Pudemos observar na leitura dos estudos, a preocupação com as subnotificações,
dos acidentes ocupacionais, pois não há dados reais de acidentes ocorridos no período da revisão, outro apontamento foi a burocracia da notificação e das medidas pós acidente desmotivando os profissionais a dar continuidade ao processo de extrema importância evidenciada nos estudos da revisão. Em contrapartida, os profissionais de enfermagem apresentaram-se devidamente imunizados para o exercício da profissão. Outro ponto importante e bastante abordado foi a recomendação do uso adequado dos EPIS, que é obrigatório ,mas muitos profissionais não fazem o uso por acharem desnecessário ou desconhecerem a eficácia dos mesmos. A agulha é o objeto recordista em acidentes, e por este motivo a parte do corpo que mais sofre lesões percutâneas são as mãos, principalmente os dedos que tem a luva como EPI protegendo parcialmente do contato com fluidos biológicos, formando uma barreira de proteção, mas não impede a perfuração e a inoculação de objetos contaminados na pele íntegra. Outro órgão afetado em acidentes com material biológico são os olhos que ficam expostos sem óculos de proteção e o principal fluído que afeta a região ocular é o sangue. Com relação aos estudos, o objetivo proposto foi alcançado ao submete-los a categorização dos níveis de evidencia, observando uma polarização entre as categorias 5 e 6, pois tratando-se de um campo tão vasto que é a pesquisa de acidentes com materiais perfurocortante, ficou evidenciado a escassez e a precariedade da não utilização de outros métodos de estudo. Concluímos que os resultados deste permitiram identificar a deficiência das pesquisas com melhores evidências científicas, para que seja ampliada a sua utilização na prática da enfermagem. Dentre as principais características dos artigos, tem-se as revisões como método mais utilizados nos estudos de enfermagem que utilizam a PBE, com nível de evidência 5. Com destaque as revisões integrativas e sistemáticas, direcionadas para a prática assistencial e de ensino, publicadas em periódicos nacionais nos últimos dez anos, sendo em maior número na região sudeste, por enfermeiros com atuação no ensino e titulação máxima de doutor. Assim, observa- se que, embora a enfermagem tenha ampliado seus esforços para o avanço da EBE no cenário brasileiro, é necessária uma melhor organização com estudos de maior rigor metodológico, para garantir a tomada de decisões pelo enfermeiro em evidências científicas de alta qualidade e melhoria da assistência prestada. Destaca-se também a importância de capacitação do enfermeiro assistencial na busca, desenvolvimento e utilização de pesquisas na prática profissional, a fim de transpor a dicotomia entre a pesquisa e o cuidar. Destaca-se que este assunto não se esgota com esta pesquisa. Novos estudos devem ser realizados para ampliar a discussão e a produção científica acerca do tema.