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 Contribuição do melhoramento vegetal

A existência de variabilidade genética nas necessidades de frio é um fator


determinante para o sucesso de programas de melhoramento que visam a criação de
cultivares adaptadas às condições subtropicais de inverno. Desse modo a escolha correta
de cultivares adaptadas às condições climáticas do local é de extrema importância antes
do plantio de um pomar (Pio et al., 2019).
Para que haja melhoramento faz-se necessário o entendimento da necessidade de
frio de um determinado genótipo juntamente com informações da temperatura da região
onde será plantado. Essas informações são fundamentais para o sucesso do cultivo de
frutíferas dede clima temperado (Wagner Júnior et al., 2009). Outras questões como a
seleção de cultivares com necessidade de refrigeração inadequada podem afetar o
potencial produtivo de cultivares de árvores frutíferas, especialmente em condições
climáticas com invernos amenos (Ruiz et al., 2007).
Geralmente os programas de melhoramento seguem algumas etapas para o
desenvolvimento de cultivares com características desejáveis e adequadas para regiões
de cultivo subtropicais e tropicais como: O desenvolvimento e análise de recursos
genéticos de árvores frutíferas temperadas existentes no mundo com a possibilidade de
adequação para os trópicos e subtrópicos, recombinação de pools gênicos contrastantes
e complementares usando parentais com requisitos de refrigeração muito baixos;
seleção em estreita associação com fruticultores e comerciantes para otimizar a
eficiência do cultivo visando atender melhor às demandas de produtores e consumidores
por características desejáveis e a triagem quanto à adequação para climas tropicais e
subtropicais a partir da propagação, continuando com o comportamento clonal durante
os primeiros anos no campo e, o mais importante, estabelecendo critérios para avaliação
da produtividade anual e da qualidade dos frutos (Perez-Gonzalez., 2000).
Um fator limitante para o estabelecimento de uma espécie de clima temperado
em regiões tropicais é a dormência que é comum em todas as árvores frutíferas de clima
temperado. Outro termo importante é a ecodormancia que ocorre quando as condições
ambientais não são adequadas para crescimento, onde os meristemas e órgãos
meristemáticos expressam uma forma de dormência térmica relacionada a fatores
ambientais (Rom, 2003).
Segundo Ramírez et al. (2014), Sempre que as árvores frutíferas temperadas
incapazes de atender aos requisitos de refrigeração, outros métodos, como estresse
hídrico, aplicações de hormônios ou desfolha podem ser usados para quebrar a
dormência. Estudos em melhoramento vegetal voltados para suprimir a dormência de
frutíferas de clima temperado em regiões tropicais são de extrema importância pois na
literatura vigente é escasso.
Referências

Perez-Gonzalez, S. (2000). Breeding and selection of temperate fruits for the tropics and
subtropics. Acta Horticulturae, 522(1), 241-245, 2000.
Pio, R., Souza, F. B. M. D., Kalcsits, L., Bisi, R. B., & Farias, D. D. H. Advances in the
production of temperate fruits in the tropics. Acta Scientiarum. Agronomy, v. 41, 2019.
Ramírez, Fernando; Kallarackal, Jose. Ecophysiology of temperate fruit trees in the
tropics. Advances in environmental research, v. 31, p. 1-13, 2014.
Rom, C. R. Dormancy and acclimation. In: Baugher, T. A. and Singha, S. Eds. Concise
encyclopedia of temperate tree fruit. The Haworth Reference Press. New York Pp. 59-
65. 2003.

Ruiz, D., Campoy, J. A., & Egea, J. Chilling and heat requirements of apricot cultivars
for flowering. Environmental and Experimental Botany, 61(3), 254-263, 2007.
Wagner Júnior, A., Bruckner, C. H., Salomão, L. C. C., Pimentel, L. D., Silva, J. O. C.,
& Santos, C. E. M. Seleção de genótipos de pessegueiro F1 com baixa necessidade de
frio hibernal. Revista Brasileira de Fruticultura, 31(4), 1122-1128, 2009.

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