You are on page 1of 11

Campos magnéticos e o experimento de Oersted

07/10/2022, 11:00

Aloísio Renato Mascarenhas Filho Conclusão


Mateus Lima Gonçalves Introdução
Ramsés Santos Goes Materiais e Métodos
William Soares da Silva Resultados e Discussões

Resumo

O experimento objetiva-se à análise de fenômenos magnéticos em consonância com


elétricos, observados através do experimento de Oersted. Em sua execução, utilizou-se
limalhas de ferro, imãs, objetos metálicos, fios de cobre enrolados, uma fonte de tensão,
plataformas plásticas e uma bússola. Objetivando-se à análise de fenômenos puramente
magnéticos, colocou-se ímãs e hastes metálicas abaixo da plataforma e foram jogadas
limalha de ferro sobre elas, onde se percebeu as linhas de campo formadas entre os
polos. Para análise dos fenômenos eletromagnéticos, utilizou-se solenóides de cobre, na
mesma plataforma, e limalhas utilizadas previamente, além de se usar uma bússola, no
mesmo esquema anterior. Ao espelhar as limalhas de ferro no acrílico, observou-se a
formação das linhas do campo magnético nos mais diversos tipos de ímãs.
Posteriormente, ligou-se o solenóide a uma fonte eletromotriz, na qual se averiguou o
movimento das limalhas de ferro para cada campo magnético. Enquanto à bússola, sua
agulha sofre influência do sentido do campo magnético, indicando uma força no sentido
perpendicular ao fio. Realizando o experimento de Oersted, o campo magnético gerado
pelo fluxo de carga em um condutor é capaz de interferir em bússolas e, com a presença
de um ímã, sofre descolamento de acordo com o sentido da corrente aplicada. Por fim,
concluiu-se que o comportamento das ondas de campo magnético geradas pelos ímãs e
pelas bobinas ligadas em uma força eletromotriz são semelhantes; assim como as linhas
de campo magnético produzido pelo fluxo de carga, como demonstra o experimento de
Oersted.

1. Introdução

Campo Magnético é a região do espaço em que as cargas em movimento sofrem


a ação de uma força magnética, responsável pela atração e repulsão dos pólos
magnéticos. O campo magnético é vetorial, assim como o campo elétrico ou o campo
gravitacional, por isso, apresenta as propriedades módulo, direção e sentido. Esse tipo
de campo pode ser produzido por ímãs naturais e artificiais, feitos com espiras
condutoras e bobinas. O campo magnético atribui aos ímãs a capacidade de atraírem-se
ou repelem-se.

Figura 1 – Campo Magnético.

Fonte: Passeidireto (2022).

Como dito, a origem do campo magnético está na movimentação das


cargas elétricas. Quando o campo elétrico oscila em alguma região do espaço, essa
oscilação dá origem a um campo magnético orientado em uma direção perpendicular
(90o) ao campo elétrico. Para compreendermos melhor as propriedades do campo
magnético, fazemos uso de um recurso conhecido como linhas de indução, por meio
dele, podemos visualizar melhor o formato do campo magnético.

As linhas do campo magnético são sempre fechadas, elas nunca se cruzam, e


quanto mais próximas estiverem, maior será a intensidade do campo magnético naquela
região. Além disso, a região dos magnetos de onde saem linhas de indução é chamada
de norte magnético, e a região em que essas linhas de indução imergem é conhecida
como sul magnético.

Figura 2 – Linhas do Campo Magnético Sentido Norte-Sul.


Fonte: Passeidireto (2022).

Para calcularmos a intensidade do campo magnético produzido por um fio


condutor, atravessado por uma corrente elétrica, utilizamos a fórmula a seguir:

B – campo magnético (T)


μ0 – permeabilidade magnética do vácuo (4π.10-7 T.m/A)
i – corrente elétrica (A)
d – distância do ponto até o fio (m)

A fórmula nos permite calcular a intensidade de um campo magnético, gerado


por um fio condutor, em um ponto situado a uma distância d, com base nesse fio.

Figura 3 – Sentido do Campo Magnético em um Fio Determinado pela Regra da Mão


Direita.

Fonte: Passeidireto (2022).

O campo magnético gerado por uma espira circular pode ser calculado pela
seguinte fórmula:
R – raio da espira (m)

Bobinas são formadas por um conjunto de espiras condutoras. O cálculo do


campo magnético produzido por uma bobina é bastante similar àquele feito para as
espiras, nesse caso, a diferença fica com o inteiro n — o número de espiras que forma a
bobina:

n – número de espiras

Figura 4: Bobina com campo magnético em seu interior.

Fonte: Passeidireto (2022).

Até o início do século XIX, os fenômenos elétricos e magnéticos eram tratados


como independentes. Para o pensamento da época, era impossível estabelecer uma
relação entre eletricidade e magnetismo, mesmo que alguns comportamentos
relacionados a eventos elétricos e magnéticos fossem semelhantes.

A principal diferença que sustentava a tese da incompatibilidade entre


eletricidade e magnetismo era o fato de que, enquanto ímãs eram capazes de atrair um
grupo restrito de materiais, os corpos eletrizados atraíam uma diversidade maior de
elementos. Outra diferença utilizada era a inseparabilidade dos pólos magnéticos diante
da possibilidade de existência de pólos elétricos únicos.
Em 1820, o dinamarquês Hans Oersted observou que a agulha imantada de uma
bússola sofria deflexão quando estava nas proximidades de um circuito elétrico ligado.
Oersted percebeu que, ao desligar o circuito, a agulha voltava à sua posição inicial. A
agulha de uma bússola alinha-se ao campo magnético terrestre e só sofre deflexão
perceptíveis caso seja submetida a outro campo magnético.

Figura 5 Movimento de cargas elétricas.

acervo: https://www.passeidireto.com/arquivo/71594708/relatorio-11-lab-3

A única explicação possível para a mudança de posição da agulha era que, de


alguma forma, a corrente elétrica estava gerando um campo magnético. O que Oersted
descobriu é que cargas elétricas em movimento são capazes de gerar campos
magnéticos.

A experiência realizada por Oersted abriu o caminho para o desenvolvimento do


eletromagnetismo, no qual os fenômenos envolvidos possuem características elétricas e
magnéticas. Atualmente, motores elétricos, cartões magnéticos, captadores de
instrumentos musicais e turbinas para a geração de energia elétrica são algumas das
tecnologias que envolvem princípios eletromagnéticos.
2. Materiais e métodos
1 - Bússola.
1 - Solenóide horizontal com 20 espiras.
1 - Par de cabos paralelos.
1 - Fonte de tensão contínua regulável.
1 - Ímã em formato de cilindro vazado.
1 - Ímã cilíndrico.
1 - Ímã em formato de paralelepípedo.
1 - Solenóide vertical com 22 espiras.
1 - Solenóide triplo com 22 espiras.
1 - Haste na cor azul em forma de U.
1 - Limalhas de ferro.

Figura 6 – Formação de linhas de campo por imãs de geometrias diversas.

Fonte: acervo dos autores (2022).


Figura 7 – Linhas de campo em um solenóide vertical de 22 espiras.

Fonte: acervo dos autores (2022).

Figura 8 – Linhas de Campo em Solenóide Tripla com Tensão Regulada e


Corrente de 3A.

Fonte: acervo dos autores (2022).


Figura 9 – Orientação da Bússola em Balanço Magnético

Fonte: acervo dos autores (2022).

Figura 10 – Ímã em Balanço Magnético.

Fonte: acervo dos autores (2022).


3. Resultados e discussão:
Após espalharmos limalhas de ferro no acrílico, vide figura 6, observamos a
formação de linhas de campo saindo dos ímãs cilíndricos vazados e migrando para os
pólos do ímã cilíndrico; sendo fácil detectar a polaridade dos mesmos, pois estão se
repelindo ( ímãs cilíndricos vazados). O ímã em formato de paralelepípedo, com
polaridade oposta, direciona as linhas de campo para o ímã cilíndrico.
Ao espalharmos novamente as limalhas de ferro nos acrílicos das figuras 7 e 8 e
aplicarmos uma corrente elétrica nos bornes existentes, verificamos a formação de um
campo magnético ao redor e no interior do solenóide. O campo magnético no seu
interior é uniforme e as linhas do campo são paralelas ao seu eixo. O campo do
solenóide é bem semelhante ao campo de um ímã em forma de barra, onde a
extremidade por onde saem as linhas de campo é o pólo norte, e a extremidade por onde
entram as linhas de campo é o pólo sul.
Em seguida, no experimento com a bússola ( figura 9), ao ligarmos uma tensão
aos bornes na placa acrílica e regularmos para uma corrente de 3,0A e alimentando
assim com o positivo no lado esquerdo ( borne vermelho) e negativo no lado direito
(borne preto), percebemos a deflexão da agulha da bússola, acompanhando o
alinhamento da corrente elétrica no sentido horário. Invertendo o sentido a corrente
elétrica, a agulha da bússola gira no sentido anti-horário. O campo magnético é o
resultado do movimento da corrente elétrica. O movimento da agulha indica a ação de
uma força atuando na direção perpendicular ao fio, acompanhando assim o sentido do
campo magnético e isto faz jus à regra da mão direita.
Com relação a figura 10, observamos o campo magnético do ímã com o campo
magnético produzido pela corrente elétrica. Ao invertermos a polaridade do ímã, a força
magnética atuava no sentido contrário, ou seja, ao ligarmos o lado positivo (borne
vermelho) à esquerda e negativo (borne preto) a direita e o pólo sul do ímã para cima, o
balanço tende a sair do arco, ao mudarmos a polaridade do ímã ( lado norte para cima),
a balança tende a entrar, trocando assim o sentido do campo magnético do ímã,
podemos assim, certificar o experimento com a regra da mão direita.
O campo magnético gerado pela corrente elétrica interfere na orientação da
bússola, a agulha acompanha o sentido do campo magnético, dado pela regra da mão
direita: agarre o condutor com a mão direita, de modo que o polegar esticado aponte o
sentido da corrente elétrica. Os demais dedos, dobrados, indicam o sentido do campo
magnético ao redor do fio.
4. Conclusão

Concluímos, ao verificarmos as linhas de campos moldando as limalhas de ferro


sobre a placa de acrílico, que tanto o comportamento do campo magnético do ímã
quanto o campo magnético induzido pela bobina são semelhantes ao observarmos uma
semelhança no sentido, ação das limalhas de ferro e seu desenho.

Observamos também que a pureza da limalha de ferro influenciou diretamente


na influência que o campo magnético tanto do ímã quanto da bobina têm sobre a
limalha, tal impureza se dá pela presença de materiais não magnéticos como a terra.

Durante a realização do experimento de Oersted tanto o sentido do campo


magnético do ímã quanto o campo magnético induzido pela corrente no balanço,
influenciam na determinação do sentido da força magnética ao verificarmos o
comportamento da agulha da bússola e o deslocamento do balanço na presença de um
ímã.
Referências:
Halliday, David, 1916-2010. Fundamentos de física, volume 3 : eletromagnetismo /
David Halliday, Robert Resnick, Jearl Walker; tradução Ronaldo Sérgio de Biasi. 10ª
ed. Rio de Janeiro: LTC, 2016.

CAMPO MAGNÉTICO. Passeidireto, 2022. Disponível em:


.https://www.passeidireto.com/arquivo/71594708/relatorio-11-lab-3 acessado em: 09 de
nov. 2022.

LINHAS DO CAMPO MAGNÉTICO SENTIDO NORTE-SUL.


Passeidireto, 2022. Disponível em:
.https://www.passeidireto.com/arquivo/71594708/relatorio-11-lab-3 acessado em: 09 de
nov. 2022.

SENTIDO DO CAMPO MAGNÉTICO EM UM FIO DETERMINADO


PELA REGRA DA MÃO DIREITA. Passeidireto, 2022. Disponível em:
.https://www.passeidireto.com/arquivo/71594708/relatorio-11-lab-3 acessado em: 09 de
nov. 2022.

BOBINA COM CAMPO MAGNÉTICO EM SEU INTERIOR.


Passeidireto, 2022. Disponível em:
.https://www.passeidireto.com/arquivo/71594708/relatorio-11-lab-3 acessado em: 09 de
nov. 2022.

MOVIMENTO DE CARGAS ELÉTRICAS. Passeidireto, 2022. Disponível em:


.https://www.passeidireto.com/arquivo/71594708/relatorio-11-lab-3 acessado em: 09 de
nov. 2022.

TOFFOLI, Leopoldo. Solenóide. Infoescola. Consultado em 08 de nov. 2022.


Disponível em: https://www.infoescola.com/fisica/solenoide/.

UNESP. Projeto Experimentos de Física com Materiais do Dia-a-Dia -


UNESP/Bauru, 2022. Disponível em:
https://www2.fc.unesp.br/experimentosdefisica/ele09.html acessado em: 10 de nov.
2022.

You might also like