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PROJETO DE DRENAGEM

Prof. Me. LUCAS PIZZAIA FALDA


UNIDADE II

UNIDADE II

• Drenagem superficial (sarjetas, bocas coletoras, condutos de ligação, poços de visita, canais e
reservatórios).

PROJETO DE DRENAGEM
UNIDADE II

• SARJETAS

São as faixas de via pública, paralelas e vizinhas ao meio-fio.

A calha ou canal formado é o receptor das águas pluviais, que incidem sobre as vias públicas e
terrenos, que para elas escoam.

As sarjetas podem assumir formas diversas, como triangulares, parabólicas ou mistas.

Meio-fio

Sarjeta
Esquema típico da seção transversal da sarjeta
Fonte: http://bit.ly/3jDXcHp
Sarjeta e meio-fio
Fonte: http://bit.ly/374JLeh
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UNIDADE II

• DIMENSIONAMENTO DE SARJETAS

Seção transversal da sarjeta


Fonte: o autor, 2021

Sendo:
L: comprimento da rua;
𝒍: metade do comprimento da rua;
y: altura da lâmina de água;
i0: inclinação transversal da rua.

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UNIDADE II

• DIMENSIONAMENTO DE SARJETAS

A vazão da sarjeta, considerando que o nível da água atinja a crista da rua, é calculada pela
equação de Manning:
𝟏
𝑸𝒔𝒂𝒓𝒋𝒆𝒕𝒂 = × 𝑨𝒎 × 𝑹𝒉 𝟐/𝟑 × 𝑰𝟏/𝟐
𝒏
Sendo: 𝒍×𝒚
𝑨𝒎 =
𝑸𝒔𝒂𝒓𝒋𝒆𝒕𝒂 : vazão da sarjeta [m³/s]; 𝟐
𝒏: coeficiente de rugosidade;
𝑨𝒎 : área molhada da seção [m²];
𝑹𝒉: raio hidráulico [m];
𝑰: declividade longitudinal [m/m].
𝑨𝒎 𝒍×𝒚
𝑹𝒉 = =
𝑷𝒎 𝟐 × 𝒚 + 𝒚² + 𝒍²

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• DIMENSIONAMENTO DE SARJETAS

Depois de calculada a vazão da sarjeta, deve-se verificar as seguintes condições:

a) Qpluvial > Qsarjeta – há necessidade de coletar água;

b) Qpluvial < Qsarjeta – não há necessidade de coletar água, apenas verificar a velocidade do
escoamento;

c) 0,5 ≤ velocidade ≤ 3,0 [m/s].

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• DIMENSIONAMENTO DE SARJETAS

Para calcular a velocidade da água é necessário encontrar a altura e o comprimento da lâmina de


água, conforme a vazão pluvial.

Como 𝒚 = 𝒍 × 𝒊𝟎

Então:
𝟐/𝟑
𝟏 𝒍² × 𝒊𝟎 𝒍² × 𝒊𝟎
𝑸𝒑𝒍𝒖𝒗𝒊𝒂𝒍 = × × × 𝑰𝟏/𝟐
𝒏 𝟐 𝟐 × 𝒍 × 𝒊𝟎 + 𝒍 × 𝒊𝟎 ² + 𝒍²

A velocidade da água será igual a:


𝑸𝒑𝒍𝒖𝒗𝒊𝒂𝒍
𝒗=
𝑨𝒔𝒂𝒓𝒋𝒆𝒕𝒂 ∗

* A área da sarjeta será a área da seção molhada da mesma.

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• DIMENSIONAMENTO DE SARJETAS
Tipo de superfície n
• Sarjeta de concreto, bom acabamento 0,012
• Pavimento de asfalto
- Textura lisa 0,013
- Textura áspera 0,016
• Sarjeta de concreto com pavimento de asfalto
- Textura lisa 0,013
- Textura áspera 0,015
• Pavimento de concreto
- Acabamento com espalhadeira 0,014
- Acabamento manual alisado 0,016
- Acabamento manual áspero 0,020
Coeficientes de rugosidade para sarjetas
Fonte: PINTO et al., Hidrologia Básica, 2017.

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• BOCAS COLETORAS ou BOCAS DE LOBO

São caixas de concreto ou alvenaria localizadas nas


sarjetas, geralmente próximas à intersecção de ruas,
onde possuem aberturas que promovem o afluxo das
águas pluviais, em escoamento na superfície do solo,
para o interior das galerias.

Boca de lobo com grelha


Boca de lobo de guia Fonte: https://bit.ly/2LFNVlo
Fonte: http://bit.ly/3pcNQmX
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UNIDADE II
• BOCAS COLETORAS ou BOCAS DE LOBO

Recomenda-se que as bocas de lobo sejam locadas:

• Em ambos os lados da rua quando a vazão máxima admissível da sarjeta for atingida ou quando
a capacidade de engolimento da boca de lobo for ultrapassada;

• Em pontos baixos das quadras;

• Com espaçamento máximo de 60m. entre elas, caso não seja possível calcular a vazão máxima
admissível da sarjeta;

• Em pontos a montante de cada faixa de cruzamento usada pelos pedestres, juntos às esquinas.

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• TIPOS DE BOCAS DE LOBO

Tipos de boca de lobo


Fonte: http://bit.ly/3rJrVp3

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• DIMENSIONAMENTO DAS BOCAS DE LOBO

A. Bocas de lobo de guia

Vista em planta de uma boca de lobo de guia


Fonte: o autor, 2021

Sendo:
L: comprimento da boca de lobo;
h: abertura da boca de lobo (± 15cm);
a: declividade do meio fio (± 5cm);
y0: lâmina de água a montante da boca de lobo;
y: lâmina de água na boca de lobo.

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• DIMENSIONAMENTO DAS BOCAS DE LOBO

1° caso: bocas de lobo em pontos intermediários

𝑸 = 𝟏, 𝟎𝟐 × 𝑳 × 𝒚𝟎 𝟏,𝟓

Sendo:
𝑸: vazão de engolimento da boca de lobo [m³/s];
𝑳: comprimento da boca de lobo [m];
𝒚𝟎 : lâmina de água à montante da entrada + 0,05m (depressão) [m].

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• DIMENSIONAMENTO DAS BOCAS DE LOBO

2° caso: bocas de lobo em pontos baixos

1) Quando y ≤ h, a boca de lobo funcionará como vertedouro e a vazão será calculada por:

𝑸 = 𝟏, 𝟕𝟏 × 𝑳 × 𝒚𝟎 𝟏,𝟓

Sendo:
𝑸: vazão de engolimento da boca de lobo [m³/s];
𝑳: comprimento da boca de lobo [m];
𝒚𝟎 : lâmina de água à montante da entrada + 0,05m (depressão) [m].

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• DIMENSIONAMENTO DAS BOCAS DE LOBO

2) Quando y ≥ 2h, a boca de lobo funcionará como orifício e a vazão será calculada por:

𝑸 = 𝑪𝒅 × 𝑨 × 𝟐 × 𝒈 × 𝑯

Sendo:
𝑸: vazão de engolimento da boca de lobo [m³/s];
𝑪𝒅 : coeficiente de descarga (𝑪𝒅 = 0,70);
𝑨: área da seção (L x h) [m²];
𝒈: aceleração da gravidade (9,81) [m/s²];
𝑯: carga hidráulica sobre a abertura da boca de lobo (y – 0,5h) [m].

3) Quando h < y < 2h, a situação será instável, o funcionamento da boca de lobo é indefinido,
cabendo ao projetista avaliar o comportamento como vertedor ou como orifício afogado.

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• DIMENSIONAMENTO DAS BOCAS DE LOBO

B. Bocas de lobo com grelha

Vista em planta de uma boca de lobo com grelha


Fonte: o autor, 2021

Sendo:
L: largura da boca de lobo;
h: abertura da boca de lobo (± 15cm);

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• DIMENSIONAMENTO DAS BOCAS DE LOBO

1) Quando y ≤ 12cm, a vazão será calculada por:

𝑸 = 𝟏, 𝟔𝟓𝟓 × 𝑷 × 𝒚𝟎 𝟏,𝟓
Sendo:
𝑸: vazão de engolimento da boca de lobo [m³/s];
𝑷: perímetro da boca de lobo [m];
𝒚𝟎 : lâmina de água à montante da entrada + 0,05m (depressão) [m].

2) Quando y ≥ 42cm, a vazão será calculada por:

𝑸 = 𝟐, 𝟗𝟏 × 𝑨𝒖 × 𝒚𝟎 𝟎,𝟓
Sendo:
𝑨𝒖 : área útil (área da grelha – área das grades) [m²].

3) Quando 12 < y < 42 [cm] o dimensionamento fica a critério do projetista.

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• CONDUTOS DE LIGAÇÃO

São condutos que ligam as bocas de lobo entre si, ou as bocas de lobo aos poços de visita ou às
caixas de ligação.

A interligação de duas bocas de lobo por um conduto de ligação permite um traçado menor e,
consequentemente, uma economia de material.

Os condutos de ligação devem ter as seguintes características:


 Ser retilíneos;
 Declividade mínima de 0,01 m/m;
 Diâmetro mínimo de 300 mm;
 Ter recobrimento mínimo de 60 cm;
 Seguir o traçado de menor desenvolvimento.

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• POÇOS DE VISITA

São câmaras de acesso às galerias, possibilitando a inspeção, limpeza ou reparo das mesmas.
Recebem a água das bocas de lobo para encaminhá-las às galerias de águas pluviais.

Poço de visita
Fonte: http://bit.ly/3aUIOqh

Detalhes do poço de visita


Fonte: https://bit.ly/2Z75JJd

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• POÇOS DE VISITA

Os poços de visita devem ser localizados em pontos de:

 Mudança de direção da galeria;

 Junções de galerias;

 Mudança de seção;

 Extremidade de montante;

 Em trechos longos, de modo que a distância não exceda cerca de 120m.

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• CANAIS

Quando a precipitação é intensa, a quantidade de água que chega simultaneamente ao rio pode ser
superior a sua capacidade de drenagem, ou seja, da sua calha normal, resultando na inundação de
áreas ribeirinhas.

As condições meteorológicas e hidrológicas propiciam a ocorrência de inundação. As condições


hidrológicas que produzem a inundação podem ser naturais ou artificiais.

Condições Naturais Condições Artificiais


Relevo Obras hidráulicas
Tipo de precipitação Urbanização
Cobertura vegetal Desmatamento
Capacidade de drenagem Reflorestamento
Uso agrícola

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• CANAIS

As medidas para o controle da inundação podem ser estrutural ou não-estrutural.

Estrutural = modificam o sistema fluvial, evitando prejuízos decorrentes das enchentes.


Não-estrutural = são aquelas em que os prejuízos são reduzidos pela melhor convivência da
população com as enchentes.

As medidas estruturais podem ser extensivas ou intensivas.

Extensivas = agem na bacia, procurando modificar as relações entre precipitação e vazão (ex.:
alteração da cobertura vegetal do solo).
Intensivas = agem no rio. Podem ser de três tipos:
 Aceleram o escoamento (exs.: construção de diques e polders, aumento da capacidade de
descarga dos rios e corte de meandro);
 Retardam o escoamento (exs.: reservatórios e bacias de amortecimento);
 Desvio do escoamento (ex.: canais de desvio).

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• CANAIS

Medida Principal Vantagem Principal Desvantagem Aplicação

 Melhoria do canal:
- Redução da
Aumento da vazão com
rugosidade por Efeito localizado Pequenos rios
pouco investimento
desobstrução
Amplia a área protegida Efeito negativo em rio Área de inundação
- Corte de meandro
e acelera o escoamento com fundo aluvionar estreita
 Mudança de canal:
Amortecimento de
- Caminho da cheia Depende da topografia Grandes bacias
volume
Reduz a vazão do canal
- Desvios Depende da topografia Bacias médias e grandes
principal

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• RESERVATÓRIOS

Sempre que o aproveitamento dos recursos hídricos de um rio prevê a retirada de uma vazão maior
que a mínima, é necessária a reservação dos excessos para atender as demandas nos períodos
cujas vazões naturais são menores que as demandas.

A finalidade dos reservatórios é acumular parte das águas disponíveis nos períodos chuvosos para
compensar as deficiências nos períodos de estiagem, exercendo um efeito regularizador.

Em geral, os reservatórios são formados por barragens implantadas nos cursos de águas. As
características físicas das barragens, em especial a capacidade de armazenamento, dependem das
condições topográficas do vale no qual está situado.

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• RESERVATÓRIOS

Um reservatório pode ser descrito por


seus níveis e volumes característicos: o
volume morto, o volume máximo, o volume
útil, o nível mínimo operacional, o nível
máximo operacional, o nível máximo
maximorum.

Outras características importantes são as


estruturas de saída de água, eclusas para
navegação, escadas de peixes, tomadas
de água para irrigação e abastecimento e
eventuais estruturas para lazer e
recreação.

Parcelas que formam a altura de uma barragem


Fonte: o autor, 2021

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• RESERVATÓRIOS

O volume útil é o volume de armazenamento necessário num reservatório para garantir uma
vazão regularizada constante, durante o período mais crítico de estiagem observado.

O dimensionamento do reservatório exige o conhecimento das:


 Vazões afluentes;
 Demandas a serem supridas;
 Perdas que poderão ocorrer.

A lei de regularização é dada por:

𝑸𝑹(𝒕)
𝒚 𝒕 =

𝑸
Sendo:
𝑸𝑹(𝒕) : vazão regularizada em função do tempo (t);
ഥ vazão média no período considerado.
𝑸:

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