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GRUPO: Andreia, Andressa, Alejandra, Giovanna, João e Raquel.

Análise crítica do Filme Tigre Branco/Sorry to brother you

Filme Tigre Branco

1. Para que você acha que foi feito o filme? (Com que propósito?)*

Sob um produção cinematografica americanizada, o filme pretende entreter e envolver


emocionalmente o público, para aproxima-los da realidade cultural, econômica duro sistema
de castas da Índia e as relações de servidão e escravidão que epode ser superada com
novas formas de capitalismo. O discurso implícito é que para que o escravo, como dono do
seu próprio destino e que quer libertar-se do seu amo, deve virar um empreendedor.
Apontando a China como uma possível aliança para o crescimento desses
empreendedores.

2. O que você acha que queriam dizer com ele?*

O filme quer mostrar que a realidade na Índia é cruel, um jogo que existem dois lados, o de
quem explora e de quem é explorado, parecendo sem escapatória. Se não, lutar, utilizando
de qualquer estratégia e ferramenta que seja necessário ( extorquir e matar ), para ser
dono do seu próprio destino, tornando-se um empreendedor que gera oportunidades a partir
de uma exploração humanizada. Sendo a galinha que saiu da gaiola e gera possibilidade
para outras saírem como ele.

*3.Para que queriam falar isso?*

Tem a intenção de denunciar e mostrar que o sistema econômico é injusto e que a política
vigente além de corrupta está aliada aos interesses desse sistema, mantido pelos
detentores do poder político e econômico, não servindo ao povo.
Para negar/ marginalizar o socialismo e apontar o neoliberalismo como salvador. Também,
deixa implícito a proximidade entre o capitalismo hindú e o modelo de capitalismo da China,
sendo a superação do capitalismo tradicional a terceirização.

*4. O que se apresenta como positivo e o que se apresenta como negativo no filme?

Positivo:

A inteligência e vontade que ele tem para sair da sua situação de classe.

De que vale tudo para a mudança, sem procurar formas alternativas que não a violência e
corrupção.

Matar a tradição, mesmo que seja necessário matar realmente a família, em prol de uma
ascensão.
O empreendedorismo como saída.

Negativo:

A aparente bondade e liberalismo dos patrões que vem dos Estados Unidos.

Uma cultura que propaga a miséria e a servidão como tradição.

A lealdade e coletivização da luta como possibilidade.

A politização e o Estado como agente mobilizador de uma melhoria econômica e social.

5. Que situação se aponta no horizonte como boa? Ou o que resolveria o ruim?*

O final do filme aponta uma boa saída, a partir do momento em que Balram decide se tornar
um Tigre Branco empreendedor e resolve todas as dificuldades que ele passou como um
servo/madormo. A partir desse momento, nos sentimos aliviados num efeito catártico. Em
que o horizonte de resolução é tornar-se um empreendedor que gera novas oportunidades
e ameniza os problemas a partir de uma exploração mais humanizada. Assim, solucionando
todos os problemas que a personagem sofreu de ruim e sendo a galinha que saiu da gaiola,
gerando possibilidades para outras saíam como ele.

*6. As pessoas no filme são mostradas como boas, como más ou como com
contradições? (Justifique a resposta)*

Balram é um Bom. Padrões Indianos são ruins. Os patrões Americanos são maus.
Embaixador Chines é bom. A socialisma é má.

A maioria das personagens aparentam ter contradições, mas em discussão chegamos à


dúvida de que possam ser ambiguidades. Balram, por exemplo, apresenta o conflito entre o
ódio de servir e a necessidade de ser um bom servo, além de criticar o sistema em que está
inserido, sem saída, acabar lutando para reproduzi-lo.

7. Que se espera produzir no público com o filme?

Comoção, empatia e a sensação de que algo foi mudado.


A estética Hollywoodizada ajuda o público a se identificar mais facilmente, afastando mais
ainda a “estrangeirização” do funcionamento das coisas. A sensação de que a “virada de
jogo” se dá unicamente pela via individual, onde o protagonista por via da vingança alcança
a satisfação e sensação de que pobres foram vingados.
SORRY TO BOTHER YOU

1.Para que você acha que foi feito o filme? (Com que propósito?)

O filme, sob um olhar absurdo e hiperbólico, foi feito para demonstrar a exploração inumana
dos trabalhadores no atual sistema capitalista estadunidense. Mostrar as contradições dos
trabalhadores não brancos, em especial negros e negras, apontando os dilemas entre raça
e classe social que atualmente percorrem os movimentos no mundo. Também, as
contradições e estratégias dos capitalistas para fortalecer o conceito de que o capitalismo
supre as necessidades de trabalho para todos, tendo a meritocracia como meio de
desmobilizar os movimentos do/as trabalhadores e o/as a continuarem servindo o sistema.

Como aponta Briahna Gray, Riley não está interessado em arte ou política performáticas
que não estejam fundadas em movimentos mais amplos. “Progressistas e radicais se
voltaram mais para o espetáculo e se afastaram da efetiva organização no ponto de
contradição do capitalismo, que é a exploração da força de trabalho, que também é onde a
classe trabalhadora tem poder” – disse ele recentemente a Amy Goodman no programa de
TV Democracy Now! [“Democracia Já!”]. “Nós começamos a favorecer manifestações que
não necessariamente ameaçam (…) e acho que precisamos aumentar a ameaça dessas
manifestações buscando impactar os resultados.”

2. O que você acha que queriam dizer com ele?

O sistema capitalista não conhece limites, e tem um poder de reinvenção muito potente.
Pois, se antes o capitalismo convencional conseguia sobreviver com um enorme exército de
reserva por fora do sistema, agora, com a precarização laboral crescente, o sistema pode
suprir a falta de emprego, incrementando a oferta de emprego “total” para garantir
basicamente a sobrevivência do ser humano, para que se possa continuar a ser explorado.

Lembra muito uma guerra, os perdedores serão cidadãos de terceira classe e até menos
que animais, cuja vida serve para ser explorada como em campos de concentração em que
as pessoas aceitam entrar por necessidade extrema, ou às vezes para suprir a demanda de
consumo que o capitalismo mesmo cria nelas. Para isso, o filme também incorpora este
exército de reserva de trabalhadores como um objeto de negociação das grandes empresas
transnacionais com as negociação de escravos.

Se a classe trabalhadora não se reinventar ou quando menos conseguir ficar junta, a


dignidade humana e até o mesmo conceito de humanidade estão em jogo. Pois então a
classe trabalhadora se organiza, e precisa continuar se organizando coletivamente para
garantir uma superação das contradições capitalistas.
Também, apontar as contradições das movimentações e relações sobre as questões raciais
e de gênero dentro desse sistema.

Ao utilizar-se de elementos fantásticos, mas que pudesse fazer refletir a realidade a qual o
filme exagera, mostra o quão absurdas são as relações de trabalho e as estratégias de
manutenção da lógica capitalista, por meio do próprio trabalho, da mídia, do consumo
(drogas, carros, sexo) como forma de bem viver, a fim de aumentar a motivação e produção
do trabalho das pessoas envolvidas nas empresas.

3. Para que queriam falar isso?

Discutir o papel das escolhas das pessoas neste cenário e possibilidades de intervenção na
situação do filme. Indicar que há sim uma forma de ação frente à realidade das relações de
trabalho apresentadas, a qual é coletiva, e não individual.

Apontar que tem um movimento negro crescendo, alvo de estratégias de cooptação para
lhes incluir dentro do sistema e evitar uma explosão social. Uma parte do movimento
proclama a luta racial por cima da luta de classes, ou vice-versa. Porem, o capitalismo é
essencialmente racista e precisa do racismo para garantir a sua reprodução, pois o negro,
indígena, amarelo ou migrante é a grande parte deste exercito de reserva que precisa
consumir e trabalhar. O filme fala para os não-brancos para que não caiam nessa história
capitalista, mantenham sua identidade e lutem também enquanto classe trabalhadora.

Quando o filme escolhe a frase “Sorry to Bother You”, utiliza desse termo de call center para
fazer analogia ao cotidiano dos trabalhadores terem o hábito de implorar antes do caos e
vive o incômodo de ser preciso falar disso, se não falo não posso comer. Também uma
analogia à necessidade de falar para seus parceiros que se não olharmos para esse
sistema e suas condições não há possibilidade de viver e nem trabalhar. Finalizando a
progressão utilizando a frase para indicar que isso é um grito “Sorry to bother you” - mas
vou te matar!

Sendo assim, o único caminho é a união, e a luta organizada. Se não, ao final, as mesmas
contradições do sistema vão se confrontar, criando uma classe social embrutecida pelo
trabalho escravo (cavalos), que não podem perder nada mais que a vida em tentar ganhar
dignidade.

4. O que se apresenta como positivo e o que se apresenta como negativo no filme?

POSITIVO

A união coletiva dos trabalhadores na greve, sendo a única saída possível: a luta em
comunidade.

As relações de companheirismo entre as personagens.

A união do movimento negro, mesmo que separado pelo dilema enorme de superar a
escravidão sendo parte desse mesmo sistema que evoluiu, ou lutar por uma mudança
sistêmica. (Quando o Cassius Green briga com o amigo, eles brigam elogiando-se/ ou ele
ajuda a seu tio pagando as dívidas)
Representa a luta de muitas mulheres pretas.

A sindicalização do trabalho, junto de mobilização e conscientização de trabalhadores.

NEGATIVO

Ser obrigado a falar com “voz de branco” para se dar bem no emprego, assim contrariando
sua identidade. Que leva a ideia de que para ser escutado é preciso falar como branco. Que
é preciso encaixar, ganhar dinheiro, ser importante, “influencer”, ator de televisão,
presidente, não importa se vendo merda ou fala merda, o fato é construir uma “autoestima”
na base de ter sucesso dentro do sistema. O personagem “branco” não é só o capitalista,
ele representa a branquitude que é o sistema mesmo, e por isso ele fala “vamos criar um
Martin Lutter King que nós podemos controlar, vai ser maravilhoso”.

Relações de trabalho “escravas” e empresários que prometem bem ao trabalhador.

Ascensão social e econômica por vias individuais.

Furar greves.

A influência da mídia e o consumismo.

Estereótipos e apagamento de pessoas negras e marginalizadas.

Capitalismo e suas formas de exploração.

O individualismo

A hegemonia branca.

A exploração inumana do capitalismo.

Palavras de ordem esvaziadas de argumentação e consciência da ação. (Como no


momento em que Cash grita as palavras de ordem, indicadas pelo organizador do sindicato,
na mesa de negociação com os patrões e não surte efeito)

5. Que situação se aponta no horizonte como boa? Ou o que resolveria o ruim?

A organização social, a luta de classes.


A mesma exploração selvagem terminaria se revertendo em contra do sistema em algum
momento, não ao final do filme, pois é uma progressão histórica, mas deixa explícita essa
contradição do sistema, e nela uma possibilidade de resolução pela luta coletiva dos
trabalhadores, respeitando a condição de identidade.

A união coletiva dos trabalhadores e das trabalhadoras se aponta como uma coisa boa no
horizonte, é uma forma possível de superar os desafios apresentados. Mas não me parece
que o filme faz com que a greve resolva o ruim no final do filme, pois mesmo com a greve,
muitos continuam "equino sapiens" e outros decidem voltar a trabalhar na empresa de
telemarketing. Então fica um sentimento de que há ainda algo a ser feito que o filme não
conclui.

6. As pessoas no filme são mostradas como boas, como más ou como com
contradições? (Justifique a resposta)

A maior parte das personagens têm contradições, apenas Steve Lift é uma figura
caricaturada que representa "O explorador branco" e o "sistema capitalista racista".
Os personagens do filme nos fazem identificar figuras sociais cotidianas do mundo
do trabalho e movimentos sociais, também trazem características em seus nomes que
delineiam a perspectiva das personagens.

- Cassius Green, também chamado de Cash: o nome é um jogo de palavras para “grana
verde”, brincam com a sonoridade no decorrer do filme utilizando essa expressão durante
um diálogo, o protagonista pergunta para Detroit (sua companheira) “Is cash green?”
(“grana é verde?”) e ela responde “yeah! Cash is green” (“Sim, grana é verde”) . Cash, que
é o apelido do protagonista, literalmente significa "dinheiro''.
Ele representa um trabalhador alienado, que se deixa levar pelo pensamento da classe
dominante.
O protagonista, Cash, é mostrado com contradições. Porque ao mesmo tempo que ele
busca melhorias nas suas condições de vida, tem consciencia da existencia da organizacão
de classe para alcançar essa mudança e considera a luta do movimento Negro e de
trabalhadores como necessária, ele escolhe continuar trabalhando vendendo escravos da
WorryFree e acaba se tornando escravo desse trabalho, perdendo sua identidade de
homem negro e suas relações de companheirismo por buscar a ascensão e consumismo
vendido pelos empresários. Ele sofre um processo de alienação.

Detroit (A artista) - “porque meus pais queriam um nome bem norte-americano". Detroit é
uma cidade estadunidense que antigamente era conhecida como a "Capital do Automóvel",
foi cenário de diversos embates trabalhistas. Declarou falência em 2013, ao decorrer dos
anos houve o êxodo de parte da população branca para áreas periféricas que estavam mais
valorizadas que o centro da cidade. Houve também (ou em decorrência disso) o aumento
de não-brancos, em especial da população preta na região.

A personagem Detroit é uma artista que mostra com o seu corpo sua arte (brincos, camisas,
roupa) ela quer levar a sério “o pessoal é político", mas vai se confrontando com a realidade
de que essa frase não é só mostrar no seu corpo o “arte”, ou consignas. Depois ela se
confronta com a sua própria arte "performática" que pretende trazer uma protesta da
espoliação do capitalismo em África. No início, ela fala que vão ter uma experiência
transformadora que vai fazer o público reagir. (Usa componentes de celulares e
instrumentos tecnológicos feitos com minerais Coltan do Congo). Os seus esforços
artísticos terminam em exposições para um público burguês ou pequeno burguês que
termina jogando os componentes e bolinhas da água vermelha nela mesma com muita
violência.
É uma reflexão do trabalho artístico militante hoje, é a sua contribuição com uma verdadeira
mudança, um trabalho sacrificado, de tempo completo, que tenta sempre provocar uma
transformação no público, mas não consegue, pois não é feito para o público que tem que
ser feito, não tem intenções concretas ao longo prazo, não transforma nada. Assim o filme
mostra as contradições de Detroit, que mesmo sendo uma das militantes mais engajadas,
não consegue (ou está em processo), de tentar outras formas de fazer arte que sejam
verdadeiramente transformadoras. A arte que pretende ser político, a diferença de outros
tipos de arte, não é purista, vai além de procurar uma experiência efêmera, única e sublime
no público.

Squeeze (Sindicalista) - Seu nome pode significar o aperto/ a compressão/ o apertão

A personagem representa o sindicalizado, que informa trabalhadores sobre seus direitos


e os agrega ao movimento trabalhista, encaminhando ideologicamente e aponta ferramentas
para que a equipe faça uma greve e a mantenha lutando. Porém, como qualquer "pessoa", ele
também apresenta contradições dos sindicatos e movimentos, que em alguns momentos
executam gritos de ordem em que agitam o movimento, porém, sem conscientização e
preparação argumentativa contra os gerentes e patrões. Como nas cenas em que ele pede para
um dos trabalhadores repetirem o grito, e ele roboticamente o repete e na negociação entre os
gerentes e o Cash, sem ouvir direito a proposta ele apenas responde o grito, sem argumentação
e consciência do que significa a luta, acaba escolhendo se seguir a proposta da classe
dominante.
Durante todas as manifestações Squeeze, segue como organizador/agitador dos atos,
continuando a aceitar gritos e ferramentas diversas para manter os atos ativos. Isso leva a
uma mobilização agressiva, cheia de gritos de ordem esvaziados de significado, culminando
numa massa que ao fim repete qualquer coisa, veste qualquer coisa como na cena em que
todos se vestem como Cash e publicam hashtags, sem avanço na luta.

Steve Lift (O Branco) - sistema (Não)

Por outro lado, o empresário é colocado como mau, pois o filme o apresenta como uma
pessoa “plástica”, que vende uma falsa imagem de pessoa moderna e progressista e
descolada, mas que de fato só se importa com o lucro, o que é dito desde sua primeira cena
no filme, e por isso penso que não seja bem uma contradição.

O “branco” que representa a classe alta é muito caricaturado, às vezes tanto que não deixa
pensar nas contradições. São abertamente racistas, idiotas, indolentes, promíscuos, donos
do mundo, eles não enganam. Este protótipo foi intencional pois coloca uma distância entre
os capitalistas conservadores. E uma construção do que um protótipo de trabalhador (o
trabalhador americano), acha que é a classe branca.

7. Que se espera produzir no público com o filme?

Entreter o público com humor e reflexão sobre o “caminho do sucesso” ofertado dentro do
sistema capitalista e as lutas dos trabalhadores. Causando uma identificação das trajetórias
das personagens com figuras sociais enfrentando situações do mundo do trabalho, dentro
da lógica capitalista estadunidense e apontando sua estrutura excludente e racista. E assim,
instaurar uma provocação que engaje o público a vislumbrar uma ação coletiva na luta de
classes.

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