You are on page 1of 62

Sumário

Noções de AFO – Administração Financeira e Orçamentária.....................4


Orçamento Público...................................................................................6
PPA........................................................................................................ 11
LDO........................................................................................................ 17
LOA........................................................................................................ 22
Ciclo Orçamentário................................................................................. 40
Créditos Adicionais................................................................................. 45
Gabarito................................................................................................. 61
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
Comentada e esquematizada para PPDF

Apresentação

Olá, GRAN CONCURSEIRO(A) e futuro(a) SERVIDOR(A) da PPDF!


Tudo bem?
Espero que sim.
O objetivo desse material é apresentar uma visão inicial da disciplina para quem está
tendo o primeiro contato com AFO – Administração Financeira e Orçamentária.
Sei que você pode ter sido “pego de surpresa” com a exigência dessa matéria, então
torna-se necessário um direcionamento inicial para “quebrar o gelo”.
Dessa forma, para quem ainda não teve a oportunidade de conhecer nossas aulas,
vamos fazer aqui uma exposição bastante resumida e direcionada de parte da disciplina.
Registre-se que em no nosso curso para esse certame (aulas autossuficientes em PDF)
todos os tópicos do edital são trabalhados exaustivamente.
No decorrer das aulas do curso, fizemos uma abordagem mais ampla dos conteúdos,
contemplando exposição teórica conjugada com a aplicação do conhecimento por meio de
questões de concursos públicos anteriores, apresentação de resumos e mapas mentais e
listas de questões ao final de cada aula incluindo questões elaboradas pela banca AOCP.
Além das aulas teóricas, disponibilizamos aulas de revisão e uma aula denominada aula
essencial 80/20, em que apresentamos um “suprassumo do bizu” dos assuntos e tópicos mais
relevantes para a sua prova, baseado em estatísticas da disciplina em provas anteriores ela-
boradas pela banca AOCP.
Espero que você goste desse material e que possa ser útil para a sua aprovação.
Sem mais delonga, vamos botar a mão na massa!

Professor Manuel Piñon

3 www.grancursosonline.com.br
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
Comentada e esquematizada para PPDF

NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA


COMENTADA E ESQUEMATIZADA PARA PPDF

NOÇÕES DE AFO – ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

Importante dizer que o termo “Noções de AFO” não pode te induzir a menosprezar a
importância e o grau de dificuldade da disciplina. Dito isso, entretanto, veremos que nossa
matéria, embora rica em detalhes, não é nenhum “bicho de sete cabeças.”
Uma boa maneira de começar a estudar essa matéria é compreender do que ela trata.
Podemos dizer que AFO é o ramo da ciência administrativa focado na gestão das
finanças e do orçamento público, desde sua concepção até a sua prestação de contas e
avaliação de resultados.
Assim, sucintamente, podemos enxergar o estudo de AFO pela ótica de assegurar
a execução das funções do Estado, contribuindo para aprimorar o planejamento, a orga-
nização, a direção, o controle e a tomada de decisões dos gestores públicos em cada uma
dessas fases.
A Atividade Financeira do Estado – AFE, que, por sua vez, engloba 4 elementos que
estão intimamente ligados:

1) obter Receita Pública (orçamentária);


2) criar o Crédito Público (empréstimo público);
3) gerenciar ou gerir o Orçamento Público (LOA – Lei Orçamentária Anual);
4) despender Recursos (Gastar) – Executar a Despesa Pública (orçamentária).

4 www.grancursosonline.com.br
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
Comentada e esquematizada para PPDF

Para o nosso certame, os assuntos mais importantes são o orçamento público, a receita
pública e a despesa pública, além da Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF.
Em termos de legislação, a nossa disciplina encontra sua “gênese normativa” na Cons-
tituição Federal de 1988 – CF/1988, especialmente entre os artigos 165 e 169. Em sua prova,
com certeza, teremos questões retiradas deles.
Mas, além da letra da CF/1988, as Finanças Públicas e Orçamento Público têm sus-
tentação na mencionada LRF (Lei Complementar n. 101/2000) e na Lei de Normas Gerais de
Direito Financeiro, a Lei n. 4.320/1964, também conhecida como Lei do Orçamento Público,
que é uma lei originalmente ordinária, federal, porém de abrangência nacional, vinculando
todos os entes políticos, quais sejam União, Estados, DF e Municípios.
Além dessas duas Leis Complementares, temos as Leis do PPA, da LDO e da LOA e de
créditos adicionais, jurisprudências mais significativas do STF, dispositivos infralegais como
o Decreto n. 93.872/1986 e aos Manuais MTO – Manual Técnico do Orçamento e MCASP
– Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público. Veja a pirâmide das fontes do Direito
Financeiro e Orçamentário:

5 www.grancursosonline.com.br
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
Comentada e esquematizada para PPDF

ORÇAMENTO PÚBLICO

Vamos então agora falar um pouco sobre o orçamento público.


O Orçamento Público é um documento que prevê as receitas – quantias de moeda
que, num período determinado (normalmente um ano), devem entrar – e fixa as despesas,
com especificação de suas principais fontes de financiamento e das categorias de despesas
mais relevantes.
Simplificadamente, podemos dizer que Orçamento é um processo contínuo, dinâmico e
flexível, que traduz em termos financeiros para determinado período (um ano), os planos e
programas de trabalho do governo.
Com palavras um pouco mais técnicas, é o ato pelo qual o Poder Executivo prevê a
arrecadação de receitas e fixa a realização de despesas para o período de um ano e o
Poder Legislativo lhe autoriza, por meio de LEI, a execução das despesas destinadas ao
funcionamento da máquina administrativa.
De modo mais direto, podemos dizer que o Orçamento do Estado é o ato contendo a
aprovação prévia das Receitas e Despesas Públicas para um período determinado.
O Orçamento Público, também chamado de “orçamentos anuais”, tecnicamente falando,
de forma restritiva, é a LOA – Lei Orçamentária Anual.
Temos a ideia de Orçamento Público em sentido amplo quando trata das Leis
Orçamentárias:

PPA – Plano Plurianual


LDO – Lei de Diretrizes Orçamentárias
LOA – Lei Orçamentária Anual

Tenha em mente que o termo Orçamento Público também é usado em sentido


estrito quando se refere especificamente à LOA, que é o Orçamento Público anual propria-
mente dito.
Além dos sentidos amplo e estrito, o termo Orçamento Público ainda pode ser
usado em sentido técnico, ou seja, quando se refere à autorização legislativa para execução
das despesas, ou melhor, à autorização dos representantes do povo “convertida” em créditos
orçamentários para que se possa efetuar o gasto público.
Note que o Poder Executivo prevê e o Poder Legislativo lhe autoriza (temos um
sistema misto), por certo período, e em pormenor, a execução das despesas destinadas ao
funcionamento dos serviços públicos e outros fins adotados pela política econômica ou geral
do país, assim como a arrecadação das receitas já criadas em lei.
Em suma, podemos dizer que o Orçamento do Estado é o ato contendo a aprovação
prévia das Receitas e Despesas Públicas para um período determinado.

6 www.grancursosonline.com.br
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
Comentada e esquematizada para PPDF

No Brasil adotou-se o Orçamento-Programa, que deve deve ser visto como um plano de
trabalho expresso por um conjunto de ações a realizar e pela identificação dos recursos
necessários para a sua execução.
A ideia do orçamento-programa é fazer com que o gasto público possa ser detalhado
de modo a enfatizar a sua finalidade, identificando para cada gasto a respectiva a ação,
definindo o responsável pela respectiva execução de cada ação, além de apresentar indi-
vidualmente os resultados esperados para cada uma delas.
Como benefícios mais relevantes do Orçamento-Programa podemos citar a integração
entre o planejamento e o orçamento, a quantificação dos objetivos e metas, a utilização das
relações de insumo-produto e das diversas alternativas programáticas em seu processo deci-
sório, além permitir o uso de ferramentas para medir os seus resultados.
Vamos ver como a banca AOCP já cobrou esse tema?

DIRETO DO CONCURSO
1. (AOCP/TCE-PA/AUDITOR/2012) Entre os conceitos apresentados nas alternati-
vas a seguir, assinale a alternativa que apresenta corretamente o conceito de Orça-
mento Público.
a. Corresponde às ações do governo durante o mandato de um dado Chefe do Poder
Executivo, tendo caráter autorizador de despesas, mas permite contingenciamentos
ao longo do ano.
b. Corresponde à previsão das receitas e despesas do Estado para um dado ano fiscal,
tendo caráter autorizador de despesas, sem permissão para contingenciamento ao
longo do ano.
c. Corresponde à previsão das receitas e despesas do Estado para um dado ano
fiscal, tendo caráter autorizador de despesas, mas permite contingenciamento ao
longo do ano.
d. Corresponde às ações do governo durante o mandato de um dado Chefe do Poder
Executivo, tendo caráter autorizador de despesas, sem permissão para contingencia-
mentos ao longo do ano.
e. Corresponde às ações do Estado durante um dado ano fiscal, não tendo caráter auto-
rizador de receitas e despesas, mas permite contingenciamento ao longo do ano.

COMENTÁRIO
O Orçamento Público é o ato pelo qual o Poder Executivo prevê a arrecadação de receitas
e fixa a realização de despesas para o período de um ano e o Poder Legislativo lhe auto-
riza, através de LEI, a execução das despesas destinadas ao funcionamento da máquina
administrativa.

7 www.grancursosonline.com.br
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
Comentada e esquematizada para PPDF

A letra C é a melhor alternativa, entretanto, penso que a questão poderia ter sido anulada,
já que da forma que foi escrita pode induzir o aluno marcá-la como errada, já que associa a
palavra previsão com a palavra despesa, embora em seguida reforce o “caráter autorizador
de despesas”.

2. (AOCP/TCE-PA/AUDITOR/2012/ADAPTADA) Julgue a assertiva abaixo:


É a Lei Orçamentária que fixa a despesa autorizada para o exercício financeiro. 

COMENTÁRIO
É a LOA ou o orçamento Público que prevê a arrecadação de receitas e fixa a realização de
despesas destinadas ao funcionamento da máquina administrativa para o período de um
ano, sendo apresentada pelo Poder Executivo e aprovada pelo Poder Legislativo.

O artigo 165 da CF/1988 nos revela os três principais instrumentos (leis) orçamentá-
rios de planejamento utilizados na implantação das Políticas Públicas:

Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:


I – o plano plurianual;
II – as diretrizes orçamentárias;
III – os orçamentos anuais.

Perceba que o Orçamento Público é chamado no inciso III de “orçamentos anuais”,


também conhecido como LOA – Lei Orçamentária Anual.
Nesse contexto, os instrumentos de planejamento e orçamento da Constituição
Federal são:

1) O Plano Plurianual – PPA;


2) A Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO; e
3) Lei Orçamentária Anual – LOA.

8 www.grancursosonline.com.br
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
Comentada e esquematizada para PPDF

Esses instrumentos são, na verdade, as leis orçamentárias que regulam, cada uma
delas com especificidades e escopos próprios, o planejamento e o orçamento dos entes públi-
cos nas três esferas de governo.
No âmbito de cada ente, essas leis constituem etapas distintas, porém integradas,
de forma que permitam um planejamento estrutural das ações governamentais.
“Professor, qual a relação entre PPA, LDO e LOA”?
Veja na figura a seguir o sentido da seta para visualizar a influência de cada uma em
termos de integração:

Outra forma interessante de visualizar a dimensão de cada instrumento orçamentário:

Resumidamente, tenha em mente que o PPA, a LDO e a LOA são leis instituídas pelo
artigo 165 da nossa Carta Magna de 1988, cabendo ao PPA estabelecer diretrizes de médio
prazo (quatro anos).
A LDO, que deve ser compatível com o PPA, estabelece, entre outros, o conjunto de
metas e prioridades da Administração Pública Federal e orienta a elaboração da LOA para
o ano seguinte.
A LOA, que deve ser compatível com o PPA e com a LDO, contempla os orçamentos
fiscal, da seguridade social e de investimentos das estatais.

9 www.grancursosonline.com.br
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
Comentada e esquematizada para PPDF

A palavra chave aqui é INTEGRAÇÃO.

Vamos falar um pouco mais de cada um deles.

10 www.grancursosonline.com.br
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
Comentada e esquematizada para PPDF

PPA

O Plano Plurianual (PPA) é um instrumento previsto no artigo 165 da Constituição Fede-


ral destinado a organizar e viabilizar a ação pública, com vistas a cumprir os fundamentos e
os objetivos da República, servindo como instrumento de planejamento de médio prazo do
Governo Federal que estabelece, de forma regionalizada, as diretrizes, os objetivos e
as metas da Administração Pública Federal para as despesas de capital e outras delas
decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada.

ATENÇÃO
Nesse contexto, guarde para o PPA o mnemônico DOM – Diretrizes, Objetivos e Metas.

Entenda por Diretrizes a ideia de que o PPA tem um condão abrangente e estratégico,
servindo de plano de voo para os próximos quatro anos.
Já em relação aos Objetivos, a ideia é que o PPA verbalize o que precisa ser modifi-
cado, ou seja, o que a implementação do PPA deseja para o país.
Finalmente, as Metas "tornam as diretrizes e os objetivos menos subjetivos, ou seja,
traduzem-nos em aspectos mais quantitativos ou qualitativos, a depender das especificidades
de cada caso".
Veja no quadro seguinte outra forma de entender as Diretrizes, Objetivos e Metas relati-
vas ao PPA:

11 www.grancursosonline.com.br
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
Comentada e esquematizada para PPDF

Importante destacar que o PPA federal não contempla Diretrizes, Objetivos e Metas
das demais esferas de governo, já que cada ente possui seu respectivo PPA.
Importante destacar ainda que enquanto o PPA tem duração de quatro anos, durante
a sua vigência serão elaboradas uma LDO e uma LOA a cada ano, ou seja, quatro LDOs e
quatro LOAs que precisam ser compatíveis com o respectivo PPA.
Veja para a União, Estados e DF o PPA em andamento e respectivas LDOs e LOAs:

Outra maneira de visualizar:

12 www.grancursosonline.com.br
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
Comentada e esquematizada para PPDF

Nessa pegada, guarde que a vigência do PPA é de quatro anos, mas inicia-se no
segundo exercício financeiro do mandato do chefe do executivo e terminando no primeiro
exercício financeiro do mandato subsequente, devendo ser enviado até 31 de agosto do pri-
meiro exercício.

O PULO DO GATO
O tempo de vigência de um PPA não coincide com o mandato do chefe do Executivo,
já que o PPA é elaborado no primeiro ano de governo e entra em vigor no segundo ano,
somente se encerrando no fim do primeiro ano do governo seguinte.

Por meio do PPA, é declarado o conjunto das políticas públicas, em termos macro,
do governo para um período de quatro anos e os caminhos trilhados para viabilizar as
metas previstas, construindo um Brasil melhor.
O PPA orienta o Estado e a sociedade no sentido de viabilizar os objetivos da Repú-
blica. O Plano apresenta a visão de futuro para o País, macro desafios e valores que guiam o
comportamento para o conjunto da Administração Pública Federal. 
Em outras palavras, podemos dizer que no PPA o governo declara e organiza sua atua-
ção, a fim de elaborar e executar políticas públicas necessárias. O Plano permite também, que
a sociedade tenha um maior controle sobre as ações concluídas pelo governo.

13 www.grancursosonline.com.br
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
Comentada e esquematizada para PPDF

Importante ter em mente que as despesas de capital a que se refere o PPA são aque-
las que contribuem, diretamente, para a formação ou aquisição de um bem de capital, como a
construção ou ampliação de um aeroporto.

ATENÇÃO
No caso da União, nem todas as despesas orçamentárias de capital constam no PPA. No
PPA federal não constam as despesas dos programas de operações especiais, ou seja,
ficam de fora as despesas com amortização da dívida pública.

Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício financeiro pode ser


iniciado sem prévia inclusão no PPA, ou sem lei que autorize a inclusão, sob pena de crime
de responsabilidade.
Falando em investimentos, é importante destacar que em AFO e Direito Financeiro o seu
significado é diferente do que estamos acostumados em nosso dia a dia, que tem a ver com
aplicação financeira ou com abrir algum negócio. Em nossa matéria, despesas com investi-
mentos são um tipo de despesa de capital que engloba despesas com softwares e com o pla-
nejamento e a execução de obras, inclusive com a aquisição de imóveis considerados neces-
sários à realização destas últimas, e com a aquisição de instalações, equipamentos e material
permanente, como no caso da construção de um aeroporto.
O Plano Plurianual – PPA deve ser elaborado de forma regionalizada, ou seja, esse
instrumento central de planejamento deve servir para promover, de maneira integrada, opor-
tunidades de investimentos que sejam definidas a partir das realidades regionais e locais,
levando a um desenvolvimento mais equilibrado entre as regiões do País.
A regionalização fornece informações relacionadas à distribuição das metas estipuladas
para o objetivo no território. A regionalização será expressa em macrorregiões, estados ou
municípios. Em casos específicos, poderão ser aplicados recortes mais adequados para o
tratamento de determinadas políticas públicas, tais como região hidrográfica, bioma, territórios
de identidade e área de relevante interesse mineral.

14 www.grancursosonline.com.br
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
Comentada e esquematizada para PPDF

15 www.grancursosonline.com.br
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
Comentada e esquematizada para PPDF

16 www.grancursosonline.com.br
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
Comentada e esquematizada para PPDF

LDO

A Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO, assim como o PPA surgiu com a CF/1988 e
tem como primordial função o estabelecimento dos parâmetros necessários à alocação dos
recursos no orçamento anual, de forma a garantir, dentro do possível, a realização das metas e
objetivos contemplados nos programas do plano plurianual. Veja a sua literalidade, de acordo
com o artigo 165 da CF/1988 já com a redação atualizada até a EC 109/2021 de 15/03/2021:

§ 2º A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades


da administração pública federal, estabelecerá as diretrizes de política fiscal
e respectivas metas, em consonância com trajetória sustentável da dívida
pública, orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as
alterações na legislação tributária e estabelecerá a política de aplicação das
agências financeiras oficiais de fomento. (Redação dada pela Emenda Cons-
titucional nº 109, de 2021).

Veja agora o papel da LDO de modo esquematizado:

17 www.grancursosonline.com.br
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
Comentada e esquematizada para PPDF

O PULO DO GATO
A LDO É O ELO DE LIGAÇÃO ENTRE O PPA E A LOA.

O papel da LDO é ajustar as ações de governo previstas no PPA, às reais possibi-


lidades de caixa do Tesouro Nacional, fazendo o “meio campo” entre o planejamento estra-
tégico de médio prazo (PPA) e o planejamento operacional (LOA).

De acordo com a Constituição, a LDO deve, no mínimo, identificar os seguintes itens:

– Estabelecer as metas e prioridades da administração. Até antes da EC 109/2021, as


metas e prioridades da administração deveriam incluir as despesas de capital previs-
tas para o exercício seguinte, mas essa incumbência foi suprimida pela referida EC.
– Estabelecer as diretrizes de política fiscal e respectivas metas, em consonância
com trajetória sustentável da dívida pública (novidade).
– Estabelecer critérios para elaboração da lei orçamentária anual, explicando onde
serão feitos os maiores investimentos, o valor que caberá ao Legislativo, o percentual
para abertura de créditos suplementares e outras informações prévias sobre o futuro
Orçamento.
– Estabelecer as alterações programadas na legislação tributária, informando quais as
medidas que pretende aplicar na política de tributos.

18 www.grancursosonline.com.br
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
Comentada e esquematizada para PPDF

ATENÇÃO
A CF/1988 determina que a LDO considere as alterações na legislação tributária, mas a
LDO não pode criar, aumentar, suprimir, diminuir ou autorizar tributos, o que deve ser feito
por outras leis. Também não existe regra determinando que tais leis sejam aprovadas an-
tes da LDO.

– Estabelecer os critérios que pretende implantar na política de Pessoal, na lei de


cargos e salários, no ordenamento salarial, na reestruturação de carreiras etc. Impor-
tante ressaltar que serão nulas as despesas de pessoal não previstas na LDO.

ATENÇÃO
Merece destaque uma novidade em relação à LDO trazida pela EC 102/2019. Trata-se
do anexo de agregados fiscais, que deve ser elaborado para o exercício a que se refere e,
pelo menos, para os 2 (dois) exercícios subsequentes. Trata-se de um anexo com previsão
de agregados fiscais e a proporção dos recursos para investimentos que serão alocados na
lei orçamentária anual para a continuidade daqueles em andamento.

Confira o parágrafo 12 do artigo 165 na literalidade da CF:

§ 12. Integrará a lei de diretrizes orçamentárias, para o exercício a que


se refere e, pelo menos, para os 2 (dois) exercícios subsequentes, ane-
xo com previsão de agregados fiscais e a proporção dos recursos para
investimentos que serão alocados na lei orçamentária anual para a con-
tinuidade daqueles em andamento.   (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 102, de 2019)   (Produção de efeito)

Importante destacar também que o prazo para encaminhamento da LDO ao Con-


gresso Nacional é de oito meses e meio antes do encerramento do exercício financeiro,
ou seja, precisa ser enviada até o dia 15 de abril de cada ano, devendo a devolução ao
Poder Executivo ocorrer até o fim do primeiro período da sessão legislativa, ou seja, 17
de julho, já que a sessão legislativa não pode ser interrompida sem a sua aprovação.
A Lei de Responsabilidade Fiscal- LRF ampliou a importância da LDO, atribuindo à
LDO o papel de dispor sobre equilíbrio entre receita e despesa, critérios e formas de limitação
de empenho, condições para transferência de recursos, determinando a previsão de várias
outras situações, além das previstas na Constituição. São elas:

19 www.grancursosonline.com.br
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
Comentada e esquematizada para PPDF

– Estabelecer critérios para congelamento de dotações, quando as receitas não evolu-


írem de acordo com a estimativa orçamentária;
– Estabelecer controles operacionais e suas regras de atuação para avaliação das
ações desenvolvidas ou em desenvolvimento;
– Estabelecer as condições de ajudar ou subvencionar financeiramente instituições pri-
vadas, fornecendo o nome da instituição, valor a ser concedido, objetivo etc. Impor-
tante ressaltar que serão nulas as subvenções não previstas na LDO, excluindo casos
de emergência;
– Estabelecer critérios para início de novos projetos, após o adequado atendimento dos
que estão em andamento;
– Estabelecer o percentual da receita corrente líquida a ser retido na peça orçamentá-
ria, como Reserva de Contingência.

Além do estabelecimento e definição dos itens anteriormente relacionados, a LDO deverá


ser acompanhada do chamado ANEXO DE METAS FISCAIS e do ANEXO DE RISCOS FIS-
CAIS – ARF.

20 www.grancursosonline.com.br
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
Comentada e esquematizada para PPDF

21 www.grancursosonline.com.br
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
Comentada e esquematizada para PPDF

LOA

A LOA – LEI ORÇAMENTÁRIA ANUAL é o orçamento público propriamente dito.

A princípio parece estranho que um orçamento seja uma lei... afinal, frequentemente
temos contato com o orçamento em nosso dia a dia como algo informal, tipo quando precisa-
mos consertar algo e pedimos um orçamento ou quando fazemos o orçamento de uma festa,
ou o próprio orçamento de uma família.
Entretanto, quando se trata de dinheiro público, algumas regras para o seu uso precisam
ser respeitadas e elas precisam estar previstas na legislação. Assim, esse é um dos principais
objetivos do nosso estudo: conhecer tais regras, já que elas serão cobradas em prova.
Para começo de conversa, guarde que a LOA deve conter exclusivamente duas maté-
rias: previsão de receita e fixação de despesa. Entretanto, a título de exceção, são admitidas
autorizações para créditos suplementares e operações de crédito, inclusive por ARO - Anteci-
pação de Receita Orçamentária (Princípio orçamentário constitucional da exclusividade).

22 www.grancursosonline.com.br
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
Comentada e esquematizada para PPDF

A LOA funciona como instrumento de planejamento operacional, expressando a aloca-


ção de recursos públicos, sendo operacionalizada por meio de diversas ações.

RELEMBRANDO
É bom lembrar que a LOA é orientada pelas diretrizes, objetivos e metas do PPA, com-
preendendo as ações a serem executadas, seguindo as metas e prioridades estabeleci-
das na LDO.

Importante atentarmos para a palavra previsão para receita, já que a receita orçamen-
tária pode ser arrecadada acima do valor previsto no orçamento público por não existir teto
para a receita.
Por outro lado, em se tratando da despesa, usamos a expressão fixação, por ser pre-
vista com um limite até o qual poderá ser executada.
A esse limite de autorização de gastos dá-se o nome de dotação orçamentária, que
é a expressão monetária do crédito orçamentário, uma autorização discriminada para se
gastar recursos.
Muitas vezes esses termos são usados como sinônimos mesmo, mas vamos esclarecer
a diferença entre dotação e crédito orçamentário.
A dotação orçamentária é o valor monetário autorizado, consignado na lei do orça-
mento (LOA), para atender uma determinada programação orçamentária. É o limite finan-
ceiro (orçamentário) autorizado. A dotação não entra no mérito das classificações da res-
pectiva despesa orçamentária.
Por sua vez, o crédito orçamentário apresenta as respectivas classificações orçamen-
tárias da despesa para qual existe uma dotação. É um detalhamento da dotação orçamentá-
ria. Em outras palavras, o crédito orçamentário é portador de uma dotação que é o limite
de recurso financeiro autorizado.
Em suma, o crédito orçamentário é o detalhamento em termos de classificação da
despesa de uma respectiva dotação orçamentária.
Importante destacar que nossa CF/1988 veda o início de programas ou projetos que não
estejam incluídos na LOA e proíbe a consignação de crédito com finalidade imprecisa ou com
dotação ilimitada.
O projeto da LOA deve ser encaminhado ao Congresso Nacional quatro meses
antes do término do exercício financeiro, ou seja, até o dia 31 de agosto de cada ano, e
devolvido ao Poder Executivo até o final da sessão legislativa, ou seja, aproximadamente
até 22 de dezembro do exercício de sua elaboração. Veja as possíveis consequências ineren-
tes ao descumprimento dos prazos:

23 www.grancursosonline.com.br
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
Comentada e esquematizada para PPDF

Guarde os prazos:

PPA
prazo para encaminhar 31/08 (primeiro ano do mandato)
prazo para aprovar 22/12 (primeiro ano do mandato)
LDO
prazo para encaminhar 15/04 
prazo para aprovar 17/07
LOA
prazo para encaminhar 31/08 
prazo para aprovar 22/12

Importante destacar ainda que nossa Carta Magna, em seu artigo 165, § 6º, determina
que o projeto da LOA seja acompanhado de demonstrativo regionalizado do efeito,
sobre as receitas e despesas, decorrente de isenções, anistias, remissões, subsídios e
benefícios de natureza financeira, tributária e creditícia.
Ainda no mencionado artigo da nossa CF/1988 existe a seguinte determinação (com
grifos nossos):

§ 5º A lei orçamentária anual compreenderá:


I – o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos
e entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas
e mantidas pelo Poder Público;
II – o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta
ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto;

24 www.grancursosonline.com.br
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
Comentada e esquematizada para PPDF

III – o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e


órgãos a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os
fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público.

Destaque-se que, como visto no desenho anterior, na verdade, trata-se de uma única
LOA, um único documento. Mas, vamos falar um pouco de cada um deles.
No que diz respeito ao orçamento fiscal, que deve ser sempre equilibrado, guarde que
ele deve contemplar as receitas e despesas do Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário,
do Ministério Público e dos Tribunais de Contas, incluindo seus fundos, órgãos e entidades da
administração direta e indireta, com exceção apenas das receitas e despesas que estiverem
no orçamento da seguridade social e de investimento das estatais.

25 www.grancursosonline.com.br
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
Comentada e esquematizada para PPDF

O orçamento de Investimento das Estatais, que obrigatoriamente deve integrar a LOA,


como o nome já revela, não trata de todas as despesas e sim apenas dos investimentos e não
se refere a todas as estatais, mas apenas aquelas em que a União, direta ou indiretamente,
detenha a maioria do capital social com direito a voto, ou seja, refere-se apenas às empresas
controladas pela União.

ATENÇÃO
Apenas os orçamentos fiscais e de investimentos das estatais, compatibilizados com
o plano plurianual, terão entre suas funções a de reduzir desigualdades inter-regionais,
segundo critério populacional. Guarde, portanto, que o orçamento da seguridade social
NÃO tem essa função.

O PULO DO GATO
Em termo de Constituição os conhecimentos acerca do orçamento de investimento das
estatais são esses. Se na prova falar "de acordo com a CF [...]", basta saber isso. Entre-
tanto, se considerarmos as LDOs de cada ano e a LRF – Lei de Responsabilidade Fiscal,
que trazem conceitos como o de empresas estatais dependentes e de não dependentes, a
coisa muda de figura.
Nessa “pegada infraconstitucional”, apenas os investimentos das estatais não depen-
dentes devem constar no orçamento de investimento, em contraste com as estatais
dependentes que devem constar apenas nos orçamentos fiscal e da seguridade social.
Então fique atento ao comando da questão na prova!

Guarde que para uma empresa ser considerada um estatal, o Estado precisa ter o con-
trole, ou seja, todas as empresas consideradas estatais são controladas. Uma estatal, contro-
lada, portanto, pode ser dependente ou não dependente. Na aula de LRF (parte 1) os concei-
tos de estatal dependente e não dependente serão bem definidos.
Por enquanto, guarde que a estatal dependente é aquela que recebe recursos do governo
para custeio do seu funcionamento, enquanto a estatal não dependente, como o nome sugere,
não recebe recursos do governo para custeio do seu funcionamento.
Assim, em termos de orçamento, se a estatal for dependente, ela participa do apenas
no OF e no OSS, mas se for uma estatal não dependente deve constar no OI.
No que diz respeito ao orçamento da Seguridade Social, guarde que ela compreende um
conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a
assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social.
Importante destacar que o orçamento da seguridade social deve englobar todos os
órgãos que possuem receitas e despesas públicas relacionadas à seguridade social (pre-
vidência, assistência e saúde). Por exemplo, o Ministério da Economia possui despesas de

26 www.grancursosonline.com.br
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
Comentada e esquematizada para PPDF

assistência médica relativa aos seus servidores e essa despesa faz parte do orçamento da
seguridade social, mas as demais despesas não relacionadas à seguridade social estarão no
orçamento fiscal.

O PULO DO GATO
Órgãos e entidades vinculados diretamente à Seguridade Social independentemente da na-
tureza da despesa, integram o orçamento da seguridade social. Para os Órgãos e entidades
não vinculados diretamente à Seguridade Social somente as despesas típicas da Segurida-
de Social integram o orçamento da seguridade social.

No Brasil, o conceito de planejamento de médio prazo, interligado com a LOA (orça-


mento-programa) foi implementado com a proposta de Plano Plurianual para o período de
quatro anos, cujo grande trunfo reside na introdução do modelo de gerenciamento de progra-
mas, que permite padronizar a linguagem do PPA e da LOA.
O vínculo da LOA com o PPA se dá por meio dos Programas e das Iniciativas do
Plano que estão associadas às Ações constantes da LOA.

Deve haver, portanto, uma compatibilidade entre o PPA, a LDO e a LOA. Contudo, vale
ressaltar que a abrangência do PPA e da LDO vai além da dimensão orçamentária.
A proposta de Plano Plurianual deve ser elaborada pelo Poder Executivo durante o pri-
meiro ano de mandato do Presidente da República e, após a votação no Congresso e a
sanção presidencial, o Plano deve orientar a ação de governo.
A compreensão do orçamento exige o conhecimento de sua estrutura e sua organiza-
ção, implementadas por meio de um sistema de classificação estruturado.

27 www.grancursosonline.com.br
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
Comentada e esquematizada para PPDF

Na estrutura atual do orçamento público, as programações orçamentárias estão orga-


nizadas em programas de trabalho, que contêm informações qualitativas e quantitativas,
sejam físicas ou financeiras.
Toda ação do Governo está estruturada em programas orientados para a realização dos
objetivos estratégicos definidos para o período do PPA, ou seja, quatro anos.
A integração das ações orçamentárias com o PPA é retratada na figura a seguir:

Aprofundando um pouco mais acerca da LOA em seus aspectos jurídicos, lembre-


-se de que o entendimento predominante é que a LOA é uma lei formal. O embasamento
desse entendimento é que, em regra, a simples previsão de despesa na LOA não cria direito
subjetivo, não sendo possível exigir, por via judicial, que uma despesa específica prevista no
orçamento seja executada. 
Outra ideia que reforça a tese de que a LOA é uma lei formal, é de que diversas vezes
deixa de possuir uma característica essencial das leis: a coercibilidade.
As principais características da LOA, portanto, são:
1 – É uma lei temporária. Têm vigência limitada a um ano.
2 – É uma lei ordinária. Note que não apenas a LOA, mas todas as leis orçamentárias
(PPA, LDO e LOA) são leis ordinárias. Os créditos suplementares e especiais também são
aprovados como leis ordinárias.
3 – É uma lei ordinária especial.  A LOA possui um processo legislativo próprio, com
iniciativa única do Executivo e processo legislativo peculiar ou especial, conforme artigo 165,
caput, e artigo 166, CF/1988.

28 www.grancursosonline.com.br
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
Comentada e esquematizada para PPDF

4 – É o Programa econômico-financeira do Estado, sendo o seu plano operacional deta-


lhado de trabalho, materializando o PPA anualmente.
5 – É uma Lei autorizativa, ou seja, não gera direitos subjetivos para os administrados
no que tange às despesas discricionárias, exceto para os casos previstos na própria CF/1988.
6 – Tem que ser compatível com o PPA e LDO.
7 – Pode-se dizer que é composta por três suborçamentos: Fiscal de Investimento e
da Seguridade Social (art. 165, § 5º, CF/1988).
8 – Atendendo ao Princípio da Unidade, temos uma só LOA para cada ente político em
cada exercício.
9 – É uma lei de Processo Legislativo Vinculado (prazos do artigo 35, ADCT).
10 – Para a União, deve ser aprovada em sessão conjunta e bicameral.
11 – É uma Lei temporária, periódica e de efeitos concretos.
12 – Suas normas não podem apresentar abstração e generalidade, embora seja
admitida pelo STF a possibilidade de controle concentrado de sua constitucionalidade.
13 – Quanto ao aspecto material é um ato de condição.
Importante reforçar que regra geral, para as despesas discricionárias, é que o orça-
mento público no Brasil é autorizativo, ou seja, não impositivo, onde temos mera autori-
zação de gastos que serão efetuados de acordo com a disponibilidade de recursos em função
da arrecadação, com exceção das emendas parlamentares relativas às ECs – Emendas
Constitucionais 86, 100 e 105.

O PULO DO GATO
Assim, embora a regra geral seja a da não obrigatoriedade de efetivação dos gastos au-
torizados na LOA, grande parte das receitas do Estado rem destinação própria, ou seja,
grande parte das receitas do Estado está vinculada a finalidades específicas. Então,
sob essa diferente perspectiva, pode-se dizer que o orçamento público é impositivo
sob o ponto de vista da aplicação dos recursos arrecadados, nos casos em que existe
vinculação específica à sua finalidade.

Um bom exemplo para elucidar a questão trazida à baila é o caso das contribuições
destinadas ao financiamento da seguridade social, onde todos os valores arrecadados devem
necessariamente devem ser gastos com saúde, previdência e assistência social.
Em suma, guarde, portanto, que, embora o orçamento público no Brasil seja, em regra,
autorizativo, ele apresenta pouca margem de liberdade para o administrador público, já que
uma grande parte das receitas é vinculada às finalidades para as quais foram criadas.

29 www.grancursosonline.com.br
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
Comentada e esquematizada para PPDF

30 www.grancursosonline.com.br
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
Comentada e esquematizada para PPDF

Vamos ver como a banca AOCP já cobrou os instrumentos orçamentários?

31 www.grancursosonline.com.br
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
Comentada e esquematizada para PPDF

DIRETO DO CONCURSO
3. (AOCP/UEFS/ANALISTA/2018) A partir da Constituição Federal de 1988, o sistema de
planejamento do orçamento público foi bem disciplinado. Assinale a alternativa que apre-
senta o que é necessário para que a produção do PPA, da LDO e da LOA esteja carac-
terizada em uma gestão pública estratégica.
a. É necessária a produção do PPA, da LDO e da LOA preliminarmente à execução do
planejamento estratégico formulado pelo governo.
b. É necessário que cada governo estabeleça os limites orçamentários desejados para a
implementação estratégica e a produção do PPA, da LDO e da LOA.
c. É necessária uma complementaridade entre a elaboração estratégica e a produção do
PPA, da LDO e da LOA, com os ajustes anuais da estratégia de governo.
d. É necessário o conhecimento do perfil governante como fundamento estratégico a ser
inserido na produção do PPA, da LDO e da LOA.
e. É necessário que a gestão pública disponha de especialistas em finanças públicas, a
fim de compatibilizar a produção do PPA, da LDO e da LOA com a gestão estratégica.

COMENTÁRIO
A alternativa “melhorzinha” é a C, já que realmente é preciso que os instrumentos de plane-
jamento (PPA, da LDO e da LOA) estejam em consonância com o Planejamento Estratégico
de médio e longo prazo (no caso do PPA), sendo feitos os ajustes anuais da estratégia de
governo em função dos recursos orçamentários disponíveis (LDO e LOA).

4. (AOCP/SUSIPE/TÉCNICO/2018) O Sistema de Planejamento Integrado, no Brasil,


também é conhecido como Processo de Planejamento e Orçamento. Analise as asserti-
vas e assinale a alternativa que apresenta os instrumentos que estão consubstanciados
no Sistema de planejamento Integrado.

I – Plano Plurianual.
II – Lei de Diretrizes Orçamentárias.
III – Lei de Orçamentos anuais.
IV – Lei nº4320/64.
V – Lei de Responsabilidade Fiscal.

a. Apenas I, II e V.
b. Apenas II, III e IV.
c. Apenas I, II e III.
d. Apenas I, II, III e IV.
e. I, II, III, IV e V.

32 www.grancursosonline.com.br
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
Comentada e esquematizada para PPDF

COMENTÁRIO
Guarde que os instrumentos consubstanciados no Sistema de Planejamento Integrado
são PPA, LDO e LOA. Guarde ainda que a Lei 4.320/1964 e a LRF funcionam como referên-
cia legal para a elaboração destes instrumentos orçamentários, mas não são considerados
instrumentos orçamentários ou instrumentos de planejamento governamental. 

5. (AOCP/PREF-JF/TÉCNICO/2016) Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão


as peças do orçamento público. Qual é a peça do orçamento público, cuja lei deverá ser
acompanhada de demonstrativo regionalizado do efeito, sobre as receitas e despesas,
decorrentes de isenções, anistias, remissões, subsídios e benefícios de natureza finan-
ceira, tributária e creditícia?
a. Plano plurianual.
b. Orçamento anual.
c. Diretrizes orçamentárias.
d. Programa de ação econômica.
e. Plano nacional de desenvolvimento.

COMENTÁRIO
O Projeto de LOA – Lei Orçamentária Anual deve ser acompanhado do referido demons-
trativo, conforme disposto na CF/1988. Confira, com grifos nossos:

Art. 165. (...)


§ 6º O projeto de lei orçamentária será acompanhado de demonstrativo re-
gionalizado do efeito, sobre as receitas e despesas, decorrente de isenções,
anistias, remissões, subsídios e benefícios de natureza financeira, tributária e
creditícia”.

6. (AOCP/PREF-JF/TÉCNICO/2016) Sobre o orçamento público, assinale a alterna-


tiva correta.
a. A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá de forma regionalizada as diretrizes,
objetivos e metas da administração pública federal, para as despesas de capital e
outras delas decorrentes e para os programas de duração continuada.
b. No Plano Plurianual, deverão constar metas anuais, em valores correntes e constan-
tes, relativas a receitas, despesas, resultados nominal e primário e montante da dívida
pública, para o exercício que se referirem e para os dois seguintes.

33 www.grancursosonline.com.br
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
Comentada e esquematizada para PPDF

c. Ao Poder Legislativo, é vedado a apresentação de emendas ao projeto de lei orça-


mentária visando a elevação da despesa, mesmo com a indicação de recursos para
viabilizá-las.
d. A lei orçamentária anual é constituída por três orçamentos: fiscal, seguridade social e
investimento das empresas.
e. O projeto da lei orçamentária anual deve ser encaminhado ao Congresso Nacional até
31 de junho. O Congresso Nacional deve devolver o projeto da LOA ao Presidente da
República para sanção até 31 de novembro.

COMENTÁRIO
Realmente a LOA é composta por 3 “sub orçamentos”. Confira na CF/1988: 

Art. 165. (...)


§ 5º A lei orçamentária anual compreenderá:
I – o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e
entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e
mantidas pelo Poder Público;
II – o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou
indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto;
III – o orçamento da  seguridade social, abrangendo todas as entidades e
órgãos a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os
fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público”.

7. (AOCP/TCE-PA/AUDITOR/2012) Analise as assertivas e assinale a alternativa que


aponta as corretas. A Lei de Diretrizes Orçamentárias-LDO é um instrumento norteador
da elaboração da Lei Orçamentária Anual. A LDO

I – as prioridades e metas da Administração Pública Federal.


II – a estrutura e organização dos orçamentos.
III – as diretrizes para elaboração e execução dos orçamentos da União e suas alterações.
IV – a dívida pública federal.

a. Apenas I, II e III.
b. Apenas I e II.
c. Apenas II e IV.
d. I, II, III e IV.
e. Apenas I e IV.

34 www.grancursosonline.com.br
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
Comentada e esquematizada para PPDF

COMENTÁRIO
Vamos avaliar as assertivas e marcar a alternativa correspondente:
I) Verdadeira. Em conformidade com o MTO – Manual Técnico do Orçamento 2018. Confira,
com grifos nossos o trecho abaixo extraído do mesmo:
“Instituída pela CF, a LDO é o instrumento norteador da elaboração da LOA na medida em
que dispõe, para cada exercício financeiro sobre:
- as prioridades e metas da Administração Pública Federal”;

II) Verdadeira. Em conformidade com o MTO – Manual Técnico do Orçamento 2018. Confi-
ra, com grifos nossos o trecho abaixo extraído do mesmo:
“Instituída pela CF, a LDO é o instrumento norteador da elaboração da LOA na medida em
que dispõe, para cada exercício financeiro sobre:
- a estrutura e organização dos orçamentos”;

III) Verdadeira. Em conformidade com o MTO – Manual Técnico do Orçamento 2018. Con-
fira, com grifos nossos o trecho abaixo extraído do mesmo:
“Instituída pela CF, a LDO é o instrumento norteador da elaboração da LOA na medida em
que dispõe, para cada exercício financeiro sobre:
- as diretrizes para elaboração e execução dos orçamentos da União e suas alterações”;

IV) Verdadeira. Em conformidade com o MTO – Manual Técnico do Orçamento 2018. Con-
fira, com grifos nossos o trecho abaixo extraído do mesmo:
“Instituída pela CF, a LDO é o instrumento norteador da elaboração da LOA na medida em
que dispõe, para cada exercício financeiro sobre:
- a dívida pública federal”;

35 www.grancursosonline.com.br
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
Comentada e esquematizada para PPDF

8. (AOCP/TCE-PA/AUDITOR/2012) De acordo com o art. 165. da Constituição Federal, são


Leis de iniciativa do Poder Executivo: o estabelecimento do plano plurianual, das diretri-
zes orçamentárias e dos orçamentos anuais. O parágrafo 3º diz que “O Poder Executivo
publicará, até trinta dias após o encerramento de cada bimestre, relatório resumido da
execução orçamentária.” E o parágrafo 4º afirma que “Os planos e programas nacionais,
regionais e setoriais previstos nesta Constituição serão elaborados em consonância com
o plano plurianual e apreciados pelo Congresso Nacional.” Outros três artigos definem o
que devem conter as leis do plano plurianual (1), das diretrizes orçamentárias (2) e dos
orçamentos anuais (3), que são, respectivamente, dentre outros aspectos, os seguintes:
a. as diretrizes, objetivos e metas da administração pública federal para as despesas
de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de duração
continuada (1); as metas e prioridades da administração pública federal (2); planos de
arrecadação, investimentos e seguridade social (3).
b. de forma regionalizada, disporá sobre as alterações na legislação tributária e estabe-
lecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento (1); as dire-
trizes, objetivos e metas da administração pública federal para as despesas de capital
(2); as metas e prioridades da administração pública federal (3).
c. de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da administração pública fede-
ral para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos
programas de duração continuada (1); planos de arrecadação, investimentos e seguri-
dade social (2); programas de duração continuada (3).
d. de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da administração pública fede-
ral para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos
programas de duração continuada (1); planos de arrecadação, investimentos e seguri-
dade social (2); as metas e prioridades da administração pública federal (3).
e. o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entida-
des da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo
Poder Público (1); o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta
ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto (2); o orça-
mento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vincula-
dos, da administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos
e mantidos pelo Poder Público (3).

36 www.grancursosonline.com.br
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
Comentada e esquematizada para PPDF

COMENTÁRIO
Confira na CF/1988: 

Art. 165. (...)


§ 1º A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma regionaliza-
da, as diretrizes, objetivos e metas da administração pública federal para
as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos
programas de duração continuada.
 
§ 2º A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e priori-
dades da administração pública federal, [...] orientará a elaboração da
lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações na legislação tributária
e estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de
fomento. (...)

§ 5º A lei orçamentária anual compreenderá:


I – o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e
entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e
mantidas pelo Poder Público;
II – o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou
indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto;
III – o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e ór-
gãos a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os fun-
dos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público.

37 www.grancursosonline.com.br
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
Comentada e esquematizada para PPDF

9. (AOCP/CM-SALVADOR/ANALISTA-LEGISLATIVO/2011) A Lei de Responsabilidade


Fiscal, em seu Parágrafo II do Art. 5.º expõe que “o projeto de lei orçamentária anual,
elaborado de forma compatível com o plano plurianual, com a lei de diretrizes orçamen-
tárias e com as normas desta Lei Complementar”, entre outras, “será acompanhado do
documento a que se refere o § 6º do art. 165 da Constituição, bem como das medidas de
compensação a renúncias de receita e ao aumento de despesas obrigatórias de caráter
continuado”. 
Assinale, a seguir, a alternativa que apresenta o(s) documento(s) a que se refere o § 6º
do art. 165 da Constituição.
a. Os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos nesta Constituição e
que serão elaborados em consonância com o plano plurianual, depois de apreciados
pelo Congresso Nacional. 
b. O orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entida-
des da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo
Poder Público. 
c. O orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente,
detenha a maioria do capital social com direito a voto. 
d. Demonstrativo regionalizado do efeito sobre as receitas e despesas decorrentes de
isenções, anistias, remissões, subsídios e benefícios de natureza financeira, tributária
e creditícia. 
e. Os projetos de lei do plano anual, das diretrizes orçamentárias e do orçamento anual,
que serão enviados pelo Presidente da República ao Congresso Nacional, nos termos
da lei complementar a que se refere o art. 165, § 9º. 

Letra d.
COMENTÁRIO
s:
Questão “decoreba” que exigiu do aluno a memorização de qual documento era apresenta-
do no § 6º do Artigo 165 da CF/1988: 

Art. 165. (...)


§ 6º O projeto de lei orçamentária será acompanhado de demonstrativo re-
gionalizado do efeito, sobre as receitas e despesas, decorrente de isenções,
anistias, remissões, subsídios e benefícios de natureza financeira, tributária
e creditícia.

38 www.grancursosonline.com.br
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
Comentada e esquematizada para PPDF

10. (AOCP/CM-SALVADOR/ANALISTA-LEGISLATIVO/2011) Quais alguns dos tipos distintos


de orçamento da União que compreende a proposta da Lei Orçamentária Anual (LOA)? 
a. Orçamentos: Fiscal; Saúde, Saneamento e Proteção ao Meio Ambiente e Despesas
Obrigatórias.
b. Orçamentos: Apoio Administrativo; Educação, Saúde e Transporte e Seguridade Social.
c. Orçamentos: Energia, Comunicação e Ciência; Receitas e Despesas e Saúde e
Educação. 
d. Orçamentos: Seguridade Social, Fiscal e Investimento das Empresas Estatais. 
e. Orçamentos: Investimento das Empresas Estatais, Segurança e Apoio Administrativo. 

COMENTÁRIO
Confira na CF/1988: 

Art. 165. (...)


§ 5º A lei orçamentária anual compreenderá:
I – o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e
entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e
mantidas pelo Poder Público;
II – o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou
indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto;
III – o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e
órgãos a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os
fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público.

39 www.grancursosonline.com.br
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
Comentada e esquematizada para PPDF

CICLO ORÇAMENTÁRIO

O ciclo orçamentário, no sentido amplo, é um processo que abrange as etapas do pla-


nejamento ao controle, passando pela elaboração e a própria execução da LOA - Lei Orça-
mentária Anual.
Na verdade, o ciclo orçamentário não é estanque, mas sim um processo dinâmico, fle-
xível e contínuo, que passa pelas etapas de planejamento/elaboração, discussão/aprovação,
execução, controle e avaliação no que diz respeito à programação de gastos do setor público
do ponto de vista físico e financeiro, integrando planejamento e orçamento.
Normalmente, o Ciclo Orçamentário é apresentado em provas de concursos na sua
versão resumida, onde temos basicamente 4 fases. Entretanto, pode aparecer em sua
prova uma referência ao Ciclo Orçamentário Ampliado que, ao incorporar as etapas rela-
tivas ao PPA à LDO, passa a ter 8 fases.
Sinteticamente falando, o ciclo orçamentário resumido ocorre em quatro etapas
distintas:

1) planejamento / elaboração da proposta orçamentária;


2) elaboração / discussão/estudo/aprovação da Lei de Orçamento;
3) execução orçamentária e financeira; e
4) avaliação/controle.

Do ponto de vista administrativo, o planejamento representaria a tentativa do adminis-


trador público de receber e compreender corretamente as demandas da sociedade, estimar a
capacidade de recolhimento de recursos financeiros e alocar os recursos limitados às ações
prioritárias.
Importante destacar que a fase de elaboração pode ser enquadrada na fase 1 (como
antes apresentado) ou como integrante da fase 2 (como no desenho seguinte), já que o par-
lamento também colabora com a feitura do Orçamento Público por meio de emendas.

40 www.grancursosonline.com.br
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
Comentada e esquematizada para PPDF

Numa última etapa, o Poder Público fiscalizaria e controlaria os gastos efetuados a fim
de verificar a acuidade da programação. As informações obtidas pela fiscalização e controle
dos gastos públicos, nas quais estarão destacadas as falhas e os méritos do planejamento
vigente, irão orientar no planejamento para o exercício subsequente.

O PULO DO GATO
No conceito mais abrangente de ciclo orçamentário, as etapas relativas ao PPA e à
LDO são incorporadas.
______

De acordo com a teoria defendida pelo doutrinador Osvaldo Maldonado Sanches, que
não pode ser considerada como doutrina majoritária, mas que pode ser cobrada em
sua prova, em “O ciclo orçamentário: uma reavaliação à luz da Constituição de 1988: Revista
de Administração Pública, Rio de Janeiro: FGV, v. 27, n. 4, pp. 54-76, out./dez. 1993, o ciclo
orçamentário ampliado desdobrar-se em oito fases, quais sejam:

1 – formulação do planejamento plurianual, pelo Executivo;


2 – apreciação e adequação do plano, pelo Legislativo;
3 – proposição de metas e prioridades para a administração e da política de aloca-
ção de recursos pelo Executivo;
4 – apreciação e adequação da LDO, pelo Legislativo;
5 – elaboração da proposta de orçamento, pelo Executivo;
6 – apreciação, adequação e autorização legislativa;
7 – execução dos orçamentos aprovados;
8 – avaliação da execução e julgamento das contas.

41 www.grancursosonline.com.br
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
Comentada e esquematizada para PPDF

De acordo com a teoria defendida por esse doutrinador, no conceito resumido do Ciclo
Orçamentário existe uma aglutinação inapropriada das fases relativas ao PPA e à LDO, já que
cada uma delas possui ritmo próprio, finalidade distinta e periodicidade definida.
Aproveite para visualizar graficamente como é o ciclo orçamentário numa visão ampliada:

Vamos ver como a banca AOCP já cobrou esse tema?

DIRETO DO CONCURSO
11. (AOCP/SUSIPE/TÉCNICO/2018) O ciclo orçamentário é a sequência das etapas desen-
volvidas pelo processo orçamentário. Uma dessas etapas é a do Estudo e Aprovação. A
competência da realização dessa etapa é do
a. Poder Executivo.
b. Poder Legislativo.
c. Poder Judiciário.
d. Poder Executivo e do Poder Legislativo.
e. Poder Legislativo e do Poder Judiciário.

COMENTÁRIO
Em sua versão resumida, o Ciclo orçamentário é composto de 4 fases:
1 – Elabora/planeja – Executivo
2 – Estudo/Aprovação – Legislativo
3 – Executa – Executivo
4 – Controla/avalia – Legislativo + Tribunal de Contas

42 www.grancursosonline.com.br
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
Comentada e esquematizada para PPDF

12. (AOCP/PREF-JF/TÉCNICO/2016) A execução e o controle do orçamento público com-


petem ao(s) poder(es)
a. legislativo e executivo.
b. legislativo.
c. executivo.
d. judiciário.
e. executivo e judiciário.

COMENTÁRIO
Em sua versão resumida, o Ciclo orçamentário é composto de 4 fases:
1 – Elabora/planeja – Executivo
2 – Estudo/Aprovação – Legislativo
3 – Executa – Executivo
4 – Controla/avalia – Legislativo + Tribunal de Contas
Note que a execução é feita pelo Poder Executivo, enquanto o controle é feito pelo Poder
Legislativo. Assim, a questão deveria ter sido anulada, mas não foi!

13. (AOCP/TCE-PA/AUDITOR/2012) O ciclo orçamentário envolve um período muito maior


que o exercício financeiro, uma vez que abrange todas as fases do processo orçamen-
tário. Sobre as fases do processo orçamentário, analise as assertivas e assinale a alter-
nativa que aponta as corretas.

I – Fase de elaboração da proposta: o Poder Executivo encaminhará ao Poder Legisla-


tivo, nos prazos estabelecidos pela Constituição Federal e nas Leis Orgânicas dos
Municípios, a Proposta Orçamentária.
II – Discussão e aprovação: compreende a tramitação da proposta de orçamento no Poder
Executivo, onde as estimativas de receita são revistas, as alternativas de ação são
reavaliadas, os programas de trabalho são modificados através de emendas, as alo-
cações são mais especificamente regionalizadas e os parâmetros de execução são
estabelecidos de maneira formal.
III – Execução e acompanhamento: constitui a concretização anual dos objetivos e metas
determinadas para o setor público, no processo de planejamento integrado e implica
na mobilização de recursos humanos, materiais e financeiros.
IV – Controle e avaliação: são produzidos os balanços, que serão apreciados e auditados
pelos órgãos auxiliares do Poder Legislativo e as contas julgadas pelo Parlamento.
Integram também esta fase as avaliações realizadas por órgãos técnicos com vista à
realimentação dos processos de planejamento e de programação.

43 www.grancursosonline.com.br
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
Comentada e esquematizada para PPDF

a. Apenas I e II.
b. Apenas II e IV.
c. Apenas I, II e III.
d. Apenas I, III e IV.
e. I, II, III e IV.

COMENTÁRIO
Vamos avaliar as assertivas e marcar a alternativa correspondente:
I) Verdadeira. É a primeira fase do ciclo orçamentário que compete ao Poder Executivo.
II) falsa, já que a fase de discussão e aprovação, porém a competência é do Poder Legislativo.
III) Verdadeira. Refere-se à Execução do Orçamento que é de responsabilidade do Poder
Executivo.
IV) Verdadeira. Refere-se à última fase do ciclo orçamentário: O controle e a avaliação, re-
alizada pelo Poder Legislativo com auxílio do Tribunal de Contas.

14. (AOCP/TCE-PA/AUDITOR/2012) A necessidade da análise e compreensão do que cha-


mamos de Ciclo Orçamentário, que pode ser definido como um processo de caráter con-
tínuo e simultâneo, através do qual se, EXCETO
a. controla.
b. elabora.
c. repassa.
d. executa.
e. aprova.

COMENTÁRIO
Em sua versão resumida, o Ciclo orçamentário é composto de 4 fases:
1 – Elabora/planeja
2 – Estudo/Aprova
3 – Executa
4 – Controla/avalia

44 www.grancursosonline.com.br
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
Comentada e esquematizada para PPDF

CRÉDITOS ADICIONAIS

Os créditos orçamentários se dividem em créditos iniciais e créditos adicionais.

Chamamos de créditos orçamentários ordinários ou iniciais aqueles constantes de


da LOA, que engloba os orçamentos fiscal, da seguridade social e de investimento das empre-
sas estatais não dependentes.
Assim, o orçamento anual contempla o montante para atender determinada despesa a
fim de executar ações que lhe caiba realizar, ou seja, contempla a dotação orçamentária para
cada despesa.
A dotação inicial corresponde ao valor inicial constante da lei orçamentária sancionada
pelo Presidente.
Nessa pegada, a LOA é organizada na forma de créditos orçamentários (ordiná-
rios), aos quais estão consignadas dotações, sendo definido como crédito orçamen-
tário o conjunto de categorias classificatórias e contas que especificam as ações e ope-
rações autorizadas pela lei orçamentária, a fim de que sejam executados os programas de
trabalho do Governo.
Já o termo a dotação orçamentária corresponde ao montante de recursos financei-
ros com que conta o crédito orçamentário, ou seja, é o valor monetário autorizado, consig-
nado na lei do orçamento (LOA), para atender uma determinada programação orçamentária.

45 www.grancursosonline.com.br
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
Comentada e esquematizada para PPDF

A dotação inicial corresponde ao valor inicial constante da lei orçamentária sancionada


pelo Presidente.
Resumindo, o crédito orçamentário é portador de uma dotação que constitui o limite
de recurso financeiro autorizado.
Entretanto, na prática acontece que algumas despesas possam ser insuficientemente
dotadas ou pode ocorrer a necessidade de realização de novas despesas, portanto, que nem
foram computadas na LOA.
Visando dotar a administração pública de um mínimo de flexibilidade em termos de dota-
ção orçamentária, principalmente devido ao lapso temporal entre a elaboração e a execução
do orçamento anual, aos créditos orçamentários iniciais foi autorizado que possam ser objeto
de alterações qualitativas ou quantitativas por meio de créditos adicionais.
Importante repetir para guardar: as alterações orçamentárias podem ser qualitati-
vas ou quantitativas.
Uma alteração quantitativa apenas modifica o total de crédito constante na LOA através
de um crédito suplementar, reforçando a dotação já existente para uma determinada despesa.
Já a alteração qualitativa é aquela que modifica o conteúdo da LOA, incluindo nova
despesa não prevista (crédito especial) ou urgente (crédito extraordinário).
Guarde ainda que, como os créditos suplementares não alteram os atributos do crédito
orçamentário, mas apenas a dotação, não podem ser utilizados para efetuar alterações qua-
litativas no orçamento.

ATENÇÃO
Para aquelas situações em que existe a necessidade de nova dotação ou apenas de com-
plementação de dotações existentes, é plenamente possível a abertura de créditos adi-
cionais, para a qual a iniciativa é sempre do Presidente da República, até mesmo que
para aqueles créditos que atendam os Poderes Judiciário e Legislativo, bem como o
Ministério Público da União.

46 www.grancursosonline.com.br
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
Comentada e esquematizada para PPDF

ATENÇÃO
No que diz respeito ainda às emendas à LOA e aos créditos adicionais, é importante deixar
registrado que elas precisam ser compatíveis com o PPA e com a LDO.

Colega, já sabemos que as leis orçamentárias fixam o limite máximo que pode ser gasto
pela Administração Pública em cada dotação. Entretanto, podem ocorrer, entretanto, omissões
de ações necessárias, falhas na previsão de gastos, fatos posteriores que exijam mudanças
de prioridades, ou mesmo arrecadação superior à prevista, que requeiram do Governo ações
rápidas, tanto para adequar a fixação da despesa a ações e valores que permitam a consecu-
ção dos objetivos e metas almejados, quanto para dar destino às receitas públicas cuja arre-
cadação supere a previsão inicial.
Então guarde que as adequações das dotações orçamentárias constantes da lei
orçamentária anual são feitas por meio dos créditos adicionais.
Em outras palavras, são créditos adicionais as despesas não computadas ou insu-
ficientes dotadas na lei de orçamento.
Os Créditos Adicionais classificam-se em suplementares, especiais e extraordinárias.

Importante ter em mente que as emendas ao projeto de lei do orçamento anual


ou aos projetos que o modifiquem (créditos adicionais) somente podem ser apro-
vadas caso:

47 www.grancursosonline.com.br
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
Comentada e esquematizada para PPDF

I – sejam compatíveis com o plano plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias;


II – indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os provenientes de anu-
lação de despesa, excluídas as que incidam sobre:

• dotações para pessoal e seus encargos;


• serviço da dívida;
• transferências tributárias constitucionais para Estados, Municípios e o Distrito
Federal; ou

III – sejam relacionadas:

• com a correção de erros e omissões; ou


• com os dispositivos do texto do projeto de lei.

O ato que abrir crédito adicional indicará a importância, a sua espécie e a classifi-
cação da despesa, até onde for possível.
Vamos agora conhecer as 3 espécies do gênero Crédito Adicional.

CRÉDITOS SUPLEMENTARES E ESPECIAIS


Os créditos suplementares são destinados ao reforço de dotação orçamentária
existente.
Importante destacar que as alterações orçamentárias podem ser qualitativas ou
quantitativas.
Uma alteração quantitativa apenas modifica o total de crédito constante na LOA através
de um crédito suplementar, reforçando a dotação já existente para uma determinada despesa.
Já a alteração qualitativa é aquela que modifica o conteúdo da LOA, incluindo nova
despesa não prevista (crédito especial) ou urgente (crédito extraordinário).

O PULO DO GATO
Guarde, portanto, que os créditos suplementares não alteram os atributos do crédito orça-
mentário, mas apenas a dotação.

48 www.grancursosonline.com.br
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
Comentada e esquematizada para PPDF

De modo distinto, os créditos especiais são destinados a despesas para as quais não
haja dotação orçamentária específica.

49 www.grancursosonline.com.br
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
Comentada e esquematizada para PPDF

Tanto os créditos suplementares quanto os especiais serão autorizados por lei e


abertos por decreto executivo.
É vedada a abertura de crédito suplementar ou especial sem prévia autorização
legislativa e sem indicação dos recursos correspondentes.
A abertura dos créditos suplementares e especiais depende da existência de recur-
sos disponíveis para acorrer à despesa e será precedida de exposição justificativa.
Consideram-se recursos para esse fim, desde que não comprometidos:
I – o superávit financeiro apurado em balanço patrimonial do exercício anterior,
entendido com a diferença positiva entre o ativo financeiro e o passivo financeiro, con-
jugando-se, ainda, os saldos dos créditos adicionais transferidos e as operações de
crédito a eles vinculadas;
II – os provenientes de excesso de arrecadação, entendido como o saldo positivo
das diferenças acumuladas mês a mês entre a arrecadação prevista e a realizada, con-
siderando-se, ainda, a tendência do exercício. Para o fim de apurar os recursos utilizá-
veis, provenientes de excesso de arrecadação, deduzir-se-á a importância dos créditos
extraordinários abertos no exercício.
III – os resultantes de anulação parcial ou total de dotações orçamentárias ou de
créditos adicionais, autorizados em Lei;
IV – o produto de operações de crédito autorizadas, em forma que juridicamente
possibilite ao poder executivo realizá-las.

ATENÇÃO
A reserva de contingência é fonte para abertura de créditos adicionais de acordo com o ar-
tigo 8º da portaria STN/SOF 163/2001.

50 www.grancursosonline.com.br
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
Comentada e esquematizada para PPDF

Os créditos adicionais terão vigência no exercício financeiro em que forem autorizados.


No caso dos créditos especiais e extraordinários, se o ato de autorização for pro-
mulgado nos últimos quatro meses daquele exercício, serão reabertos nos limites de
seus saldos, e incorporados ao orçamento do exercício financeiro subsequente.

51 www.grancursosonline.com.br
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
Comentada e esquematizada para PPDF

CRÉDITOS EXTRAORDINÁRIOS

Podemos conceituar os créditos extraordinários como sendo aqueles usados para


despesas imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de uma calamidade pública (como é
o caso do COVID-19), de uma eventual comoção interna ou até mesmo de uma guerra.

O PULO DO GATO
Note uma pequena diferença entre as conceituações da CF/1988 e da Lei 4.320/1964:

Importante saber que despesas imprevisíveis não são despesas imprevistas, já que
no caso das imprevistas elas, por uma falha humana, poderiam estar presentes na LOA,
mas não o foram, diferentemente daquelas decorrentes de calamidade pública, de comoção
interna ou de guerra, já que eventos como esses dificilmente seriam previstos de modo a que
suas respectivas despesas possam constar na LOA, como foi o caso do CORONAVÍRUS para
o Orçamento de 2020.

52 www.grancursosonline.com.br
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
Comentada e esquematizada para PPDF

A ideia do legislador, ao permitir a adoção de créditos extraordinários para atender às


despesas urgentes e imprevisíveis, foi viabilizar os recursos sem a necessidade de sua indi-
cação prévia, como os demais créditos orçamentários.
Destaque ainda que a não obrigatoriedade da indicação do compensatória de can-
celamento de créditos equivalentes em montante não contraria o princípio do equilíbrio
orçamentário, como disposto no artigo 62 da CF/1988, que autoriza a adoção das medi-
das provisórias como instrumento a ser usado na abertura de créditos extraordinários,
sendo aplicáveis, nesse caso, além dos pressupostos de imprevisibilidade e urgência,
também o de relevância.

ATENÇÃO
Guarde, portanto, que a abertura de créditos extraordinários por meio de medidas provisó-
rias somente deve ser usada nas situações imprevisíveis, urgentes e relevantes.

Na União os Créditos Extraordinários são abertos por MP. 


Nos Estados que dispuserem do instrumento de MP os Créditos Extraordinários
também devem ser abertos por MP. 
Para os Municípios e Estados que não dispuserem do instrumento de MP, os Cré-
ditos Extraordinários são abertos diretamente por Decreto do Executivo.
Leve isso para a prova.
O que acontece e gera essa confusão é que na Lei 4.320/1964, fala que os "Créditos
Extraordinários devem ser abertos por Decreto do Executivo que deles dará conhecimento ao
Poder Legislativo", diferentemente dos créditos suplementares e especiais que são autoriza-
dos por lei e abertos por Decreto do Executivo.
Importante destacar que a lei de conversão não tem o condão de convalidar eventuais
vícios da respectiva medida provisória.

ATENÇÃO
A competência para verificar a imprevisibilidade ou não de um crédito orçamentá-
rio para o fim de julgar a possibilidade ou não de ele constar como crédito extraordiná-
rio em medida provisória é do Supremo Tribunal Federal – STF.

53 www.grancursosonline.com.br
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
Comentada e esquematizada para PPDF

Confira no infográfico seguinte os créditos adicionais de despesas urgentes em função


da sua previsibilidade.

Guarde as principais características de cada modalidade de crédito adicional no dese-


nho a seguir:

54 www.grancursosonline.com.br
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
Comentada e esquematizada para PPDF

JURISPRUDÊNCIA

O STF firmou entendimento (ADI 408) de que termos como “Guerra”, “como-
ção interna” e “calamidade pública” são situações extremas e graves, com
consequências imprevisíveis para a ordem pública e a paz social, requerendo
a adoção de medidas urgentes e extraordinárias. Seguindo essa premissa
jurisprudencial, podemos afirmar que despesas correntes que não estejam
qualificadas pela imprevisibilidade ou pela urgência, não justificam a abertura
de créditos, sob pena de desvio dos referidos preceitos constitucionais.

55 www.grancursosonline.com.br
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
Comentada e esquematizada para PPDF

Vamos ver como a banca AOCP já cobrou esse tema?

DIRETO DO CONCURSO
15. (AOCP/SUSIPE/TÉCNICO/2018) Com relação aos Créditos Adicionais, é correto
afirmar que o
a. crédito Adicional Suplementar é destinado às despesas imprevistas e urgentes.
b. crédito Adicional Especial não necessitará de autorização legislativa.
c. crédito Adicional Extraordinário destina-se ao reforço de dotações orçamentárias.
d. crédito Adicional Suplementar é destinado às despesas para as quais não haja previ-
são orçamentária.
e. crédito Adicional Especial é destinado às despesas para as quais não haja previsão
orçamentária.

56 www.grancursosonline.com.br
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
Comentada e esquematizada para PPDF

COMENTÁRIO
Vamos analisar as alternativas e marcar a correta:
a. Errado, já que é o crédito adicional extraordinário que é destinado às despesas impre-
vistas e urgentes.
c. Errado, já que é necessária autorização legislativa através de projeto de lei.
c. Errado, já que o crédito adicional suplementar que é destinado ao reforço de dotações.
d. Errado, já que o crédito adicional especial é destinado às despesas para as quais não
haja previsão orçamentária.
e. Certo!

16. (AOCP/PREF-JF/TÉCNICO/2016) A Lei 4.320/1964 prevê a existência de créditos adi-


cionais. Considerando que uma determinada despesa foi decorrente de calamidade
pública, qual é a denominação desse crédito adicional?
a. Especial.
b. Suplementar.
c. Ordinário.
d. Extraordinário.
e. Normal.

COMENTÁRIO
É o crédito adicional Extraordinário que é destinada a despesa decorrente de calamida-
de pública.

17. (AOCP/TCE-PA/AUDITOR/2012) De acordo com a Lei 4.320/64, analise as assertivas e


assinale a alternativa que aponta as corretas. Os créditos adicionais classificam-se em

I – suplementares, os destinados a reforço de dotação orçamentária.


II – especiais, os destinados a despesas para as quais não haja dotação orçamentária
específica.
III – extraordinários, os destinados a despesas urgentes e imprevistas, em caso de guerra,
comoção intestina ou calamidade pública.
IV – imprevistos, os destinados a desastres e demais acontecimentos não previstos.

a. Apenas I, II e III.
b. Apenas II e III.
c. Apenas II, III e IV.
d. Apenas I e IV.
e. I, II, III e IV.

57 www.grancursosonline.com.br
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
Comentada e esquematizada para PPDF

COMENTÁRIO
Apenas o item IV não representa um crédito adicional. Confira na Lei 4.320/1964: 

Art. 41. Os créditos adicionais classificam-se em:


I – suplementares, os destinados a reforço de dotação orçamentária; (Item I)
II – especiais, os destinados a despesas para as quais não haja dotação orça-
mentária específica; (Item II)
III – extraordinários, os destinados a despesas urgentes e imprevistas, em
caso de guerra, comoção intestina ou calamidade pública. (Item III)

18. (AOCP/TCE-PA/AUDITOR/2012) De acordo com a Lei n° 4.320, de 17/03/1964, e suas


alterações, no que se refere aos créditos adicionais, analise as assertivas e assinale a
alternativa que aponta a(s) correta(s).

I – São créditos adicionais, as autorizações de despesa não computadas ou insuficiente-


mente dotadas na Lei de Orçamento.
II – Os créditos adicionais classificam-se em regulares, suplementares, especiais, ordiná-
rios e extraordinários.
III – Os créditos suplementares e especiais serão autorizados por lei e abertos por decreto
executivo.
IV – A abertura dos créditos suplementares e especiais depende da existência de recursos
disponíveis para ocorrer a despesa e será precedida de exposição justificativa.

a. Apenas I.
b. Apenas II e III.
c. Apenas I e IV.
d. Apenas I, III e IV.
e. I, II, III e IV.

COMENTÁRIO
Vamos avaliar os itens.
I – Certo. Confira na Lei n. 4.320/1964: 

Art. 40. São créditos adicionais, as autorizações de despesa não computadas


ou insuficientemente dotadas na Lei de Orçamento.

58 www.grancursosonline.com.br
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
Comentada e esquematizada para PPDF

II – Errado, já que, na verdade, os créditos adicionais são classificados em suplementares,


especiais e extraordinários.
III – Certo. Confira na Lei n. 4.320/1964: 

Art. 42. Os créditos suplementares e especiais serão autorizados por lei e


abertos por decreto executivo.

IV – Certo. Confira na Lei n. 4.320/1964: 

Art. 43. A abertura dos créditos suplementares e especiais depende da exis-


tência de recursos disponíveis para ocorrer a despesa e será precedida de
exposição justificativa.    

59 www.grancursosonline.com.br
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
Comentada e esquematizada para PPDF

Caro(a) aluno(a),

Acredito que com esse material resumido você já dispõe das informações iniciais de
parte da disciplina e já verificou que a cobrança por parte da banca AOCP não é nenhum
“bicho de sete cabeças”.
O ideal agora é que possa ter acesso ao nosso curso para esse certame (aulas autos-
suficientes em PDF) que contempla todos os tópicos do edital e que essa disciplina seja um
diferencial da sua pontuação em relação à concorrência, e se puder, estude a aula essen-
cial 80/20.
Sei que estudar para um concurso como esse não é fácil e está exigindo muito de você,
mas, como disse Henry Ford:

“Os dias prósperos não vêm por acaso; nascem de muita fadiga e persistência”.

Esse é o segredo: determinação, disciplina e resiliência!

SEJA IMPARÁVEL!

Agora é hora de pensar positivo, de ter fé!


Chegou a sua hora de vencer!
Você vai passar!

Agora quero pedir um favor.


Avalie este nosso material. É rápido e fácil! Deixe sugestões de melhoria.
Ficarei extremamente feliz com o feedback e trabalharei ainda mais para torná-la
ainda melhor.
Tenho muito a aprender e você pode me ajudar nisso.
Pode ser?

Obrigado por tudo, um grande abraço, bons estudos e boas provas!

Professor Manuel Piñon


manuelpinon@hotmail.com.
Siga-me no Instagram (@profmanuelpinon) e no Facebook (profmanuelpinon). Temos
excelentes cards para revisão.

60 www.grancursosonline.com.br
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
Comentada e esquematizada para PPDF

GABARITO

Orçamento Público
1. C
2. C

LOA – Lei Orçamentária Anual


3. C
4. C
5. B
6. D
7. D
8. A
9. D
10. D

Ciclo Orçamentário
11. B
12. C
13. D
14. C

Créditos Adicionais
15. E
16. D
17. A
18. D

61 www.grancursosonline.com.br
L C U R S O S
D E 2 3 M I V O C Ê :
MAIS NLINE PARA
O
q u a n d o quiser, r,
Estude cargo que quise
para o que quiser.
na hora

FACILITE SEUS TUDO NO SEU


ESTUDOS: VOCÊ NÃO
TEMPO E ESPAÇO: ESTÁ SOZINHO:
rotas de aprovação, mapas
faça o download de mentorias diárias, ao vivo, e
mentais, resumos e exercícios
videoaulas e de PDFs e fórum de dúvidas não te
irão te guiar por um caminho
estude onde e quando deixarão só
mais simples e rápido.
você quiser e puder. nesta caminhada.

TUDO DE NOVO QUANTAS NÚMEROS GRANDES: TUDO NA SUA MÃO:


VEZES VOCÊ QUISER:
milhares de alunos aprovados, só a Assinatura Ilimitada
quantas vezes você quiser, mais de 1 milhão de questões, oferece, de forma livre
quantas vezes você precisar, mais de 23 mil cursos e e gratuita: Gran Questões,
estude com o material mais centenas de professores para Gerenciador de Estudos,
atualizado e de melhor te ajudar a passar. Audiobooks e muito mais!
qualidade do mercado.

Contato para vendas: Quero passar em


(61) 99884-6348 | No horário de segunda a quinta até as 22h e sexta até as 21h. concurso público

You might also like