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Coordenação-Geral de Tributação

Solução de Consulta nº 98.278 - Cosit


Data 08 de outubro de 2018
Processo 10120.006309/0817-51
Interessado ESTALEIRO JURONG ARACRUZ LTDA.
CNPJ/CPF 11.200.595/0001-45

ASSUNTO: CLASSIFICAÇÃO DE MERCADORIAS


Código NCM: 9406.90.20
Mercadoria: Construção pré-fabricada, com acabamento e montagem na
própria fábrica ou no local de instalação, possuindo estrutura, paredes
exteriores, portas, janelas e escotilhas de aço carbono, apresentada com
isolamento térmico e acústico, proteção contra-fogo, assoalhos e painéis,
móveis fixos, luminárias e sistema elétrico, concebida para aplicação em
unidade offshore para análise de amostras de gás e petróleo bruto retirados
dos poços de petróleo, denominada "contêiner laboratório".
Os equipamentos de laboratório seguem seu próprio regime, devendo ser
objeto de consulta específica para serem classificados separadamente.
Dispositivos Legais: RGI 1, RGI 6 e RGC 1 da TEC, aprovada pela
Resolução Camex nº 125, de 2016, e da Tipi, aprovada pelo Dec. nº 8.950,
de 2016, e subsídios extraídos das Nesh, aprovadas pelo Dec. nº 435, de
1992, e atualizadas pela IN RFB nº 1.788, de 2018.

Relatório

A pessoa jurídica qualificada nos autos deste processo formulou consulta


sobre a classificação na Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM) constante na Tarifa
Externa Comum (TEC), aprovada pela Resolução Camex nº 125, de 15 de dezembro de 2016, e
na Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados (Tipi), aprovada pelo
Decreto nº 8.950, de 29 de dezembro de 2016, para a mercadoria abaixo especificada:

“1. Nome vulgar, comercial, científico e técnico:


Container laboratório
2. Marca registrada, modelo, tipo:
Marca: Jurong Shipyard Pte Ltd
3. Fabricante:

1
Solução de Consulta n.º 98.278 Cosit
Fls. 2

Jurong Shipyard Pte Ltd


4. Descrição da mercadoria:
Container Laboratório, para aplicação na unidade offshore - Plataforma
FPSO, com dimensões não padronizadas de 4,8m x 12,5m x 4,2m,
estrutura em aço carbono e paredes exteriores constituídas principalmente
dessa matéria, composto de pisos, painéis, portas, janelas, escotilhas,
luminárias, sistema elétrico, isolamentos térmicos e acústicos, proteção
contra fogo, móveis fixados e equipamentos fixos de laboratório, para
análise de amostras de gás e petróleo bruto retirados dos poços de petróleo.
5. Forma ou formato (líquido, pó, escamas, blocos, chapas, tubos, perfis,
entre outros):
Container
6. Dimensões e peso líquido:
4.8m X 12.5m X 4.2m - 48 toneladas
7. Apresentação e tipo de embalagem (a granel, tambores, caixas, sacos,
doses, entre outros), com as respectivas capacidades em peso ou em
volume:
Nihill
8. Matéria ou materiais de que é constituída a mercadoria e suas
percentagens em peso ou em volume, ou ainda seus componentes:
Nihill
9. Função principal e secundária:
Vide Memorial Técnico Descritivo anexo
10. Princípio e descrição do funcionamento:
Vide Memorial Técnico Descritivo anexo
11. Aplicação, uso ou emprego:
Vide Memorial Técnico Descritivo anexo
12. Forma de acoplamento de motor a máquinas ou aparelhos:
Nihill
13. Processo detalhado de obtenção (como: etapas do processamento
industrial):
Nihill
14. Na hipótese de bebida, a respectiva graduação alcoólica:
Nihill
(...)
16. Classificação adotada e pretendida, com os correspondentes critérios
utilizados:
9406.90.20"

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2. Em atenção ao Termo de Intimação Fiscal (TIF)


Cosit/Cotex/Dinom/Ceclam/Turma 1 nº 202/2018, a consulente informou que o contêiner
laboratório não foi construído a partir de contêiner marítimo, mas com chapas e vigas de aço
carbono na estrutura, paredes exteriores, portas, janelas e escotilhas, sendo que o aço carbono
da estrutura, paredes exteriores, portas, janelas e escotilhas corresponde a 42,35% do peso total
e os 57,65% do peso restante correspondem a isolamento térmico e acústico, proteção contra
fogo, assoalhos e painéis, móveis fixos, luminárias, sistemas elétrico e equipamentos fixos de
laboratório.
3. Também foi informado que o acabamento e a montagem do contêiner
laboratório ocorrem na fábrica ou no local de instalação (plataforma offshore).
4. Em formulário de Verificação constante destes autos, foi atestado o
cumprimento dos requisitos formais para apresentação da consulta.
5. É o relatório.

Fundamentos

6. Trata-se da classificação fiscal do produto denominado "container


laboratório", constituído por um conteiner com estrutura e paredes exteriores em aço carbono,
com dimensões não padronizadas de 4,8m x 12,5m x 4,2m, com pisos, painéis, portas, janelas,
escotilhas, luminárias, sistema elétrico, isolamentos térmicos e acústicos, proteção contra fogo
e móveis fixados, para análise de amostras de gás e petróleo bruto retirados dos poços de
petróleo, para utilização em plataforma offshore de produção, armazenamento e transferência
de petróleo e gás (FPSO).

7. Preliminarmente, saliente-se que os processos administrativos de consulta


sobre classificação fiscal de mercadorias, no âmbito da Secretaria da Receita Federal do Brasil
(RFB), são regidos pela Instrução Normativa (IN) RFB nº 1.464, de 8 de maio de 2014, com as
alterações introduzidas pela IN RFB nº 1.705, de 13 de abril de 2017, e a classificação
subordina-se à observância das Regras Gerais para a Interpretação do Sistema Harmonizado
(RGI/SH), constantes do Anexo à Convenção Internacional sobre o Sistema Harmonizado de
Designação e de Codificação de Mercadorias, aprovada no Brasil pelo Decreto Legislativo nº
71, de 11 de outubro de 1988, e promulgada pelo Decreto nº 97.409, de 23 de dezembro de
1988, com posteriores alterações aprovadas pelo Secretário da Receita Federal do Brasil, por
força da competência que lhe foi delegada pelo art. 2º do Decreto nº 766, de 3 de março de
1993.

8. Também devem ser observadas as Regras Gerais Complementares do


Mercosul (RGC/NCM) e a Regra Geral Complementar da Tipi (RGC/Tipi), além dos pareceres
de classificação do Comitê do Sistema Harmonizado da Organização Mundial das Aduanas
(OMA), dos Ditames do Mercosul, e, subsidiariamente, das Notas Explicativas do Sistema
Harmonizado (Nesh).

9. No caso concreto em exame, necessário se faz registrar que não se trata


aqui de um típico contêiner especialmente concebido e equipado para o transporte de
mercadorias, em um ou vários meios de transporte, mas, sim, de uma construção com
utilização de componentes adequados à atmosfera úmida e salina offshore e a ambiente
corrosivo, com sais marinhos e hidrocarbonetos, na forma de contêiner, com pisos, painéis,
chapas metálicas, portas, janelas e escotilhas, luminárias, equipamentos, mobiliários e

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acessórios de laboratório para análise de amostras de gás e petróleo bruto retirados dos poços
de petróleo, constituindo-se, pois, um laboratório de análise embarcado em plataforma offshore
de produção, armazenamento e transferência de petróleo e gás (FPSO).

10. Assim sendo, o Capítulo 94 da NCM/SH, que alcança, entre outras coisas,
as construções pré-fabricadas, apresenta-se como possível abrigo à mercadoria em exame e, no
referido capítulo, a posição 94.06, possui texto capaz de compreender o conteiner laboratório,
especialmente à vista da Nota 4 do Capítulo 94 cujo teor transcreve-se:
Consideram-se “construções pré-fabricadas”, na acepção da posição 94.06, as
construções acabadas e montadas na fábrica, bem como as apresentadas em
conjuntos de elementos para montagem no local, tais como habitações,
instalações de trabalho, escritórios, escolas, lojas, hangares, garagens ou
construções semelhantes.
(grifou-se)

11. Dessa forma, em conformidade com a RGI 11, a mercadoria objeto da


consulta formulada classifica-se na posição 94.06, que refere-se textualmente a "construções
pré-fabricadas" e , nesse ponto, é pertinente trazer a lume esclarecimentos das Nesh relativos a
essa posição, lembrando que as Nesh foram internadas no Brasil por meio do Decreto nº 435,
de 27 de janeiro de 1992, e, conquanto elas não possuam força legal, constituem orientações e
esclarecimentos de caráter subsidiário que devem ser utilizados para nortear a classificação de
mercadorias. Sua versão atual, da qual se reproduzem os esclarecimentos a seguir, foi aprovada
pela IN RFB nº 1.788, de 08 de fevereiro de 2018, por força da delegação de competência
outorgada pelo art. 1º da Portaria MF nº 91, de 24 de fevereiro de 1994:
Esta posição abrange as construções pré-fabricadas, também denominadas
"construções industrializadas", de quaisquer matérias.

Essas construções, concebidas para os mais variados usos, tais como habitação,
barracas de canteiros (estaleiros) de obras, escritórios, escolas, lojas, hangares,
garagens e estufas, apresentam-se, geralmente, sob a forma:

– de construções completas, inteiramente montadas, prontas para serem


utilizadas;

– de construções completas, não montadas;

– de construções incompletas, montadas ou não, mas apresentando, nesse estado,


as características essenciais de construções pré-fabricadas.

Nos casos de construções que se apresentam não montadas, os elementos


necessários para a sua edificação podem apresentar-se quer parcialmente
montados (paredes, armaduras de telhado, por exemplo) ou fornecidos nas
dimensões definitivas (vigas, principalmente), quer ainda, alguns outros, com
comprimento indeterminado para serem ajustados no momento da montagem
(vigas de apoio, matérias isolantes, etc.).

As construções desta posição podem ser equipadas ou não. Contudo, só o


equipamento fixo fornecido normalmente com essas construções é admitido, o
qual pode englobar, por exemplo, a instalação elétrica (cabos, tomadas de
1
Os títulos das Seções, Capítulos e Subcapítulos têm apenas valor indicativo. Para os efeitos legais, a
classificação é determinada pelos textos das posições e das Notas de Seção e de Capítulo e, desde que não sejam
contrárias aos textos das referidas posições e Notas, pelas Regras seguintes.
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corrente, interruptores, disjuntores, campainhas, etc.), a aparelhagem de


aquecimento ou de ar-condicionado (caldeiras, radiadores, aparelhos de ar-
condicionado, etc.), o equipamento sanitário (banheiras, duchas, aquecedores de
água, etc.) ou de cozinha (pias, coifas aspirantes (exaustores*), fogões, etc), bem
como os móveis embutidos ou concebidos para serem embutidos (armários, etc.).

Os materiais que se destinam a assegurar a montagem ou o acabamento das


construções pré-fabricadas (pregos, cola, gesso, argamassa, fios e cabos elétricos,
tubos, tintas, papéis de parede, carpete, por exemplo) devem ser classificados
com as mencionadas construções desde que sejam apresentados com estas
últimas em quantidades apropriadas.

As partes de construções, bem como os objetos de equipamento, apresentados


isoladamente, sendo ou não reconhecíveis como destinados a equipar essas
construções, excluem-se desta posição e seguem o seu próprio regime, em todos
os casos.

12. Cumpre então registrar que os equipamentos de laboratório, fixos ou não,


seguem seu próprio regime e, em consonância com o art. 8º da IN/SRF nº 1.464, de 2014, com
as alterações posteriores, devem ser objeto de processo de consulta específico para cada um
deles para serem classificados separadamente.

13. A posição 94.06 desdobra-se nas seguintes subposições:

9406.10 De madeira

9406.90 Outras

14. Uma vez que o contêiner laboratório não é de madeira, em consonância


2
com a RGI-6 , ele classifica-se na subposição residual 9406.90, que, no âmbito regional, possui
os seguintes itens:
9406.90.10 Estufas
9406.90.20 Com estrutura de ferro ou aço e paredes exteriores constituídas
principalmente dessas matérias
9406.90.90 Outras

15. Assim sendo, uma vez que a classificação nos níveis de item e de subitem
está subordinada à observância das Regras Gerais Complementares e lembrando que a RGC 13
determina que se apliquem as RGI do Sistema Harmonizado para se proceder à classificação
2
A classificação de mercadorias nas subposições de uma mesma posição é determinada, para efeitos legais, pelos
textos dessas subposições e das Notas de subposição respectivas, bem como, mutatis mutandis, pelas Regras
precedentes, entendendo-se que apenas são comparáveis subposições do mesmo nível. Na acepção da presente
Regra, as Notas de Seção e de Capítulo são também aplicáveis, salvo disposições em contrário.
3
As Regras Gerais para Interpretação do Sistema Harmonizado se aplicarão, "mutatis mutandis", para determinar
dentro de cada posição ou subposição, o item aplicável, e, dentro deste último, o subitem correspondente,
entendendo-se que apenas são comparáveis desdobramentos regionais (itens e subitens) do mesmo nível.

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fiscal no âmbito regional, verifica-se que o contêiner laboratório, que possui estrutura, paredes
exteriores, portas, janelas e escotilhas em aço carbono, classifica-se no item 9406.90.20, que
não se desdobra em subitem.

16. Pelas razões expostas, o produto objeto da presente consulta classifica-se


no código 9406.90.20 da NCM/SH.

Conclusão

17. Com base nas Regras Gerais para Interpretação do Sistema Harmonizado
RGI 1 (texto da posição 94.06), RGI 6 (texto da subposição 9406.90) e RGC 1 (texto do item
9406.90.20) constante da Tarifa Externa Comum (TEC), aprovada pela Resolução Camex n.º
125, de 2016, e da Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados (Tipi),
aprovada pelo Decreto n.º 8.950, de 2016, o produto objeto da consulta formulada neste
processo classifica-se no código NCM/SH 9406.90.20.

Ordem de Intimação

Aprovada a Solução de Consulta pela Turma constituída pela Portaria


RFB n.º 1.921, de 13 de abril de 2017, à sessão de 08 de outubro de 2018.

Divulgue-se e publique-se nos termos do art. 28 da Instrução Normativa


RFB nº 1.464, de 8 de maio de 2014.

Remeta-se o presente processo para ciência à consulente e demais


providências cabíveis.
(Assinado Digitalmente) (Assinado Digitalmente) (Assinado Digitalmente)
IVANA SANTOS MAYER MARLI GOMES BARBOSA NEY CAMARA DE CASTRO
AUDITORA-FISCAL DA RFB AUDITORA-FISCAL DA RFB AUDITOR-FISCAL DA RFB
Membro da 1ª Turma Membro da 1ª Turma Membro da 1ª Turma

(Assinado Digitalmente) (Assinado Digitalmente)


SÍLVIA DE BRITO OLIVEIRA ÁLVARO A. DE VASCONCELOS LEITE
AUDITORA-FISCAL DA RFB RIBEIRO
Membro da 1ª Turma AUDITOR-FISCAL DA RFB
Relatora Presidente da 1ª Turma

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Coordenação-Geral de Tributação

Solução de Consulta nº 98.278 - Cosit


Data 08 de outubro de 2018
Processo
Interessado
CNPJ/CPF

ASSUNTO: CLASSIFICAÇÃO DE MERCADORIAS


Código NCM: 9406.90.20
Mercadoria: Construção pré-fabricada, com acabamento e montagem na
própria fábrica ou no local de instalação, possuindo estrutura, paredes
exteriores, portas, janelas e escotilhas de aço carbono, apresentada com
isolamento térmico e acústico, proteção contra-fogo, assoalhos e painéis,
móveis fixos, luminárias e sistema elétrico, concebida para aplicação em
unidade offshore para análise de amostras de gás e petróleo bruto retirados
dos poços de petróleo, denominada "contêiner laboratório".
Os equipamentos de laboratório seguem seu próprio regime, devendo ser
objeto de consulta específica para serem classificados separadamente.
Dispositivos Legais: RGI 1, RGI 6 e RGC 1 da TEC, aprovada pela
Resolução Camex nº 125, de 2016, e da Tipi, aprovada pelo Dec. nº 8.950,
de 2016, e subsídios extraídos das Nesh, aprovadas pelo Dec. nº 435, de
1992, e atualizadas pela IN RFB nº 1.788, de 2018.

Relatório

A pessoa jurídica qualificada nos autos deste processo formulou consulta


sobre a classificação na Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM) constante na Tarifa
Externa Comum (TEC), aprovada pela Resolução Camex nº 125, de 15 de dezembro de 2016, e
na Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados (Tipi), aprovada pelo
Decreto nº 8.950, de 29 de dezembro de 2016, para a mercadoria abaixo especificada:

(...)
4. Em formulário de Verificação constante destes autos, foi atestado o
cumprimento dos requisitos formais para apresentação da consulta.
5. É o relatório.

Fundamentos
1
Solução de Consulta n.º 98.278 Cosit
Fls. 2

6. Trata-se da classificação fiscal do produto denominado "container


laboratório", constituído por um conteiner com estrutura e paredes exteriores em aço carbono,
com dimensões não padronizadas de 4,8m x 12,5m x 4,2m, com pisos, painéis, portas, janelas,
escotilhas, luminárias, sistema elétrico, isolamentos térmicos e acústicos, proteção contra fogo
e móveis fixados, para análise de amostras de gás e petróleo bruto retirados dos poços de
petróleo, para utilização em plataforma offshore de produção, armazenamento e transferência
de petróleo e gás (FPSO).

7. Preliminarmente, saliente-se que os processos administrativos de consulta


sobre classificação fiscal de mercadorias, no âmbito da Secretaria da Receita Federal do Brasil
(RFB), são regidos pela Instrução Normativa (IN) RFB nº 1.464, de 8 de maio de 2014, com as
alterações introduzidas pela IN RFB nº 1.705, de 13 de abril de 2017, e a classificação
subordina-se à observância das Regras Gerais para a Interpretação do Sistema Harmonizado
(RGI/SH), constantes do Anexo à Convenção Internacional sobre o Sistema Harmonizado de
Designação e de Codificação de Mercadorias, aprovada no Brasil pelo Decreto Legislativo nº
71, de 11 de outubro de 1988, e promulgada pelo Decreto nº 97.409, de 23 de dezembro de
1988, com posteriores alterações aprovadas pelo Secretário da Receita Federal do Brasil, por
força da competência que lhe foi delegada pelo art. 2º do Decreto nº 766, de 3 de março de
1993.

8. Também devem ser observadas as Regras Gerais Complementares do


Mercosul (RGC/NCM) e a Regra Geral Complementar da Tipi (RGC/Tipi), além dos pareceres
de classificação do Comitê do Sistema Harmonizado da Organização Mundial das Aduanas
(OMA), dos Ditames do Mercosul, e, subsidiariamente, das Notas Explicativas do Sistema
Harmonizado (Nesh).

9. No caso concreto em exame, necessário se faz registrar que não se trata


aqui de um típico contêiner especialmente concebido e equipado para o transporte de
mercadorias, em um ou vários meios de transporte, mas, sim, de uma construção com
utilização de componentes adequados à atmosfera úmida e salina offshore e a ambiente
corrosivo, com sais marinhos e hidrocarbonetos, na forma de contêiner, com pisos, painéis,
chapas metálicas, portas, janelas e escotilhas, luminárias, equipamentos, mobiliários e
acessórios de laboratório para análise de amostras de gás e petróleo bruto retirados dos poços
de petróleo, constituindo-se, pois, um laboratório de análise embarcado em plataforma offshore
de produção, armazenamento e transferência de petróleo e gás (FPSO).

10. Assim sendo, o Capítulo 94 da NCM/SH, que alcança, entre outras coisas,
as construções pré-fabricadas, apresenta-se como possível abrigo à mercadoria em exame e, no
referido capítulo, a posição 94.06, possui texto capaz de compreender o conteiner laboratório,
especialmente à vista da Nota 4 do Capítulo 94 cujo teor transcreve-se:
Consideram-se “construções pré-fabricadas”, na acepção da posição 94.06, as
construções acabadas e montadas na fábrica, bem como as apresentadas em
conjuntos de elementos para montagem no local, tais como habitações,
instalações de trabalho, escritórios, escolas, lojas, hangares, garagens ou
construções semelhantes.
(grifou-se)

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11. Dessa forma, em conformidade com a RGI 11, a mercadoria objeto da


consulta formulada classifica-se na posição 94.06, que refere-se textualmente a "construções
pré-fabricadas" e , nesse ponto, é pertinente trazer a lume esclarecimentos das Nesh relativos a
essa posição, lembrando que as Nesh foram internadas no Brasil por meio do Decreto nº 435,
de 27 de janeiro de 1992, e, conquanto elas não possuam força legal, constituem orientações e
esclarecimentos de caráter subsidiário que devem ser utilizados para nortear a classificação de
mercadorias. Sua versão atual, da qual se reproduzem os esclarecimentos a seguir, foi aprovada
pela IN RFB nº 1.788, de 08 de fevereiro de 2018, por força da delegação de competência
outorgada pelo art. 1º da Portaria MF nº 91, de 24 de fevereiro de 1994:

Esta posição abrange as construções pré-fabricadas, também denominadas


"construções industrializadas", de quaisquer matérias.

Essas construções, concebidas para os mais variados usos, tais como habitação,
barracas de canteiros (estaleiros) de obras, escritórios, escolas, lojas, hangares,
garagens e estufas, apresentam-se, geralmente, sob a forma:

– de construções completas, inteiramente montadas, prontas para serem


utilizadas;

– de construções completas, não montadas;

– de construções incompletas, montadas ou não, mas apresentando, nesse estado,


as características essenciais de construções pré-fabricadas.

Nos casos de construções que se apresentam não montadas, os elementos


necessários para a sua edificação podem apresentar-se quer parcialmente
montados (paredes, armaduras de telhado, por exemplo) ou fornecidos nas
dimensões definitivas (vigas, principalmente), quer ainda, alguns outros, com
comprimento indeterminado para serem ajustados no momento da montagem
(vigas de apoio, matérias isolantes, etc.).

As construções desta posição podem ser equipadas ou não. Contudo, só o


equipamento fixo fornecido normalmente com essas construções é admitido, o
qual pode englobar, por exemplo, a instalação elétrica (cabos, tomadas de
corrente, interruptores, disjuntores, campainhas, etc.), a aparelhagem de
aquecimento ou de ar-condicionado (caldeiras, radiadores, aparelhos de ar-
condicionado, etc.), o equipamento sanitário (banheiras, duchas, aquecedores de
água, etc.) ou de cozinha (pias, coifas aspirantes (exaustores*), fogões, etc), bem
como os móveis embutidos ou concebidos para serem embutidos (armários, etc.).

Os materiais que se destinam a assegurar a montagem ou o acabamento das


construções pré-fabricadas (pregos, cola, gesso, argamassa, fios e cabos elétricos,
tubos, tintas, papéis de parede, carpete, por exemplo) devem ser classificados
com as mencionadas construções desde que sejam apresentados com estas
últimas em quantidades apropriadas.

As partes de construções, bem como os objetos de equipamento, apresentados


isoladamente, sendo ou não reconhecíveis como destinados a equipar essas
construções, excluem-se desta posição e seguem o seu próprio regime, em todos
os casos.

1
Os títulos das Seções, Capítulos e Subcapítulos têm apenas valor indicativo. Para os efeitos legais, a
classificação é determinada pelos textos das posições e das Notas de Seção e de Capítulo e, desde que não sejam
contrárias aos textos das referidas posições e Notas, pelas Regras seguintes.
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12. Cumpre então registrar que os equipamentos de laboratório, fixos ou não,


seguem seu próprio regime e, em consonância com o art. 8º da IN/SRF nº 1.464, de 2014, com
as alterações posteriores, devem ser objeto de processo de consulta específico para cada um
deles para serem classificados separadamente.

13. A posição 94.06 desdobra-se nas seguintes subposições:

9406.10 De madeira

9406.90 Outras

14. Uma vez que o contêiner laboratório não é de madeira, em consonância


2
com a RGI-6 , ele classifica-se na subposição residual 9406.90, que, no âmbito regional, possui
os seguintes itens:
9406.90.10 Estufas
9406.90.20 Com estrutura de ferro ou aço e paredes exteriores constituídas
principalmente dessas matérias
9406.90.90 Outras

15. Assim sendo, uma vez que a classificação nos níveis de item e de subitem
está subordinada à observância das Regras Gerais Complementares e lembrando que a RGC 13
determina que se apliquem as RGI do Sistema Harmonizado para se proceder à classificação
fiscal no âmbito regional, verifica-se que o contêiner laboratório, que possui estrutura, paredes
exteriores, portas, janelas e escotilhas em aço carbono, classifica-se no item 9406.90.20, que
não se desdobra em subitem.

16. Pelas razões expostas, o produto objeto da presente consulta classifica-se


no código 9406.90.20 da NCM/SH.

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A classificação de mercadorias nas subposições de uma mesma posição é determinada, para efeitos legais, pelos
textos dessas subposições e das Notas de subposição respectivas, bem como, mutatis mutandis, pelas Regras
precedentes, entendendo-se que apenas são comparáveis subposições do mesmo nível. Na acepção da presente
Regra, as Notas de Seção e de Capítulo são também aplicáveis, salvo disposições em contrário.
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As Regras Gerais para Interpretação do Sistema Harmonizado se aplicarão, "mutatis mutandis", para determinar
dentro de cada posição ou subposição, o item aplicável, e, dentro deste último, o subitem correspondente,
entendendo-se que apenas são comparáveis desdobramentos regionais (itens e subitens) do mesmo nível.

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Conclusão

17. Com base nas Regras Gerais para Interpretação do Sistema Harmonizado
RGI 1 (texto da posição 94.06), RGI 6 (texto da subposição 9406.90) e RGC 1 (texto do item
9406.90.20) constante da Tarifa Externa Comum (TEC), aprovada pela Resolução Camex n.º
125, de 2016, e da Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados (Tipi),
aprovada pelo Decreto n.º 8.950, de 2016, o produto objeto da consulta formulada neste
processo classifica-se no código NCM/SH 9406.90.20.

Ordem de Intimação

Aprovada a Solução de Consulta pela Turma constituída pela Portaria


RFB n.º 1.921, de 13 de abril de 2017, à sessão de 08 de outubro de 2018.

Divulgue-se e publique-se nos termos do art. 28 da Instrução Normativa


RFB nº 1.464, de 8 de maio de 2014.

Remeta-se o presente processo para ciência à consulente e demais


providências cabíveis.
(Assinado Digitalmente) (Assinado Digitalmente) (Assinado Digitalmente)
IVANA SANTOS MAYER MARLI GOMES BARBOSA NEY CAMARA DE CASTRO
AUDITORA-FISCAL DA RFB AUDITORA-FISCAL DA RFB AUDITOR-FISCAL DA RFB
Membro da 1ª Turma Membro da 1ª Turma Membro da 1ª Turma

(Assinado Digitalmente) (Assinado Digitalmente)


SÍLVIA DE BRITO OLIVEIRA ÁLVARO A. DE VASCONCELOS LEITE
AUDITORA-FISCAL DA RFB RIBEIRO
Membro da 1ª Turma AUDITOR-FISCAL DA RFB
Relatora Presidente da 1ª Turma

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