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Autores
aula
13
Governo Federal
Presidente da República
Luiz Inácio Lula da Silva
Ministro da Educação
Fernando Haddad
Reitor
José Ivonildo do Rêgo
Vice-Reitora
Ângela Maria Paiva Cruz
Revisora Tipográfica
Nouraide Queiroz
Astronomia: Interdisciplinar / Joel Câmara de Carvalho Filho, Auta Stella de Medeiros Germano. –
Natal, RN: EDUFRN, 2007.
300 p. : il.
ISBN 978-85-7273-376-2
CDD 520
RN/UF/BCZM 2007/54 CDU 52
Copyright © 2007 Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste material pode ser utilizada ou
reproduzida sem a autorização expressa da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
Apresentação
N
a aula 12 (O Sol), ao estudarmos o Sol, vimos que ele é a estrela mais próxima da terra
e que domina o nosso Sistema Solar, observando que, em meio a bilhões de bilhões
de estrelas presentes no Universo, algumas delas são parecidas com o Sol, enquanto
outras podem ser bem diferentes dele. Nesta aula, apresentaremos as principais propriedades
das estrelas e faremos um breve estudo sobre sua formação, evolução e morte.
Objetivos
Entender o que é um objeto estelar e estudar suas
1 características principais.
Aula 13 Astronomia 1
O que é uma estrela?
V
ocê estudou na aula 12 que o Sol é uma estrela, ou seja, um corpo celeste formado por
um gás superaquecido denominado de plasma. As altíssimas pressões e temperaturas
no núcleo dessa estrela permitem que esta produza energia por fusão nuclear. Nesse
processo, ela transforma hidrogênio em hélio, imensa fonte de energia que aquece a superfície
da estrela e faz com que ela brilhe intensamente e seja vista mesmo a grandes distâncias.
A palavra estrela vem do grego antigo astron e dá origem a diversas palavras modernas
tais como astronomia e astrofísica.
A estrela mais próxima da Terra, depois do Sol, é a Proxima Centauri, que está a
39.9 trilhões de quilômetros. Em Astronomia, usamos como unidade de distância o ano-luz,
que é a distância percorrida pela luz durante um ano. Como a luz se propaga à velocidade
de 300.000 km/s e um ano tem 31 milhões e 536 mil segundos, multiplicando essas duas
quantidades, obtemos 9,46 trilhões de quilômetros. Podemos então afirmar que a estrela
Proxima Centauri encontra-se a 4,2 anos-luz da terra, pois sua luz leva 4,2 anos para alcança-
la, sendo essa distância a menor entre todas as outras estrelas em relação a terra. Distâncias
tão grandes explicam por que as estrelas, mesmo sendo algumas mais brilhantes que o Sol,
parecem minúsculos pontos brilhantes no céu noturno.
Quantas estrelas podemos ver no céu? Teoricamente, sob condições ideais num céu
escuro, existem 8.000 estrelas suficientemente brilhantes que podem ser vistas a olho nu.
Lembre, no entanto, que, num determinado instante, somente podemos observar metade da
esfera celeste, caindo a visibilidade para 4.000 estrelas. Infelizmente, essas ótimas condições
de observação só são possíveis se você estiver, por exemplo, no alto de uma montanha
ou num deserto livre de poluição visual e durante uma noite sem Lua, pois à medida que
2 Aula 13 Astronomia
aumenta a poluição visual, o número de estrelas visíveis a olho nu cai consideravelmente.
Na área rural, onde a poluição visual é considerada baixa, a visibilidade é de 750 estrelas;
nas proximidades das cidades, com essa poluição é moderada, pode-se ver 250 estrelas; e
finalmente, na presença de altos níveis dessa poluição na área urbana, essa visibilidade cai para
apenas 80 estrelas. Perceba que a diferença é gritante: das 4000 estrelas que você poderia ver
de uma montanha, sobram aproximadamente 80 visíveis nas áreas urbanas.
Atividade 1
Para perceber o quanto é poluído o céu da sua cidade, faça uma contagem do
número de estrelas que você é capaz de ver a olho nu e compare-o com aquele
estimado numa cidade com alta poluição visual (80). Para facilitar, divida a
abóbada celeste em quatro partes iguais e conte as estrelas apenas em uma
dessas partes. Ao final, multiplique por 4 o número que você encontrou.
Aula 13 Astronomia 3
Luminosidade e brilho das estrelas
Q
uando observamos uma estrela no céu, notamos que algumas são mais brilhantes do
que outras. No entanto, como elas estão a diferentes distâncias, não podemos afirmar
quais delas são realmente mais luminosas. Por essa razão, é necessário que você
conheça os conceitos de brilho e luminosidade.
Quando olhamos uma estrela a uma dada distância, o que percebemos é a luminosidade
aparente ou brilho. O brilho depende da luminosidade e da distância a que nos encontramos
da estrela. Vamos explicar mais detalhadamente: a energia emitida pela estrela propaga-se
igualmente em todas as direções no espaço, dessa forma, a estrela tem que “iluminar” uma
área cada vez maior. Isso quer dizer que quanto mais distante ela vai, menos energia incide
por unidade de área, pois o raio da esfera imaginária que ela está iluminando cresce, sendo
igual à distância.
L
B= Equação (1)
4πd2
1 2 3 4
4 Aula 13 Astronomia
Atividade 2
A
magnitude, também chamada grandeza, é uma outra maneira de medir o brilho das
estrelas criada na Grécia Antiga por Hiparco no século II a.C. Nessa escala de medida,
o brilho das estrelas é dividido em seis magnitudes, de forma que as estrelas mais
brilhantes possuem magnitude 1 e as menos brilhantes, magnitude 6. É uma escala definida a
partir da observação a olho nu, na qual as estrelas de magnitude 6 estão no limite de visibilidade
do olho, sendo necessário, para observar uma estrela com magnitude superior a essa, usar
algum tipo de instrumento como, por exemplo, um telescópio.
Na escala criada por Hiparco, a magnitude é representada por um número inteiro, ou seja,
1, 2, 3, 4, 5 e 6. Contudo, atualmente, com a grande precisão dos instrumentos de medição,
a magnitude pode também assumir valores fracionários; pode ainda ser negativa no caso dos
objetos mais brilhantes do que uma estrela de magnitude 1 ou maior que 6, se for muito fraca.
No século XIX, Norman Pogson (1829-1891) descobriu que se uma estrela X possui
uma diferença de magnitude igual a 1 em relação a uma segunda estrela Y, a estrela X é
aproximadamente 2,5 vezes mais brilhante que a estrela Y. Por exemplo, uma estrela de
magnitude 3 é duas vezes e meia mais brilhante que uma de magnitude 4, que, por sua vez, é
duas vezes e meia mais brilhante que uma de magnitude 5. Como você pode perceber, a escala
de magnitude não é uma escala linear e sim logarítmica. Observe também que, quanto maior
a magnitude de uma estrela, menos brilhante ela é.
Aula 13 Astronomia 5
Atividade 3
E
xistem muitos tipos de estrelas, as quais se diferenciam umas das outras principalmente
pela sua massa, luminosidade intrínseca e composição química. Ao longo das suas
vidas, essas características podem mudar, pois a estrela se transforma e termina como
um tipo mais “exótico” de objeto. Dependendo, então, do processo por que passa e da sua
massa original, ela pode terminar como uma anã marrom, anã branca, uma estrela de nêutrons
ou um buraco negro.
6 Aula 13 Astronomia
Atividade 4
Invente uma frase em português que lhe faça lembrar das letras usadas na
classificação espectral das estrelas (O, B, A, F, G, K e M).
Se você olhar para o céu estrelado numa noite escura, poderá notar que nem todas as
estrelas são da mesma cor. Algumas delas parecem brancas, outras são azuladas e muitas
vão parecer alaranjadas.
Se você aquecer um pedaço de ferro até ele ficar “em brasa”, perceberá que quanto
mais aquecido, sua cor muda do vermelho escuro para o alaranjado, podendo ficar azulado
e esbranquiçado. Assim são as estrelas: sua cor depende da temperatura na sua superfície.
Ou seja, a temperatura superficial das estrelas determina a sua cor aparente. Sabemos, por
exemplo, que as estrelas O e B são azuis, as A e F são esbranquiçadas, as G são laranja-amarelo
e as K e M, vermelhas. As temperaturas superficiais variam de 50.000 K para estrelas O3 até
2.000 K para as do tipo M9. Cada uma das classes de O a M é subdividida em 10 subclasses,
numeradas de 0 a 9, por exemplo, A0 – A9. O nosso Sol é classificado como sendo do tipo
espectral G2. Na Tabela 1 apresentamos algumas características dos vários tipos espectrais.
Aula 13 Astronomia 7
Atividade 5
Qual a cor e a temperatura superficial de três estrelas, se o tipo espectral destas
for B, G e M?
O diagrama de Hertzprung-Hussel
O
diagrama de Hertzsprung-Russell ou simplesmente diagrama HR é um diagrama
importantíssimo para a compreensão da evolução das estrelas. Ele foi descoberto em
1911, independentemente, pelos astrônomos Ejnar Hertzprung (dinamarquês) e Henry
Russell (americano). Suponha que você trace numa folha de papel dois eixos perpendiculares.
No eixo vertical, vamos indicar a luminosidade intrínseca ou a magnitude absoluta das estrelas;
no eixo horizontal, colocamos a temperatura superficial em ordem decrescente ou, a classe
espectral da estrela.
O que determina a posição de uma estrela na Seqüência Principal é a sua massa. Assim,
estrelas muito massivas são mais quentes e mais luminosas, enquanto estrelas de baixa massa
são mais frias e têm baixa luminosidade.
8 Aula 13 Astronomia
Classe Espectral
Magnitude Absoluta
Luminosidade (Lsol)
0
0
10
+5
10-2 +10
10-4 +15
10-6 +20
20000 14000 10000 7000 5000 3500
Na Tabela 2 apresentamos outras características das estrelas para cada tipo espectral,
tais como massa, raio, luminosidade e temperatura. Os símbolos R, M e L representam o
raio, a massa e a luminosidade do Sol, respectivamente.
Tabela 2 - Propriedades das classes espectrais das estrelas
Como veremos mais adiante, as estrelas passam a maior parte de suas vidas na Seqüência
Principal.
Aula 13 Astronomia 9
Atividade 6
Indique na Figura 2 onde devemos encontrar: (a) estrelas massivas e quentes;
(b) estrelas de baixa massa e frias; (c) estrelas gigantes vermelhas; e (d) estrelas
anãs brancas.
Atividade 7
10 Aula 13 Astronomia
Log (L/L0)
Log T
Aula 13 Astronomia 11
Nascimento, vida e
morte das estrelas
Q
uando olhamos à noite para o céu, observamos milhares de estrelas que parecem brilhar
eternamente de forma constante. Você já deve ter observado como, na natureza, os
seres vivos seguem um ciclo que é, ao menos até o presente momento, inexorável, isto
é, eles nascem, passam por vários estágios de suas vidas e, finalmente, morrem. Assim somos
nós: primeiro um embrião, depois uma criança, a vida adulta e, no fim da velhice, vem a morte.
Como os seres vivos na Terra, as estrelas não são imutáveis, elas não são vivas no sentido
que damos a essa palavra, porém, passam por estágios semelhantes aos seres vivos: nascem,
vivem e morrem. Comparada com a do homem, a vida de uma estrela é muito mais longa,
o que dificulta a observação das mudanças que nelas ocorrem. Por outro lado, observando
cuidadosamente o cosmos, os astrônomos podem observar estrelas nos diferentes estágios das
suas vidas. É como se fôssemos a um parque e observárssemos bebês, crianças, adolescentes,
adultos e pessoas bastante idosas. Foi a partir dessas observações que eles concluíram que
as estrelas nascem, “crescem”, existem por muitos anos, envelhecem e morrem.
Na fase embrionária, são chamadas de proto-estrelas; depois que “nascem”, passam por
uma longa fase adulta a qual pode ser mais curta ou mais longa, dependendo da sua massa:
por fim, morrem de maneiras variadas. Esse paralelo entre o ciclo de vida das estrelas e o do
homem está bem ilustrado na Figura 3, cuja discussão será feita na próxima seção.
Proto-estrela Inguinição da fusão Sequencia principal Gigante vermelha/super gigante Anã branca / Buraco negro
12 Aula 13 Astronomia
Formação e evolução das estrelas
A seguir, vamos descrever com mais detalhes esta aventura que é o ciclo de vida das estrelas.
Tais estrelas encontram-se num ambiente repleto de gás, poeira e moléculas, estando
boa parte dele concentrado em imensas nuvens. É exatamente nessas nuvens onde nascem
novas estrelas, motivo pelo qual astrônomos costumam chamá-las de berçários de estrelas.
Essas nuvens são altamente não uniformes, ou seja, sua densidade varia bastante de um lugar
para outro.
O estado de equilíbrio dessas nuvens também pode, eventualmente, ser perturbado pela
passagem de ondas de choque de pressão resultante da explosão de uma estrela (supernova)
ou do gás quente liberado por estrelas brilhantes próximas. Devido à gravidade própria dessa
concentração de matéria, o gás no centro da nuvem torna-se muito mais denso. O processo
do colapso pode levar em média de 10.000 a 1.000.000 anos.
Sabemos que quando comprimimos um gás ele é aquecido e isso é o que acontece
no centro da nuvem, ou seja, a temperatura e a pressão começam a crescer enormemente.
Devido às altas temperaturas a região central da nuvem começa a emitir radiação sob forma de
calor, a qual chamamos radiação infravermelha – temos agora uma proto-estrela. Esse estágio
proto-estelar pode durar aproximadamente 50 milhões de anos. Trata-se de um processo que
acontece em vários pontos da nuvem, dando origem assim a várias proto- estrelas.
Aula 13 Astronomia 13
Berçário de estrelas
A Figura 4 mostra um detalhe da famosa Nebulosa da Águia (M16) que se
encontra a 7.000 anos-luz de distância da Terra. Ela é uma nuvem gigante de gás e
poeira interestelar e constitui-se numa região onde existe uma grande atividade de
formação de estrelas. Nessa figura (foto tirada pelo telescópio espacial Hubble),
podemos ver colunas de gás, que passaram a ser chamadas “Os Pilares da
Criação”, além de muitas estrelas jovens sendo formadas. Por isso ela é um
verdadeiro berçário estelar iluminado pela luz ultravioleta emitida pelas estrelas
recém-nascidas.
O pilar mais alto tem aproximadamente 1 ano-luz, da base até o topo. As colunas
são constituídas por hidrogênio molecular frio muito denso e por poeira; sua
superfície é iluminada pela luz ultravioleta, que destaca a natureza tridimensional
das nuvens. No interior dessas colunas de gás e poeira, existem pequenos
glóbulos muito densos e onde novas estrelas estão sendo formadas.
Fonte: http://www.floridamuseum.org/downloads/4_Eagle_Nebula.jpg
Acesso em: 11 out. 2007.
Atividade 8
O que é uma proto-estrela e como ela é formada?
1
A que temperatura no núcleo da proto-estrela têm início as reações
2 nucleares de fusão do hidrogênio?
14 Aula 13 Astronomia
1.
sua resposta
2.
Para uma dada composição química e idade estelar, a luminosidade de uma estrela, ou
seja, a energia total irradiada por unidade de tempo, depende apenas de sua massa. Existe
uma relação matemática que diz que a luminosidade L de uma estrela é aproximadamente
proporcional ao cubo da sua massa M, ou seja,
L ∝ M3 Equação (2)
Essa relação é válida para as estrelas da Seqüência Principal. Por exemplo, uma estrela
que tem a massa dez vezes maior que a massa do Sol é mil vezes mais luminosa que o Sol.
Por outro lado, se a estrela possuir metade da massa solar, sua luminosidade é dez vezes
menor que a do Sol.
Aula 13 Astronomia 15
Quanto maior a massa de uma estrela da Seqüência Principal, mais brilhante e azul ela
é. Já as estrelas de menor massa são menos brilhantes e avermelhadas. Um exemplo das
primeiras é Sirius, uma estrela da constelação do Cão Maior. Ela é mais massiva do que o Sol
e é notoriamente azul. Por outro lado, Próxima Centauro, nossa vizinha mais próxima, é menos
massiva do que o Sol, e é, portanto, menos luminosa e avermelhada.
Como a estrela tem uma quantidade limitada de hidrogênio no seu núcleo, ela não poderá
ficar para sempre na Seqüência Principal “queimando” esse combustível. Devido à relação
entre massa e luminosidade (L∝M3), quanto maior a massa, maior será a luminosidade
e, consequentemente, tanto menor será a duração dessa fase da sua vida. No quadro 1,
apresentamos o tempo de vida das estrelas na Seqüência Principal em função da sua massa.
Vemos que uma estrela com mais de 50 massas solares não passará mais do que alguns
milhões de anos na Seqüência Principal. Porém, estas existem em menor número. A grande
maioria, como o Sol, possui massas menores e ficará ali por vários bilhões de anos. O Sol
possui uma idade que é aproximadamente metade desse tempo.
Depois que uma estrela esgota seu estoque de hidrogênio no núcleo, a estrela começa a
se expandir e torna-se mais luminosa e mais vermelha. Em outras palavras, ela transforma-se
numa estrela gigante vermelha.
Atividade 9
Que fração do seu tempo de vida uma estrela permanece na
1 Seqüência Principal?
16 Aula 13 Astronomia
A morte das estrelas
Quando se aproximam os momentos finais de sua vida, o destino de uma estrela depende
fortemente da sua massa. Por tal razão, examinaremos separadamente o destino das estrelas
de massa mais baixa e de estrelas mais massivas.
Quando a estrela torna-se uma gigante vermelha, ela deixa a Seqüência Principal e
desloca-se quase horizontalmente para a direita do diagrama HR, que é a região das estrelas
mais frias (Figura 2). Nessa fase, como dissemos anteriormente, o núcleo que se contrai e
continua a se aquecer, atinge temperaturas tão altas (~ 150 milhões de graus) que provoca o
início de outro tipo de reação de fusão: é e fusão de núcleos de hélio, que resulta em carbono
e gera mais energia.
A fase da queima do hélio vai durar cerca de 100 milhões de anos, até que o hélio se
esgote no núcleo da estrela, tornando-a uma supergigante vermelha. Nessa fase de existência
da estrela, o Sol terá um envelope que se estenderá até a órbita de Júpiter. Tal fase é muito
breve, dura apenas algumas dezenas de milhares de anos.
Aula 13 Astronomia 17
Fonte: <http://www.nightskyinfo.com/planetary_nebulae/>.
Acesso em: 13 out. 2007.
Figura 5 - Nebulosa planetária M57 na constelação de Lira
Atividade 10
O que acontece quando uma estrela de baixa massa deixa a
1 Seqüência Principal?
1.
sua resposta
2.
18 Aula 13 Astronomia
Estrelas de grande massa
O fim da vida de uma estrela massiva é bem mais espetacular e dramático. Se a estrela
possuir uma massa dez vezes maior que a do Sol, quando o hélio no núcleo é exaurido, o ciclo
de reações nucleares continua.
O núcleo de carbono resultante da queima do hélio contrai-se ainda mais e atinge uma
temperatura alta o suficiente para queimar carbono em oxigênio, neônio, silício, enxofre e,
finalmente, ferro. Como o ferro é a mais estável forma de matéria nuclear, as reações cessam
e nenhum elemento mais pesado é gerado. Não mais havendo qualquer fonte de calor, não
haverá mais o fluxo de energia para se contrapor à enorme força da gravidade e o núcleo de
ferro colapsa até atingir densidades tão altas como aquelas dos próprios núcleos atômicos.
A densidade do núcleo da estrela é tão alta que resiste ao colapso das camadas externas e
estas “rebatem” no núcleo. Essa súbita colisão com o núcleo produz, numa fração de segundo,
uma explosão espetacular. É isso que denominamos supernova. Grande parte do envelope
externo é arremessado para fora a velocidades espantosas, liberando uma grande quantidade
de energia. É um dos eventos mais violentos e energéticos do Universo. Seu brilho é imenso:
por mais de uma semana uma única estrela torna-se mais brilhante que toda uma galáxia de
bilhões de estrelas.
Atividade 11
Qual o fim mais provável de uma estrela massiva?
1
O que é uma supernova?
2
1.
Aula 13 Astronomia 19
2.
O núcleo de ferro atingiu densidade tão alta que os prótons e elétrons se fundem para
formar nêutrons. O destino desse núcleo quente de nêutrons depende da massa da estrela
progenitora. Se sua massa for aproximadamente dez vezes a massa do Sol, o núcleo irá
esfriar para formar uma estrela de nêutrons. As estrelas de nêutrons podem ser detectadas
como “pulsares” que possuem uma intensa emissão de ondas de rádio. Se a massa da estrela
progenitora é maior, o núcleo é tão pesado que sequer as forças nucleares são capazes de
resistir à força da gravidade, ocorrendo, assim, o colapso do núcleo, sem mais controle para
formar um buraco negro.
Assim é o ciclo de vida das estrelas: o aparecimento da proto-estrela numa densa nuvem
molecular, a ignição das reações nucleares, um longo período de permanência na Seqüência
Principal e, finalmente, a morte calma ou de forma violenta.
Resumo
Nesta aula, estudamos as estrelas, as suas principais características e como são
classificadas. Vimos também que são formadas em densas nuvens, iniciando,
então, suas vidas. Apresentamos, por fim, uma descrição de como elas evoluem,
tornando-se gigantes vermelhas, e como caminham para a morte, que pode ser
de forma lenta ou violentamente como a explosão de uma supernova.
Auto-avaliação
Faça uma breve descrição dos conceitos de brilho e luminosidade de uma estrela.
1
Por que uma estrela de 6a magnitude é menos brilhante que uma de 1a magnitude?
2
Qual a propriedade física que determina o tipo espectral de uma estrela?
3
20 Aula 13 Astronomia
Quais as cores das estrelas de tipo espectral O, B, A, F, G, K e M?
4
Qual a classe espectral do Sol?
5
Como se constrói um diagrama de Hertzsprung-Russell?
6
O que é a Seqüência Principal?
7
Faça um paralelo entre o ciclo de vida de uma estrela e o ciclo de vida do ser humano.
8
Como nasce uma estrela?
9
Faça uma tabela do tempo de vida de uma estrela na Seqüência Principal em função
10 da sua massa.
Referências
CALBO, Silvia Ribeiro. A evolução estelar. São Carlos, 2001. (Século XX – Astronomia e
astronáutica. Disponível em: <http://cdcc.sc.usp.br/cda/sessao-astronomia/seculoxx/textos/a-
evolucao-estelar.htm>. Acesso em: 26 jul. 2007.
OLIVEIRA FILHO, Kepler de Souza; SARAIVA, Maria de Fátima Oliveira. Astronomia e astrofísica.
Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2000.
Aula 13 Astronomia 21
______. Movimento dos planetas. In: OLIVEIRA FILHO, Kepler de Souza; SARAIVA, Maria de
Fátima Oliveira. Astronomia e astrofísica. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2000. Disponível
em: <http://astro.if.ufrgs.br/p1/p1.htm>. Acesso em: 20 jul. 2007.
PICAZZIO, Enos. Introdução à astronomia. São Paulo: IAG/USP, [1999?]. Disponível em:
<http://www.astro.iag.usp.br/~picazzio/aga210/>. Acesso em: 25 jul. 2007.
ROBBINS, R. R.; JEFFERYS, W. H.; SHAWL, S. J. Discovering astronomy. New York: Wiley,
1995. p. 321.
Anotações
22 Aula 13 Astronomia
Anotações
Aula 13 Astronomia 23
Anotações
24 Aula 13 Astronomia
Astronomia – INTERDISCIPLINAR
EMENTA
Introdução histórica e epistemológica. Galileu e a nova Física: elementos diferenciadores básicos. As leis de Kepler
e a lei da gravitação universal de Newton: breve história da astronomia ocidental. Esfera celeste e sistemas de
coordenadas. O sistema solar (Sol, planetas e luas, asteróides e cometas): comparações e instrumentos de exploração.
Fenômenos astronômicos básicos: eclipses e trânsitos, fases da Lua e dos planetas internos, marés e estações do
ano. Estrelas, constelações, a Via Láctea e o universo conhecido. Noções introdutórias básicas de Astrofísica e de
Cosmologia Científica.
AUTORES
AULAS
01 Contemplando o céu
06 Eclipses
07 Coordenadas celestes
08 Sistemas cosmológicos
11 O Sistema Solar
12 O Sol
14 Elementos de Cosmologia