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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO – UFMA

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS, SAÚDE E TECNOLOGIA – CCSST


Currículo I/ Pedagogia
Docente: Marileia Santos Cruz da Silva
Discente: Andressa Valéria Santos

O multiculturalismo e seus dilemas: implicações na educação – Síntese


O artigo referido no título é de autoria da PhD em Educação pela University
of Glasgow, Ana Canen, possui introdução, cinco tópicos de desenvolvimento,
conclusão e referências. No início a autora firma que o trabalho trata de vários
questionamentos sobre o multiculturalismo, incluindo seu conceito, mas não
assegura fornecer respostas e sim focar nas reflexões que o assunto permite.
O primeiro tópico “Pensando multiculturalmente sobre educação:
significados e abordagens”, afirma que o termo multiculturalismo é utilizado com
frequência mas com significados distintos e por isso se tornou foco de discussões e
disputas entre estudiosos com visões diferentes. Nesse sentido, a autora apresenta
dois tipos de multiculturalismo, primeiro, o crítico folclórico que associa as visões
folclóricas a discussões acerca das relações desiguais de poder entre as culturas e
procura compreender a construção histórica dos preconceitos e afins. O segundo,
trata do sentido crítico tensionado por posturas pós-modernas e pós-coloniais, as
quais indicam a necessidade e entender e identificar o modo como as diferenças são
construídas. Desse modo, para analisar as diferenças nas abordagens multiculturais
a autora apresenta quatro questões, a) à forma como a identidade e a diferença são
concebidas; b) à relação entre universalismo e relativismo na abordagem dada ao
real c) à compreensão do multiculturalismo como campo de estudos de caráter
híbrido.
No segundo tópico “Identidade e diferença”, tem início a análise acima
referida. Há a afirmação de que o multiculturalismo encara as identidades com base
na composição e organização das sociedades, por tratar do múltiplo, diverso e
plural. A problemática está no fato de que a identidade é vista como acabada em um
olhar essencializado, como na perspectiva folclórica, por não incorporar a
construção das identidades, nem considerar o dinamismo, hibridismo e a constância
que origina novas identidades. Em consequência a esse tratamento pode ocorrer o
congelamento das identidades e diferenças. Em sentido contrário, na perspectiva
crítica pós-moderna ou pós-colonial foca na diversidade cultural, indentária e em
processos discursivos sobre a formação das identidades em suas diversas
camadas. Nessa linha de pensamento, a hibridização ou hibridismo é um conceito
central, pois a construção da identidade é híbrida, vem da multiplicidade de camadas
e choques culturais. A autora apresenta ainda, três identidades que podem ser
trabalhadas, as individuais, coletivas e organizacionais.
No terceiro tópico, “Universalismo e relativismo” é explicado que a relação
entre os dois termos é o que movimenta as diversas perspectivas multiculturalismo.
Nesse contexto, o universalismo afirma existir um conjunto de valores que o
indivíduo crê serem universais, independentes de valores sociais e culturas; já o
relativismo refere-se à inexistência de uma verdade absoluta. Ana Canen cita
D’Adesky (2001), apontando que, para superar a tensão entre os termos deve-se
trabalhar as teorias multiculturais através de diálogos e argumentação entre as
culturas para solucionar extremismos.
No tópico quatro, os dilemas anteriormente tratados geram o
questionamento título “Multiculturalismo: prática, política ou teoria?”. Utilizando
Charlot (2006), a autora explica a natureza “mestiça” da educação como teoria no
trato do multiculturalismo, sendo o que define essa característica, os múltiplos
campos de saber e conhecimentos. Assim, ao multiculturalismo ter como foco o
desafio a extremismos, no meio educacional os olhares plurais devem colaborar com
a formação de gerações que desafiem o congelamento de identidade e os
preconceitos.
O quinto e último ponto tratado equivale a “Implicações multiculturais no
ensino e na pesquisa”, no qual Canen afirma que a questão é complexa por sua
natureza híbrida, a qual pode ter implicações sobre a educação e currículos dentro
do contexto multicultural. Dessa forma a autora indica que deve existir uma proposta
mais abrangente de multiculturalismo, em que os professores possam perceber as
propostas, implicações e finalidades desse tipo de estudo, bem como sua
importância.
Em sua conclusão, Ana Canen faz um resumo dos pontos passados e afirma
que seu trabalho está aberto a críticas, sendo natural da própria discussão. Agrega
atentando para a importância de não se ater a fórmulas no que se refere à educação
e multiculturalismo, ainda reforçando a relevância do papel do professor como
pesquisador com a capacidade de construir perspectivas multiculturais com
discursos que foquem na multiplicidade e valorização de identidades.
CANEN, Ana. O multiculturalismo e seus dilemas: implicações na educação.
Comunicação e política, v.25, nº2, p.091-107

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