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COLÉGIO ESTADUAL MÁRIO AUGUSTO TEIXEIRA DE FREITAS

TRABALHO INTERDICIPLINAR

SALVADOR - BA
23/10/2022

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COLÉGIO ESTADUAL MÁRIO AUGUSTO TEIXEIRA DE FREITAS

COPA DO MUNDO DE FUTEBOL – 2022

2° ANO F (matutino)

SALVADOR - BA
23/10/2022

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SUMÁRIO

Introdução ..................................................................................................................04
Copa do Mundo Futebol –
2022: ................................................................................05
Origem da Copa do
Mundo ........................................................................................05
Países que conquistaram a copa do
mundo ..............................................................06
Países participantes nessa edição ............................................................................07
Por que da realização dessa edição em novembro e não em julho ..........................09
Equador: ....................................................................................................................10
Localização ................................................................................................................10
Extensão territorial .....................................................................................................11
População ..................................................................................................................11
Regime político ..........................................................................................................12
Religião ou credos predominantes ............................................................................16
Cultura .......................................................................................................................17
Costumes e tradição ..................................................................................................17
Culinária .....................................................................................................................1
8
O Racismo no
Equador ..............................................................................................19
O Racismo no
futebol .................................................................................................21
Discriminação Racial
contemporânea ........................................................................24
Quais as atitudes, projetos que a FIFA tem realizado para promover uma política de
paz, harmonia e convivência no ambiente futebolista de respeito a
diversidade ......25
Conclusão ..................................................................................................................27
Referência .................................................................................................................28

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INTRODUÇÃO

O presente trabalho fala sobre a Copa do Mundo de 2022, mas concretamente os


motivos pela qual ela ocorre, e por qual motivo irá ser em novembro. o trabalho
também aborda características do país: Equador, país sul-americano que tem suas
fronteiras com a Colômbia e o Peru, sua extensão é vasta e ampla.
Nesse ano cerca de 32 seleções iram participar de uma das maiores competições de
futebol de todo o mundo, uma delas é o Equador que está no grupo A, a seleção
equatoriana participará de sua quarta edição da Copa do Mundo de Futebol em
2022.
O objetivo desse trabalho é informar tudo que irá ocorrer no mundo no próximo mês,
e mostrar todos os bastidores por trás de uma das maiores competições de futebol.
Além de passar para vocês um pouco sobre o país escolhido, mostrando as
características e tradições, com um pouco de critica social sobre o Racismo que
envolve muitos e muitos jogadores de futebol.

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COPA DO MUNDO DE FUTEBOL – 2022

Origem da Copa do Mundo


A Copa do Mundo é uma competição internacional organizada pela Federação
Internacional de Futebol a cada quatro anos. A Copa passou a ser realizada em
1930, com a primeira competição sediada pelo Uruguai. A escolha da nação-sede é
determinada em eleições feitas pela própria Fifa.
A Copa do Mundo é um dos maiores eventos esportivos do planeta e, a cada
quadriênio, bilhões de pessoas assistem aos jogos realizados. As edições de 2010
(que ocorreu na África do Sul) e 2014 (no Brasil) contaram com cerca de 3,2 bilhões
de espectadores, segundo dados compartilhados pela Fifa. A final da Copa do
Mundo de 2014 registrou, sozinha, aproximadamente 1 bilhão de espectadores.
A organização de uma Copa do Mundo também gera gastos consideráveis – muito
em parte por conta das altas exigências da Fifa. A Copa de 2014 teve gastos de
aproximadamente R$ 8 bilhões somente com estádios, ao passo que a edição de
2010 registrou aproximados R$ 4 bilhões.
A primeira Copa do Mundo aconteceu em 1930, após muitos anos de tentativas de
se organizar uma competição mundial de futebol. O início do evento está
diretamente ligado ao surgimento da Fifa e sua atuação na popularização e
profissionalização do futebol. A Federação foi fundada em 1904 e contou com a
adesão inicial das seguintes nações: Bélgica, Dinamarca, França, Holanda,
Espanha, Suécia e Suíça.
Os primeiros esforços na direção de se organizar uma competição como a Copa do
Mundo foram realizados por um dos idealizadores da Fifa, o holandês Carl Anton
Wilhelm Hirschman. Contudo, o grande responsável pela realização da primeira
Copa do Mundo foi Jules Rimet, presidente da Fifa durante mais de trinta anos.
Os esforços de Jules Rimet concentraram-se na década de 1920, principalmente
após o sucesso da competição de futebol realizada nos Jogos Olímpicos de 1924 e
1928 – ambos vencidos pelo Uruguai. A partir daí as negociações pela realização de
uma competição de futebol desvinculada do Comitê Olímpico Internacional (COI)
intensificaram-se.
A reunião final que levou à decisão de organizar o primeiro Mundial saiu em 1928,
em Amsterdã, na Holanda. Posteriormente, tal resolução foi ratificada em reunião em
Zurique. Nesses encontros estabeleceu-se o básico de uma Copa do Mundo: o
evento seria realizado a cada quatro anos, inicialmente com um troféu produzido e

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oferecido pela própria Fifa, seria aberto a nações de todos os continentes e, se
necessário, haveria eliminatórias para determinar os participantes.
A definição da sede, no entanto, só aconteceu em 1929 e foi um assunto que
resultou em acalorados debates. Para sediar a Copa de 1930, houve a candidatura
das seguintes nações: Hungria, Itália, Holanda, Espanha, Suécia e Uruguai. A
escolha pelo Uruguai como sede do Mundial foi determinada em um congresso
realizado em Barcelona.
A decisão é atribuída a múltiplos fatores. Desportivamente falando, ele representava
a maior potência futebolística e já era bicampeão olímpico à época. Quanto a
questões financeiras, havia o fato de que o Uruguai se comprometeu a pagar as
despesas de todos os participantes e a construir um novo estádio para a
competição. A primeira Copa do Mundo contou com treze participantes:
Europa: Bélgica, Romênia, Iugoslávia e França
América do Norte: EUA e México
América do Sul: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Paraguai, Peru e Uruguai
Nessa edição, o Uruguai confirmou seu favoritismo e venceu a competição após
bater os argentinos na final pelo placar de 4x2. A participação brasileira foi modesta,
sobretudo porque havia um racha entre paulistas e cariocas – assim, quase todos os
convocados paulistas boicotaram a Copa do Mundo. O Brasil acabou eliminado na
primeira fase após dois jogos (derrota contra a Iugoslávia por 2x1 e vitória contra a
Bolívia por 4x0).

Países que conquistaram a Copa do Mundo


A cada quatro anos, as seleções nacionais de futebol - em todo planeta - entram em
campo visando um único objetivo: o título da Copa do Mundo. A honraria é para
poucos, já que entre os 211 países filiados à FIFA, apenas oito conseguiram
conquistar a taça mais cobiçada do futebol mundial.

Foram 21 edições disputadas, até aqui, com a França sendo a última sendo a última
campeã da competição da FIFA. Os franceses conquistaram seu segundo troféu em
2018, tendo sido campeões pela primeira vez em 1998.

"Quem tem mais, tem cinco". A frase é constantemente usada por torcedores da
maior seleção do mundo: a Brasileira. O Brasil é cinco vezes Campeão do Mundo,
tendo grandes nomes como protagonistas: Pelé, Garrincha, Romário, Ronaldo,
Rivaldo, entre outros.

A Canarinha foi campeão pela primeira vez em 1958 - a primeira Copa do Rei Pelé.
Os brasileiros voltaram a ser campeões na edição seguinte, em 1962, e depois
em 1970 - se tornando a primeira seleção Tricampeã. O Tetracampeonato veio
apenas em 1994, nos Estados Unidos, enquanto o Penta foi conquistado em 2002,
na Copa do Mundo do Japão e Coreia do Sul.

Além da Seleção Brasileira, que conquistou cinco das 21 Copas do Mundo,


a Alemanha e a Itália também aparecem entre as maiores campeãs do torneio.
Ambos países europeus conquistaram quatro títulos, cada.

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Ainda na Europa, a França aparece com dois títulos, enquanto que na América do
Sul, a Argentina e o Uruguai também levantaram o troféu duas vezes. Com apenas
uma conquista, a Espanha e a Inglaterra fecham a lista de seleções Campeãs do
Mundo de futebol. Confira a lista:

1. Brasil: 5 títulos (1958, 1962, 1970, 1994 e 2002)


2. Alemanha: 4 títulos (1954, 1974, 1990 e 2014)
3. Itália: 4 títulos (1934, 1938, 1982 e 2006)
4. Argentina: 2 títulos (1978 e 1986)
5. Uruguai: 2 títulos (1930 e 1950)
6. França: 2 títulos (1998 e 2018)
7. Espanha: 1 título (2010)
8. Inglaterra: 1 título (1966)

Países participantes nessa edição

Após quase dois meses do sorteio dos grupos, a lista de 32 seleções classificadas
para a Copa do Mundo de 2022 está completa. Completaram o grupo de países que
jogarão a Copa no Catar as seleções de Costa Rica e Austrália. As duas seleções
disputaram a repescagem internacional para o Mundial.
A Copa do Mundo do Catar acontece entre 20 de novembro e 18 de dezembro. O
Mundial será disputado no final do ano por conta das altas temperaturas no Catar.

A partida de abertura será entre catar, país anfitrião, e Equador, no Estádio Al Khor,
às 13h no horário de Brasília. No dia seguinte, Senegal encara a Holanda, a
Inglaterra enfrenta o Irã e EUA enfrenta o País de Gales. O Brasil, no Grupo G,
estreia contra a Sérvia, no dia 24 de novembro. Suíça e Camarões também estão no
grupo da seleção Brasileira. A lista das seleções classificadas para a Copa de 2022:

 Alemanha
 Arábia Saudita
 Argentina
 Austrália
 Bélgica
 Brasil
 Camarões
 Canadá
 Catar
 Coreia do Sul
 Costa Rica
 Croácia
 Dinamarca
 Equador
 Espanha
 Estados Unidos
 França
 Gana

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 Holanda
 Inglaterra
 Irã
 Japão
 Marrocos
 México
 País de Gales
 Polônia
 Portugal
 Senegal
 Sérvia
 Suíça
 Tunísia
 Uruguai

Grupos da Copa do Mundo do Catar

Grupo A 
 CATAR
 EQUADOR
 SENEGAL
 HOLANDA

Grupo B
 INGLATERRA
 IRÃ
 ESTADOS UNIDOS
 PAÍS DE GALES

Grupo C
 ARGENTINA
 ARÁBIA SAUDITA
 MÉXICO
 POLÔNIA

Grupo D
 FRANÇA
 AUSTRÁLIA
 DINAMARCA
 TUNÍSIA

Grupo E
 ESPANHA
 COSTA RICA
 ALEMANHA
 JAPÃO

Grupo F
 BELGICA

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 CANADÁ
 MARROCOS
 CROÁCIA

Grupo G
 BRASIL
 SÉRVIA
 SUÍÇA
 CAMARÕES

Grupo H
 PORTUGAL
 GANA
 URUGUAI
 COREIA DO SUL

Por que da realização dessa edição em novembro e não em


julho?
Faltam cinco meses para a Copa do Mundo começar. A edição de 2022, que será
disputada no Catar, terá início no dia 21 de novembro. A final será definida no dia 18
de dezembro. Pela primeira vez na história, um Mundial acontecerá no fim do ano.
Em vez das festas juninas se misturarem com as decorações de Copa, como é de
praxe, as decorações natalinas estão presentes no torneio mais importante do
futebol.
Mas por que a Copa do Mundo será no fim do ano? O motivo é climático. Em junho,
as temperaturas no Catar são muito elevadas, podendo chegar aos 50ºC, o que
torna o esporte impraticável. Entre novembro e dezembro, isso não acontece, o
clima é mais ameno.
A Fifa anunciou em 2010 que o Catar sediaria o Mundial de 2022. Apenas em 2015,
porém, a data foi confirmada. Nesses cinco anos, foi colocada em pauta a
possibilidade de serem construídos estádios com refrigeração, que ajudariam a
amenizar o calor e permitiriam que a Copa acontecesse nos meses tradicionais. A
ideia, porém, não foi suficiente, e a entidade confirmou a mudança para o fim do
ano.
Uma das razões para esses cinco anos em que a data não foi confirmada é que a
decisão afeta o calendário do futebol. Na Europa e em outros países, a temporada
termina e começa no meio do ano. As edições anteriores de Copa do Mundo,
portanto, aconteceram depois dos principais campeonatos. Desta vez, a disputa
entre as principais seleções do planeta acontecerá no meio da temporada europeia,
continente que reúne os maiores craques.
Fisicamente, essa mudança pode ser boa, em relação à qualidade dos jogos, já que
grande parte dos atletas estará em plena forma física e com menos desgaste. Quem
chegar melhor terá a chance de levantar a taça da 22ª edição de Copa do Mundo.

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EQUADOR
Os espanhóis chegaram à região que corresponde ao Equador somente em 1526.
Esses conquistadores aproveitaram-se da luta entre os incas pela sucessão do
império e conquistaram o território.
Ao aderir a Federação da Grã-Colômbia, o país libertou-se do domínio espanhol.
Sua independência ocorreu apenas em 1830. Durante os séculos XIX e XX, houve
uma alternância no poder entre conservadores e liberais.
 Golpe militar e atualidade
O cenário político em 1932 foi dominado pelo líder populista José Maria Velasco
Ibarra. No ano de 1972, houve um golpe militar, e a redemocratização só teve início
em 1978.
A partir do fim dos anos 1990, o país enfrentou uma grave crise que resultou
também em uma crise política. Durante três anos, dois presidentes foram
destituídos.
Com o objetivo de reduzir a crise econômica, o governo, em 2003, anunciou cortes
de salários e redução de gastos públicos e retomou as negociações com o Fundo
Monetário Internacional (FMI).

Localização do Equador
Localizado no noroeste da América do Sul, o território do Equador limita-se com a
Colômbia (ao norte), Peru (ao sul e a leste) e com o Oceano Pacífico (a oeste). Seu
nome origina-se da linha imaginária que divide o planeta em dois hemisférios e que
atravessa o país em toda a sua dimensão. Além do território continental, também faz
parte do país, as ilhas Galápagos (localizadas a 960 quilômetros), muito conhecidas
por terem sido estudadas por Charles Darwin, que elaborou a Teoria da Evolução
das Espécies.
O Equador foi colônia espanhola, após várias tentativas de independência, o general
Antonio José de Sucre, enviado de Simón Bolívar, derrotou o exército espanhol em
1822. O país, juntamente com a Colômbia, Venezuela, Equador e Panamá, passou
a integrar a Federação da Grã-Colômbia. No dia 24 de maio de 1830, o Equador
tornou-se um estado autônomo, oficializando sua independência.

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Seu território, no noroeste da América do Sul, é cortado por duas cadeias
montanhosas da Cordilheira dos Andes. Entre elas há um planalto central (altiplano),
onde fica Quito, a capital, e onde predominam moradores de origem indígena. No
litoral, habitado principalmente por negros, mulatos e descendentes de europeus,
desenvolvem-se as culturas de café, cacau e, em especial, a banana, produto do
qual o Equador é um dos grandes exportadores mundiais.
Coberta pela selva amazônica, a região leste possui importantes reservas de
petróleo. Em 2001, uma grave crise econômica levou o governo a abandonar a
moeda nacional, o sucre, e a adotar o dólar. Em fins de 2006, Rafael Correa foi
eleito presidente da República.

Extensão Territorial
A extensão territorial do Equador é de 256.370 km². Este país está situado sobre
a linha do equador (de onde foi tirado seu nome), possui algumas ilhas situadas ao
lado do continente e, a 1000 km do seu litoral, o arquipélago das Ilhas Galápagos.
Juntamente com o Chile são os únicos países que não fazem fronteira com o Brasil.
Limita, ao sul e a leste, com o Peru, ao norte com a Colômbia e a oeste com
o oceano Pacífico.
Dada à abundância de chuvas, o Equador dispõe de uma rica rede hidrográfica,
menos nas zonas ocidentais e meridionais áridas da costa. Os rios, em sua maioria,
se originam na Cordilheira dos Andes e correm, para o leste, em direção à planície
amazônica ou para o oceano Pacífico, nesta região podemos destacar os seguintes
rios: Mataje, Santiago, Esmeraldas, Chone, Guayas, Jubones e Puyango-Tumbes.
O Equador é um país onde existem muitos vulcões e podemos dividi-lo em quatro
zonas bem diferenciadas: Serra (cordilheira andina, região de maior altitude do país,
em alguns casos, as montanhas ultrapassam os 6000 m), A região amazônica, rica
em petróleo (situada a leste, quase toda plana e com vegetação bem densa). A
costa, situada entre os Andes e o Pacífico (possui 800 km de extensão, é a região
mais fértil do país e sua largura oscila entre 50 e 150 km) e as Ilhas Galápagos, cuja
biodiversidade é muito variada (formado por 13 ilhas vulcânicas, 6 ilhas menores e
107 rochas e ilhotas).
Por ser um país pequeno e situado sobre a linha do equador, lá só existem duas
estações: seca e úmida. A oscilação térmica ocorre em função da altitude e da
proximidade da cordilheira ou da influência marítima. Assim, ocorre, naquele país,
uma série de microclimas de acordo com a região.
A flora do Equador é muito rica já que imensa parte do seu território está situada na
selva amazônica, mas também existem, nas savanas, plantas xerófilas (aquelas que
precisam de pouca água para sobreviver) e bosques cobrindo as laterais dos Andes.
No Equador também encontramos regiões com matagais, regiões pantanosas
e gramíneas.
A variedade da flora permite uma grande diversidade da fauna. No Equador, existem
Llamas nas regiões mais altas, répteis e jacarés nas regiões pantanosas e uma
grande variedade de peixes nos rios. Naquele país, também encontramos uma
grande variedade de araras e papagaios multicoloridos. Há, além

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destes, pumas, jaguatiricas, tamanduás, serpentes venenosas e andorinhas do mar,
entre outros.

População
O povo do Equador é constituído de uma diversidade étnica. Os mestiços
(descendentes de índios e espanhóis) representam 77,42% da população, os
brancos (descendentes de espanhóis) somam 10,45%, os indígenas representam
aproximadamente 6,83% do total. O restante do povo é constituído de negros (vivem
geralmente no norte da costa) e de uma minoria de pessoas vindas de países do
oriente médio como a Jordânia, Líbano, Sírios e Palestinos. Eles têm tido destaque
na área política, haja vista que já elegeram dois presidentes, são eles: Abdala
Bucaram e Jamil Mahuad.
Segundo censo, realizado em 2007, havia, no Equador, uma população de
13.755.680 habitantes. A densidade demográfica daquele país é de 53,8 hab/km². A
distribuição por idades se dá da seguinte forma: 32,6% de 0 a 14 anos (2.282.319
homens e 2.196.685 mulheres), 62,3% de 15 a 64 anos (4.271.848 homens e
4.301.149 mulheres) e 5,1% com mais de 65 anos (330.302 homens e 373.377
mulheres). 91% da população são alfabetizados, se levarmos em conta as pessoas
com mais de 15 anos, capazes de ler e escrever (92,3% dos homens e 89,7 das
mulheres).
A taxa de crescimento da população foi de 1,55% e a de natalidade foi de 2,63
crianças por mulher. Para cada mil habitantes, a taxa de nascimentos foi de 21,91 e
a de mortalidade foi de 4,21 (sendo que a taxa de mortalidade infantil é de 22,1/1000
hab). A expectativa de vida foi de 76,62 anos. 73,74 para os homens e 79,63 para as
mulheres.
Aproximadamente 65% da população vivem nos centros urbanos, o restante (35%)
em localidades rurais (porcentagem rural maior do que nos países vizinhos).
No Equador, o idioma oficial é o espanhol, mas também se fala o quíchua, língua
falada pelos incas e também por civilizações anteriores a eles. A religião
predominante, daquele país, é o catolicismo, professado por 95% da população.
O povo equatoriano é extremamente hospitaleiro, tem um sotaque característico e é
constituído de pessoas bem-humoradas. Os indígenas e camponeses deste país
conservam suas tradições, amam a terra e fazem oferendas para homenagear os
deuses, as forças da natureza e sua origem. Antes de iniciar o plantio, ofertam folhas
de coca, cerveja ou pisco (água ardente de uva) à Pacha Mama, a mãe terra. Para
agradecer a possibilidade de poder saciar sua sede, sempre que vão ingerir algum
líquido, os índios e os camponeses derramam um pouco da bebida no chão.

Regime Político
A política do Equador é determina pela Constituição que prevê um mandato de
quatro anos para o presidente, o vice-presidente e para os membros da Assembleia
Nacional. Havendo a possibilidade de reeleição para um mandato subsequente.

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De acordo com o artigo 62 da Constituição, todos os cidadãos têm direito de  voto
universal, igual, direto, secreto e escrutinado publicamente, desde que estejam no
gozo de seus direitos políticos (incluindo cidadãos privados de liberdade). O voto
será obrigatório para cidadãos com idade igual ou superior a 18 anos e igual ou
inferior a 65 anos. O voto será facultativo aos cidadãos com idade entre 16 e 18
anos, maiores de 65 anos, militares, portadores de deficiência e cidadãos que
residam no exterior.[1]
Os governos provinciais e municipais, e os legislativos provinciais e municipais são
diretamente eleitos. O Congresso funciona o ano inteiro exceto nos recessos, em
julho e em dezembro. Há 20 comitês de 7 membros cada funcionando no Congresso
permanentemente.
Poder Executivo - O Equador é uma república presidencialista. O chefe de Estado e
de governo é o presidente da República. O Equador já teve 109 presidentes. O 109º
é Guillermo Lasso, no cargo desde 24 de maio de 2021.
Poder Legislativo - A Assembleia Nacional é unicameral e terá sua sede em Quito.
Excepcionalmente, pode reunir-se em qualquer parte do território nacional. A
Assembleia Nacional será composta por:
 Quinze membros da Assembleia eleitos em uma circunscrição nacional.
 Dois membros da Assembleia eleitos por cada província, e mais um por cada
duzentos mil habitantes ou fração superior a cento e cinquenta mil, de acordo
com o último censo nacional da população.
 A lei determinará a eleição dos membros das assembleias das regiões, distritos
metropolitanos e o distrito eleitoral externo.
A atual legislatura é formada por 137 membros, eleitos diretamente por voto popular,
nas províncias, para um período de 4 anos. Além da Assembleia Nacional, o
Equador possui órgãos legislativos nas províncias e nos municípios.
Poder Judiciario - A Suprema Corte do Equador é composta de 21 juízes. O país
não aceita jurisdição compulsória da Corte Internacional de Justiça. Os novos
membros da Suprema Corte são escolhidos pelos membros atuais da corte. Há
também uma Corte Eleitoral e uma Corte Constitucional. Numa crise política em
2004, membros da Corte Eleitoral e da Corte Constitucional foram substituídos pelo
Congresso. Em 2005, foi a vez do Congresso substituir 27 dos 31 juízes da Suprema
Corte.
Acabou o período experimental para o governo de Guillermo Lasso, proporcionado
pelos números da vacinação que, além do relato oficial e contradizendo seus
aderentes ultraliberais, teve muito mais esforço público e cooperação
intergovernamental do que sucesso empresarial. A vacinação naturalmente atraiu a
atenção da população e a oposição foi condescendente, felicitando Lasso e
abstendo-se de qualquer tipo de escrutínio. De qualquer forma, e inclusive antes do
fim desse período experimental, as primeiras tensões e conflitos não demoraram a
aparecer em um país completamente submerso em uma crise econômica, social e
sanitária sem precedentes. Além das tensões sociais com as quais o governo de
Lasso tem lidado mal, há a má gestão da relação com a Assembleia, a explosão de
uma crise carcerária sem precedentes e uma nova exposição – neste caso com os
holofotes internacionais dos Pandora Papers – da rede offshore com a qual Lasso
tem escondido seu capital e fugido de suas obrigações fiscais. 

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Os primeiros problemas surgiram no agro, quando vários grêmios exigiram que o
governo cumprisse suas promessas de campanha sobre a definição de preços de
sustentação para vários produtos, como o arroz. Já são várias semanas de protestos
reprimidos pela força pública, Lasso já nomeou dois ministros de Agricultura e, ainda
assim, não se vislumbra nenhuma solução. Os sindicatos dos professores do ensino
público também se manifestaram desde cedo para reivindicar o aumento dos seus
salários, enquanto o governo se apega ao Tribunal Constitucional para que este
resolva, em último caso, o conflito contra os professores. Após uma primeira decisão
geral que consideraram favorável, os professores suspenderam as greves de fome,
sem que o conflito tenha chegado ao fim. 
O aumento dos preços dos combustíveis e seu inegável impacto na capacidade
aquisitiva da população desencadearam, no mês de agosto, os primeiros protestos,
liderados pela Confederação Nacional de Indígenas do Equador (CONAIE), que
possui uma histórica capacidade de mobilização. A primeira resposta de Lasso foi
chamá-los de anarquistas desestabilizadores, como já tinha feito durante o
emblemático levante popular de outubro de 2019 contra as políticas do ex-
presidente Lenín Moreno. As organizações sociais não caíram na provocação de
Lasso, insistiram em sua abertura a dialogar e obrigaram o presidente a dançar essa
dança. Diante das tentativas do regime para dividi-los, o presidente da CONAIE,
Leonidas Iza, insistiu que o diálogo deveria ser com um amplo número de
representantes do Parlamento dos Povos, em que a CONAIE conflui com várias
organizações sociais desde a resistência de outubro de 2019.
O encontro entre o governo e representantes do Parlamento dos Povos aconteceu,
por fim, em 4 de outubro. Lasso recebeu Iza e vários líderes sociais em um contexto
muito delicado para ele: esgotado o período experimental e com um saldo cada vez
mais negativo em sua relação com a Assembleia Nacional, que
recentemente rejeitou seu projeto de lei econômica urgente que buscava aumentar a
carga tributária na classe média.
Lasso teve a oportunidade de ensaiar o caminho da negociação política com as
organizações do Parlamento dos Povos. Por sua vez, elas consideraram que era o
momento de jogar duro, tanto pela insustentável situação do país como por ver um
Lasso certamente atingido pela conjuntura dos últimos dias e pelo saldo negativo
das suas manobras políticas. Embora Leonidas Iza não controle totalmente seu pátio
interno (existem tensões com várias organizações e a relação com a bancada
parlamentar do seu braço político, o Pachakutik, tem altos e baixos), ele chegou ao
encontro com uma postura firme e propostas para a recuperação econômica:
revogação dos decretos que liberalizaram o preço dos combustíveis na época de
Moreno, desoneração financeira para os devedores dos bancos, definição de
estratégias para que sejam cobertos os mecanismos de produção dos camponeses
afetados pela crise e rejeição do projeto de lei econômica urgente, que busca
flexibilizar mais a contratação laboral, agilizar as privatizações e aprofundar a
desregulamentação financeira. 
Embora Lasso tenha sido rápido em destacar os benefícios do diálogo e as
coincidências de diagnóstico com seus participantes, logo se soube que o presidente
optou por não ceder, nem mesmo por cálculo político. Do ponto de vista tático, esta
era uma oportunidade para Lasso liberar certas tensões em um momento em que
muitas coisas estão em jogo, mas ele escolheu não fazê-lo. Isto certamente levará a

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uma relação mais tensa com as organizações sociais que, de acordo com
seus comunicados, irão definir as próximas ações a serem tomadas. 
Na reunião com Iza e o Parlamento dos Povos, Lasso despreza novamente a gestão
política e opta pelo desencontro. Talvez por isso, a estratégia comunicacional matize
o uso do “encontro” e inclua uma ideia mais etérea de “país das oportunidades”. Fica
claro, no entanto, que quem acessa as oportunidades oferecidas pelo governo é um
grupo cada vez mais fechado, que se beneficia da agenda de aprofundamento de
um neoliberalismo desenhado para o capital financeiro. 
Além das tensões com as organizações sociais, a sorte que a Lei Econômica
Urgente de Lasso tem tido até agora nos permite analisar outros desacertos
políticos. A devolução desse projeto normativo chamado “Lei de Oportunidades”
deixou claro que sua inaugural (e frágil) aliança parlamentar com o Pachakutik (PK)
e a Izquierda Democrática (ID) foi um amor passageiro que também custou caro a
essas duas forças legislativas, que atravessam suas próprias crises e colapsos. Os
votos dos membros do PK, ID e UNES no Conselho de Administração Legislativa
(CAL) foram fundamentais para que o projeto de lei não fosse qualificado, sendo
devolvido. Um dos votos do PK é da própria presidente da Assembleia, a quem
Lasso lembrou que estava no cargo graças a seu apoio e lhe exigiu publicamente
que o projeto de lei fosse aprovado. Além disso, a relação tensa de Lasso com
o Partido Social Cristiano (PSC) se aprofunda após a ruptura do acordo de
governabilidade de maio, do qual o correísmo (UNES) também formava parte. A
difícil amálgama que se formou na campanha entre rivais de direita (a tradicial
oligarquia que o PSC representa e os interesses do capital financeiro que Lasso
representa) volta, pouco a pouco, ao enquadramento tradicional destas forças de
direita. Estas quatro bancadas, UNES, PSC, ID e PK, assinaram um comunicado
conjunto para dizer que Lasso deve respeitar a lei e os canais democráticos, e que
terão prazer em discutir um projeto que não viole a Constituição.
Na Assembleia Nacional, Lasso está sozinho com o bloco de legisladores do seu
partido CREO, os independentes e desertores que conseguiu recrutar. A relação
começou mal com a ruptura precoce com o PSC e se agravou com a ânsia
permanente de contornar a Assembleia, como fez com a ratificação do convênio do
CIADI e com a entrega de seu orçamento pro forma sem ter um plano de
desenvolvimento e ignorando as observações parlamentares das bancadas da
UNES, do PSC e PK, que nem sequer se deu ao trabalho de responder. Após a
devolução da “Lei de Oportunidades”, os sinais dados por Lasso parecem buscar
gerar mais tensão nesta frente: segundo os seus próprios anúncios e os da sua
ministra de Governo (uma especialista em gerar tensões), parece que buscará
pressionar o Tribunal Constitucional a contradizer a decisão da Assembleia de
devolver seu projeto por ser inconstitucional e não cumprir requisitos de qualificação.
Esta (nova) jogada privilegia os mecanismos de democracia direta como o plebiscito
ou a morte cruzada como ameaça ao legislativo? Certamente, o cenário para uma
Consulta Popular se torna mais complicado enquanto o presidente se torna mais
autocentrado. Embora conhecendo Lasso e os que agora lidam com as relações
políticas do seu governo (a velha Democracia Cristiana), a consulta popular é uma
estratégia que continuará na manga e não será descartada facilmente. 
Por outro lado, é interessante observar que até parte das elites empresariais e porta-
vozes econômicos que tradicionalmente apoiam Lasso mostraram sua insatisfação
com o projeto de lei e com um rumo que consideram “pouco liberal”. Beirando o

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absurdo, chegaram a classificar Lasso de social-democrata. O que essas elites não
gostam é que Lasso, um milionário que sonega impostos de acordo com os Pandora
Papers, tenha ousado incluir um imposto temporário sobre o patrimônio e proposto
que se incremente rapidamente o imposto à renda dos mais ricos. Ele certamente
fez isso para cumprir certos compromissos cosméticos para o FMI (cujos detalhes
ainda não são conhecidos). Pouco importa aos ultraliberais que o projeto de lei, na
sua parte tributária, seja realmente focado em cobrar mais à classe média. Eles
querem que tudo seja corte orçamentário, redução do Estado e menos impostos
para os mais ricos. Talvez, com eles, Lasso possa reconstruir relações se abandonar
a ideia de incluir alguns poucos e simbólicos impostos aos mais ricos. Dessa forma
poderia reagrupar o rebanho das elites e, claro, dos meios de comunicação que o
defendem e ecoam o discurso oficial.
Para terminar, é importante olhar para a esquerda. A terrível situação em que o país
se encontra e a conjuntura política que o governo de Lasso atravessa tornam-se,
respectivamente, uma obrigação e oportunidade para construir lideranças
estratégicas e zelar pela unidade de uma força de oposição progressista.
A Revolución Ciudadana (RC), agora com partido próprio após quatro anos de
proscrição, reconcentrou forças em uma convenção nacional na província de
Manabí, seu bastião eleitoral no litoral do país. A reconcentração de forças parece
ser lida de distintas formas e com distintos interesses dentro da direção da RC que,
na dimensão mais visível, faz uma aposta fechada de que seu cavalo de batalha
seja sua bancada legislativa (UNES). Em relação à sua capacidade e vontade de
articulação no plano da sociedade civil, no momento a RC parece mais preocupada
com a gestão de suas redes sociais. Por sua vez, Leonidas Iza, no âmbito da tensão
com o governo, insiste na unidade e na articulação de forças das organizações
sociais, embora seu próprio pátio – como já foi mencionado – não esteja
completamente consolidado, devendo medir o timing das ruas e também o
enquadramento de Lasso, que buscará qualquer oportunidade para mostrá-los como
“anarquistas desestabilizadores” e se apresentar como dialogante. 
Vale a pena fazer algumas perguntas necessárias: o movimento indígena poderá se
articular com o correísmo neste novo capítulo que o país atravessa? Poderão unir
seus respectivos aliados políticos e sociais, assim como aglutinar outros setores do
espectro progressista? Na campanha eleitoral e além da posição formal da CONAIE
no segundo turno, foram de conhecimento público as aproximações entre a
candidatura presidencial da UNES e alguns importantes representantes do
movimento indígena. Houve quem aplaudisse a aproximação e quem considerasse
que teve efeito negativo em setores eleitores urbanos e da classe média. O certo é
que quem travou confrontos no passado deu sinais de aproximação meses atrás.
Lições aprendidas e canais de aproximação certamente poderão ser recriados ou
reconstruídos. Causas compartilhadas como denunciar e combater o abuso dos
sonegadores fiscais, começando pelo próprio presidente da República, deveriam ser
causas conjuntas. 
As dispersas forças políticas e sociais do progressismo equatoriano estão diante da
obrigação e oportunidade de confrontar o avanço de um neoliberalismo privatizador
de caráter financeiro que, embora insista em discursos consensuais, na verdade
despreza a gestão política, a possibilidade de chegar a grandes acordos, e se fecha
cada vez mais em si próprio. É o momento da condução e articulação de uma
necessária oposição democrática ao governo do desencontro, com seus erros e
seus offshores.

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Religião ou Credos Predominantes
Cerca de 91,95% da população no país é religiosa, havendo 7,94% de ateus
(aqueles que não creem em nenhuma divindade) e 0,11% agnósticos (não possuí
conhecimento acerca de divindades).
Daqueles que são religiosos, 80,44% são católicos romanos, religião que chegou ao
país vinda com os espanhóis e se espalhando por todo o país. Atualmente há quinze
circunscrições: sendo quatro arquidioceses e onze dioceses no país.
Há também 11,30% da população que segue a crença dos protestantes, religião que
vem ganhando força no mundo atual, tirando parte do protagonismo do catolicismo.
No país o número de protestantes cresceu de forma que pode ser considerada alta
nos últimos trinta anos.
Um outro número que é de certa forma expressivo é o de Testemunhas de Jeová,
cerca de 1,29% da população. Essa religião ganhou força e muitos simpatizantes
nos últimos tempos, o que faz parecer que seu número de adeptos pode crescer
dentro de alguns anos.
Do restante da população, sendo 6,97% se encontram praticantes de religiões
diversas, sendo as principais o budismo, judaísmo e mórmons, havendo também
outras igrejas e religiões presentes no país. Em algumas partes do país também há
a mistura das crenças antigas com o catolicismo.

Cultura
Os turistas que chegam ao Equador são impactados por uma grande combinação de
culturas. Muito das culturas indígenas foi preservado assim como da arquitetura
colonial. Um dos pontos que contribui para esse contraste é justamente o tamanho
do país, por ter um território relativamente pequeno permite que se passe por uma
grande variedade de cenários com grande facilidade.
Para se ter uma ideia em menos de um dia é possível ver a capital Quito e depois
chegar a floresta Amazônica. Num momento se pode estar num pico nevado e logo
em seguida numa linda praia tropical. Preservou-se uma quantidade significativa de
peças de arte oriundas da cultura pré-colombiana como cerâmicas, pinturas e
esculturas. Num dado momento os espanhóis começaram a treinar os povos
indígenas para a produção de peças com a temática religiosa. Essas peças podem
ser observadas em museus e igrejas.
A arquitetura equatoriana doméstica é simples, porém, elegante caracterizando-se
como casas com corredores que circundam um pátio. O país é conhecido por ter
uma população com gosto por instrumentos de sopro como flautas e até mesmo
peças feitas a partir de bambu. Os alimentos mais consumidos no Equador incluem
arroz, vegetais, sopas, ovos e caldos. Os pratos mais famosos são o Lechón que é
um porco com bastante suculência e o caldo de patês que é uma sopa bastante
tradicional.

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Costumes e Tradição
Uma das características centrais dos equatorianos é a preservação dos costumes
dos seus ancestrais, particularmente os indígenas e os serranos, muitos se
comunicam em quéchua. Por terem grande amor pela terra têm o hábito de fazer
constantes oferendas para homenageá-la. Quando estão na fase de início do plantio
oferecem para a Mãe Terra, Pacha Mama, pisco, cerveja ou uma folha de coca.
Antes de beber qualquer coisa jogam um pouco na terra para agradecê-la por
poderem matar sua sede.
Quéchuas de diferentes regiões se vestem de maneira diferenciada assim como
podem apresentar variações da língua entre si. Grande parte dos quéchuas vivem
nas terras altas sendo que a maior população desse grupo étnico está concentrada
em Chimborazo. Há pequenos grupos em áreas de terras baixas amazônicas
vivendo em conjunto com outras etnias. É possível observar a preservação da
cultura inca inclusive por meio de pratos como o cuy que é um coelho assado na
lenha muito tradicional desse povo, esse era o prato preparado em celebrações
importantes.

Culinária
A culinária é um fenômeno cultural que conta, a partir das receitas, a história e
hereditariedade daquele local. No Equador, os pratos são cheios de hereditariedade,
com muito milho, batata, abacate e diferentes proteínas animais. Selecionamos 10
comidas típicas que você precisa provar ao explorar este destino surpreendente.
Cuy - O famoso porquinho da índia assado. Sim, isso mesmo: se aqui no Brasil, o
porquinho é um bicho de estimação, lá, ele é criado em granjas especialmente para
alimentação humana. Aqui, vale ressaltar que não cabe a nós julgarmos culturas
diferentes. O roedor é um importante elemento da alimentação andina. É muito
comum ver o cuy em barraquinhas perto dos pontos turísticos mais famosos, como
se fosse o nosso churrasquinho no espeto. A maior dificuldade para os turistas
conseguirem comer o cuy é o fato do bicho ser grelhado inteiro, e, portanto, servido
no formato exato do roedor, com as patinhas e tudo.
Empanadas - No Equador, as opções de empanadas são diversas: de morocho, de
verde, de viento e muito mais. Todos estes são os famosos pastéis que já
conhecemos, mas com massas variadas. A empanada de verde, por exemplo, é feita
a partir de banana da terra e com recheio de queijo. Diferente das chilenas e
argentinas que colocam todo o foco no recheio, no Equador, as massas diferentes
que são a estrela das empanadas.
Locro de papas - No clima ameno do Equador, a sopa conhecida como locro de
papas cai muitíssimo bem. A receita mistura dois dos ingredientes encontrados com
mais fartura no país: milho e batata. Finalizada com abacate e queijo, a sopa tem
aquele gostinho de comida de vó e é perfeita para os dias mais frios, simples e
deliciosa.
Encebollado de pescado - Quem disse que sopa não é refeição? Mais uma para a
lista de comidas típicas imperdíveis no Equador. Dessa vez, a mistura é peixe,
mandioca e cebola crua. Definitivamente, uma combinação mais diferente do que a

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locro de papas, para quem deseja explorar sabores menos óbvios. O ensopado é
mais popular nas áreas costeiras do país.
Caldo de galinha crioula - A canja de galinha do Equador. A diferença é o uso da
galinha crioula, a mais comum no país. O caldo é engrossado com mandioca e
temperado com cominho. Geralmente servida com ovos, abacate e ervilhas, é uma
refeição muito nutritiva e com sabores que já estamos familiarizados.
Corvina frita - Assim como os caldos, as frituras também estão muito presentes na
culinária equatoriana, principalmente quando o assunto é preparo de frutos do mar.
É muito comum encontrar peixes inteiros fritos, e entre eles, a corvina é o mais
popular. No mercado público de Quito, corvina frita é um dos pratos que mais saem.
O peixe acompanha molho vermelho de camarões, batatas e salada.
Yahuarlocro - Assim como porquinho da índia assado, as barraquinhas de comida
espalhadas pela cidade também oferecem o yahuarlocro. Trata-se de uma mistura
de miúdos, geralmente descartados pela parcela mais privilegiada da população. O
yahuarlocro foi criado exatamente em épocas de vacas magras, com o intuito de
otimizar a alimentação dos mais pobres - assim como nossa feijoada. Hoje, come-se
rins, fígados e pulmões de forma muito comum.
Fritada - Um dos pratos mais populares do Equador. É feito com carne de porco
cortada em pedaços, frita na sua própria gordura e temperada com diversos
condimentos. A carne pode ser pesada e gordurosa para alguns paladares,
definitivamente não é algo para se comer todo dia, mas é muito gostosa.
Hornado - Mais um assado típico para a lista; dessa vez, de porco. É uma opção
bem menos pesada e gordurosa que a fritada. Normalmente acompanha bananas,
abacate, salada e molhos. O hornado é um ótimo prato para quem quer aproveitar a
carne de porco de forma um pouco mais leve.
Espumilla - Ao andar pelas ruas de Quito, você verá muitos equatorianos vendendo
um doce branco ou rosado que é levado na cabeça e geralmente sem proteção de
plásticos. A sobremesa nada higiênica se chama espumilla e é um meio termo entre
um sorvete e um merengue. Para quem tem certo nojinho da versão raiz da
espumilla, também pode encontrar o doce em restaurantes, geralmente
acompanhando frutas.

Racismo no Equador
No Equador, o conceito de etnicidade e depois o de raça foram incorporados como
parte do movimento multicultural inaugurado no país desde a revolta indígena de
1990 e as Constituições de 1998 e 2008. Estas constituições incorporaram direitos
coletivos, reconhecimento, autonomia, educação e saúde intercultural. Além disso, o
Estado equatoriano reconheceu importantes convenções internacionais, como a
Convenção 169 da OIT, a Declaração de Durban e o Plano de Ação contra o
racismo, a discriminação racial, a xenofobia e as formas de discriminação conexas e
a Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos dos Povos Indígenas.
O reconhecimento retórico do multiculturalismo nas constituições foi acompanhado
pela criação de instituições estatais dirigidas aos povos indígenas e afro-

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equatorianos. Foram criados conselhos estaduais de desenvolvimento para os
povos e nacionalidades, nomeadamente CODENPE, CODAE e CODEPMOC. Ainda
mais cedo, no final dos anos 80, a Direção Nacional de Educação Bilingue
Intercultural começou a funcionar e anos mais tarde, a Direção de Saúde
Intercultural. Além disso, o projeto PRODEPINE para povos indígenas e afro-
equatorianos financiou pequenos projetos baseados na idéia de desenvolvimento
com identidade.
O papel político do movimento indígena, especialmente nos anos 90 e na primeira
metade da década de 2000, colocou a questão do reconhecimento da identidade
étnica e dos direitos coletivos no debate nacional e acadêmico. Enquanto isso, as
questões relacionadas à raça e ao racismo não apareceram direta ou explicitamente
na agenda do movimento. No entanto, desde a Conferência de Durban de 2001, a
raça e o racismo foram retomados nas agendas do Estado e também foram
promovidos por organizações afro-equatorianas. A preocupação com a desigualdade
racial e étnica foi inicialmente refletida no levantamento sobre a discriminação racial
no Equador realizado pelo INEC em 2004. Além disso, o Estado equatoriano
começou a gerar estatísticas sobre a desigualdade social que afeta os povos e
nacionalidades do Equador. Os dois últimos censos (2001 e 2010) incluíram uma
pergunta sobre auto identificação étnica e racial. Entre estes dois censos, o
movimento afro-equatoriano conseguiu não só tornar visível a sua população, mas
quase duplicar a sua percentagem no último censo, graças à forma como a auto
identificação foi formulada e a uma bem-sucedida campanha de auto identificação.
Em contraste, os percentuais para a população indígena permaneceram
consistentemente baixos nos últimos censos.
A Constituição de 2008 refere-se especificamente ao racismo, à ação afirmativa e às
reparações reparadoras. Depois desta mudança constitucional, os conselhos de
desenvolvimento dos povos indígenas, afro-equatorianos e Montubio foram
progressivamente desmantelados e a transição para os Conselhos de Igualdade
ainda não foi consolidada. Há uma constante mudança institucional em relação às
instituições estatais responsáveis pela política em relação aos povos indígenas e
afro-equatorianos. Nesse período, iniciativas estatais relacionadas à discriminação
racial surgiram com um Plano de Eliminação Racial e Exclusão Étnica e políticas de
ação afirmativa no recrutamento de pessoal em instituições estatais e no acesso ao
ensino superior.
A implementação de políticas contra a discriminação étnica e racial e as iniciativas
de ação afirmativa têm sido implementadas de forma inconsistente no Equador. O
Plano para a Eliminação da Discriminação Racial e da Exclusão Étnica, por exemplo,
só atingiu parcialmente os seus objetivos. O mandato de contratação de afro-
equatorianos, indígenas e Montubio em proporção à sua percentagem na população
nacional nas instituições públicas limitou-se à contratação de terceiros secretários no
Ministério dos Negócios Estrangeiros. A ação afirmativa em instituições de ensino
superior foi implementada através de sistemas de cotas e bolsas de estudo para
pós-graduação. Enquanto isso, o Estado mantém relações diversas com as
organizações dos movimentos indígena, afro-equatoriano e montubio. A CONAIE
está em uma posição antagônica frente ao Estado equatoriano, confrontando

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processos de criminalização do protesto social e os efeitos da mineração em grande
escala nos territórios e populações indígenas. Os movimentos afro-equatoriano e
montubio, em contraste, estão em grande parte alinhados com as posições da
Alianza País.
O contexto aqui apresentado pretende apenas dar uma visão geral e uma noção de
mudanças na gestão das diferenças raciais e étnicas no estado. A partir de um
processo de institucionalização após a mudança multicultural, tem havido um
período de reajuste (transversalização) e até de desinstitucionalização (entendida
como ausência de entidades estatais específicas para povos e nacionalidades) de
questões raciais e étnicas.
O governo do Equador deve intensificar os esforços para fazer cumprir a lei e
implementar planos para acabar com a discriminação racial sofrida por afro-
equatorianos e pessoas de ascendência africana. A observação foi feita por um
grupo de especialistas em direitos humanos da ONU que visitou o país.
O presidente do Grupo de Trabalho da ONU sobre Pessoas de Origem Africana,
Ahmed Reid, apontou que as maiores dificuldades para essas pessoas no país são
em relação ao acesso à “justiça, segurança, terra, água potável, educação, saúde,
moradia e às oportunidades econômicas."
Pobreza
Segundo Reid, “apenas 7,2% da população são afro-equatorianos, mas eles
representam 40% dos que vivem na pobreza.” Ele destaca que o “Equador deve
implementar e aplicar leis e políticas para proteger seus direitos e acabar com a
discriminação, exclusão e extrema pobreza que estes sofrem.”
O Grupo de Trabalho chamou atenção especial para a província de Esmeraldas,
onde quase 70% da população é de origem africana.  Reid disse que a área “é uma
das províncias mais pobres do Equador, onde 85% das pessoas vivem abaixo da
linha da pobreza, 23% têm acesso apenas aos serviços mais básicos e 15% são
analfabetos.”
Iniciativas
O especialista elogiou as iniciativas nacionais do governo “para combater o racismo,
discriminação, xenofobia e intolerância enfrentadas pelos afro-equatorianos.” No
entanto, ele disse estar “claro que ainda há muito trabalho a ser feito para atingir os
níveis inaceitáveis de exclusão e pobreza.”
De acordo com Reid, “as pessoas de ascendência africana também estão sofrendo
'racismo ambiental', com contaminação sistemática de seus suprimentos de água e
meio ambiente, intimidação de suas comunidades e resposta insuficiente do Estado.”
Para ele, o “Estado não deve permanecer indiferente a violações e violações dos
direitos humanos por indústrias extrativas e outras empresas.”
Delegação

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A delegação, que também incluiu o especialista em direitos humanos Ricardo
Sunga, também elogiou as disposições progressistas da Constituição do país e o
reconhecimento dos direitos coletivos das pessoas de ascendência africana.
Durante sua visita, que aconteceu entre os dias 16 a 20 de dezembro, o Grupo de
Trabalho viajou para Quito, San Lorenzo e Esmeraldas. O relatório completo e
recomendações serão apresentados ao Conselho de Direitos Humanos da ONU em
setembro de 2020.

Racismo no Futebol
O futebol tem a graciosa virtude de unir culturas e povos, sem distinção de credo,
raça ou origem. A linguagem da bola é universal. Contudo, os recentes episódios de
discriminação racial ocorridos nas partidas de futebol em território brasileiro
demonstram, de forma inconteste, que o preconceito é uma chaga que envergonha
o nosso país e que tem que ser erradicada de uma vez por todas.
O jornalista e historiador Laurentino Gomes, na obra 1889¹ , explica que o Brasil era
viciado em escravidão e resistiu, enquanto pôde, às campanhas abolicionistas,
sendo que em meados do século XIX, a situação chegou a tal ponto que a
Inglaterra, maior potência militar e econômica daquela época, passou a dedicar ao
nosso país tratamento equivalente ao reservado aos estados barbarescos do Norte
da África envolvidos com a pirataria e o tráfico de escravos. Sob a mira dos canhões
britânicos, os navios negreiros eram aprisionados a caminho da costa brasileira e
submetidos à Corte de Justiça inglesa, que geralmente confiscava as embarcações
e devolvia suas “cargas” humanas ao litoral da África.
Em 1831 foi aprovada a primeira lei brasileira de combate ao comércio negreiro, por
pressão da Inglaterra. Todavia, a referida legislação “nunca pegou”. Era, como se
dizia na época, “uma lei para inglês ver”. Mesmo com a proibição oficial, o tráfico
continuou de forma intensa respaldado na leniência das autoridades constituídas.
Na obra O negro no futebol brasileiro, Mário Filho relata que no início do século XX o
futebol era praticado quase que exclusivamente por clubes de engenheiros e
técnicos ingleses, além de jovens da elite metropolitana que conviviam neste
espaço. A base dos principais times de futebol era formada por profissionais liberais,
servidores públicos, acadêmicos e bacharéis em direito que monopolizavam os
campeonatos nos bairros de elite.
A Lei Áurea foi promulgada em 13 de maio de 1888, logo é compreensível que no
início do século XX apenas uma elite privilegiada praticasse o esporte.
Os tradicionais clubes do Rio de Janeiro foram fundados no final do século XIX.
Contudo, Sport Club Rio Grande é tido como o clube de futebol mais antigo do Brasil
e foi fundado em 19 de julho de 1900.
Para se ter acesso ao Fluminense tinha que pertencer à “boa família”, do contrário,
certamente ficaria de fora. Alguns clubes da época demonstravam em seus próprios
nomes sua inegável origem, como, por exemplo: Paissandu Cricket Club, The Bangu
Athletic Club e o Rio Cricket and Athletic Association., sendo que este último era
fechado para ingleses e filhos destes. Já o Bangu, apesar de ser de ingleses admitia
negros em seu elenco, que eram os operários da fábrica e os colocava em pé de

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igualdade com os mestres ingleses, o que não acontecia com Botafogo e
Fluminense. (MARIO FILHO, 2003 – P. 29).
A quebra deste paradigma ocorreu somente em 1923 com a vitória do Vasco da
Gama que era um clube de origem popular e que abriu novas oportunidades para a
nobre prática desportiva, valendo destacar a constatação feita pelo cronista Mário
Filho: “Os clubes finos, de sociedade, como se dizia, estavam diante de um fato
consumado. Não se ganhava campeonato só com times de brancos. Um multirracial
era o campeão da cidade. Contra esse time, os times de brancos não tinham podido
fazer nada. Desaparecera a vantagem de ser de boa família, de ser estudante, de
ser branco. O rapaz de boa família, o estudante, o branco, tinha de competir, em
igualdade de condições, com o pé-rapado, quase analfabeto, o mulato e o preto,
para ver quem jogava melhor”.
A triunfal conquista do Vasco da Gama em 1923 e o bicampeonato estadual no ano
seguinte incomodaram os outros clubes cariocas, afinal, como poderia um time
formado por jogadores negros, pobres e oriundos da periferia ter tanto sucesso
dentro das quatro linhas?
Inicialmente tentaram excluir os jogadores que não pudessem assinar a súmula, em
seguida, os clubes de elite se desligaram da Liga organizadora do campeonato e
fundaram a Associação Metropolitana de Esportes Amadores (AMEA). Ao Vasco foi
negado o acesso à referida associação, sob a falsa alegação do clube não ter um
estádio próprio, porém, o real motivo da negativa veio à tona quando foi apresentada
uma proposta indecorosa, na qual o Vasco da Gama seria admitido na AMEA desde
que eliminasse do time 12 jogadores, mais explicitamente os negros, pardos,
caixeiros e operários.
Diante da proposta racista e preconceituosa, o clube cruzmaltino não se intimidou e
apresentou a seguinte resposta:
“Estamos certos de que V.Exa. será o primeiro a reconhecer que seria um ato pouco
digno de nossa parte sacrificar, ao desejo de filiar-se à Amea, alguns dos que
lutaram para que tivéssemos, entre outras vitórias, a do campeonato de futebol da
cidade do Rio de Janeiro de 1923. São 12 jogadores jovens, quase todos brasileiros,
no começo de suas carreiras. Um ato público que os maculasse nunca será
praticado com a solidariedade dos que dirigem a casa que os acolheu, nem sob o
pavilhão que eles com tanta galhardia cobriram de glórias. Nestes termos, sentimos
ter que informar à V.Exa. que desistimos de fazer parte da Amea.”
Esta pode ser considerada a “Lei Áurea” do futebol brasileiro, pois, em 1925, o
Vasco foi admitido na AMEA, com dignidade.
Independentemente de raça, credo ou cor os gênios da bola foram os responsáveis
pelo fascínio do público em admirar a arte dentro dos gramados. Muitos craques
tiveram este importante papel, apesar de um número extremamente reduzido destes
é que grava seu nome no mural da história.
Arthur Friedenreich foi o primeiro jogador brasileiro a ter sua popularidade
reconhecida ao ser carregado, em triunfo, na vitória do campeonato Sul-Americano
de 1919. Sua chuteira ficou exposta na vitrine de uma joalheria no centro do Rio de
Janeiro.

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Este jogador traduz o significado da raça brasileira. Foi contemporâneo de Charles
Miller e sua infância se deu em um período em que o futebol era praticado pela elite
nacional, composta também de filho de imigrantes, que praticavam este esporte no
São Paulo Athletic Club, no Germânia e no Mackenzie College. Nesse círculo
infelizmente não havia espaço para negros e pobres, daí a importância de
Friedenreich que ajudou a iniciar o processo de integração racial e cultural entre os
povos. Nascido no bairro da Luz, em São Paulo, era filho de um alemão e uma
empregada doméstica de pele escura, era mulato de olhos claros e estudou nos
melhores colégios de São Paulo.
A primeira regulamentação frente ao preconceito racial somente se deu em 03 de
julho de 1951, data da promulgação da Lei n.º 1.390/51, conhecida como Lei Afonso
Arinos, em razão de ter sido proposta pelo jurista mineiro Afonso Arinos de Melo
Franco².
O mencionado diploma legal é de grande importância histórica, na medida em que
propunha evitar a discriminação racial em território brasileiro. Entretanto, as
condutas tipificadas na referida legislação não se configuravam crime, mas apenas
em contravenções penais, com penas muito brandas.
Foi apenas no ano do centenário da Lei Áurea que o combate mais eficaz contra a
discriminação racial ganhou força, tendo em vista a redação do artigo 5º XLII da
Constituição da República Federativa do Brasil, que passou a prever que a prática
de racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão,
nos termos da lei.
A lei em questão foi editada no ano seguinte à promulgação da Constituição Federal
(Lei n.º 7.716/89), tendo sido parcialmente alterada pela Lei n.º 9.459/97, dispondo
acerca da punição para os crimes resultantes de discriminação ou preconceito de
raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.
O crime de racismo é definido pela doutrina como sendo aquele em que o agente
impede o exercício de qualquer direito líquido e certo em razão de um preconceito
baseado em etnia, cor, etnia, religião ou procedência nacional.
Já o crime de injúria racial (que não se confunde com o crime de racismo), está
tipificado no artigo 140, § 3º do Código Penal³, que ocorre quando o agente se utiliza
da etnia, cor, religião, origem, ou pessoa portadora de deficiência para ofender a
honra subjetiva da vítima.

Discriminação racial contemporânea


É absolutamente incompreensível que, em pleno século XXI, atitudes irracionais
sejam manifestadas por certos torcedores de determinados clubes. O racismo é um
ato criminoso e tem que ser punido da forma mais severa possível.
O jogador Arouca do Santos foi chamado de “macaco” por um grupo de selvagens,
travestidos de torcedores, enquanto dava entrevistas ao final do jogo do Santos
contra o Mogi Morim em partida válida pelo Campeonato Paulista, justamente no
jogo em que marcara um verdadeiro gol de placa e feliz estava em razão de sua
brilhante atuação.

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Poucos dias antes desse episódio, durante a partida disputada entre o Veranópolis e
o Esportivo durante o Campeonato Gaúcho, o árbitro Márcio Chagas da Silva foi
xingado por um grupo de marginais que, de forma irracional, ainda tiveram a ousadia
de riscar o seu carro e colocar duas bananas em cima do veículo, a demonstrar a
agressão ao íntimo da pessoa.
No final do mês de agosto de 2014, o goleiro Aranha, do Santos, foi covardemente
ofendido por torcedores do Grêmio que, aos gritos, o chamavam de “macaco”, a
demonstrar que a ausência de punições exemplares e pedagógicas incentivam a
reiteração desta prática criminosa.
Paralelamente à questão desportiva, há a questão criminal envolvida, na medida em
que o ofendido, no caso o arqueiro do Santos, apresentou queixa, sendo que no final
do mês de outubro de 2014 o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS)
aceitou a denúncia ofertada pelo Ministério Público contra os quatro torcedores que
foram indiciados pela Polícia Civil por injúrias raciais contra o goleiro.
Além disso, o juiz que recebeu a denúncia aplicou medida cautelar de proibição de
ida aos estádios aos acusados.
O Código Brasileiro de Justiça Desportiva prevê penas duras para esta prática
criminosa, inclusive com a exclusão do clube do torneio*. A exclusão do time
envolvido, daquele campeonato, pode parecer uma pena injusta e desproporcional,
pois, afinal, foi apenas um grupo de indivíduos (não evoluídos) que cometeu o ato.
Nada obstante, a partir do momento em que você pune a agremiação em razão do
ato criminoso praticado por determinado grupo, possivelmente não haverá
reincidência, pois os dirigentes terão cuidados redobrados no tocante a fiscalização
de seus torcedores.
Portanto, cabem aos operadores do direito desportivo a coragem de aplicar a pena
prevista no item XI do art. 170 do CBJD e não serem omissos e coniventes com
atitudes criminosas e que, portanto, devem ser banidas do futebol brasileiro.
Desta forma, a decisão do STJD do futebol, que no caso envolvendo o Goleiro
Aranha, do Santos, que mediante decisão de sua Comissão Disciplinar excluiu o
Grêmio da Copa do Brasil, tocou em ponto nevrálgico e que há muito precisava ser
enfrentado.
Todavia, mesmo entendimento não foi teve o Pleno daquele Tribunal, que apenas
determinou a perda de pontos, porém não eliminou o clube pela atitude de seus
torcedores.
Nada obstante a parcial reforma da decisão, nota-se uma tentativa, ainda que
tímida, de se coibir tais prática criminosas do futebol brasileiro, cabendo destacar
trecho da decisão proferida no processo em referência, no sentido de que “a justiça
desportiva não pode ser complacente com injúrias discriminatórias, sendo de
extrema urgência e necessidade a tentativa de cessar este tipo de comportamento,
devendo-se, aqui, novamente aplicar as severas penalidades outrora aplicadas,
desta vez, com repercussão ainda maior em âmbito nacional, esperando agora que
as abomináveis condutas não ocorram mais.”
A batalha contra a discriminação racial é tarefa árdua e os casos de racismo que são
noticiados causam perplexidade, porém, ainda são poucos aqueles cidadãos que
têm coragem para enfrentar e mudar esta realidade.

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O Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial é comemorado em 21
de março. A data escolhida foi em razão do massacre praticado pela polícia do
Apartheid que deixou 69 negros mortos na cidade de Sharpeville na África do Sul.
É claro que houve avanços, porém, são poucos os motivos para se comemorar,
cabendo a cada indivíduo a conscientização no intuito de se erradicar de vez essa
chaga que é o preconceito racial.

Quais as atitudes, projetos que a FIFA tem realizado para


promover uma política de paz, harmonia e convivência no ambiente
futebolista de respeito a diversidade
Vai ser um jogo duro. Daqueles que só se decidem mesmo no finalzinho. Mas a Fifa
já sabe qual deverá ser seu maior adversário na Copa do Mundo da Rússia, entre os
dias 14 de junho e 15 de julho: o preconceito sob diversas formas, em especial os de
raça e de orientação sexual. E para vencer este confronto decisivo, a federação
internacional do esporte mais popular do planeta já traçou sua estratégia,
principalmente levando em conta o fato de que o país-sede do Mundial é
frequentemente acusado de protagonizar inúmeros atos ofensivos aos negros e aos
gays. Mas, se nas partidas quem decide são os craques, nestes clássicos contra o
preconceito, quem terá papel fundamental serão os árbitros.
O objetivo é o de tolerância zero ao preconceito na Copa. Para isso, a entidade
máxima do futebol anunciou no começo do mês de que os juízes terão poder até de
interromper qualquer jogo, mesmo os mais importantes, se constatarem recorrentes
ofensas por parte das torcidas. De acordo com o que a Fifa anunciou, em cada um
dos 12 estádios do Mundial haverá nas tribunas três observadores. Auxiliados por
câmeras, eles poderão constatar a ação de indivíduos ou grupos responsáveis por
atos preconceituosos, solicitando a intervenção dos seguranças da arena. Tais
observadores serão capazes de entender os idiomas dos torcedores envolvidos num
jogo, bem como gestos e outras atitudes preconceituosas.
No gramado, os árbitros estarão instruídos a adotar o denominado “sistema de três
passos”. Primeiro, poderão interromper um jogo e pedir que seja feito pelo sistema
de som do estádio um anúncio formal contra palavras e gestos preconceituosos.
Caso os gestos, palavras ou cânticos preconceituosos persistam, caberá ao juiz
suspender temporariamente a partida e solicitar nova mensagem oficial contra atos
preconceituosos. Por fim, a terceira e mais importante atitude da equipe de
arbitragem será a de encerrar o jogo com qualquer tempo, retirando-se do campo.
Sobre Racismo a FIFA reconhece a sua responsabilidade nos esforços para acabar
com todas as formas de preconceito no futebol, como descrito no Artigo 3 do seu
estatuto.
“A discriminação de qualquer tipo contra um país, uma pessoa ou grupos de
pessoas por causa da raça, cor da pele, etnia, origem social, gênero, língua, religião,
opinião política ou qualquer outra opinião, saúde, local de nascimento ou qualquer
estatuto, orientação sexual ou qualquer outra razão é estritamente proibida e
passível de punição por suspensão ou expulsão”.
Código de Ética da FIFA, Art. 23:

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Pessoas vinculadas por este Código não podem ofender a dignidade ou a
integridade de um país, pessoa privada ou grupo de pessoas por meio desprezo,
palavras ou ações discriminatórias […] em virtude da raça, cor da pele, origem
étnica, nacional ou social, sexo, língua, religião, opinião política ou qualquer outra
condição, orientação sexual ou qualquer outro motivo.
Código Disciplinar da FIFA deve ser observado em todos os jogos e competições
organizados não apenas pela própria FIFA, mas também por todas as federações e
por todos os respectivos membros, entre clubes, dirigentes, jogadores, árbitros e
todas as outras pessoas aceitas pela FIFA em um jogo ou competição, inclusive os
espectadores, que podem fazer com que seu time ou seleção seja punido e até
mesmo afastado das competições caso se manifestem de forma racista ou
discriminatória.
A partir de 2013, uma nova resolução aprovada pelo Comitê Executivo da FIA
decidiu que um clube acusado de racismo pode ser excluído de competição ou
rebaixado de divisão.
Todas essas mobilizações e o rigor das punições não é por acaso. Diversos casos
de racismo envolvendo o futebol, dentro e fora de campo, têm sido registrados nos
últimos anos, apesar de todo o esforço para coibir essa prática vergonhosa.

CONCLUSÃO

Ao final deste trabalho pudemos concluir que a Copa do mundo é uma


competição onde seleções de futebol de todo o mundo se reúnem em um país
determinado pela FIFA (Federação Internacional de Futebol Associado), acontece
de quatro e quatro anos. Percebemos e compreendemos os motivos pelo qual a
copa de 2022 irá ser realizada em novembro e não em julho. O Brasil é o país que
mais conquistou a copa, logo em seguida vem a Alemanha e a Itália. No ano de
2022, 32 seleções foram convocadas uma delas é o Equador.
O Equador é um país sul-americano e faz fronteira com o Peru e a Colômbia. O
país tem cerca de 18.285.829 de pessoas e a sua extensão territorial é de
283.560 km². Sua politica é organizada pelo presidencialismo (o chefe de governo
também é o chefe de estado), tem como base uma República Constitucional. Sua
cultura e seus costumes vastos, suas belezas tem que ser mais reconhecidas
pelo mundo a fora.
No mundo de hoje, vivendo tudo que viveu ainda existe pessoas racistas que
discriminam outras pessoas apenas pelo seu tom de pele. No futebol não é
diferente, muitos jogadores são negros e muitos sofrem racismo dentro e fora de
campo, algo que não deveria acontecer e que precisa ser observado por
autoridades maiores.
A FIFA ciente desses acontecimentos tomou atitudes necessárias para que não
só os jogadores, mas também os torcedores não sofram nenhum tipo de violência
pelo seu tom de pele, pela sua sexualidade ou pelo seu gênero na copa de 2022
no Qatar (país muito rígido com o diferente).

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Concluímos que o trabalho foi importante para a compreensão dos temas dados,
que permitiu a pesquisa e a aprofundação em temas desconhecidos para
compreender uma das maiores competições de futebol de todo o mundo, e saber
tudo o que acontece nos bastidores da maior competição. Ver os motivos e as
atitudes para combater o racismo nesse esporte.

REFERÊNCIA

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futebol-e-a-omissao-das-autoridades/
 https://www.infoescola.com/equador/geografia-do-equador/
 https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/equador.htm
 https://outraspalavras.net/outrasmidias/para-entender-acrise-politica-no-
equador/
 https://www.infoescola.com/demografia/populacao-do-equador/
 https://guiadonomadedigital.com/comidas-tipicas-do-equador/
 https://brasilescola.uol.com.br/educacao-fisica/copa-mundo.htm
 https://blog.betway.com/pt/futebol/por-que-a-copa-do-mundo-2022-ser
%C3%A1-no-fim-do-ano/
 https://pt.wikipedia.org/wiki/Pol%C3%ADtica_do_Equador
 https://cultura.culturamix.com/curiosidades/cultura-costumes-e-tradicoes-do-
equador
 https://www.falandodeviagem.com.br/viewtopic.php?t=17449
 https://projetocolabora.com.br/ods1/jogo-duro-contra-o-preconceito/
 https://observatorioracialfutebol.com.br/legislacao/o-que-diz-a-fifa/
 https://brasilescola.uol.com.br/geografia/equador.htm
 https://www.acn.org.br/equador/
 https://brasilescola.uol.com.br/historia-da-america/historia-equador.htm
 https://cultura.culturamix.com/espiritualidade/religiao/religiao-do-equador

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 https://jc.ne10.uol.com.br/blogs/torcedor/2022/08/amp/15063272-quem-e-o-
maior-campeao-da-copa-do-mundo-quais-paises-mais-venceram-a-copa-do-
mundo-veja-lista-completa.html
 https://exame.com/pop/copa-do-mundo-2022-veja-as-32-selecoes-
classificadas-grupos-e-datas-do-mundial-no-catar/
 https://www.lapora.sociology.cam.ac.uk/pt-br/countries/ecuador
 https://news.un.org/pt/story/2019/12/1698701

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