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Criação de Reservas

Particulares do
Patrimônio Natural -
RPPN
Módulo

2 Procedimentos para
criação de RPPN
Fundação Escola Nacional de Administração Pública

Presidente
Diogo Godinho Ramos Costa

Diretor de Desenvolvimento Profissional


Paulo Marques

Coordenador-Geral de Produção Web


Carlos Eduardo dos Santos

Equipe responsável
José Luciano de Souza, (Conteudista, 2020).
Bernardo Ferreira Alves de Brito (Coordenador ICMBio, 2020)
Lídia Hubert, (Coordenadora, 2020).
Simone Bertulio (Coordenação Web, 2020)
Laisa Daiany Lima Silva (Revisão de texto, 2020)
Thiego Carlos da Silva (Implementação Articulate, 2020)
Karen Evelyn Scaff (Direção e produção gráfica, 2020)
Gabriel Bello Henrique Silva (Implementação Moodle, 2020)
Ana Carla Gualberto Cardoso (Diretora de arte, 2021).

Desenvolvimento do curso realizado no âmbito do acordo de Cooperação Técnica FUB / CDT / Laboratório
Latitude e Enap.

Fonte das imagens modificadas e utilizadas no curso: freepik

Curso produzido em Brasília, 2020.

Enap, 2021

Enap Escola Nacional de Administração Pública


Diretoria de Educação Continuada
SAIS - Área 2-A - 70610-900 — Brasília, DF

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Sumário
Apresentação.................................................................................... 5

Unidade 1 - Documentos exigidos para criação de RPPNs.................. 5

Unidade 2 - Trâmites do Processo...................................................... 6

2.1 Trâmites do Processo............................................................. 6

2.2 Etapa 1 - Requerimento......................................................... 7

2.3 Etapa 2 - Pré-Análise do Processo.......................................... 7

2.4 Etapa 3 - Vistoria Técnica..................................................... 21

2.5 Etapa 4 - Consulta Pública.................................................... 23

2.6 Etapa 5 - Organização do Processo...................................... 25

2.7 Etapa 6 - Análise Jurídica..................................................... 27

2.8 Etapa 7 - Emissão do Termo de Compromisso..................... 29

2.9 Etapa 8 - Averbação do Termo de Compromisso................. 30

2.10 Etapa 9 - Publicação da Portaria........................................ 31

2.11 Etapa 10 - Conclusão do Processo..................................... 32

Referências...................................................................................... 34

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2
Módulo
Procedimentos para criação de
RPPN

Apresentação
Este módulo permitirá que você adquira conhecimento acerca da documentação exigida para
criação de RPPNs e sobre como conduzir os processos e realizar os trâmites para criação dessa
categoria de unidade de conservação.

O módulo está estruturado da seguinte forma:

• Unidade 1 – Documentos exigidos para criação de RPPNs

• Unidade 2 – Tramites do Processo de Criação de RPPN

Bons estudos!

Unidade 1 - Documentos exigidos para criação de RPPNs


A apropriação do conhecimento sobre a documentação exigida para criação de uma Reserva
Particular do Patrimônio Natural, nos termos do Decreto nº 5.746 de 2006, é fundamental,
especialmente para aqueles que trabalham em quaisquer das etapas desse processo de criação.

Então vamos iniciar esse estudo assistindo aos quatro vídeos tutoriais abaixo, que abordam
as características dos documentos, os detalhes que precisam ser observados com atenção e
os principais problemas encontrados na verificação desses documentos encaminhados pelos
proprietários de imóveis interessados em criar uma RPPN.

Vídeo: Documentação exigida para criação de RPPN – Documentos

Vídeo: Documentação exigida para criação de RPPN – Documentos cartoriais

Vídeo: Documentação exigida para criação de RPPN – Peças cartográficas

Vídeo: Documentação exigida para criação de RPPN – Pessoa Jurídica

Agora, a fim de aprofundarmos o conhecimento sobre certidão de matrícula e registro do imóvel,


cadeia dominial e sobre certidão de ônus reais e ações reais e pessoais reipersecutórias sobre o
imóvel, vamos assistir ao vídeo a seguir.

Vídeo: Documentos Cartoriais - Detalhamento

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Unidade 2 - Trâmites do Processo

2.1 Trâmites do Processo


Os trâmites do processo de criação de uma RPPN podem ser divididos em 10 etapas. Vamos
descrever e pormenorizar cada uma delas a partir de agora para que você possa se apropriar
desse processo.

Vale mencionar que todas as etapas que serão apresentadas são importantes, pois cumprem
com as determinações e normas previstas na legislação e possibilitam que a RPPN seja criada
de forma que no futuro não seja anulada devido a falhas ou erros materiais na sua constituição.

Apresentamos abaixo o fluxograma com as 10 etapas do trâmite do processo de criação de RPPN:

Imagem - Imagem 1: Fluxograma dos trâmites do processo

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Vamos agora conhecer essas etapas!

2.2 Etapa 1 - Requerimento


Esse é o ponto inicial para criação de uma RPPN. Depois de ter ciência sobre o que é uma RPPN,
sua importância, responsabilidades e seus benefícios, o proprietário preenche o Requerimento,
via Sistema Informatizado de Monitoramento de RPPN (SIMRPPN).

h,
Destaque,h
Endereço de acesso ao requerimento via SIMRPPN: http://sistemas.icmbio.
gov.br/simrppn

Com o requerimento preenchido e assinado, e com a documentação em mãos conforme previsto


no Decreto nº 5.746/2006, o proprietário encaminha esses documentos ao ICMBio em Brasília,
via correio ou via correio eletrônico no formato PDF.

h,
Destaque,h
Endereço para o envio da documentação digitalizada: rppn.sede@icmbio.gov.br

Depois de enviar a documentação ao ICMBio, o proprietário deverá aguardar o aviso do


recebimento dos documentos via e-mail ou acompanhar o andamento do processo pelo
SIMRPPN. Se preferir poderá entrar em contato via telefone e solicitar informações com relação
ao andamento do processo.

Cabe exclusivamente ao proprietário a iniciativa de apresentar ao ICMBio a solicitação para


criação da RPPN, pois ela é criada por seu Ato Voluntário. O papel do técnico que trabalha com
RPPNs no ICMBio, nessa etapa, é o de esclarecer dúvidas e orientar o proprietário com relação
ao processo de criação da RPPN.

2.3 Etapa 2 - Pré-Análise do Processo


A segunda etapa é chamada de pré-análise porque os técnicos do ICMBio, assim que recebem
a documentação para a criação da RPPN, abrem o processo para criação da reserva, fazem
um check list e uma pré-análise dos documentos.

O check list  visa verificar se todos os documentos foram enviados. A pré-análise tem como
finalidade conferir se os documentos enviados estão de acordo com as especificações técnicas
previstas no Decreto nº 5.746 de 2006.

Para facilitar a pré-análise, esse procedimento é dividido em três partes: Verificação do


Requerimento; e Verificação dos Documentos Cartoriais; e Verificação das Peças Cartográficas.

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a. Verificação do Requerimento

Tem como objetivo conferir as informações prestadas no requerimento e nos documentos


encaminhados pelo proprietário. Para realizar essa ação, disponibilizamos a Tabela de Verificação
do Requerimento, com os itens que devem ser observados no requerimento e conferidos junto
à documentação:

Imagem - Imagem 2: Tabela de Verificação do Requerimento

A primeira parte da tabela diz respeito ao modelo do requerimento e se as informações estão


todas preenchidas. O restante da tabela é referente às informações do imóvel, da RPPN e do
proprietário. Para fazer essa verificação será necessário juntar os documentos e realizar a análise.

Vejamos alguns exemplos de análises que apresentam inconformidades de informações entre o


requerimento e os documentos:

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+ Exemplo 1

O tamanho da área do imóvel indicada no requerimento é de 80 ha, conforme


consta na escritura pública do imóvel, mas o mapa e o memorial descritivo
indicam que a área tem 85 há . Nesse caso foi constatado, após a realização do
georreferenciamento, que o tamanho da propriedade é de 85 ha. O proprietário
deverá retificar o tamanho do imóvel na escritura pública e encaminhar uma nova
Certidão de Matrícula e Registro do Imóvel indicando a nova área.

Lembrando que, além da nova certidão, o proprietário deverá enviar um novo


requerimento e termo de compromisso atualizando o tamanho do imóvel, além
de atualizar o tamanho da propriedade no INCRA e na Receita Federal, visando a
emissão de um novo CCIR e da Certidão de Débito do Imóvel Rural.

+ Exemplo 2

O requerimento é assinado por dois proprietários, mas a escritura pública do imóvel


indica que existem três proprietários.

O requerimento e o termo de compromisso, nesse caso, deverão ser atualizados


com o nome de todos os proprietários. Além disso, deverá ser apresentada a Cédula
de Identidade dos três proprietários.

+ Exemplo 3

O Requerimento (Pessoa Jurídica) foi assinado por um Diretor que não tem poderes
para representar a empresa. Analisando o contrato social foi verificado que somente
o Presidente da empresa tem poderes para representar e alienar um bem imóvel da
empresa.

Se alguma informação indicada no requerimento não estiver de acordo com


a documentação encaminhada pelo proprietário, será necessário o ajuste do
requerimento, conforme a documentação apresentada. Caso a documentação
apresentada esteja com algum erro ou desatualizada, o proprietário deverá enviar
outro documento solucionando a pendência.

b. Verificação dos Documentos Cartoriais

Depois de realizada a verificação do requerimento e constatado que não existe nenhuma


divergência entre as informações indicadas no requerimento e nos documentos, passamos a
analisar os documentos cartoriais do imóvel.

Alguns pontos que observamos na fase da verificação do requerimento serão abordados


novamente. Isso é algo necessário para que tenhamos uma segurança maior na análise desses
documentos.

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Começamos analisando as certidões cartoriais. Nesses documentos temos que verificar os
seguintes pontos:

1. Nome do imóvel.

2. Informações sobre o número da matrícula, registro, livro, folha/ficha e data que o


imóvel foi matriculado.

3. Comarca de registro do imóvel.

4. Nome do(s) Proprietário(s).

5. Tamanho do imóvel.

6. Limites do imóvel.

7. Cadeia dominial do Imóvel.

8. Hipoteca, penhora ou qualquer outro tipo de alienação que impede a criação


da RPPN.

Essas informações podem ser extraídas dos documentos cartoriais, principalmente da Certidão
de Matrícula e Registro do Imóvel, como se demonstra no exemplo a seguir:

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Imagem - Certidão de Registro e Matrícula do Imóvel

Destaques em vermelho 📕
A Fazenda Bela Vista, de propriedade de João Aparecido de Oliveira, matriculada sob a matrícula
nº 4.345, registro nº 01 do livro 02, Ficha 01 de 02 de agosto de 1980, registrada no Cartório do
2º Ofício de Registro de Imóveis da Comarca de XXXXX, possui uma área de 140 ha. 

Destaques em amarelo 📙
O limite do imóvel descreve a área da fazenda de forma geral. Naquela época era comum esse
tipo de descrição, atualmente os imóveis acima de 100 ha são averbados (nos casos previstos na
legislação), com seus limites georreferenciados de acordo com as normas técnicas estabelecidas

📘
pelo INCRA.

Destaques em azul

Demonstra os antigos proprietários do imóvel, João Neto de Oliveira e Maria Aparecida das
Graças de Oliveira, e o Título aquisitivo R 1 - 999 do livro 2, em 01/03/1970.

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Esse exemplo também demonstra a cadeia dominial do imóvel: Analisando a certidão é possível
verificar que a propriedade foi doada ao Sr. José Aparecido de Oliveira em 02 de agosto de 1980,
sob a matrícula nº 4.356, isso demonstra a cadeia dominial trintenária do imóvel, indicando o
histórico da propriedade nos últimos 38 anos.

Com relação aos casos de Hipoteca, penhora ou qualquer outro tipo de alienação que impede a
criação da RPPN, a certidão de ônus reais e ações reais e pessoais reipersecutórias sobre o imóvel
irá demonstrar se existe ou não algum impedimento para criação da RPPN.

Vejamos outro exemplo:

📕
Imagem - Certidão de Matrícula 02

Destaques em vermelho

A Fazenda Nova Era, de propriedade de Rosimeire Rodrigues dos Santos, matriculada sob a
matrícula nº 515, registro nº 01 do livro 02, Folha 02 de 22 de fevereiro de 2000, registrada no

📙
Cartório no Ofício de Registro de Imóveis da Comarca de XXXXX, possui uma área de 1.064 ha. 

Destaques em amarelo

📘
Os limites do imóvel também descrito neste exemplo é apresentado de forma geral. 

Destaques em azul

Demonstra os antigos proprietários do imóvel, espolio de Mario Santos da Silva, e o Título


aquisitivo R 1 - 515 do livro 2, em 22/02/2000.

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Não é demonstrada a cadeia dominial trintenária do imóvel neste exemplo. Foi possível verificar
que consta na certidão apenas o período do Ano de 2000 até os dias atuais, indicando um período
aproximado de 18 anos.

Para auxiliar nessa análise, disponibilizamos abaixo um modelo de tabela que utilizamos para
verificar a cadeia dominial do imóvel:

Imagem - Tabela Cadeia Dominial do Imóvel 01

Após a leitura da certidão, inserem-se as informações coletas na tabela:

Imagem - Tabela Cadeia Dominial do Imóvel 02

Neste exemplo verificamos que em 22/01/1968, por meio da transcrição nº 5.485 - Registro 1,
a propriedade era de Francisco Neto e Maria de Oliveira (casados), sendo que em 07/03/2000 a
propriedade foi vendida ao Sr. Raimundo de Oliveira, passando a ter a Matrícula nº 777 (Registro
nº 1). Em 08/05/2001, Rosana Siqueira comprou o imóvel registrando a compra na mesma
matrícula por meio do registro nº 2.  Em 19/01/2019, vendeu a propriedade para Helvécio Neto
e sua esposa Maria Lucia Neto, e registrou-se a compra no registro nº 3 da mesma matrícula.

Podemos perceber, nessa análise, que os registros indicam os proprietários do imóvel nos últimos
50 anos.

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Essas informações coletadas da certidão serão importantes para confeccionarmos a minuta da
Portaria de criação da RPPN.

Outro exemplo:

Imagem - Tabela Cadeia Dominial do Imóvel 03

Vemos no exemplo acima que a cadeia dominial apresenta os proprietários somente nos últimos
10 anos. Esse exemplo explica o caso da apresentação da cadeia dominial trintenário ou desde a
sua origem: a origem é o Governo do Estado da Bahia, que passou o imóvel para um proprietário
particular em 07/03/2009.

Esse exercício de verificação da cadeia dominial trintenária é necessário nos casos em que
o proprietário encaminha a certidão de matrícula e registro do imóvel e não apresenta uma
certidão da cadeia dominial trintenária específica.

Se o proprietário apresentar a certidão dominial trintenária, basta realizar uma leitura simples
do documento e verificar se consta a cadeia dominial do imóvel.

c. Verificação das Peças Cartográficas

Agora que você entendeu como averiguar os documentos cartoriais, passemos à verificação das
peças cartográficas do imóvel e da RPPN. 

É importante destacar que o  SIMRPPN  realiza uma série de análises georreferenciadas das
coordenadas inseridas pelo proprietário no requerimento, tais como:

• Se os limites do imóvel e da RPPN estão no município indicado no requerimento.

• Se os limites da RPPN estão localizados dentro da área do imóvel.

• Se o tamanho da área do imóvel e da RPPN estão de acordo com a área indicada no


requerimento.

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• Se a área da RPPN sobrepõe alguma unidade de conservação incompatível com os
objetivos da reserva.

• Se as coordenadas inseridas apresentam erros ou pontos cruzados.

Caso alguma das análises feitas pelo SIMRPPN constate erro ou incoerência nas informações,
o sistema aponta o problema e indica uma solução direto na tela do SIMRPPN. Assim, o
requerimento só é gerado após o proprietário solucionar o problema do georreferenciamento.

Além disso, o sistema desenha os limites da área do imóvel e da RPPN, bem como projeta no
fundo das áreas a imagem de satélite do Google Maps . O SIMRPPN disponibiliza os arquivos
do imóvel e da RPPN com extensão shapefile para confecção de mapas e para a realização de
outras análises que forem pertinentes.

h,
Destaque,h
O requerimento somente é gerado pelo SIMRPPN se o memorial descritivo
não apresentar nenhum erro ou incoerência nas informações prestadas.

Feitas essas observações, vamos demonstrar os passos que você deverá realizar para verificação
das peças cartográficas.

O primeiro passo é examinar se os memoriais descritivos enviados pelo proprietário são os


mesmos gerados pelo sistema. Se forem, ótimo! Pois sabemos que as coordenadas inseridas nos
memoriais descritivos estão corretas, tendo em vista que o sistema já realizou essa conferência
e não apontou nenhum erro.

E se o proprietário apresentou outros memoriais descritivos que não foi gerado pelo SIMRPPN?
Se forem outros, tudo bem! A norma atual possibilita que o proprietário apresente outros
memoriais descritivos que não seja do mesmo formato do sistema, desde que as coordenadas
sejam as mesmas inseridas no SIMRPPN.

Para que você tenha certeza que as coordenadas apresentadas são as mesmas, basta fazer uma
simples comparação entre o documento apresentado e o que foi gerado pelo sistema. Além
dessa conferência, observe se constam as seguintes informações no memorial descritivo:

• Nome do imóvel e/ou da RPPN

• Nome do Proprietário

• Município/UF

• Tamanho da área

• Nome do profissional que elaborou o memorial e CREA

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• DATUM/Sistema de Projeção

• Se está assinado pelo profissional que elaborou

Caso os memoriais descritivos apresentem alguma informação incoerente, temos duas opções
para solucionar o problema:

1. O proprietário deverá encaminhar outros memoriais descritivos com as informações


que estão inseridas no sistema; ou

2. O proprietário deverá inserir novamente no sistema os memoriais descritivos


(coordenadas geográficas) que ele apresentou em outro formato, visando validá-
los.

Independente do formato apresentado verifique também:

• Se os memoriais foram assinados por um profissional com CREA.

• Se a Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) foi entregue. Se foi, verifique:

• Se o serviço apresentado no documento está relacionado ao imóvel e a


RPPN.

• Se o nome do imóvel e o tamanho da área da propriedade e da RPPN é o


mesmo que constam nos memoriais descritivos.

• Se o comprovante de pagamento foi encaminhado ou se consta o pagamento


no próprio documento.

Esses são os aspectos que devem ser averiguados nos memoriais descritivos. Agora vamos
aqueles que aspectos que devem ser observados no mapa.

Antes disso é importante que você saiba que o SIMRPPN gera apenas um mapa (croqui) da área
da RPPN, a partir das coordenadas inseridas no sistema, conforme demonstrado na imagem a
seguir. Também é disponibilizado o desenho da área do imóvel e da RPPN na tela do sistema com
uma imagem do Google Maps no fundo.

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Imagem 8: Croqui gerado pelo SIMRPPN Imagem 9: Figura gerada pelo SIMRPPN

Com essas informações será possível realizar uma simples análise comparando entre o mapa
apresentado pelo proprietário e o que foi gerado pelo sistema a partir dos memoriais descritivos
inseridos no SIMRPPN.

Imagem - Comparação entre as imagens

Essa avaliação nos permite saber se o mapa apresentado é referente aos memoriais descritivos
enviados. Erros desse tipo são comuns, por isso é necessário fazer essa análise.

h,
Destaque,h
O ICMBio disponibiliza e considera como informação oficial os memoriais
descritivos que estão armazenados no SIMRPPN.

Além dessa verificação, no mapa você também deverá analisar se os itens apontados abaixo
conferem com as informações constantes nos memoriais descritivos:

• Nome do imóvel e/ou da RPPN.

• Nome do Proprietário.

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• Município/UF.

• Tamanho da área.

• Nome do profissional que elaborou o memorial e seu CREA.

• DATUM/Sistema de Projeção.

• Se está assinado pelo profissional que elaborou.

• Se as coordenadas indicadas no mapa são as mesmas apontadas no memorial


descritivo.

Caso o mapa apresente alguma informação diferente das prestadas nos memoriais descritivos,
temos duas possíveis soluções para o problema:

1. O proprietário deverá ajustar as informações divergentes no mapa e apresentar


outro, ou

2. Se verificado que o memorial descritivo está com erro, o proprietário deverá


entregar outro memorial descritivo, além de ajustar as informações no SIMRPPN.

Vale lembrar que as informações indicadas no mapa, no memorial descritivo e na escritura


pública do imóvel precisam ser as mesmas, especialmente com relação ao tamanho do imóvel.

Sobreposição com outras Áreas

Após examinar as peças cartográficas do imóvel e da RPPN, há outros aspectos importantes que
fazem parte da análise da proposta de criação da RPPN. É o momento de confeccionar mapas
que farão parte do processo de criação da RPPN, procedendo as seguintes análises:

1. Se a RPPN sobrepõe unidades de conservação já criadas.

2. Se a RPPN sobrepõe alguma proposta de criação de unidade de conservação.

3. Se a RPPN está localizada em área prioritária para a conservação.

4. Se a RPPN sobrepõe terras indígenas.

5. Se a RPPN sobrepõe assentamentos.

6. Se a RPPN sobrepõe terras quilombolas.

7. Se a RPPN sobrepõe áreas de concessão de lavra minerária.

8. Se por meio da imagem de satélite, disponível no SIMRPPN, a RPPN está deslocada


ou situa-se em área de agricultura, pecuária ou se sobrepõe uma área com
infraestrutura que esteja em desacordo com o objetivo da unidade de conservação.

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Para isso, deve-se ter conhecimento sobre programas de georreferenciamento como Arcgis e/ou
QGIz. Ao realizar essas análises, vejamos alguns encaminhamentos:

+ Sobreposição com outras unidades de conservação

Exceto nos casos de APA e ARIE, o processo de criação da RPPN é indeferido.


Lembrando: o SIMRPPN faz essa análise prévia, mas será necessária a confecção do
mapa indicando as UCs próximas a área da RPPN – uma exigência da Procuradoria
Federal Especializada do ICMBio.

+ Sobreposição com propostas de unidades de conservação

Se constatada a sobreposição com algum estudo de criação de uma UC, cada caso
deverá ser analisado, pois é necessário que se busque a compatibilização das
duas propostas. É política do ICMBio compatibilizar as propostas sem que isso não
prejudique os objetivos da unidade pública em processo de criação. 
 
+ Sobreposição com áreas prioritárias para a conservação

Verificada essa sobreposição, a reserva proposta ganha maior relevância técnica e


essa informação será registrada no processo de criação da unidade (parecer técnico).

+ Sobreposição com terras indígenas

O processo de criação da reserva será indeferido se constatada essa sobreposição,


tendo em vista que não é possível a criação de RPPN em áreas indígenas.

+ Sobreposição com área de assentamento e quilombolas

Se as áreas já forem reconhecidas pelo INCRA, não será possível a criação da RPPN,
exceto se os interessados forem os próprios assentados ou quilombolas. Isso
dependerá de uma análise prévia para verificar a situação de cada assentamento
ou área de quilombola. Se essas áreas ainda estiverem em estudo, é possível uma
consulta oficial ao INCRA solicitando anuência para criação da RPPN.

+ Sobreposição com área de concessão de lavra minerária

O processo de criação da RPPN será indeferido se for verificada essa sobreposição,


de acordo com o Decreto nº 5.746 de 2006. No entanto, se a área ainda estiver em
outras fases do processo minerário como disponível, pesquisa ou qualquer outra
fase que não seja a concessão de lavra, é possível a criação da RPPN.

SIGMINE é o sistema oficial do Governo que disponibiliza as áreas em processos


minerários. http://sigmine.dnpm.gov.br/webmap

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+ Verificação da área da RPPN com a imagem de satélite disponível no SIMRPPN

Possibilita analisar a área proposta da reserva, principalmente se está deslocada.


É natural um certo deslocamento, mas existem casos que o deslocamento é muito
grande, conforme demonstrado na imagem abaixo.

Imagem - Área da RPPN deslocada

Neste exemplo ilustrativo, a área da RPPN deveria estar posicionada à margem da


estrada (linha pontilhada em vermelho). Houve algum erro no georreferenciamento
da área, sendo que o proprietário deverá ser informado para solucionar a pendência.

Pode haver também casos em que, na própria imagem, são visíveis áreas de agricultura
ou pecuária, devendo o proprietário ser informado de que a área solicitada (ou
parte dela) para a criação da RPPN não poderá ser reconhecida, pois não atende os
objetivos de criação de RPPNs. O proprietário poderá ajustar o tamanho e os limites
da proposta de criação da reserva, entregando novamente as peças cartográficas e
ajustando o requerimento e o termo de compromisso.

Em qualquer caso que esteja em desacordo com a legislação ou com os objetivos de criação da
RPPN, o proprietário precisa ser informado, por meio de ofício, sobre a pendência ou sobre o
indeferimento da proposta de criação da RPPN, com as devidas justificativas.

Feitas essas análises, passa-se então à confecção dos seguintes mapas:


• Mapa indicando unidades de conservação existentes ou em processo de criação,
terras indígenas, assentamentos e terras quilombolas.

• Mapa indicando se a reserva está se sobrepondo a áreas prioritárias para

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conservação, com imagem de satélite no fundo da reserva, bem como outras
informações pertinentes.

• Mapa indicando as áreas de concessão de lavra minerária e as demais fases,


próximas ou que seriam sobrepostas pela área da RPPN.

Tais mapas farão parte do processo de criação da RPPN, como forma de comprovação de que não
existe nenhuma sobreposição na área da reserva.

Esses são os passos para análise das peças cartográficas da área da RPPN. Caso não haja nenhuma
pendência, o processo de criação da reserva está apto a passar para as próximas etapas.

h,
Destaque,h
Lembrando: o técnico oficializará por escrito o proprietário se houver
documentos pendentes.
 

2.4 Etapa 3 - Vistoria Técnica


A vistoria técnica tem como objetivo investigar se a área da RPPN proposta é significativa para a
proteção da diversidade biológica. Existem também outros critérios complementares que devem
ser considerados, tais como:

• Possuir paisagens de grande beleza cênica.

• Reunir condições que justifiquem ações de recuperação ambiental, capazes de


promover a conservação de ecossistemas frágeis ou ameaçados.

• Poder de difusão da reserva na região.

• Áreas de conectividade.

Antes de darmos andamento à apresentação do procedimento de vistoria técnica, é importante


que você tenha em mente algumas orientações:

• Quem realiza a vistoria técnica são os Analistas Ambientais lotados nas unidades de
conservação, de preferência, as que estão próximas à área da RPPN proposta.

• A solicitação para a realização da vistoria técnica é feita pela área técnica responsável
pela criação da RPPN em Brasília, de forma oficial, com cópia para a Coordenação
Regional responsável pela unidade, visando acompanhar o andamento da vistoria.

• A vistoria deve seguir as orientações constantes no Formulário de Vistoria Técnica


adotado pelo ICMBio.

Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 21


• O formulário de vistoria técnica deve ser preenchido com o máximo possível de
informações, pois é o único momento em que o ICMBio tem contato com a área a
ser criada e o parecer técnico é importante para justificar a criação da RPPN.

• O formulário deve ser acompanhado de fotos da área e de estudos técnicos (se


houver). 

• Deverão ser coletados pontos de coordenadas geográficas dentro da reserva a fim


de averiguar se a localização da unidade de conservação confere com o memorial
descritivo.

O Formulário de Vistoria Técnica é um modelo padrão usado como roteiro para as vistorias.
Esse formulário está dividido em seis partes: Características da Proposta. Caracterização do
Proprietário ou Representante Legal da Reserva. Descrição da Reserva Proposta. Características
Ambientais da Reserva. Características sociais da reserva e do imóvel e Conclusão da vistoria
(parecer conclusivo).

Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 22


Imagem - Formulário de Vistoria Técnica

O parecer conclusivo da vistoria deve ser bem elaborado, justificando a criação ou não da reserva,
apontando principalmente os atributos e o estado de conservação da área.

Caso o parecer seja contrário à criação da RPPN, o Analista Vistoriador irá elaborar uma justificativa
acerca da impossibilidade. O proprietário deverá ser oficializado sobre o indeferimento da criação
da RPPN com a devida justificativa, via ofício.

2.5 Etapa 4 - Consulta Pública


Procedimento obrigatório para a criação da unidade de conservação, a consulta pública é o
instrumento que torna pública a intenção de criação da unidade, conforme estabelecido no
artigo 22, parágrafo 2º e parágrafo 3º, da Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000.

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A consulta pública é importante para que seja possível conhecer quaisquer impedimentos
ou limitações à criação da RPPN, tais como a existência de projeto de utilidade pública ou de
interesse social sobre a área, bem  como verificar se há propostas de criação de unidades de
conservação estadual ou municipal na área pretendida.

No caso da RPPN, a consulta pública é realizada por meio da divulgação da intenção do


reconhecimento da reserva. Os passos são os seguintes:

• Oficiar o órgão estadual de meio ambiente do Estado sobre a proposta de criação


da RPPN.

• Oficiar a prefeitura do município sobre a proposta de criação da RPPN.

• Publicar o extrato de aviso da consulta pública no Diário Oficial da União (DOU).

• Publicar informações sobre a proposta de criação da RPPN no site do Instituto Chico


Mendes.

• Caso seja necessário, informar outros órgãos públicos.

O prazo para manifestação sobre a proposta de criação da RPPN é de vinte dias, a partir da data
de publicação do extrato no Diário Oficial da União.

Imagem - Aviso de Consulta Pública publicado no DOU

A publicação do aviso no site do ICMBio é realizada via SIMRPPN: o técnico responsável pela


criação da reserva autoriza a liberação da consulta no sistema e automaticamente ela é publicada
no site do ICMBio, como demonstrado a seguir.

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Imagem - Consulta Pública publicada no Site do ICMBIo

Havendo alguma manifestação contrária à criação da reserva dentro do prazo estabelecido (20
dias), o questionamento será analisado dentro do contexto da proposta.

Realizada a consulta pública e não havendo impedimentos para a criação da RPPN, segue-se para
a próxima etapa.

2.6 Etapa 5 - Organização do Processo


Nesse ponto o processo de criação da RPPN já estaria bem avançado – já teria sido feita a pré-
análise da documentação, além da vistoria técnica e da consulta pública. 

Deve-se então organizar o processo de criação da RPPN para que seja submetido à Procuradoria
Federal Especializada do ICMBio. Com esse propósito, temos que elaborar os seguintes
documentos:

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• Nota Técnica

• Formulário de Consultas Obrigatórias da Procuradoria

• Minuta de Portaria

Observações sobre a elaboração desses documentos:

+ Nota Técnica

Consolida as informações técnicas sobre a reserva que foram apresentadas no


processo e também coletadas por meio de dados secundários. Quanto mais rica
de informações for a nota, mais fácil será a justificativa para o reconhecimento da
unidade. Além disso, o documento tem a função de manifestar a aprovação técnica
da reserva.

Os documentos usados como subsídios para elaboração da Nota Técnica são:


Formulário de vistoria técnica; Mapas confeccionados; Consulta pública; Dados
secundários da região e/ou município; Estudos técnicos disponíveis da região.

As informações da região onde está situada a proposta da RPPN podem ser coletadas
por meio de dados secundários, principalmente se existir estudos técnicos da região
ou até mesmo de um plano de manejo de uma unidade de conservação próxima à
área da reserva.

+ Formulário de Consultas Obrigatórias da Procuradoria

É padrão da Procuradoria e deve ser preenchido de acordo com os itens constantes


no documento, pois os Procuradores analisam o processo com base nas informações
prestadas no formulário e nos documentos juntados ao processo.

Deve constar no formulário a lista de documentos enviados pelo proprietário, a pré-


análise da cadeia dominial (tabela preenchida), o resultado da consulta pública e da
vistoria técnica, além de indicar se a área se sobrepõe a outras áreas protegidas ou
destinadas à concessão de lavras. É importante que esteja mencionada a aprovação
da criação da RPPN, por parte da área técnica, com a devida justificativa técnica.

+ Minuta da Portaria

É um documento padronizado do ICMBio, onde são inseridos o nome do imóvel e


da RPPN, tamanho da reserva, matrícula e registro da propriedade, bem como a
comarca do registro do imóvel e o nome do proprietário. Além disso, o memorial
descritivo da reserva é inserido no corpo da portaria.

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O processo deverá ser organizado, após a elaboração destes documentos, tendo a seguinte
composição:

• Requerimento de solicitação da RPPN.

• Documentação, conforme apresentada pelo proprietário.

• Mapas confeccionados (mapas elaborados pela área técnica na verificação das


peças cartográficas).

• Documentos comprobatórios da realização da consulta pública (Ofícios, aviso de


publicação no Diário Oficial da União e página impressa do SIMRPPN indicando a
RPPN proposta no site do ICMBio.

• Memorando solicitando a vistoria técnica.

• Formulário de Vistoria Técnica.

• Nota Técnica.

• Formulário de Consultas Obrigatórias.

• Minuta de Portaria de criação da RPPN.

Se houver algum outro documento ou estudo técnico que você avalie como importante para o
processo de criação da RPPN, ele também poderá ser juntado ao processo.

Organizado o processo, ele é enviado à Procuradoria para análise jurídica da proposta de criação
da RPPN e da minuta de Portaria.

h,
Destaque,h
O envio do processo à Procuradoria Federal Especializada do ICMBio deve ser
realizado por meio de Despacho Interlocutório, via Diretoria, e com a devida
aprovação da criação da RPPN.

2.7 Etapa 6 - Análise Jurídica


Os passos realizados pela Procuradoria são a análise jurídica dos documentos e a análise da
minuta de portaria. Isso é feito com base no Decreto nº 5.746/2006. Além da documentação, é
examinado se todos os procedimentos para a criação da RPPN foram devidamente executados
(vistoria técnica e consulta pública).

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A Procuradoria analisa basicamente:

• Se todos os documentos foram encaminhados, se estão atualizados e de acordo


com as especificações estabelecidas na legislação.

• Se o requerente foi assinado realmente pelo proprietário do imóvel.

• Se existe algum impedimento ou ônus registrado ou averbado na escritura pública


do imóvel.

• Se a cadeia trintenária do imóvel foi devidamente apresentada.

• Se o representante legal, quando pessoa jurídica, tem poder legal para assinar o
requerimento e o termo de compromisso.

• Se existe alguma incoerência com relação às informações prestadas pelo proprietário


e os documentos apresentados no processo.

• Se a consulta pública foi realizada conforme previsto na legislação e se não houve


nenhum impedimento com relação à criação da RPPN.

• Se a vistoria técnica foi realizada e o parecer foi favorável à criação da RPPN.

• Se a área técnica e o Diretor responsável aprovaram a criação da RPPN.

São também verificados os seguintes itens da minuta de Portaria:

• Nome da reserva => com base no requerimento.

• Tamanho da área da reserva => com base no requerimento e nas peças cartográficas.

• Nome do imóvel => com base no requerimento e na escritura pública do imóvel.

• Município e Estado da propriedade => com base no requerimento e na escritura


pública do imóvel.

• Nome do proprietário => com base na escritura pública do imóvel.

• Matrícula, registro, livro e comarca do imóvel => com base na escritura pública do
imóvel.

• Memorial descritivo da RPPN => com base no memorial descritivo da reserva.

• Artigos padrões do texto da portaria.

Caso a Procuradoria identifique alguma pendência ou que um determinado documento não


esteja de acordo com as especificações apontadas na legislação, o processo é devolvido à área
técnica que oficializará o proprietário sobre a questão. Ao contrário, se não constar nenhuma
pendência, a Procuradoria emite seu parecer favorável à criação da RPPN.

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Pode ocorrer o indeferimento da proposta de criação da RPPN, se alguma questão
jurídica problemática for identificada na documentação apresentada no processo.

2.8 Etapa 7 - Emissão do Termo de Compromisso


Com o parecer favorável à criação da RPPN, tanto da área técnica, como da área jurídica, a etapa
subsequente é a emissão do Termo de Compromisso, que é um documento padronizado pelo
ICMBio e tem como objetivo a averbação da RPPN à margem da matrícula do imóvel.

Esse documento é assinado pelo Diretor do ICMBio e enviado ao proprietário junto com um
ofício informando sobre os passos para a averbação do Termo.
 

As informações constantes no Termo de Compromisso precisam ser


apresentadas de forma correta. O memorial descritivo da RPPN deve estar de
acordo com o memorial aprovado pela área técnica.

Imagem - Modelo do Termo de Compromisso

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2.9 Etapa 8 - Averbação do Termo de Compromisso
Esta etapa começa com o proprietário do imóvel, que deverá requerer ao Cartório de Registro de
Imóveis a averbação do Termo.

h,
Destaque,h
O oficial do cartório poderá solicitar outros documentos ao proprietário no
ato da averbação do Termo de Compromisso, visando regularizar alguma
pendência fundiária do imóvel.

Após a averbação do Termo, o proprietário enviará ao ICMBio, em Brasília, a certidão comprobatória


da averbação da RPPN, pelo correio ou via correio eletrônico no formato PDF.

Imagem - Exemplo de averbação do Termo de Compromisso

O texto averbado na certidão comprobatória de averbação da RPPN será conferido com o do


Termo de Compromisso encaminhado ao proprietário (principalmente se o memorial descritivo
foi detalhado de forma correta). Essa conferência é realizada por meio de comparação dos
documentos. Caso haja alguma informação que não seja aquela indicada no Termo, o proprietário
precisará retificar a averbação da RPPN.

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2.10 Etapa 9 - Publicação da Portaria
Averbado o Termo de Compromisso, o processo de criação da RPPN é enviado a Presidência do
ICMBio, para que a Portaria de criação da reserva seja assinada e publicada no Diário Oficial da
União. Após a publicação, a RPPN está oficialmente criada.

Imagem - Portaria de Criação de RPPN

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2.11 Etapa 10 - Conclusão do Processo
A RPPN  foi finalmente criada! Agora são necessários alguns procedimentos administrativos
visando organizar e finalizar o processo de criação da reserva:

+ Confeccionar o Certificado de criação da RPPN

Esse documento é  simbólico, mas muito comemorado pelos proprietários. O


certificado é assinado pelo Presidente do ICMBio.

Imagem - Modelo de Certificado de criação de RPPN

+ Comunicar oficialmente a criação da RPPN ao proprietário

A comunicação é realizada por meio do envio de ofício com cópia da Portaria de


criação da reserva e o Certificado de Criação. Além disso, é comum também o envio
de publicações sobre RPPNs para que o proprietário possa ter mais informações
sobre a gestão da reserva.

+ Finalizar o processo de criação da RPPN no Sistema Informatizado de Monitoria de


RPPN

Esse procedimento é importante, pois a reserva entra na lista oficial de RPPN do


Governo Federal e fica disponível para consulta do público em geral.

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+ Atualizar a RPPN no Cadastro Nacional das Unidades de Conservação

Cadastro atualizado pelo ICMBio no caso das unidades de conservação federais


e mantido pelo MMA com a colaboração dos Órgãos gestores federal, estaduais
e municipais. Seu principal objetivo é disponibilizar um banco de dados com
informações oficiais do SNUC.

Neste ambiente são apresentadas as características físicas, biológicas, turísticas,


gerenciais e os dados georreferenciados das unidades de conservação. Assim a
sociedade pode acompanhar os resultados das ações governamentais de proteção
do patrimônio biológico nacional. 

h,
Destaque,h
Vistorias de acompanhamento serão realizadas na área da RPPN sempre que
possível.

Ao ser concluído, o processo de criação da RPPN deverá ter, no mínimo, os seguintes documentos:

• Requerimento de solicitação da RPPN.

• Documentação, conforme apresentada pelo proprietário.

• Mapas confeccionados pela área técnica.

• Documentos comprobatórios da realização da consulta pública (Ofícios, aviso de


publicação no Diário Oficial da União e página impressa do SIMRPPN indicando a
RPPN proposta, site).

• Memorando solicitando a vistoria técnica.

• Relatório de Vistoria Técnica.

• Nota Técnica.

• Formulário de Consultas Obrigatórias.

• Minuta de Portaria de criação da RPPN.

• Parecer Jurídico.

• Termo de Compromisso assinado pelo Diretor responsável.

• Certidão de averbação da RPPN.

• Portaria de criação da RPPN.

• Cópia do Certificado de criação da RPPN.

• Oficio comunicando a criação da RPPN.

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Deverão ser reunidas no processo outras possíveis informações existentes sobre a reserva. Ao
longo do tempo serão anexados outros documentos, buscando consolidar todas as informações
sobre a RPPN em um só processo.

Referências
BRASIL. Decreto n.º 5.746, de 05 de abril de 2006. Regulamenta o art. 21 da Lei n.º 9.985, de 18
de julho de 2000.

CERTIDÃO Negativa de Débitos do Imóvel Rural é emitida automaticamente pela internet.


Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – Cadastro Rural. Disponível no link:
http://www.cadastrorural.gov.br/noticias/rfb/certidao-negativa-de-debitos-do-imovel-rural-e-
emitida-automaticamente-pela-internet - acessado em 08/07/2020.

DISTRITO FEDERAL. Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios. Registro de Imóveis.


Brasília, 2014. Disponível em: https://www.tjdft.jus.br/informacoes/extrajudicial/manuais/
cartilhas/registro-de-imoveis/view - acessado em 08/07/2020.

O que é Cadeia Dominial? Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária. Disponível em:
http://www.incra.gov.br/pt/perguntas-frequentes-acesso-inf.html - acessado em 08/07/2020.

Roteiro para Criação de RPPN Federal. Reserva particular do Patrimônio Natural / José Luciano
de Souza, Dione Angélica de Araújo Côrte. – Brasília, DF: Instituto Chico Mendes de Conservação
da Biodiversidade, 2011. 92p.: il. color; 25 cm.

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