QUESTÃO 1: De acordo com Jose Paulo Netto, com base em
Lukács, há uma hipertrofia prática do comportamento instrumental e
uma redução teórica da razão á racionalidade analítica por parte do pensamento hegemônico burguês a partir das décadas de 30 e 40 do século XIX. Como podemos caracterizar a base material e a perspectiva teórico-metodológica predominante, a partir dos anos 1970 que desencadeou a falsa ideia da não centralidade do trabalho, da existência de “novos movimentos sociais” e de que grandes paradigmas de análise não servem mais para analisar a realidade social. Como já foi citado, a ordem burguesa comporta transformações sociais e filosóficas, como a constituição da razão moderna, somada ao desenvolvimento do capitalismo, juntamente com a industrialização e urbanização. Assim, a consolidação da ordem burguesa em termos históricos- culturais, tende à creditar a hipertrofia prática do comportamento instrumental e a redução teórica da razão à racionalidade analítica.
Sabendo disso, ainda no século XIX, através das condições teórico-sociais e
culturais, constitui-se da antologia marxiana. Essa ontologia elaborada por Marx é totalmente vinculada a uma crítica radical a ordem burguesa, sustentada por uma perspectiva de classe, sendo ela então, uma ontologia do ser social.
Para Marx, o gênero humano é resultado da dinâmica da natureza juntamente
com o processo do trabalho, ou seja, é o pôr teológico do trabalho que instaura o ser social. Sendo assim, sua objetivação ontológica primaria é necessariamente o trabalho, uma atividade necessariamente coletiva onde de acordo com ele, torna o homem um ser prático e social.
Resumidamente, a ontologia social marxiana é fundada na práxis, sendo ela
centrada no trabalho (o que revela sua centralidade) apreende a constituição do ser social através de sua complexidade e totalidades.
A perspectiva marxiana, redefine e redimensiona a herança do iluminismo.
Todavia, o iluminismo necessitava de uma fundamentação histórico-concreta que a promovesse, mas essa projeção apenas se sustentaria por meio da ontologia posta a partir da práxis. Como isto não ocorre, o projeto iluminista foi perdendo densidade em face a consolidação da ordem burguesa. Este momento culminou no avanço do racionalismo positivista e sua apologia a sociedade burguesa, concomitantemente com o irracionalismo, fomentando a miséria da razão com a destruição da razão. Após os anos de 1960, período de anos dourados do capitalismo, em um âmbito de guerra fria, welafre State, posteriormente o modo de acumulação flexível e todo esse contexto de efervescência importante já estudado no período anterior, culminou na crise do capitalismo, como já foi visto. Sabendo disso, a partir dos anos de 1970, retorna o chamado irracionalismo, com o empobrecimento das discursões intelectuais em um movimento de decadência ideológica antagonizando a ontologia marxista como, por exemplo, em sua forma de compreender a realidade, além de se contrapor as lutas de classes não compreendendo a centralidade do trabalho na sociedade. Dessa maneira, vale ressaltar que para Habermas, era necessário mudar os paradigmas como os de sujeito- objeto, sendo então substituído por outro. A teoria de Habermas portanto, embora não responda todos os questionamentos, ajuda a compreender a difusão deste racionalismo.
QUESTÃO 2: Para as ciências humanas, qual a importância e
consequências da relação sujeito pesquisador e objeto? Quais as diferenças entre dicotomia entre sujeito e objeto, dialética entre ambos, centralidade do sujeito e hipercentralidade do sujeito? Para as ciências humanas, a busca pelo conhecimento e da verdade, sempre esteve atrelada a relação sujeito pesquisador e objeto, por esta razão esta dicotomia se torna tão importante, visto que, a diferenciação entre sujeito/objeto, embora com várias roupagens, esteve presente em todos os sistemas filosóficos pré-hegelianos.
A dicotomia sujeito/objeto colocada em questão através da inversão hegeliana,
inicialmente se tratava de uma condição da reflexão epistemológica, compreendendo a inserção do homem no mundo.
Ou seja, de acordo com a perspectiva hegeliana, uma das questões mais
importantes para se entender o mundo, é a busca das razões pela qual o sujeito e objeto se encontram diferenciados e contrapostos.
Em relação à dialética entre sujeito e objeto, Hegel, entende que o maior
desafio é explicar porque o mundo aparece como uma cisão entre ambos? E porque o mundo se parece alheio?
Para compreender tais questionamentos, Hegel utiliza da noção de trabalho,
que posteriormente é redefinido por Marx em termos históricos e materiais, o que permite repensar a relação entre sujeito/objeto mediante a versão de que os homens produzem a realidade inconsciente, introduzindo juntamente o conceito de trabalho e alienação. QUESTÃO 3: Aborde as principais características do pensamento pós moderno.
Após serem feitas críticas importantíssimas pelo pensamento
marxista, com a falha do projeto socialista e a ascensão da filosofia burguesa, surge uma nova necessidade de entender o sujeito na história. Com o aumento dos debates em torno deste tema, as ideias marxistas passam também a ser questionadas, entre esses questionamentos, o fim da centralidade do trabalho.
Com a negação da centralidade do trabalho, cria-se um ponto de convergência
com a teoria pós-moderna, negando também o marxismo como ideal revolucionário.
Neste contexto, a retomada do irracionalismo já se torna visível, pois, havia a
necessidade de um pensamento ideológico que deixasse tudo da maneira que estava enfraquecendo assim o movimento ideológico de esquerda e reafirmando o capitalismo como modo de produção hegemônico.
A partir deste contexto, o pós-modernismo pode ser caracterizado pelas
mudanças ocorridas nas ciências, nas artes e na sociedade, se desenvolvendo na filosofia após os anos 70.
O pós-modernismo, tem como característica a dessubstancialização do sujeito,
o que transforma a realidade em fantasmagoria e o sujeito se torna vazio. Outras características importantes são, o hiper-real, a desreferencialização, o niilismo, a saturação e etc.