LINDB – Lei de Introdução às Normas de Direito Brasileiro
1) Conceitos: Regulamento das leis; Lei 12.376 “Leis que tratam de leis” – contudo, não é uma lei, é um decreto; Lei de introdução ao CC; Vacassioleges: período de adaptação com a lei; Vacassioleges (CC e CPC): um ano; CPC: prazo é contado em dias úteis e não dia corridos; O período de vacância pode conter alterações. 2) Início da vigência: Art. 1º: “Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo país quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada”. § 1º: “Nos Estados estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida, se inicia três meses depois de oficialmente publicada.” § 3º: “Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorre nova publicação de seu texto, destinada a correção, o prazo deste artigo e dos parágrafos anteriores começará a correr da nova publicação”. § 4º: “As correções a texto de lei já em vigor consideram-se lei nova”. 3) Permanência de vigência: Art. 2º: “Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue”. 4) Fim da vigência – revogação: Art. 2º §§ 1º, 2º e 3º § 1º: “A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior”. § 2º: “A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, não revoga nem modifica a lei anterior”. § 3º: “Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência”. 5) Declaração de inconstitucionalidade: Art. 1790 do CC (exemplo); Apresenta dois desdobramentos no ordenamento jurídico: I) manutenção ou exclusão da norma do sistema de direito – eficácia normativa; II) atribuição ao julgado de qualificada força impositiva e obrigatória em relação a supervenientes atos administrativos ou judiciais. 6) Disposições transitórias: Reúnem conjunto de normas, em geral separado do corpo da CF/88, com numeração própria de artigos. 7) Caducidade: É uma forma de extinção de direitos e dos correspondentes deveres, em consequência do seu não exercício durante um determinado período; Não possui mais vigência; É modalidade de extinção do ato administrativo que ocorre em razão de mudança normativa que afeta supervenientemente a existência e compatibilidade do ato com o ordenamento jurídico. 8) Revogação de lei: Fenômeno pelo qual uma lei perde a sua vigência, aplicabilidade; Termo final de vigência; Derrogação: revogação parcial de uma lei, parte dela continua em vigor, enquanto outra parte é extinta em decorrência da publicação de uma lei que expressamente declare revogado determinados dispositivos; Ab-rogação: revogação total de uma lei ou decreto, de uma regra ou regulamento, por uma nova lei, decreto ou regulamento. Cassar, revogar, tornar nulo ou sem efeito um ato anterior; Repristinação: instituto pelo qual se restabelece a vigência de uma lei revogada pela revogação da lei que a tinha revogado. Exemplo: Lei “A” é revogada pela lei “B”, contudo, a lei “C” revoga a lei “B” e diz que a lei “A” volta a vigorar. IMPORTANTE: no efeito repristinatório a lei que foi revogada apenas volta a ter vigência se expressa no texto, caso contrário, não. 9) Formas: Expressa (LC/ 95/1998): quando feita por palavras, escrito ou qualquer outro meio direto de manifestação da vontade; Tácita: quando se deduz de fatos que, com toda a probabilidade, a revelam. 10) Efeitos da revogação Mecanismos de integração da norma no sistema: possui técnicas de interpretação – hermenêutica jurídica; Art. 4º: “Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito” – solução para as lacunas da lei; Art. 5º: “Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum” – aplicação das leis. 11) Convivência das leis – superando antinomias: Critérios cronológicos: regula que norma posterior revoga a anterior - revogação consta no art. 2º, § 1º; Critério hierárquico: uma norma jurídica somente pode revogar outra se pertence ao mesmo plano hierárquico ou for de plano hierárquico superior à norma jurídica a ser revogada; Critério da especialidade: uma norma constitucional revoga uma norma ordinária, mas uma lei ordinária jamais poderá revogar uma constitucional. Trata das normas especiais e das normas gerais. Art. 2º, § 2º. 12) Conflito das leis no tempo – “Le conflit de lois dans le temps”: Art. 6º: “A lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitando o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada”; Ato jurídico perfeito, § 1: “Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou”; Direito adquirido, § 2º: “Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou alguém por ele, possa exercer, como aqueles cujo começo do exercício tenha termo pré-fixo, ou condição pré- estabelecida inalterável, a arbítrio de outrem”; Coisa julgada, § 3º: “Chama-se coisa julgada ou ato julgado a decisão judicial de que já não caiba recursos”; Exceções legais: Art. 2028, 2029, 2031, 2039 e 2041 do CC (entre outras); Aplicação da lei no espaço: art. 70º. 13) Obrigatoriedade da Lei: Uma vez em vigor, todas as pessoas sem distinção devem obedecer a lei, inclusive os capazes, pois ela se dirige a todos; Art. 3º: “Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece”. 14) Técnicas de interpretação – hermenêutica jurídica: Jurisprudências e doutrinas: sendo ela clara, não cabe interpretação; Interpretação gramatical: permite desvendar o significado da norma, enfrentando dificuldades léxicas e de relação entre as palavras; Interpretação lógica: resolver contradições entre termos numa norma jurídica, chegando-se a um significado coerente; Interpretação sistemática: analisa as normas jurídicas entre si. Pressupondo que o ordenamento é todo unitário, sem incompatibilidades, permite escolher o significado da norma que seja coerente com o conjunto; Interpretação dinâmica: possui a capacidade de se adaptar conforme as relações sociais se modificam; Interpretação autêntica: se pauta na interpretação do legislador; Interpretação literal: o que está na lei, nada mais; Interpretação do silêncio eloquente: quando a lei não diz especificamente, mas busca reservar o direito de quem está sendo posto (caso de lacuna na lei). 15) Lei omissa: Art. 4º; Se pauta em premissas, costumes, princípios do direito; Restrição não se aplica a analogia; Pode-se falar em costumes (que está na lei ou não), normalmente fora da lei; Costume contra a lei: fatos sociais que são contra a lei, mas já se encontram enraizados socialmente – é ilícito; O costume nestes casos é usado para interpretar a lacuna da lei. 16) Convivência das leis: Hierarquia entre as leis; Lei maior é a C.F.; Quando não ocorre revogação, passa-se a ter a convivência entre leis – interpretação ocorre nestes casos, quando duas leis ou mais convivem.