos de maneira que entrem na sua rotina. Por exemplo, você
poderá escolher um dia ao longo da semana ou um determinado horário todos ou alguns
dias e determinar como o seu “momento do estudo”.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de
discussão, pois estes ajudarão a verificar o quanto você absorveu do conteúdo, além de
propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de
troca de ideias e aprendizagem.
Bons Estudos!
UNIDADE
Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS),
Monitoramento Gerencial e Direitos do Trabalhador
Plano de Gerenciamento de
Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS)
Antes de entrarmos especificamente no PGRSS, leia o material que o Núcleo de Inteligên-
cia em Sustentabilidade (NIS) do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas
(Sebrae) disponibiliza para as empresas de qualquer atividade, intitulado Como imple-
mentar o Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS) em sua empresa.
Disponível em: https://bit.ly/3scq9gn
A elaboração proposta por Cussiol (2008) descreve 27 etapas, aqui adaptadas com
junções de alguns itens e inversão de fases de implantação, de modo que ficaram 20
etapas descritas nos seguintes tópicos – e logo na sequência teremos o detalhamento de
cada item:
1. Formação de equipe de trabalho;
2. Componentes da equipe de elaboração do PGRSS;
3. Diagnóstico da situação inicial;
4. Mapeamento de risco;
5. Dados sobre o estabelecimento;
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6. Caracterização do estabelecimento;
7. Organograma do estabelecimento;
8. Caracterização do perfil de atendimento do estabelecimento, especialidades
e serviços;
9. Responsabilidades das equipes: tais como Comissão de Controle de Infecção
Hospitalar (CCIH), Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa), Ser-
viço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho
(SESMT) etc.;
10. Caracterização dos aspectos ambientais;
11. Descrição da política de segurança ocupacional;
12. Descrição do gerenciamento de cada grupo de resíduo em todas as etapas
de manejo;
13. Gerenciamento do Grupo A: resíduos infectantes;
14. Gerenciamento do Grupo B: resíduos químicos;
15. Gerenciamento do Grupo C: rejeitos radioativos;
16. Gerenciamento do Grupo D: resíduos comuns;
17. Gerenciamento do Grupo E: resíduos perfurocortantes;
18. Monitoramento para controle e indicadores;
19. Plano de contingência de RSS;
20. Plano de educação continuada inicial.
A equipe de trabalho deve ter respaldo da alta direção do EAS, de modo que deverá
ser designado um responsável legal e outro pelo PGRSS.
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Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS),
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Como é feita cada etapa da fase intraestabe- Como é feita cada etapa da fase intraestabe-
lecimento? Segregação, acondicionamento, lecimento? Segregação, acondicionamento,
identificação, coletas 1 e 2 e transporte identificação, coletas 1 e 2 e transporte
(frequência/fluxo/horário), armazemanento (frequência/fluxo/horário), armazemanento
temporário e externo (tem área de higieni- prévio (se houver), armazenamento tempo-
zação?), registro e controle dos materiais rário e externo (tem área de higienização?),
recicláveis. Há rede coletora de esgoto registro e controle dos radioativos e
no estabelecimento? químicos perigosos.
Como é feita cada etapa da fase extraesta- Como é feita cada etapa da fase extraesta-
belecimento? Coleta e transporte externos belecimento? Coleta e transporte externos
com licença de operação? com licença de operação?
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Espera-se obter as seguintes informações no diagnóstico inicial:
• Dados sobre a composição e quantidade de cada tipo de resíduo;
• Detectar possibilidades de minimização da taxa de geração;
• Identificar não conformidades durante a execução das diversas etapas e nas insta-
lações (sala e abrigo de resíduos) e, consequentemente, necessidades de melhorias;
• Inventariar as necessidades: investimentos em infraestrutura física, materiais, recursos
humanos, capacitação inicial e continuada;
• Compor o PGRSS.
A operação de quantificação deve ser feita durante sete dias consecutivos, devido à
possível variação na quantidade de resíduos em função da dieta da cozinha e das ativi-
dades de assistência médica.
A partir dos dados obtidos, deve-se fazer também a previsão dos investimentos finan-
ceiros necessários para adequar o estabelecimento. Sugere-se fazer o registro em uma
tabela, conforme o seguinte modelo, proposto por Cussiol (2008):
Discriminar outros
Outros investimentos necessários
– – –
Mapeamento de risco
O mapeamento de risco é um levantamento dos locais de trabalho apontando os
riscos que são sentidos e observados pelos próprios trabalhadores. A Norma Regula-
mentadora (NR) 5 do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) considera como riscos
ambientais os agentes físicos, químicos e biológicos, além de riscos ergonômicos e de
acidentes, existentes nos locais de trabalho e que venham causar danos à saúde dos
trabalhadores. Esses riscos podem prejudicar o bom andamento do trabalho, portanto,
devem ser identificados, avaliados e controlados de forma correta.
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Caracterização do estabelecimento
Número de funcionários, tipos de serviços terceirizados, número total de funcionários
de empresas terceirizadas, área total do terreno e construída, alvará sanitário, estrutura
física etc.
Organograma do estabelecimento
Trata-se da versão completa e atualizada, deixando claro que a comissão de geren-
ciamento de RSS, por meio de seu responsável técnico, está ligada a uma área específica
do organograma.
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cada uma, citando exemplos práticos, como a CCIH responsável por direcionar as re-
gras de classificação dos resíduos e tantas outras possibilidades.
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Segregação RDC Atende à
Classificação Simbologia Identificação Acondicionamento
306/04 legislação?
Papel/papelão e resí-
Saco azul não transparente fabri-
duos de papel limpo
Identificação de cado com resina termoplástica de
e seco e, nas salas de
acordo com a alta resistência compatível com a
cirurgias, papel de
Resolução Conama sua capacidade, para acondicio- –
grau cirúrgico, caixas
PLÁSTICO PAPEL n.º 257/2001
NÃO namento de resíduos infectantes,
de medicação, RECICLÁVEL
(azul, papéis). estando em conformidade com as
caixas de fios e
NBR 9191, 9195, 13055, 13056.
Grupo D – outras embalagens.
Recicláveis Papel/papelão e resí- Saco vermelho não transparente
duos de papel limpo fabricado com resina termoplás-
Identificação de
e seco e, nas salas de tica de alta resistência compatível
acordo com a
cirurgias, papel de com a sua capacidade, para
Resolução Conama –
grau cirúrgico, caixas acondicionamento de resíduos
PLÁSTICO n.ºPAPEL
257/2001 (ver- NÃO
de medicação, RECICLÁVELinfectantes, estando em confor-
melho, plásticos)
caixas de fios e midade com as NBR 9191, 9195,
outras embalagens. 13055, 13056.
Símbolo de subs- Coletor de artigos descartáveis
Materiais escarifi- para descarte de material
tância infectante
cantes: lâminas de
mais inscrição de perfurocortante, confeccionado
bisturi, agulhas, em material rígido, resistente a
resíduo perfuro-
escalpes, cateter in perfurações em qualquer ponto
Grupo E – cortante, indicando
sitio (Jelcko), ampo- de sua superfície.
os riscos adicionais –
Perfurocortantes las de vidro, brocas, que apresentam o Materiais de grandes formatos
lancetas, tubos
resíduo (químico são acondicionados em clean box,
capilares, lâminas e
ou radiológico), que seguem a mesma Norma.
lamínulas, espátulas
quando houver Caixas seguem as normas de
e outros.
(NBR 7500). coletores, segundo a NBR 13853.
Fonte: Adaptada de Freepik
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A pesagem dos RSS tem como objetivo principal a quantificação dos mesmos para o
cálculo da taxa de geração e proporção. A taxa de geração dos RSS normalmente é cal-
culada por kg/local de geração e dos grupos segregados segundo a RDC n.º 306/2004.
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comuns reciclados e não reciclados. No estudo de Nogueira (2014), o valor atribuído a
esse tipo de resíduo foi de 47,74% no CC, onde realizava-se a reciclagem dentro das
salas de operação.
Na mencionada Agenda também é citado que a porcentagem dos resíduos químicos
constitui cerca de 3% do total dos resíduos de saúde, enquanto na pesquisa de Nogueira
(2014) o valor representativo foi de 1,64%, um pouco abaixo da referência, que neste
caso é algo positivo (KARLINER; GUENTHER, 2013).
Grande parte das instituições de saúde não monitora de forma sistemática a pesa-
gem dos RSS por unidade de geração, de modo que os dados são analisados somente
pela geração diária e classificados pelos grupos da legislação, através de uma pesagem
feita no abrigo externo, antes da alocação desses resíduos no caminhão que recolherá
os RSS para a gestão externa – até porque muitas vezes a cobrança é feita baseada no
peso em quilogramas.
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O empregador deve manter os documentos comprobatórios da realização do trei-
namento que informem a carga horária, o conteúdo ministrado, o nome e a formação
profissional do instrutor e dos trabalhadores envolvidos.
Direitos do Trabalhador e
Responsabilidade do Gerador de RSS
Acabamos de conhecer cada uma das etapas que devem ser contempladas no PGRSS,
ficando evidente a interligação com todas as áreas gerenciais dos serviços de saúde e
que o foco da gestão de RSS é o manuseio seguro para a proteção dos trabalhadores e
menor impacto no meio ambiente.
Faz-se relevante termos clareza dos direitos dos trabalhadores e como estão descritos
na legislação, de modo que conferiremos os resultados de uma pesquisa que retrata
muito bem a importância do PGRSS como parte da política institucional e das práticas
sustentáveis de todos os serviços de saúde.
O Brasil é um país continental, com uma diversidade de realidades e por incrível que
pareça, os municípios de pequeno porte, mesmo gerando menos RSS, têm maior dificul-
dade de cumprir a legislação na sua integralidade devido à falta de estrutura, tecnologia,
sistemas de logística reversa, alternativas de tratamento e sistemas de destinação final.
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Categoria de análise
Referência da Lei Texto da Lei
da RDC n.º 306/2004
Programa de educação continuada contemplando, den-
tre outros temas:
• Noções gerais sobre o ciclo da vida dos materiais;
• Conhecimento da legislação ambiental;
• Noções do gerenciamento dos resíduos sólidos
no município;
• Potencial de risco dos resíduos;
• Formas de reduzir a geração de resíduos e reutilização
Programa de educação de materiais;
Capítulo VII, Artigo 20.
continuada • Orientações sobre biossegurança (biológica, química
e radiológica);
• Orientações quanto à higiene pessoal e dos ambientes;
• Orientações especiais e treinamento em proteção ra-
diológica quando houver rejeitos radioativos;
• Providências a serem tomadas em caso de acidentes e
de situações emergenciais;
• Noções básicas de controle de infecção e de contami-
nação química.
Fonte: Adaptada de NOGUEIRA; CASTILHO, 2014
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Referências
BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução
da Diretoria Colegiada (RDC) n.º 50, de 21 de fevereiro de 2002. Dispõe so-
bre o regulamento técnico para planejamento, programação, elaboração e avaliação
de projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde. Brasília, DF, 2002. Dis-
ponível em: <http://www. anvisa.gov.br/legis/resol/2002/50_02rdc.pdf>. Acesso em:
17/05/2016.
______ __. Resolução n.º 275, de 25 de abril de 2001. Estabelece código de co-
res para diferentes tipos de resíduos na coleta seletiva. Brasília, DF, 2001. Disponível
em: <http://www.mma.gov.br/port/conama/ res/res01/res27501.html>. Acesso em:
17/05/2016.
SÃO PAULO (Cidade). Secretaria Municipal de Finanças. Taxa do lixo (TRSD e TRSS).
São Paulo, 2012. Disponível em: <http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/
financas/servicos/taxaderesiduos/index.php?p=2348>. Acesso em: 17/05/2016.
SÃO PAULO (Estado). Lei estadual n.º 12.300, de 16 de março de 2006. Institui a
política estadual de resíduos sólidos e define princípios e diretrizes. Diário Oficial do
Estado, p. 1-4, 17 mar. 2006.
Site Visitado
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO. Hospital Universitário. Plano de Gerenciamento
de Resíduos de Serviço de Saúde (PGRSS). São Paulo, 2011. Disponível em: <http://
www2.hu.usp.br/wpcontent/uploads/2011/02/plano_de_gerenciamento.pdf>. Acesso
em: 17/05/2016.
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