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A NOVA

GUERRA FRIA
Geopolítica da multipolaridade mundial

Fábio Rosa - Geografia


EEEM Prof. José Veiga da Silva
SUMÁRIO

1. Do Mundo Bipolar ao Multipolar


2. A nova Guerra Fria ou Guerra Fria 2.0
3. Características gerais
4. A disputa tecnológica
5. A China
6. A Rússia
7. Os EUA
8. A Europa
9. O Brasil
MUNDO MULTIPOLAR
MUNDO MULTIPOLAR
DO MUNDO BIPOLAR AO MULTIPOLAR

 Após a queda do regime socialista, diversos países se aproximaram do


mundo capitalista com a finalidade de ingressar nesse sistema e
alcançar uma integração no mercado;
 Nesses países surgem problemas que anteriormente não havia: inflação
dos preços, desemprego, salários baixos, ascensão da desigualdade
social, violência, criminalidade;
 O mundo se configura sob influência de algumas potências econômicas,
como EUA, UE (União Europeia, Japão e mais recentemente China); e
militares como Rússia;
 Nesse mundo multipolar, nada mudou na distribuição da riqueza do
mundo. Os países ricos continuam ricos. E os pobres (antigo Segundo e
Terceiro Mundo) continuam pobres.
DO MUNDO BIPOLAR AO MULTIPOLAR

 Sem inimigo a ser vencido, a corrida armamentista perdeu força. A busca


de novas estratégias para ganhar mercados passou a ter prioridade na
ordenação econômica do mundo.
 No mundo multipolar, o poder é medido por pela CAPACIDADE
ECONÔMICA: disponibilidade de capitais, avanço tecnológico,
qualificação da mão-de-obra, nível de produtividade e índices de
competitividade.
 Nessa fase do capitalismo financeiro, que passou a ser chamado de
globalização, há um crescente aumento dos FLUXOS de informações,
mercadorias, capital, serviços e de pessoas em escala global. São as
REDES, que podem materiais (transportes) ou virtuais (Internet).
 A globalização nada mais é do que uma ferramenta nova da expansão
capitalista. A globalização está para o atual período científico-
tecnológico, assim como o colonialismo esteve para a sua etapa
comercial, ou o imperialismo para o final da fase industrial.
MUNDO MULTIPOLAR

 O Credit Suisse Research


Institute (CSRI) publicou EM
2017 um relatório (Getting
over Globalization) no qual
descreve como a economia
global está se movendo para
uma forma mais m ultipolar.

Fonte: https://marksstor m.medium.com/random-


finds-2017- week-5-on -the-new- multipolar -global-
economy -the- throughput -of-learning-
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SURGIMENTO DA NOVA GUERRA FRIA
Intens i ficaç ão das tens ões pol ític as, s oc i ais , i deol ógic as, tec nol ógic as e até m i l itares no s éc ul o X X I entr e
os E s tados Uni dos da A m ér ic a, Rús s i a e Chi na.
A NOVA GUERRA FRIA

O SURGIMENTO DE UMA NOVA GUERRA FRIA:

 Após trinta anos de hegemonia norte-americana uma Segunda Guerra


Fria - ou GUERRA FRIA 2.0 – emerge no cenário internacional. Tem por
diferença marcante, em relação à irmã mais velha, a presença de três
pesos posicionados no tabuleiro global: ESTADOS UNIDOS, RÚSSIA E
CHINA.

 Os três atores geopolíticos vivem uma ESCALADA DE TENSÕES E


CONFRONTOS INDIRETOS. Uma das consequências é a nova corrida
armamentista, inclusive com a militarização do continente europeu.

 “A Guerra Fria 2.0 ocorre num momento da história em que,


diferentemente da ex-União Soviética, a Rússia não é uma
superpotência econômica, mas continua uma superpotência nuclear”.
A NOVA GUERRA FRIA

O SURGIMENTO DE UMA NOVA


GUERRA FRIA:

 Em 2015 a Rússia entra na guerra da


Síria;
 Se observa o uso de forças militares
da Rússia em alto nível tecnológico,
algo inesperado para os EUA,
principalmente quando os russos
usaram os mísseis Caliber, lançados
do Mar Cáspio, que atravessaram
1.500 quilômetros, sobre Irã e Iraque,
e atingiram alvos das bases
terroristas com grande precisão.
A NOVA GUERRA FRIA

O SURGIMENTO DE UMA NOVA GUERRA FRIA:

 A antiga URSS nunca foi a potência econômica que é a China, e os dois


países à época em disputa não estavam tão interconectados financeira e
produtivamente como estão agora as duas maiores economias do
mundo.

 A competição é pela influência mundial – a China, com sua iniciativa da


Nova Rota da Seda, os Estados Unidos com o peso de seus 75 anos
como superpotência; pela inovação em áreas como a inteligência
artificial e os veículos elétricos; na corrida espacial – ambos estão
enviando missões a Marte com dias de diferença – e no armamento
ultramoderno, seja termonuclear, convencional e quântico.
A NOVA GUERRA FRIA
O SURGIMENTO DE UMA NOVA GUERRA FRIA:

 O mundo agora está conectado à internet. Os ATAQUES VIRTUAIS serão


mais constantes nessa nova ordem, e a interferência na política global
ESPALHANDO DESINFORMAÇÃO também.

 Cientistas afirmam que a NOVA GUERRA FRIA AGRAVA PROBLEMAS


MUNDIAIS como as mudanças climáticas, controle de pandemias,
xenofobia e desenvolvimento socioeconômico.
CARACTERÍSTICAS DA NOVA GUERRA FRIA
CARACTERÍSTICAS DA NOVA GUERRA FRIA
ELEMENTOS DA GUERRA FRIA 2.0:

 propaganda agressiva de acusações recíprocas e em larga escala, com a


imagem revivida do “inimigo”;
 tensões diplomáticas;
 acusações mútuas de ataques cibernéticos e, no caso dos Estados Unidos,
de interferência russa nas eleições de Donald Trump;
 uma nova corrida armamentista (EUA com mísseis Tomahawk e Rússia com
mísseis Kalibr);
 o colapso do sistema de controle sobre armamentos;
 sanções comerciais e isolamento econômico da Rússia, que tende a se
apoiar na China;
 a proliferação de armas nucleares, e o possível aumento do arsenal
nuclear chinês.

Daniel Barreiros e Pável Lavrenthiv Grass


CARACTERÍSTICAS DA NOVA GUERRA FRIA

 CONFRONTO IDEOLÓGICO ENTRE AUTOCRACIAS X DEMOCRACIAS

 AUTOCRACIA (poder concentrado num só governante); DEMOCRACIA


(país governado por representantes eleitos por voto).

 De acordo o Centro de Assuntos Globais da New York University, a nova


ordem tem, de um lado, os GOVERNOS AUTORITÁRIOS da China e da
Rússia e, de outro, GOVERNOS DEMOCRÁTICOS que, entre si, têm
dificuldade de se entender.

 A invasão da Ucrânia acirrou a polarização político-ideológica entre


democracias e autocracias.

 Países como China e Índia se recusam a condenar a invasão russa da


Ucrânia.
CARACTERÍSTICAS DA NOVA GUERRA FRIA

POLARIDADES/ALINHAMENTOS DA GUERRA FRIA 2.0:

 VIETNÃ: estava em guerra com a China em 1979; têm disputas no Mar


da China Meridional. Então se vê uma certa reaproximação entre o
Vietnã e os EUA. Entre o Vietnã e os EUA há um fortalecimento dos
laços econômicos.

 PAQUISTÃO: tecnicamente é uma democracia e foi aliada dos EUA


durante a Guerra Fria, mas economicamente está cada vez mais ligada à
China.
CARACTERÍSTICAS DA NOVA GUERRA FRIA

POLARIDADES/ALINHAMENTOS DA GUERRA FRIA 2.0

 ÍNDIA e os EUA estão começando a se alinhar cada vez mais em sua


atitude em relação à China, mas os indianos historicamente têm sido
cautelosos em se aproximar demais dos EUA.

 Na ÁFRICA há vários países que estão se aproximando da China, estão


se tornando grandes aliados econômicos. Mas, ao mesmo tempo, os
países, doadores e instituições ocidentais são extremamente
importantes para alguns desses países africanos.
A DISPUTA TECNOLÓGICA NA NOVA GUERRA FRIA
A DISPUTA TECNOLÓGICA NA NOVA GUERRA FRIA
A DISPUTA TECNOLÓGICA NA NOVA GUERRA FRIA

O QUE É INTERNET 5G?

 É a NOVA GERAÇÃO DE INTERNET, fundamental para uma próspera e segura


4ª REVOLUÇÃO INDUSTRIAL.

SEGUNDO ESPECIALISTAS, ELE POSSUI TRÊS CARACTERÍSTICAS QUE A


MARCAM:
 A primeira é uma velocidade maior para se conectar com aparelhos.
 A segunda é a chamada baixa latência, o tempo de resposta entre um comando
e o resultado no dispositivo.
 A terceira é a capacidade de conectar uma quantidade maior de dispositivos em
um a única antena, mas com uma área menor de conexão.
 Essas características possibilitarão o desenvolvimento e expansão de novas
aplicações, como o da REALIDADE AUMENTADA, DA REALIDADE VIRTUAL
(metaverso), da realização de ATIVIDADES REMOTAS – como cirurgias, do
funcionamento de VEÍCULOS AUTÔNOMOS e do uso de HOLOGRAFIA.
A DISPUTA TECNOLÓGICA NA NOVA GUERRA FRIA
A DISPUTA TECNOLÓGICA NA NOVA GUERRA FRIA

 Existe uma desconfiança crescente em várias partes do mundo em


relação à tecnologia chinesa.

 E a China obviamente tem uma tremenda desconfiança da tecnologia


que vem dos EUA ou de outros lugares, e é por isso que eles bloqueiam
tantas redes sociais e empresas de internet americanas.

 Há na China e seus aliados como a Rússia, um desejo de reduzir sua


dependência e seus laços econômicos com os EUA e a Europa.

 EUA pressionaram parceiros comerciais a banirem os equipamentos da


Huawei, empresa chinesa está na dianteira da nova tecnologia. Já a
China diz que o interesse dos americanos é minar o seu crescimento
tecnológico.
A DISPUTA TECNOLÓGICA NA NOVA GUERRA FRIA

 Os EUA dizem que os equipamentos representam um risco à segurança


nacional, já que a China poderia utilizá-los para espionagem ou interferir
no funcionamento da infraestrutura de outros países.

 Só que a nova ordem global não parece mais tão sob controle americano
como foi durante o século passado. A CHINESA HUAW EI OFERECE
GLOBALMENTE o que mais manda no mercado: qualidade & preço.

 Países e empresas precisam do 5G para suas economias, e os chineses


aparentemente têm construído boas soluções.
A CHINA NA NOVA GUERRA FRIA
A CHINA NA NOVA GUERRA FRIA

 Quando a China ADERIU AO CAPITALISMO (ainda que “de Estado”), nos


anos 80, americanos e europeus acreditaram que a transição para a
DEMOCRACIA VIRIA COMO CONSEQUÊNCIA NATURAL. A conclusão
vinha da aplicação de uma régua sociológica única, como se todas as
sociedades tivessem o mesmo funcionamento, ignorando a importância
dos aspectos culturais na dinâmica de um país.

 Com base no confucionismo, os CHINESES TÊM MENTALIDADE


HIERÁRQUICA, e associam a legitimidade do governante à prosperidade
que ele lhes proporciona. Enquanto sentem que vivem melhor que seus
pais, continuam obedecendo ao regime. Ao longo da história, as
dinastias chinesas acabaram quando a vida piorou.
A CHINA NA NOVA GUERRA FRIA

 A CHINA APRENDEU A JOGAR PELAS REGRAS DA GLOBALIZAÇÃO.


Com mão de obra barata e regulações bem mais brandas, tornou-se o
celeiro de manufaturados baratos do mundo. A gradual prosperidade
conquistada dessa forma perpetuou o Partido Comunista no poder. Os
protestos por democracia foram esmagados.
A CHINA NA NOVA GUERRA FRIA

 Ela não é uma estrada: é o


maior conjunto de obras da
história da humanidade, e
grande cartada da China
para ultrapassar os EUA.

 Os EUA não se manifestaram


oficialmente sobre o
megaprojeto chinês, mas
várias empresas americanas
estão tentando abocanhar
uma parte das obras.
A CHINA NA NOVA GUERRA FRIA

A China e as sanções contra a Rússia

 A China está olhando para o que está acontecendo com a Rússia, a


maneira como os EUA e seus aliados se uniram para impor sanções
duras e dolorosas à Rússia. A China vê isso e diz que "é exatamente
disso que temos medo".

 Os chineses querem se proteger dessa vulnerabilidade, querem controlar


sua própria cadeia de suprimentos, querem ter alternativas à tecnologia
estrangeira.

 Estão tentando desenvolver sua própria indústria de aeronaves


comerciais para competir com a Boeing e a Airbus.
A CHINA NA NOVA GUERRA FRIA

A China e as sanções contra a Rússia

 A China está se reorientando. Eles não vão fechar completamente,


querem continuar exportando e aumentar seus laços econômicos com
países como a Rússia, mas em outros aspectos estão tentando se retirar
do mundo como forma de se defender.

 Os EUA não tem um plano de depender menos da China. os chineses


estão se esforçando mais para diminuir sua dependência dos EUA do
que os EUA da China.
A RÚSSIA NA NOVA GUERRA FRIA
A RÚSSIA NA NOVA GUERRA FRIA

Atualmente a Rússia é uma grande potência militar.


A RÚSSIA NA NOVA GUERRA FRIA

 Após a URSS ser desfeita em 1991, a Rússia se tornou uma federação,


conduzindo reformas internas graduais e mantendo a sua influência nos
países do Leste Europeu, principalmente. Na história recente, o país tem
tentado afastar as influências do Ocidente, notadamente da Otan e da
União Europeia, na região do Leste Europeu.

 A Rússia teve seu período de adesão à democracia liberal, na sua


primeira década pós-soviética, sob o presidente Boris Yeltsin, nos anos
90. Esse breve namoro acabou com a chegada de Vladimir Putin ao
poder, no ano 2000.

 Putin ampliou o seu poder e perseguiu opositores, controlando a


imprensa, centralizando o poder. A partir de 2013, iniciou uma série de
atritos diplomáticos com a Ucrânia que se transformaram em conflito
armado.
A RÚSSIA NA NOVA GUERRA FRIA

 As relações entre Ucrânia e Rússia têm se desgastado


consideravelmente, principalmente porque Putin não aceita a
aproximação da Ucrânia às potências ocidentais, representadas pela
União Europeia e a Otan. Essa tensão ficou maior a partir de 2013,
quando a Ucrânia conduzia negociações para estreitar laços com a UE.

 Então, o presidente ucraniano Viktor Yanukovich rompeu as negociações


com a UE para se aproximar da Rússia. Isso desagradou a população
ucraniana. Os protestos populares resultaram na deposição de Viktor
Yanukovich.

 Vladimir Putin não gostou da deposição de seu aliado político. A Rússia


invadiu a Crimeia, uma região ucraniana de população russa e posição
geopolítica estratégica. A Crimeia foi anexada ao território russo.
A RÚSSIA NA NOVA GUERRA FRIA

 Em 2022 uma nova escalada aconteceu por causa da aproximação da


Ucrânia com a Otan. Não satisfeito com isso, Putin reconheceu a
independência de Lugansk e Donetsk e ordenou uma invasão militar
contra a Ucrânia.
A RÚSSIA NA NOVA GUERRA FRIA

 A Rússia está aumentando a parceria


com a China. Provavelmente, Rússia
e China vão se unir para aguentar a
pressão do Ocidente.
 Rússia e China possivelmente serão
grandes parceiros no segmento
militar.
 Exercícios militares em conjunto no
ar, mar e terra. Isso é risco grande
para os Estados Unidos e isso difere
da Guerra Fria 1.0, é um cenário novo
que configura a nova guerra fria.
OS EUA NA NOVA GUERRA FRIA
OS EUA NA NOVA GUERRA FRIA

 Mesmo após o fim da Guerra Fria em 1991, os EUA continuam a sua


política imperialista com a expansão da OTAN até os dias atuais.

 A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) expandiu a sua


presença em direção à fronteira russa, incorporando, os países que
integravam a área de influência da ex-União Soviética e também, as ex-
repúblicas bálticas soviéticas.

 Enfraquecida, a Rússia não tinha condições para reagir à expansão da


Otan. Para exportar o modelo democrático e de economia de mercado,
os Estados Unidos invadiram o Iraque (2003), sob a falsa alegação de
que haveria armas químicas, no contexto da “Guerra ao Terror”.
OS EUA NA NOVA GUERRA FRIA

 A guerra ao terror seguiu pela invasão do Afeganistão e a promoção das


“revoluções coloridas” (Líbia, Síria, Egito, Tunísia, Ucrânia), bem como
pelo uso unilateral da força militar e do controle do petróleo.
 Em 2019 os EUA rompem, com a Rússia, o Tratado INF, que proibiu o
lançamento de mísseis terrestres de alcance de 500 a 5.500 quilômetros,
que durante a Guerra Fria 1.0, levaram Moscou e Washington à escalada
de tensões em 1962 (crise do Caribe) e em 1983 (crise dos euro-
mísseis).

 Os EUA testaram mísseis de cruzeiro Tomahawk baseados em solo, o


que era proibido.

 Os EUA saíram, em 2002, do Tratado de Forças Nucleares de Alcance


Intermediário.
A EUROPA NA NOVA GUERRA FRIA
A EUROPA NA NOVA GUERRA FRIA

 Hoje existem duas bipolaridades: a relação Rússia e Estados Unidos e a


relação Estados Unidos e China.
 A EUROPA PERDEU A SUA SOBERANIA DE FATO COMO ENTE
POLÍTICO AUTÔNOMO, deixou de ser ente político internacional na
geopolítica, porque acata a vontade de Washington. O que sobra é
Estados Unidos, Rússia e China.
 O governo estadunidense está tentando atrair a Europa para sua política
de guerra fria contra a China, na qual até agora a União Europeia se
recusou a participar. Isto faz da região um ponto focal fundamental na
política mundial de hoje.
 Outro exemplo da perda de soberania europeia é a expansão da OTAN
em território europeu.
A EUROPA NA NOVA GUERRA FRIA
O BRASIL NA NOVA GUERRA FRIA
O BRASIL NA NOVA GUERRA FRIA

 O país nunca abraçou por completo a narrativa liberal global liderada


pelo Ocidente.

 Para se blindar contra pressões de potências maiores, como Estados


Unidos ou China, o Brasil desenvolveu uma postura internacional flexível
e ambígua, evitando as amarras de alianças estratégicas ou uma
proximidade excessiva com Washington, Pequim ou qualquer outro polo
de poder.

 Em 2014, se manteve longe da briga entre a Rússia e o Ocidente quando


Vladimir Putin invadiu a Crimeia. Dilma resistiu às pressões dos Estados
Unidos para “desconvidar” Putin da cúpula dos Brics, em Fortaleza, em
julho daquele ano. Apesar das divergências, o Brasil conseguiu
preservar laços cordiais com os Estados Unidos e a Europa.
O BRASIL NA NOVA GUERRA FRIA

 O governo brasileiro articulou um compromisso desajeitado: o Brasil


construiria uma rede governamental de 5G excluindo a chinesa Huawei,
mas permitiria que a empresa fornecesse componentes para a rede no
resto do país, proposta que acabou desagradando tanto a Pequim
quanto a Washington.

 Com um governo dividido entre facções pró-Estados Unidos (liderada


pela família presidencial) e grupos pró-China (liderados pelo
agronegócio, que atualmente se esforça para proteger laços com a
Rússia de forma a não perder acesso aos fertilizantes), o governo
Bolsonaro conseguiu a façanha de ser visto com desconfiança pelos
Estados Unidos e pela China.
O BRASIL NA NOVA GUERRA FRIA

A INTERNET 5G NO BRASIL

 Na época das definições para o leilão do 5G, realizado em novembro de


2021, os Estados Unidos chegaram a pressionar o Brasil a barrar a
entrada de empresas da China na infraestrutura da nova geração de
internet no país, acusando-as de fazer espionagem para o governo
chinês.
 O leilão do 5G, realizado em 2021, foi feito apenas com operadoras de
telefonia, impedindo a chinesa Huawei de participar diretamente.
 Em 2022 a Huawei começou a fornecer equipamentos para as três
maiores operadoras do Brasil (Vivo, Claro e Tim), as mesmas que
arremataram no leilão os direitos para distribuir 5G em todo o país pelos
próximos anos.
O BRASIL NA NOVA GUERRA FRIA
O BRASIL NA NOVA GUERRA FRIA

 A Floresta Amazônica pode tornar-se um trunfo diplomático brasileiro:


desde que o Brasil consiga se projetar como superpotência ambiental
disposta a rapidamente reduzir o desmatamento e assumir um papel-
chave no combate às mudanças climáticas – postura pela qual poderá
receber bilhões de dólares de ajuda, diga-se de passagem – o país
poderá tentar minimizar o custo político de manter laços com todos os
grandes atores, tanto do lado ocidental quanto com a Rússia e a China.
A melhor forma para alcançar isso é o Brasil se tornar um ator
imprescindível no combate ao desmatamento e às mudanças climáticas.
FIM!!!
FONTES
 h t t p s : / / g 1 . g l o b o . c o m / j o r n a l -n a c i o na l /n ot i c i a/ 2 022 /0 2/ 25 /m un do -a s s i s te - a o - c o m e c o - d e - s e gun da - g uer r a -f r i a - d i z em -
analistas-politicos.ghtml
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contra-a-china
 h t t p s : / / b r a s i l . e l p a i s . c o m / i n t e r n a c i on al / 20 20 - 0 7 - 27 /e ua - x -c hi na - c en ar i o s -d a - no v a - g uer r a -f r i a. h tm l
 h t t p s : / / m u n d o e d u c a c a o . u o l . c o m . br / hi s to r i age r al / v l ad i m i r - pu t i n. ht m
 h t t p s : / / ep oc a neg oc i o s . gl ob o. c o m/ M und o/ no ti c i a/ 202 2/ 04 /e s t am os - c am i nha ndo - par a - um -m un do -b i po l ar - c om - du as -
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 h t t p s : / / w ww. u o l . c o m . b r / t i l t / n o t i c i as /r e dac ao/ 2 022 /0 3/ 01 /a po s - p o l e m i c a- c o m - 5 g - br as i l -f a z - a s - p az e s - c om - hu aw ei - e -
anuncia-parceria.htm

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