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CENTRO UNIVERSITÁRIO JORGE AMADO

PSICOLOGIA/ BACHARELADO

JESSÉ DE ARAUJO LEITE

Evolução; comportamento; etologia; psicologia

SALVADOR
2022

JESSÉ DE ARAUJO LEITE


Evolução; comportamento; etologia; psicologia

Monografia apresentada à
Faculdade de psicologia como
parte dos requisitos para
conclusão do curso de
graduação em Psicologia.

Orientador(a): Diogo
Esmeraldo

SALVADOR
2022
Ao longo da história evolutiva humana, a familiarização com o comportamento animal
foi importante para o desenvolvimento do comportamento humano. Pois para os
homens, ter conhecimento de tal comportamento favorecia na caça, pesca e de se
protegerem de predadores. Por essa razão que surgiu a Etologia, a matéria que estuda o
comportamento animal de acordo com a perspectiva evolucionista.

Uma das temáticas mais importantes para a interpretação do comportamento é a seleção


natural. Pois o meio influencia no comportamento, ao longo dessa influência, novos
comportamentos são formados e selecionados pelo sujeito na medida que o mesmo for
reforçando positivamente, e por fim o indivíduo possui novos comportamentos mais
complexos.

Como no caso da bipedia. Existem muitas hipóteses para o comportamento bípede nos
seres humanos, como a facilidade de agarrar alimentos e adoção de uma postura mais
eficiente para evitar ao máximo a incidência de raios solares. Entretanto a mais aceita é
o fato de que seres bípedes têm menos gasto energético em sua locomoção em
comparação aos seres quadrúpedes.

No caso da seleção natural, o comportamento se desenvolveu principalmente pela


sobrevivência. A seleção natural pode ser compreendida como a lei do mais apto, de
forma simples, as espécies foram desenvolvendo comportamentos de acordo com a
aptidão, ficando extintos os menos aptos e sobrevivendo os mais aptos. Por exemplo: Os
Leões atacam Elefantes isolados, por sua vez os Elefantes se agrupam para garantir a
sobrevivência. Definindo “apto” como “aquele que possui capacidade natural ou
adquirida para realizar algo”, observa-se a seleção natural promovendo comportamentos
de sobrevivência nos Elefantes.

Certos comportamentos inatos podem ser determinados biologicamente, como no caso


da amamentação do bebê. Alguns deterministas conceituam determinismo biológico
como a crença de que o comportamento humano é controlado inevitavelmente por
propriedades bioquímicas das células e que as mesmas são determinadas por genes que
cada sujeito possui (LEWONTIN; ROSE; KAMIN, 2003).

Com o determinismo biológico os cientistas são capazes de compreender certos


comportamentos “misteriosos” em animais e em humanos. Como no caso da
monogamia do arganaz-do-campo.

Porque os machos do arganaz-do-campo são monogâmicos enquanto várias espécies de


mamíferos são poligênicas? Larry Young e sua equipe descobriram que o cérebro dessa
espécie contém muitos receptores proteicos que ligam quimicamente à vasopressina, e
quando o camundongo copula certas quantidades de vezes com a mesma fêmea a
vasopressina é liberada por outras células cerebrais, em seguida é levada ao pálio
central, e quando o receptor V1a é estimulado, a atividade de determinadas células é
disparada. E isso recompensa o arganaz, repetindo esse comportamento com a mesma
fêmea.

No caso do ser humano, pode-se analisar a conduta psicopática sob a perspectiva


determinista biológica. Nas subdivisões no córtex cerebral, o psicopata sofre alteração
no córtex pré-frontal, onde fica localizado a avaliação de situações e onde é gerenciado
o comportamento ético. Dessa forma eles agem impulsivamente (Antonio Damásio,
neurólogo).

Com o determinismo biológico, os psicólogos podem chegar à conclusão dos


comportamentos dos pacientes. Óbvio que há técnicas além do determinismo biológico.
Requisitos como contexto individual do paciente é de grande importância. A
intervenção deve ser feita de acordo com o conhecimento adquirido ao logo da
formação como psicólogo, que seria análises técnicas da subjetividade do paciente,
dialogar com a equipe multidisciplinar, e obedecer a linha teórica aprendida.

De acordo com o texto II proposto para a formação desse texto ensaístico, o autor
(Queiroz, 2009), informa que o homem é produto da cultura e a cultura produto dele.
Biologicamente é compatível essa mentalidade, sendo que o ser humano nasce com ¼
do cérebro desenvolvido em seu estágio final, se desenvolvendo ao longo da
familiarização com a cultura. E a complexidade cultural é produto da capacidade
cognitiva do homem.

Para Vygotsky, o ser humano cria o ambiente, dando origem a novas formas de
consciência. Ao longo da evolução humana, os indivíduos se adaptaram culturalmente
ao ambiente. Por exemplo: Os australopitecos garhi geraram a primeira indústria lítica,
criando novas formas de caça pelo uso de instrumentos e posteriormente formando uma
nova cultura de caça com instrumentos, gerando assim novas formas de consciência
para as gerações vindouras.

Com isso percebe-se o sujeito criando cultura e a cultura dialogando com os


comportamentos dos indivíduos.

REFERÊNCIAS
Clemente, Átima. Instinto, etologia e a teoria de Konrad Lorenz. Scielo, 2007.
Disponível em:https://www.scielo.br/j/ciedu/a/3hWRfBJ6Yhv8zMfPQdXKwtj/?lang=pt

Brzozowski, Fabiola. Determinismo biológico e as neurociências no caso do transtorno


de déficit de atenção com hiperatividade. Scielo, 2012. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/physis/a/7qZWj5qRGy5yrVLnpV8CqZj/?lang=pt

Almeida, Aprigio. Amamentação: um híbrido natureza-cultura. Scielo, 2004.


Disponível em:https://www.scielo.br/j/jped/a/cXxJ3Vd7vRpYjTB8DMNyxnR/?
format=pdf&lang=pt

Brasil Escola. FATORES GENÉTICOS QUE INFLUENCIAM NA PSICOPATIA E


SOCIOPATIA Disponível em:
https://monografias.brasilescola.uol.com.br/biologia/fatores-geneticos-que-influenciam-
na-psicopatia-sociopatia.htm#indice_14

Sílvia Ester. Conhecendo Vygotsky. Ufgrs, Disponível em:


https://www.ufrgs.br/psicoeduc/chasqueweb/vygotsky/conhecendo-
vygotsky.htm#:~:text=Para%20Vygotsky%2C%20os%20seres%20humanos,impostos
%20para%20ci%C3%AAncia%20pelo%20stalinismo.

Silvia Vera; Leite Fernando. BIOLOGICAMENTE CULTURAL. Ed Disciplinas.


Disponível em:
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/6364779/mod_resource/content/1/Bussab%2C
%20biologicamente_cultural_pdf.pdf

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