You are on page 1of 1

O Cofre de Guimarães (Capítulo XVI)

Carlos viu Eusebiozinho a sair do sarau, foi atrás dele e cobrou-lhe com
uma tareia a intervenção que teve no caso do Jornal da Corneta. Mas,
quando se tratou de regressarem a casa, os dois amigos, Carlos e Ega,
desencontraram-se, e Ega caminhava com o Cruges pela Rua Nova da
Trindade, quando ouviu o Sr. Guimarães a chamá-lo.
O aconteceu é que o Guimarães sabia que Ega era íntimo de Carlos da
Maia. E ele, Guimarães, que era muito amigo, em Paris, da mãe de Carlos,
que lhe confiara, antes de morrer, um cofre onde estariam, segundo ele,
papéis importantes. Como estava de partida, pediu ao Sr. Ega que
entregasse o cofre ou ao Carlos da Ega ou à irmã. E, perante a estupefação
do Ega, Guimarães revelou a Ega que Maria Eduarda era irmã de Carlos –
assim, o Ega devia estar ao corrente…Ega não estava ao informado, e sem
se dar por achado, arranca do Guimarães a história que, em tudo, condiz
com a que Maria Eduarda contara a Carlos. Com a posse do cofre,
correndo para o Ramalhete, Ega realiza, atordoado, a enormidade da
situação: Carlos era amante da sua própria irmã. Primeiramente fica
indeciso, e toma depois a resolução de não constatar com essa situação
hedionda (que é considerado muito feio) e de contar tudo ao Vilaça, o
procurador dos Maias, para que seja este a dar a notícia a Carlos.

You might also like