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Introdução: 

A síndrome pós pericardiotomia (SPP) é uma complicação relativamente comum após


cirurgia cardíaca, com incidencia por volta de 10 - 40% e muito embora tenha baixa mortalidade,
acarreta em maior tempo de internação, custo hospitalar e impacto em morbidade.A fisiopatologia
ainda não é completamente conhecida, mas sabemos que a inflamação tem um papel imprescindível
no seu desenvolvimento. Acredita-se que a lesão na pleura e no pericárdio, a presença de sangue no
saco pericárdico, o uso de circulação extracorpórea e a lesão de isquemia-reperfusão podem
desencadear uma reação inflamatória local e sistêmica que podem desencadeear a SPP. Após o
estabelecimento da síndrome, o tratamento de escolha é com o uso de antinflamatorios não
esteroidais (AINEs) em combinação com colchicina. Sendo que o uso de corticoides fica reservado
para os casos refratários ao tratamento inicial. Relato de caso: Paciente masculino, 56 anos, deu
entrada no Instituto do Coração com indicação de cirurgia cardíaca por aneurisma de aorta
ascendente de 5,6 cm associado a válvula bicúspide e padrão coronariano triarterial. Submetido a
cirurgia no dia 07/02/2020 com reconstrução da raiz da aorta e aorta ascendente associada a troca
de válvula aórtica por prótese mecânica, pela técnica de Bentall de Bono modificada, além de
revascularização miocárdica. Apresentou no 2º dia de pós-operatório (PO) quadro de fibrilação
atrial, sendo optado pelo controle da frequência. No 6º dia de PO apresentou quadro de dispneia,
com dessaturação, febre e aumento da proteina-C-reativa. Realizado tomografia de tórax e
ecocardiograma transtorácico, que excluiram processo infeccioso e evidenciaram derrame pleural e
pericárdico moderados, sendo feito o diagnóstico de síndrome pós pericardiotomia e iniciado
tratamento com prednisona 0,5mg/kg/dia e colchicina 0,5mg 12/12h, repetidos exames, com
resolução completa do quadro em 3 dias, sendo prosseguida com a alta hospitalar. Conclusão: O
caso clínico apresentado diz respeito à síndrome de pós pericadiotomia com diagnóstico feito após
exclusão de quadro infeccioso. Após introdução do tratamento o paciente teve remissão completa
do quadro com resolução do derrame perdicárdico após ecocardiograma de controle.

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