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A Importância Do Ato de Contar Histórias Na Educação Infantil
A Importância Do Ato de Contar Histórias Na Educação Infantil
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA - UFRA
LICENCIATURA PLENA EM PEDAGOGIA
CAPANEMA – PA
2015
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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA - UFRA
LICENCIATURA PLENA EM PEDAGOGIA
CAPANEMA-PA
2015
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Nota:________
Banca Examinadora:
_____________________________________
Prof.ª MSc. Sônia Maria Fernandes dos Santos
Orientadora
_____________________________________
Prof. Esp. Jefferson Luis da Silva Cardoso
Membro 1
_____________________________________
Profª MSc. Wanúbya do Nascimento Moraes Campelo
Membro 2
3
AGRADECIMENTOS
À nossa orientadora que se dispôs a nos ensinar e a mostrar como agirmos nas
mais diversas situações para que pudéssemos encerrar mais essa etapa em nossas
vidas, obrigada professora!
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RESUMO
ABSTRACT
This work is the result of concerns of teachers working with the children's education
and that question, every day, on what to do to improve the performance of their
students in the practice of reading and hence writing. Your goal is to discuss the
storytelling to build the child's imagination, as well as for the development of the child
in the psychological aspects, social, cultural and intellectual. The oral genre of
storytelling, the method is analyzed as propellant other skills within the school
environment because it brings with it a range of benchmarks that can contribute to
parents, students and school in general. For, before being told, the story should be
cataloged according to age / year of students, read and reread the counter so that in
its telling, this can convince the listener that what counts is the truth. The
methodology used is literature and classroom experiences. After a survey of what is
oral and therefore what is literature and children's literature, it is an overview of how
the storytelling is linked to the practice of reading. Practices are cited ax memories
(2004) and Freire (1989), and then is made an overview of the importance of
storytelling to Silva (2009 ). Following one of the ways it is shown to work with this
genre, along the lines of Schneuwly and Doz (2004) on teaching sequence, indicative
of how storytelling could be worked and thus the readings of literary texts.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO........................................................................................................08
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA..............................................................................13
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS...............................................................24
4 DISCUSSÕES.........................................................................................................26
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................34
REFERÊNCIAIS BIBLIOGRÁFICAS
ANEXOS
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1 INTRODUÇÃO
Ziraldo (1988, p. 27) diz que “a tônica da escola deveria ser a leitura, num
trabalho que fizesse do hábito de ler uma coisa tão importante quanto respirar”.
Nesse sentido a leitura se torna não só um passatempo, ou um recurso para se
ensinar, mas é a própria essência do leitor, pois esse não consegue viver sem a
leitura.
A contação de histórias nas séries iniciais é o primeiro passo para que o aluno
comece a experimentar o sabor dos diversos gêneros de leituras. A partir de uma
experimentação sólida, onde ele possa ser o protagonista dessa contação. Acontece
que muitas vezes o aluno não é alimentado como deveria com leituras próprias à
sua faixa etária e acaba se afastando da leitura, porque em sua iniciação passou por
situações traumáticas, como o bullying, muitas vezes porque não sabia ler como
deveria, ou sua fala é cortada ou ameaçada por alguém que possui um
conhecimento das palavras maior, mas não conhecimento de mundo.
Desse modo, observamos que os teóricos que embasam essa pesquisa
comparam a leitura sempre como algo imprescindível para a sobrevivência humana,
Machado (2002) compara a leitura a um prato de comida, não que deva ser
empurrada goela abaixo, mas que seja saboreada, escolhida, diversificada; Ziraldo
(1988) faz a comparação com o ar que respiramos e por essa ótica, não podemos
deixar de nos alimentar e muito menos de respirarmos esse conhecimento explícito
nos livros, porque na realidade a todo o momento nos deparamos com
acontecimentos que se apresentam de forma desafiadora a todos os seres humanos
e a leitura nos dá acima de tudo subsídios para que possamos viver com um mínimo
possível de dignidade.
Portanto, na tentativa de discutir a respeito do ato de contar histórias para a
construção do imaginário infantil, bem como para o desenvolvimento da criança nos
aspectos psíquico, social, cultural e intelectual, este estudo está assim estruturado:
Iniciamos a discussão do estudo apresentando um breve diálogo sobre o ato
de contar histórias - das narrativas orais à literatura infantil. Em seguida, dialogamos
a respeito da importância do ouvir, ler e contar histórias; posteriormente falamos a
respeito do papel da literatura infantil para o desenvolvimento do imaginário das
crianças; a justificativa desse trabalho, os objetivos geral e específicos, os
procedimentos metodológicos, e, por fim as discussões que norteiam este trabalho
bem como as considerações finais, síntese e recomendações a respeito do tema
abordado.
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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Contar histórias é tão importante quanto ouvi-las, mas para isso é preciso
estar aberto a novas descobertas ou redescobertas e exige muito mais do contador,
pois esse terá de apresentar as histórias como se tivesse contando um fato, algo
verídico, para que quem está ouvindo possa interagir com o que está sendo narrado
e passe a acreditar no enunciado.
Na realidade é uma via de mão dupla, uma complementa a outra.
Dependendo do espaço em que se está contando a história e do público que se faz
presente, o contador precisa estar consciente do que vai contar, para quem vai
contar, de qual forma e com qual objetivo, pois estabelece-se um clima de união de
quem está contando com quem está ouvindo.
Ao contar histórias é possível iniciar um processo de preparação da criança
para vivenciar com mais segurança suas próprias dificuldades, e onde se pode criar
um mundo de encantamento, suspense, surpresa, emoção, no qual personagens
ganham vida e o enredo possa transformar tanto a realidade de quem está narrando
como a de quem está ouvindo.
Assim, a contação de histórias é uma grande aliada, também, na prática da
leitura em sala de aula, pois poderá estimular tanto professores quanto alunos,
envolvê-los numa temática nova, onde o lúdico, as intrigas, as fantasias, os enredos
poderão estimular os alunos a desenvolver essa prática cada vez mais e melhor.
Coelho (1998, p. 14) diz que:
as leituras para alcançar seus objetivos e tenha um resultado positivo, pois, apesar
de, inicialmente, não ter sido criada com o direcionamento à criança, e sim aos
adultos, a literatura se tornou essencial nas aulas de leitura em todo o mundo.
Segundo Coelho (1991, p.99):
Ninguém tem que ser obrigado a ler nada. Ler é um direito de cada cidadão,
não é um dever. É alimento de espírito. Igualzinho a comida. Todo mundo
deve ter a sua disposição e boa qualidade, variada, em quantidades que
saciem a fome. Mas é um absurdo impingir um prato cheio de comida pela
goela abaixo de qualquer pessoa. Mesmo que se ache que o enche aquele
prato é a iguaria mais deliciosa do mundo. (MACHADO, 2002, p. 15).
histórias que, com certeza, enriqueceram sua formação e contribuíram para que o
seu imaginário se ampliasse a partir das histórias que ouviu.
Não sei direito com que idade eu estava, mas era bem pequena. Mal tinha
altura bastante para poder apoiar o queixo em cima da escrivaninha de meu
pai. Diante dele sentado escrevendo, eu vinha pelo outro lado, levantava os
braços até a altura dos ombros, pousava as mãos por cima das outras no
tampo da mesa, erguia de leve o pescoço e apoiava a cabeça sobre elas. A
ideia era ficar embevecida, contemplando de frente o trabalho paterno. Bem
apaixonadinha por ele, como já explicava Freud, mas eu só descobriria
anos depois.
Só que meio do caminho tinha outras coisas. Bem diante dos meus olhos,
na beira da mesa. Uma pequena escultura de bronze, esverdeada e
pesada, numa base de pedra preta e bem lustrosa. Dois cavalos. Mas
exatamente, um cavalo esquelético seguido por um burrico roliço. Montado
no primeiro, e ainda mais magrelo, um tristonho cavaleiro de barbicha
segurava uma lança numa mão e um escudo no outro escarrapachado no
jumento, um gorducho risonho, de braço estendido para os altos, erguia o
chapéu como quem dá vivas.
Um dia perguntei quem eram.
- O da frente se chama Dom Quixote. O outro, Sancho Pança.
- Quem são eles?
- Ih, é uma história comprida... Um dia eu te conto.
[...] foi até a estante, pegou um livro grandalhão, sentou-se numa poltrona e
me mostrou. Lá estava várias figuras dos dois, em preto e branco.
- Outra hora eu te conto, agora vá brincar... mas eu sabia que depois ia ter
histórias. E isso já me deixava feliz. Não recordo bem o que pensei. Posso
ter me distraído com outras coisas. Posso ter lembrado a cantiga de roda
que dizia “Fui na Espanha/Buscar o meu chapéu/Azul e Branco/Da cor
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Ninguém tem que ser obrigado a ler nada. Ler é um direito de cada cidadão,
não é um dever. É alimento de espírito. Igualzinho a comida. Todo mundo
deve ter a sua disposição e boa qualidade, variada, em quantidades que
saciem a fome. Mas é um absurdo impingir um prato cheio de comida pela
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goela abaixo de qualquer pessoa. Mesmo que se ache que o enche aquele
prato é a iguaria mais deliciosa do mundo. (Machado 2002, p. 15).
Assim, tanto para quem lê quanto pra quem escuta, a leitura é capaz de
propiciar muitas coisas que vão além do prazer das histórias, como também o
contato com o desconhecido, outros ambientes, outros tempos, relações
enriquecedoras que fazem dos personagens fictícios, uma brincadeira que vai além
de uma diversão descartável, mas que contribui para um jogo sedutor entre o leitor,
o texto e o ouvinte.
Machado (2002) faz considerações ao contato da leitura de clássicos desde
cedo, pois estes são constituídos, de todo esse aparato significativo na formação do
leitor, para isso, menciona a colocação de Stuner, sobre uma definição de clássicos.
Nesse contato, com os contos de fadas, a criança deve sentir-se livre para
compreendê-lo a seu modo, sem que o adulto venha interferir na magia, na
cativação que o conto foi capaz de revelar. A interpretação, que é uma forma de
leitura, apresenta-se de modo singular capaz para cada criança. “As interpretações
adultas por mais corretas que sejam roubam da criança a oportunidade de sentir que
ela, por sua própria conta, através de repetidas audições e de ruminar acerca da
história, enfrentou com êxito uma situação difícil”. (BETTELHEIM, 2000, p.13. Apud
ABRAMOVICH, 2006, p. 122).
Vale ressaltar que esse tipo de postura deve ser adotada sempre, seja na
visualização de um filme ou diante de uma peça teatral, respeitando a recepção
estética da arte literária do infante.
As narrativas devem ser bem aproveitadas pelo contador de histórias, o qual,
a fim de alcançar os seus objetivos enquanto mediador da leitura ou a oralização
espontânea da mesma, segue assim alguns cuidados importantes nessa tarefa de
amor, sendo estas:
Outro aspecto que deve ser considerado a respeito do contar história é saber
selecioná-las conforme a idade da criança, e a fase em que a mesma está inserida,
para que a proximidade e a relação com ela seja concretizada positivamente. O que
exige ainda mais de quem conta a história, o aproveitamento do texto em seus
aspectos anteriormente comentados.
Além do livro, existem ainda outros suportes narrativos como os textos por
imagem, filme, capazes de, também, contribuir nesse processo de formação do leitor
de textos literários. As histórias sem textos destacam-se por serem experiências do
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Dessa forma, resgatar sua história é antes, enfrentar seus medos, suas
angústias, pois estão no tempo de mudar, de refletir sua prática e fazer diferente
agora, não deixando pra recordar de sua história só quando parecer que não tem
mais jeito. Dessa forma, contar histórias pode acender uma nova pessoa que esteve
adormecida e ajudar o aluno a refazer sua trajetória.
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3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Desse modo, este trabalho propõe que se utilize da literatura infantil para o
desenvolvimento do sujeito no domínio da leitura e consequentemente da produção
e reprodução das mesmas numa metáfora onde basta o primeiro floco de neve rolar
na montanha para se virar uma avalanche. Não é uma mera pretenciosa ideia, pois
não é a primeira discussão sobre esse assunto, mas quando algo é discutido é
porque tem uma que de verdade implícito e pode ser mais um subsídio para o
trabalhado em sala de aula.
Ainda, no ato de contar e ouvir histórias como estratégia de ensino
colaboradora no processo de estímulo à leitura na Educação Infantil e nas demais
habilidades e competências determinadas para esse nível de ensino é verificada,
também, em que medida essa arte de contar histórias contribui para a aprendizagem
de uma forma geral e se ela pode ser um complemento para que a família possa
também contribuir, para o fomento do interesse da criança pela leitura.
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4 DISCUSSÕES
4.1 Contar e ouvir histórias como estratégia de ensino para a educação infantil
Como foi escrito anteriormente, o ato de contar histórias é uma ação própria
do ser humano e o trabalho com gêneros, principalmente com um gênero do oral no
que se refere à contação de histórias, permite que os alunos, ao ouvir histórias,
melhorem na produção das habilidades de leitura e escrita e motive-os de acordo
com cada livro apresentado a repensar suas atitudes. Uma sugestão de atividade
para se trabalhar com esse gênero, não que ela seja a primeira abordagem sobre o
assunto, é a “Sequência didática”.
Além de somar com a prática pedagógica de muitos professores e técnicos
pedagógicos, Schneuwly e Dolz (2004, p. 97) dizem que: é uma estratégia adequada
para elaboração do processo de ensino-aprendizagem, pois compreende “um
conjunto de atividades escolares organizadas, de maneira sistemática, em torno de
um gênero textual oral ou escrito”. E ainda,
Os autores fazem uma síntese de uma ideia para trabalhar com os gêneros
que, direcionada à literatura, pode ser ponto chave para o convencimento do
professor que ainda sente-se inseguro.
MATERIAL NECESSÁRIO;
TEMPO ESTIMADO;
AVALIAÇÃO.
Escola Municipal
Professoras: Lucineide Santos da Silva e Shirlene Maria Nascimento
Período: 5 dias
Passos:
1º) passo: Apresentar do trabalho e explicar sobre a importância da fábula;
2º) passo: Mostrar um cartaz com o texto da fábula. (A reunião de ratos);
3º) passo: Ler a fábula de forma clara e precisa;
4º) passo: Fazer uma reflexão com a moral da fábula;
5º) Passo: Atividade com palavra do tema “A reunião de ratos”, cortar em
tiras o verso da fábula e dar uma folha com a fábula “A reunião de ratos” em
branco para as crianças colarem as palavras do texto da fábula e letras
soltas para trabalhar o jogo do bate letra;
6º) Passo: Pedir às crianças para recontarem a história da fábula “A reunião
de ratos”.
Escola Municipal
Professoras: Lucineide Santos da Silva e Shirlene Maria Nascimento
Miranda
Período: 5 dias
Tiba (2002, p.183) “[...] quando a escola o pai e a mãe falam a mesma língua e têm
valores semelhantes, a criança aprende sem grandes conflitos e não joga a escola
contra os pais e vice-versa [...]”.
Rios e Zoé (2009) dizem ainda que:
maior das crianças com seus pais, pois se estes dedicarem um tempo do dia para
contar histórias a seus filhos terão a oportunidade de contribuir para o
desenvolvimento de aprendizagem das crianças, como também acompanhá-las nas
atividades escolares de maneira geral.
Ressalta-se que o ato de contar histórias,
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAIS BIBLIOGRÁFICAS
BETTELHEIM, Bruno. A psicanálise dos contos de fada. 14. ed. São Paulo: Paz e
Terra, 2000.
COELHO, Bethy. Contar histórias: uma arte sem idade. São Paulo: Ática, 1996.
COSSON, Rildo. Letramento literário: teoria e prática. São Paulo: Contexto, 2006
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KLEIMAN, Angela. Leitura, ensino e pesquisa. ed. Pontes, São Paulo, 1989.
MACHADO, Ana Maria. Como e por que ler os clássicos universais desde cedo.
Rio de Janeiro: Objetiva, 2002.
MACHADO, Ana Maria. Textura: sobre leitura e escritos. RJ. Nova Fronteira,
2002.
MAINARDES, Rita de Cássia Milléo. A arte de contar histórias: Uma estratégia para
a formação de leitores, SEED, Paraná, 2008.
ZIRALDO. A escola não está preparada para a mágica da leitura. Nova Escola,
(Fundação Vítor Civita, nº25, out. 1988.
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ANEXOS
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Uma vez os ratos, que viviam com medo de um gato, resolveram fazer uma reunião
para encontrar um jeito de acabar com aquele eterno transtorno. Muitos planos
foram discutidos e abandonados. No fim um rato jovem levantou-se e deu a ideia de
pendurar uma sineta no pescoço do gato; assim, sempre que o gato chegasse perto
eles ouviriam a sineta e poderiam fugir correndo. Todo mundo bateu palmas: o
problema estava resolvido. Vendo aquilo, um rato velho que tinha ficado o tempo
todo calado levantou-se de seu canto. O rato falou que o plano era muito inteligente,
que com toda certeza as preocupações deles tinham chegado ao fim. Só faltava
uma coisa: quem ia pendurar a sineta no pescoço do gato?