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1.

As ações do Pajem e de Álvaro Pais obedecem a um plano previamente traçado, uma vez que, o Pajem já se
encontrava preparado à porta de casa -«O Page do Mestre que estava aa porta, como lhe disserom que fosse
pela vila segundo já era percebido.». Do mesmo modo, Álvaro Pais já estava pronto, com um capacete na cabeça
- «Alvoro Paez que estava prestes e armado com a coifa na cabeça» -, montado no seu cavalo, com o qual
cavalgou pela cidade - «cavalgou logo a pressa em cima du~u cavalo» - , anunciando que o Mestre de Avis corria
perigo de vida - « E assi bradavom el e o Page indo pela rua».

2. As «gentes» da cidade, ao ouvirem os gritos de Álvaro Pais e do Pajem, pegaram o mais depressa que podiam
nas armas e sairam para as ruas par acudir o mestre - «começavom de tomar armas cada u~u como melhor e
mais asinha podia». A população correu apressadamente em direção ao Paço da Rainha, para vingar a suposta
morte do Mestre de Avis - «correndo a pressa pera u deziam que se esto fazia, por lhe darem vida e escusar
morte». Finalmente, o povo mostra a sua preocupação pela segurança do Mestre de Avis, que corria perigo no
Paço - «A gente começou de se juntar a ele, e era tanta que era estranha cousa de veer.»

3. A frase com que se inicia o texto é uma introdução ao tema desenvolvido ao longo do excerto. Assim, estabelece-
se uma relação de complementaridade, na medida em que a crónica aborda o alvoroço que se gerou na cidade
- «alvoraçavom-se nas vontades», pela suposta morte do Mestre - «acorramos ao Mestre que matam sem por
quê!». De facto, toda a população se juntou a Álvaro Pais e ao Pajem, a fim de ajudar o Mestre que se encontrava
em perigo nos Paços da Rainha.

4. Uma das características da escrita de Fernão Lopes é o coloquialismo, ou seja, o uso de expressões de origem
popular - «Acorree ao Mestre que matam!».

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