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Apostila Teórica - Cozinha Clássica Italiana e Francesa e Contemporânea 2022 - 2
Apostila Teórica - Cozinha Clássica Italiana e Francesa e Contemporânea 2022 - 2
2022/2
Universidade Cruzeiro do Sul
São Paulo
2022
2
Universidade Cruzeiro do Sul
2022
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Introdução à disciplina: 5
Contextualização à disciplina: 5
França 6
Técnicas e tendências 97
Criando um menu 104
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Introdução à disciplina:
Contextualização à disciplina:
5
França
6
Grandes chefs franceses
LA VARENNE
François Pierre La Varenne nasceu em 1615, na França, onde foi um dos
cozinheiros mais importantes de sua época. Foi o autor de Le Cuisinier François (1651) e
Le Pâtissier François (1653), alguns dos livros de receitas mais influentes nos princípios
clássicos da cozinha francesa. La Varenne rompeu com as tradições italianas que
revolucionaram a culinária francesa medieval e renascentista no século XVI e início do
século XVII. No livro Le Cuisinier François, rompeu com o jeito medieval de cozinhar,
condenando o uso exagerado de temperos, o que omitia o sabor verdadeiro dos
alimentos, criando um dos princípios básicos da culinária francesa - temperos para
complementar, e não para esconder ou imitar o sabor. Foi dado especial cuidado para o
cozimento de carnes, a fim de extrair o máximo sabor. Os vegetais e pescados tinham
que ser frescos e cozidos no ponto ideal. As preparações passaram a respeitar a
integridade gustativa e visual dos ingredientes.
La Varenne era responsável pelas refeições de reis, duques e marqueses, e
revolucionou a cozinha do século XVII inovando e descrevendo experimentos culinários
praticados até hoje, tirando a cozinha da Idade Média e trazendo uma gastronomia mais
leve e natural. Ele ainda definiu padrões sequenciais de refeição, como por exemplo
entradas e pratos principais salgados e doces como sobremesa, banindo o gosto
renascentista italiano por misturar ingredientes doces e salgados no mesmo prato ou na
mesma parte da refeição.
La Varenne foi o principal membro de um grupo de Chefs franceses, composto por
outros especialistas em cozinhas e banquetes, escrevendo para um público profissional,
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que codificou a cozinha francesa na era do rei Luís XIV. Os livros de receitas escrito pelo
seleto grupo de La Varene redigiu obras de cozinha que foram utilizadas até a Revolução
Francesa.
CARÊME
Marie-Antoine Carême nasceu em 1784 e foi um Chef francês expoente do
elaborado estilo da La Haute Gastronomie (Alta Gastronomia) ou Grande Cuisine, o
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estado da arte da culinária francesa, sendo um estilo grandioso da gastronomia e
reconhecido em todo o mundo. Carême é freqüentemente considerado um dos
primeiros Chefs celebridade de renome internacional.
Aos 10 anos de idade, Carême iniciou a sua carreira como assistente de cozinha
em um pequeno restaurante em Paris, em troca de um local para comer e dormir. Em
1798, ele formalmente se tornou aprendiz de Sylvain Bailly, um famoso padeiro com uma
padaria em Paris, próximo ao Palais-Royal, um bairro de alto padrão, com movimentos de
moda e vida agitada em Paris, onde rapidamente teve o seu talento reconhecido e abriu
sua própria loja, a Pâtisserie de la Rue de la Paix, que manteve até 1813.
Ele ganhou fama em Paris construindo verdadeiras obras de arte, partindo somente
de ingredientes simples, como açúcar, massa e recursos de confeitaria. Produziu peças
com muitos pés de altura, adornando a sua vitrine e chamando a atenção dos comensais.
A ele, são creditadas várias invenções clássicas de confeitaria.
Carême fez vários trabalhos e criações principalmente para um famoso e influente
diplomara francês e gourmand, Charles Maurice de Talleyrand-Périgord, o que lhe
p er m i t i u tr a ba l ha r c om o utr os m em br o s d a al ta soc i ed ad e pa r i si e ns e ,
incluindo Napoleão Bonaparte. Napoleão sempre foi idiferente à gastronomia, mas
entendia a importância do papel da culinária nas relações sociais dos processos
diplomáticos, e com isso, forneceu à Talleyrand recursos para a compra do Château de
Valençay, uma grande propriedade fora de Paris, para onde ele destinou Talleyrand.
Napoleão pretendia transformar o castelo em uma espécie de lugar destinado a encontros
diplomáticos. Quando Talleyrand se mudou para lá, ele levou Carême com ele. Lá,
Carême foi desafiado por Talleyrand a criar vários menus em um único ano, utilizando
apenas produtos sazonais e sem repetir um único menu. Carême passou no teste e
completou o seu aperfeiçoamento nas cozinhas do Chateau de Valençay.
Após a queda de Napoleão, Carême foi a Londres por um período e trabalhou
como Chef de Cuisine ao Príncipe Regente, que se tornou o Rei George IV. Voltando ao
continente, ele aceitou o convite do Czar Alexander I para se mudar para São Petersburgo
e se tornar o cozinheiro oficial do Czar, mas ficou tão brevemente que não preparou nem
uma refeição sequer. Ao retornar a Paris, ele se tornou chefe do banco James Mayer
Rothschild.
O impacto de Carême sobre assuntos culinários variou de trivial a teórico. Ele é
creditado com a criação do chapéu padrão do chef, o toque, ele projetou novos molhos e
pratos, e ele publicou uma classificação de todos os molhos em grupos, e classificando os
molhos mãe - Béchamel, Espanhol, Holandês e Velouté com base em quatro molhos de
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mãe. Car6eme também substituiu o estilo de serviço à francesa, onde todos os pratos são
servidos de uma única vez, ao estilo buffet, pelo serviço à russe, onde cada prato é
servido de acordo com a ordem pensada em um menu.
Carême escreveu vários livros sobre culinária, além de centenas de receitas,
planos de menus e configurações de mesa opulentas, e mais um histórico de culinária
francesa com instruções para organizar cozinhas e definições de posições de brigada.
Carême morreu em sua casa, na cidade de Paris aos 48 anos, por complicações
pulmonares decorrentes dos muitos anos inalando os fumos tóxicos do carvão sobre o
qual ele cozinhava. Ele é lembrado como o fundador do conceito de Alta Gastronomia e
está enterrado no cemitério de Montmartre, em Paris.
Carême estabeleceu a grande cuisine e escreveu um tratado cuidadoso detalhando
numerosos pratos e molhos em sua obra, La Cuisine Classique, e em outros volumes. A
grande cuisine sugeria uma sequencia de refeição baseada em uma "carte" disponível na
cozinha. É dessa nova filosofia que surge o que se conhece por restaurante à la carte
(com cardápio pré definido). A proposta de Carême foi levada adiante por seus
sucessores – Dugleré, Urbain Dubois e Escoffier.
ESCOFFIER
Georges Auguste Escoffier foi um Chef francês nascido em 1846. Foi restaurateur e
escritor culinário, popularizando a atualizados as técnicas e métodos tradicionais
franceses de cozinha. Grande parte da técnica de Escoffier foi baseada na de Marie-
Antoine Carême, porém a sua principal conquista foi simplificar e modernizar o elaborado
e ornamentado estilo de Carême. Em particular, ele codificou as receitas partindo agora
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de cinco molhos mãe os cinco molhos de mãe, Béchamel, Espanhol, Holandês, Velouté e
incluindo o molho de tomate nesta categoria.
Escoffier era reconhecido como o “rei dos cozinheiros e cozinheiro dos reis" , se
tornando o pireipal Chef de cozinha da França no início do século XX.
Além das receitas criadas e reinterpretadas por ele, Escoffier elevou o status de
cozinheiro para uma profissão respeitada e extremamente disciplinada e organizada.
Escoffier nasceu próximo a Nice. A casa onde nasceu é hoje em dia o Museu da
Arte Culinária, administrado pela Fundação Auguste Escoffier.
Com apenas treze anos de idade Escoffier trabalhou com seu tio em um
restaurante em Nice, onde demonstrou enorme aptidão para o gerenciamento de cozinha,
e logo foi contratado por um grande hotel da região, e aos 19 anos foi contratado para
trabalhar como aprendiz da praça de cocção de assados no Le Petit Moulin Rouge, em
Paris. Porém pouco tempo após a sua chegada à cidade, foi convocado pelo exercito para
o serviço militar obrigatório, onde recebeu o cargo de chefe do exército.
Escoffier passou quase sete anos no exército, sendo o militar mais graduado e com
posição principal em vários quartéis de toda a França, onde recebeu a incumbência de
trabalhar como chef de cozinha do Exército do Reno, após o início da guerra franco-
prussiana em 1870. Suas experiências no exército o levaram a estudar a técnica de
conservas de comida.
Em 1878, ele abriu seu próprio restaurante, Le Faisan d’Or, em Cannes, onde se
casou em 1880.
Em 1884, se mudou para Monte Carlo, onde foi empregado pelo empresario e
hoteleiro César Ritz, para trabalhar como gerente do novo Grand Hotel, assumindo o
controle das cozinhas em Monte Carlo durante o inverno, e durante os verões, as
cozinhas do Grand Hôtel National em Lucerna, também administrado por Ritz.
Em 1890, a César Ritz e Escoffier aceitaram um convite do para administrarem o
novo Hotel Savoy, em Londres. Ritz então juntou o que ele se referia como "um pequeno
exército de homens de hotel, para a conquista de Londres", enquanto Escoffier recrutou
cozinheiros franceses e reorganizou as cozinhas. O Savoy, agora sob administração de
Ritz e seus sócios foi um sucesso imediato, atraindo uma clientela distinta e de levada
posição social, liderada pelo Príncipe de Gales. Gregor von Görög, chefe da família real,
era um entusiasta da zelosa organização de Escoffier. As mulheres aristocráticas, até
então desacostumadas a jantar em público, agora eram vistas nas salas de jantar do
Savoy.
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Escoffier criou muitos pratos famosos no Savoy, porém em março de 1898, Ritz e
Escoffier foram demitidos do Savoy, sendo acusados de fraude, facilitações e desvio de
produtos.
Ritz e Escoffier ainda criaram a a Ritz Hotel Development Company, companhia
responsa’vel pelo recrutamento e gerenciamento de cozinheiros e equipes completas de
brigadas, prestando serviços para o Ritz de Paris e Carlton, de Londres.
Em 1913, Escoffier assumiu a responsabilidade de realizar uma experiência
culinária a bordo do Imperator, um dos maiores navios da rota Hamburgo - Nova Iorque,
onde realizou um trabalho primoroso sendo reconhecido pelo próprio Kaiser alemão
Wilhelm II, como o Imperador dos Chefs.
Escoffier ainda trabalhou durante a Primeira Guerra, vindo a se aposentar das
cozinhas em 1920.
Em 1928, ele ajudou a criar a Associação Mundial de Sociedades de Chefs (World
Association of Chefs' Societies - WACS) e tornou-se seu primeiro presidente.
Escoffier publicou o Le Guide Culinaire , que ainda é usado como um trabalho de
referência importante, tanto na forma de um livro de receitas como de um livro de texto
sobre a culinária. As receitas, as técnicas e as abordagens de cozinha da Escoffier
continuam a ser altamente influentes hoje em dia, e foram adotadas por chefs e
restaurantes, não só na França, mas também em todo o mundo.
Escoffier morreu em 12 de fevereiro de 1935, aos 88 anos, duas semanas depois
de sua esposa.
Nouvelle Cuisine
Nouvelle Cuisine é um termo que designa a abordagem para a culinária e a
apresentação de comida na cozinha francesa, criada na década de 1960, que é
caracterizada por pratos leves, delicados em que há uma maior ênfase na apresentação
das produções, criando um contraste com a cozinha praticada até então. O termo foi
popularizado na década de 1960 pelos críticos Henri Gault e Christian Millau, em seu
guia de restaurantes Gault-Millau.
Historicamente o termo “Nouvelle Cuisine" tem sido usado várias vezes na história
da culinária francesa, para marcar uma ruptura limpa com o passado. Nas décadas de
1730 e 1740, vários escritores franceses enfatizaram sua ruptura com a tradição,
referindo-se à cozinha da época como "moderna" ou “nova". Nos anos 1880 e 1890, a
culinária de Auguste Escoffier também foi descrita pelo termo. Porém o estilo que Gault-
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Millau se referia, era uma reação à cozinha francesa clássica, colocada em primeiro plano
por Escoffier.
Gault e Millau "desenvolveram uma fórmula" contendo dez características deste
novo estilo de culinária. As dez características identificadas foram:
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Apesar do legado controverso da Nouvelle Cuisine, é inegável que muitas das suas
características foram integradas na cozinha atual, como por exemplo:
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Antigamente, os molhos eram utilizados para disfarçar o odor desagradável de
alimentos que começavam a deteriorar, e eram compostos basicamente de vinagre, sal,
azeite e cebola.
Além disso, os molhos devem ser compatíveis com o prato, com o estilo de serviço,
com o método de cocção e com o sabor final da preparação.
MOLHOS MÃE
Os 5 molhos mãe são:
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MOLHO BÉCHAMEL
Molho à base de leite, roux branco e complementos aromáticos, com sabor e
textura cremosa. É um molho de grande importância devido a seu caráter neutro e suave/
cremoso.
Se preparado adequadamente, o resultado do béchamel deve ter um sabor
cremoso e uma coloração clara, que reflita seu ingrediente principal, o leite. Deve ser
cozido durante o tempo necessário, em fogo brando, para não ficar com gosto de farinha
ou grumos. Embora se trate de um molho opaco, o béchamel deverá ter uma coloração
final brilhante e ligeiramente marfim.
O béchamel pode ser preparado com diferentes consistências, de acordo com a
preparação no qual será utilizado. Na consistência mais leve, o béchamel pode ser
utilizado como base para sopas, na consistência média pode ser usado como molho. O
béchamel mais denso serve de base para recheios e pratos assados e gratinados.
MOLHO VELOUTÉ
O nome deste molho, que é a base para inúmeros molhos brancos, é traduzido do
francês como “aveludado, suave e macio ao paladar”. O velouté é feito à base de fundo
claro, roux amarelo e ingredientes aromáticos, e deve seguir alguns padrões de
qualidade:
• Seu sabor deve refletir o sabor do fundo utilizado, ou seja, quase neutro;
• Deve ter coloração pálida em tons marfim, nunca acinzentada;
• Sua aparência deve ser translúcida e brilhante;
• A textura deve ser aveludada, sem grumos ou traços de farinha de trigo;
• O molho deve ser encorpado, ter consistência de nappé médio.
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MOLHO ESPANHOL
É o molho base de preparo de todos os molhos escuros. Não costuma ser servido
em seu formato original, mas ainda é muito utilizado nas cozinhas dos bons restaurantes.
É usado para preparar demi-glace.
Aspectos importantes no preparo do molho espanhol:
• Partir de bons ingredientes. O fundo deve ser aquecido e provado antes de ser
incorporado ao molho;
• A adição de mirepoix deve ser feita com cautela, pois se o fundo utilizado já estiver
bastante aromatizado, esta adição se torna desnecessária;
• O purê de tomate deve ser caramelizado e cozido propriamente, podendo ser
substituído por extrato, tomate fresco ou até mesmo molho de tomate*;
• O roux escuro contribui muito na textura e sabor final deste molho e deve ser bem
preparado (alguns chefes costumam preparar este roux no forno para evitar que queime e
fique amargo);
• Utilizar sempre roux quente com líquido frio e roux frio em líquido quente.
MOLHO DE TOMATE
Há várias formas de se produzir molho de tomate. Em algumas versões utiliza-se o
azeite de oliva como gordura, em outras, banha de porco ou manteiga. Sua textura é
menos aveludada e refinada do que a dos demais molhos mãe e, por este motivo, o
molho de tomate levou mais tempo para ser reconhecido como um dos grandes molhos.
O molho deve ter um sabor forte de tomate, sem traços de amargor, acidez ou
doçura. Os demais ingredientes adicionados ao molho devem complementar o sabor, sem
se destacar de qualquer maneira.
Depois de pronto, o molho pode ser guarnecido e decorado com os ingredientes
desejados, de acordo com a utilização do mesmo.
A textura final deve ser de nappé e a cor levemente opaca. Todavia, se cozido,
coado e processado corretamente, o molho terá uma cor marcante e um leve brilho.
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O molho de tomate é o acompanhamento mais apropriado para produções
crocantes (fritas), pratos à base de vegetais, massas e alguns salteados.
MOLHO HOLANDÊS
Molho clássico francês elaborado com manteiga clarificada, gemas, ácido, sal e
pimenta. Este molho transformou os pratos cozidos à base de ingredientes como vegetais
e peixes em algo especial. O molho holandês pertence ao grupo de molhos emulsionados
(emulsão é a mistura mecânica de dois líquidos que não se misturam naturalmente, como
por exemplo água e óleo), e é um molho bastante frágil por não se tratar de uma
verdadeira mistura, podendo separar-se facilmente. O molho deve ter uma textura
aveludada e macia, coloração ligeiramente amarelada e sabor marcante de manteiga,
levemente ácido.
MOLHOS CONTEMPORÂNEOS
Estes molhos não pertencem nem à categoria de molhos mãe, nem à categoria de
molhos compostos, e costumam serem preparações que exibem uma variedade muito
grande de ingredientes, possibilitando uma série de novas criações.
A função dos molhos contemporâneos, entretanto, é a mesma dos molhos mãe e
seus compostos: dar sabor, textura, umidade e cor às preparações.
Distinguem-se dos molhos mãe nos seguintes aspectos:
• Demoram menos tempo para ser preparados;
• São específicos para algumas preparações e/ou técnicas específicas;
• Podem ser engrossados e finalizados mediante o uso de emulsões, amidos
modificados, ou reduções, e quase nunca o roux;
• Não permitem derivações.
JUS LIÉ
Molho produzido pela recuperação dos sucos de cocção que, em cozinhas
comerciais, substitui o demi-glace, uma vez que seu preparo é mais rápido. Pode ser
espessado por redução ou com amidos, que agem mais depressa do que outros agentes
espessantes. O sabor é menos rico e encorpado e a textura mais leve que o demi-glace.
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BEURRE BLANC / BEURRE ROUGE
Molho feito com vinho seco e cebola picada, reduzido em fogo médio, ao qual se
acrescenta, gradualmente, manteiga sem sal, formando uma emulsão. Acompanhamento
ideal para peixes e vegetais. O beurre blanc tem textura e leveza semelhante ao molho
holandês. Seus três ingredientes básicos são: echalotas, vinho e manteiga.
O beurre rouge é um molho preparado da mesma forma, com a substituição de
vinho branco por tinto. Um bom beurre blanc e um bom beurre rouge têm sabor neutro, o
que favorece a percepção de sabores de outros temperos quando adicionados, como por
exemplo, ervas, especiarias e purê de vegetais, complementando assim os pratos que ele
irá acompanhar.
A coloração básica é pálida e brilhante, e somente se altera mediante a introdução
de outros ingredientes saborosos.
MANTEIGAS COMPOSTAS
Fazem parte do rol dos molhos contemporâneos e são consideradas um tipo de
molho usado na finalização de carnes grelhadas ou assadas. A manteiga é aromatizada
com uma série de ingredientes, como ervas, nozes, raspas da casca de frutas cítricas,
alho, échalotes, gengibre e vegetais. Ela dá sabor, cor e textura a vários outros molhos e
preparações.
Podem ser preparadas com muita antecedência e armazenadas em embalagem
plástica sob refrigeração por muitos dias, sem perder a qualidade.
COULIS
Purê de legumes ou de frutas, aquecido em banho-maria ou cozido em fogo lento,
que, no final, pode ou não receber manteiga ou creme de leite.
SALSA
Molho de origem mexicana, composto por legumes, ervas e às vezes frutas, quase
sempre cruas, para que mantenham a sua natureza crocante. São sempre frias e
acompanham pratos quentes ou frios.
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COMPOTA
Preparação à base de legumes ou frutas inteiras, geralmente banhados em uma
calda, azeite ou vinagre, com ervas e/ou especiarias.
RELISH
Preparação de origem indiana que se assemelha ao chutney, mas é mais
condimentada. Trata-se de um purê agridoce feito de frutas e vegetais ao qual se
adicionam condimentos e especiarias.
CHUTNEY
Preparação de origem indiana, em forma de geléia agridoce e picante, feita com
vários tipos de frutas ou vegetais cozidos em vinagre e ervas aromáticas. Normalmente
serve-se frio.
VINAGRETE
Emulsão temporária de ácido e óleo, originalmente preparada com vinagre, azeite,
sal e pimenta. Pode-se produzir inúmeras variedades de vinagrete, dependendo do tipo
de ingrediente adicionado à composição inicial.
INFUSÃO DE ÓLEOS
Óleos aromatizados com ervas, especiarias, etc.
SABAIONES SALGADOS
Introduzidos com a Nouvelle Cuisine, resultam da mistura de gemas com fundos de
cocção, azeite de oliva ou creme de leite, ervas, vinho seco ou champanhe, obtido pelo
mesmo processo de um sabaione doce (emulsionado em banho-maria).
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Entretanto, alguns molhos mais delicados, como os à base de creme de leite, devem ser
aquecidos em banho-maria.
Por mais simples que pareça a preparação de um molho, o Chef que os prepara
deve ser extremamente habilidoso e seguir os princípios básicos de preparo e de
armazenamento, o que resultará em um molho perfeito.
VOCÊ SABIA?
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• Poissonier: Prepara peixes.
• Garde manger: Responsável pela cozinha fria, ou seja, pelo preparo de patês,
terrines, canapés, saladas e molhos frios.
• Boucher: Faz parte do Garde Manger, é responsável pela limpeza, desossa e corte
de carnes e aves.
• Tournant: Não tem uma praça específica, trabalhando onde for necessário.
A gastronomia francesa
A comida e a cozinha são relacionadas à identidade de um povo, são seu
patrimônio cultural. As tradições alimentares não são estáticas e, por isso, houve um
processo importante de transformação na cozinha entre a culinária e a gastronomia.
Uma forma das pessoas participarem da vida social, política e cultural francesa
era através do interesse pela comida, além da importante culinária exercida para a
nobreza em suas residências. Os primeiros restaurateurs (proprietários de
restaurantes) de Paris eram beneficiários do sistema de privilégios e status do
regime antigo, e não suas vítimas, ao contrário do que dizia o senso comum a
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respeito do surgimento do restaurante, que afirmava que seu aparecimento decorreu
pelo desemprego dos chefs de cozinha da aristocracia pós Revolução Francesa.
Este tinha que se estabelecer por conta própria e possibilitou assim, a
democratização do acesso dos plebeus à culinária refinada e exclusiva da nobreza.
Muito comum era encontrar o menu du jour, um cardápio do dia, sugerido pelo
chef, com opções de entrada, prato principal e sobremesa, ou uma combinação
entre eles, a um preço acessível. Na maioria dos lugares, eram servidas opções de
entrada e prato principal ou prato principal e sobremesa, o que dava um toque
diferenciado ao significado do menu.
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por uma rivalidade entre a culinária e a medicina, tendo em vista também os
acessórios que utilizam até hoje, como garfos, pinças, facas e tesouras.
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A partir do momento que a alta burguesia e os nobres passaram a ser atraídos
pelas seleções de cardápios e pelo atendimento dentro de um restaurante, este
passa a ser procurado também pela população restante, e claro, diferenciado pelo
valor que cobrava e pelo cardápio e serviço oferecidos.
A tradução para este tipo de casa seria mesa do anfitrião, que era quem
determinava aos clientes o que iriam comer, em qual horário e quanto iriam pagar. À
época, fim do século XVIII, os frequentadores reclamavam constantemente pela falta
de qualidade da comida servida, e além disso, os clientes que chegavam mais cedo,
comiam mais e melhor, pois escolhiam a parte que mais lhe interessavam do prato
servido.
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O café era caracterizado normalmente por balcões ao ar livre, que serviam
inicialmente somente a bebida café, mas em seguida passaram a vender outros
tipos, como o chá e o chocolate quente. O chocolate quente veio da Espanha, assim
como alguns produtos específicos de Viennoiserie, que se refere a produtos feitos a
partir de fermento biológico, semelhante aos pães, mas com ingredientes que os
aproximam da confeitaria, e Patisserie, que se refere a produtos de confeitaria.
Foi neste tipo de estabelecimento que surgiu uma brigada de salão, ou seja,
funcionários que trabalham no salão de um restaurante, como garçon, mâitre, chefe
de sala. Eram pessoas mais treinadas e preocupadas em servir o cliente bem. O
mesmo ocorreu na cozinha, com o aparecimento da brigada de cozinha, com todas
suas divisões definidas.
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França - regiões
• Paris e Île-de-France:
• Bourgogne e Franche-Comté:
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parte levam a bebida em sua composição, com destaque para o Boeuf à la
Bourguignonne. Borgonha também é o local de criação da mostarda Dijon.
• Lyon e Rhône-Alpes:
• Poitou-Charentes e Limousin:
Essa região é berço do cassoulet e também é conhecida pela sua água mineral
de excelente qualidade. Queijos Roquefort, trufas e cogumelos de qualidade
superior são provenientes dessa região
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• Provence e Cote d’Azur:
Na Provence são cultivadas frutas, legumes, ervas e a maior parte das azeitonas
que abastecem a França. A cozinha da Provence é rica em cores, aromas e sabores
e se caracteriza por ser saudável e natural.
• La Corse:
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Norte e Nordeste da França
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vários, com combinações magníficas de produtos da terra e da caça, charcutaria, peixes e
cogumelos dos bosques.
Apesar da quiche ser um prato tradicional da culinária francesa hoje em dia, sua
origem é alemã, época em que a Lorena era um reino medieval. A famosa quiche Lorraine
original nasceu no século XVI e era uma torta aberta recheada com creme feito leite e
ovos, acrescido de bacon defumado. Apenas mais tarde, o queijo foi acrescentado à
quiche Lorraine. A palavra "quiche" vem do dialeto da região de Lorraine, dialeto que
mistura fonemas franceses e alemães, "kuchen" que significa torta.
Logo após a Segunda Guerra Mundial, a quiche se tornou conhecida na Inglaterra
e, na década de 1950, nos Estados Unidos. Atualmente, encontra-se uma grande
variedade de quiches, desde a original Lorraine, até aquelas com alho-poró, champignon,
espinafre, e outros.
O pão de especiarias e o mel da região de Vosgues e os os biscoitos de amêndoas
de Lorena, também são conhecidos em todo país.
A cozinha da Alsácia é fortemente influenciada pela culinária alemã, caracterizada
pelo uso da carne de porco em vários pratos. A charcutaria é muito marcante na região, e
tem como ponto alto o choucroute garnie.
O choucroute garnie é um prato simples de chucrute com bacon, lombo de porco
defumado ou joelho de porco e salsichas frescas e defumadas – entre elas o boudin blanc
(linguiça de porco branca), boudin noir (morcela preta) e salsicha de Estrasburgo (uma
salsicha gorda). Deve acompanhar batatas cozidas e moustarde de Meaux. Para
harmonizar, um copo de vinho Riesling alsaciano gelado.
Outro prato maravilhoso da cozinha alsaciana é o porc aux deux pommes, uma
carne de porco servida com batatas e maçãs.
A salada de batatas com salsicha, deve ser servida quente e mostra a influência alemã na
comida alsaciana.
Outras especialidades alsacianas são o baeckeoffe, um tipo de ensopado; a
fleischnacka, um “rocambole” feito de massa fresca de ovos, recheada de carne cozida,
ovos e temperos. No sul da Alsácia, também chamado Sundgau, a carpe frite (carpa frita)
é famosa.
O brioche é um pão amanteigado enriquecido com ovos. Na Alsácia, os vários tipos
e formas de brioches são associados a festividades – o neujohweka é o brioche de Ano
Novo e os bonshommes, os do dia de São Nicolau (6 de dezembro).
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Além dos famosos Brie de Meaux e Munster da Alsácia, a região Nordeste tem
queijos menos conhecidos, mas igualmente saborosos, como os Maroilles, Vieux, Lille,
Boulette d'Avesnes, Dauphin, Rollor e Coulommiers picantes.
O queijo ocupa lugar de destaque à mesa dos franceses, independentemente da
refeição.
Das centenas de variedades de queijos, muitos possuem a classificação AOC
(Appellation d´Origine Contrôlée), que certifica o tipo de leite utilizado, os métodos de
produção e o tempo de maturação.
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Noroeste da França
A região é banhada pelo Canal da Mancha, com 480 quilômetros de costa, e por
isso, encontra-se uma grande quantidade de peixes e frutos do mar.
Pratos com produtos do mar, carneiro salgado, sidra e aguardente de maçã são
típicos da cozinha bretã. Também se inclui o queijo de coalhada fresca ou leitelho e
as galettes, que antigamente eram comidas simples, mas hoje faz parte da cozinha
regional chique.
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Na Basse-Bretagne, a receita também é feita com trigo de sarraceno, mas eles a
chamam de crêpe de blé noir (crepe de trigo preto), pois adicionam também ovo,
leite e farinha de trigo. A massa é bem fina, crocante, assada dos dois lados, tem
superfície lisa e fica quebradiça quando pronta.
A sidra também é utilizada para cocção de alguns pratos, como exemplo, o tripe
à la mode de Caen, um prato típico da Normandia, que leva dobradinha e legumes
cozidos lentamente na sidra.
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O fruits de mer é uma seleção de frutos do mar, que inclui ostras, amêijoas,
mexilhões, caranguejos, lagostins, búzios, camarões e litorinas. São servidos,
normalmente, sobre gelo e algas marinhas e tem como acompanhamento, limão,
molho de cebolinha e vinagre, vinho Muscadet resfriado, pão de centeio fresco e
manteiga.
Outro produto típico da região é o Sel de Guérande. Cristais de sal marinho puro
são raspados pelos fazendeiros da Península de Guérande, localizada a sudeste da
Bretanha. Este sal natural retém todos os sais minerais e o inconfundível aroma do
mar.
Produtos característicos:
A GASTRONOMIA LIONESA
A base da gastronomia lionesa foi definida no início do século XVIII pelas
chamadas mères (mães), que eram mulheres que trabalhavam para famílias de classe
alta e mais tarde, abriram seus próprios restaurantes. Assim, os conhecimentos foram
passados de geração a geração, chegando até os famosos Chefs contemporâneos, como
o célebre Paul Bocuse.
Bocuse foi um chef de cozinha, conhecido pela alta qualidade de seus restaurantes
e pelas suas abordagens inovadoras à cozinha. Fez muitas contribuições para a
gastronomia francesa, tanto direta quanto indiretamente, porque teve inúmeros
estudantes, muitos dos quais se tornaram Chefs notáveis. Bocuse foi considerado um
embaixador da cozinha francesa moderna.
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O principal restaurante de Bocuse é o Auberge du Pont Collonges, que serve um
menu tradicional há décadas. Possui nota máxima de três estrelas no Guia Michelin há
cerca de quarenta anos.
O Franche-Comté e o Jura contribuem para a variedade regional com embutidos
defumados, queijos, óleo de nogueira e peixes de lagos supridos pelas geleiras. Em
Auvergne, os pratos regionais apresentam presuntos salgados, queijos, batatas, repolho e
lentilha.
A mostarda de Dijon é o condimento básico na França. Seu sabor diferente é o
resultado da combinação de sementes de mostarda de alta qualidade, do vinho local e de
verjus (suco de uvas verdes). Pode ser encontrada nas variedades cremosa ou em grãos.
Um prato típico que leva mostarda de Dijon é minute steak dijonnaise. Um filé, que
pode ser vitela, coelho ou porco, servido com molho de creme de leite e mostarda.
O boeuf bourguignon é o famoso, clássico e mais refinado cozido na França. A
carne usada pelos borgonheses é, normalmente, a de gado Charolais. A carne marinada é
lentamente cozida em vinho Borgonha ou Beaujolais até que fique macia. Cubos de
bacon, cebolas novas e cogumelos são acrescidas.
Um outro prato borgonhês famoso é o oeufes en meurette – ovos pochês em vinho
tinto com molho de cebolas, cogumelos e bacon.
Os escargots à la bourguinonne são servidos com salsinha e manteiga de alho, e
necessitam de pinças para serem retiradas das conchas.
Uma especialidade de Auvergne é o Falette, um peito de carneiro recheado,
servido quente com repolho refogado ou com feijão. Outro prato típico de Auvergne é a
carne de porco salgada com lentilhas. A carne é salgada e fervida em vinho com lentilhas
de Puy.
O Frango de Bresse, é um frango de origem controlada, servido com molho
cremoso e ervas-mouras silvestres.
O mais famoso embutido de Lyon é a Rosette de Lyon. Feito com carne de pernil e
servido em finas fatias. As Andouillettes à la Lyonnaise são linguiças recheadas com
vitela, e são servidas com cebolas fritas, receita típica lionesa.
O Centro da França produz a mais rica seleção de queijos do país. Há os
cremosos, os fortes, e os Epoisses da Borgonha, mergulhados em conhaque. Também há
os tipo suíço dos Alpes, usados em fondue, o Cantal tipo cheddar e o Roquefort.
Os exemplos de queijos borgonheses são o Epoisses, Pipo Crem e Bleu de
Bresse. Os alpinos, Tomme au raisin, Raclette, Ementhal Français e Vacherin. E os do
Maciço Central, St. Nectaire, Roquefort, Fourne d'Ambert e Cantal.
37
Em Auvergne, o gado Salers local ainda é mantido em estábulos no nos vales
durante o inverno e conduzido a pastos na montanha no verão. A grama viçosa e as flores
- genciana, murta e anêmona – que o gado come, produzem um leite aromatizado, base
do queijo da região, o Cantal. Esse queijo é o ingrediente básico do alligot – purê de
batatas e queijo temperados com alho, um dos pratos mais famosos da região.
As sobremesas típicas da região são a torta de nozes e pêra, com duas camadas
de massa feita com nozes moídas e recheada com fatias de pêra; e o flan de cerejas ou
clafoutis, feito com cerejas escuras, coberto de creme e regado com kirsch.
A fama dos vinhos da região vinícola de Bourgogne se espalhou pela Europa no
século XIV, com os duques de Valois da Borgonha. A Bourgogne tem uma variedade
relativamente simples de uvas. O Bourgogne tinto é feito de Pinot Noir, com aromas de
framboesas, cerejas e morangos, enquanto que a Gamay produz o Mâcon e o Beaujolais
tintos. Chardonnay é a principal variedade branca para o Chablis e o Bourgogne
branco.Pequenas quantidades de Aligoté e Pinot Blanc são cultivadas e Sauvignon é uma
especialidade de St-Bris.
CHARCUTARIA
Charcuteria ou Charcutaria é uma palavra de origem francesa que deriva de
“Charcuterie“, que oriunda de carne (chair) e cozido (cuit) e denominava, no século XV, as
lojas de produtos de porco e miúdos de diferentes animais. Frequente e erroneamente a
charcutaria é ligada exclusivamente à produção de linguiças e/ou exclusivamente ao trato
da carne de porco, mas a contextualização correta remete ao preparo, originalmente para
fins de preservação, seja por métodos de salga, conservação, cura, fermentação,
cozimento, desidratação, defumação ou até mesmo vários desses métodos juntos, de
qualquer tipo de carne, como aves, peixes, bovinos, suínos e qualquer carne de caça.
Dentre os diversos produtos, podemos citar os presuntos, salames, terrines, patês,
mortadela, pastrami, copa, bacon, salsichas, linguiças, carne de sol, todas as carnes
preservadas com sal, na gordura (confit), defumadas e etc.
A charcutaria representa um dos mais antigos métodos de produção de alimentos
da humanidade, figurando na própria história da evolução das sociedades humanas. A
preservação dos alimentos, em especial das carnes, permitiu que a humanidade
sobrevivesse durante períodos de escassez e possibilitou longas viagens de migração,
onde nem sempre era possível obter alimentos frescos diariamente. Portanto, os
procedimentos de manipulação dos produtos da charcutaria foram desenvolvidos
38
inicialmente para fins de preservação, pois inexistia tecnologia de refrigeração adequada
que garantisse vida útil longa para as carnes. Hoje em dia esses produtos são muito
apreciados pelo sabor específico derivado da aplicação de cada uma das muitas técnicas
da charcutaria.
Quando não se podia contar com uma geladeira, ou sequer imaginar os “milagres”
de uma máquina a vácuo para conservar a carne, o homem utilizava métodos rústicos
que hoje são reconhecidos não mais pela conservação do alimento, mas sim pelo sabor
único que traz ao produto.
Podemos dividir a charcutaria em seis grandes categorias:
• Preparações cruas: Jambon, jamón, prosciutto;
• Preparações cozidas: presuntos e lombos cozidos;
• Preparações embutidas: salsichas, salsichões e linguiças;
• Preparações curadas e defumadas: Pastrami, pancetta e bacon;
• Recheios: Rillettes, pâtês, grattons e terrines;
• Conservas: Confit.
Sudoeste da França
O rei renascentista Henrique IV costumava afirmar que “a boa comida e o bom
vinho criam um paraíso na terra”. Essa frase resume exatamente a culinária variada e
maravilhosa do Sudoeste da França.
Ao longo do litoral de Arcachon e Marennes há uma abundância de ostras e
mexilhões. As ostras arcachon são tradicionalmente servidas com salsichas quentes e
pão de centeio.
Na zona rural, ao redor de Bordeaux, o vinho é de tal importância que é utilizado na
preparação de praticamente todos os pratos regionais: à la bordelaise, que pode ser
traduzido por “ao molho de vinho”.
Em Périgord, Quercy e Gasconha, criam-se gansos, patos e cabras para a
produção de foie gras, confit (carne cozida e conservada na própria gordura) e queijo. O
foie gras é o fígado de ganso ou pato, que foi aumentado com uma superalimentação com
milho. É cozido em vinho do Porto ou conhaque. O pato com cèpes é um prato típico feito
com confit de pato, cogumelos silvestres e alho.
O ganso gordo é usado na preparação de pratos como cassoulet e o daube de
boeuf. O cassoulet é um prato que desperta as mais ferrenhas disputas entre os
cozinheiros do Sudoeste. Consiste em um ensopado de feijão branco cozido com uma
variedade de embutidos e pedaços de carne. Há várias versões de cassoulet, que podem
incluir pato, carne de porco, fresca ou salgada, ou ainda carne de carneiro.
Para os franceses, colher cogumelos silvestres é um dos passatempos favoritos.
As variedades da região incluem os cèpes, grandes e carnudos; os chanterelles, com sua
cor de gema de ovo; e os morilles (erva-moura). Os cogumelos selvagens podem
substituir as trufas, pois são mais baratos e igualmente deliciosos.
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As trufas encontradas nas florestas são caras e usadas em sopas, molhos, patês e
recheios. As trufas de Périgord são consideradas as melhores. Uma excelente forma de
se consumir e muito usual na região é cozinhar trufas frescas em uma omelete para
realçar seu sabor natural.
O queijo de cabra está sempre presente nos menus da região, especialmente em
saladas. O famoso chèvre chaud consiste em queijo de cabra grelhado sobre uma rodela
pão acompanhado de salada verde, azeite de oliva ou vinagre balsâmico. O queijo de
cabra é normalmente conservado em azeite de oliva, com folhas de louro, grãos de
pimenta e tomilho, para dar sabor.
No País Basco, a pimenta picante local – piment d'Espellete – é usada para
temperar tudo, desde o presunto e o piperade Bayonne até peixes e ensopados. O
piperade é um prato popular e trata-se de uma omelete, ou ovos mexidos, com alho,
pimentões, piment d'Espellete e presunto.
O óleo de nozes é um molho para saladas popular no Sudoeste. Lá, as nogueiras
crescem nos vales, florescendo até mesmo no solo fraco das regiões montanhosas.
Dordogne é a região francesa que mais produz nozes.
Bordeaux é a maior região produtora de vinhos finos do mundo e, quanto a vinhos
tintos, certamente a mais conhecida fora da França. Após as bodas de Henrique II com
Eleanora de Aquitânia, três séculos de comércio com a Inglaterra garantiram que o claret
fosse servido nas mais finas mesas do mundo. No século XIV, mercadores sagazes
capitalizaram essa fama, trazendo enorme prosperidade financeira à região, juntamente
com a famosa classificação dos Médoc, em 1855, uma tabela de excelência dos châteaux
que ainda vigora.
As principais variedades de uvas tintas da região são Cabernet Franc, Cabernet
Sauvignon, Merlot, Petit Verdot e Malbec. Cabernet Sauvignon é predominante no oeste
de Gironde e Merlot, no leste. Grande parte dos Bordeaux é uma mescla de uvas.
Sauvignon Blanc e Sémillon são cultivadas e combinadas para vinhos secos e doces.
Além dos bons vinhos, a bebida mais famosa da região é o conhaque, feito com
uvas brancas. É destilado tanto em Cognac quanto em Armagnac, e deve ser bebido no
fim da refeição. Em Quercy há um aperitivo chamado Quercy Noix, que é feito de nozes.
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Sul e Sudeste da França
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gelado e em ramekins individuais. Além da baunilha, pode-se usar também chocolate,
café, canela, coco, raspas de limão ou laranja, licores ou outros saborizantes.
Na Provença, observar um mercado pode ser uma experiência fantástica. Os
balcões mal aguentam as pilhas de alhos rosados, pimentões frescos e coloridos,
tomates, berinjelas, abobrinhas e aspargos. No outono e no inverno, um cheiro de terra
impregna o ar, e cogumelos silvestres, acelgas suíças, alcachofras, nozes, marmelos,
abóboras, erva-doces e azeitonas pretas enchem as prateleiras.
Na Provença, é cultivada a maior parte das azeitonas que abastecem a França,
bem como a produção de um excelente azeite. No fim da colheita, come-se pão e
tapenade, uma pasta de azeitonas, alcaparras, enchovas e azeite.
Sua culinária é rica em cores, aromas e sabores, caracterizando a culinária mediterrânea,
saudável e natural. Sua costa é famosa pelas sopas de peixe, incluindo a bouillabaise e o
bourride, um cozido de peixe com alho. O cordeiro é a carne mais comum na Provença,
sendo que a melhor vem de Camargue e do Crau, onde os cordeiros pastam ervas e
grama de charco salino.
A bouillabaise é uma sopa de peixe originária de Marselha, considerada atualmente
um luxo. Trata-se de vários produtos do mar – como o diabo-marinho, salmonete,
vermelho, peixe-escorpião e enguia-marinha – temperados com tomates, açafrão e azeite
de oliva. O caldo de peixes é servido primeiro, com torradas cobertas com rouille. O peixe
vem depois. O rouille, que significa “ferrugem”, é uma maionese com pimenta malagueta
e alho.
A sopa pistou é uma rica sopa de vegetais e feijão, temperada com pistou – molho
feito com majericão, alho e azeite.
O ratatouille é um cozido de cebolas, abobrinhas, tomates, pimentões em azeite de
oliva e alho.
A salada Niçoise é servida em muitas versões, mas sempre inclue alface, vagem,
tomate, azeitona verde, ovo e enchova.
O aioli é um molho feito com gemas de ovo, alho e azeite de oliva. Serve-se com
bacalhau, ovos, escargots ou vegetais crus.
O boef em daube é feito com carne de boi e vinho tinto, cozidos lentamente em um
tipo de caçarola chamada daubière.
Em toda boulangerie da Provença encontra-se a pissaladière, semelhante à pizza e
leva cebolas, azeitonas e enchovas.
Fougasse é um pão achatado, tipo treliça, que pode ser crivado com azeitonas
pretas, enchovas, cebolas ou especiarias. A versão doce leva amêndoas.
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Uma sobremesa típica é a tarte au citron, uma torta recheada com creme de limão.
A cidade de Menton é famosa por sua produção de limões.
As tisanes, infusões de chá de flores e ervas, são bebidas apreciadas
especialmente após as refeições. A de flor de limeira (tilleuil) é a mais popular,
considerada boa para digestão e sono. O chá de camomila estimula os rins e o de
verbena (verveine) acalma o fígado.
O mel da região vem em muitos sabores, dependendo da dieta das abelhas, que
inclui uma ampla variedade de flores e ervas, como lavanda, flor de laranjeira, alecrim ou
tomilho.
É na província de Vaucluse na Provence que encontramos uma das iguarias mais caras
do mundo – as trufas.
Mais para o sul, a ilha de Córsega tem uma cozinha marcante, com forte influência
italiana. Apesar de ser uma ilha, abriga melhores caçadores que pescadores, e encontra-
se na mesa dessa região não só peixes e frutos do mar, mas também, excelente
embutidos, carne de porco, carneiro, coelho e javali, na forma de assados aromáticos,
preparados vagarosamente como séculos atrás.
A região vinícula do Sul forma um grande arco, que vai de Banyuls, no extremo sul
da França, até Nice, próximo à fronteira italiana. Os vinhedos mediterrâneas de
Languedoc-Roussillon e Provença, durante um século, produziu vinho em massa – ainda
muito de sua produção tem a qualidade do vin de table. Hoje, porém, produtores mais
dinâmicos aplicam novas tecnologias às variedades tradicionais e clássicas da uva, para
retomar o mais nobre legado do Sudoeste francês, que vai de vinhos generosos e
aromáticos, cheirando a pedra ressecada pelo sol, ao aroma de ervas silvestres e águas
do Mediterrâneo.
Uvas produzidas em massa, como Carignan e Aramon estão sendo substituídas
por Syrah, Mourvèdre e Grenache. Cabertnet Sauvignon e Viognier são cada vez mais
utilizadas para vins de pays. Brancos doces e ricos são feitos da açucarada Muscat.
44
Itália
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No período pós-romano a Itália era fragmentada em vários reinos e cidades-
estado, até que em 1861, houve a unificação do país. Após a unificação italiana,
deu-se início à questão da unidade nacional. Massimo Dazeglio, escritor e político
do primeiro parlamento da recém nascida nova Itália, disse em 1864: “Fizemos a
Itália. Agora temos que criar os italianos”. De fato, os “regionalismos”, marcados pela
história milenar das cidades-estado italianas, continuam até hoje, pois, para criar a
nação não bastou unir no mapa o que séculos de história e de culturas diferentes
mantiveram separados. Ainda hoje, cada italiano se sente íntima e primeiramente
cidadão da sua região. Considera-se piemontês, veneto, lombardo, siciliano, etc. e
só em seguida italiano.
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Na culinária italiana preza-se o frescor e a qualidade dos alimentos. Verduras,
legumes e frutas são consumidos cada qual na sua época, e não há importações ou
plantios em estufas. São produtos sazonais, e por isso, conservam seu sabor e
frescor. O mesmo ocorre com carnes e peixes, que não são congelados. O tempo de
maturação de queijos e embutidos é respeitado para a preparação que serão
empregados. Por essa valorização do produto in natura, a cozinha italiana se torna
muito simples, mas de sabor extremamente intenso.
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resulta em um prato perdido, comprometendo totalmente o seu sabor do
prato;
48
Selos italianos de qualidade e origem
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Principais regiões e seus pratos típicos:
Norte:
Centro:
Sul:
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Região Norte
Piemonte
Piemonte, que vem da palavra “piedemonte” (ao pé das montanhas), é a região
entre os Alpes e os Apeninos, e é a mais ocidental da Itália, fazendo divisa com a
França a oeste, com o Vale d’Aosta e a Suíça ao norte, com a Lombardia ao leste e
com a Liguria e a Emilia Romagna, ao sul. É a terra dos tartufos, funghi, avelãs,
caças, queijos e arroz.
O TARTUFO:
Embora o Gorgonzola e os vinhos Barbera, Barbaresco, Barolo e Moscato D’Asti
sejam mundialmente conhecidos, nada mais cultuado que os Tartufi Bianchi D’Alba.
O tartufo, ou trufa em português, é uma iguaria entre um fungo e um tubérculo, e
não pode ser cultivado, apenas caçado por cães treinados. Pode ser encontrado
apenas em algumas regiões da Itália e da França, e um dos mais famosos e
apreciados são os encontrados na cidade de Alba, em Piemonte.
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Imagem: Trufas brancas de Alba (Tartufi Bianchi D’Alba)
O preço do tartufo bianco pode chegar em até 6500 euros o quilo, mas há
também o tartufo nero, que possui o aroma menos intenso, e por isso é bem mais
barato. Para que seus sabores e perfumes sejam conservados ao máximo, os
tartufos devem ser consumidos em até 10 dias após serem encontrados. Podem ser
utilizados sobre ovos, polentas, massas com manteiga ou fonduta, creme de queijo,
em finas lâminas e crus. Além disso, muitos produtos também são feitos com
tartufos: manteigas, azeites, vinagres, molhos, mel, queijos, conservas, cremes, etc.
Pratos típicos
Outros pratos importantes da cozinha piemontesa:
• Bollito Misto: feito com sete cortes de carne e sete miúdos de espécie bovina
característica da região, sete vegetais e sete molhos diversos para
acompanhar;
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• Panissa: risotto com feijão e carne de porco;
O ARROZ:
O cultivo do arroz iniciou logo após a Peste Negra, que abalou toda Europa, na
Idade Média, e intensificou-se no século XIX. A Itália tornou-se a maior produtora de
arroz na Europa, após a construção de canais que permitem a irrigação das
plantações. São produzidas 1300 toneladas de arroz por ano.
• Riso Comune: é muito pequeno, tem cocção rápida e é bastante usado para
sopas e doces.
• Riso Semi Fino: um pouco maior que o comum e mais arredondado, é mais
usado na região do Veneto. Tem muito amido e boa absorção de líquidos. O
mais conhecido é o Vialone Nano.
• Riso Fino: é alongado e estreito. Tem menos amido e é usado para saladas
ou pilaf. O mais difundido é o Sant’Andrea.
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• Riso Super Fino: tem mais amido, são maiores e o percentual de quebra é
bem mais baixo. O mais utilizado na Itália é o Carnaroli, que resiste mais
tempo à cocção, não perdendo o ponto “al dente”. O Arbório, mais difundido
fora do território italiano, tem mais amido e é mais fácil de “mantecar”. Outros
tipos: Roma e Baldo.
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Lombardia
O nome Lombardia (em alemão Langbärte, que significa longas barbas) foi
herdado pelos lombardos, povo bárbaro que veio da Escandinávia, norte da Europa.
Os lombardos derrotaram os bizantinos em 569, e dominaram a região durante 2
séculos. Ao se revoltarem contra a Igreja, esta se uniu aos Francos, que então,
dominaram a região. A partir deste momento, a região e todo resto da Itália ficou a
mercê da Igreja, que a vendia de acordo com seus interesses. O sistema de feudos
foi desenvolvido pelo governo dos Francos, e dominou a Europa no período
Medieval. A Lombardia passou por diversos domínios, a partir do século XV: francês,
espanhol, austríaco, mais uma vez francês com Napoleão, depois novamente
austríaco, até que em 1859, conseguiu voltar a ser independente, expulsando seus
invasores.
A cozinha lombarda é uma das mais variadas da Itália, devido às fronteiras que
faz com a Suíça ao norte, Piemonte a oeste, Emilia-Romagna ao sul e Veneto a
leste. Além disso, sofreu muitas influências dos povos que a dominaram.
Por não possuir uma costa marítima, há uma lacuna na produção de pratos de
origem marinha, mas com o mercado de peixes de Milão, alguns restaurantes os
fazem com perfeição, entretanto não pode ser dita como uma cozinha tradicional da
região. Apesar disso, na região dos lagos Como, Garda, Maggiore e Lecco, a
cozinha de peixes de água doce é muito importante.
• Bue: o animal castrado, de idade superior aos 4 anos. Possui a carne mais
gorda. O boi, sendo mais manso e menos nervoso, tem a carne um pouco
mais macia que do “toro”.
• Manzo: são as fêmeas com idade entre 1 e 3 anos, que ainda não tiveram
cria.
• Vacca ou Mucca: fêmea do bovino adulta, que já teve cria. O termo “mucca”
indica mais especificadamente a vaca que produz leite.
Produtos típicos:
A Mostarda di Cremona é um outro produto importante da região, feita com
grãos de mostarda e frutas cozidas em calda de açúcar. É um composto doce e
picante, e pode acompanhar os Bollitos ou caças. A mais conhecida é da cidade de
Cremona, mas também é produzida em outras cidades.
O Panettone foi criado em Milão e sua receita natalina foi desenvolvida no final
do século XIII, e é usada até hoje. O nome vem do dialeto milanês para aumentativo
de pane (pão). A colomba é a versão pascal do panetone de Pavia.
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Outros pratos da cozinha lombarda:
• Nervitt: tendões e pés de vitello, cozidos e cortados em cubos, servidos com
condimentos picantes;
• Risotto con Gamberi, Funghi e Piselli: risotto feito com camarões de água
doce, cogumelos e ervilha;
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Veneto
O Veneto é uma região situada ao nordeste da Itália, e que faz divisa com o
Friuli-Venezia Giulia e com o Mar Adriático ao leste, com a Áustria e o Trentino-Alto
Adige ao norte, com a Lombardia ao oeste e a Emilia-Romagna ao sul.
É considerada uma das regiões mais turísticas de toda a itália, atraindo cerca de
60 milhões de turistas por ano, por conta do seu patrimônio natural, histórico,
artístico e arquitetônico. Dentre as localidades mais conhecidas mundialmente,
estão Veneza, as Dolomitas, Cortina d’Ampezzo e Verona. Além do turismo, outra
fonte de renda é a agricultura e a vinicultura.
Os risottos na região são muito apreciados quando produzidos com o arroz tipo
Vialone Nano, e normalmente são acompanhados de pescados e hortaliças.
As características de terroir* da região permite que este arroz seja cultivado sem
a necessidade da adição de agrotóxicos ou intervenções externas, exceto pelo
plantio.
Terroir: é uma expressão francesa que designa classicamente um conjunto de terras de uma
mesma região e que devido às suas características, fornece produtos agrícolas típicos.
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Um dos pratos mais consumidos na região é a polenta feita de milho branco ou
amarelo. Antes da chegada do milho à região, trazido pelos espanhóis, esse prato
era produzido com farinha de feijão, cevada ou trigo sarraceno. Hoje a polenta é um
ícone da região, e é servida de várias maneiras, sendo servida sozinha ou
acompanhada de carnes, peixes ou queijos.
• Seppie al Nero: lulas guisadas com alho, azeite, vinho branco, salsinha e a
tinta doelula. Servida tradicionalmente com polenta branca
• Risi e Bisi: sopa feita de arroz e ervilhas, preparada em um caldo feito com
as próprias cascas das ervilhas frescas;
• Fritelli: doces típicos dos carnavais venezianos, são massas doces fritas em
banha de porco e polvilhadas de açúcar;
• Pandoro: bolo com formato de estrela, muito apreciado na época das festas
de final de ano, com sabor semelhante ao panetone milanês.
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Liguria
A Liguria fica na região noroeste da Itália e faz fronteira com a França, Piemonte,
Emilia-Romanha e com a Toscana. É banhada pelo mar Mediterrâneo, chamado de
Mar Lígure na região.
A Liguria possui mais de 300 quilômetros de costa, suas praias são de areia ou
de cascalho, e também possui belíssimas encostas rochosas em forma de
penhascos. Além disso, há uma cadeia montanhosa que atravessa toda região.
Apesar da vasta costa, ela não propicia a pesca e com isso os pescadores
deviam seguir navegando em alto mar para obter peixes e frutos do mar. Houve
então, uma necessidade de desenvolver a cozinha da terra, pois os pescadores
navegavam meses a fio e quando retornavam às suas casas não suportavam a ideia
de comer os pescados e esperavam comer outros pratos com verduras, legumes e
queijos. Assim desenvolveram-se pratos com ingredientes como o espinafre, funghi,
queijo fresco e ricota. A cebola também era muito utilizada, pois ajudava a combater
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doenças trazidas das viagens em alto mar, já que contém um alto poder bactericida.
Os lígures possuem a fama de produzirem excelentes recheios tanto para massas,
como para carnes. As tortas recheadas eram pratos que as mulheres dos
pescadores preparavam para esperar os maridos, já que podiam ser feitas e
assadas com antecedência.
Genova era uma das cidades portuárias mais importantes, assim como Pisa,
Venezia e Amalfi. Sua alimentação nas viagens era muito calóricas, onde as gallette
eram normalmente consumidas. Gallette é uma espécie de pão achatado seco, de
longa duração, umedecida com água ou azeite, e consumida com carne de porco
salgada, feijões e favas, peixes frescos, salgados ou secos, além do vinho.
O SAL
Na antiguidade, o sal era símbolo de poder. O sal era usada como forma de
pagamento pelos romanos, e a partir daí que surgiu o nome “salário”, continuando
mesmo depois de adotado o dinheiro. Palavras que vem da mesma origem são
“salumeria”, usada para embutidos italianos, e “salsa”, molho.
O uso das ervas foi muito importante para a alimentação, além de verduras,
alcachofras, limões, pêssegos e damascos e muitos outros produtos provenientes da
terra, já que a utilização de ovos e especiarias nos pratos do povo mais humilde, os
camponeses, não era feita, por serem produtos muito caros.
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Com o intuito de conservar a abundande produção de manjericão do verão por
todo outono e inverno, foi criado o pesto genovês. Pesto, vem do verbo pestare e
significa triturar. Era feito com a adição de azeite e queijo Pecorino Sardo, vindo da
Sandenha com as navegações.
A FOCACCIA
A focaccia é uma produção da panificação italiana tão simbólica quanto a pizza
napolitana. O povo da Liguria produzia pães de baixa qualidade, porque a ação do
fermento era impedida pelo ar salgado e úmido, devido à proximidade com o mar.
Os pães eram murchos, de crosta pouco crocante e de interior úmido. Assim a
focaccia surgiu como uma alternativa: um pão achatado, com crosta crocante,
resultado da abundância de azeite, e ao final da cocção, era salgado com adição de
sal grosso. Peixes secos, como a anchova e o atum, pesto e alecrim, versão
clássica, eram colocados sobre a focaccia.
Uma lei medieval foi feita para a produção da focaccia e é utilizada até hoje:
deve-se ter pelo menos 6% de azeite na constituição da massa, fermentar por no
mínimo 8 horas, ter uma cor dourada na superfície e esbranquiçada nos seus
“buracos”.
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Emilia-Romanha
Formada por duas regiões distintas historicamente e banhada à leste pelo Mar
Adriático, a Emilia-Romanha faz divisa com a Lombardia, Veneto, Piemonte, Liguria,
Toscana e com Marche, além da República de San Marino.
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Em toda a região, são encontradas mais de 300 tipos de massas, geralmente de
grano duro, recheadas ou não.
ACETO BALSAMICO
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balsâmico mais doce. Os vinagres feitos de mostos menos cozidos são os preferidos
e necessitam de mais tempo para serem feitos. O mosto, assim concentrado, é
colocado em recipientes de madeira, até tornar-se vinagre.
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Visto que o vinagre balsâmico é considerado um produto tradicional na Itália, é
muito difícil definir um processo de produção em escala industrial.
• Tagliatelle Verdi con Prosciutto: massa fresca com ovos e espinafre, cortada
em tiras, condimentada com presunto cru em cubos salteados na manteiga;
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Região Central
Toscana
É considerada uma das regiões mais lindas e maiores de toda a Itália. Possui
extrema importância devido ao seu patrimônio histórico, artístico, econômico, cultural
e paisagístico. É também o berço da língua italiana.
Assim como ocorria com outras artes, a cozinha no Renascimento foi notada por
valorizar a harmonia dos pratos e pelo cuidado com os detalhes. Os banquetes
extravagantes da Idade Média e o uso exagerado de especiarias foram rejeitados.
Os cortes de carne são bem mais definidos, assados ou preparados em cozimento
lento. Passam a ser usadas reduções à base de sucos obtidos na cocção e fundos
aromatizados com cogumelos, amêndoas e trufas. Os livros de culinária começaram
a aparecer e, os cozinheiros italianos começaram a divulgar essa arte pelo mundo,
no final do século XVI.
No século XII, período em que ocorreu o auge da rivalidade entre Pisa e Firenze,
os pisanos proibiram a entrada do sal aos fiorentinos, fazendo com que a ausência
do sal nos pratos, marcasse a época. O sabor dos embutidos, queijos e presuntos
crus é ressaltado pelo pão sem sal. O pão é extremamente apreciado pelos
toscanos. Eles o consomem no café da manhã embebido no café com leite, antes do
almoço fazem a Fettunta (Bruschetta da região) com tomates, pasta de azeitonas,
fígado de frango ou somente com azeite. O pão é o principal ingrediente da salada
Panzanella, os caldos Ribollita e Pappa al Pomodoro são engrossados com pão. O
Panforte di Siena, é o doce típico de Siena, e é um pão redondo cheio de
especiarias, mel, frutas secas, amêndoas e frutas cristalizadas. Também utiliza-se o
pão para acompanhar sopas, massas e carnes. Na Toscana, aliás, o pão é a mais
importante fonte de carboidrato, e em segundo plano estão o arroz e a massa,
diferente das outras regiões da Itália.
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sal, apenas leva azeite, é rapidamente selada na brasa, sendo consumida
praticamente crua, tamanha maciez.
• Trippa alla Fiorentina: Estômago cortado em fatias finas, cozido com azeite,
ervas, tomate e manjericão.
• Tonno Del Chianti: Apesar do nome, de atum (tonno) não tem nada. É feito
com carne de vitello cozido em vinho, e depois submerso em azeite. Por
incrível que pareça, a produção tem um sabor de peixe intenso.
• Tordelli: Massa em forma de meia lua, recheada com carne de vitela, queijo
pecorino, ovos e especiarias. Geralmente são temperados com um ragù de
vitela.
• Ribollita: Sopa densa de feijões, pão, cavolo nero. Seu nome significa cozida
pela segunda vez, pois é preparada na véspera para que adquira maior
sabor e fervida novamente antes de ser consumida.
• Triglie alla Livornese: Trilhas com azeite, alho, salsinha, tomates, aipo, sal e
pimenta.
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Lazio
Lazio ou Lácio, é a região central da Itália. Sua capital é Roma, que também é
capital da Itália. Faz fronteira ao noroeste com a Toscana, ao norte com a Umbria, ao
nordeste com Marche, ao leste com Abruzzo e Molise, ao sudeste com a Campania
e ao oeste com o mar Tirreno. Na região do Lazio, está o território do Estado do
Vaticano.
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A gastronomia era muito rica e havia uma grande valorização dos ingredientes. A
alimentação dos romanos podia ser dividida basicamente em duas categorias.
O almoço era composto por uma alimentação mais frugal, baseada em verduras,
legumes e frutas. Essa alimentação estava relacionada à valorização simbólica de
certos alimentos, ligadas a uma vida saudável e a uma sociedade menos viciosa. A
agricultura foi um marco de civilização: o homem cultivava seu próprio alimento,
controlando a natureza devido ao processo de domesticação das plantas,
divergindo-se à caça e à pecuária, relacionadas ao espaço selvagem da natureza.
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O consumo de pratos frios ou o hábito de alimentar-se em tavernas era comum,
pois o fogo dentro de casa era proibido devido ao risco de incêndios. Com o tempo,
o número de homens era muito maior que o de mulheres na cidade, e a população
de visitantes cresceu, então muitos lugares se aprimoraram em fornecer pratos
prontos vendidos a essas pessoas, dando origem ao serviço de buffet.
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Em Roma, a gordura usada para fritura é a banha de porco, diferente do norte,
que é a manteiga e, do sul, que é o azeite.
Pratos típicos
• Fiori di Zucca Farciti: flores de abóbora recheadas com mozzarella, farinha
de rosca e anchovas, depois passadas em pastella e fritas.
• Gnocchi alla Romana: gnocchi feitos com uma polenta de semolina, à qual,
depois de fria, são incorporados manteiga, ovos e queijo. Corta-se então a
polenta em formato de discos que são colocados sobrepostos em uma forma,
polvilhados de parmesão e levados ao forno para gratinar.
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Região Sul
Campânia
A Campânia fica na região sul da Itália e sua capital é Nápoles. Tem limites ao
oeste e ao sudoeste com o mar Tirreno, ao noroeste com o Lazio, ao norte com
Molise, a nordeste com Puglia e a leste com Basilicata.
Nápoles foi fundada pelos gregos, no século VIII a.C. Foi dominada pelos
romanos no século III a.C. e depois dominada pelo Império Bizantino, no século VI
d.C. Entre os anos de 1500 e 1700, foi dominada pelos espanhóis e depois pelos
franceses, e finalmente em 1861, com a unificação da Itália, se tornou parte do
estado italiano. Hoje, possui quase 1 milhão de habitantes, e é a terceira mais
populosa do país. É terra de grandes escritores e poetas, juntamente com Palermo,
na Sicília.
O tomate foi levado à Itália pelos espanhóis, vindo da América, no século XVI,
mas durante 200 anos foi considerado fruto venenoso e então, usado apenas como
planta ornamental. Começou a ser usado na cozinha napolitana, após constatação
do seu sabor, de diversas formas, como salada, guisado, recheado e claro, como
molho, a melhor maneira de mostrar suas características.
O nome pizza deriva do latim pinsa, verbo passado de pinsere, que significa
amassar. A história da criação da pizza tem muitas vertentes. Há quem acredite que
seja herança da época do império romano, pois existia um pão achatado chamado
picea. Outros dizem que nasceu em Genova, em 1490. A verdade é que somente
em torno de 1700, os napolitanos transformaram aquele pão achatado em pizza,
com molho de tomate e anchovas, e em 1850 se tornou popular e conquistou
adeptos até mesmo entre os reis. Após a unificação italiana, o pizzaiolo Raffaele
Esposito, em sua pizzaria Brandi, criou a pizza Margherita, usando tomate,
mozzarella e majericão, - vermelho, branco e verde, cores da Itália, em
homenagem à visita da rainha Margherita e do rei Umberto I, em 1889.
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Ao contrário do que se imagina, a pizza não teve sua expansão tão rápida pela
Itália. Ela se popularizou inicialmente nos EUA, a partir de 1902 com a primeira
pizzaria napolitana inaugurada no país, e então, só nos anos 70 é que se espalhou
por toda Itália, mas sempre foi muito consumida em Nápoles. Lá, os italianos comem
com as mãos, dobrando-a em quatro e dando apenas quatro mordidas!
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A ilha de Capri e a costa Amalfitana possui receitas deliciosas à base de peixes
e frutos do mar, tomates frescos e ervas perfumadas, destacando o manjericão. A
Salada Caprese, muito conhecida, é feita com mozzarella di bufala, tomate e
manjericão, e em Capri também há muitos pratos à base de coelho. Encontramos
em Amalfi e Sorrento uma grande produção de licor feito com limão siciliano, o
famoso Limoncello.
• A l i c i A m m ol l i c at e - A nc hov as f r es c as ao f or no c om al ho,
v i nho br anc o, salsinha e farinha de rosca.
• Braciole di Maiale alla Napoletana - Bifes à rolê feitos com carne de porco,
recheados com um composto de alcaparras, presunto cru, farinha de rosca,
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uvas passas e pinoli. São cozidos em molho de tomate com pouca pimenta
vermelha.
• Pastiera di Grano - Torta doce recheada com ricota, trigo cozido em leite e
banha, água de flor de laranjeira, fruta cristalizada, ovos e especiarias.
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Puglia
Bari, Foggia, Polignano a Mare, Gargano, Vieste, Gallipolli, Lecce... A região da
Puglia ou Apuglia, como todo sul da Itália, mais pobre, por vezes enfrentou
dificuldades. Por este motivo, a cozinha da região se caracteriza como mais simples,
mas de sabores marcantes, baseada na simplicidade de saborosos ingredientes.
Desde a antiguidade, a região foi uma “ponte” ao oriente, e com seus quase
oitocentos quilômetros de costa marítima, foi extremamente cobiçada e dominada
por diversos povos, cmo gregos, romanos, góticos, bizantinos, longobardos,
normandos, venezianos, espanhóis e franceses.
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Imagem: Orecchiette e cavatelli - massas típicas da Puglia
Os frutos do mar, como ostras, vôngoles, polvos, são consumidos salteados,
gratinados ou crus, e vêm principalmente do Golfo de Taranto. Os peixes são
preparados assados ou em crosta de sal, pegos com os trabucchi. Todos eram
usados como moeda de troca com os camponeses da região, que davam aos
pescadores seus queijos e ricota. Como destaque de queijo típico, há a Burrata, uma
mozzarella recheada de creme de leite ou mascarpone.
A Puglia é uma grande planície, fácil de cultivar, e por este motivo possui
abundância em todos esses produtos. A alimentação na Puglia é muito nutritiva, por
todos esses ingredientes, sendo exemplo da dieta mediterrânea, inspirada nos
gregos, da época que era parte da Magna Grécia.
• F o c ac c i a di P at at e - F oc ac ci a c uj a m as s a é f ei t a c om bat at as
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Sicília
A Sicília é a maior ilha do mar Mediterrâneo, ao sul da Itália, separada do
continente pelo estreito de Messina. Devido à sua posição geográfica, sempre teve
importante papel nos eventos históricos com os povos do Mediterrâneo como
protagonistas. Palermo, Catania, Agrigento, Siracusa, Tormina, Trapani, Erice,
Messina, Ragusa... Uma terra de contrastes e cruzamentos culturais.
A gastronomia da região possui a marca dos vários povos que passaram por lá
nos últimos dois milênios. Vinho, pães e azeite trazidos pelos gregos. Criação de
gansos introduzida pelos romanos. A arte de fazer pratos recheados e agridoces
ensinada pelos bizantinos. Pratos de carne, bacalhau e o stoccafisso ensinados
pelos normandos. Cores vivas e produtos do novo mundo trazidos pelos espanhóis:
tomate, batata, milho, cacau e abóbora. A maior contribuição gastronômica veio com
os árabes: pêssego, açúcar, cítricos (trazidos da China, Japão e Índia), arroz,
açafrão, uva passa, noz moscada, cravo, canela, pimenta do reino, figo, amêndoa e
pistache. E através dos franceses, vieram a arte do serviço e a paixão pela cebola.
Diante disso tudo, certamente a gastronomia na Sicilia é a mais complexa, antiga e
criativa de toda Itália. Não é a toa que possui o primeiro livro de culinária, que se tem
notícia, do século V a.C..
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Uma das características da cozinha siciliana é que um mesmo prato pode ser
elaborado de uma forma mais modesta e de outra mais rica, devido à disponibilidade
dos ingredientes. Por isso, na Sicília encontram-se restaurantes com pratos
elaboradíssimos e, também, excelente comida de rua a preços populares.
Pasta alla Norma, pasta con le sarde, panelle (espécie de polenta de grão de
bico frita), pane con la milza (pão recheado com rim e pulmão de vitello, com ou sem
queijo caciocavallo). O uso da manteiga é quase nulo, prevalecendo o azeite e com
o uso da banha de porco para alguns doces.
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Por muito tempo, a Sicília supriu a Itália com o trigo e com suas massas, trazidas
pelos árabes. A qualidade da pasta e do couscous é excelente.
A Sicília teve um papel importantíssimo com seus vinhos, pois foi o mercado
fornecedor da bebida, não só para Itália, como para toda Europa, na época que a
praga Phylloxera devastou todo o continente. Seus vinhos são inúmeros e
excelentes, tendo destaque os vinhos de sobremesa, o Marsala e os passitos.
O sal siciliano de Trapani era exportado pelos navegadores da Liguria para todos
os cantos da Europa. Isso provia riqueza aos proprietários das salinas semelhante
aos que detém o petróleo atualmente. A indústria do sal entrou em crise após a
evolução dos métodos modernos de conservação de alimentos, como resfriamento,
congelamento, pasteurização e esterilização.
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• Cuscuso - Prato evidentemente de origem árabe. Segue o
mesmo procedimento do Couscous do Norte da África, mas o caldo é
geralmente à base de peixes e o acompanhamento consiste em berinjelas
fritas, frango ou um ensopado de cordeiro.
pi nol i , al ho, tomates sem pele nem sementes, manjericão, salsinha, azeite,
sal e pimenta do reino. Existe uma versão que substitui os pinoli por
amêndoas.
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• I ns a l at a di A r anc i a - S al ada de l ar anj a c om az ei t e, s al e pi m ent a.
P odem ser adicionadas azeitonas pretas e fatias de cebola roxa.
Massas
Massa Industrializada
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Massa Fresca
Instalações e Equipamento:
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Como cozinhar a massa:
1) Coloque a quantidade correta de água numa panela adequada – 1 litro para cada
100g de massa.
2) Leve à fervura e salgue a água – 1 colher de sopa de sal por litro de água.
3) Coloque a massa quando a água estiver no ponto mais alto de ebulição e mexa
imediatamente para que se mova livremente no líquido.
4) Cozinhe a massa até estar "al dente", ou no ponto de cocção desejado.
5) Escorra imediatamente e sirva acompanhada de um molho, ou resfrie-a
imediatamente, acrescentando um fio de óleo neutro ou azeite, e guarde-a para uso
posterior.
Outro grupo importante, e que não se encaixa dentre as anteriores é o grupo das massas
recheadas: Ravioli, Cappelletti, Cannelloni, Tortelli, etc.
A escolha do molho:
Para se preparar massa fresca recheada, alguns fatores devem ser levados em
consideração, a saber:
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Cozinha de criação
E agora… como transformar a base clássica em uma cozinha autoral e
contemporânea?
A expressão de criatividade na cozinha pode ser exercida de diversas formas e em
aplicações distintas. Uma coisa é certa, criar significa não copiar.
O estudo das técnicas e de conceitos aplicados à cozinha ao longo da história é
essencial para se criar novos pratos.
Se analisarmos as cozinhas dos últimos anos, evoluímos mais nas últimas duas
décadas do que em toda a história, desde a descoberta e o domínio do fogo pelo homem.
Chefs como Ferran e Albert Adrià em seu restaurante El Bulli, mesmo estando fora
do eixo da cozinha clássica - Itália x França, conseguiram traduzir as bases e referências
de cozinha em um formato totalmente novo, e revolucionaram a maneira como vemos a
gastronomia, trazendo consigo uma horda de chefs dispostos a levar a cozinha para um
novo patamar, elevando a refeição para uma experiência sensorial.
Conhecer o ingrediente e suas possibilidades é fundamental para que um
cozinheiro consiga explorar e extrair todo o potencial de um alimento.
Os estudos sobre as formas como apreciamos as características sensoriais dos
alimentos, mostram que o conhecimento sobre o que torna a comida saborosa e
prazeirosa para nós é extremamente importante na cozinha. A compreensão dos fatores
que determinam o prazer de comer são de suma importância, pois fornecem uma base
para desenvolvermos pratos saudáveis e nutritivos, e acima de tudo, saborosos.
Estudos recentes realizados na Espanha, tem traçado relações na forma como
relacionamos os aromas e as sensações, como mostrado na figura a seguir:
O sentido do sabor
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Acredita-se que as diferentes áreas da língua humana correspondam a gostos
específicos, e que o gosto umami é detectado em toda a superfície.
• Doce;
• Salgado;
• Amargo;
•Á c i d o (azedo);
• Umami.
A ciência sensorial tem desempenhado um papel importante na promoção da
nossa compreensão de percepção de sabor e na elaboração de pratos.
Testes realizados na Universidade de Nottingham apontaram diferentes conclusões
em decorrência de influências externas como a falta de sono, estresse, clima, estados
emocionais, entre outros fatores, estão relacionadas com a maneira como interpretamos
os sabores. Mesmo pessoas acostumadas com as cinco classes de sabor, podem ter
diferentes percepções de um mesmo gosto, em dias diferentes.
Para um chef, considerar esses fatores é extremamente importante no momento de
desenvolver um novo prato ou até mesmo um cardápio completo.
Técnicas e tendências
Desde que os cozinheiros ocuparam um papel fundamental nas cozinhas dos
castelos, chegando a exercer até cargos de confiança e com altos salários, a aplicação de
novas técnicas sempre foi uma busca constante, seja para a melhoria de um prato, para
criação de outros e até mesmo para a otimização das rotinas de trabalho.
Hoje em dia, muitas dessas técnicas desenvolvidas ao longo dos tempos se tornam
parte do que conhecemos como cozinha clássica e hoje servem de base para o
desenvolvimento de novos conceitos. Porém, para muitos chefs, o espaço da cozinha já
não é mais suficiente para suas criações, levando a gastronomia para patamares muito
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além das cozinhas convencionais - laboratórios, indústrias, centro de pesquisas,
universidades renomadas, entre outros.
Aliar ciência e cozinha deixou de ser algo inimaginável. A introdução à pesquisa
sobre novos equipamentos se faz presente nas preparações atuais.
MÉTODOS CRIATIVOS
Métodos criativos I:
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• Associação;
• Inspiração;
• Adaptação;
• Desconstrução;
• Minimalismo;
• Mudança na estrutura e decomposição do menu;
• Procura por novos ingredientes;
Estes fatores podem servir de inspiração para a criação de uma cozinha autoral,
porém acima de tudo, é necessário que o chef conheça e domine as técnicas as quais irá
trabalhar.
COZINHAS SUSTENTÁVEIS
É de extrema importância, que nós, enquanto Chefs, tenhamos a ideia clara de que
nos tornamos referências quando tratamos do assunto “comida”. Nós possuímos o
ingrediente, as ferramentas e a capacidade de buscar e selecionar a nossa matéria prima,
buscando recursos que sejam sustentáveis e que possam garantir a existência das
futuras gerações, que é uma das premissas da sustentabilidade. Conhecer a origem, os
processos e as etapas que os ingredientes percorrem até chegar em nossas mãos, é
parte da nossa responsabilidade socioambiental, e devemos levantar essa bandeira e
promover ações de conscientização da população.
Diversas iniciativas e movimentos ao redor do planeta têm colocado os chefs como
líderes de movimentos e campanhas em prol da nossa existência. Dentre estes
movimentos, destacamos alguns:
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• Farm to table (da fazenda à mesa): Movimento que consiste em reduzir os
intermediários entre o produtor e o consumidor, permitindo que os produtos
cheguem à mesa do consumidor em um prazo reduzido e a custos enxutos,
reduzindo os grandes trechos logísticos de deslocamento.
• Food Mile (milhas alimentares): É uma forma de tentar medir a distância que os
alimentos viajam antes de chegar ao consumidor com o intuito de analisar o
impacto ambiental dos alimentos e seus ingredientes, já que além de incluir o
deslocamento para receber o alimento, calcula também a distância até o destino
final do lixo produzido (ORGANIC LINKER, 2011).
• Locavorismo: Movimento que prioriza a produção de alimentos locais. Locavore é
o termo que identifica as pessoas que se interessam por esse movimentos. Tanto
o movimento Food Mile, quanto o Locavorismo são conceitos transversais às
discussões sobre agricultura e consumo alimentar sustentáveis e processos
decoloniais, e abordam a territorialidade dos hábitos alimentares e da gastronomia
a partir da sua tendência ecossocial contemporânea que percebe a culinária local
como estratégia de reforço da identidade cultural dos povos e como apoio à
agricultura familiar.
• Slow Food: Movimento que aborda um conjunto de princípios, que englobam
movimentos voltados ao prazer da alimentação, e se estendem às correlações
sociais e à lógica dos sistemas de produção alimentar contemporâneas e a sua
sinergia com o meio ambiente. Defende a necessidade da informação ao
consumidor, onde este faz parte da cadeia, tornando-se co-produtor. Permeia o
compartilhamento de tradições, receitas, ingredientes e métodos, valorizando a
biodiversidade, a sustentabilidade, o pequeno produtor e o prazer hedonista de se
alimentar.
• Ecogastronomia: Termo inserido dentro do movimento Slow Food, que relaciona
as ações de produtores, restaurantes e relaciona a alimentação com a
problemática social e ambiental, discutindo a ética da alimentação e alternativas
possíveis ao atual sistema de organizações.
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Vegetarianismo
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Criando um menu
Atingir as notas certas em termos de sabores para um único prato é uma tarefa
bem diferente de harmonizar uma seqüência completa de pratos em uma refeição.
Apesar de um menu apresentar-se como uma lista de pratos, o menu não é
simplesmente um momento de inspiração de um indivíduo, mas expõem a personalidade
do chef, seu ponto de vista e suas idéias, além de oferecer a oportunidade única de
demonstrar a sua expressão artística.
Um menu deve estimular e excitar o paladar, inclusive nas definições utilizadas na
descrição das produções e design do cardápio. Os pratos devem resgatar memórias,
estimular a curiosidade dos comensais, levá-los a uma viagem por regiões distintas e
tornar-se uma experiência gastronômica agradável e prazerosa.
Para tanto, um ambiente agradável, uma louça graciosa e decoração apropriada,
além da música como estimulante dos sentidos ajudam a tornar a simples tarefa da
alimentação em uma viagem multissensorial.
Independentemente de valores e classificações sócio-econômicas, a arte de
compor um menu ou preparar uma refeição equilibrada pode, e deveria sempre,
transparecer inclusive nas refeições mais modestas e breves. Um piquenique ao ar livre
em um parque é capaz de oferecer uma experiência gastronômica com a possibilidade de
recompensar os cinco sentidos – uma boa comida, sons e paisagem relaxantes, além de
uma companhia agradável, podem ser tão ou até mais reconfortante que um jantar em um
restaurante de padrão superior.
Uma experiência gastronômica deve, em contrapartida a simplesmente ordenar
pratos, servir como uma experiência holística. O alimento, além de proporcionar energia
ao nosso organismo, apresenta um quociente emocional que não deve ser esquecido por
nenhum chef.
Logicamente, a composição de um menu, além da inspiração dos chefs e
cozinheiros, depende de certos parâmetros como sazonalidade, público, horários, entre
outros mais.
A sensibilidade e o conhecimento do chef, em adição a forma como o alimento é
adquirido, armazenado, manipulado, preparado e servido permitirão a criação do menu.
Dicas de empratamento
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ELEMENTOS BÁSICOS
EQUILÍBRIO
UNIDADE
PONTO FOCAL
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FLUXO
*A regra dos terços é uma teoria utilizada na hora de compor uma imagem. Se caracteriza em
dividir uma imagem em duas linhas horizontais e duas linhas verticais, em que os 4 pontos de
interseção dessas são os pontos onde os nossos olhos têm maior atenção.
LINK (VÍDEO): https://www.youtube.com/watch?v=xL1oA2JMrRo&t=1s
Prezado aluno, clique em legendas automáticas no símbolo contendo uma engrenagem, e em
seguida, selecione o idioma português.
Além da regra do EUPF, você ainda pode deixar o seu prato mais interessante
trabalhando alguns conceitos:
Futuros Chefs
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Referências:
CARLUCCIO, Antonio. Cozinha Italiana Completa. São Paulo: Editora Globo, 2006.
HAZAN, Marcella. Fundamentos da Cozinha Italiana Clássica. São Paulo: Martins Fontes,
1997.
CAUVIN, Véronique. A cozinha francesa [tradução Grenissa Bonvino Stafuzza], São Paulo,
Larousse do Brasil, 2008. 128 p.
FRANÇA JUNIOR, Saul Galvão De. A cozinha e seus vinhos. 3 ed. São Paulo: Senac,
2003. 415 p.
OLIVER, Jamie. Jamie viaja [tradução Mário Leite Fernandes], São Paulo, Globo, 2011.
360 p.
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Material Complementar:
• A Itália de Jamie (livro): OLIVER, Jamie. A Itália de Jamie. São Paulo: Editora Globo,
2007. 317 p.
• Escoffier: o rei dos chefs (livro): JAMES, Kenneth. Escoffier: o rei dos chefs. Sao
Paulo: Senac, 2008. 471 p
• Carême: cozinheiro dos reis (livro): KELLY, Ian. Carême: cozinheiro dos reis. Rio de
Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2005. 271 p. ISBN 8571108722.
• Itália - o País e Sua Cozinha (livro): PALMER, Stefan / PILS, Ingeborg. Cozinha
Italiana Completa. São Paulo: Melhoramentos, 2013.
• GOSTO, Portal. 9 massas em Roma para comer antes de morrer. Disponível em:
<http://www.revistagosto.com.br/9-massas-em-roma-para-comer-antes-de-morrer/>. -
• GOSTO, Portal. Queijo é o segredo para uma vida longa, indica estudo. Disponível
em: <http://www.revistagosto.com.br/queijo-e-o-segredo-para-uma-vida-longa-indica-
estudo/
• LANARI, Massimo. 10 cibi con i nomi più strani. 2016. Disponível em: <http://
www.lacucinaitaliana.it/news/in-primo-piano/cibi-nomi-strani/
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• O Renascimento da Nouvelle Cuisine (site): http://infood.com.br/o-renascimento-do-
movimento-nouvelle-cuisine/
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