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DISCIPLINA: INFÂNCIA, ADOLESCÊNCIA E CIDADANIA

PROFESSOR: JOQUELINE MIRANDA DOS REIS SANTOS


ALUNA: LÚCIA MARIA SANTANA SILVA

INSTITUCIONALIZAÇÃO

O desejo de institucionalização é presente na sociedade desde a era colonial do


Brasil. Os pobres e abandonados chegavam nesses espaços para terem proteção e
cuidados, já os que desfrutavam de uma condição financeira melhor iam para
internatos para estudarem. O aumento da pobreza trouxe paradoxalmente um
aumento de abandonados, outro fator crucial para esse aumento de criança
abandonadas era a desestruturação do ambiente familiar, muitas dessas crianças
iam para orfanatos ou ficavam na vulnerabilidade das ruas, que passava a ser sua
moradia. Com a criação das FEBEMS, (Fundação Estatual para o Bem Estar do
menor Menor)

Foto da Fundação Estatual do Bem Estar do Menor (FEBEM), na época em que


cuidava de menores carentes e se localizava num edifício no bairro paulistano
Pacaembu, 1999. Foto de Sebastião Salgado.

“A Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor (FEBEM), em São Paulo, possui um


departamento especializado no atendimento ao menor carente em idade tenra. Um
dos postos de assistência é este, na Rua Angatuba, no Pacaembu, quase no centro
da cidade. Aí vivem 428 crianças, 35% das quais foram abandonadas ainda bem
pequenas nas ruas, não se sabendo, portanto, quem são seus pais. Segundo a
FEBEM, a proporção de crianças abandonadas permaneceu estabilizada na faixa de
10% durante muito tempo, tendo aumentado nos dois últimos anos, quando atingiu a
faixa de 35%. São Paulo, 1996.” (Salgado, Sebastião. Terra. Introdução de José
Saramago. Versos de Chico Buarque. São Paulo: Companhia das Letras, 1997: 94-
5).

A FEBEM foi criada na época do regime militar, mas neste ambiente não havia
critérios de seleção para abrigar essas crianças. Não havia separação por idade e
nem por desvio de conduta. Ficavam todas no mesmo espaço, trazendo com isso
muita dificuldade para um atendimento qualificado, por haver um número muito
grande de jovens e crianças. Essa realidade mudou um pouco com a atuação dos
Direitos Humanos e forte influência das convenções internacionais. A criação do
ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) em 1990 traz mudanças que
beneficiam estas crianças e jovens, houve uma remodelação no tamanho dos
orfanatos, sendo menores e comportando um número menor de crianças e estes
orfanatos foram aos poucos deixando de existir dando lugar a novas instituições que
são as que hoje conhecemos como abrigos ou casa lares. Estes abrigos ou casas
tem por objetivo ser um lar temporário para estas crianças e jovens, simulando um
ambiente de convívio familiar, o alvo é a volta para a família ou um lar adotivo. Mas
infelizmente isso nem sempre acontece e a maioria das crianças e jovens passam a
maior parte de suas vidas nessas instituições.

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