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INSTITUTO BRASILEIRO DE ENSINO, DESENVOLVIMENTO E PESQUISA


CURSO DE GRADUAÇÃO EM DIREITO
Disciplina: Direito Processual Penal II
Professor: Vinicius Vasconcelos
Estudante: Marta Cristina Feliciano

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA DE:


STF - HC: 82959 SP, Relator: Min. MARCO AURÉLIO, Data de Julgamento:
23/02/2006, Tribunal Pleno, Data de Publicação: DJ XXXXX-09-2006 PP-00018
EMENT VOL-02245-03 PP-00510 RTJ VOL-00200-02 PP-00795; /
STF – HC: 69657-1 SP, Relator: Min. MARCO AURÉLIO, Data de
Julgamento: 18/12/1992, Tribunal Pleno;

O Habeas-Corpus 69.657 e o 82959 são de extrema importância para


a execução penal haja vista que após a lei n.º 8.072/1990 que trata sobre os
crimes hediondos, insurgiu-se no ordenamento jurídico a discussão entre o
princípio constitucional da individualização da pena, esculpido no artigo 5º, inciso
XLVI1 e o §1º do artigo 2º da lei n.º 8.072 que veda a progressão de regime após
condenação por crimes tipificados na lei dos crimes hediondos, ou seja,
obrigatoriamente seria o cumprimento de pena em regime integralmente
fechado, apenas com a possibilidade de liberdade condicional. Assim, retirando-
lhe o preso do convívio social por tempo considerável e conceder-lhe-ia a
liberdade de uma vez, excluindo a progressão de regime daqueles sentenciados.
Nesse sentido, conforme exposto pelo relator Ministro Marco Aurélio “A
progressividade do regime está umbilicalmente ligada à própria pena, no que,
acenando ao condenado com dias melhor, a empreender um comportamento
penitenciário voltado à ordem, ao mérito e a uma futura inserção no meio socia”.
Em votos divergentes, sustenta-se que não haveria
inconstitucionalidade tendo em vista que a individualização da pena teria sido

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Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade,
à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes:
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respeitada, pois, na sentença levaria em consideração o artigo 59 do Código


Penal. Contudo, argumenta-se que a individualização naquele momento se trata
de individualização “administrativa”, não propriamente a individualização na
execução penal. Ainda, argui em votos, argumentos no sentido de que a lei
ordinária visa justamente conceder a crimes graves, punições severas, pois,
assim reduziria os crimes desta natureza. Sob esse viés, em 1992, por maioria
de votos, declararam a constitucionalidade do §1º do artigo 2º da Lei 8072/90,
indeferindo o pedido de habeas corpus.
No que concerne ao HC 82.959, posterior ao relatado acima, qual seja,
em 2006, submeteu-se ao plenário novamente a discussão do dispositivo da Lei
dos Crimes Hediondos, na ocasião, apreciava-se HC impetrado pelo próprio
preso, requerendo a progressão de regime pois tinha sido condenado pelo delito
de estupro de vulnerável. Os argumentos trazidos são em síntese semelhantes
ou mencionados novamente do HC 69.657, em votos contrários, como por
exemplo da Ministra Elen Gracie, expõe que não há inconstitucionalidade na lei
ordinária vez que a discricionariedade do Magistrado está pautada na legalidade,
assim, sendo a impossibilidade de progressão de regime um critério estabelecido
em lei assim como os demais fixados para a execução penal.
Importante salientar, a exposição do Ministro Francisco Rezek, expondo
que: A lei dos crimes hediondos, no ponto, prestou desserviço ao Direito
Penitenciário, porque ela retira a esperança acaba dos presos, dos
sentenciados, e um preso sem esperança acaba se revoltando, já que não terá
sentido, para ele, o bom comportamento.
Havendo, em 2006 a concessão da ordem para caçar o acórdão proferido
pelo Superior Tribunal de Justiça – STJ e conceder a progressão do paciente
condenado por crime hediondo, mudando a jurisprudência em relação a essa
temática.

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