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Urinalise e Fluidos Biologicos
Urinalise e Fluidos Biologicos
Brasília-DF.
Elaboração
Rebeca Confolonieri
Atualização
Rebeca Confolonieri
Produção
APRESENTAÇÃO.................................................................................................................................. 4
ORGANIZAÇÃO DO CADERNO DE ESTUDOS E PESQUISA..................................................................... 5
INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 7
UNIDADE I
URINÁLISE............................................................................................................................................... 9
CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO À URINÁLISE........................................................................................................ 9
CAPÍTULO 2
FUNÇÃO E DOENÇAS RENAIS................................................................................................. 18
UNIDADE II
ANÁLISE DA URINA................................................................................................................................ 23
CAPÍTULO 1
TIPOS DE EXAMES ................................................................................................................... 23
CAPÍTULO 2
CONTROLE DE QUALIDADE EM URINÁLISE................................................................................ 46
UNIDADE III
FLUIDOS BIOLÓGICOS.......................................................................................................................... 49
CAPÍTULO 1
FLUIDOS SEROSOS.................................................................................................................. 49
CAPÍTULO 2
FLUIDO SEMINAL (SÊMEN)........................................................................................................ 59
CAPÍTULO 3
FLUIDO AMNIÓTICO................................................................................................................ 67
UNIDADE IV
OUTROS FLUIDOS BIOLÓGICOS............................................................................................................ 72
CAPÍTULO 1
SUOR E SALIVA........................................................................................................................ 72
CAPÍTULO 2
SUCO GÁSTRICO.................................................................................................................... 80
CAPÍTULO 3
LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO.............................................................................................. 84
REFERÊNCIAS................................................................................................................................... 95
Apresentação
Caro aluno
Conselho Editorial
4
Organização do Caderno
de Estudos e Pesquisa
A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos
Cadernos de Estudos e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Atenção
5
Saiba mais
Sintetizando
6
Introdução
O Caderno de Estudos e Pesquisa “Urinálise e Fluidos Biológicos” foi elaborado com
o objetivo de proporcionar a você, aluno(a), conhecimentos básicos aplicados na área
laboratorial, assim como sua interação com outras áreas das ciências da saúde.
Nesse sentido, será abordada a maneira correta para a coleta de cada amostra, quem
pode realizá-la e como são feitas suas análises específicas.
Este caderno lhe fornecerá, ainda, uma visão detalhada das estruturas físicas, químicas
e microscópicas da urina e dos outros tipos de fluidos biológicos. Nesse sentido,
serão abordadas as análises dos líquidos serosos, líquido sinovial, líquido seminal,
líquido amniótico, suor, saliva e suco gástrico, apontando o significado clínico e sua
importância. Ademais, seu estudo será enriquecido com ilustrações recentes aplicadas
principalmente à Medicina Laboratorial.
Objetivos
» Aprofundar conhecimentos sobre os líquidos biológicos do organismo.
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URINÁLISE UNIDADE I
CAPÍTULO 1
Introdução à urinálise
História e importância
A medicina laboratorial teve início com a análise da urina. Embora os métodos não
fossem sofisticados, a observação da urina permitia ao médico obter informações
diagnósticas a partir da turvação, da cor, do odor, do volume, da viscosidade e até
mesmo a partir da presença de açúcar, ao perceberem que certas amostras atraíam
formigas. Os meios modernos de urinálise ampliaram seu campo de ação, abrangendo
não só o exame físico, mas também a análise bioquímica e a microscopia do sedimento
urinário.
Além da amostra de urina ser de obtenção rápida e fácil, fornece informações sobre
muitas das principais funções metabólicas do organismo, por meio de exames
laboratoriais simples. Essas características se ajustam às tendências atuais em favor da
medicina preventiva.
Devido ao fato de o exame urinário ser um método muito valioso de triagem metabólica,
pode-se detectar, além de doenças renais, o início assintomático de patologias como o
diabetes mellitus e as hepatopatias.
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UNIDADE I │ URINÁLISE
Formação e composição
A formação da urina ocorre nos rins, como um ultrafiltrado do plasma, a partir do
qual são reabsorvidos glicose, aminoácidos, água e outras substâncias essenciais ao
metabolismo do organismo.
A urina é formada a partir da filtração do sangue que passa no interior dos néfrons. De
maneira resumida, podemos dizer que o processo de formação da urina ocorre em três
etapas:
» Filtração.
» Reabsorção.
» Secreção.
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URINÁLISE │ UNIDADE I
Inicialmente, o sangue arterial chega sob alta pressão nos capilares do glomérulo.
Nesse momento, a pressão faz que parte do plasma saia em direção à cápsula de
Bowman. Essa passagem de plasma é conhecida como filtração. O filtrado formado é
muito semelhante ao plasma no interior dos vasos sanguíneos, entretanto, não possui
proteínas nem células do sangue.
O material proveniente da filtração segue para os túbulos renais; local onde ocorre a
reabsorção. Nessa etapa, as substâncias importantes que não devem ser perdidas são
reabsorvidas. Quase 99% da água filtrada no corpúsculo, por exemplo, é absorvida. A
grande reabsorção é também verificada para glicose e aminoácidos.
No túbulo proximal, ocorre a maior parte da reabsorção de água e sódio, duas substâncias
essenciais para o funcionamento do corpo. Estima-se que cerca de 67% a 80% de íons
Na+ e água são absorvidos do filtrado nessa etapa. Na alça de Henle e no túbulo distal,
substâncias também são reabsorvidas.
Ao final dessas três etapas, temos a urina formada. Sendo assim, podemos dizer que a
urina é o produto formado pelo filtrado glomerular, retirando-se o que foi reabsorvido
e somando-se o que foi secretado.
Para ter certeza de que um determinado fluido é realmente urina, pode-se dosar ureia
e creatinina nessa alíquota, tendo em vista que tais substâncias se encontram presentes
em altas concentrações se comparadas a outro fluido corporal.
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UNIDADE I │ URINÁLISE
Volume
O volume urinário depende da quantidade de água excretada pelos rins, portanto, a
quantidade excretada, em geral, é determinada pelo estado de hidratação do organismo.
» ingestão de líquidos;
Quando ocorre anúria, ou seja, cessação do fluxo urinário, a oligúria pode ser resultante
de qualquer tipo de lesão renal grave ou até de uma diminuição do fluxo sanguíneo para
os rins.
Coleta
O recipiente da amostra deve ser devidamente etiquetado com o nome do paciente, a
data e a hora da colheita, lembrando que as etiquetas devem ser postas sobre o recipiente
e não sobre a tampa.
Amostras mantidas à temperatura ambiente por mais de uma hora, sem conservantes,
podem apresentar as seguintes alterações:
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URINÁLISE │ UNIDADE I
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UNIDADE I │ URINÁLISE
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URINÁLISE │ UNIDADE I
Tipos de amostras
Para se obter uma amostra de urina significativamente fidedigna em relação ao estado
metabólico do paciente, é necessário controlar alguns aspectos da coleta (Tabela 1),
como:
» hora;
» duração;
» dieta;
» medicamentos ingeridos; e
» método de colheita.
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UNIDADE I │ URINÁLISE
A urina do paciente com poliúria possui alta densidade. Nesse caso, deve-se
investigar a possibilidade de diabetes mellitus.
Manuseio da amostra
O fato de a urina ser tão disponível e facilmente coletada, muitas vezes leva ao descuido
no tratamento da amostra após a coleta.
As mudanças na composição da urina têm lugar não só in vivo, mas também in vitro,
exigindo assim procedimentos de manuseio corretos.
A Tabela 2 descreve as mais importantes alterações que podem ocorrer em uma amostra
que permanece em temperatura ambiente por mais de duas horas. É importante
observar que a conservação inadequada pode afetar seriamente os resultados de um
exame de urina de rotina.
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URINÁLISE │ UNIDADE I
Preservação da amostra
O método de conservação mais rotineiramente utilizado é a refrigeração de 2 a 8ºC, o
que diminui o crescimento bacteriano e o metabolismo.
Se a urina é para ser cultivada, deve ser refrigerada durante o transporte e ser mantida
refrigerada até o cultivo, por até 24 horas.
Quando uma amostra for transportada para longas distâncias e a refrigeração não
for possível, conservantes químicos podem ser adicionados. Tubos de transporte
comercialmente preparados são acessíveis.
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CAPÍTULO 2
Função e doenças renais
Fisiologia renal
O ser humano possui dois rins que têm cor vermelho-escura em forma de um grão de
feijão e cada um deles contém, aproximadamente, de 1 a 1,5 milhões de néfrons. Os
néfrons controlam a capacidade renal de depurar seletivamente resíduos provenientes
do sangue e, ao mesmo tempo, de manter a água essencial e o equilíbrio eletrolítico no
organismo, por meio das seguintes funções renais:
» filtração glomerular;
» reabsorção tubular; e
» secreção tubular.
É constituído pelos rins direito e esquerdo; pela pelve renal, que recebe os coletores de
urina do parênquima renal; pelos ureteres, bexiga e uretra. Os rins são envolvidos por
uma cápsula fibrosa que, no nível do hilo renal, deixa-se atravessar pela artéria renal,
pela veia renal e pela pelve coletora, que dá continuidade com o ureter. O parênquima
renal apresenta duas regiões bastante distintas: a região periférica, cortical ou córtex
renal; e a região central, medular ou medula renal (Figura 3).
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URINÁLISE │ UNIDADE I
Vasos interiobares
Cálice menor
renal Pirâmide
Artéria renal
Papila
Medula
Coluna renal
Ureter
Córtex
Cápsula
Doenças renais
Doenças renais são a nona principal causa de morte nos Estados Unidos da América
(EUA). Diabetes e hipertensão arterial aumentam o risco de doença renal e são as causas
mais comuns de insuficiência renal. Qualquer doença que afete os vasos sanguíneos,
incluindo diabetes, hipertensão arterial e aterosclerose, pode afetar a função renal.
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UNIDADE I │ URINÁLISE
Como lesões renais podem causar risco de vida, qualquer doença ou distúrbio que possa
afetar o rim merece atenção imediata. Doenças renais com frequência não causam
sintomas até provocarem lesões avançadas, e podem evoluir para insuficiência renal,
que é fatal, a não ser que o paciente seja submetido à diálise ou a um transplante de rim.
Existem mais de 100 distúrbios ou doenças que causam lesão renal progressiva.
20
URINÁLISE │ UNIDADE I
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UNIDADE I │ URINÁLISE
que passa por uma área infectada do organismo. A forma crônica pode
ser idiopática, com a obstrução ou reflexos oxigenados de cálculos renais,
ou por presença de bexiga neurogênica.
As doenças renais com frequência permanecem silenciosas durante muitos anos, sem
sinais ou sintomas reconhecíveis ou com sinais muito genéricos. Por isso, é muito
importante fazer exames de rotina. Eles podem revelar sangue ou proteínas na urina
ou níveis elevados de creatinina e de ureia no sangue, que são sinais precoces de lesão
renal.
Entretanto, alguns avisos de doença renal não devem ser ignorados. É necessário
procurar um médico imediatamente quando ocorrem:
O tratamento varia com o tipo de doença renal. Em geral, o diagnóstico precoce melhora
os resultados. Talvez seja necessário estabelecer restrições na alimentação (restrições
dietéticas), prescrever medicamentos e fazer cirurgias. Se os rins não conseguem
mais eliminar resíduos e água, faz-se diálise diversas vezes por semana, seguida de
transplante renal. O controle do diabetes mellitus e da hipertensão arterial é muito
importante para evitar ou minimizar lesão renal.
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ANÁLISE DA URINA UNIDADE II
CAPÍTULO 1
Tipos de exames
Coloração
A variedade da cor da urina vai desde a ausência de cor até o negro, o que pode ser devido
a funções metabólicas normais, atividade física, substâncias ingeridas ou patologias.
Porém, é de responsabilidade clínica determinar se essa alteração de cor é normal ou
indicativo de doença.
Muitas colorações anormais na urina são de natureza não patogênica, sendo causadas
pela ingestão de alimentos, vitaminas e medicamentos bastante pigmentados.
Aparência/aspecto
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UNIDADE II │ ANÁLISE DA URINA
Turvação
Densidade urinária
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ANÁLISE DA URINA │ UNIDADE II
Odor
É uma propriedade física observável, pois, assim que recém-colhida, a urina possui
um odor característico de seus componentes aromáticos. O odor é classificado como
próprio, sui generis ou característico.
Quando a amostra fica muito tempo em repouso, o cheiro de amônia passa a ser
predominante devido à degradação da ureia. A urina em decomposição adquire um
odor pútrido ou amoniacal em decorrência da fermentação bacteriana.
Tiras reativas
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UNIDADE II │ ANÁLISE DA URINA
Os testes são feitos ao se mergulhar rapidamente as tiras em uma urina recente, bem
homogeneizada. O excesso deve ser removido, tocando-se a borda da tira brevemente
em um papel absorvente. O contato da tira com a urina faz com que ocorra uma reação
química e, então, a mudança cromática.
As áreas de teste da tira devem ser observadas nos intervalos de tempo específicos. As
mudanças de cor das almofadinhas de reagentes devem ser comparadas visualmente
com a cor da escala fornecida com as tiras.
Automação em urinálise
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ANÁLISE DA URINA │ UNIDADE II
pH
Proteínas
Normalmente, pode ser detectada pela tira reagente quando está presente em grandes
quantidades. As proteínas podem aparecer na urina constantemente ou apenas de
forma intermitente, conforme a causa.
A albumina, por ter baixo peso molecular, é a principal proteína sérica encontrada na
urina normal. A urina normal contém quantidade muito baixa de proteínas, sendo, em
média, menos de 10 mg/dL ou 150 mg por 24 horas.
Pequenas quantidades de proteína na urina podem ser um sinal precoce de lesão renal
devido ao diabetes. Quantidades tão pequenas podem não ser detectadas pela tira
reagente. Nesses casos, a urina será coletada durante um período de 12 ou 24 horas.
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UNIDADE II │ ANÁLISE DA URINA
A principal fonte de erro na utilização das tiras reagentes ocorre quando a urina é
extremamente alcalina e anula o sistema de tamponamento.
As causas da proteinúria são variadas e podem ser agrupadas em três grandes categorias:
pré-renal, renal e pós-renal, com base na origem das proteínas.
Glicose
A análise da glicose é a prova de detecção que está incluída em todos os exames físicos
de urina e, muitas vezes, é o principal objetivo dos programas preventivos de saúde
pública.
Cetonas
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ANÁLISE DA URINA │ UNIDADE II
Entre as razões clínicas para esse aumento do metabolismo das gorduras, citam-
se a incapacidade de metabolizar carboidratos, como ocorre no diabetes mellitus; o
aumento da perda de carboidratos por vômitos; e a ingestão insuficiente de carboidratos
associada à carência alimentar e redução de peso.
Como as acetonas evaporam na temperatura ambiente, a urina deve ser bem tampada
e refrigerada se não for testada rapidamente.
Sangue
Bilirrubina
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UNIDADE II │ ANÁLISE DA URINA
Sua forma direta ou conjugada atravessa o túbulo renal e aparece na urina. Desse modo,
a bilirrubina é encontrada mais comumente em pacientes com icterícia mecânica.
A hepatite e a cirrose são exemplos comuns de doenças que produzem lesão hepática.
Urobilinogênio
Nitrito
A prova para detecção de nitrito é útil para o diagnóstico precoce das infecções da bexiga
(cistite), pois, muitas vezes, os pacientes são assintomáticos ou têm sintomas vagos, que
levariam o médico a pedir uma cultura de urina. A prova com nitrito também poderá
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ANÁLISE DA URINA │ UNIDADE II
ser empregada para avaliar o sucesso da terapia com antibióticos e para examinar
periodicamente pessoas que têm infecções recorrentes.
Leucócitos
Densidade
Introdução
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UNIDADE II │ ANÁLISE DA URINA
É de extrema valia que todas as amostras de urina sejam analisadas o mais breve
possível para evitar a deterioração celular e multiplicação de bactérias ou de outro
microrganismo.
A amostra a ser analisada deverá ser recente e obtida conforme solicitação médica:
em frasco limpo e devidamente identificado. Os elementos que compõem o
sedimento urinário podem sofrer diversas mudanças estruturais devido a mudança
de pH, decomposição bacteriana, baixa densidade (urinas muito diluídas), alterações
provocadas por medicações e até mesmo pelo tipo de dieta.
Portanto, o procedimento é meticuloso e cuidadoso, a fim de evitar possíveis falhas que,
posteriormente, possam comprometer o diagnóstico clínico.
A melhor maneira pela qual o exame microscópico é realizado tem que ser consistente,
incluindo a observação de, no mínimo, dez campos em menor e maior aumento (100
e 400x). A observação em menor aumento tem por objetivo avaliar a disposição dos
elementos, a composição geral do sedimento e a presença ou não de cilindros. A
identificação e contagem de todos os elementos presentes são realizadas em aumento
de 400x.
Componentes do sedimento
Hemácias
Figura 4. Hemácias.
As hemácias são estruturas que podem ser confundidas, por exemplo, com células
leveduriformes. Possuem forma de discos bicôncavos ou esféricos e sem núcleo.
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ANÁLISE DA URINA │ UNIDADE II
Figura 5. Acantócito.
Leucócitos
Figura 6. Leucócitos.
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UNIDADE II │ ANÁLISE DA URINA
Células epiteliais
Essas células originam-se das vias urinárias baixas e altas, podendo estar aumentadas
em várias infecções do trato genital. Porém, em urinas de mulheres, estarão presentes
em quantidades variáveis, sendo mais intensas durante a gestação.
Células menos comuns no sedimento urinário são as da bexiga e do túbulo renal, que,
por sua vez, podem ser indicadoras de doença renal.
Cilindros
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ANÁLISE DA URINA │ UNIDADE II
Hialinos
Hemáticos
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UNIDADE II │ ANÁLISE DA URINA
Esse tipo de cilindro é formado, no túbulo, por aglutinação das hemácias. Sua presença
indica diminuição do fluxo urinário tubular e está relacionada com os processos de
glomerulites.
Os sedimentos que contêm cilindros hemáticos também devem conter hemácias livres.
Leucocitários
Os cilindros leucocitários (Figura 10) têm sempre origem renal e são indicativos de
doença renal intrínseca, observados com maior frequência na pielonefrite, porém,
ocorrem em qualquer tipo de inflamação dos néfrons. São formados por leucócitos
entrelaçados em uma matriz proteica.
Esses cilindros são refringentes, com grânulos e, a menos que tenham sido desintegrados,
serão visíveis os núcleos multilobulados. A observação de leucócitos livres no sedimento
também ajudará na sua identificação.
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ANÁLISE DA URINA │ UNIDADE II
De células epiteliais
Esse tipo de cilindro é acompanhado por cilindros hemáticos e leucocitários, pois tanto
a glomerulonefrite quanto a pielonefrite produzem lesão tubular. A identificação é
facilitada por microscopia de fase.
Granulares
Os cilindros granulares (Figura 12) – finos e/ou grosseiros – são formados pela
degeneração dos elementos celulares em seu interior.
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UNIDADE II │ ANÁLISE DA URINA
Céreos
Os cilindros céreos (Figura 13) são refringentes, com textura rígida e, por isso,
fragmentam-se ao passar pelos túbulos.
Adiposos
Os cilindros adiposos (Figura 14) são formados pela agregação à matriz, de gotículas
lipídicas livres, de corpos gordurosos ovais e de lipídios provenientes da desintegração
destes.
Largos
A presença dos cilindros largos (Figura 15) indica acentuada diminuição da função
renal, com tendência à uremia. Muitas vezes, esse cilindro é chamado de “Cilindro da
Insuficiência Renal”.
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ANÁLISE DA URINA │ UNIDADE II
Por serem moldados pelos túbulos contorcidos distais, o seu tamanho pode variar à
medida que a doença altera a estrutura tubular.
Bactérias
Aquelas amostras que ficam à temperatura ambiente por tempo prolongado podem
conter quantidades detectáveis de bactérias, que, na verdade, representam apenas a
multiplicação dos organismos contaminantes.
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UNIDADE II │ ANÁLISE DA URINA
Leveduras
As leveduras (Figura 17) são ovoides e podem ser observadas com brotamento ou em
cadeia (hifas).
Parasitas
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ANÁLISE DA URINA │ UNIDADE II
Espermatozoides
Somente deve ser mencionado em urinas masculinas. Caso contrário, não mencionar
tal presença.
Muco
O muco (Figura 20) encontrado na maioria das urinas é formado pela precipitação de
mucoproteínas e é composto de fibrinas.
Aparece em forma de rede, dando uma ideia de teia de aranha, e pode estar aumentado
nas uretrites. Deve-se tomar cuidado para não o confundir com cilindros hialinos.
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UNIDADE II │ ANÁLISE DA URINA
Cristais
Embora algumas formações cristalinas sejam normais (Tabela 3), a presença de cristais
no sedimento urinário pode, em determinados casos, estar ligada ao aparecimento de
cálculo renal.
A formação dos cristais se dá pela precipitação dos sais da urina submetidos a alterações
de pH, temperatura ou concentração, o que afeta a sua solubilidade.
Em urinas ácidas, são encontrados: uratos amorfos, oxalato de cálcio, ácido úrico, além
de leucina, tirosina, cistina, e ácido hipúrico. A coloração varia do amarelo ao castanho-
avermelhado. São várias as formas: losangular, rosetas, cunhas e agulhas.
Nas urinas alcalinas, são encontrados: fosfatos amorfos, fosfato triplo, carbonato de
cálcio e fosfato de cálcio. As formas são: prismas, granulares, placas, halteres e esferas.
A identificação de cristais em amostras com pH neutro pode ser difícil, pois os que
normalmente são encontrados em urinas classificadas como ácidas ou alcalinas podem
também estar presentes em urina neutra.
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ANÁLISE DA URINA │ UNIDADE II
43
UNIDADE II │ ANÁLISE DA URINA
Ácido /
Tirosina Incolor / amarelo Hepatopatia grave
neutro
Incolor (placas
Colesterol Ácido Síndrome nefrótica
chanfradas)
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ANÁLISE DA URINA │ UNIDADE II
Artefatos
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CAPÍTULO 2
Controle de qualidade em urinálise
Introdução
O termo “Controle de Qualidade (CQ)” designa todo um processo, cujo fim é assegurar
a qualidade do atendimento ao paciente. Nos laboratórios de análises clínicas, qualquer
programa de CQ deve incluir técnicas de CQ na coleta e na manipulação das amostras,
na realização de reações e provas, na regulagem e manutenção dos instrumentos, no
registro dos resultados, na atuação e nos requisitos do pessoal técnico, na segurança e
na existência de uma documentação que comprove a observância do programa.
História e significado
A análise microscópica da urina tem por finalidade detectar e identificar os elementos
insolúveis, que se acumulam na urina durante o processo de filtração glomerular e
a passagem do líquido através dos túbulos renais e do trato urinário inferior. Esses
elementos são as hemácias, os leucócitos, os cilindros, as células epiteliais, as bactérias,
as leveduras, os parasitas, o muco, os espermatozoides, os cristais e os artefatos.
Portanto, o exame do sedimento urinário deverá compreender tanto a identificação
quanto a quantificação dos elementos encontrados.
A microscopia é a parte mais demorada a ser feita na análise da urina. Porém, sua
realização é um auxiliar valioso no diagnóstico. Sua fidedignidade, por meio da
padronização das técnicas e do aprimoramento do controle de qualidade, e a educação
constante do pessoal técnico ainda têm sofrido muitos investimentos a fim de obter
melhoras.
Metodologia
A análise microscópica passa por diversas variações metodológicas, entre as quais o
modo de preparo do sedimento, a quantidade exata de sedimento analisado, os métodos
e os equipamentos utilizados para tornar o material visível e a forma como os resultados
são registrados.
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ANÁLISE DA URINA │ UNIDADE II
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UNIDADE II │ ANÁLISE DA URINA
Existem vários métodos de CQ para averiguar a reatividade das tiras reagentes de urina.
Como os comercializados não abrangem os componentes do sedimento para aferição
da análise microscópica, é preciso utilizar aferidores próprios.
» Cada turno matinal escolhe uma amostra de volume suficiente para servir
de amostragem.
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FLUIDOS UNIDADE III
BIOLÓGICOS
CAPÍTULO 1
Fluidos serosos
Introdução
Na fisiologia, o termo fluido seroso é qualquer um dos vários fluidos corporais
semelhantes ao soro, que são tipicamente amarelos pálidos e transparentes e de
natureza benigna. O líquido preenche o interior das cavidades do corpo.
O líquido seroso (LS) é aquele situado nas cavidades fechadas do organismo com a
função de lubrificá-las, já que as superfícies entram em contato durante o movimento.
Essas cavidades (pleural, pericárdica e peritoneal) são revestidas por duas membranas
conhecidas como serosas. Uma delas reveste as paredes da cavidade (membrana
parietal) e a outra cobre os órgãos do interior da cavidade (membrana visceral) (Figura
22).
Pleura parietal
(cobertura exterior)
Cavidade pleural
Pleura visceral
(cobertura interior)
49
UNIDADE III │ FLUIDOS BIOLÓGICOS
Coleta
Os líquidos serosos são colhidos por aspiração com agulha nas respectivas cavidades.
50
FLUIDOS BIOLÓGICOS │ UNIDADE III
Geralmente, a quantidade colhida de cada líquido é grande para que cada alíquota fique
disponível em cada seção do laboratório.
Para a contagem celular, é necessária uma amostra com anticoagulante; para a cultura,
um tubo estéril; e para as análises bioquímicas, uma amostra heparinizada. Também
é preciso colher uma amostra não heparinizada para a observação de coagulação
espontânea.
A paracentese está indicada para pessoas que sofram de patologias que tenham
acumulado líquidos em grandes quantidades na cavidade abdominal (ascite). É
um procedimento médico que consiste na retirada de líquido de uma cavidade
do corpo por meio da punção com agulha.
Líquido pleural
O líquido pleural encontra-se na cavidade pleural, é lubrificante para o movimento
de inspiração e expiração dos pulmões. É derivado do filtrado plasmático a partir de
capilares sanguíneos nos pulmões. É encontrado em pequenas quantidades entre as
camadas das pleuras – membranas que revestem a cavidade torácica e os pulmões.
Uma variedade de condições e doenças pode provocar inflamação das pleuras (pleurite)
e/ou acúmulo excessivo de líquido pleural (derrame pleural). A análise do líquido
pleural é um grupo de exames que avaliam esse líquido para determinar a causa de seu
aumento.
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UNIDADE III │ FLUIDOS BIOLÓGICOS
Líquido pericárdico
O pericárdio é um saco fibrocolágeno em forma de cone que reveste o coração e contém
uma pequena quantidade de fluido seroso fisiológico em quantidades normalmente
<50 mL. O pericárdio parietal normal tem propriedades elásticas e se distende para
acomodar aumento no volume do líquido intrapericárdico.
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FLUIDOS BIOLÓGICOS │ UNIDADE III
O derrame pericárdico tem cura quando o diagnóstico é feito logo que surgem os
sintomas e quando o tratamento é iniciado em seguida, de acordo com as orientações
do cardiologista. Sendo, assim, possível evitar complicações fatais para o coração.
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UNIDADE III │ FLUIDOS BIOLÓGICOS
Líquido peritoneal
O acúmulo de líquido na cavidade peritoneal é chamado de ascite e, por isso, esse
líquido é comumente denominado de ascítico e não peritoneal.
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FLUIDOS BIOLÓGICOS │ UNIDADE III
Proteína total e albumina: o gradiente albumina sérica - ascite é o melhor teste isolado
para classificação da ascite em causas hipertensivas portal e não hipertensivas portal.
O gradiente é calculado subtraindo-se a albumina do fluido ascítico da albumina sérica.
Um gradiente maior que 1,1 g/dL sugere fortemente hipertensão portal subjacente,
enquanto gradientes menores que 1,1 g/dL implicam em causas não hipertensivas
portais da ascite.
Líquido sinovial
Introdução
O fluido sinovial ou líquido sinovial (LS) tem a função de proteger, nutrir e lubrificar
as cartilagens não vascularizadas das articulações (Figura 23). Derivado do plasma
sanguíneo por ultrafiltração e enriquecido de mucoproteínas secretadas pelos
sinoviócitos do tecido sinovial, esse líquido se apresenta normalmente límpido e
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UNIDADE III │ FLUIDOS BIOLÓGICOS
Cavidade
articular
Cápsula
articular
Cartilagem
articular
Membrana
fibrosa
Membrana
sinovial
Líquido
sinovial
Epífese óssea
Coleta
A amostra geralmente recebida pelo laboratório é aspirada do joelho com agulha, num
procedimento chamado de artrocentese, realizada em condições de esterilidade estrita.
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FLUIDOS BIOLÓGICOS │ UNIDADE III
O paciente deve estar em jejum de, no mínimo, 6 horas, de forma a permitir um equilíbrio
da glicose do plasma com a do LS. Deve ser colhida uma glicemia de jejum. O LS pode
fornecer informações úteis para o diagnóstico das seguintes situações: suspeita de
infecção (artrite supurativa aguda), artrite devido a ácido úrico (gota) ou a pirofosfato
de cálcio (pseudogota) e diagnóstico diferencial de artrite.
Análise
A análise imunológica pode ser feita pela determinação do fator reumatoide, que, embora
inespecífico, esteja presente em cerca de 60% dos pacientes com artrite reumatoide.
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UNIDADE III │ FLUIDOS BIOLÓGICOS
A avaliação microscópica inclui a contagem celular total e diferencial, que podem ser
efetuadas por meio da contagem celular em câmara de Neubauer, seguida da análise
de distensão corada por corantes do tipo Leishman ou May-Grünwald-Giemsa. Um
microscópio de luz polarizada deve ser usado para a avaliação da presença de cristais.
Qualquer cristal presente no líquido sinovial é considerado anormal, sendo muito
comuns os cristais de ácido úrico, associados ao acometimento por gota.
58
CAPÍTULO 2
Fluido seminal (sêmen)
Introdução
Líquido seminal é a parte do sêmen sem espermatozoides. Esse fluido limpa o canal
da uretra, diminuindo o pH ácido da urina para que não contamine o esperma e não
mate os espermatozoides. Assim, facilita que a ejaculação saia forte, para alcançar o
útero o mais rápido possível. Tem, em sua composição, secreções da vesícula seminal
(80%), da próstata e glândula bulbouretral, além de muitos componentes provenientes
do epidídimo e testículos.
» estado de pós-vasectomia.
» glândulas bulbouretrais;
» testículos e epidídimos;
» próstata; e
» vesículas seminais.
Essas frações se diferem em termos de composição e, para que o líquido seja normal,
deve haver mistura delas durante a ejaculação. Como a composição das frações do sêmen
é variável, sua coleta deverá ser bem-feita para que a análise/avaliação da fertilidade
masculina seja precisa. Portanto, para isso, os pacientes devem receber orientações
claras e detalhadas sobre a obtenção do material.
59
UNIDADE III │ FLUIDOS BIOLÓGICOS
Coleta
A amostra é coletada por meio da masturbação. A coleta deve ser realizada em frasco
estéril, após um período de 2 dias (no mínimo) até 7 dias (no máximo) de abstinência
sexual, período em que também não deve se masturbar, pois a quantidade e qualidade do
esperma é afetada pela quantidade de vezes que o homem ejacula. O exame é realizado
sempre pela parte da manhã. O paciente deverá, inicialmente, lavar bem as mãos com
água e sabão antes de entrar para realizar a coleta.
Normalmente, há revistas e/ou vídeos eróticos que facilitam a coleta do material. Deve-
se evitar perda do sêmen, o que acarretaria a necessidade de uma nova coleta.
Análise
Sempre serão avaliados os seguintes parâmetros nos casos de fertilidade e/ou
infertilidade: volume, viscosidade, pH, contagem do número de espermatozoides,
motilidade, morfologia e viabilidade dos espermatozoides.
Embora existam testes para a determinação desses marcadores, não se sabe ainda
ao certo o papel de cada uma delas. Uma exceção a essa regra é a determinação da
frutose, um açúcar presente no plasma seminal, que consiste na fonte de energia para
os espermatozoides.
A frutose pode estar ausente ou diminuída em várias condições que causam infertilidade
masculina.
A ausência de frutose pode indicar a ausência congênita bilateral dos canais deferentes
ou a obstrução bilateral dos ductos ejaculadores.
Volume
O volume normal é de 2,0 a 5,0 mL. Para verificar essa medida, deve-se despejar o
conteúdo do frasco em um tubo cônico graduado. Juntamente com a inversão da
amostra, pode-se avaliar a viscosidade, sendo que, se estiver normal, a alíquota gotejará
no recipiente e não se mostrará aglutinada ou filamentosa.
pH
O pH normal é ligeiramente alcalino, variando entre 7,3 e 8,3. Caso a relação entre o
líquido prostático e o seminal esteja elevada, o pH poderá ser mais ácido.
61
UNIDADE III │ FLUIDOS BIOLÓGICOS
Número de espermatozoides
Com relação à quantidade do número de espermatozoides, os valores normais
geralmente vão de 20 a 160 milhões por mililitro, sendo consideradas limítrofes as
quantias entre 10 e 20 milhões por mililitro.
A baixa contagem dos espermatozoides pode ser causada por falta do meio de nutrição,
normalmente produzido pelas vesículas seminais. Isso significa que há ausência ou
deficiência de frutose na amostra.
62
FLUIDOS BIOLÓGICOS │ UNIDADE III
Motilidade
Depois de chegarem ao colo do útero, os espermatozoides precisam deslocar-se por
meio das tubas uterinas e alcançar o óvulo. Portanto, trata-se de uma avaliação subjetiva
a ser realizada por exame microscópio da amostra não diluída, em que se determina a
porcentagem de espermatozoides com motilidade ativa.
A soma de A+B (motilidade progressiva) deve ser, no mínimo, de 32% ou A+B+C 40%.
Quando o valor é menor do que 40%, testes de vitalidade devem ser feitos para sabermos
se os espermatozoides parados estão vivos ou não. No exame de vitalidade, as formas vivas
devem ser superiores a 58%.
Morfologia
A morfologia espermática (Figura 25) deve ser avaliada periodicamente ou quando
o sêmen apresentar suspeita de alterações morfológicas. No exame, são avaliadas
e registradas as alterações presentes em cada estrutura, separadamente. Os defeitos
podem ocorrer em um dos segmentos da célula espermática ou em mais de uma
estrutura, simultaneamente.
63
UNIDADE III │ FLUIDOS BIOLÓGICOS
Acrossomo
Cabeça
Membrana celular
Peça Núcleo
intermediária
Mitocôndria
Cauda
(flagelo)
» Vacuolizados.
» Bicefálico.
» Globócito.
» Bi e/ou policaudal.
» Cauda enrolada.
» Macrocefálico.
64
FLUIDOS BIOLÓGICOS │ UNIDADE III
» Microcefálico.
» Cabeça fusiforme.
Viabilidade
Na análise de viabilidade, observa-se a quantidade, em porcentagem, de espermatozoides
vivos e mortos (Figura 27).
65
UNIDADE III │ FLUIDOS BIOLÓGICOS
Vivo
Morto
Amostra de Pós-Vasectomia
Para espermograma pós-vasectomia, não há necessidade de abstinência sexual,
lembrando que o mais indicado é realizar a coleta três meses após a cirurgia ou
a critério médico.
66
CAPÍTULO 3
Fluido amniótico
Introdução
O líquido amniótico (LA) é um líquido que envolve o embrião, o qual preenche a
bolsa amniótica. Esta última normalmente se forma na segunda semana de gravidez
e, assim que se forma, enche-se de líquido amniótico que, inicialmente, é apenas água
proveniente da mãe.
É formado pelo metabolismo das células do feto, pela água que atravessa a placenta e,
nos últimos estágios do desenvolvimento, pela urina do feto (por volta da 36ª semana).
67
UNIDADE III │ FLUIDOS BIOLÓGICOS
Coleta
O LA é colhido por aspiração com agulha no saco amniótico; procedimento chamado de
amniocentese (Figura 28). Trata-se de uma técnica relativamente segura que pode ser
realizada no próprio laboratório.
Pele
Fascia
Bexiga Parede
uterina
Cavidade
amniótica
Análise
O LA é um importante componente do ambiente intrauterino. Sua produção e sua
absorção dependem de uma série de mecanismos interdependentes entre o feto,
a placenta, as membranas e o organismo materno. Algumas propriedades são
fundamentais para analisar a qualidade do líquido amniótico, e entre eles estão a sua
coloração, as suas propriedades físicas, o seu volume e a sua composição.
Para a análise dessas propriedades do líquido amniótico, duas técnicas são mais
utilizadas durante a gravidez: amniocentese e amnioscopia.
68
FLUIDOS BIOLÓGICOS │ UNIDADE III
Nos casos de ruptura prematura das membranas amnióticas, pode ocorrer infecção
da mãe e do feto. Nesses casos, é feita análise para detectar a presença de leucócitos;
método indicativo de infecções.
Coloração
Para se realizar a análise das propriedades do líquido, é feita inicialmente a sua análise
macroscópica, em que uma das características analisadas é a sua colocação. Normalmente,
sua cor se encontra ausente, ou seja, incolor ou acinzentada, principalmente nos
primeiros meses de gestação. No entanto, nos últimos meses, torna-se opaca devido
à presença de partículas em suspensão. Essas partículas são constituídas por lipídios
que, ao aumentarem no decorrer da gestação, vão intensificar a turvação. Caso essa cor
esteja alterada, isso tem significado patológico.
69
UNIDADE III │ FLUIDOS BIOLÓGICOS
Propriedades físicas
Além disso, o líquido amniótico pode ser analisado a partir de suas características
físicas e do seu aspecto, sendo classificado em:
Volume
Outra característica importante está relacionada com o volume do líquido amniótico,
sendo que este se relaciona com algumas patologias como poliidrâmnio e oligoidrâmnio.
O poliidrâmnio é o acúmulo patológico de líquido amniótico, associado a uma elevada
morbimortalidade materna e perinatal. Considera-se poliidrâmnio quando o volume
amniótico ultrapassa os 2.000 ml. As causas principais que levam a esse aumento são
malformação fetal, distúrbios genéticos, diabetes mellitus, sensibilização Rh e infecções
congênitas.
Composição
Com relação à análise microscópica, os principais componentes presentes nesse líquido
estão em suspensão ou em dissolução. Entre os elementos em suspensão, estão as células
esfoliadas do âmnio, oriundas principalmente do feto, e também lanugem e gotículas
de gordura. Entretanto, nos elementos em dissolução, encontram-se substâncias
orgânicas, como proteínas, aminoácidos, alfa-fetoproteínas, substâncias nitrogenadas
não proteicas, lipídios, carboidratos, vitaminas, enzimas, bilirrubina, hormônios, e as
prostaglandinas e inorgânicas, como os eletrólitos, os quais estão relacionados com a
idade gestacional.
Vale ressaltar também que o líquido amniótico é rico em células escamadas que
delimitam a cavidade amniótica e também células oriundas do feto. No entanto, a
base morfológica da citologia amniótica está estritamente relacionada ao feto, como
70
FLUIDOS BIOLÓGICOS │ UNIDADE III
Além disso, a composição do líquido amniótico muda com a idade gestacional; no inicio
da gravidez o líquido se encontra isotônico em relação ao sangue materno e fetal. Com
a queratinização da pele fetal, a passagem do líquido através da pele fetal fica bastante
reduzida. Nesse período, a urina fetal é mais hipotônica do que no início da gestação,
tornando, assim, o LA hipotônico em relação ao sangue fetal.
71
OUTROS FLUIDOS UNIDADE IV
BIOLÓGICOS
CAPÍTULO 1
Suor e saliva
Suor
Introdução
Nos humanos, o suor é uma forma de excretar dejetos de nitrogênio, mas é também,
e fundamentalmente, uma forma de regular a temperatura. A evaporação de suor
da superfície da pele tem um efeito refrescante. Então, na água quente, ou quando
o indivíduo sente calor por causa de exercício, mais suor é produzido. Esse fluido é
aumentado por nervosismo e náusea; e diminuído por resfriados. A transpiração
excessiva também é chamada de hiperidrose ou hiperhidrose.
O suor acumulado em certas áreas do corpo humano, tais como pés, axilas e virilhas,
podem ser atacados por fungos e bactérias, o que pode ocasionar odores desagradáveis.
Por isso, é de extrema importância que haja uma higienização adequada desses locais. O
cheiro do suor também pode variar, uma vez que a quantidade de glândulas sudoríparas
pode variar entre pessoas de diferentes etnias.
O teste do suor ainda é o principal teste para o diagnóstico da fibrose cística (FC).
72
OUTROS FLUIDOS BIOLÓGICOS │ UNIDADE IV
Coleta
Para se obter uma amostra correta de suor, é bastante difícil, principalmente levando-
se em consideração que o paciente deverá ser induzido a transpirar, e que a qualidade
do material pode ser prejudicada por contaminação ou evaporação.
O método clássico de Gibson & Cooke, que ainda é considerado o padrão-ouro para
o teste de suor, tem sido repetidamente criticado por causa de sua complexidade, o
que restringe o acesso ao teste. As complicações dessa técnica incluem a necessidade
de se extrair o suor de filtros de papel ou gaze usados para coletá-lo, pesando-se as
amostras duas vezes, antes e após a coleta, e a posterior diluição para a análise química
desenvolvida para detectar os dois eletrólitos cuja concentração apresenta valores
anormais na FC, ou seja, cloro e sódio.
Existe um meio de coletar esse líquido; aplicando-se um eletrodo de cloreto à pele após
estimulação e medindo-se a concentração diretamente. Como a quantidade de sódio
presente deve ser próxima à concentração de cloreto, alguns laboratórios preferem
medir ambos os parâmetros para controlar melhor a qualidade do procedimento.
Para simplificar o teste, muitos laboratórios têm adotado métodos alternativos. Um deles
é o sistema de coleta do suor por Macroduct®, por meio do qual o suor é coletado para
dentro de uma espiral de plástico após a estimulação pela iontoforese por pilocarpina.
A pesagem e o risco de evaporação são, então, eliminados. O suor pode ser captado da
espiral, e sua composição iônica analisada posteriormente por técnicas bioquímicas
habituais, ou pode ser colocado imediatamente em analisador de condutividade, que
fornecerá rapidamente os valores de equivalente de cloreto de sódio (NaCl) no suor em
mmol/L.
Análise
73
UNIDADE IV │ OUTROS FLUIDOS BIOLÓGICOS
Saliva
Introdução
74
OUTROS FLUIDOS BIOLÓGICOS │ UNIDADE IV
Composição
A saliva secretada pelas glândulas salivares contém água e glicoproteínas (entre elas
a mucina, que confere viscosidade à saliva). Também lubrifica os alimentos e a boca,
sendo que mantém úmida esta última. Outra substância presente na saliva é a ptialina,
uma enzima proteica que digere amidos. A ptialina hidrolisa cerca de 70% do amido
ingerido, transformando-o em maltose.
Coleta
Para se realizar a coleta, deve-se ser solicitado um tubo especial, sendo mais conhecido
o Salivette® (Figura 29).
Preparação
A coleta deve ser feita em até duas horas após o horário habitual do paciente acordar ou
conforme solicitação médica. Não há necessidade de jejum após dieta leve. Se, contudo,
o exame for feito após as principais refeições (almoço e jantar), deve haver um intervalo
de três horas entre a refeição e a coleta.
O paciente não pode fazer tratamento dentário nas 24 horas que antecedem ao exame.
Antes da coleta, é necessário ficar três horas sem escovar os dentes. É preciso que sejam
informados todos os medicamentos em uso.
75
UNIDADE IV │ OUTROS FLUIDOS BIOLÓGICOS
Procedimento
» fechar firmemente.
Análise
O fluido salivar pode oferecer uma alternativa ao plasma e à urina, como matriz de
análise para o diagnóstico e controle de diversas doenças sistêmicas. A análise da saliva
com finalidades diagnósticas se fundamenta na possível correlação entre os constituintes
salivares e os parâmetros bioquímicos tradicionais, principalmente do plasma.
76
OUTROS FLUIDOS BIOLÓGICOS │ UNIDADE IV
77
UNIDADE IV │ OUTROS FLUIDOS BIOLÓGICOS
A saliva é um líquido claro, viscoso, alcalino (pH entre 6 e 7), que contém em sua
composição 95% de água, 3% de substâncias orgânicas e 2% de sais minerais.
Além disso, também apresenta dois tipos de secreção proteica: uma secreção
serosa e rica em ptialina, que contribui para digestão do amido; outra secreção
mucosa, que contém mucina, elemento lubrificante que facilita a mastigação e a
passagem do bolo alimentar pelo esôfago por meio da deglutição.
78
OUTROS FLUIDOS BIOLÓGICOS │ UNIDADE IV
à hipertensão e pode ser causada por uso excessivo de corticoide, por via oral,
injetável ou mesmo tópica, como nasal ou pela pele. Contudo, pode ser também
em decorrência de produção excessiva de cortisol (corticoide produzido nas
suprarrenais), seja por tumor das suprarrenais (também chamadas adrenais)
ou por tumor produtor de ACTH, que é o hormônio hipofisário que estimula as
adrenais.
79
CAPÍTULO 2
Suco gástrico
Introdução
O suco gástrico, produzido no estômago pelas glândulas gástricas, é um líquido claro
que atua sobre as proteínas, transformando-as em pequenos polipeptídios, para que,
depois, no intestino delgado, esses polipeptídios sejam transformados em aminoácidos
e sejam absorvidos.
O estômago produz cerca de três litros de suco gástrico por dia. Sucos gástricos são
líquidos encontrados no estômago.
Nos seres humanos, o equilíbrio do pH oscila entre um (1,0) e três (3,0), tornando essa
secreção estomacal muito ácida. A acidez é importante porque decompõe os alimentos
para torná-los acessíveis ao trato digestivo.
A alta acidez do estômago também mata muitas bactérias e microrganismos que não
podem sobreviver naquele ambiente, protegendo o corpo da infecção por muitos
patógenos comuns.
80
OUTROS FLUIDOS BIOLÓGICOS │ UNIDADE IV
Atualmente, outros métodos estão em uso para a detecção desses distúrbios, como, por
exemplo, exame endoscópico direto das lesões, técnicas radiológicas, medida dos níveis
de gastrina sérica, exame citológico do conteúdo gástrico para detecção de neoplasias,
exame imunológico do soro para avaliação do fator anti-intrínseco e anticorpos contra
células parietais encontradas da anemia perniciosa, e eletrodos sensíveis ao pH (que
transmitem a leitura do pH quando introduzidos no estômago).
A análise do suco gástrico tem por sua maior finalidade confirmar resultados obtidos
por meio de outros métodos.
Coleta
A obtenção do conteúdo gástrico é realizada por intubação nasal ou oral do paciente.
Para se ter certeza de que a coleta foi um sucesso, a posição do tubo é verificada por
exame fluoroscópico do estômago.
Durante a coleta do material, deve-se pedir ao cliente que não deglute quantidade
excessiva de saliva, pois ela neutraliza a acidez gástrica.
Análise
A análise do ácido gástrico raramente é feita na prática atual. Quando é feita, usam-se
amostras do conteúdo gástrico obtidas por sonda nasogástrica para medir a produção
gástrica ácida em estado basal e estimulado. Esse exame pode ser útil em pacientes
que apresentam úlceras recorrentes após uma vagotomia cirúrgica para tratamento de
uma úlcera péptica. Nesse caso, uma resposta ácida positiva após estímulo (refeição
fantasma) indica uma vagotomia incompleta.
81
UNIDADE IV │ OUTROS FLUIDOS BIOLÓGICOS
Esse teste também é usado para avaliar pacientes com gastrinemia elevada. A
hipercloridria na vigência de gastrina alta sugere síndrome de Zollinger-Ellison. A
hipocloridria na presença de gastrina alta sugere uma diminuição na produção ácida,
como ocorre na anemia perniciosa, na gastrite atrófica e após a inibição ácida por
fármacos antissecretores potentes.
» aparência;
» volume;
» acidez titulável; e
» pH.
Normalmente, sua cor é verde-clara e contém muco. Em jejum, não deve conter
partículas de alimentos, afinal, sua presença é indicativo de digestão incompleta.
É preciso registrar casos em que haja presença de bile em grande quantidade (que
confere à amostra uma coloração verde-amarelada) e aparências sanguinolentas.
O volume é expresso em mililitros. Juntamente com a acidez titulável, seu valor serve
para determinar a produção total de ácido.
A acidez gástrica é produzida pela estimulação das células parietais pela gastrina,
o que produz o ácido clorídrico.
82
OUTROS FLUIDOS BIOLÓGICOS │ UNIDADE IV
83
CAPÍTULO 3
Líquido cefalorraquidiano
Introdução
O líquido cefalorraquidiano ou líquor (LCR) é o terceiro principal fluido biológico (Figura
30). O seu exame é utilizado para o diagnóstico de pelo menos quatro das principais
afecções neurológicas, como as infecções, hemorragias, doenças degenerativas, e
doenças neoplásicas.
Coluna vertebral
Líquido cefalorraquidiano
Exame LCR
84
OUTROS FLUIDOS BIOLÓGICOS │ UNIDADE IV
Coleta
Amostra
A coleta só pode ser realizada por um profissional especializado, que saiba evitar a
ocorrência de acidentes, mesmo fatais, em casos imprevisíveis.
85
UNIDADE IV │ OUTROS FLUIDOS BIOLÓGICOS
As amostras devem ser colhidas em três tubos estéreis, marcados conforme a ordem em
que forem sendo obtidos:
Se possível, recomenda-se coletar o 4º tubo para análises que venham a ser solicitadas,
pois amostras destinadas a outros tipos de avaliações bioquímicas e sorológicas mais
específicas devem ser congeladas (como no caso da dosagem do Venereal Disease
Research Laboratories (VDRL) – para diagnosticar sífilis).
Durante a obtenção da amostra, é possível que se forme uma fibrina dentro do tubo
algum tempo após a coleta. Esse fenômeno leva à suspeita de meningite tuberculosa.
Sendo um líquido nobre, todo esforço deve ser tomado para se evitar a necessidade de
nova coleta, e o fluido colhido em excesso deve ser armazenado, após a centrifugação e
efetuação das análises, sob congelação.
90% dos pacientes não apresentam nenhum problema após a coleta do líquor.
» Dor de cabeça.
» Sangramento abundante.
» Herniação.
» Infecção.
» Cefaleia pós-punção.
86
OUTROS FLUIDOS BIOLÓGICOS │ UNIDADE IV
Cefaleia pós-punção:
Não está relacionada a lesões ocasionadas pela punção, mas pela diferença de
pressão do líquor.
Análise
O exame do líquido cefalorraquidiano (LCR) ou líquor vem sendo utilizado como
ferramenta diagnóstica desde o final do século XIX, contribuindo significativamente
para o diagnóstico de patologias neurológicas. Além do diagnóstico, a análise do
LCR permite o estadiamento e o seguimento de processos vasculares, infecciosos,
inflamatórios e neoplásicos que acometem, direta ou indiretamente, o sistema nervoso.
A rotina do exame de LCR inclui suas propriedades físicas, o exame de citologia, de seus
aspectos bioquímicos e imunológicos. Em casos de processo inflamatório, realiza-se a
pesquisa do agente etiológico.
A análise clínica inicia-se já no processo de coleta, quando deve ser verificado se o fluido
corre sob pressão (indicativo de hipertensão intracraniana) ou apenas em gotejamento
lento (normal).
Nos homens, a taxa de proteína é pouco maior do que nas mulheres, sendo maior nos
velhos do que em pessoas jovens.
A coloração normal desse fluido é límpida e incolor “como água de rocha”. A terminologia
mais adequada para descrever a aparência do LCR é: cristalino, opaco ou turvo, leitoso,
xantocrômico, e sanguinolento.
87
UNIDADE IV │ OUTROS FLUIDOS BIOLÓGICOS
O exame citológico é realizado pela contagem global de células por mm3 e pela contagem
específica dessas células (neutrófilos, linfócitos, monócitos, plasmócitos, células
histioides e outras), que, por sua vez, deve ser feita em um esfregaço corado.
A citologia deve ser iniciada prontamente, pois as células suspensas em líquor sofrem
rápida degradação in vitro. Contam-se as células presentes por milímetro cúbico
com uso da câmara de Fuchs-Rosental (na sua ausência, pode ser usada a câmara de
Neubauer).
A diluição não é necessária, a menos que seja observada celularidade muito elevada.
Uma porção do líquor deve ser reservada para análise em uma lâmina fixada e corada,
obtida por meio de uma citocentrífuga ou câmara de Suta, para diferenciação das células
encontradas. Normalmente, é encontrado um predomínio de linfócitos, com alguns
monócitos e poucos (ou nenhum) neutrófilos. A contagem intensamente aumentada
de leucócitos está associada a infecções, sendo que o predomínio de neutrófilos é
indicativo de infecção bacteriana, e o predomínio de linfócitos é associado a infecções
virais ou tuberculosas. Algumas condições, como a esclerose múltipla e a síndrome de
Guillain-Barré, associam-se a um leve aumento na contagem de linfócitos. A presença de
eosinófilos em qualquer número é considerada forte indício de acometimento parasitário
do sistema nervoso, notadamente pelo Schistosoma mansoni. Eventualmente, podem
ser encontradas células ependimárias.
89
UNIDADE IV │ OUTROS FLUIDOS BIOLÓGICOS
Análise bioquímica
Glicose
A glicose entra no LCR após saturação cinética por meio de um mecanismo de transporte
facilitado. Esse mecanismo não é totalmente funcional até quatro a oito semanas após o
nascimento. É por isso que, juntamente com a barreira hematoencefálica imatura nesse
momento, a concentração de glicose no LCR é dependente da idade.
O sangue, para exame de glicemia, deve ser colhido pelo menos duas horas antes da
punção do LCR, a fim de que haja tempo para esse equilíbrio, ou os resultados devem
ser comparados com os níveis plasmáticos após um jejum de quatro horas para uma
adequada interpretação clínica.
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OUTROS FLUIDOS BIOLÓGICOS │ UNIDADE IV
Proteína
Uma punção traumática pode introduzir células sanguíneas no LCR, assim como a
mesma situação pode ocorrer com as proteínas plasmáticas. Por isso, para se avaliar o
nível de proteínas, utiliza-se um cálculo de correção. Quando o hematócrito sanguíneo
e os níveis séricos de proteínas forem normais, é aceitável subtrair 1 mg/dL de proteínas
para cada 1.200 hemácias contadas.
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UNIDADE IV │ OUTROS FLUIDOS BIOLÓGICOS
Lactato
Os níveis de lactato no LCR, diferentes dos níveis de glicose, não estão vinculados à
concentração sanguínea, mas, sim, à sua produção intratecal.
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OUTROS FLUIDOS BIOLÓGICOS │ UNIDADE IV
ADA é uma enzima que está amplamente distribuída em quase todos os tecidos e
que participa no metabolismo das purinas, onde ela degrada a adenosina e produz
inosina. O seu papel crítico e ação fisiológica básica é a proliferação, a maturação
e o funcionamento de células linfoides. Sua atividade aumenta em pacientes com
deficiência na imunidade celular.
Nos últimos anos, têm sido realizadas várias pesquisas com o objetivo de investigar
o aumento dos níveis de ADA em pacientes infectados com HIV. Foi verificado que
nesses pacientes há um aumento progressivo da atividade de ADA, acompanhando a
evolução natural da doença. O mecanismo fisiopatológico não está bem definido, mas
os linfócitos CD4 e macrófagos são apontados como sendo responsáveis por aumento
da atividade da enzima.
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Para (não) Finalizar
Hoje em dia, poucos são os profissionais que ainda se sentam diante do microscópio
para realizar 100% de uma rotina laboratorial em urinálise. A automação está
crescendo e a cada dia que passa os aparelhos estão mais modernos e eficazes em
suas análises.
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Referências
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REFERÊNCIAS
Sites pesquisados:
Disponível em: <www.scielo.br>. Acesso em: 12 jun. 2020.
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