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Edição 01 - Ano I - Número 00 - Dezembro/Janeiro 2018-2019

Uma Nova Alternativa

FEMINICÍDIO
Não podemos nos omitir
e mais Vanessa Lembra do KICHUTE?
Willdy Hemetrio

Adelina Cândido
Distribuição Gratuita

Pataro

HQ
A primeira exposição

mundial
aconteceu no Brasil
Uma Nova Alternativa

Edição 01 Ano 1 nº00 Uma Nova Alternativa

Criado em 2018

Editor: Cláudio Marcoh

ADMINISTRADORES DE REDES SOCIAS


Editorial Cláudio Marcoh
Lillian Braga
Link Zine Recomenda

Poetise - Willdy Hemétrio

Crônica - Vanessa Cândido Pataro COLABORADORES DESTA EDIÇÃO


Lucas Nascimento - @dragonartez

imagem web
Vanessa Cândido Pataro
Quadrinhos Willdy Hemetrio

PROJETO GRÁFICO
- A primeira exposição Internacional de Quadrinhos Link Zine
aconteceu no Brasil www.linkzine.com.br

- Maternidade de Heróis por Lucas Eduardo Nascimento FONTES CITADAS (ar gos)
Revista “Discu ndo Literatura”
- HQ não é coisa “só de menino” [especial] Quadrinhos, Editora Escala Educacional.
Revista Fórum

IMAGENS CREDITADAS
Capa Adelina Gomes
Ana Carolina Cunha
Feminicídio - um assunto sério que deve Arquivo Guia EBAL
Arquivo Sefot
ser abordado Auremar de Castro/CPDoc JB
CPDoc JB
Helen Nakao
Henfil
Quem foi Joana Pereira de Miranda
Júlia Helena Simões Moreira
Adelina Gomes Lucas Nascimento
Luta An manicomial - BH
Raphaela B. Felix
BH Rebeca Prado
Sheila Cruz Bastos
Os serviços oferecidos em Belo Horizonte na área
de saúde mental

Anos 80 Link zine é uma publicação alterna va, independente, sem fins lucra vos,
que divulga toda e qualquer manifestação ar s ca e cultural de Belo
Lembra do Kichute? Horizonte, que possa fortalecer e empoderar comunidades em sua
c i d a d a n i a e p e s s o a s o u g r u p o s e m s e u re co n h e c i m e nto .

Nossa história

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Link Zine
Edição 01 - nº 00 - 2018-2019 - Ano I
Você pode interagir com vídeos, áudios e redes sociais Bimestre: dezembro/janeiro
em nossa revista (versão digital). Acesse o site:
www.linkzine.com.br Impressa pela Eskenazi Indústria Gráfica - São Paulo/SP
Uma nova alternativa
Nasceu!
Depois de muito planejamento, obstáculos, imprevistos (e inúmeras
pausas), aqui está nosso primeiro impresso.

Como algo novo, sabemos que ainda temos muito que aprender, mas
acreditamos que este aprendizado será profícuo pois queremos contar
com a pessoa mais importante para nós e nosso grande motivador deste
empreendimento: VOCÊ!
Muitos poderão dizer que o Link Zine é uma espécie de “novo/mais-do-
mesmo”, outros que “nada-de-novo/repaginado”, terá aqueles que
acharão uma “inutilidade-útil”, bem como para outros será uma
“utilidade-inútil”... Que venham os rótulos, as classificações e todas as
alcunhas, afinal atingir a perfeição não é nossa intenção. Nos outorgamos
de uma certa dose de liberdade e de maneira análoga abrimos as “asas de
nossas mentes”

O certo é que queremos sim, fazer a diferença, (se possível bem-sucedida)


mesmo em um mundo cada vez mais conectado. Acreditamos que tem
muita coisa BBB verdadeira - boa, bonita e bacana - acontecendo abaixo
do radar das mídias oficiais, e das redes sociais, (que acreditamos ser
canais de disseminação extra-oficial), mas que têm se tornado terra de
ninguém.
Nosso objetivo é privilegiar e divulgar as produções artísticas da nossa
região, ressaltando o rico panorama que compõe nossa formação cultural;
aliar sofisticação e popularidade com informação e criação de uma
identidade que valorize as tradições, sem deixar de curvar-se as inovações.

Sendo assim, com todo carinho, entregamos a você nosso bebê, cuide e nos
ajude a criá-lo, pois pessoas, grupos e comunidades empoderadas de
conhecimento e lazer, são mais críticas e sabedoras dos seus deveres e
direitos de cidadania.
Divirta-se

Claudio Marcoh
A primeira exposição internacional de quadrinhos
brasileiríssima do mundo é
Aconteceu em 1951 e não foi fácil
Na época,
os quadrinhos eram
tachados de subliteratura,
destruidores culturais e havia até mesmo
um dossiê elaborado por pedagogos do Instituto
Nacional de Estudos Pedagógicos (Inep), em 1944,
que garantia: “quadrinhos causam preguiça mental
nas crianças e as deseducam para a leitura de
tgammps
livros”. E mais, no Congresso Nacional, um
deputado tentava aprovar um projeto para
wretidj
censurar as HQs no país.
fdgtcbeo
kcbdgfirj
fbgtsdds Em meio a este preconceito
sfsvddofmfm todos os então jovens: Álvaro de Moya,
Miguel Penteado, Reynaldo de Oliveira, Jayme
fhvhf Cortez e Syllas Roberg organizaram a Primeira
Exposição Didática Internacional de Histórias em
Quadrinhos. E o próprio Moya conta em seu livro
Anos 50 – 50 Anos, como aconteceu.
A 1ª Exposição Internacional de
Histórias em Quadrinhos do mundo foi
realizada no Brasil.

Ela aconteceu no dia 18 de junho de


1951, em São Paulo, no bairro judeu do
Bom Retiro, na Rua José Paulino, 64, no
Centro Cultura e Progresso. Ela foi
organizada por um grupo de jovens
desenhistas: Jayme Cortez, Syllas
Roberg, Reinaldo de Oliveira, Miguel
Penteado e por mim, Álvaro de Moya.

Era uma antevisão das teorias futuras


de comunicação de massa. Ali, os
quadrinhos foram relacionados com a
literatura e o cinema e se analisava o
que, mais tarde, seria considerada a
linguagem dos quadrinhos; ressaltava o
texto e a imagem e sua inter-relação;
repetia o termo expressão e
expressionismo. Esse evento é
considerado pelos europeus e norte-
americanos como o pioneiro no gênero.
Realizou-se onze anos antes dos
europeus “descobrirem” os comics.
Somente em 1965, a Itália, em
Bordighera fez sua primeira expo. Em
1950, nos Estados Unidos, em pleno
período da Guerra Fria havia a
perseguição aos comunistas,
esquerdistas e simpatizantes – uma caça
às bruxas -, e as histórias em quadrinhos
também foram estigmatizadas.

Os padres, os pais, os professores,

abaixo capas de publicações (déc. 50) da extinta Editora Ebal, dedicada a Hqs - arq. Guia EBAL
todos eram contra os quadrinhos.
Achavam que era coisa que criança não

devia ler. Os professores pegavam as revistinhas que as crianças levavam na escola e no recreio
as queimavam – um típico Fahrenheit 451 dos gibis. Havia uma perseguição à HQ aqui no Brasil e
também aos autores infantis. Havia críticas contra Monteiro Lobato, dizendo que ele jamais
tinha citado Deus em suas histórias e que era comunista, pois defendia nosso petróleo.

Foi quando formamos uma turma. Concordávamos que a HQ tinha muito a ver com literatura.
Então, eu tive uma idéia – talvez por ser o mais moleque – “Escuta, e se nós escrevêssemos para o
Alex Raymond, Hal Foster, Milton Caniff, Al Capp, Will Eisner, para eles mandarem uns
originais? Aí, a gente vai ver como é que eles fazem, qual é o papel que usam, se é pena ou pincel, a
tinta e tudo mais.”

Na carta, para justificar esse nosso interesse por eles, aleguei que queríamos os originais para
montar uma exposição no Brasil. Um deles respondeu primeiro, Hal Foster, depois vieram
cartas de Milton Caniff, Will Eisner e do Alex Raymond. Todos diziam que levavam muito a
sério os comics. Um deles dizia que era a primeira vez que alguém pedia seus originais para uma
exposição. Daí, pensamos: “Puxa vida, nunca ninguém fez uma exposição de histórias em
quadrinhos no mundo, nós somos os primeiros!” De repente, chega pelo correio aquele material
maravilhoso: páginas originais do Flash Gordon de um metro de altura, do Príncipe Valente,
Krazy Kat, Steve Canyon, Rip Kirby, arte-final lindíssima, papel Shoeller, traços a pincel,
retoques a guache e a gilete. Papel “crafting” nos desenhos de Roy Crane. Encantados, fomos
mostrar para o professor Pietro Maria Bardi.

Queríamos fazer a exposição no MASP mas o secretário dele olhou os originais e disse:
“História em quadrinhos? Não, não interessa isso!” Um amigo nosso, Maurício Kus,
juntamente com nossa amiga Liba Fridman nos conseguiu o Centro de Cultura e Progresso, no
bairro do Bom Retiro. Passamos dias montando os painéis. Brigávamos muito. Uns queriam os
textos intelectuais, outros didáticos e menos provocativos. No dia 18 de junho de 1951,
inauguramos a exposição. (*)

(*) Originalmente publicada na revista “Discutindo Literatura”


[especial] Quadrinhos, Editora Escala Educacional.

Último romance escrito


por Lima Barreto, (publicado
postumamente), Clara dos
Anjos é também o livro que
condensa grande parte das
preocupações que rondaram a
obra do autor. Lá estão o
subúrbio carioca, as questões
raciais, as diferenças de classe
e a modernização do Rio de
Janeiro no início do século XX.
Álvaro de Moya, além de ilustrador, foi um A personagem central, Clara
jornalista, escritor, produtor, e diretor de cinema dos Anjos é uma mulata pobre
e televisão. É considerado por alguns como o do subúrbio, filha do carteiro
maior especialista em histórias em quadrinhos
do Brasil. Morreu em 14 de agosto de 2017 aos João dos Anjos e de Engrácia, uma mulher “sedentária e
87 anos. caseira”. Por meio de amigos do pai, Clara conhece Cassi
Jones, malandro de família mais abastada e notório
galanteador. A despeito dos alertas de seu padrinho - que será
brutalmente assassinado -, Clara inicia uma relação com
Cassi.
A partir desse encontro fadado à tragédia, Lima coloca o leitor
dentro de um jogo de tensões de classe, sedução e preconceito. Ao mesmo tempo, traça um rico e
minucioso panorama do cotidiano nos subúrbios do Rio, com suas tristezas e mazelas, mas também
como local onde a vida da cidade acontece.
Nesta adaptação para os quadrinhos, os subúrbios saltam literalmente à vida, no magistral traço de Lélis.
Apoiado em fotografias e gravuras, o artista recriou de maneira fiel o ambiente de Clara dos Anjos, além
de emprestar agilidade e drama à história. E Wander Antunes, que adaptou o texto, soube captar e
condensar a intensidade da trama, sem perder o que ela tem de mais forte.

Capa: Helen Nakao - Lançamento: 2011 - Selo: Quadrinhos na Cia


Flagrantes de uma

Maternidade de

conheça mais deste artista em dragonarte.com.br


As mulheres e os quadrinhos
Sheila C
ruz Basto
Apesar do número cada vez mai r de mulheres

s (omam
ua ini tas no Brasil e no mundo, s grandes
prêmi s e as edit ras de renome ainda são
dominad s p r homens – e pela alsa ideia de ue

ori stud
é “coisa de menino”
io) - Juiz
Marjane Satrapi, Alison Bechdel, Belle Yang, Maitena,
Julie Maroh, Gabriela “Lovelove6” Masson, Adriana Melo,
e Fora/Md

Julia Bax, Sirlanney Nogueira, Lu Cafaggi, Gabrielle Bell,


Aline Crumb. Estes são apenas alguns dos nomes das
G

artistas de quadrinhos mais famosas do Brasil e do


mundo – mulheres que não desistiram de fazer HQs só
porque elas são consideradas “coisa de menino”. “Meu
livro de histórias em quadrinhos foi impresso graças ao apoio do
público, em financiamento coletivo. E 90% desse público é composto por
mulheres”, coloca
Sirlanney Nogueira,
quadrinista e criadora da
HQ Magra de Ruim – cuja
página no Facebook beira
os 250 mil seguidores.

De fato a pequena
participação das
mulheres no universo
“mainstream” dos
quadrinhos não é
questão de poucas
interessadas. Este
mundo é vetado às
quadrinistas e às leitoras
por um machismo que domina todas as suas esferas: as editoras, os fãs, as convenções,
os prêmios e até os comerciantes. Ana Costa, sócia da Gibiteria – uma popular loja de
quadrinhos em São Paulo -, conta que é comum que os clientes homens duvidem do
conhecimento dela sobre quadrinhos. “Eles
Joana Pereira de Miranda (joana miranda) - Belo Horizonte/MG me testam, perguntam detalhes do mundo
nerd, e em geral não querem ser atendidos
por mim. Muitos confundem outros clientes
com vendedores, porque é mais fácil
acreditar que qualquer cara seja o
vendedor, e não eu, a única menina.”

Até as informações sobre as artistas são


de difícil acesso. No processo de escrita de
“Mulheres nas Histórias em Quadrinhos”,
Karina Goto lembra que este foi o maior dos
desafios. “Nos bancos de dados sobre
quadrinhos, os verbetes de mulheres
contêm informações mínimas e as exposições
não prestigiam as autoras e seus trabalhos.” Ela
conta também que, nos principais prêmios
nacionais e internacionais, responsáveis pelo
lançamento de vários novos autores, as
mulheres são excluídas ou muito pouco
respeitadas.

Uma das formas de quebrar a argumentação


sexista que impera nos quadrinhos (e no mundo)
é citar as mulheres que, nas palavras de Ana, são
“constantemente apagadas da história só pelo
fato de serem mulheres”.

Caitlin McGurk é a curadora da Biblioteca Billy


Ireland, lar da maior coleção de quadrinhos do
mundo. Em entrevista ao jornal The Guardian, ela
sublinha que, por mais de 100 anos, as mulheres

Ana Carolina Cunha (carol cunha) - Belo Horizonte/MG

têm atuado nos quadrinhos. Um dos problemas,


segundo ela, é que durante a primeira metade do
século XX, essas autoras usavam pseudônimos
masculinos ou andróginos para aumentar a
Raphaela B. Felix (carmina usher) - Juiz de Fora/MG

popularidade de suas obras. A quadrinista June


Mills, por exemplo, criadora da Miss Fury (a
primeira heroína dos quadrinhos nos EUA, muito
anterior à Mulher Maravilha), assinava com uma
versão de seu nome do meio, Tarpé, em 1941.

No Brasil, não era diferente. As quadrinistas da


virada do século XIX para o XX são pouco
lembradas simplesmente porque nenhum espaço
era aberto para elas. Em seu estudo, Karina cita
Nair de Teffé, a primeira cartunista brasileira,
considerada por alguns historiadores como uma
das primeiras caricaturistas do mundo. Assim
como Tarpé, Nair usava um pseudônimo um tanto ambíguo: Rian.
O dom de Nair era tido como uma excentricidade, e a artista teve
sérios atritos com o pai, o barão de Teffé, que não aprovava as
caricaturas. Hoje, apesar de importantes para a história dos
quadrinhos, tanto Rian quanto Tarpé são nomes desconhecidos
para grande parte das pessoas – enquanto Will Eisner, Joe
Shuster e Stan Lee são parte da cultura popular.

Karina acrescenta, ainda, que as iniciativas femininas vão além


das publicações e dos websites. Em contraponto aos prêmios
tradicionais, geralmente dominados por homens, grupos de
mulheres se uniram e criaram premiações voltadas para as
autoras, como o francês Artémisia, e festivais, como o espanhol
Festival de Cómic de Mujeres de Granada. “Vale apontar a
resposta das mulheres em relação ao machismo no meio, pois
isso mostra que elas estão se organizando”, comenta a Rebeca Prado - BH/MG
jornalista.

Os leitores também podem ajudar as quadrinistas a quebrar a


lógica patriarcal do mercado. Comprar HQs feitas por mulheres,
ler e criticar de forma construtiva esses quadrinhos, abrir
espaço para a exposição e a venda das publicações femininas e
compartilhar esses materiais online são algumas das formas de
Gravuras (ao fundo) de Rebeca Prado - Belo Horizonte/MG

participar dessa luta. “Não adianta falar e não fazer, como


aconteceu com o HQMix. Esse preconceito tem que acabar, e só
vai acabar na prática”, salienta Ana.

Para Sirlanney, a atual efervescência de mulheres na cena dos


quadrinhos só se tornou realidade depois de muita luta feminista.
A artista, entretanto, lembra que essa batalha específica ainda
está no começo, e que muito esforço e união por parte das
“minas” ainda são necessários. Se tomarmos a fala de Bondoux
como uma amostra do senso comum, de fato, Sirlanney tem
razão – ainda falta um longo caminho para a igualdade de gênero Ana C. Cunha (carol cunha) - BH/MG
no mundo das HQs. “Temos que dar, todas juntas, um chute na
porta, porque sozinha ela não vai abrir”, conclui a quadrinista.
Compilado do texto de Helô D'Angelo,
originalmente publicado na Revista Fórum

Júlia Helena Simões Moreira (Julhelena) - Belo Horizonte/MG J. P. de Miranda (joana miranda) - BH/MG
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mundo

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B
R
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Willdy Hemetrio Nepomuceno tem 53 anos, Relações Públicas e


empresário no ramo de laboratórios veterinários, é autor do livro
Apenas um Ano e da peça teatral Meu gênio e seus três desejos.
A Lei Maria da Penha recebeu
esse nome em homenagem à
biofarmacêutica cearense Maria
da Penha Maia Fernandes, que,
após ter sofrido duas tentativas
de homicídio por seu marido,
lutou para a criação de uma

F eminicídio é uma palavra nova para uma prá ca an ga,


uma vez que as mulheres morrem de formas trágicas todos
os dias no Brasil: são espancadas, estranguladas, e/ou agredidas
brutalmente até o momento em que perdem a vida. A palavra feminicídio
lei que contribuísse para a
diminuição da violência doméstica
e familiar contra a mulher.

passou a ser usada para designar um crime no Brasil a par r de 2015, pois No ano de 2001, a Comissão
existe nela uma par cularidade, ela define o homicídio de mulheres como Interamericana de Direitos
crime hediondo quando envolve menosprezo ou discriminação à condição Humanos, em seu Relatório
de mulher e violência domés ca e familiar. A lei define o feminicídio como 54/01, responsabilizou o
“o assassinato de uma mulher come do por razões da condição de sexo Estado brasileiro por negligência,
feminino” e a pena prevista para o homicídio qualificado é de reclusão de omissão e tolerância em relação
12 a 30 anos. à violência doméstica contra

A no passado, o Brasil registrou mais de 63.800 mortes


violentas, o que representa o maior número de homicídios
na história do país, um aumento de 2,9%, se comparados com os dados de
2016. Minas Gerais, pelo segundo ano consecu vo, é o estado com maior
mulheres. O órgão recomendou
que fosse criada uma legislação
adequada a esse tipo de
violência.
número de ví mas por feminicídio, dos 1.133 casos registrados no país,
nosso estado concentrou 145 deles. O número apresentou um aumento A violência doméstica pode ser:
de 11 casos, se comparado aos 134 acontecidos 2016, dados do 12º Física: qualquer conduta que
Anuário de Segurança Pública. ofenda a integridade ou a

O principal mo vo para o uso da palavra feminicídio é de


que o crime é diferente por si só, por ser um crime de
discriminação, come do contra uma mulher pelo fato de ela ser mulher.
Essa discriminação provém do machismo e do patriarcado, que são
saúde corporal da mulher.

Psicológica: qualquer conduta


que cause à mulher dano
emocional e diminuição da
maneiras culturais de nossa sociedade colocar a mulher num autoestima.

Sexual: qualquer conduta que


“Legí ma defesa da honra” = ilegí ma impunidade de assassinos constranja a mulher a
presenciar, a manter ou a
A figura da “legí ma defesa da honra” nunca exis u no marco legal participar de relação sexual não
brasileiro, pelo contrário, fere tanto leis nacionais como tratados e desejada.

Patrimonial: qualquer conduta


normas internacionais dos quais o Brasil é signatário.

que configure retenção,


Apesar de não ter amparo legal, o Brasil é apontado como um dos países da

subtração, destruição parcial ou


região la no-americana com o mais tradicional, largo e profundo histórico de decisões

total de objetos, instrumentos


jurisprudenciais que acolheram – e muitas vezes ainda acolhem – a tese da “legí ma defesa

de trabalho, documentos
da honra” para crimes de homicídio e agressões contra mulheres, sobretudo aqueles
pra cados por parceiros atuais ou ex.
Assim, a figura da “legí ma defesa da honra” é uma tese jurídica fincada sob bases culturais pessoais, bens, ou recursos
discriminatórias e que visa tornar impunes maridos, irmãos, pais ou ex-companheiros e econômicos da mulher
namorados que matam ou agridem suas esposas, irmãs, filhas, ex-mulheres e namoradas Moral: qualquer conduta que
configure calúnia, difamação ou
sob a 'jus fica va' da defesa da honra da família ou da honra conjugal.
injúria.
Acesse o link de nossa fan-page (@linkzinerevista) e saiba mais!
No Brasil

221.238
O s feminicídios acontecem tanto
no âmbito privado como no
público, em circunstâncias e
contextos diversos, em que as discriminações e
menosprezos com a condição feminina
registros de
assumem variadas formas, mais ou menos
violência doméstica
em 2017 evidentes. Elas são assassinadas por
(Lesão corporal dolosa) parceiros ou ex, por familiares, por
desconhecidos, estupradas, esganadas,
casos
606 por dia espancadas, mu ladas, negligenciadas,
violadas, em sua condição, por
ins tuições públicas.
LEI MARIA da PENHA
I
nv i s i b i l i za d a s , v á r i a s
mulheres morrem
barbaramente todos os dias no

E60.018 Brasil e as mortes anunciadas


stupros em 2017 seguem acontecendo, e
essas são “mortes evitáveis
crescimento de 8,4%porque há uma série de
em relação a 2016 v i o l ê n c i a s q u e s ã o
cons tuintes e
antecedentes a ela. O

4.539
feminicídio é a ponta do
iceberg, é a consequência.
Então, temos que ter um olhar muito
mais cuidadoso para o que veio antes”, diz
mulheres vitimas de Carmen Hein de Campos, advogada
HOMICÍDIO em 2017 d o u to r a e m C i ê n c i a s C r i m i n a i s e
crescimento de 6,1%consultora da CPMI-VCM.
em relação a 2016
D iversas leis e disposi vos
cons tucionais nacionais, e tratados
internacionais dos quais o Brasil é signatário,

1.133 apontam os deveres do Estado em punir, coibir e


prevenir as violências que levam ao assassinato de
mulheres e, assim, os feminicídios, neste sen do,
Telefones úteis
Serviço de recebimento de
denúncias de violência contra a

FEMINICÍDIOS especialistas apontam que é preciso fortalecer ações


integradas para que o poder público se faça presente
mulher – 100 - opção 6
(o denunciante não precisa se

em 2017 e atuante, e apontam algumas medidas no


enfrentamento à violência como sendo fundamentais
iden ficar)
SAMU - 192
para evitar que os casos se perpetuem até o Depam - Deleg. de Plantão de
Atendimento à Mulher
feminicídio. (Veja quadro no alto da página seguinte).

D
em Minas Gerais (31) 3295-6913
NUDEM - Defensoria Pública de
e acordo com a ex-secretária nacional

145
casos

Defesa da Mulher
adjunta de enfrentamento à violência (31) 3270-3202
contra as mulheres, a advogada Aline Yamamoto, o 18ª Promotoria especializada
principal avanço que o Brasil alcançou com a sanção no combate à violência
da Lei Maria da Penha foi respaldar a domés ca e familiar contra a
ins tucionalidade necessária para que as polí cas mulher
fonte: para as mulheres se estruturassem. (31) 3337-6996
12º Anuário Brasileiro de Segurança Pública
Segundo especialistas, algumas ações realizadas em rede, podem auxiliar na
diminuição dos atos de feminicídio que acontecem no país, entre elas, destacam-se:
1) Criação de serviços em todo o território nacional, com inves mento
financeiro adequado;
2) Serviços integrados com acolhimento de qualidade e perspec va de
gênero;
3) Produção de dados e indicadores para elaboração, implementação e
monitoramento das polí cas públicas;
4) Promoção de ações de prevenção à violência e desconstrução das
desigualdades de gênero, envolvendo educação e mídia.

A pesar de insuficientes em relação às necessidades


da população, os serviços criados apontaram
caminhos para efe vamente coibir a violência e prevenir o
feminicídio. A par r da criação dos serviços especializados,
muitos profissionais que atuam no enfrentamento da
violência contra as mulheres têm se engajados em dar
respostas para os desafios que encontram no dia a dia,
organizando a produção de indicadores, as parcerias com
serviços de empoderamento da mulher e com a sociedade civil e,
também, realizando trabalhos de responsabilização de homens
agressores. Vale destacar que os avanços não são lineares, já que,
como são recentes e contam com um amparo ins tucional limitado e com
pouca prioridade orçamentária, as ações e serviços ficam vulneráveis às
alternâncias polí cas em todas as esferas.

A expecta va de muitos brasileiros e brasileiras é


que as denúncias passem a receber um
tratamento diferenciado do tradicional, que o pedido de ajuda
da mulher ameaçada e/ou agredida não seja negligenciado ou
ignorado pela autoridade policial. A prisão e punição penal do
autor não devolve a vida, somente deixa um rastro de revolta e
reforça a descrença na capacidade de resposta do poder público,
tal descrédito precisa acabar e isso só ocorrerá com um Estado
eficiente na contenção da violência não só contra as mulheres, mas
contra todos os cidadãos que, há muito, clamam por um país pacificado.
Benvinda - Centro de Apoio à
Mulher
(31) 3277-4379 / 4380 O Estado pode ser responsabilizado por vidas interrompidas
Casa Colmeia - Apoio à Mulher
Grávida Nos casos em que a mulher buscou os meios legais previstos em lei para sua proteção e ainda
(31) 3372-3693 assim veio a ser assassinada é possível analisar o cabimento de ação indenizatória contra o Estado e
Centro Risoleta Neves de demonstrar que obje vamente houve falha, por ação ou omissão, em proteger a vida da mulher –
Atendimento à Mulher de BH como em casos que há a demora injus ficada na concessão de medidas de proteção, falhas na
(31) 3270-3235 in mação do agressor sobre a medida, inexistência de formas de fiscalizar o cumprimento da ordem
Conselho Mun. de BH dos de proteção, quando a mulher não é devidamente no ficada que o agressor saiu da prisão, entre
Direitos da Mulher e Coord.
outros casos.
Mun. dos Direitos da Mulher
Além de casos individuais, tanto o Ministério Público como a Defensoria Pública podem
(31) 3277-9756 / 3277-4346
Consórcio Mulheres das Gerais mover ações cole vas em face do poder público, judiciais ou extrajudiciais, a par r da reunião das
(31) 3484-2387 informações de vários casos semelhantes e que apontam falhas sistêmicas do Estado na garan a dos
Pastoral da Mulher direitos das mulheres em situação de violência, obrigando-os a implementar serviços ou melhorar a
(31) 3272-7349 qualidade dos já existentes.
manheceu. Acorda bem, levanta com disposição, pois o céu
Aestá com um azul contagiante, o sol aquecendo o coração

ES
como nunca e a canção dos pássaros soam como uma
orquestra sinfônica matinal. É dia de alegria, de aconchego, de
abraço e beijo. Dia de aquecer o coração e a alma, renovar as
ÚM energias, deixar rastros de amor e paixão no ar como se fosse
um perfume que hipnotiza os sentidos.

O grande encontro novamente! Sorrisos, abraço apertado


que suspende os pés do chão, corações grudados e
devidamente aquecidos e radiantes. Os olhos brilham, o sorriso
grudado na face, congelado, estático. O amor exalando pelos
poros de tamanha satisfação, saudade contida e esquecida. Dois
corpos se libertam e se entregam ao prazer e aconchego do
amor.

Mas espera! O que ousa interromper tamanha constelação de corações apaixonados!?


Porcomeça
apenas segundos... Frio começa na barriga, sobe feito uma bola de gelo, atinge o coração que
a palpitar no ritmo do carnaval, acelera os pensamentos na velocidade da luz. O corpo
responde mais, ligou no 22Ow. Arrepio, olhos vidrados, sorriso invertido, pernas enfraquecidas...
Escureceu, os pássaros emudeceram, o sol esfriou, o azul acinzentado do céu mando o sinal fatídico.

Porque tocou, quem é, o que quer, porque, como, será, talvez, certeza, dúvida, ele, ela, eles?... Não tem
mais nós dois!

Devem estar se perguntando porque tamanho jogo de palavras, mistura de sensações, mudança de
cenário tão adverso. Pois bem! Pensem no coração dos amantes e apaixonados acometidos por um
furacão chamado ciúme. Sim, o famoso e ilustríssimo ciúme! Esse pequeno no nome, mas gigante na
intensidade de suas emanações, provoca em segundos uma mudança no estado emocional de um sujeito
de proporções às vezes difícil de mensurar e de explicar em palavras para quem assiste do camarote
nada convencional. Ele apenas sente, sente muito, forte e assustador. Pede ajuda, grita por dentro em
busca de socorro. Polícia, médico, bombeiros... qualquer coisa! Como diria Maria Lima: " O meu medo
é uma coisa assim; Que corre por fora entra, vai e volta sem sair".

Eisincondicional...
que vem a ajuda tão solicitada e providencial. Ele, o magnânimo, único, sublime e
o amor. "É só o amor, que conhece o que é verdade. O amor é bom, não quer o
mal [...] Ainda que eu falasse a língua dos homens e falasse a língua dos anjos, sem amor eu nada
seria" (Monte Castelo - Legião Urbana).

Nesse caso em questão o socorro vem da pessoa amada e seu incondicional amor, carinho e afeto.
Sábias palavras, escuta livre de barreiras. Com sabedoria e paciência injeta as palavras certas que
surgiram no segundo errado na vida de sua amada.

Estalo! O céu volta a ficar azul, o coração acelera no ritmo das paixões, a mente refresca como se
tivesse tomando um banho de cachoeira no verão. A paz volta a reinar, mas até quando?

Essede ciúme.
é apenas um relato rebuscado, romântico e ansioso de uma pessoa acometida de um momento
Posso citar diversos exemplos, que você leitor(a) poderia se reconhecer neles ou identificar
atributos que percebeu na sua pessoa amada, familiar, amigos ou qualquer pessoa de seu convívio, pois
trata-se de um sentimento bastante comum, mas que possui proporções diferenciadas e até mesmo
Ciúme
O lado amargo do amor
Escrito por Eduardo Ferreira-
Santos, o autor, que é
psiquiatra, mergulha no tema
do ciúme, mostrando as
causas de seu surgimento e
suas consequências para as
relações afetivas - como
dependência, perda de
autoestima e até distúrbios
psicológicos graves. Ele
também aponta saídas para
situações neuróticas, e dá um
choque de realidade no
ciumento compulsivo, tocando
em conflitos de egos,
hipocrisia familiar e desajuste
emocional. Afinal, o ciúme
acaba transformando o amor,
sentimento altruísta por
natureza, no mais exacerbado
egoísmo.
"Infelizmente, as vítimas do
ciúme demoram para percebê-
lo e para reagir contra o
ciumento. Isso se dá por várias
razões, e a principal é que elas
são seduzidas pela ideia
romântica de que o ciúme é
uma demonstração de amor.
Podem também colocá-lo em
segundo plano, envolvidas
pelo entusiasmo que
caracteriza os primeiros
O ciúme é um tema que gera muita discussão na população em geral. Ele é um tempos de uma relação.
sentimento egoísta onde a pessoa que está acometida desse mal se sente Podem, ainda, existir motivos
incapaz de obter a atenção da pessoa amada. O texto acima discorre sobre o indiretos, que são
tema na ótica de três tipos de ciúmes: o Normal, o Neurótico e o Delirante inconsistentes, na escolha de
um parceiro ciumento. Por
(Paranoico). Onde o normal é aquele que ocorre quando a pessoa amada dá
exemplo, há milhares de
motivo para o parceiro sentir ciúmes. O neurótico é aquele cujo o sentimento de mulheres que, para fugir do
angústia é permanente. Nele o ciumento tem consciência de que seu ciúme é assédio excessivo, real ou não,
exagerado, mas não consegue se controlar. E o terceiro caso, é visto como o mais procuram um homem ciumento
grave e de maior preocupação, pois é aquele onde o indivíduo fantasia uma que tome posse delas e as
possível traição podendo ser agressivo e até mesmo cometer insanidades contra proteja", escreve o médico no
o parceiro. capítulo "Uma história de
Barbie".
Quem foi
No Reino das Mães

Entre os anos de 1983 e


1985, o cineasta brasileiro
Adelina Gomes
M
Leon Hirszman, em ulher pobre, nascida em 1916 em Campos (RJ), lha de
parceria com a camponeses, cursou o primário e aprendeu variados
psicanalista Nise da trabalhos manuais numa escola prossional. Obediente aos pais,
Silveira (1905-1999), era muito apegada a mãe, além de tímida e sem vaidade.
produziu uma trilogia Apaixonou-se por um homem aos 18 anos, mas o mesmo não era
baseada no livro “Imagens aceito por sua genitora, tornando-se cada vez mais retraída e após
do Inconsciente”, um surto psicótico onde acabou estrangulando a gata de
composta pelos filmes “Em estimação da família, pela qual tinha um carinho muito grande,
Busca do Espaço foi internada em 1937 no Centro Psiquiátrico D. Pedro II, no Rio de
Cotidiano”, “No Reino das Janeiro, aos 21 anos.

A
Mães” e “A Barca do
Sol”. pós o episódio do estrangulamento, é diagnosticada com
“No Reino das Mães” esquizofrenia, e quase dez anos depois de internação, sem
aborda a história da nenhuma melhora, passa a frequentar o Ateliê de Pintura e
paciente Adelina Gomes Modelagem, criado pela Drª Nise da Silveira, em 1946, que seria
(1916-1984), mais tarde, o Museu de Imagens do Inconsciente. É nesse ambiente
diagnosticada com que ela vivência o processo mitológico, da qual emergem do
esquizofrenia e internada inconsciente as imagens arquetípicas femininas (mães arcaicas,
em 1937, aos 21 anos, no a deusa grega Hécate acompanhada da gura do cão, a ninfa
Centro Psiquiátrico D. grega Dafne – Mito de Dafne que identica uma relação mãe e lha
Pedro II, no Rio de muito estreita, de submissão -, deusa grega Deméter e a Virgem
Janeiro. Após quase dez Maria), expressas através de suas esculturas e pinturas criando
anos de internação, sem uma atmosfera onírica.
nenhuma melhora, passa a
frequentar o Ateliê de
Pintura e Modelagem,
I n i c i a l m e n t e
dedicava-se ao trabalho em
criado por Nise da barro, modelando guras que
Silveira, em 1946, que impressionam pela sua
seria mais tarde, o Museu semelhança com imagens
de Imagens do datadas do período
Inconsciente. neolítico, das suas pinturas
Durante este processo, podem-se acompanhar passo
Adelina, antes vista como a passo as incríveis
uma pessoa violenta e metamorfoses vegetais que
pessimista, tornou-se mais ela vivenciou (o que originou
amável e atenciosa, o famoso estudo da Drª Nise,
centrada em suas comparando-as com o mito
atividades e até a sua de Dafne)
morte, ela produziu 17.500
obras, entre o
abstracionismo e a
N esse processo –
antes vista como uma pessoa
figuração, que podem ser agressiva, negativista e
vistas no Museu de considerada perigosa –
Imagens do Inconsciente, tornou-se mais dócil,
fundado em 1952, no Rio c e n t r a d a e m s u a s
de Janeiro, pela atividades, até a sua morte
psicanalista. em 1984 com 64 anos.
Sem título
Sem data
Cópia em gesso de modelagem em barro
20 x 34 x 24 cm
Museu de Imagens do Inconsciente

Sem título
Década de 50
Cópia em gesso de modelagem em barro
20 x 34 x 24 cm
Museu de Imagens do Inconsciente
Sem título
1953
Óleo sobre tela
33 x 41 cm
Museu de Imagens do Inconsciente

Museu de Imagens do Inconsciente


Óleo sobre tela - 38 x 46 cm
Na página XX, ao fundo
Sem título - 1953

Sem título
1954
Óleo sobre tela
38 x 46 cm
Museu de Imagens do Inconsciente
Você conhece os serviços oferecidos pela PBH na área de saúde mental?
O trabalho de assistência à saúde mental oferecido CERSAM-AD
pela Prefeitura de Belo Horizonte segue a lógica Os usuários de álcool e outras drogas podem contar
antimanicomial, que valoriza o cuidado em com este serviço, que funciona todos os dias da
liberdade, busca a conquista da cidadania e a semana, 24 horas por dia.
reinserção social. A perspectiva é a construção de Rua Monte Alto, 211 - Bairro Cardoso. Fone: 3277-
ações coletivas e intersetoriais. Os recursos 3630/3632/3631
financeiros até então destinados aos hospitais
psiquiátricos estão sendo investidos na rede de CERSAMI
serviços substitutiva dos leitos desativados. Os Rua Camarugi, 10 - Bairro Padre Eustáquio. Fone:
serviços são assim distribuídos: 3277-9279 (regional Noroeste)

SUP (Serviço de Urgência Psiquiátrica) Para ter acesso ao CERSAM, CERSAM AD ou


Com funcionamento exclusivamente noturno, CERSAMI, basta procurar as unidades. Não é
oferece cuidado aos casos inscritos em necessário agendamento, nem marcação prévia ou
Hospitalidade Noturna nos CERSAM, CERSAM- encaminhamento.
AD e CERSAMI. Também recebe os casos
encaminhados pelo SAMU e diversos serviços de Centros de Convivência
urgência da cidade. São 09 Centros de Convivência que oferecem
oficinas de música, teatro, pintura, marcenaria,
CERSAM (Centro de Referência em Saúde costura e várias outras, assim como passeios, idas ao
Mental) cinema e festas.
A rede municipal possui CERSAM(s) em diferentes Centro de Convivência Barreiro
regiões, que cobre toda a cidade. O funcionamento é Rua Pinheiro Chagas, 252 - Bairro Barreiro. Fone:
das 7 às 19 horas, todos os dias da semana, 3277-5889
inclusive feriados. Os usuários podem lá
permanecer pelo tempo necessário, nos CERSAM, Consultórios de Rua
o tratamento busca a estabilização do quadro Os consultórios de rua apontam os cuidados com a
clínico, a reconstrução da vida pessoal, o suporte saúde mental como uma das formas de melhoria da
necessário aos familiares, o convívio e a reinserção qualidade de vida dos usuários das ruas com o
social. Oferece os atendimentos próprios a cada fortalecimento de vínculos e de laços sociais. Como
caso, com a presença constante de equipe consequência podem ser observadas mudanças nos
multiprofissional, oficinas e atividades de cultura e processos de exclusão e seus efeitos perversos na
lazer, a cidade conta com 07 CERSAM, 03 vida das pessoas. A atuação conjunta entre os
CERSAM-AD (Centro de Referência em Saúde Mental diversos setores: saúde, assistência social e outros
Álcool e Drogas) e 02 CERSAMI (Centro de Referência atores incluindo a sociedade civil, têm
em Saúde Mental Infantil). potencializado as ações propostas.
Na regional Barreiro: Rua Ribeiro da Luz, 29 – Consultório de Rua Regional Oeste - Fone: 98447-
Bairro Barreiro. Fone: 3277-1530/5908 6415
Equipes Complementares talentos e aptidões, desenvolvendo e fortalecendo
As equipes complementares são composições autoestima e habilidades. O programa promove
específicas localizadas estrategicamente em um ainda a circulação urbana, como idas ao cinema,
Centro de Saúde por Regional de Saúde. É espetáculos teatrais, apresentações musicais,
composta por médico psiquiatra infantil, museus, parques, ampliando as oportunidades de
fonoaudiólogo e terapeuta ocupacional. Atendem pertencimento à cidade. Atende crianças e
as crianças e adolescentes em sofrimento mental adolescentes entre 6 e 18 anos.
grave, em parceria com as equipes de saúde mental, Informações na Regional Barreiro:
equipes de saúde da família e outros dispositivos (gerasab@pbh.gov.br/ 3277-5914/5915)
como o Arte da Saúde e os CERSAMI.
S U R I C ATO ( I n cu b a d o ra d e

Abaixo e no alto (pág. anterior) recortes de cartazes comemorativos ao Dia da Luta Antimanicomial - BH
Equipes de Saúde Mental em Centros de Empreendimentos Econômicos e Solidários)
Saúde Dispositivo de trabalho e geração de renda para
Os profissionais de saúde mental acompanham nos usuários acompanhados nos serviços de Saúde
Centros de Saúde os casos que podem ser tratados Mental. A incubadora dá apoio financeiro, técnico e
em ambulatório. político à Suricato Associação de Trabalho e
Produção Solidária, ONG criada e gerenciada pelos
Arte da Saúde Ateliê de Cidadania usuários que agrega quatro grupos de produção:
O Arte da Saúde é um programa desenvolvido em marcenaria, mosaico, culinária e moda e design.
parceria com Caritas Regional Minas Gerais. É Estes grupos se constituíram no processo de
uma prática de promoção à saúde voltada para qualificação profissional oferecido pelo Fórum
crianças e adolescentes que buscam o Mineiro de Saúde Mental.
enfrentamento de situações de vulnerabilidade,
risco social e/ou pessoal, usando a arte e suas SRT (Serviços Residenciais Terapêuticos)
diversas expressões como principais ferramentas São 33 casas espalhadas pela cidade destinadas a
de produção de cidadania e protagonismo infanto- cuidar dos portadores de transtorno mentais egressos
juvenil. O Arte da Saúde oferece oficinas de arte em de internações psiquiátricas de longa permanência,
várias modalidades: artes plásticas, artesanato, que não possuam suporte social e laços familiares e,
dança, música, teatro, circo e outras, além de que viabilizem sua inserção social.
atividades socioculturais, capazes de potencializar

fonte: Portal da PBH

Se você tem conhecimento do mau ou não funcionamento de algum destes serviços, cobre
sua manutenção. Faça valer seus impostos. Registre sua manifestação na Ouvidoria da PBH:
https://prefeitura.pbh.gov.br/ouvidoria/

Lembre-se, órgãos públicos não fornecem nenhum serviço gratuito.


Todos são pagos com seus impostos, é direito seu ter uma boa prestação de serviços.
Por baixo da sola...
Se você tem mais de quarenta anos, viveu (ou no mínimo conheceu alguém)
sob este dilema: Como amarrar o kichute?

Em 78, quase 10 milhões de “brasileirinhos”


tinham um par do tênis de lona e
borracha preta com cravos de
araque na sola – como se fosse
uma chuteira, isto atingia a
marca impressionante de
10% da população do país.

O calçado foi lançado pela


Alpargatas (para muitos,
“alpergatas”) em 15 de junho de 70,
durante a copa do México, que estudava desde 65 um produto que aproveitasse a febre futebolística
do Brasil, à época, bicampeão mundial. Quando do nosso tricampeonato mundial, o termômetro de
vendas do Kichute explodiu.

Mas não somente este fato explica o sucesso do produto. Outros fatores como por exemplo,
resistência e preço foram fundamentais. O kichute era barato – seu público alvo inicial eram as classes
C e D – e durava (e como durava!). Também havia o fator versatilidade, os pais iam comprar um tênis
que era chuteira, ou vice-versa, pronto, tinham na mão um “dois em um”.

Até meados dos anos 80, segundo a fabricante, o Kichute continuou vendendo bem, porém o Brasil
não ganhava mais a Copa, e os fracassos de 82, 86 e 90, contribuíram nas quedas de vendas, e na
década de 90 o pisante viveu um semi-ostracismo. Atualmente, o calçado é “souvenir” para
saudosistas ou “distribuído como calçado de utilidade e uniformização”, segundo a empresa.

Mas afinal, qual era a melhor forma de amarrar o cadarço do Kichute? “O cadarço era grande para
dar várias opções de amarração. A que passava pelo solado do tênis dava maior segurança ao jogar
bola.” Disse Eduardo Sabanai, quando gerente de produto da Alpargatas. Diante disto, o mais

A Alpargatas investia pesado em publicidade.


Em uma das campanhas de TV, ninguém menos que o
craque Zico foi contratado como garoto-propaganda.
Devido ao sucesso e popularidade, a empresa chegou
a lançar produtos complementares à marca Kichute,
como as bolas de futebol de campo e de salão.
Baseado no livro homônimo de Márcio Américo, também co-
roteirista, Meninos de Kichute é um filme de Luca Amberg
focado na figura de Beto, um garoto de 12 anos, de família
simples, que resolve ser goleiro. A estória é ambientada nos
anos 70, em um bairro pobre, onde um garoto comum, filho
do meio de uma família, vê no autoritarismo do pai, um
religioso que considera a competição como pecado, o maior
obstáculo para a realização de seu sonho.

...ou em volta do tornozelo


razoável, para o
restante, seria
amarrar o cadarço
no tornozelo.

M aldade! Esta
informação teria
facilitado a vida de 9, 7
milhões de “brasileirinhos”
em 78.

8 Curiosidades sobre o Kichute


de 5 canecas de louças exclusivas.
Você pode ser um dos ganhadores do sorteio
deixe seu comentário, ideias ou sugestões.
1 - Nada de colorido
O tênis foi uma espécie de instituição em colégios, que na época
Não fique fora dessa!
exigiam uso de calçados pretos.

site e curta nossas redes sociais,


2 - Cadarço de vários nós

Então cadastre-se em nosso


Gosta dos anos 80?
Esta gostando de nosso zine?
Dizia a lenda que quem os amarrava os cadarços sob a sola era
bom de bola. Quem amarrava nos tornozelos era perna-de-pau.
3 - Investimento pesado
O jogador Zico, considerado um craque do futebol brasileiro, foi
garoto-propaganda do Kichute.
4 - Cheirinho desagradável
Um dos problemas do pisante era o “maldito” chulé após usar o
tênis, que esquentava muito no sol.
5 - Elas também eram cobiçadas!
O Kichute lançou bolas de futebol de campo e salão com a
marca, hoje, verdadeiras preciosidades!
6 - Coisa de grife
Estilistas famosos como Alexandre Herchcovitch já usaram o
tênis em suas coleções.
c i p e !
Parti
7 - Nas telas do cinema
O calçado inspirou um filme, “Meninos de Kichute”, lançado em
2009, adaptação de livro homônimo de Márcio Américo.
8 - Marca offline
Sinal do desinteresse da Alpargatas com o Kichute, até o site da
marca foi desativado: www.kichute.com.br.
Nossa Se hoje nos é dado o direito de escolher o
presidente da nação, não podemos esquecer

Uma nova alternativa história que tal “privilégio” só se tornou possível


devido um passado recente de nossa
história.

Em 1983 (apenas 35 anos atrás), iniciou-se o Movimento das Diretas Já, a


partir da apresentação da Emenda Dante de Oliveira – a qual previa o
restabelecimento das eleições diretas para presidente da República depois
de duas décadas –, o clamor ganhou as ruas das principais cidades
brasileiras no início de 1984. Em janeiro, um comício pelas Diretas Já atraiu
um público de cerca de 300 mil pessoas na Praça da Sé.
Temos o melhor custo-benefício para seu produto, campanha ou comércio.

O anseio por democracia somava-se ao descontentamento pela situação


esta é sua oportunidade de se destacar entre os concorrentes.

econômica do País, e as manifestações se espalharam por todo o Brasil nos


ENTRE EM CONTATO

meses seguintes, reunindo 250 mil pessoas em


Curitiba, (número igual em Belo Horizonte), um
milhão no Rio e 1,7 milhão em São Paulo.

Além
de juntar nos palanques os principais
Você comerciante local,

personagens da oposição ao regime militar como


Ulysses Guimarães – apelidado de “Sr. Diretas”,
morto em um acidente aéreo de helicóptero no litoral
Deputado Dante de Oliveira - arquivo Sefot

de Angra dos Reis, sul do estado do Rio de Janeiro em


outubro de 1992 (seu corpo nunca foi encontrado) –, Leonel Brizola –
falecido, em 2004, vítima de um infarto agudo do miocárdio –, Miguel Arraes
– morto em junho de 2005 de infecção respiratória, agravada por
insuciência renal –, Tancredo Neves – morto em abril de 1985, de infecção
generalizada (fato que ainda levanta
teorias de conspiração por alguns),
Franco Montoro – falecido em julho
de 1999 de ataque cardíaco –, Mário
Covas – morto em março de 2011 de
câncer na bexiga –,Fernando
Henrique Cardoso – atualmente
preside a fundação que leva seu
nome e é presidente do honra do
PSDB –, Luiz Inácio Lula da Silva –
atualmente detido na carceragem da Manifestação pelas Diretas Já em Belo Horizonte - Auremar de Castro/CPDoc JB

Polícia Federal – e muitos outros; os


atos contavam também com a participação de personalidades do mundo
artístico e cultural.

Mas a despeito do clamor popular, manifestado nas ruas de forma


contundente, a Emenda Dante de Oliveira acabou sendo derrotada em 25 de
abril de 1984, com o Congresso cercado pelo Exército e as manifestações
proibidas num raio de dois quilômetros, a votação resultou em 298 votos a
favor, 65 contra e três abstenções, número insuciente, pois era
necessário atingir dois terços dos votos por se tratar de Emenda
Constitucional. Para não terem de assumir sua posições contrárias às
eleições, 113 parlamentares governistas não apareceram para votar.
Ainda não seria desta vez que
os brasileiros poderiam
escolher seu presidente.

M esmo permanecendo de
forma indireta, as eleições de Votação pelas Diretas Já

1895, realizada pelo colégio


eleitoral consagrou o candidato da oposição, o civil Tancredo Neves. O
candidato apoiado pelos militares, Paulo Maluf, foi derrotado. Tancredo não
assumiu a presidência, pois adoeceu e morreu sem tomar posse. Seu vice,
José Sarney, assumiu no lugar. No ano de 1989, cinco anos após a rejeição da
Emenda e um ano após promulgação da Constituinte, Fernando Collor de
Mello foi eleito presidente do Brasil, o primeiro por voto popular depois do
regime militar.

Temos o melhor custo-benefício para seu produto, campanha ou comércio.


E a coisa ficou assim...

esta é sua oportunidade de se destacar entre os concorrentes.


ENTRE EM CONTATO
Nada fácil para os presidentes eleitos após
o período da ditadura militar, dos quatro
que assumiram a principal função do Poder
Executivo do país, somente dois concluíram
seus mandatos. (veja quadro abaixo)

Você comerciante local,


Comício pelas Diretas Já realizado no Rio de Janeiro, em 10 de abril de 1984 - CPDoc JB

Presidente Partido Período como foi quem assumiu


Fernando Collor de Melo PTB 1990 a 1992 renunciou após vice Itamar Franco (PMDB)
impeachment
Fernando Henrique PSDB 1995 a 1998 cumpriu os dois mandatos
Cardoso 1999 a 2002
Luiz Inácio Lula da Silva PT 2003 a 2006 cumpriu os dois mandatos
2007 a 2010
Dilma Roussef PT 2011 a 2014 cumpriu primeiro mandato e vice Michel Temer(MDB,
2015 a 2016 foi afastada por antigo PMDB)
impeachment após reeleição

Antes do voto eletrônico, os brasileiros


podiam demonstrar sua insatisfação com a política
tradicional de forma bem mais criativa. Nas
eleições municipais de 1959, em São Paulo, o
candidato a vereador mais votado respondia pela
alcunha de Cacareco. Não era um personagem
folclórico ou uma celebridade comum: Cacareco
era um rinoceronte que acabou recebendo cerca
de 100 mil votos naquele pleito.
Uma nova alternativa

O Macaco Tião foi outra celebridade no Brasil, quando em 1988, foi lançada sua candidatura à
Prefeitura do Rio de Janeiro pela revista humorística Casseta Popular, com apoio do deputado
Fernando Gabeira (PV), como forma de voto de protesto. O resultado foram 400 mil votos, o que
colocaria Tião como o 3º mais bem-colocado nos resultados, caso sua candidatura fosse
validada pelo Tribunal Regional Eleitoral. Tal fato
colocou-o no Guinness World Records como o
chimpanzé a receber mais votos no mundo.
A urna eletrônica, ícone dos tempos modernos,
assegurou, entre outras coisas, a rapidez na
contagem de votos, mas tornou o voto de protesto
menos divertido.
22 anos de confiança e carinho

Saúde e bem
estar para o
seu pet.

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Av. José Faria da Rocha, nº 5566, 4º andar - Eldorado, Contagem - MG


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