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Rida’tiee Le celabovative ay Gag soit . ba da ater, “tates, Sime Tower Atiemcarte (eg). aa noch ces Sy hula Gere, | Camypineyy : ‘Fopinut , 2008 ~ Wienite: 5 pu ct puss e 267 a7 10 ORGANIZACAO DIDATICA DA AULA: UM PROJETO COLABORATIVO DE AGAO IMEDIATA Uma Passos Alencastra Veiga Jonsidero que um projeta de organizacdo diddtica da aula significative, que ultrapasse_aconcepsio medanicista-de planejamento de ensino, € giado da vida pedagégica, refere-se is dimensdes do 0 — ensinar, aprender, pesquisar ¢ avaliar ~. preparado e ‘organizado pelo professor e seus alunos. Um anizacto da aula procura dar conta do processo em toda sua abrangéncia. Objetiva orienta a reflexio tca e para a pratica, sendo um instrumento norteador da vida Feiesies ‘que ¢ gestada ao longo da aula, Entendlo que essa € uma questo nalise ndo s6 se justtica, masse torna uma exigéncia do momento ear € varias sto as abordagens possiveis, todas elas trazendo contribuigSes, taco a organizagio da aula como projeto colaborative para nossa_ reflexdo, buscando abrir caminhos para uma discussio fruttfera, As contribuigdes deste estudo voltam-se para 0 campo da aula e, ao mesmo ‘Aula: Ginese, cimenstes, pinclles @ priticas 267 ‘como a aula ndo pode resultar de um movimento mecinico ¢ 8 aula no pode ser pensada como um receituério ou uma agfo improvisada tem tomo de um tema, As situages complexas, que néo permitem wma solugo uniforme, sdo as que mais requerem uma aitude profissional, bem fundamentada, que possa responder a0 para que, 0 qye, para quem, quem, com que, quando e onde de cada uma das situagbes particulares, Isso requer ‘um trabalho criativo, colaborativo e rigoroso. 0 projeto colaborative de organizagio da aula $ um projeto de acdo ‘mediata, £ mais dindmico, pois nos remete para a reflextio da aula em sua totalidade, no bojo da relaco processo-produto. E um meio para favorecer ‘vai construindo no pr6prio processo de elaboragio ¢ em co-metodolégicos que o fundamentam. A articuladas com 0 projeto ais especificamente, com o projeto pedag6gico do curso. ivel afirmar que a aula é uma construgdo his istintos e matizes em diferentes momentos. ‘ConSTTUGIO Historica, deve ser objeto de anise e organizaco didética. N3oé lum mero espaco fisico no qual se desenvolve 0 processo didético, A aula, rum sentido mais amplo, 60 espago. a situagdo, 0 Ambito humano espectfico, — social e temporalmente configurado - que propicia um conjunto de ‘Eperineian& etMUlOs qi inleragem com professrese alunos (Sinchez Iniesta 1995). © que acontece na aula € muito mais do que ordem de transmissio ¢ recepeio de informagio. Néo se trata de um processo de ida € volta de 28 Pacis Etre i : a a : : A organizagio didi sinteticamente, podem ser resumidas com base na cance desenvolvida ao longo dos diferentes capitulos. Sio elas a da aula tem algumas eaructert ‘.colaboracdo envolve as formas de professores € alunos. que diferem entre intensidade das interagdes: .g0es colegiais entre os i na freqliéneia e na a contextuslizagéo da aula tem como referente o contexto social vas, psicomotaras e socio 7 -pedagdgico ecom as orientagdes: ‘iedade em que vivemos, tomando conhecimento das tradigdes e valores da comunidade imediata; a flexibilidade permite uma organizacto leve, lexivel e po de ser ajustada de accrdo Com as necessidades det ‘Alda: Génese, dmeneéee, péncpios ¢ prétcas 269 sem equipes estimula 0 préprio dos docentes. Os dsloges entre Os paret € tudes potenciais, a colaboracdo entre os professores também deve evitar certas vi ves (2006) apresentam tr8s formas de trabalho colaborativo que inspicam eauteas baleanizagio a cooperacto ficil eo trabalho em equipe artificial. Um projeto de organizagio didética da aula, a0 contar com a ragio de cada professor e de seus alunos, reforga o que Lima (2002, itma: “Na colaboragio a responsabilidade pelo proceso € partithada as decisbes caiean ais bmadas SoameRe™ Uma colaboragaio ba tando os professores nao on ee trabalham te de seus colegas de escola mas sim em pequenos grupos fechados e isolados. Nes palavras do autor, "ama cultura Fechada de grupos separados, es vezestivais, que manobram para alcangar uma posigdo e uma supremacia como cidades-estados independentes, vagamente conectadas” (ibid., p. 95). Caracteriza-se pela io do corpo docente em pequenos grupos que pouco interagem, Esse tipo de colaboragto pode fortlecer grupas isolados e, is vezes. adversérios uns dos outras. Para o autora questo central nfo é saber o que falta aos professores ‘para que colaborem mais, mas perceber 0 que pode ser feito para queeles ‘0 facam quando o desejarem, de uma maneira mais gratificante e mais Cconseqllente para a aprendizagem dos alunos (ibic.). O projeto colaborativo a organizagio da aul nfo go profesor isolado, mas 0 professor membro se, portanto, da censtusio de uma ou ‘Um profissionalismo colaborativo e intrativo entre os professores ccracteriza-se pelo fato de tomarem decisées em conjuinto com colegas ¢ alunos a respeito do projeto pedagdgico, do programa da érea de estudes, © trabalho em caoperarao féci adota formas limitadas, no lugar de formas amplas. Reduz-se & tarefa mais cOmoda de dar conselhos, compartlhar materiais de ‘como trocar procedimentos estratégicos, ta.a socializagdo das experiéncias, o que constitui forma importante 270. Papius Ector ‘Aula: Génese, cimensbes, prvcisios @ préicas 271 Hargreaves ela ganha um outro significado meu) sobre a colaboragdo profissio quando: jeaz opert no mundo das idéias; analisa busca melhores alternativas © © trabatho em equipe Para tant docente e 0 desenvolvi Nesse contexto, a colaboragio manifestada por icas dessa forma de trabalho, quais sejam: grupo cons rias, sem serem coagidas ou cooptadas por alguém ou extremamente reguladas, embora possam ser apoiadas a ivamente pela instituigto edu No grupo colaborativo profissional, todos assumem a responsabilidade de cumprir os acordos agendados € as responsabidades negociadas.O autor salieta anda gimpatancia do aol ¢-respeito miituos entre professores. Para usar a expresso de Fiorent (2004, p. 56), “o grupo colaborativo necessita ser flextvel ¢ estar permanentemente aberto e preparado para rever acordos. Mas 0 éxito © 0 Fracasso dos empreendimentos do grupo dependem, em grande parte, de ‘como enfrentam juntos os percalgos e contradigées do mundo da pr Ha tr8s aspectos da organizago da aula que so particularmente significativos. Em primeiro lugar, destaco a importincia da relagio profes: 272 Papin Eats leresses atende ao propor determinadas a a.guais € verdadeiramente seu papel ¢ 0 de organizar a aula. Posso, entZo, con: conhecimentoea onto de partida 0 ; lise da realidade, no sentia de detectar as nece ou seja, de realizar um ‘alago dos resultados edo programas de outros componentes curricular andlise da prépria prética docente, Depois do conhecimento e da ar serdoda organizagiio das ages de formagaa que con formativa pensada pelo professor e por seus alun ccorresponde ao processo de intervir no vir-a-ser, ams ‘Aude: Canese, dimenséas, pincipios e priieas 273, (Vass «le pode revelar pos lade mnizagdo da aula € um projeto de pinjeto pedagégico de curso: contextualiza e orien de professores e alunos de uma A organizagio da aula como projeto € uma antecigagio do que se pretende realizar. Toda orgunizagio envolve uma série de indagacdes qué dZo origem a seus elementos estruturantes, Nesse sentido, © professor e seus alunos, para levar a tom levem comegar por levantar uma 7-0 qué? Como? Com qué? Como ava Para quem? Quem? Quando? Onde? ‘Aindagasto € uma decorréncia do inacabamento human. Perguntar, aule, Freire, em suas reflexGes provocativas, apresenta muitas ligbes eentre elas vale destacar: “Como professor, devo saber que, sem a curiosidade re na busea, nfo aprendo nem 1996, p.21). Oato indagador implica para professore alunos uma, reflexto sobre o sentido de suas proprias perguntas ¢ essa atitude tem um aleance educativo, } A figura 1,a seguir sintetiza as indagagdes 0s respectiveselementos, rrantes da organizagio da aula da perspectiva do projeto colaborativo. ir essas perguntas significa ampliar os diferentes elementos estruturantes da organizagio da aula em dires%o ao projeto colaborativo. 24 Papins Etre Figura 1: Elementos estruturantes da organizacSo didatica da aula Paka gui! INTENCAO Pana Quen? 2 Sure maguen Lee! contetno CULTURAL it como? METODOLOGIA Lf ‘QUANDO? ‘com Qué? Tempo [>] Recursos feb ONDEY DIDATICOS ESPAGO NY tte a ; ‘QUEM avalingko E por meio das respostas a essas perguntas e da forma de arti tas que professores e alunos vio constitu a agdo formativa, pelos objetivos definidos e por intermédio dos conteidos das como Vasconcelos (1999, p. mais do que isto,encontro onflitente, angustiante mesmo, Porque nio dizer, prazeroso”. todavia altamente provocativo, desafiador Para que: As intencionalidades e suas relagGes com 0s objetivos educativos AS atividades do processo didético que se desenvolver na aula tém sempre um caréterintencional, ou se, perseguem determinadas intengoes ‘Aisa: Génese, dmonséss, pincpios © priticas 275 - sera processo educativoe dizem respeito dre ddesse processo e 0s objetivos formulados” (Castano 2006, p. 41), Visa plas do process educativa. As finalidades represe aleangar 0s abjetivos sio formulagdes que derivam das ‘guia para orientaro processo didstico, Devem incluirasseguintes capa ‘humanas: cognitivas, afetivas, psicomotoras, de insergo social. Representam uma declarasio ou so 0s enunciados exp os efeitos esperados pelos professores e alunos. Uma forrmulagao adequaéa dos objetivos deve assumir uma hicrarguia, comegando por expressar habitidades de cardter geral para serem concretizadas “em capacidades que detivam deles, até chegar a objetivos de caréter mais concreto que possam traduzir-se em atividades determinadas dentro da aula” (Ortega e Mata 2002, 1p 116), Portanto, ele se justificam & medida que sejam coerentes,claramente dependentes na consecucio dos fins. ‘Os objetivos apresentam duas fungdes principais:aorientadora, pois servem para guiar 0 proceso diditico; a clarificadora, uma vez que os ‘objetivos, além de impulsionar a reflexto sobre o que, 0 para que € 0 como, jluminam os propésitos e as intengdes educativas. Nesse sentido, 20 concretizarem as intencionalidades ou finalidades da educacto, 0s objetivos cconstituem um referente bésico para os professores no momento da organizagio da aula. Dio, portanto, sentido pedagégico e coeréncia didatica a0 seu projeto colaborativo. (Os objetivos educativos definem o tipo de capacidade que se espera dos alunos como resultado de uma intervengio didética, Alguns critérios devem ser observados para a delimitagdo dos objetivos. Entre eles, vale 278 Papin Eira jetivos (O que: O conteiido cultural ‘ (O termo conterido ¢ mais que unta seleyio de de diferentes campos do saber elaborado e form mente, abarcando concepgées, princfpios, fates, procedimentos, atitudes, valores e normas que so colocades em jogo na pri é © contetido € um dos elementos est didética da aula, E também element (ou formas cultura, cuja ass ppara a formagdo integral das pessoas” (Or Cconteido relaciona-se com os objetivos, uma vez q gerais so aplicéveis aos contetidos: + representarn uma seleglo relevante e sign culturais de uma sociedade: fa dos saberes + so saberes organizados historicame em freas de conhecimento que se desdobram em disciplinas, niicleos cem: ‘Aula: Ginese, cimenstes,priscipios e praicas: 277 ajudar pensar e per discuss. Na aula transcorre Como aff mater jcas cognitivas. afetivas, ver adequados as caract dos alunos, assim como a suas net + deven psicomotoras € soci do representam um fim em si mesmos, mas sio vefculos para 0 desenvolvimento das capacidades. Para Ortega e Mata (2002, p. 133). © proceso de assimilagto et teelaboragso do saber historicamente construfdo e cul ficados, que substitui a concepeio transmissiva acumulativa da aprendizagem, requer ajuda especitiea Paca isso, o professor considera os diferentes tipos de saberes necessétios a0 desenvolvimento do aluno, trabalhando esses saberes de forma convergente. Os contetidos curriculares devem ser organizados no {mito do enfogue globalizador integrador, objetivando orientar 0 professor Asistematizr,ordenar eorganizar su itervengdo educativae suasatividades didsticas em razio da aprendizagem do aluno, 278 Papins Eaters + social:asseguma funcionalidadee x possiilda Para estabelecer a seyi 0 temporal come também organizéls entre s tarefa coletiva de reffexdo e tomada de decsoes que deve re pe e, para tanto, requer um diflogo en garantirseu desenvolvimento em aula, propieiando entinuidadee coeréne 2 proceso de apredizagem dos alunos (Sinchee Iisa 1905), O ato © primeiro ter cardter mais geral, envolve a organizagdo ea 0 de relagées pertinentes entre uns contedos¢ outrs, bem como © estabelecimento de seqténcias progressivas de ensino. Implica ordem e relagho de objetivos econteddos. A temporalizagio indica a organizagze des tempos concretos em que se vao desenvolver as seqligneias em aula A seqiienciago pode dar lugar a temporalizag6es distinas, em virtue 4a organizagio de contetdos, Tendo em vista que a tarefa de seqlenciagio «© organizagZo dos conteiidos nao € meramente temporal, € impoitante a observagio de alguns crtérios pedagégicos: * conexio entre os contetidos jé aprendidos e 0 novos: + relagdes mais + relagdes entre o locale globaluni ‘Aula: Ginese, dimensios, prnciolos e priteas 273 incomplete, imperfitos, possiveis de revisio ¢ recreasa0" Pra a autora, como professores, temos de modificar a procedimentos didticos, dispostos fexplorar outros caminhos pedagégicos, pois a tarefa de elaboragtio de seqil2ncias € complexa. E necessério destacar que a relagio pedagégica entre professor € uno é mediada pelo conte‘ido, “que adquire sentido se e 56 se exige um suijeito que possua um saber e que € capaz de fazé-Io compreensivel para 1¢ outro sujeito se aproprie significativamente dele” (Sanjujo 2005, p. 117). Dessa petspectiva, vale chamar a atengiio para 0 conceito de transposigdo didética como processo por meio do qual o professor transforma o conhecimento cientifico em contetde de ensino ¢em contetdo aprendido sem ser modificado. O conhecimento é produto de um proceso interagio entre sujeitoe objeto do conhecimento. -se de um conceito que engioba e reconfigura 0 conhecimento 0, com saberes da experiéneia que se constr6i constanterente aa relagio pritica-teoria-pritica. A figura do docente € fundamental, um docente {que realiza uma prética de dislogo entre os diferentes saberes. Independentemente do componente curricular ou da disciplina, ‘existem contesdos que tém um grau maior de generalidade que outros e, portanto, podem facilitaroestabelecimento de relagées. A diferente natureza de tim contedido também pode determinar possibilidades de estabelecer 1280 Pop Eatora cconscientes de sua ago ped: muda, a9 mesino tem Método tem um significado palava método veio do gre go mi (camino). & portant, © caminho pare ye chegar a um fim, O metodo momentos em uma seqiiéncia kigica e temporal, Rays (2006) disponibilidades pessoais, aprendizagem e desenvolver 0 deve ser entendido como “caminho para a formagio de ucbes pedag6zi s, mente com a finalidade de toma ‘Aula: Ginese, dimensées, prnciios © pices 281 ‘Todo métolo de ensino pr as, pata os alunos. O professor deve ter dominio das orientagées es, que vo desde o dominio das técnicas de estudo, de discussio em grupo, de indagacfo, entre outros. Dessa forma, professor ¢ alunos ividade,euja denorsinagiorespectiva¢ensinoeaprendizagem. es de ensinar e aprender implicam a realizagio de aividades pesqui ‘em método de ensino e método de aprendizagem, © método de ensino nio é tnico, Pelo contrério, existem diversos réstodos. Os professores, ao organizarem a aula, devem considerar que @ chave interpretativa dos métodos esti centrada na atengdo a um obj 0, a natureza do contetdo, bem como no aluno. Dessa os: globalizagao indi inspi ise grupais necesstam de métodos i uma diversidade de atividades de aprendizagem. O método de ensino nfo é tum camino linear para a consecugdo dos objetivos. 282 Papin Estos ensino adquirem signi pedagégico que expresse de que escola estamos falando, a que ensino nos teferimos e por qual transformagdo social estames lutando”. Com que: Uma gama de recursos di tuigdo educativa encarvega-se dos aspectos organizativos mais ‘extemos do processo didatico, como a distribuigiio dos alunos em relagto 20 professor e os componentes curriculares, organizago espacial gera os temporal se dé por perfodos escolares ou acadér te, meses, semanas, dias; ‘Aula: Gtnese, cimensées, rincpies » prdtcas, 283 189) apresentam uma classifieagao baseads ni os meios pessuem de pr 0 aluno direta € indi 3s de aprendizagem™. De acondo com os autores, a cla em torno de u8s possibilidades. A ‘empregando abjetos que podem serv ic fades, motivar\e dar sig contedidos. A segunda trata dos recursos ou meios escolares Inboratérios, biblioteca, video, globos terrestres, equipamentos ¢ materiais 38 reCUTs0s diditicos ou meios idanga ias do aprendizage izugho das escal io de simbolos ou imagens. Nesse conjunto, encontramos desde 0 material ipresso até as novas tecnologias. As possibilidades de comunicagio, a interago e a produgio de memorizagiioe nas tare! espagas educativos, da perspectiva de ambient complexas nfo eram mais do que o somat para a promogio da aprendizagem colaborativa. A organizagio das ferramentas de ambientes vittuais objetivam atividades de cunho escolar ou tendo em vista o papel ico € mediador do m razio do projeto colabor sco alguns + fazer constar elementos que consolidem propésites almejados na formagdo da pritica pedagésica; + adequar a ferramenta go professor ¢ s caracterstcas e neces- sidades dos alunos, visando &reflextoe & aprendizagem individual 180 em relagao & aprencl de objetivos comportams 284 Pagius Edtora ‘ula: Génese, dimenstes,prncipos @ paticas 285, unos “constroem oconhecimento, criando as suas préprias interpretagdes, os seus modos de organizar a informagio e as suas abordagens para resolverem problemas. Por outro lado, assuime-se que as aprendizagens slo processos eminentemente 5 p. 26) Nesse sentido, 2 avaliago deve abranger processos complexos do pensamentoe motivar os alunos para atesolugdo de problemas. Enecessério, portanto, propiciar tarefas de avaliago mais abertas, com diversificados procedimentos ¢instrumentos para coleta de informagio, e analisar de forma formagio ay Vale salintar que a avaliagdo procuraa izagZo da dimensdo socivafetiva. Nao hd separacao entre azo‘ emozio. HA uma preocupacio com o desenvolvimento de vatores necessérios para tuma vida saudvel, solidéria, para um ser humano sensivel. & uma avaliagio Sormativa alterativa, integrada ao ensino e & aprendizagem, A segunda raza gira em torno das teorias do currculo, O que interessa salientar € que os curriculos langam desafios para além da memorizagao de conhecimentos € de procedimentos rotineiros. Assim, um movimento reformista por parte dos governos tem pr de percursos educativos e formatives, pela aposta na educagio e formagio «0 longo da vida, pelo alargamento da escolaridade obrigat6ria, pela maior autonomia das escolas e, simultaneamente, pelo estabelecimento de 288 Papicus Esters aprendizagens e exercem pi responsavel memocistica, especificarnents, definir uma proposta de avaliagdo propésito fundamental de melhorar 2 aprendizagem, orientando o alu para a superagéo de suas d o desenvolvimento de aprendl ‘complexas, no desenvolvimento morale para o desenvolvimento dos alunos. A énfase situa-se claramente na avaliagSo Format Na verdade, a avaliaglo, quando conscientemente organizadi A avaliagdo formativa altemativa é uma construgdo social complexa. lum processo pedagégico integrado no ensino e na aprendizagem, que objetiva ‘a melhoria das aprendizagens dos alunos. Ela funciona como um processa de auto-avaliagdo. A avaliagfo, dessa perspectiva, pressupde uma partiha de responsabilidades entre professores e alunos. De forma sintéica, apresento ‘Aula: Conese, dmensses, prnciios © praticas 287 EE espancaeS OOS aS + Orgarizar seu propo processo 6} apendzagens, ropdstes ea ratureza do pro- + pariparatvemente dos processes de cascode ens edoaraizgdo, scrnzageme de avelacto; + propor tarts apropriadas acs + dosenvier as tales que hes sia] + cterencarseus procedirenios; + gusarssteretcamenieo eno resutamdeumaleescohaeliatva analsar sau prpro trabalho, por meio dearota comarca, deomspeceremecyiese de | aweantags, a TTT SOR) * Patra a OTT reasohsta re aos csecesesemapmaeeecen tne eee ocr. cscoepe, UiearoBecsoTqn ra CE tego de esac a pos poles prepress totalthonane css sees ‘olen desea. «fers eperrges, cen Cacrehcestansnenlaoece | sassnuersnpifse east ‘Tai responsebilidades principas de professorese alunos, estrturadas em torno dos eixos organizago, comunicagéo e feedback, sugerem que & enfase da avaliagio se coloque na concepeéo integrada de ensino ¢ la nose restringe & mensuragio nem é urna atividade isolada Sgica, Essas responsabilidades ressaltam a importancia da avaliagio formativa como um proceso articulader do trabalho pedagégico curricular como umaatividade mobilizadora do ensinoe da aprendizagem, flo sucesso e da autonomia do aluno. E privilegiada a interagio entre os alunos e entre estes € 0 professor. Onde: Organizagiio espacial da sala de aula Espago é um lugar de pertencimento, de convivencia, de relagbes, de movimento, Sentir-se bem ou nflo em um determinado espago de sala de 288. Paps Eatora (O pedagdgico € 0 sentido de pertenciment ‘gira em torno dos saberes orgunizados para a inve ‘ula: Genese, cimenstes, pincpios e préicas 208 ‘A aula ocupa um_espago pedagogico, especificados 143). &, portanto, espago da realizagio da existéncia, da construgo de iberes, do fortalecimento das relagOes humanas, do desenvolvimento pessoal e prof ional io. A idéia de ida por Almeida ‘Aaaula é também um espago de equilibrio e deseq equilrio e desequilfbrio no espago pedagégico & (2004). Para ele. a dade de agentes na instituigdo educativa © @ polifonia de vozes que renovam cada equipe criam a tensio pedag6zica Dessa perspectiva, s6 se instala um espaco educacional quando hi a polarizagio entre o muito ¢ 6 pouco, o mais eo menos, afaltae a abundancia, encontro da diferenca e, dessa maneira, cada situagio de equilfbrio é uma conquista para todos 0s integrantes da escola; nessa situagdo o grupo se cencarna em cada individuo e a escola se afirma e aponta para além de seus ures p89). Quando: © tempo na organizagio da aula Se aaula ¢ um processo, necessita de tempo cronolégico e pedagégico 2, se este & aproveitado com qualidade, maior quantidade de tempo supe também melhores processos. Portanto, o tempo pedagégico da aula é 0 tempo da produgao de conhecimentos e de construgio das relagdes interativas 250 Papin Edtora fem de ter como ing’ tempo cronolégico, produto efetivo real tempos sduto eal ‘Aula é um tempo permeado pela intencionalidade. £ o tempo de construgZo que estabeleceintengdese bus sua conereizagdo por meio de ages. Poranto, tem um resultado ideal exp o projeto colaborativo e um produ conhecimento da realidad coma qual se est lida, conhecimento dos meios e das condigdes para a rea cionalidades. Nesse sentido, a organizagio da aula como processo colaborativo sign ‘colaborativo da aula nfo seri uma realidade pronta ou acabada a ser proposta. ‘Aula: Génese, dimenstos, principio © priteas 261 2005, p. 75), a0 diseutir a q cescolares, assim se expressa anges da indoléncta eda acnonia das brincadeirss pi is num mundo onde tudo € medi aistratamente: tal dia, & as deverdo aprender rium duraehd predetermi tarde, is vezes muito depois, Quanto mais compartimentado for 0 tempo, mais hierarquizadas € ritualizadas serdo as relagbes sociais, profissionais, afetivas (Veiga 2004), © tempo esté ligado as preocupagdes e ocupagdes dos professores ¢ dos srofissionais da instituigfio educativa. Para alterar a qualidade do trabalho pedagégico ¢ ~especificamente = da aula, toma-se necessério que a escola reformule seu tempo, colocando como objeto de discussio negociagbes e regulamentagées, nos seguintes aspectos: o tempo da aula, o amano das turmas, a diversidade de tarefas rias dos professores, as atividades de formagio ¢ desenvolvimento profissional, a aividades ligadas & organizagzo escolar e & preparagio des ules, as aividades de acompanhamento ¢ avaliago do projeto politico ppedagégico e do proprio processo didtico, entre outros Quem, para quem: Os agentes da aula [Num momento em que as instituigdes educativas valorizam tanto a organizagao da aula, toma-se imposstvel nfo associar tal discussdo as figuras do professor e dos alunos. O professor que trabalha diretamente em sala de 202 Pans Estora percebidas nas modas de di enfatizar idesis, concepgGes, nos tipos de pergunta, nos avaliativos escritose orais, entre outros. Na relagiio peclagégi exerce diversas préticas de atos comunicativos caracter fe muitas vezes feforgaro seu papel social es autoridade na sala de id. p. 99). A autoridade do professor tem relago com 0 reconhecimento pelo aluno de seu papel ativo diglogo em sala de aula Para Cordeiro, a mobitizagiio 0 u de relagio pedagégica, t8m conseqiitncias importantes para as for se dario as interag6es © 08 padrdes de relago com o conhecimento fagem & usada pa A dimenstio pessoal do vinculo entre professor ¢ alunos € marcada por uma certa axsimetria, considerando-se que existe a “interferéa ogo de autoridade ¢ a admissio de ql externas ds préprias 1 5. sejam, 0 conhecimento, oe aprendizagem de um determinado saber” (ibid, p. 10 Aula: Ginase, dimanates, srncipos @ prabeas. 293, pela prevale professores em is 05 professor 08 nem deixam de lado 2 competéncia técnica, Os professares nobilizam 0 técnico, 0 politico e o afetivo em raziio do processo de aprendizagem de seus alunos ia de que arelacdo pedagégica se mento. Segundo Charlot (1996), as ento tém a marca da origem social, mas ndo sip jinadas por ela. Para compreender as relaces com 0 conhecimento, co autor desenvolve a idéia da necessidade de conhecer a histéria singular de cada um dos alunos, procurando aprender quais as relagdes que eles cestabelecem com a escola e com 0 conhecimento. De acorda com o referido autor, icamente, a didética ind (sobre a “transpos sobre as situages de ico), sobre os melhores meios a serem ‘cam o saber. (Charlot 2001, p. 17) Por um lado, 0 professor precisa compreender que a dimensio , cognitiva exige uma reflexdo sobre suas formas de relagdio com 0 rus Estos tOes levantadas slo importantes para mostrar que a organizagio didatica do aula como um projeto colaborative de acto imediata ndo & apenas um momento isolado da prética pedagégica. A organizacio diditica da aula como ago colaborativa pressupée: + um processo de construgtio coletiva, que deve emergir de uma * uma reflexio sobre a prépria prética pedagégica, que emerge de uma realidade concretae @ ela retoma com novas orientacdes; + um proceso de previsdo e organizagao da agio intencional Aantecipagdo das agbes ¢ atividades que vo ocorrer durante fim de evitar a rotina e a improvisagio: + uma forma mais segura de impedir a fragmentagio do conhecimento, a medida que forialece o grupo e desenvolve a colaboragi entre os diferentes protagonistas~professorese alunos: lade, a presenga dos prinetpios de Em face do exposto, posso reafirmar que o processo de organizagio ‘da aula voltada para arevisdo da pritica pedagégica caracteriza-se didi ‘usa: Ginase, cmensbes, pinipios @ prateas 295 probiematizam, dis ttividades propestas coleivamente. A propor; qu corganizagao di izagllo da pritica pedagdgica € parte da responsabilidade e do compromisso ético do professor com seus unos, com sua escola, com a educagio e com a sociedade. ARAUIO, LCS. de ensino’ ed. Campinas: Papirus BOAVIDA, A.M. ¢ PONTE, J.P, (2002). “Investigagio colaborativa Potencialidades e problemas”, In: GT! —Grupo de Trabalho e Investigago ~ (org.). Refletire investigar sobre prética profissional. Lisboa: APM. das representagbes sobre a A. (org). Técnicas de ensino: Por que, In: BOGGINO, N. (org). Convivir aprender y ensefar en el aula. Roséio: Homo Sapiens, pp. 93-108. CASTANHO, M.E. (2006)."Dimensio intencional doensino”, In: VEIGA, LRA. (org.). Ligdes de diddtica. Campinas: Papirus. CERTEAU, M.(2001).A inovagdo do cotidiano: Artes do facer, Petropolis: Vozes. CHARLOT, B. (1996). “Relagdo com saber e com a escola entre estudantes de, periferia”. Cadernas de Pesquisa, n.97 (malo). 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