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Engenhos Do Recôncavo Baiano - Estrutura Da Sociedade Açucareira
Engenhos Do Recôncavo Baiano - Estrutura Da Sociedade Açucareira
ENGENHOS DO
RECÔNCAVO BAIANO
Estrutura da Sociedade Açucareira
Grandes propriedades rurais estavam no Recôncavo durante os séculos XVI e XVII, onde
centralizava-se a vida social. Entretanto, nos séculos XVIII e XIX o eixo social deslocou-se
para Salvador, fazendo assim, a sua população duplicar, com aproximadamente 40 mil
habitantes.
Salvador, apesar de não competir em riqueza com o Recôncavo, até o século XVIII, passou a
assumir papel de Metrópole, apesar de reproduzir o esquema de relações subordinativas que
imperava o campo.
Nos séculos XVII e XVIII o mundo dos engenhos separavam-se em 3 grupos sociais: o dos
senhores, proprietários e produtores, com suas famílias e parentes; o dos trabalhadores
especializados livres; e os escravizados. Os escravizados também eram divididos em 3
grupos: aqueles que possuíam alguma qualificação, como pintores e calafates; os escravos
domésticos e os que trabalhavam no eito.
Os lavradores livres se situavam numa escala ligeiramente abaixo dos senhores dos engenhos,
que ditam com esses o domínio branco sobre o mundo dos trabalhadores livres, como
feitores, que constituíam o grupo de maior mobilidade social, tornando-se muitas vezes em
lavradores futuros proprietários de terra e comerciantes. Também permaneciam no estado
intermediário os mestres do açúcar, os banqueiros, os caixeiros entre outros. Na base da
pirâmide estavam os escravos.
Nos primeiros séculos a Coroa adotara a política de aumentar a população branca da colônia
e viabilizar a continuidade dos negócios do açúcar.
Segundo a autora,
"Pode-se, portanto, resumir a estrutura social dos engenhos como uma hierarquia
composta por quatro camadas, presentes desde a implantação dos estabelecimentos e variando
segundo as condições da época: a partir do topo, os senhores de engenho, os lavradores, os
trabalhadores livres e os escravos." Azevedo (2009, p.45)
Entendemos assim que a estrutura da sociedade açucareira tinha como principais aspectos: o
patriarcalismo escravocrata, a família dominada por um patriarca branco, que conforme o
caso, seria proprietário de um engenho ou fazenda, a estratificação dentro da sociedade, e a
referência da casa grande como estrutura que moldava a sociedade no período colonial.
A casa grande tinha suas origens na agricultura escravista de exportação em larga escala. No
Nordeste foi onde se desenvolveu os primeiros distritos açucareiros, depois se espalharam
para outras regiões.
Referências
AZEVEDO, Esterzilda Berenstein de. Engenhos do Recôncavo Baiano. Brasília, DF: Iphan /
Programa Monumenta, 2009.
Disponível em:< *Redalyc.E se a casa-grande não fosse tão grande? Uma freguesia
açucareira do Recôncavo Baiano em 1835>