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Documento Sem Nome
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Os quantitativos pluviométricos são mais elevados no interior das ilhas, nas regiões de
maior altitude.
Na ilha da Madeira, a vertente norte é a que regista valores de precipitação mais elevados.
A maior inclinação do terreno leva a uma maior fragmentação dos campos agrícolas e
dificulta a utilização de maquinaria agrícola. Através da construção de socalcos é possível
contornar alguns dos obstáculos impostos pelo relevo à prática agrícola.
- fatores humanos
- a influência histórico cultural
No Norte, a elevada fragmentação das explorações é justificada pela maior disputa pela
posse da terra, devido:
• à elevada densidade populacional;
• às maiores taxas de natalidade;
• à partilha das terras por herança (as terras eram repartidas igualmente por todos os
filhos);
• ao parcelamento das terras pelo clero e pela nobreza, associado ao processo de
Reconquista.
No Sul, a menor fragmentação das explorações resultou de uma menor disputa pela posse
da terra devido:
• à fraca densidade populacional;
• às menores taxas de natalidade;
• à forma mais organizada e tardia da Reconquista;
• à aquisição de terras da nobreza e do clero pela burguesia.
- O objetivo da produção
Este aspecto é determinante na ocupação do solo, podendo a produção destinar-se:
• ao autoconsumo:
• as explorações agrícolas são, maioritariamente, de pequena dimensão, normalmente
fechadas e de forma irregular;
• a utilização de maquinaria é reduzida, predominando as técnicas agrícolas rudimentares,
passadas de geração em geração.
- As políticas agrícolas
As orientações e medidas legislativas, de caráter nacional ou comunitário, condicionam a
agricultura portuguesa, na medida em que influenciam a escolha das espécies e as
quantidades a cultivar e condicionam as práticas agrícolas, como a utilização de produtos
químicos e favorecem a modernização e a reconversão da agricultura, através de incentivos
financeiros.
Regiões agrárias
Trás-os-Montes:
morfologia agrária - dimensão das propriedades: minifúndios (média dimensão)
vedação: campos fechados
sistema de culturas - ocupação do solo: extensiva
associação de culturas: monocultura de sequeiro com recurso à
rotação de culturas ao pousio
técnicas agrícolas: rudimentares e modernas
criação de gado: extensivo
povoamento: concentrado
culturas: cereais (centeio), batata, olival, vinha, castanheiros e amendoeiras
Beira litoral:
morfologia agrária - dimensão das propriedades: minifúndios
vedação: campos fechados
sistema de culturas - ocupação do solo: intensiva
associação de culturas: policultura e monocultura
técnicas agrícolas: rudimentares e modernas
criação de gado: intensivo (bovino)
povoamento: disperso e misto
culturas: batata, olival, vinha, milho
Beira Interior:
morfologia agrária - dimensão das propriedades: minifúndios (média dimensão)
vedação: campos fechados
sistema de culturas - ocupação do solo: extensiva de sequeiro
associação de culturas: policultura e monocultura
técnicas agrícolas: rudimentares e modernas
criação de gado: extensivo (caprino e ovino)
povoamento: aglomerado
culturas: milho, centeio,tabaco, girassol
Ribatejo e Oeste:
morfologia agrária - dimensão das propriedades: média dimensão
vedação: campos abertos
sistema de culturas - ocupação do solo: intensiva
associação de culturas: policultura e monocultura
técnicas agrícolas: rudimentares e modernas
criação de gado: extensivo e intensivo (suíno, bovino e cavalar)
povoamento: misto, disperso, alinhado e aglomerado
culturas: fruticultura, vinha, produtos hortícolas e culturas industriais
Alentejo:
morfologia agrária - dimensão das propriedades: latifúndios
vedação: campos abertos
sistema de culturas - ocupação do solo: extensiva
associação de culturas: monocultura
técnicas agrícolas: moderna
criação de gado: extensivo (bovino. ovino, suíno e cavalar)
povoamento: concentrado
culturas: trigo, arroz, girassol
Algarve:
morfologia agrária - dimensão das propriedades: minifúndios (média dimensão)
vedação: campos fechados
sistema de culturas - ocupação do solo: intensiva
associação de culturas: policultura e monocultura
técnicas agrícolas: mais ou menos rudimentares
criação de gado: extensivo (ovino e caprino)
povoamento: disperso e aglomerado
culturas: produtos hortícolas, frutos secos, citrinos
- distribuição
Em 2019 as explorações agrícolas ocupavam 5,1 milhões de hectares (55,5%)
SAU:
- representava 77,4% da superfície total das explorações agrícolas
- 18,9% matos e povoamentos florestais sem aproveitamento agrícola
- 1,8% superfície agrícola não utilizada (SANU)
Em 2019 a SAU aumentou 8,1% face a 2009, passou a ocupar 3,9 milhões de hectares,
verificando-se um aumento em todas as regiões, com exceção das ilhas.
- dimensão média
B.L e Madeira registam os valores mais reduzidos (3 hectares e 0,3 hectares)
Alentejo maior dimensão (68 hectares)
A dimensão média das explorações aumentou na maioria das regiões agrárias, com
exceção de Trás-os-Montes e Madeira que registaram um decréscimo.
- culturas permanentes
Entre 2009 e 2019 registou-se um aumento da produção de frutos de casca rija, em virtude
da instalação de modernos e intensivos amendoais no Alentejo e na B.I e do acréscimo da
superfície de castanheiros e de nogueiras.
Registou-se também um aumento da área de olival, um acréscimo da área de exploração
de frutos subtropicais e frutos pequenos de baga e a manutenção da importância das
culturas mediterrâneas e nas explorações agrícolas nacionais.
Em PT o olival, os frutos de casca rija e a vinha foram as culturas permanentes com maior
importância.
- culturas temporárias
Registou-se uma diminuição da superfície de cereais para grão e batata, culturas pouco
competitivas na maioria das condições edafoclimáticas onde eram produzidas. Um aumento
da área de hortícolas, o que traduziu o aumento da dinâmica do setor, consequência de um
maior investimento ao nível do aumento da área de estufas e um aumento das superfícies
de prados temporários e culturas forrageiras que passaram a ser uma categoria mais
representativa das culturas temporárias.
As culturas temporárias com maior relevância são os prados e culturas forrageiras, cereais
para grão e culturas hortícolas.
- produção pecuária
gado avícola: B.L,e Ribatejo e Oeste produzido em regime intensivo
gado ovino: Alentejo e B.I
gado suíno: Ribatejo e Oeste, produzidos com recurso a estabulação (regime intensivo)
gado bovino: Alentejo e Açores (regime extensivo)
coelhos: Entre Douro e Minho, Trás-os-Montes e B.L
gado caprino: Alentejo
A mão de obra familiar contribui com a maior parte do trabalho agrícola (68%)
O recurso a mão de obra não familiar, com carácter regular e sazonal tem vindo a
aumentar.
- nível etário
53% possui formação agrícola exclusivamente prática sendo mais expressivo no Algarve,
B.I e Alentejo.
2% possui formação profissional sendo mais expressivo na B.L, Ribatejo e Oeste e Entre
Douro e Minho.
- pluriatividade e plurirrendimento
São fundamentais para a manutenção do espaço rural, uma vez que, associados aos laços
afetivos que ligam a população agrícola à terra, vão atenuando o abandono da atividade
agrícola e o êxodo rural e contribuindo para a continuidade das práticas agrícolas.
86,9% dedicaram-se a tempo parcial à exploração agrícola, desenvolvendo a pluriatividade,
sendo que 32,6% não estava relacionada com a exploração
59,5% do rendimento de origem exterior à atividade agrícola provinha das reformas e 25,7%
dos salários do setor terciário.
- condicionalismos técnicos
Há uma reduzida mecanização nas explorações de pequena dimensão, maquinaria
obsoleta e com pouca eficiência energética e deficiências ao nível da segurança dos
operadores das máquinas agrícolas o que se traduz numa fraca competitividade, baixa
produtividade e problemas ambientais.
- no domínio da produção
Otimizar os processos produtivos através:
do investimento em infraestruturas, como sistemas de irrigação e drenagem, que garantam
uma gestão mais eficiente da água, melhoria da rede de caminhos e a aposta na
circularidade.
da seleção adequada dos solos, tendo em conta a sua capacidade produtiva
do redimensionamento das explorações agrícolas, a partir da realização de projetos de
emparcelamento
O emparcelamento é uma mais valia para o setor agrícola pois pode proporcionar um
aumento da produtividade e do rendimento agrícola, numa diminuição do tempo e do
esforço empregues na agricultura, o menor desgaste no uso de maquinaria agrícola e numa
diminuição dos custos de produção.
- domínio da transformação
- aumentar a incorporação de matérias primas nacionais na indústria agroalimentar.
- desenvolver novas tecnologias de processamento e conservação dos alimentos
destinados a mercados mais distantes.
- promover sinergias entre os diferentes intervenientes no setor e entre empresas,
tirando partido do efeito de escala e da complementaridade de oferta e, assim,
facilitando a entrada no mercado internacional.
- domínio da comercialização
- estimular a organização dos produtores, apostando na criação de mais cooperativas
agrícolas.
- investir em estruturas de recolha, tratamento, armazenamento e expedição dos
produtos.
- comercializar novos produtos alimentares com valor acrescentado, orientados para
nichos de mercado com necessidades nutricionais específicas.
- apostar nos países emergentes, sobretudo os mercados da Ásia e da América
Latina e manter as posições nos mercados consolidados como o europeu e o dos
países da CPLP.
- apostar na comunicação e na promoção dos produtos portugueses, através de
ações de marketing, aumentando o valor das vendas no exterior e o valor da marca
do país.
- apostar na criação de mais parcerias com instituições ligadas à inovação