You are on page 1of 20
MUON VAC eA aaa.) PSICOLOGIA SOCIAL PRINCIPAIS TEMAS E VERTENTES © Anmed Editora S.A, 2011 Capa Tatiana Sperhacke Mustragao da capa (©iStockphoto.com/Ace_Create Preparacio do original Elisdngela Rosa dos Santos Editora Sénior - Ciéncias humanas ‘Ménica Ballejo Canto Projeto ¢ editoragao Armazém Digital® Editoragdo Eletrénica — Roberto Carlos Moreira Vieira Reservados todos os direitos de publicago, em lingua portuguesa, & ARTMED® EDITORA S.A. ‘Ax. Jerbnimo de Ornelas, 670 - Santana -90040-340 Porto Alegre RS Fone (51) 3027-7000 Fax (51) 3027-7070 ‘SAO PAULO ‘Aw. Embaixador Macedo Soares, 10.735 - Pavithdo 5 - Cond. Espace Center Vila Anastdcio 05095-035 Sao Paulo SP Fone (11) 3665-1100 Fax (11) 3667-1333 ‘SAC 0800 703-3444 IMPRESSO NO BRASIL PRINTED IN BRAZIL 1 BREVE HISTORIA DA MODERNA PSICOLOGIA SOCIAL INTRODUCAO A psicologia social ¢ uma disciplina relati- vamente recente, jd que adquiriu tal status apenas no comeco do século XX, razio pela qual alguns dos que contribuiram para a uma relativa falta de consenso acerca de seu objeto de estudo. Ainda assim, ¢ possivel ob- servar que 0 individuo-sociedade, isto é, o estudo das relagées que os indivi- duos mantém entre si e com a sociedade ou definigio de Gordon Allport (1954), que se ssenou clesicn, procur enplcar os sent mentos, pensamentos e comportamentos do individuo na presenca real ou imaginada de ‘outras pessoas. Jé a psicologia social socio- légica, segundo Stephan e Stephan (1985), ‘tem como foco o estudo da experiéncia so- cial que o individuo adquire a partir de sua nos diferentes grupos sociais ‘com os quais convive. Em outras palavras, Maria Cristina Ferreira ‘outras vertentes que, ao longo do tempo, fo- ram desenvolvendo-se em outras partes do mundo, de forma independente da corrente Estados Unidos, na Europa e na América Latina, para, A guisa de conclusio, trazer aigunas refieter acerca do enado scl da peicologi socel. Cumpre ressakar que a excelente revisio histérica de ambas as mental & elaboracéo do presente capitulo. OS PRECURSORES DAPSICOLOGIA SOCIAL A expresso “psicologia social” foi utilizada pela primeira vez em 1908, ou seja, no ini- cio do século XX, em dois diferentes livros, razio pela qual esse ano é considerado por muitos como a data de fundagao da discipli- na. Porém, ao longo do século XIX, quando 0 limites entre a sociologia e a psicologia ainda ndo eram muito claros, foram publi- cadas varias obras nas quais 0 individuo e a sociedade ja eram abordados e discutidos. Seus autores eram pensadores oriundos de varios campos do saber, como, por exemplo, a filosofia, a antropologia, a biologia, etc., ‘Jd que naquela época o papel profissional do Psicélogo social ainda nio havia sido insti- tufdo. Entre esses, merecem destaque os es- tudos de Darwin e Spencer, na Inglaterra, os estudos de Wundt, na Alemanha, eos estudos de Durkheim, Tarde e Le Bon, na Franca. Os precursores da psicologia social na Inglaterra A teoria da evolugdo de Charles Darwin (1809-1882) é considerada uma das mais poderosas e populares inovages do século XIX, tendo exercido grande influéncia sobre a psicologia. Em 1859, Darwin publica a obra Origem das espécies, na qual desenvolve que o ser humano constitui-se como 0 pro- duto final de um proceso evolucionista que envolveu todos os organismos vivos, ou seja, um animal social que desenvolveu maior ca- pacidade de se adaptar fisica, social e men- talmente as mudancas ambientais ¢ sociais. Para ele, ent&o, haveria uma continuidade entre as espécies humanas e nao humanas. ‘Tempos depois, Herbert Spencer ee fundamentando-se na teoria |, converte-se em um dos em 1870, ele aplica as ideias de Darwin so- bre 0 desenvolvimento da espécie humana ao desenvolvimento de grupos, socieda- des ¢ culturas, enfatizando a existéncia de uma continuidade entre ambos (Boeree, 2006a). Seu principal argumento era o de que as nagdes ¢ os grupos émicos podiam ser clasificados na escala evolucionista de acordo com o seu grau de desenvolvimento, organizagio, poder e capacidade de adap- taco. Desse modo, os povos mais civiliza- dos e avancados em termos culturais eram hierarquicamente superiores aos povos mais atrasados no que tange a escala evolucio- O precursor da psicologia social na Alemanha Wilhelm Wundt (1832-1920) é o principal representante da psicologia dos povos, que PSICOLOGIA SOCIAL: PRINCIPAIS TEMAS EVERTENTES 15 surgiu na esteira do movimento de reunifi- caso da Alemanha e que tinha como foco 0 principais em comum Haslam, 1997). Suas ideias, entretanto, so- freram uma considerdvel evolucao ao longo veria ser vista como uma ciéncia natural que se ocupava do estudo da mente, isto é, dos processos mentais bésicos (sensagéo, ima- gem e sentimentos). Para Wundt, esse tipo ele estabelece uma clara distingdo entre os fendmenos psicoldgicos mais externos, que estariam na periferia da mente, e os fend- produto da cultura e da linguagem de um determinado povo, que ndo poderia ser ex- plicada em termos individuais, mas sim em termos coletivos. Por essa razio, detém-se no estudo da lingua, da arte, dos mitos e dos costumes, como forma de compreender a mente. Em sintese, haveria uma fntima relagdo entre a mente humana e a cultura, entre 0 individuo e 0 contexto cultural no qual ele se desenvolve. Desse modo, a psico- logia deveria estudar as produgdes mentais coletivas originadas das ages de conjuntos de individuos se quisesse chegar & mente humana (Farr, 1999). A psicologia dos po- vos de Wundt exerceu influéncia principal- mente sobre a psicologia social sociolégica, em virtude da énfase atribuida & questo da determinacdo sécio-histérica do individuo e ‘ao uso da metodologia nao experimental. Os precursores da psicologia social na Franca ele, as representagbes coletivas (como a re- ligido, os mitos, etc.) constituem-se em um fenémeno ao nivel da sociedade e distinto das representacées individuais, que esto no nivel do individuo. Nesse sentido, postula que os sentimentos privados sé se tornam sociais quando extrapolam os individuos e associam-se, formando uma combinaco que se perpetua no tempo, transformando- -se na representacdo de toda uma sociedade. ‘As posiges de Durkheim influenciardo so- bretudo o psicélogo social Serge Moscovici, que, muitos anos depois, desenvolve a teo- ria das sociais. Gabriel Tarde (1843-1904), na obra As leis da imitago, publicada em 1890, de- 16 TORRES, NEIVA & COLS. fende que a vida social tem como mecanis- mo bésico a imitagéo (Karpf, 1932). Desse ‘modo, qualquer produgio individual, surgi- da sob a forma de uma invengio ou desco- berta, propaga-se na vida social por meio da imitagéo, uniformizando-a. Para ele, as ini- ciativas individuais constituem-se em uma invengio, enquanto as uniformidades da vida social associam-se & imitaco, que con- siste, portanto, em uma socializagao da ino- vagio individual. Avangando em suas pro- posigdes, o autor ressalta que as pessoas de ‘status inferior costumam imitar as de maior status, que 0 proceso de imitagdo comeca lentamente e com o tempo se acelera e que a cultura nacional ¢ imitada antes da estran- geira (Alvaro e Garrido, 2007). As ideias de tiva influéncia nos trabalhos de varios psi- célogos sociais posteriores. Nesse livro, 0 autor defende a tese de que as massas ou multidées constituem-se em seres psiquicos de caracteristicas diferentes dos individuos de seus membros, além de mais primitivas e inconscientes. As multidées seriam, assim, as responsiveis pelo fato de os sujeitos per- derem sua individualidade e passarem a fazer parte de um todo com caracteristicas totalmente distintas das partes que o com- poem. ‘Segundo Le Bon, ao se encontrar em uma multidio, o individuo sufoca sua per- sonalidade consciente ¢ passa a ser domi- nado pela mente coletiva da multidio, que € capaz de levar seus membros a apresen- tar comportamentos undnimes, emocionais € desprovidos de racionalidade. Em outras palavras, as pessoas perdem sua capacidade de raciocinio ¢ tornam-se altamente suges- tiondveis, o que as leva a cometer atos de bec qeinte pelea se emtromem Cah cies ncaa de muhidées, Le Bon estabelece um vinculo en- tre a psicologia social e a psicopatologia, 20 qual se contrapée a psicologia social psicolé- gica de base cognitiva, surgida nos anos de 1970 (Farr, 1999). Por outro lado, a questéo da sugestdo ou influéncia social, implicita na psicologia das multiddes, posteriormente se No entanto, 0 estudo da mente grupal e do comportamento das multidées propriamen- te dito, foco central da obra de Le Bon, so- mente seré resgatado mais recentemente, por autores como Moscovici e colaboradores (McGarry e Haslam, 1997). AFUNDACAO DA PSICOLOGIA SOCIAL No infcio do século XX, a psicologia social comeca a adquirir o status de uma discipli- na independente, e seu centro de gravidade comeca a mudar da Europa para os Estados 65 € tivessem usado a expressio psicologia social nos titulos de seus livros, no estavam falando do mesmo assunto. Edward Ross (1866-1951) era um so- cidlogo norte-americano que, influenciado pelas obras de Tarde e de Le Bon, caracte- Serr ro ye coarser PSICOLOGIA SOCIAL: PRINCIPAIS TEMAS EVERTENTES 177 algumas varidveis que interferem na suges- to (como, por exemplo, o prestigio da fon- te), sua andlise da vida social humana no se reverteu no desenvolvimento de um mo- delo teérico formal, tendo ele se limitado a organizar observagbes extraidas da historia, da literatura do trabalho de outros auto- res. McDougall (1871-1938), por outro britanico ressaltando a importincia de certas carac- teristicas inatas e instintivas para a vida so- dial. Segundo ele, 0s instintos apresentam social psicolégica e a psicologia social socio- I6gica que se avizinhava. A partir do inicio do séeulo XX, ambas as correntes sofreréo tais ndo observaveis, como a mente, a cog- nigdo e os sentimentos (McGarty e Haslam, que a psicologia passa a ser vista muito mais como uma ciéncia natural do que como uma ciéncia social (Pepitone, 1986). Gaunpre rexites ports, que o pene 18 TORRES, NEVA COLS. que ainda hoje é um dos temas de interesse da psicologia social psicolégica. Entretanto, é somente em 1924 que surge 0 livro-texto de social de Floyd Allport (1890-1978), considerado um dos mais famosos psicélogos sociais beha- vioristas da época (Pepitone, 1981). O autor contrapde-se ao estudo da consciéncia cole- tiva ou mente grupal pela psicologia social, por acreditar nao ser possivel a existéncia de uma mente comum a varias pessoas, de modo similar a0 que ocorre com um indi- viduo particular. Além disso, ele considera que a psicologia social faz parte da psicolo- gia do individuo e nao da sociologia e, como tal, deve ocupar-se do estudo das influén- cias do comportamento do individuo em ou- tras pessoas e das reagées a tais influéncias (Karpf, 1932). Allport desenvolve uma série de expe- rimentos sobre facilitacdo social, demons- trando que os grupos nos quais as pessoas estavam juntas, mas tral individual- mente, em tarefas mentais ou perceptuais, apresentavam melhor desempenho do que pessoas que estavam sozinhas realizando 0 ‘mesmo tipo de tarefa. Com sua obra, ele de- fine, portanto, os limites da psicologia social psicolégica como uma disciplina objetiva e de base experimental (Jones, 1985). Nos anos de 1920, inicia-se também © estudo das atitudes, sob a coordenagdo de Thurstone e colaboradores, que desen- (Graumann, 1996). A Segunda Guerra Mundial Com a escalada do nazismo na Europa e a Segunda Guerra Mundial, muitos cientistas imigraram pera ce Estados Unkos. Adem de psicélogos sociais foram convocados a cooperar na resolugdo dos problemas sociais Brorocados pela guerra, This fatosinfiuen ciardo sobremaneira i dos pela psicologia social psicolégica no iodo que vaida década de 1930 8 década de caracteristicas distintas da soma das partes que o consti- tuem (McGarry e Haslam, 1997). Entre os psicdlogos sociais europeus que, nos anos 1940, desenvolveram trabalhos influencia- dos pelas ideias do gestaltismo destacam- -se Muzar Sheriff (1906-1988), Kurt Lewin (1890-1947), Fritz Heider (1896-1988) e ‘Solomon Asch (1907-1996). ‘Como objetivo de explorar as condigdes 08 fatores que levam & formagio e a perma- néncia das normas sociais, Sheriff (1936) de- pessoa era solicitada a fazer julgamentos de estimulos ambiguos (0 quanto uma luz em um quarto escuro se movia, quando na rea- lidade estava parada), individualmente ou a presenga de outras pessoas. Observou-se que @ pessoa, ao tomar conhecimento dos Julgamentos feitos pelos demais (norma so- cial), antes ou depois do préprio julgamento, tendia a convergir para a norma do grupoe a desconsiderar a prépria norma. Lewin era um psicélogo judeu que imigrou para os Estados Unidos em 1933 e, juntamente com seus colaboradores (Lewin, Lippitt e White, 1939), desenvolveu pesqui- ‘sas sobre o clima grupal, nas quais estudou experimentalmente, em grupos reais, a in- fluéncia dos estilos de lideranca no compor- tamento do grupo. Os resultados levaram-no ‘a concluir que o papel do lider era central para o funcionamento do grupo, jé que di- ferentes estilos de lideranca provocavam nf- veis distintos de produtividade e agressio. Lewin (1943) também propés a teoria de ‘campo, na qual o grupo era visto como um PSICOLOGIA SOCIAL: PRINCIPAIS TEMAS EVERTENTES = 19 campo de forgas que tinha primazia sobre suas partes, isto é, sobre seus membros. Ele inaugurou ainda um programa a que deno- minou de pesquisa-acéo, cujo objetivo era avaliar 0 comportamento dos membros de teéricas época (Pepitone, 1981). Seus engenhosos experimentos trouxeram a realidade social para dentro do laboratério e converteram- seminais de Heider (1944, 1946, 1958) lancaram as bases con- ceituais de duas linhas de pesquisa que do- minardo as décadas subsequentes. Nas pu- blicagdes de 1944 e 1958, ele estabelece os fundamentos das teorias de atribuigao, 20 defender a ideia de que, em suas relagées interpessoais, 0 individuo percebe 0 outro suas ages como um todo organizado e, Por essa razdo, tende a procurar as causas do comportamento do outro, como forma de tornar 0 mundo social mais organizado, estével e previsivel. Para tanto, utiliza-se de fatores pessoais, internos (capacidade, esforgo, etc.) ou de fatores impessoais, ex- ternos (sorte, situago, ete.). Jd no artigo de 1946, Heider constrdi os pilares das teorias da consisténcia cognitiva ao propor o princi- e procuram restabelecé-lo mediante a mu- danga de algum dos elementos da situacdo. Asch (1946) coloca-se contra a posigéo mente normais e civilizadas a cometer hor- Tores contra outros seres humanos durante de Pesquisa que funcionava na Universidade de Frankfurt ~ e, a exemplo de outros emi- 20 TORRES, NEIVA& COLS. nentes psicdlogos ja citados, também imi- grou para os Estados Unidos durante a guerra. Logo apés 0 término do conflito, ira publicar, juntamente com outros membros de sua equipe (Adomo, Prenkel-Brunswik, Levinson e Sanford, 1950), a obra A perso- nalidade autoritdria, na qual defende a tese de que preconceito contra as minorias so- ciais em geral (bem come o antissemitismo, em particular) esté associado a um tipo de personalidade autoritdria, caracterizado por tragos de rigidez de opinides, adesdo a valo- res convencionais e intoleréncia. pela pesquisa sobre atitudes. Enquanto na primeira fase da pesquisa sobre o tema o foco era a mensuracdo das atitudes, confor- me jé apontado, nessa nova fase os psicélo- gos sociais se concentraréo na experimental da mudanga de atitudes. Tais estudos iniciaram-se ainda nos tempos de guerra, sob a lideranca de Carl Hovland (1912-1961), com © objewvo. de verificar os efeitos de filmes bélicos e de res (Hovland, Jonis e Kelley, 1953) desenvol- de pesquisas ex- periment persuasio, com o intuito de elucidar as influéncias das caracteristicas do comunicador (como, por exemplo, seu prestigio, seu grau de credibili- dade, etc.), da mensagem (como, por exem- plo, seu contetido) e da audiéncia (como, por exemplo, suas caracteristicas de personalida- de) na mudanga de atitudes. Esses estudos fizeram com que as atitudes tivessem um Papel central na psicologia social psicolégi- ca durante 0s anos de 1960, tendo ocupado maior espago do que qualquer outro tépico nos livros-texto da época (McGuire, 1968). Contudo, nos anos de 1970, esse interesse entrou em declinio com a consequente ascen- sobre grupos receberam, especialmente pe- las maos de Solomon Asch (1907-1996), que anteriormente havia realizado estudos sobre a formacdo de impressées, e Leon Festinger (1919-1989). Tais pesquisas constituiram as bases da teorizaco sobre influéncia social e Processos intragrupais, temas presentes na maior parte dos modernos manuais de psi- cologia social psicolégica. Na sequéncia dos estudos iniciados por Sheriff nos anos de 1930, Asch (1952) dedicou-se a pesquisas sobre a influéncia social, procurando avaliar a influéncia da pressdo do grupo sobre o julgamento dos in- dividuos. Em contraste com os experimen- tos de Sheriff, nos quais os estimulos eram ambiguos, ele usou estimulos sem nenhuma ambiguidade (comparacdo de linhas de va- riados tamanhos com uma linha de tama- nho padrdo). Ainda assim, seus experimen- tos demonstraram que, quando uma pessoa tem certeza de que seu julgamento esta cor- reto, mas é confrontada com uma maioria ‘que fez um julgamento errado, ela tende a se conformar com essa maioria e mudar sew julgamento, seja porque realmente passa a acreditar que estava enganada em seu julga- mento € que a maioria é que estava correta, seja porque tem necessidade de ser aceita pelo grupo. ‘Os estudos de Asch sobre conformida- diferentes fatores que influenciavam tal fe- némeno, além de 0s experimentos classicos de Milgram (1965) ‘sobre obeditn- cia & autoridade. Em tais experimentos, o autor demonstra que os individuos sentem- -S¢ tio submissos a autoridade do experi- mentador que, atendendo as suas instru- ‘ges, so capazes de ministrar choques cada vez mais fortes em uma determinada pessoa (por causa de erros que ela vai simulando cometer durante 0 desempenho de uma tarefa), apesar de ela demonstrar que estd sentindo dores cada vez piores. wee ee Lewin, tendo publicado uma das primeiras teorias formais em psicologia social — a teoria da comparacdo social -, com base nos resul- tados de uma série de experimentos destina- dos a testar hipdteses sobre as pressdes para a uniformidade que ocorrem nos grupos. De acordo com essa teoria, as pessoas, quando ndo tém um padrao objetivo de comparacao, sentem necessidade de se comparar com os demais membros de seu grupo e confirmar que eles tém crencas e habilidades seme- thantes as suas, 0 que as faz se sentirem mais seguras. Quando, por outro lado, surge um membro com opinido divergente, 0 grupo faz pressio para que ele mude essa opiniio sonia se ie en Bumee & 0) ee acontega, rejeita-o, levando esse mem- aoe eee A teoria de Festinger foi submetida a int- experiéncias No final dos anos de 1950 ¢ ao longo dos anos de 1960 e 1970, as pesquisas sobre mudanga de atitudes e sobre processos gru- pais foram progressivamente sendo substi- tuidas pelas teorias de base cognitiva. Nesse sentido, as teorias da consisténcia domina- ram a década de 1960, sob a influéncia do princfpio do equilfbrio cognitivo de Heider ee Entre elas, merece destaque a teo- da dissondncia cognitiva de Festinger Goi91969), que antes jé havia desenvolvi- do a teoria da comparacao social. De acordo com Festinger (1957), as pessoas tendem a buscar a harmonia ou a congruéncia entre suas crencas ¢ atitudes. desconforto e as leva a mudar suas crencas ou atitudes, de modo a alcancar novamente a congruéneia. Assim, por exemplo, se uma pessoa fuma e sabe que isso é prejudicial & satide, ela poderd resolver essa dissonancia parsnda de funer Goedanca de cds) ox buscando informagbes de que fumar nao é prejudicial a satide (mudanga de crencas). ‘A teoria da dissonincia suscitou, nas décadas seguintes, um volume considerd- vel de pesquisas experimentais rigorosas, mentava, tendo marcado os anos de 1970 1980. Essas teorias desenvolveram-se a partir dos trabalhos de Heider (1944, 1958) tensamente exploradas Davis (1965), Kelley (1967), Ross (197) € Weiner (1986), sendo as responsiveis pelo fato de, ainda hoje, as teorias atribuicionais constituirem-se em importante campo de estudo e pesquisa da psicologia social psi- coldgica. ‘As teorias da atribuiglo representam também a definitiva do cogni- tivismo, que se tomnou, a partir dos anos de Processos Jacentes (Fiske e Taylor, 1984). Ela se volta para o estudo da dos objetos sociais, ou seja, para a andlise das estraté- estimulos sociais que as rodeiam (o proprio individuo, bem como outras pessoas, grupos 22 = —_TORRES, NEIVA & COLS. € eventos sociais), e do modo pelo qual tais categorias afetam seu comportamento. Accrise da psicologia social © periodo que vai do pés-guerra aos anos de 1970 é visto por alguns autores (Apfelbaum, 1992) como a era de ouro da psicologia social, em fungéo da grande evolugéo ob- servada na construgéo e na verificagio de teorias, assim como na elaboracio de pro- cedimentos metodolégicos e estatisticos cada vez mais sofisticados. Com o passar do ‘glo das leis universais capazes de explicar ‘© comportamento social, a psicologia social psicolégica estrutura-se progressivamente como uma ciéncia natural e empirica, que desconsidera 0 papel que as estruturas so- ciais e os sistemas culturais exercem sobre os individuos (Pepitone, 1981). E nesse contexto que a década de 1970 assistiré ao ocorridos nos anos de 1970 (como o femi- nismo, por exemplo), tendo se caracteriza- do pelo questionamento das bases concei- tuais ¢ metodolégicas da psicologia social consequentemente, desenvolver modelos teorias que nao sio capazes de contribuir para a explicagdo da nova realidade social porém, os sociélogos de de se diferenciar dos psicdlogos sociais que, no contexto da psicologia, passaram a adotar o behaviorismo como paradigma e a praticar uma psicologia social psicolégica ‘que aos poucos se tornava cada vez mais in- dividualista. Surge entdo a psicologia social cuja de Charles Cooley (1864-1929) ¢ George Mead (1863-1931) seus mais notdveis pre- cursores. Os precursores da psicologia social sociolégica Cooley era um socidlogo que recebeu in- fluéncias de Spencer, tendo defendido uma concepgio evolucionista da mente e da so- ciedade. Em sua obra Natureza humana e PSICOLOGIA SOCIAL: PRINCIPAIS TEMAS EVERTENTES 23 ordem social, datada de 1902, ele ressaltou a influéncia do ambiente social na configu- ragéo da natureza humana e, consequen- temente, da natureza da identidade ou self € Garrido, 2007). ‘Ao explicar a formagio da identidade, Cooley usa a expresso “eu refletido no es- pelho” para designar o fato de que tal for- magio esté eminentemente associada ao modo pelo qual a pessoa imagina que apa- rece diante das outras pessoas, assim como a0 modo pelo qual ela imagina que as outras pessoas reagem a ela ¢ aos sentimentos dai decorrentes, que podem ser de orgulho ou de decepedo. Em outras palavras, segundo o autor, o individuo, ao interagir com as ou- tras pessoas, torna-se consciente da imagem ¢ dos sentimentos que essas outras pessoas nutrem por ele, isto &, elas atuam como um espelho no qual o individuo se vé. ‘gio com os outros e por meio do uso da linguagem e da comunicacao. Tais formula- gdes serviram de base a desenvolvimentos posteriores, tendo influenciado Mead, que também adota a expresso “eu refletido no ‘espelho” ao discorrer sobre a identidade. ‘Mead era um filésofo norte-americano que estudou por algum tempo com Wundt em Leipizig, o que teve grande influéncia em sua obra. Posteriormente, ele passou a dar aulas de filosofia em Michigan, onde conviveu com Cooley, que na época estava escrevendo sua tese de doutorado, e depois ‘em Chicago, onde permaneceu até a sua morte. Suas aulas de psicologia social foram posteriormente compiladas no livro A men- te, 0 eu ea sociedade: do ponto de vista de como a unidade basica de andlise da psi- social. Segundo ele, a linguagem é um fendmeno inerentemente social e, con- sequentemente, as atitudes € os gestos sé adquirem significado por meio da interagio simbélica. £, portanto, no contexto das rela- ‘g6es sociais que a comunicacdo ¢ a expres- sdo tornam-se possiveis, bem como a possi- bilidade de uma pessoa prever a reacdo do ‘outro a seus atos, isto é, de assumir o papel do outro (Jahoda, 2007). Analisando a emergéncia desse pro- cesso na infancia, Mead enfatiza a impor- tancia dos jogos infantis, em virtude de eles permitirem & crianga assumir o papel dos ‘outros (outro significativo) ou dos membros da sociedade em que vive (eu generaliza- do). Com isso, ela passa a ter consciéncia tudo do comportamento observavel, consi- derava que este era apenas um meio para se chegar a experiéncia interna do individuo (Alvaro e Garrido, 2007). Suas proposigbes, apesar de terem recebido varias criticas, exerceram forte influéncia no desenvolvi- mento da social socioldgica, ten- do dado origem a duas diferentes correntes tedricas: a escola de Chicago e a escola de lowa. AEscola de Chicago Durante os anos de 1930 ¢ 1940, as ideias de Mead ndo tiveram grande impacto. Caber4, porém, a Herbert Blumer (1900-1987), em Chicago, nos anos de 1950, e a Manford 24 TORRES, NEIVA& COLS. Kuhn (1911-1963), em Iowa, nos de 1960, de Mead, assumiu seu curso anual de aulas de psicologia social, tendo cunhado de in- teracionismo simbélico a posicéo defendida por Mead. Segundo ele, o uso da expressio derivou-se da énfase na compreensio do modo pelo qual as pessoas interagem com as usando simbolos. Desse modo, o in- previsivel porque os significados e as aces dependem de cada situagdo, enquanto a in- terpretacio das situagdes e a construcdo do ‘comportamento so processos que ocorrem durante a interagao social. Aescola de Chicago sigeatn coe a eclager gemmatbedaper quisa, talvez porque Blumer fosse da opinigo que 0 estudo do comportamento humano deveria ser conduzido por meio de métodos de 1930 e 1940, tais como o aumento da imigracdo, da criminalidade e da violéncia (Alvaro e Garrido, 2007). (1918), com o objetivo de analisar as ati- tudes de imigrantes poloneses, na qual uti- lizaram a andlise de documentos, cartas e histérias de vida para tracar um perfil da situagdo social desses ites, segundo a sua propria perspectiva ¢ Garrido, 2007). Em contrapartida, Bogardus (1925), ‘outro membro da escola de Chicago, desen- volveu a primeira escala para a medida de atitudes, numa evidéncia de que ambos os tipos de metodologia ali conviviam (Alvaro € Garrido, 2007). A Escola de lowa e a psicologia social sociolégica na atualidade Conforme jd mencionado, Kuhn (1964) é anos de 1960. Ele, no entanto, distancia-se mais das ideias de Mead do que a escola de Chicago. Nesse sentido, defendia a utiliza- ‘do dos mesmos métodos de pesquisa das ci- acerca de al peépcias © dos uve, sbre as defines das sinagbes¢ sobre 0s sg nificados que as pessoas construfam. Kuhn (1964) destaca, porém, o papel ativo do in- dividuo nesse proceso, na medida em que ¢ ele quem excolhe os papéis a esempenhar, entrevistas, os psicélogos sociais adeptos da corrente sociologica nos anos subsequentes, investigando temas como a interagdo face a face, os processos de socia- lizagdo, a formagdo e o desenvolvimento da PSICOLOGIA SOCIAL: PRINCIPAIS TEMAS EVERTENTES = 25 bém foram surgindo com 0 tempo, entre as quais podem ser citadas a escola dramatir- gica de Goffman (1985) e a teoria da identi- dade de Stryker (1980). Goffman deteve-se na andlise da interagdo face a face, consi- derando seus partici como. atores que podem ser mais ou menos eficazes no 0 DESENVOLVIMENTO DA PSICOLOGIA SOCIAL NA EUROPA No ano de 1964, quando a psicologia so- Nos anos de 1960, em varios paises eu- Topeus, os psicdlogos jé realizavam pesquisas psicossociais, mas foi ao final da década que ‘comecaram a ser realizados esforcos mais sis- temiticos, ndo apenas por parte do Comité € que, desde os anos de 1970, a psicologia social europeia vem crescendo progressiva- mente em tamaniho e influéncia. ‘Apesar de ela ter caminhado inicial- maior preocupagao com a estrutura social. Nesse sentido, os temas de estudio mais fre- quentes entre os psicélogos sociais europeus destacam-se Henri Tajfel (1919-1982) e Serge Moscovici. ‘Tajfel (1981) procurou enfatizar a dimensio social do comportamento indivi- deal ¢ grupal, posulando que o individu € moldado pela sociedade ¢ pela ‘com as pressbes para a conformidade, intro- duz na drea 0 conceito de influéncia das mi- norias, tendo realizado investigagSes com o intuito de averiguar a inovagao e a mudanca social introduzida por essas minorias. Outro campo de estudos a que ele se dedicou Goscovici, 1981) foi o das representacées A psicologia social praticada na América Latina, até a década de 1970, esteve for- temente influenciada pelo paradigma da psicologia social psicolégica de natureza ex- perimental, dominante @ época nos Estados Unidos. Ao final dos anos de 1960, de modo similar ao que jé havia ocorrido na Europa, 0 Comité Transnacional, fundado com 0 ob- de um comité local, além de patrocinar al- ‘guns encontros com esse grupo e um prime!- tionamento & psicologia social psicolégica norte-americana, marcada pelo experimen- isto é, mais voltada para os problemas po- lic ¢ socials que a regi via enfrenr tes, pecologia socal cles, gromse mado, caracteriza-se por romper com o modelo neopositivista de ciéncia e, em consequén- cia, com seus postulados sobre a necessida- de de o conhecimento cientifico apoiar-se PSICOLOGIA SOCIAL: PRINCIPAIS TEMAS EVERTENTES = 27 de tna peiclogin sche] comprometia com ciais comecaram a surgir na década de 1930 (Bomfim, 2003). Contudo, a instituciona- lizagdo da psicologia social ocorre apenas em 1962, quando o Conselho Federal de Psicologia, por meio do Parecer n° 403/62, A partir de ento, e até os anos de 1970, a psicologia social psicolégica norte- -americana foi a dominante, tal como ocor- reu no restante da América Latina. Uma das obras adotadas nos cursos de psicologia social durante esse periodo, que expressa tal tendéncia, € 0 livro Psicologia social, de Aroldo Rodrigues, publicado pela primeira vez em 1972. Seu autor também foi o res- ponsavel pelo desenvolvimento de uma pro- ficua linha de pesquisa em psicologia social na América Latina. Assim, a partirda publica- lo, em 1984, peptinmeblenerhlarewd Lane e Vanderley Codo, intitulado Psicologia social: 0 homem em movimento, sucederam- -Se varios outros manuais brasileiros de psi- cologia social (Campos e Guareschi, 2000; Jacques et al., 1998; Lane e Sawaia, 1994; Mancebo e Jacé-Vilela, 2004) na perspecti- contribuir para a construgéo de um referen- cial te6rico orientado pela concepcao de que © ser humano constitui-se em um produto histérico-social, de que individuo e socieda- de implicam-se mutuamente (Jacques et al., 1998). No que tange & breve histéria da psi- cologia social brasileira, cabe registrar, por fim, 0 desenvolvimento dos cursos de pés- -graduagio srictosensu no paisa partir da década de 1980. Esses cursos exerceram im. portante papel na estruturacdo de diferen- tes linhas de pesquisa na rea de psicologia social, orientadas por paradigmas e tendén- cias diversificadas, bem como no incremen- to da produgio cientifica brasileira em psi- cologia social. CONSIDERAGOES FINAIS A revisio dos eventos que marcaram a his- t6ria da psicologia social contempordnea re- vela que, no século XIX, as reflexdes sobre © individuo e a sociedade desenvolveram-se estabelecimento de limites sobre a nature- za do conhecimento psicossocial. No inicio Psicologia social, que fe skuava na incecfact doe dois, em paico- logia social psicoldgica e psicologia social sociolégica, que passam a ter suas préprias questdes centrais, suas teorias e seus méto- ogica que se desenvolveu a partir de entao, © individuo sempre esteve no centro das Principais perspectivas teéricas e dos temas de pesquisa. Desse modo, as teorias € os programas de pesquisa que lidavam com os Pirica e, com 0 passar do tempo, revelou- -se incapaz por si s6 de explicar 0 compor- ‘TORRES, NEIVA & COLS. tamento social em todas as suas nuances mente estudados, passou por uma corregio de rumos e prosseguiu na expansio de seu corpo de conhecimentos. Paralelamente, fo- ram surgindo novos olhares sobre antigos t6picos (como, por exemplo, no caso do estudo da identidade e das relagdes inter- srupais), novos tépicos de estudo (como, pene a andlise das influéncias da ‘© comportamento social, pela proces Gaal can taroees de aplicagao dos conhecimentos sociopsico- légicos na resolucdo dos problemas sociais Gackson, 1988). Acrescente-se a isso 0 fato de que a novos e diversificados ADORNO, TW; FRENKEL-BRUNSWIK, E.; LE- VINSON, D.J.; SANFORD, R.N, The autoritarin ‘personality. New York: Harper, 1950. AGUILAR, M.A ; REID, A. (orgs.). Tratado de psico- be recat peopeccbessctcetarobe. Berceoos: ‘Anthropos, 2007. AWARO, JL; GARRIDO, A. clog xi: ¢ sociolégicas. S50 perspectivas Paulo: ‘McGraw-Hill, 2007. ALLPORT, G.W The historical ‘of mo- dem In: LINDZEY, G. (org.). Handbook of social psychology. Reading, M.A. Addison-Wesley, 1954. ALLPORT, G.W The historical background of psychology In: G.; ARONSON, E. (orgs.). Handbook of soca! 2.04. Reading, MA: ‘Addison-Wesley, 1! ‘ALLPORT, G.W.The historical background of social In: G.; ARONSON, E. (orgs.). Handbook of social peychology. 3.ed. New York: House, 1985. a 5 Poming peer! Personality. ‘Social Psychology, ¥. 41, P > 258-290, 1546 1946. ASCH, S. Social psychology. New York: Prentice Hall, 1952. PSICOLOGIA SOCIAL: PRINCIPAIS TEMAS EVERTENTES 29 BLUMER, H. Symbolic interactionism: perspective Seka es ae, Meta, DERE ar pc pee te ‘hip do Psicdlogo, 2003. ‘CAMPOS, RLH.E; GUARESCHI, PA. Paradigmas em psicologia social: a perspectiva Petrépolis: Vozes, 2000. CORDERO, T; DOBLES, 1.; PEREZ, R. Dominacién social y: de la psicologia FARR, RM. As raises da psicologia social moderna (1872-1954). 2d. Petrépolis: Vozes, 1999. ee mere ‘Human Relations, ¥. 7, p. 117-140, 1954. FESTINGER, LA L Adee § cxptbe Seoee ‘Stanford, CA: Stanford University Press, 1957. Tae AT; OMIOS, SE. Sect tn, Ben: ding, MA: Addison-Wesley, GOFFMAN, E. A representasdo do eu na vida cot diana. 9.ed. Petr6polis: Vozes, 1985. GAATMANN, CE Inteduction to the himory of social shers, 1996. HEIDER, F Social perception and phenomenal causality. Prychological Review, v. 51, p. 358-374, 1944, HEIDER, F Attitudes and cognitive organization. Journal of Psychology, ¥. 21, p. 107-112, 1946. HEIDER, F. The rela- Peychology of interpersonal tions. New York: John Wiley & Sons, 1958. HOUSE, J.S. The three faces of social psychology. Sociometry, ¥. 40, p. 161-177, 1977. JAHODA, G. A history of social psychology: from the eighteenth century enlightenment to the Second World War. Cambridge: Cambridge University Press, 2007. JONES, EE. History of social psychology. In: KIM- en A Seem Kent) Mtoe history of prychology. Hillsdale: Lawrence Eribaum Associates, 1985. JONES, E-E.; DAVIS, KE. From acts to dispositions: the attribution Quarterly, ¥ 5, p. 61-84, 1964. LANE, S.; CODO, W. (orgs.). Pricologia social: 0 homem em movimento. S80 Paulo: Brasiliense, 1984. LANE, S.; SAWAIA, B. Novas veredas da psicologia social. So Paulo: Brasiliense, 1994. LEWIN, K. Defining the “field at a given time”. Paychological Review, v. 30, p. 292-310, 1943. LEWIN, K; LIPPITT, R.; WHITE, R.K. Patterns of behavior in experimentally created McGUIRE, WWJ. The nature of attitudes and aricude change. In: LINDZEY, G.; ARONSON, E. (orgs.). Handbook of social psychology. 2.ed. Reading, MA: MELO NETO, G.AR. A psicologia social nos tempos de, Freud. : teoria e pesquisa, Brasilia, 16, p. 145-152, 2000. MILGRAM, S. Liberating effects of group pressure. Journal of Personality and Social Psychology, ¥. 1, p. 127-134, 1965. SORTER SE Aart tee renee psicologia politica. Caracas: Eduven, 1991. MOSCOVICI, S.A. Social influence and social chan- ge. London: Academic Press, 1976. MOSCOVIC!, S.A. On social representations. In: FORGAS J (np). Sokal cation: perpctives : Academic on everyday Press, 1981. MOSCOVICI, S.A.; MARKOVA, I. The making of PEPITONE, A. Lessons from the history of social psychology. American Prychologist, v. 36, p. 972- 985, 1981. PEPITONE, A. Cute sod the cognitive paradign social psychology. Australian Journal of Prycho- toon 38 pS 7S6, 1986, POTTER, J; WETHERELL, M. Discourse and social psychology: beyond attitudes and behavior. London: ‘Sage, 1987. ODA, A: Riesghs saat Deval: ee )RIGUES, A.; ASSMAR, E.M.L; JABLONSKI, B. Pclopa soa 18.0. Perépolis Woes, 2000 ROSS, L. The intuitive psychologist and his shor- ‘tcoming: distortions in the attribution process. In: BERKOWITZ L (orgs). Advoncsu cspenmentl sceel perehotees: New York: Academic Press, earn The psychology of affiliation. Stan- ford: Stanford University Press, 1959. SHERIFE M. The psychology of social norms. New ‘York: Harper, 1936. frartilnn boaipetaipe nagueaintapveri Annals of the American Academy ‘Gretna end cal Secs 5B 137-143, 1961. eS a eo eal ee atualidade. In: ‘AM; FERREIRA, AAL; PORTUGAL, ET (ops). Hieéria de pot cologia: rumos e percursos. Rio de Janeiro: Nau Editora, 2005. STEPHAN, CW; STEPHAN, WG. Two social paycho- logies: an integrative .. Homewood, LL: ‘The Dorsey Press, 1985. STRYKER. Symbolic interactionism: a social structural approach. Mento Park, CA: Benjamin/ studies in social psychology. University Press, 1981. ALA, J.; MONTEIRO, B. Psicologia social. Lisboa: Fundacio Gulbenkian, WEINER, B. An attributional theory of motivation tnd emotion, New Work Springer ag 1986,

You might also like