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EXMO(A). SR(A). DR(A).

JUIZ(A) FEDERAL DA 13ª VARA -


JUIZADO ESPECIAL CÍVEL - DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DA PARAÍBA.

Processo nº: 0501703-33.2021.4.05.8200

LEONARDO JANUÁRIO DA SILVA, já devidamente


qualificado nos autos do processo em epígrafe, através de
seu advogado in fine assinado, vem, com o devido respeito e
acatamento à presença de Vossa Excelência, apresentar
IMPUGNAÇÃO A CONTESTAÇÃO, nos termos a seguir:

MM. Julgador, a autora, ajuizou ação especial


cível previdenciária com o escopo de obter a concessão do
benefício previdenciário de auxílio-doença e a conversão
em aposentadoria por invalidez.

Instruído o feito com realização de exame


médico- pericial, restou constatado que o demandante é
portador de: F33.2 - Transtorno depressivo recorrente,
episódio atual grave com sintomas psicóticos, e possui
quadro de INCAPACIDADE TOTAL para atividades laborais.

Entretanto, em sede de contestação a Autarquia


previdenciária pugna pelo julgamento improcedente da
demanda, sob o fundamento de existência de coisa julgada.
Todavia, tais fundamentos não merecem prosperar pelas
razões de fato e de direito a seguir:
Douto Julgador, cumpre esclarecer inicialmente que
o primeiro processo judicial para concessão de auxílio-
doença e aposentadoria por invalidez (autos nº 0504882-
09.2020.4.05.8200), estava embasado no procedimento
administrativo, o qual foi autuado sob o NB: 631.706.580-6.

De outra sorte, o presente feito, NÃO está embasado


no mesmo processo administrativo da ação previdenciária
anterior, ao contrário, em novo protocolo administrativo,
qual seja, NB: 632.848.020-6, o qual trouxe ao conhecimento
do INSS NOVOS LAUDOS MÉDICOS, inéditos e que efetivamente
confirmam A PIORA DA PATOLOGIA da qual é portador.

Neste ínterim, cumpre salientar que os documentos


que embasaram a prova material no procedimento
administrativo NB: 631.706.580-6, e que foram objetos de
análise na ação previdenciária anterior (autos nº 0504882-
09.2020.4.05.8200) são diversos dos que compõem a presente
demanda.

Neste diapasão, o presente feito, está embasado em


um NOVO processo administrativo - NB: 632.784.960-5, o qual
possui NOVOS ARGUMENTOS e NOVOS DOCUMENTOS de prova da
incapacidade do autor, que até então não tinham sido
apresentados perante o INSS.

Outrossim, cumpre destacar que o próprio INSS,


posteriormente ao ajuizamento da presente demanda emitiu
NOVO comunicado de decisão - (anexo), concedendo o
benefício objeto da presente ação, pelo período de
05/11/2020 à 28/02/2021, reconhecendo, portanto, a
incapacidade do autor, in verbis:
Dessa forma, Excelência não há que se falar em
coisa julgado, uma vez, que o próprio INSS, reconheceu a
incapacidade do autor, posterior ao ajuizamento da
presente ação, com base em novos documentos apresentados
no novo processo administrativo que instrui esta demanda,
e que diferem dos constantes no procedimento
administrativo que embasaram o processo judicial anterior.

Ademais, o quadro de saúde da parte autora veio a


sofrer sério agravamento após o ajuizamento da primeira
ação, uma vez que houve piora nos problemas que lhe
acometiam, devido ao avanço do seu quadro clínico.
Neste sentido, destacamos o entendimento da
jurisprudência majoritária, acerca do tema, senão vejamos:

PROCESSO CIVIL E PREVIDENCIÁRIO. COISA JULGADA.


INOCORRÊNCIA. AUXÍLIO-DOENÇA COM TERMO FINAL. IMPLANTAÇÃO.
INDEVIDA. 1. Não há coisa julgada, quando, embora havendo identidade
de partes e de pedido, a causa de pedir é diversa. 2. Concedido o
benefício de auxílio-doença com termo final fixado em data anterior ao
julgamento, é indevida a concessão de tutela específica. 3. Embargos de
declaração parcialmente acolhidos para afastar a determinação de
implantação do benefício e para fins de prequestionamento. (TRF4, AC
0021993-38.2014.404.9999, Sexta Turma, Relatora Vânia Hack de Almeida,
D.E. 04/03/2016, sem grifo no original)

PREVIDENCIÁRIO. PROCESSUAL. CIVIL APOSENTADORIA POR


INVALIDEZ OU AUXÍLIO-DOENÇA. TRABALHADOR(A) RURAL. INEXISTÊNCIA
DE PROVA DA QUALIDADE DE SEGURADO. AUSÊNCIA DE INÍCIO DE PROVA
MATERIAL. IMPOSSIBILIDADE DE DEFERIMENTO DO BENEFÍCIO COM BASE
UNICAMENTE NA PROVA TESTEMUNHAL. SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA
MANTIDA. 1. Os requisitos indispensáveis para a concessão do benefício
previdenciário de aposentadoria por invalidez ou auxílio doença são: a
qualidade de segurado, a incapacidade parcial ou total e temporária ou
permanente e total para a atividade laboral para execução de atividade
laborativa capaz de garantir a subsistência do segurado, aliada à
impossibilidade de reabilitação e à exigência, quando for o caso, de 12
contribuições a título de carência, conforme disposto no artigo 42 da Lei
nº 8.213/91 2. Não se prestam como necessário início razoável de prova
material do labor rural documentos confeccionados em momento próximo
ao ajuizamento da ação ou ao implemento do requisito etário, em especial
quando não encontram sintonia com o conjunto probatório dos autos. 3.
Considerado o caráter social que permeia o Direito Previdenciário, a
coisa julgada opera efeitos secundum eventum litis ou secundum
eventum probationis, permitindo a renovação do pedido, ante novas
circunstâncias ou novas provas. Precedentes. 4. Apelação desprovida. (AC
0021225-71.2014.4.01.9199/TO, Rel. DESEMBARGADOR FEDERAL CARLOS
AUGUSTO PIRES BRANDÃO, PRIMEIRA TURMA, e-DJF1 de 26/02/2016, sem
grifo no original)
Destarte, em se tratando de lides que envolvam
benefícios por incapacidade, o agravamento das doenças
sofridas pela Parte Autora configura alteração das
circunstâncias fáticas, restando autorizada a postular
novamente benefício previdenciário, ainda que já o tenha
feito em ação anterior transitada em julgado.

Nesta esteira, considerando no presente caso, a


parte autora apresentou novos e importantes elementos de
prova que não foram objeto de análise na ação anterior,
torna-se necessária a reanálise do seu direito ao benefício
de auxílio-doença ou aposentadoria por invalidez, ainda
mais já tendo sido reconhecido pelo próprio INSS, a
incapacidade do autor, após o julgamento da demanda
anterior.

Por fim cumpre destacar, que como INSS emitiu NOVO


comunicado de decisão após o ajuizamento desta ação,
reconhecendo a incapacidade do autor pelo período de
05/11/2020 à 28/02/2021, não foi oportunizado ao mesmo,
efetuar a prorrogação do benefício, haja vista que quando o
autor foi comunicado da nova decisão do INSS, já havia
ultrapassado a data da DCB e consequentemente o período
para prorrogação do benefício objeto da presente demanda.

Por tal razão, é de se afastar o juízo de extinção


pelo reconhecimento da coisa julgada, para o efeito de
determinar-se o regular processamento e julgamento do
presente feito.

Diante do exposto, requer a Vossa Excelência que


seja julgada rejeitada a contestação do INSS e julgada
inteiramente procedente a presente demanda, para que seja
concedido o benefício de auxílio doença nº 632.848.020-6,
retroativo à data do requerimento administrativo-
(05/11/2020), descontadas as parcelas do período de
concessão administrativa do auxílio-Doença pagas pelo INSS
– 05/11/2020 à 28/02/2021, por ser medida de justiça.
Nestes Termos,

Pede Deferimento.

Cabedelo/PB, 08 de julho de 2021.

ADRIANO DE MATOS FEITOSA


OAB/PB Nº 19.338

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